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Universidade Federal do Acre – UFAC

Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas – CCET


Curso de Bacharelado em Engenharia Civil – 9° Período

AULA 5 – CONTROLE TECNOLÓGICO DE


PAVIMENTOS FLEXÍVEIS

Prof. MSC. Marcelo Victor de Assis Morais


Engenheiro Civil

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1. Controle tecnológico de pavimentos
• O controle da qualidade constitui-se em garantia de sucesso de todo tipo de empreendimento;
• Para alcançar seu objetivo, o controle da qualidade deve ser considerado sobre 2 enfoques:
administrativo e técnico;
• A frequência mínima de ensaios deve ser rigorosamente obedecida, de acordo com as normas
pertinentes.

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1. Controle tecnológico de pavimentos – agregados do concreto asfáltico
• O controle de qualidade dos agregados do concreto asfáltico consta do seguinte (DNIT 31/06):

• Ensaio de abrasão Los Angeles - DNER-ME 035;


Ensaios eventuais: Somente • Ensaio de adesividade – DNER-ME 078 e 079;
quando houver dúvidas ou • Ensaio de degradação produzida pela umidade – DNER-ME
variações quanto à origem e 0138
natureza dos materiais • Ensaio de índice de forma do agregado graúdo – DNER-ME
086
• 2 ensaios de granulometria do agregado, de cada silo
quente, por jornada de 8 horas de trabalho – DNER-ME 083;
• 1 ensaio de equivalente de areia do agregado miúdo, por
Ensaios de rotina
jornada de 8 horas de trabalho – DNER-ME 054;
• 1 ensaio de granulometria do material de enchimento (filler),
por jornada de 8 horas de trabalho – DNER-ME 083.

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1. Controle tecnológico de pavimentos – agregados do concreto asfáltico
• Ensaio de abrasão Los Angeles – DNER 035
• Desgaste sofrido pelo agregado, quando
colocado na máquina Los Angeles juntamente
com uma carga abrasiva, submetido a um
determinado número de revoluções desta
máquina à velocidade de 30 a 33 rpm;
• O desgaste é expresso em porcentagem do
material que passa após o ensaio na peneira
de N° 12;
• Deve ser igual ou inferior a 50%, admitindo
valores maiores no caso de terem apresentado
desempenho satisfatório em utilização anterior.

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1. Controle tecnológico de pavimentos – agregados do concreto asfáltico
• Ensaio de índice de forma – DNER 086
• Média da relação entre o comprimento e a espessura dos grãos do agregado, ponderada pelas
proporções de cada fração granulométrica que compõe o agregado ensaiado;
• A forma dos agregado é medido através de paquímetro ou máquina específica;
• Varia de 0 a 1, devendo ser superior a 0,5;

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1. Controle tecnológico de pavimentos – agregados do concreto asfáltico
• Ensaio de adesividade – DNER 078 e 079
• Propriedade que tem o agregado de ser aderido pelo material betuminoso;
• Verificado pelo não deslocamento da película betuminosa que recobre o agregado, quando a
mistura agregado-ligante é submetido, a 40 °C, à ação de água destilada, durante 72 horas;
• Satisfatório quando não houver deslocamento de película betuminosa, e não satisfatório
quando houver total ou parcial deslocamento.

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1. Controle tecnológico de pavimentos – agregados do concreto asfáltico
• Ensaio de durabilidade – DNER 089
• Determina a resistência à desintegração dos agregados sujeitos a ação do tempo;
• Realiza-se a mistura dos agregados com soluções saturadas de sulfato de sódio ou magnésio,
através de imersão em solução por 16 a 18 horas;
• A perda de massa deve ser inferior a 12%.

