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Objectivo
Estabelecer os critérios de dimensionamento de pavimentos para cumprimento
harmonizado nos projectos de construção e/ou reabilitação de pavimentos,
permitindo:
• Soluções técnicas bem definidas e comparáveis;
• Garantir uma homogeneidade de níveis de serviço;
• Fixar estratégicas técnico-económicas válidas para a rede rodoviária;
• Determinar as espessuras do pavimento em função dos níveis de serviço
pretendidos, do tráfego esperado, das condições ambientais e das condições
humanas.
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Função
A principal função de um pavimento, nomeadamente o rodoviário, é oferecer uma
superfície de rolamento livre e desempenhada, destinada a permitir a circulação
de veículos em adequadas condições de segurança conforto e economia.
Definição
De acordo com a definição estabelecida na especificação do LNEC E1 de 1962,
um pavimento é a parte da estrada, rua ou pista, que suporta directamente o
tráfego e transmite as respectivas solicitações à infra-estrutura (terreno, obras de
arte etc.), pode ser constituído por uma ou mais camadas tendo, no caso geral,
uma camada de desgaste e camadas de fundação
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Constituição
Um pavimento é por conseguinte uma estrutura constituída por um conjunto de
multi-camadas colocadas sobre uma plataforma de suporte. Abaixo da plataforma,
sobre a qual assenta o pavimento, tem-se a fundação do pavimento, geralmente
constituída pelo solo de fundação e pelo leito do pavimento.
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Leito do pavimento é uma camada de material de melhor qualidade do que a dos
solos disponíveis , que é construída na parte superior dos aterros (camada de
transição entre o solo de fundação/aterro e o corpo do pavimento), que tem por
finalidade:
▪ Obter uma capacidade de suporte da fundação mais uniforme e melhorada;
▪ Assegurar uma regularidade mais perfeita da superfície de apoio do pavimento;
▪ Proteger as terraplenagens dos efeitos das intempéries
▪ Assegurar uma função drenante , sobretudo nas escavações, contrariando a
subida de água até às camadas inferiores do pavimento.
▪ Suportar a circulação do equipamento de obra na fase de execução
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Os materiais utilizados nestas camadas são geralmente constituídas por materiais
granulares, consoante os níveis de tráfego.
O tipo de materiais e a espessura das camadas de base e de ligação, subjacentes à
camada e desgaste, depende:
• Do nível do tráfego;
• Das acções climáticas,
• Da qualidade de fundação
A camada de desgaste é a camada superior da estrutura do pavimento (muitas
vezes também denominada camada de rolamento) sobre a qual são directamente
exercidas as agressões conjugadas do tráfego e do clima.
A camada de desgaste contribui ainda para a durabilidade da estrutura do
pavimento nomeadamente quando apresenta funções de estanquidade à água das
chuvas.
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Função da fundação e das camadas de um pavimento
FUNÇÃO E MECANISMO DE DEGRADAÇÃO DA FUNDAÇÃO DE UM PAVIMENTO
Fundação do Função Mecanismo de degradação
pavimento
➢ Suporte do pavimento ➢ Deformação permanente
Terreno da ▪ São as suas características que excessiva
fundação condicionam o dimensionamento ➢ Rotura dos taludes de
aterro
➢ Evitar deformação do solo
➢ Homogeneidade das
características mecânicas da
fundação Deformação permanente
Leito do pavimento
➢ Plataforma construtiva excessiva
➢ Possibilidade de compactação das
camadas sobrejacentes em
adequadas condições
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Função da fundação e das camadas de um pavimento
FUNÇÃO E MECANISMO DE DEGRADAÇÃO DAS CAMADAS DE UM PAVIMENTO
Camadas do Função Mecanismo de degradação
pavimento
➢ Proteger durante a fase
construtiva as camadas inferiores
➢ Proteger a base da subida de água
capilar ➢ Deformação permanente
Sub-Base
excessiva
➢ Drenagem interna do pavimento
➢ Camada estrutural
➢ Resistência à erosão
➢ Deformação permanente
excessiva (materiais não
tratados)
➢ Camada estrutural ➢ Fendilhamento por fadiga
Base ➢ Degradação das cargas induzidas (materiais tratados com
pelo tráfego ligantes)
➢ Fendilhamento térmico
(materiais tratados c/
ligantes hidráulicos)
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Função da fundação e das camadas de um pavimento
FUNÇÃO E MECANISMO DE DEGRADAÇÃO DAS CAMADAS DE UM PAVIMENTO
Camadas do Função Mecanismo de degradação
pavimento
➢ Desgaste provocado pela
acção do tráfego em
condições climáticas
➢ Deformação permanente
➢ Adequada circulação do tráfego em condições excessivas de
com conforto e segurança temperatura e tráfego
Desgaste ➢ Drenagem ou impermeabilização ➢ Fendilhação por ascensão
➢ Distribuição das tensões das fendas das camadas
induzidas pelo tráfego subjacentes
➢ Fendilhação por fadiga
devida a uma má aderência
à camada subjacente
➢ Fendilhamento termico
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Tipos de pavimentos
É usual considerar-se os seguintes três tipos de pavimentos, em função dos
materiais utilizados na sua composição.
