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EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS DE

TERRAPLENAGEM

Operações básicas da terraplenagem

Escavação: é um processo empregado para romper a compacidade do solo em seu estado


natural tornando possível o seu manuseio.

Carga do material escavado: corresponde ao enchimento da caçamba ou ao acúmulo diante


da lâmina da máquina, do material escavado.

Transporte: é a movimentação de terra do local escavado (origem) para o local onde será
depositado em definitivo e posterior retorno do equipamento descarregado.

Descarga e espalhamento: é a execução do aterro propriamente dito, seguido da operação de


adensamento do solo, se determinado.

Remoção de solos moles

Considera-se remoção de solos moles o processo de retirada de camadas de solos impróprios


para utilização em aterros e como terreno de fundação, para qualquer obra de terra, mediante
o emprego de equipamentos adequados.

São considerados solos moles:

 Depósitos de solos orgânicos;


 Solos turfosos;
 Areias muito fofas;
 Solos hidromórficos.

A seleção dos equipamentos deve ser feita em função:

 Das características dos materiais a serem extraídos (resistência ao deslocamento do


equipamento, posição do lençol freático, etc);
 Da profundidade do material a remover;
 Da distância de transporte requerida.
Caminhos de serviço

Caminho de serviço: em trechos virgens, é necessário abrir caminho para os equipamentos


que farão o deslocamento de material.

Desvios e provisórias: constituem as vias para manutenção do tráfego da rodovia.

Classificação dos materiais quanto à dificuldade extrativa

A maior ou menor resistência que um material pode oferecer, durante a sua extração de um
corte, influencia de forma direta o custo da operação. Os materiais são classificados por em 3
categorias:

Classificação Características
Solos em geral.
1ª Categoria
Qualquer teor de umidade.
Uso contínuo de escarificador pesado.
2ª Categoria Uso eventual de explosivos ou processos manuais.

Uso contínuo de explosivos.


3ª Categoria

Cortes

São segmentos da rodovia que requerem a escavação do material constituinte do terreno


natural, ao longo do eixo e no interior dos limites das seções do projeto que definem o corpo
estradal.

São também considerados serviços de cortes:

 Rebaixamento da plataforma, quando o sub-leito é inadequado;


 Escavação de degraus de aterros fortemente inclinados;
 Escavação mecânica com equipamento convencional de terraplenagem destinada à
alteração de cursos d'água, posicionando-as mais convenientemente ao traçado;
 Escavação de bueiros e degraus.

A seleção inicial dos equipamentos se dá conforme o grau de dificuldade dos materiais ao


desmonte.

Se ocorrer erro do ângulo do talude, pode-se usar escavadeira drag-line para efetuar a
remoção de terra em excesso, sendo um trabalho difícil e oneroso.
O planejamento da execução dos serviços deve sempre considerar preocupação com os custos
horários de trabalho dos equipamentos e a produtividade.

Sequência construtiva dos cortes:

 Locação topográfica – off-set;


 Limpeza da faixa, remoção da vegetação e obstáculos;
 Remoção da camada de terra vegetal;
 Emprego dos equipamentos adequados ao corte e transporte;
 Acabamento do corte.

Empréstimos

Empréstimos são escavações efetuadas em locais previamente definidos para a obtenção de


materiais destinados à complementação de volumes necessários para aterros, quando houver
insuficiência de volume nos cortes, por razões de ordem qualitativa deste material ou por
ordem econômica.

Empréstimos laterais: escavações efetuadas próximos ao corpo estradal sempre dentro dos
limites da faixa de domínio.

Empréstimos concentrados: escavações efetuadas fora da faixa de domínio, em locais que


detenham materiais em quantidade e qualidade adequada ao uso de aterros. Usada em último
caso.

Aterros

São segmentos de rodovia que requerem o depósito, espalhamento e compactação controlada


de materiais, provenientes de cortes ou de empréstimos, ou a substituição de materiais
inadequados, removidos do subleito dos cortes ou dos terrenos de fundação dos aterros.

Regras básicas no serviço de aterro:

 A primeira providência executiva do empreiteiro é a marcação dos pontos de “off-set”


dos aterros;
 Iniciar o aterro nas cotas mais baixas, em camadas horizontais;
 Prever caimento lateral, para rápido escoamento de água de chuva;
 Escalonar ou zonear praças de trabalho, onde as três etapas do trabalho de aterro não
se atrapalhem.

A situação mais sensível à execução de aterro é a ocorrência de uma chuva quando o material
está espalhado e pulverizado, antes da compactação.
Etapas de execução:

 Lançamento do material pelo equipamento de transporte;


 Espalhamento em camadas, com espessura da camada não mais que 20cm;
 Compactação propriamente dita de cada camada;
 Regularização projetada (se necessário).

Na execução de aterros existem dois aspectos a observar quanto à estabilidade:

 A fundação das camadas de suporte;


 A compactação da massa do aterro.

Ainda que a compactação de um aterro seja excelente, se o mesmo for construído sobre um
subleito fraco, poderá apresentar recalques excessivos ou rupturas.

Compactação de aterros

Compactação é o processo mecânico de aplicação de forças externas, destinadas a reduzir o


volume dos vazios do solo, até atingir a massa específica máxima, resistência e estabilidade.

Fatores de influencia:

 Natureza do solo – é necessário equipamento adequado;


 Teor de água (umidade) – corresponde à quantidade mínima de água, necessária para
atingir a umidade ótima para a compactação;
 Energia de compactação – fornecida pela ação dos rolos compactadores;
 Número de passadas do rolo compactador e espessura da camada;
 Processo de compactação – Método de aplicação da energia necessária;
 Velocidade de compactação.

Para umidades muito baixas o atrito grão a grão do solo é muito alto e não se consegue uma
densificação adequada.

Para umidades mais elevadas, a água provoca efeito de lubrificação entre as partículas que se
acomodam em um arranjo mais compacto.

A partir de certa umidade não se consegue mais expulsar o ar dos vazios, ficando envolto por
água, não conseguindo sair do interior do solo.

Havendo falta de água, não haverá coesão das partículas e o solo ficará solto.

Com o excesso de água, o solo fica plástico e aparece o fenômeno chamado “BORRACHUDO”.

Nunca se deve executar uma compactação em umidade diferente da ótima. O empreiteiro que
o faz, perde por consumir combustível em excesso, além de arriscar-se a ter a camada
recusada, e ser obrigado a: arrancar, corrigir a umidade, homogeneizar, espalhar e compactar
novamente, sem ser pago por isso.
Insistir em aumentar o número de passadas pode produzir perda no grau de compactação.

A espessura deve está condicionada às características do material, tipo de equipamento e


finalidade do aterro.

Principais processos utilizados na compactação:

 Por Compressão: O esforço é proveniente da aplicação de uma força vertical. Este


deslocamento permite uma melhor arrumação das partículas, visando a diminuição do
volume de vazios do solo.
 Por Amassamento: Consiste na aplicação simultânea de forças verticais e horizontais,
provenientes do equipamento utilizado.
 Por Impacto: Consiste na aplicação de forças verticais, provocando impacto sobre a
superfície, com repetição de até 500 golpes por minuto.
 Por Vibração: Quando a aplicação das forças verticais se dá com uma frequência de
repetição acima de 500 golpes por minuto. Além da frequência, considera-se também
a amplitude da vibração.

Compensação de volumes

Compensação longitudinal: todo o volume extraído é transportado para segmentos diferentes


daquele de sua origem.

Compensação lateral: o material escavado é usado no mesmo segmento em que se processou


a escavação.

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