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1. Controle tecnológico de pavimentos – agregados do concreto asfáltico
• Material de enchimento (filler) – DNER 367
• Necessário verificar as características do material
utilizado como filler;

• Deve ser homogêneo, seco e livre de grumos


proveniente de partículas finas;

• Os materiais podem ser:


• Cimento Portland (DNER 036);
• Pó calcário (70% de carbonatos);
• Cal hidratada (NBR 7175);
• Pó de pedra;
• Cinza volante (DNER 180 e 181);
• Outro material mineral que apresente
características especificadas em norma;

• Devem ser determinadas as massas específicas


real e aparente;

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1. Controle tecnológico de pavimentos – agregados do concreto asfáltico
• Ensaio de equivalente de areia – DNER 054
• Determina a proporção relativa de materiais
do tipo argila ou pó em amostra de
agregados miúdos;
• O agregado miúdo é colocado em proveta
contendo solução de cloreto de cálcio-glicerina-
formaldeído e mantida em repouso por 20 min;
• Após uma série de operações, o material
floculado fica em suspensão, e com o auxílio
de um bastão padronizado, é determinada a
altura de agregado depositada por
sedimentação;
• Deve ser igual ou superior a 55%.
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1. Controle tecnológico de pavimentos – concreto asfáltico
• O controle de qualidade do concreto asfáltico consta do seguinte (DNIT 31/06):

Ensaio de penetração – • 1 ensaio a 25 °C para todo carregamento que chegar


NBR 6576 na obra;
Ensaio de ponto de fulgor
• 1 ensaio para todo carregamento que chegar na obra;
– DNER 148
Ensaio de espuma • 1 ensaio para todo carregamento que chegar na obra;
• 1 ensaio para todo carregamento que chegar na obra;
Ensaio de viscosidade • 1 ensaio a diferentes temperaturas, para o
Saybolt-Furol – DNER 004 estabelecimento da curva viscosidade x temperatura,
para cada 100 t;
Ensaio de suscetibilidade
• 1 ensaio para cada 100 toneladas;
térmica

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1. Controle tecnológico de pavimentos – concreto asfáltico
• Ensaio de penetração – NBR 6576
• Determinado para aferir a consistência do CAP,
servindo como um elemento de caracterização;
• Penetração é a profundidade, em décimos de mm, que
uma agulha de massa padronizada (100 g) penetra
numa amostra de volume padronizado de cimento
asfáltico, por 5 segundos, a temperatura de 25° C;
• A consistência do CAP é tanto maior quanto menor
for a penetração da agulha.

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1. Controle tecnológico de pavimentos – concreto asfáltico
• Ensaio de ponto de fulgor – DNER 148
• Determina a menor temperatura na qual os vapores emanados durante o aquecimento do
material asfáltico se inflamam por contato com uma chama padronizada;
• Ligado à segurança de manuseio do asfalto durante o transporte, estocagem e usinagem;
• Valores de pontos de fulgor do CAP são normalmente superiores a 230 °C.

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1. Controle tecnológico de pavimentos – concreto asfáltico
• Ensaio de espuma
• Não há um ensaio determinado, mas uma avaliação qualitativa;
• O CAP não pode conter água no seu interior, pois quando aquecido, pode formar espuma que
causa explosões, devido a dificuldade do material de liberar as bolhas de água aquecidas,
lançando gotículas de asfalto a longas distâncias;

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1. Controle tecnológico de pavimentos – concreto asfáltico
• Ensaio de viscosidade Saybolt-Furol – DNER
004
• Determina a consistência do cimento
asfáltico, por resistência ao escoamento;
• No Brasil, o viscosímetro mais usado para os
materiais asfálticos é o Saybolt-Furol;
• O valor é determinado pelo tempo que o
material leva para escorrer de um tubo
padronizado para um recipiente, até atingir a
marca de 60 ml a uma temperatura de 135 °C;
• O valor da viscosidade é medido em
Segundos Saybolt-Furol – SSF.

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1. Controle tecnológico de pavimentos – concreto asfáltico

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1. Controle tecnológico de pavimentos – concreto asfáltico
• Ensaio de ponto de amolecimento – NBR 6560
• Medida empírica que correlaciona a temperatura na qual o asfalto amolece quando aquecido
sob certas condições particulares, atingindo uma determinada condição e de escoamento;
• Marca-se a temperatura na qual a mistura de asfalto não suporta mais o peso da bola, no instante
em que o conjunto toca a placa do fundo do conjunto de ensaio.

