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Rodovias III

Aula 12

Dimensionamento de pavimentos rígidos

Prof. Francisco Dalla Rosa

1
Introdução
 Dimensionamento realizado baseando-se em
critérios de:
 Fadiga do concreto, quando sob ação de cargas repetidas;
 Erosão do pavimento;
 Escalonamento das juntas;
 Estes critérios permitem uma avaliação realística do
comportamento mecânico do pavimento e dos
fenômenos que levam ao seu colapso.

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Aspectos considerados no projeto
 A influência das sub-base estáveis, sobretudo as tratadas com
cimento;
 A maneira como ocorre a transferência de carga nas bordas da
placa e juntas do concreto;
 A possível ocorrência de contato parcial entre o pavimento e
a sua fundação;
 A ação de diferentes distribuições de tráfego, com relação à
geometria das placas;
 Os efeitos do empenamento térmico e higroscópico do
concreto no nível de tensões;
 A adoção de reservatórios de selante capazes de otimizar
eficiência das juntas, ocasionando uma melhor durabilidade.

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Metodologia do DNIT/IPR-714
 Portland Cement Association (PCA):
 Modelo de Fadiga do Concreto;
 Sistema de análise estrutural, relacionado a situação de
placas elásticas apoiadas em fundação contínua;
 Modelo de erosão, onde é avaliado o escalonamento,
através de análise de elementos finitos;
 Dimensionamento de pavimentos de concreto
estruturalmente armados, baseados na determinação das
tensões atuantes e do momentos fletores, seguindo o
modelo proposto por Westergaard e com o auxílio dos
ábacos de influência apresentados por Pickett e Ray.

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Metodologia do DNIT/IPR-714
 Portland Cement Association (PCA):
 Dimensionamento de pavimentos de concreto
estruturalmente armados, baseados na determinação das
tensões atuantes e do momentos fletores, seguindo o
modelo proposto por Westergaard e com o auxílio dos
ábacos de influência apresentados por Pickett e Ray.
 O cálculo estrutural é realizado considerando o Estádio III,
seguindo as recomendações da NBR 6118, e a utilização de telas
de aço CA-60. A resistência do concreto deverá ser superior a 25
MPa, de maneira a promover adequada resistência ao desgaste.

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Características do subleito
 De maneira geral, deve-se avaliar com
cuidado as transições bruscas das
características do subleito, dando ênfase
especial a presença de solos expansivos e de
camadas espessas de argila mole.

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Características do subleito
 Para o dimensionamento da espessura do
pavimento rígido, o subleito é avaliado
através de um parâmetro relativo denominado
Coeficiente de Recalque (k), ou Módulo de
Reação ou Módulo de Westergaard.
 Definido através de prova de carga estática
(Prova de carga em placa com diâmetro superior
a 76 cm)
 Através de relações com o tipo do solo
(Empírico)
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Relação aproximada entre o tipo do
solo do subleito e o coeficiente k
Tipo de solo Coeficiente de recalque (k)
(AASHTMO M MPa/m kgf/cm²/cm
A1-a >110 >11,0
A1-b 70 - 85 7,0 - 16,5
A2-4, A2-5 >80 >8,0
A2-6, A2-7 50 - 90 5,0 - 9,0
A3 55 - 90 5,0 - 9,1
A4 25 - 80 2,5 - 8,0
A5 <50 <5,0
A6 <60 <6,0
A7-5, A7-6 <61 <6,1
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Avaliação do
coeficiente de
recalque em
função do
valor do CBR

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Projeto da sub-base
 Camada delgada, intercalada entre o pavimento e o
subleito com as seguintes funções:
 Uniformizar o suporte disponível ao longo da faixa do
pavimento;
 Evitar os efeitos das alterações excessivas de volume dos
solos do subleito;
 Eliminar a ocorrência do fenômeno de bombeamento de
finos plásticos, que possam estar presentes no solo de
fundação, quando da presença e água em excesso e cargas
pesadas.

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Recomendações para evitar o
bombeamento de finos
 Adotar obrigatoriamente a intercalação de uma sub-base para
um tráfego com mais de 300 a 400 veículos comerciais por
dia, por faixa de tráfego;
 Utilizar materiais que atendam aos seguintes requisitos:
 Dimensão máxima característica do agregado igual o inferior a 1/5 da
espessura da sub-base;
 A porcentagem de material passando na peneira ABNT 0,075 mm
deverá ser igual ou menor do 35%;
 O IP ≤ 6%;
 O LL máximo de 25%;
 A granulometria do material deverá permitir que após a execução e
consolidação do pavimento seja a menor possível.

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Controle de subleitos expansivos
 Em locais com ocorrência de solos
expansivos, recomenda-se a execução de uma
camada de isolamento, composta de material
não suscetível a variações volumétricas com
espessuras alternando entre 15 cm a 50 cm.

