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Universidade Federal do Acre – UFAC

Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas – CCET


Curso de Bacharelado em Engenharia Civil – 9° Período

AULA 3 – ESTRUTURA E MODALIDADES DE


PAVIMENTOS

Prof. MSC. Marcelo Victor de Assis Morais


Engenheiro Civil

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1. Estrutura de pavimento

• Terraplenagem: Conjunto de operações de escavação, carga, transporte, descarga e compactação


dos solos, aplicadas na construção de aterros e cortes, dando à superfície do terreno a forma projetada
para construção de rodovias.

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1. Estrutura de pavimento

Corte Retirada do solo até atingir um nível necessário.


Aterro Acréscimo (assentamento e compactação) de solo até atingir uma altura satisfatória,
Corpo do Parte do aterro situada sobre o terreno natural até 60 cm abaixo da cota correspondente ao
aterro greide de terraplenagem.
Parte do aterro constituída de material selecionado, com 60 cm de espessura, situada sobre o
Camada final
corpo do aterro.
Cota de Cota no qual o volume de aterro é igual ao volume de corte. Em geral é neste nível que se
passagem implanta a plataforma.
Denominação adotada para as alturas de corte e de aterro. A cota vermelha é nula nos pontos
Cota vermelha
de passagem.

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1. Estrutura de pavimento

ESPECIFICAÇÕES DE SERVIÇO - DNIT

• Serviços de limpeza: Compostos por 3 itens principais – Derrubada, remoção da vegetação e


destocamento, retirada da camada vegetal;
• Bota fora: Material de escavação dos cortes, não aproveitado nos aterros, devido a sua má qualidade,
ao seu volume, ou à excessiva distância de transporte;
• Verificação geométrica: Admite-se uma tolerância de 15 cm para cada lado da faixa de tráfego, não
permitindo uma variação negativa.

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1. Estrutura de pavimento
ESPECIFICAÇÕES DE SERVIÇO - DNIT

• Caminhos de serviço: Vias implantadas e/ou utilizadas em caráter provisório, para propiciar o
deslocamento de equipamentos e veículos;
• Por se tratar de via provisória a ser submetida a tráfego de pequena magnitude, os requisitos
geotécnicos exigidos para os solos são relativamente brandos;
• Controle geométrico: Pode-se ter uma tolerância de +- 20 cm, em relação ao definido pela
fiscalização.

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1. Estrutura de pavimento
ESPECIFICAÇÕES DE SERVIÇO - DNIT

• As marcações do eixo e dos off-sets devem ser revisadas após as operações de desmatamento e
destocamento, com um novo levantamento das seções transversais;
• Os serviços de escavação devem seguir rigorosamente a programação de obras de acordo com
o Diagrama de Bruckner;
• Solos com expansão > 2% e baixa capacidade de suporte: Remoção, com rebaixamento de 60
cm em solos orgânicos;
• Deve-se verificar as condições de compactação na camada final do corte.
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1. Estrutura de pavimento
ESPECIFICAÇÕES DE SERVIÇO - DNIT

• Empréstimos em corte – Preferencialmente atingir a cota do greide;


• Empréstimos em aterro – Bordas internas do empréstimo devem atender uma distância segura da
plataforma.
• Os materiais utilizados como empréstimo devem atender ao seguinte:
• Ser isento de matéria orgânica;
• No corpo do aterro – ISC > 2% e expansão < 4%;
• Camada final do aterro – Melhor capacidade de suporte e expansão < 2%.
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1. Estrutura de pavimento
ESPECIFICAÇÕES DE SERVIÇO - DNIT

• O lançamento do aterro deve ser feito em camadas sucessivas;


• Corpo dos aterros – Espessura de compactação < 30 cm;
• Camada final – Espessura de compactação < 20 cm;
• Todas as camadas do solo devem ser compactadas, com as seguintes características:
• Corpo dos aterros – Umidade ótima +- 3%, até se obter GC = 100%;
• Camada final – GC = 100%.
• Caso não atinja as condições mínimas, refazer a compactação.
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1. Estrutura de pavimento
• Pavimento: Estrutura construída após a terraplenagem e destinada, econômica e simultaneamente em
seu conjunto, a:
• Resistir e distribuir ao subleito os esforços verticais oriundos do tráfego;
• Melhorar as condições de rolamento quanto à comodidade e conforto;
• Resistir aos esforços horizontais, tornando mais durável a superfície de rolamento.

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1. Estrutura de pavimento

Subleito Terreno da fundação do pavimento.