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1. Controle tecnológico de pavimentos – concreto asfáltico
• Ensaio de suscetibilidade térmica
• Índice que mostra a influência das variações de temperatura na consistência do ligante
asfáltico;
• Propriedade importante, pois se os asfaltos forem muito suscetíveis à variação de estado ou de
propriedades de acordo com a temperatura, não são desejáveis na pavimentação;
• A atual literatura técnica estabelece uma faixa admissível para os cimentos asfálticos de -1,5
a +0,7.

-1,5 ≤ IP ≤ 0,7 Asfalto adequado para pavimentação.


Asfalto oxidado, duro, impróprio para
IP > 0,7
pavimentação.
Asfaltos muito suscetíveis à ação da
IP < -1,5
temperatura, impróprio para pavimentação.

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1. Controle tecnológico de pavimentos – concreto asfáltico
• Ensaio de solubilidade – NBR 14855
• Verificação da solubilidade do asfalto em tricloroetileno;
• Dissolve-se uma amostra do asfalto por um solvente, sendo a mistura filtrada por um frasco ligado
ao vácuo;
• A quantidade de material retida no filtro representa as impurezas no cimento asfáltico;
• Os asfaltos de pavimentação requerem um mínimo de 99% do asfalto solúvel em
tricloroetileno.

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1. Controle tecnológico de pavimentos – concreto asfáltico
• Ensaio de durabilidade – NBR 14736
• Determina os efeitos do envelhecimento do asfalto;
• Os asfaltos sofrem efeitos de envelhecimento de curto prazo (misturas com agregados minerais em
usina) e longo prazo (vida útil do pavimento);
• O ensaio é utilizado para tentar simular o envelhecimento do ligante;
• Consiste em submeter amostras do ligante a um certo tempo de solicitação de temperatura
elevada e jatos de ar, em estufa especial.

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1. Controle tecnológico de pavimentos – concreto asfáltico
• Ensaio de ponto de ruptura de Fraas
• Método para qualificar o asfalto sob condições de temperaturas negativas;
• Consiste em buscar a temperatura que leva o ligante a uma rigidez crítica que resulta em
trincamento;
• Uma placa de aço revestida por uma camada de CAP é submetida a temperaturas decrescentes. A
temperatura que for observada a primeira fissura no CAP é chamada de Temperatura de Fraas.

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1. Controle tecnológico de pavimentos – concreto asfáltico
• Especificações de serviço – condições gerais
• Cimento asfáltico – CAP 30/45, 50/70 ou 85/100;
• Concreto asfáltico pode ser utilizado como revestimento, camada de ligação (binder), base,
regularização ou reforço do pavimento;
• Não é permitida a execução dos serviços, objeto desta especificação, em dias de chuva;
• O concreto asfáltico somente deve ser fabricado, transportado e aplicado quando a
temperatura ambiente for superior a 10ºC;
• Todo carregamento de cimento asfáltico que chegar a obra deve apresentar por parte do
fabricante/distribuidor certificado de resultados de análise dos ensaios de caracterização exigidos
pela especificação, correspondente à data de fabricação ou ao dia de carregamento para
transporte com destino ao canteiro de serviço, se o período entre os dois eventos ultrapassar de 10
dias. Deve trazer também indicação clara da sua procedência, do tipo e quantidade do seu
conteúdo e distância de transporte entre a refinaria e o canteiro de obra.
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1. Controle tecnológico de pavimentos – concreto asfáltico
• Especificações de serviço – composição da mistura

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1. Controle tecnológico de pavimentos – concreto asfáltico
• Especificações de serviço – Execução

Se decorridos mais de 7 dias entre:


• Execução da imprimação;
PINTURA DE
• Trânsito sobre superfície imprimada;
LIGAÇÃO
• Imprimação recoberta com areia/pó de pedra;
Deve ser feita pintura de ligação.

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1. Controle tecnológico de pavimentos – concreto asfáltico
• Especificações de serviço – Execução

Se decorridos mais de 7 dias entre:


• Execução da imprimação;
PINTURA DE
• Trânsito sobre superfície imprimada;
LIGAÇÃO
• Imprimação recoberta com areia/pó de pedra;
Deve ser feita pintura de ligação.
• Deve ser determinada para cada tipo de ligante (temperatura/viscosidade);
TEMPERATURA
• Temperatura conveniente: 75 a 150 SSF, com preferência de 75 a 95 SSF;
DO LIGANTE
• Não deve ser inferior a 107 °C e nem exceder 177 °C.