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Tipos de sub-base
Sub-bases Granulometria fechada
granulares Granulometria aberta
Solo-cimento
Sub-Base Solo melhorado com cimento
para Com cimento
Brita graduada tratada com cimento
pavimentos
Sub-bases
de concreto Concreto rolado
tratadas
Asfalto
Com outros aditivos Cal
Pozolana

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Faixas granulométricas recomendadas
para sub-base

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Avaliação do
coeficiente
de recalque
utilizando
sub-base
granular
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Avaliação do
coeficiente
de recalque
utilizando
sub-base de
brita tratada
com cimento
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Avaliação do
coeficiente
de recalque
utilizando
sub-base de
solo-cimento
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Avaliação do
coeficiente
de recalque
utilizando
sub-base de
solo-cimento
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Exemplo
 Determinar o coeficiente k para um solo com
CBR igual a 8%;
 Determinar o coeficiente k para o mesmo
solo, porém com uma sub-base de brita
graduada com espessura de 15 cm

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Dimensionamento da espessura do
pavimento rígido
 Portland Cement Association (PCA-1984) baseia-se
em 4 critérios:
 Em estudos teóricos clássicos desenvolvidos para placas
de concreto em conjunto com modernas considerações de
elementos finitos;
 Ensaios de laboratório e em modelos para avaliar o
comportamento de juntas, sub-bases e acostamentos no
desempenho de pavimentos de concreto,
 Pistas experimentais, especialmente da AASHTO e de
órgãos rodoviários e aeroportuários;
 Observações do pavimento em serviço.

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Tipos de pavimentos rígidos
 Pavimentos de concreto simples:
 Não possui nenhuma espécie de aço, havendo a
transferência de carga única e exclusivamente pelo
entrosamento dos agregados;
 Pavimentos de concreto simples com barras de
transferência:
 Compostos por um sistema artificial de transmissão de
carga, formado por barras curtas de aço liso, dispostas a
meia seção das juntas transversais e comprimentos
característicos entre 9 a 12 metros

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Tipos de pavimentos rígidos
 Pavimentos de concreto com armadura
distribuída descontínua:
 Barras de aço sob a forma de armadura
distribuída, que é interrompida antes de cada
junta transversal, sendo obrigatório o uso de
barras de transferência, a qual somente terá a
finalidade de controlar as fissuras que se formem
entre duas juntas. Placas com grande
comprimento, podendo chegar a 30 metros

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Tipos de pavimentos rígidos
 Pavimentos de concreto com armadura
distribuída contínua:
 Não há juntas transversais de retração;
 Armadura bastante pesada;
 Comprimento das placas é igual a extensão diária
construída;
 Pouco utilizado no Brasil.

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Parâmetros de dimensionamento
 Fadiga

Relação de tensões
= Tensão de tração
na flexão /
Resistência
característica a
tração do concreto.

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Relação de tensões e o número
admissível de repetições
N. Adimissível N. Adimissível
Relação de Relação de
de repetições de de repetições de
tensões (*) tensões (*)
carga carga
0,50 ilimitado 0,68 3500
0,51 400.000 0,69 2500
0,52 300.000 0,7 2000
0,53 240.000 0,71 1500
0,54 180.000 0,72 1100
0,55 130.000 0,73 850
0,56 100.000 0,74 650
0,57 75.000 0,75 490
0,58 57.000 0,76 360
0,59 42.000 0,77 270
0,60 32.000 0,78 210
0,61 24.000 0,79 160
0,62 18.000 0,8 120
0,63 14.000 0,81 90
0,64 11.000 0,82 70
0,65 8.000 0,83 50
0,66 6.000 0,84 40
0,67 4.500 0,85 30
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Ábaco para
dimensionamento
– eixo simples
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Ábaco para
dimensionamento
– eixo tandem
duplo
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Ábaco para
dimensionamento
– eixo tandem
triplo
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Tabela para cálculo do consumo de
resistência por fadiga - Exercício
Espessura h MR28 k
(cm) 20 (kgf/cm²) 42 (kgf/cm²/cm) 8 FSC 1,2
Col 1 Col 2 Col 3 Col 4 Col 5 Col 6 Col 7
Carga por Consumo
Tensões
eixo Número de Número de de
Carga por de tração Relação
corrigida repetições repetições resistência
eixo Q' (tf) na placa t/MR28 permissíveis
Q=Q'.FSC previstas à fadiga -
(kgf/cm²)
(tf) CRF - (%)
Eixo simples
11 13,2 21,0 0,50 ilimitado 15960 0%
10 12,0 19,0 0,45 ilimitado 84600 0%
9 10,8 18,0 0,43 ilimitado 212620 0%
CRFes Sub-total: 0%
Eixo tandem duplo
18 21,6 20,6 0,49 ilimitado 13500 0%
16 19,2 18,2 0,43 ilimitado 57210 0%
CRFtd - Sub-total: 0%
CRF Total: 0%

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Tabela para cálculo do consumo de
resistência por fadiga - Exercício
k
Espessura MR28
(kgf/cm²/c
h (cm) 18 (kgf/cm²) 42 8 FSC 1,2
m)
Col 1 Col 2 Col 3 Col 4 Col 5 Col 6 Col 7
Número
Carga por Número
Tensões de
Carga por eixo de Consumo de
de tração Relação repetiçõe
eixo Q' corrigida repetiçõe resistência à fadiga -
(tf) Q=Q'.FSC
na placa 
t/MR28
s
s CRF - (%)
(kgf/cm²) permissív
(tf) previstas
eis
Eixo simples

CRFes Sub-total:
Eixo tandem duplo

CRFtd - Sub-total:
CRF Total:

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