1.Pavimento flexível, no qual a(s) camada(s) superior(es) são em misturas
betuminosas, sendo a(s) camada(s) subjacente(s) à(s) betuminosa(s) e
sobrejacente(s) ao leito do pavimento em materiais granulares;
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Tipos de pavimentos
2.Pavimento semi-rígido, no qual a(s) camada(s) superior(es) são em misturas
betuminosas, sendo a(s) camada(s) subjacente(s) à(s) betuminosa(s) e
sobrejacente(s) ao leito do pavimento em materiais granulares tratados com
ligantes hidráulicos, com uma importante influencia na capacidade de carga do
pavimento;
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Tipos de pavimentos
2.Pavimento rígido, no qual a camada de desgaste é constituída por um betão de
cimento de elevada resistência
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Materiais a empregar em pavimentação
Podem referir-se os seguintes materiais:
I. Solos (quer os de fundação, abaixo da plataforma do pavimento, quer os
empregues em camadas se sub-base)
II. Misturas de agregados não tratados, denominado por agregado britado de
granulométria extensa (ou continua) - AGE;
III. Misturas com ligantes betuminosos, entre os quais o macadame betuminosos,
a mistura betuminosa densa, o betão betuminosos, o betão ou micro betão
betuminoso rugoso, entre outros.
IV. Misturas com ligantes hidráulicos , entre os quais o solo-cimento, o betão
pobre, o agregado britado de granulométria extensa tratado com cimento
(AGEC) e o betão de cimento.
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Dimensionamento de pavimentos Consiste em:
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Manual de Concepção de Pavimentos
para a Rede Rodoviária Nacional (JAE, 1995)
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INDICE
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Definição das estruturas de pavimento possíveis
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Objetivo do manual
Estrutura do pavimento
• Tráfego
• Condições climáticas
• Condições de fundações
• Materiais de pavimentação
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Tráfego
Veículo pesado:
Veículo de peso bruto igual ou superior a 3 tf
Classes:
F, G, H, I, J e K (IEP)
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Para efeito de dimensionamento, considera-se o trafego médio diário
anual de veículos pesados no ano de abertura, por sentido de
circulação, na via mais solicitada por estes veículos (TMDAp)
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TRAFEGO MÉDIO DIÁRIO ANUAL DE VEÍCULOS PESADOS
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DISTRIBUIÇÃO DO TRÁFEGO PESADO PELAS VIAS
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PERÍODO DE DIMENSIONAMENTO. PERÍODO DE ANÁLISE DE PROJETO
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FATOR DE AGRESSIVIDADE
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NUMERO ACUMULADO DE EIXOS PADRÃO
𝟏+𝒕 𝒑−𝟏
𝑵𝒅𝒊𝒎,𝟖𝟎 =∝× 𝟑𝟔𝟓 × 𝑻𝑴𝑫𝑨 𝒑 ×
𝒕
Onde:
Ndim é o numero acumulado de passagens do eixo padrão
t é a taxa média de crescimento anual do tráfego pesado
α é o fator de agressividade do tráfego
p é o período de dimensionamento
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Consideração do tráfego no dimensionamento
1+𝑡 𝑝−1
𝑁 𝑑𝑖𝑚 =∝× 365 × 𝑇𝑀𝐷𝐴 𝑝 ×
𝑡
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Quadro 2.6 – Elementos relativos ao tráfego
𝑑𝑖𝑚
𝑁80 - número acumulado de eixos padrão de 80 kN
30 𝑑𝑖𝑚
𝑁130 - número acumulado de eixos padrão de 130 kN
Fundação
Fundação do pavimento – camada de leito do pavimento mais terrenos
subjacentes que condiciona o seu comportamento.