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1. Controle tecnológico de pavimentos – concreto asfáltico
• Especificações de serviço – Execução

Se decorridos mais de 7 dias entre:


• Execução da imprimação;
PINTURA DE
• Trânsito sobre superfície imprimada;
LIGAÇÃO
• Imprimação recoberta com areia/pó de pedra;
Deve ser feita pintura de ligação.
• Deve ser determinada para cada tipo de ligante (temperatura/viscosidade);
TEMPERATURA
• Temperatura conveniente: 75 a 150 SSF, com preferência de 75 a 95 SSF;
DO LIGANTE
• Não deve ser inferior a 107 °C e nem exceder 177 °C.
AGREGADOS • Aquecidos de 10 a 15 °C acima do ligante, sem exceder 177 °C.

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1. Controle tecnológico de pavimentos – concreto asfáltico
• Especificações de serviço – Execução

Se decorridos mais de 7 dias entre:


• Execução da imprimação;
PINTURA DE
• Trânsito sobre superfície imprimada;
LIGAÇÃO
• Imprimação recoberta com areia/pó de pedra;
Deve ser feita pintura de ligação.
• Deve ser determinada para cada tipo de ligante (temperatura/viscosidade);
TEMPERATURA
• Temperatura conveniente: 75 a 150 SSF, com preferência de 75 a 95 SSF;
DO LIGANTE
• Não deve ser inferior a 107 °C e nem exceder 177 °C.
AGREGADOS • Aquecidos de 10 a 15 °C acima do ligante, sem exceder 177 °C.
• Caminhões basculantes devem ser lubrificados com óleo parafínico, solução
TRANSPORTE de cal, óleo cru fino, entre outros;
• Carregamentos devem ser cobertos por lona.

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1. Controle tecnológico de pavimentos – concreto asfáltico
• Especificações de serviço – Execução

Se decorridos mais de 7 dias entre:


• Execução da imprimação;
PINTURA DE
• Trânsito sobre superfície imprimada;
LIGAÇÃO
• Imprimação recoberta com areia/pó de pedra;
Deve ser feita pintura de ligação.
• Deve ser determinada para cada tipo de ligante (temperatura/viscosidade);
TEMPERATURA
• Temperatura conveniente: 75 a 150 SSF, com preferência de 75 a 95 SSF;
DO LIGANTE
• Não deve ser inferior a 107 °C e nem exceder 177 °C.
AGREGADOS • Aquecidos de 10 a 15 °C acima do ligante, sem exceder 177 °C.
• Caminhões basculantes devem ser lubrificados com óleo parafínico, solução
TRANSPORTE de cal, óleo cru fino, entre outros;
• Carregamentos devem ser cobertos por lona.
DISTRIBUIÇÃO • Irregularidades devem ser sanadas pela adição manual de concreto
DA MISTURA asfáltico.

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1. Controle tecnológico de pavimentos – concreto asfáltico
• Especificações de serviço – Execução

Se decorridos mais de 7 dias entre:


• Execução da imprimação;
PINTURA DE
• Trânsito sobre superfície imprimada;
LIGAÇÃO
• Imprimação recoberta com areia/pó de pedra;
Deve ser feita pintura de ligação.
• Deve ser determinada para cada tipo de ligante (temperatura/viscosidade);
TEMPERATURA
• Temperatura conveniente: 75 a 150 SSF, com preferência de 75 a 95 SSF;
DO LIGANTE
• Não deve ser inferior a 107 °C e nem exceder 177 °C.
AGREGADOS • Aquecidos de 10 a 15 °C acima do ligante, sem exceder 177 °C.
• Caminhões basculantes devem ser lubrificados com óleo parafínico, solução
TRANSPORTE de cal, óleo cru fino, entre outros;
• Carregamentos devem ser cobertos por lona.
DISTRIBUIÇÃO • Irregularidades devem ser sanadas pela adição manual de concreto
DA MISTURA asfáltico.
ABERTURA • Devem ser mantidos sem tráfego até seu completo resfriamento.

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E-MAIL: marcelo.morais@ufac.br

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