Superfície obtida pela terraplenagem ou obra-de-arte e conformada ao seu greide e perfis
Leito
transversais.
Greide do leito Perfil do eixo longitudinal do leito.
Camada sobre o leito, destinada a conformá-lo transversal e longitudinalmente de acordo com as
Regularização especificações. A regularização não constitui, propriamente, uma camada de pavimento.
Compreende cortes e aterros até 20 cm de espessura.
Camada de espessura constante, posta por circunstâncias técnico-econômicas, acima da de
Reforço do regularização, com características geotécnicas inferiores ao material usado na camada que lhe for
subleito superior, porém melhores que o subleito. Utilizado em tráfego intenso ou terreno de fundação de
má qualidade.
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1. Estrutura de pavimento

Camada complementar a base, quando por circunstâncias técnico-econômicas não for


Sub-base
aconselhável construir a base diretamente sobre regularização.
É a camada destinada a resistir e distribuir os esforços verticais oriundos do
Base
tráfego e sobre a qual se constrói o revestimento.
É a camada, tanto quanto possível impermeável, que recebe diretamente a ação do
Revestimento rolamento dos veículos e destinada a melhorá-la, quanto à comodidade e segurança e
resistir ao desgaste.
• Espessura máxima de compactação – 20 cm;
• Espessura mínima de compactação – 10 cm;
• Espessura construtiva mínima – 15 cm.
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2. Modalidades de pavimentos

Aquele em que todas as camadas sofrem deformações elásticas significativas sob o


Flexível carregamento aplicado e, portanto, a carga se distribui em parcelas aproximadamente
equivalente entre as camadas.
Caracteriza-se por uma base cimentada por algum aglutinante com propriedades
Semirrígido
cimentícias.
Aquele em que o revestimento tem uma elevada rigidez em relação às camadas
Rígido inferiores e, portanto, absorve praticamente todas as tensões provenientes do
carregamento aplicado.

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2. Modalidades de pavimentos
• Os materiais de base, sub-base e reforço do subleito são classificados segundo seus esforços em:
• Materiais granulares: Aqueles que não possuem coesão e não resistem a tração, trabalhando
apenas aos esforços de compressão. Ex: BGS, macadame hidráulico, misturas estabilizadas
granulometricamente;
• Materiais cimentados: Materiais granulares que recebem adição de cimento, cal ou outro aditivo,
o que aumenta a rigidez e a resistência a compressão e tração. Ex: BGTC, solo cimento, solo
cal;
• Materiais asfálticos: Ligação entre agregados ou partículas é dada pelo ligante asfáltico, sendo a
resistência a tração bastante superior aos solos argilosos. Ex: Solo asfalto, solo emulsão,
macadame betuminoso.

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2. Modalidades de pavimentos
BRITA GRADUADA SIMPLES - BGS
• Material com distribuição granulométrica bem graduada, conferindo
um bom intertravamento do esqueleto sólido e boa resistência com
ISC elevado. São dosados e homogeneizados em usina, utilizando
água e os agregados atendendo a uma faixa especificada em
norma;
• O transporte é feito em caminhão basculante e a distribuição feito
por patrol ou vibroacabadora. Compactação feita por rolos de
pneus e/ou lisos, e deve ser realizado logo após o espalhamento.
• Características:

Diâmetro máx. 38 mm
Porc. de finos 3 a 9%
Abrasão L.A < 55%
EA > 30%
Lamelaridade < 20%

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2. Modalidades de pavimentos
BICA CORRIDA
• Material similar a BGS, com requisitos menos rigorosos, principalmente granulométricos,
podendo ser umedecida em pista.
Índice de forma > 0,5
Lamelaridade < 10%
Abrasão L.A < 50%
EA > 55%
Durabilidade < 20%

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2. Modalidades de pavimentos
MACADAME HIDRÁULICO (DNIT 152/10)
• Camada granular, composta por agregados graúdos, naturais ou britados, cujos vazios são
preenchidos em pista por agregados miúdos e aglutinados pela água. A estabilidade é obtida pela
energia de compactação;
• A norma recomenda 3 faixas de granulometria (A, B e C) e escolhe-se o diâmetro máximo que
corresponda a 2/3 ou ½ da espessura final da camada.

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2. Modalidades de pavimentos
MACADAME HIDRÁULICO (DNIT 152/10)

• Durabilidade < 30%;


• Abrasão Los Angeles <
50%;

• #40 – LL < 25% e IP < 6%;


• EA > 55%.