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Quadro 4.2 – Classes de terrenos de fundação
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Quadro 4.3 – Características das classes de terrenos de fundação
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Quadro 4.5 – Classes de solos tratados
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Quadro 4.6 – Camada de leito em materiais não ligados
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Estruturas tipo
BASE BETUMINOSA MATERIAIS:
BD – betão betuminoso em
camada de desgaste
MB – macadame betuminoso
em camada de regularização
MBD – mistura betuminosa
densa em camada de
regularização
SbG – material britado sem
recomposição (tout-venant)
aplicado em camada de sub-
base
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Estruturas tipo
BASE GRANULAR
MATERIAIS:
BD – betão betuminoso em
camada de desgaste
MB – macadame betuminoso
em camada de regularização
MBD – mistura betuminosa
densa em camada de
regularização
BG – base granular
SbG – material britado sem
recomposição (tout-venant)
aplicado em camada de sub-
base
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Perfil transversal
Variações de espessuras admissíveis, de acordo com o tipo de pavimento e a
natureza dos materiais das camadas.
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Condições climáticas
As condições ambientais são, um fator importante no dimensionamento,
condicionando os trabalhos de construção e conservação dos pavimentos, e
também a segurança da circulação rodoviárias.
• Fatores térmicos
• Fatores hídricos
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Condições climáticas
• Fatores hídricos
• Fatores térmicas
Nos pavimentos flexíveis, as condições térmicas afetam as propriedades
mecânicas das misturas betuminosas. Nos pavimentos rígidos e semi-rígidos, a
variação diária e anual da temperatura pode levar ao enfunamento das camadas
de desgastes (pavimentos rígidos), e contribuir para a propagação de fissuras
(pavimentos semi-rígidos)
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Condições climáticas
No manual, considera-se a influencia da temperatura nas propriedades das
misturas betuminosas, designadamente o efeito de temperatura elevadas na
evolução das deformações permanentes resultante da ação do tráfego.
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Condições climáticas
No quadro seguinte apresenta –se a classe de betume de destilação a empregar
em misturas betuminosas a quente em cada zona climática, função do tipo de
camada do pavimento e do nível de trafego.
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Condições climáticas
Para as classes de tráfego T1, T2 e T3 e sempre que se verifique a existência de
trechos com inclinação longitudinal superior a 5%, deverão ser utilizados
betumes da classe 40/50, independentemente da zona.
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REFERENCIA BILBIOGRÁFICAS
LCPC/SETRA - “Conception et Dimensionnemant des Strutures de Chaussée. Guide Technique”. Paris, Dezembre de 1994.
MINISTÉRIO DE FOMENTO – “Secciones de Firme. Instrucción de Carreteras. Norma 6.1 IC”. Madrid, Novembro de 2004.
MINISTÉRIO DE FOMENTO – “Rehabilitación de Firmes. Instrución de Carreteras. Norma 6.3 IC”. Madrid, Novembro de 2003.
AASHTO – “AASHTO Guide for designe of Pavement Strutures”, American Association of State Highway and transportation
Officials, Washington; D.C. 1993.
AASHTO – “Supplement to the AASHTO Guide for designe of Pavement Strutures. Part II, - Rigid Pavement Design & Rigid
Pavement Joint Design”, American Association of State Highway and transportation Officials, Washington; D.C. 1998.
SHELL – “Shell Pavement Manual. Asphalt Pavement and Overlays for Road Traffic”. Shell International Petroleum Company Ltd,
London, 1978.
ULLIDTZ, PER – “Pavement Analysis”, Elsevier Science. New York, USA, 1987.
ULLIDTZ, P.; PEATTIE, K. – “Programmable Calculators in the Assessment of Overlays and Maintenance Strategies”. Proceedings,
3rd International Conference on the Strutural Design of Asphalt Pavement. Delft, The Netherlands, 1892.
HUANG, YANG – “Pavement Analysis”, Second Edition. Pearson Education, Inc. University of Kentucky, USA, 2004.
BARDESI, A. – “Baes de Alto Módulo”. Jornadas Sobre Mezclas de Alto Módulo, CEDEX e Centro de Investigacio Elpidio Sánchez
Marcos, Madrid, 1994.
MCPPRRN – “Manual de Concepção de Pavimentos Para a Rede Rodoviária Nacional” (Jae 1995)
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