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2. Modalidades de pavimentos
MACADAME HIDRÁULICO

1ª - Camada de bloqueio 3ª - Material graúdo solto


2ª - Espalhamento
material graúdo

4ª - Compactação material 5ª - Espalhamento 1° 6ª - Irrigação para penetração


graúdo camada material enchimento do material de enchimento

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2. Modalidades de pavimentos
MACADAME HIDRÁULICO

7ª - Espalhamento 2ª camada
material de enchimento 8ª - Nova irrigação

9ª - Base de macadame hidráulico

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2. Modalidades de pavimentos
MACADAME SECO
• Material semelhante ao macadame hidráulico, porém sem uso de água para auxílio do
preenchimento dos agregados graúdos pelos miúdos;
• Em geral, os agregados graúdos são de dimensões significativas, com tamanho variando entre 2” e 5”.

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2. Modalidades de pavimentos
BASE ESTABILIZADA GRANULOMETRICAMENTE
• DNIT 141/10: Camadas constituídas por solos, britas de rocha, escória de alto forno, ou ainda, pela
mistura desses materiais. São camadas puramente granulares, sempre flexíveis e estabilizadas
pela compactação de um material ou misturas de materiais;

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2. Modalidades de pavimentos
BASE ESTABILIZADA GRANULOMETRICAMENTE

Solo com poucos finos Solo com muitos finos Solo estabilizados

• Contato grão a grão • Baixa densidade • Contato grão a grão


• Permeabilidade elevada • Praticamente impermeável • Densidade alta, baixa
• Trabalhabilidade difícil • Estabilidade afetada pelas permeabilidade;
condições hídricas • Alta resistência ao
• Boa trabalhabilidade cisalhamento.

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2. Modalidades de pavimentos
BASE COM SOLO LATERÍTICO (DNIT 098/07)
• Camada granular de pavimentação, utilizando solo laterítico, executada sobre a sub-base,
subleito ou reforço do subleito, devidamente regularizado e compactado;
• Alternativa para regiões com predominância de solos tropicais.

ISC > 80/60%


#40 LL < 35%
IP < 15%
EA > 30%
#200 < 2/3 #40

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2. Modalidades de pavimentos
BRITA GRADUADA TRATADA COM CIMENTO - BGTC
• Usa-se o mesmo material da BGS, porém com adição de
cimento na proporção de 3 a 5% em peso;
• Considera-se como uma alternativa a BGS tradicional
quando o tráfego na rodovia é maior e a sua maior
resistência se justifica;
• Geralmente empregado como base de pavimentos com
revestimentos betuminosos ou sub-base de pavimentos
de concreto.
Abrasão L.A < 40%
EA > 35%
Durabilidade < 12%

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2. Modalidades de pavimentos
BASE DE SOLO MELHORADO COM CIMENTO (DNIT 142/22)
• Solo melhorado com cimento: Modalidade obtida mediante a adição de pequenos teores de
cimento (2 a 4%), visando principalmente a modificação do solo no que se refere a plasticidade e
sensibilidade a água. Como não possuem cimentação acentuada, são consideradas flexíveis;
• Recomenda-se utilização da norma DNIT 414-ME para definição do teor de cimento a ser utilizado;
• Após execução da camada, realiza-se a cura com aplicação de emulsão asfáltica RR-2C, a uma taxa
de 0,6 l/m².

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2. Modalidades de pavimentos
BASE DE SOLO-CIMENTO (DNIT 143/22)
• Solo-cimento: Mistura devidamente compactada de solo, cimento Portland e água. Deve satisfazer a
certos requisitos de densidade, durabilidade e resistência. Apresentam acentuada rigidez à flexão. O
teor de cimento adotado é da ordem de 5 a 8%;
• Deve-se garantir uma resistência a compressão simples aos 7 dias > 0,21 MPa;
• Após execução da camada, realiza-se a cura com aplicação de emulsão asfáltica RR-2C, a uma taxa
de 0,6 l/m².

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2. Modalidades de pavimentos
BASE DE SOLO-CAL (DNIT 420/19)
• Solo-cal: Material estabilizado proveniente da
mistura de solo, cal e água em proporções
preciamente determinadas por processo de
dosagem em laboratório, de forma a
apresentar determinadas características de
resistência, deformabilidade e durabilidade;
• Em geral, utiliza-se teores entre 4 a 10% em
massa. O teor selecionado deve ser aquele
que proporciona o aumento do ISC, resistência
a compressão cimples.

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E-mail: marcelo.morais@ufac.br

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