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30/10/2023

Aula 08

TOPOGRAFIA NA TERRAPLENAGEM

PROF. ME. ENG. CIVIL ANDRÉ CAMPOS COLARES BOTELHO


DISCIPLINA: TOPOGRAFIA
FEMA – ASSIS/ SP

DEFINIÇÃO DE TERRAPLENAGEM
Qualquer trabalho que tenha por fim modificar o relevo natural de um
terreno por meio de cortes ou aterros.

Portanto é o conjunto das operações de escavação, carga, transporte,


descarga, espalhamento, umidificação ou aeração, homogeneização e
compactação de solos, aplicadas na construção de aterros e cortes, dando
suporte à superfície do terreno a forma projetada para construção do
empreendimento.

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DEFINIÇÃO DE TERRAPLENAGEM
− ESCAVAÇÃO: é um processo empregado para romper a compacidade do solo em seu
estado natural tornando possível o seu manuseio.

− CARGADO MATERIAL ESCAVADO: corresponde ao enchimento da caçamba ou ao


acúmulo diante da lâmina da máquina, do material escavado.

− TRANSPORTE: é a movimentação de terra do local escavado (origem) para o local


onde será depositado em definitivo e posterior retorno do equipamento descarregado.

− DESCARGA E ESPALHAMENTO: é a execução do aterro propriamente dito, seguido da


operação de adensamento do solo.

DEFINIÇÃO DE TERRAPLENAGEM

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DEFINIÇÃO DE TERRAPLENAGEM
O motivo para realizar terraplenagem é que o terreno natural não é adequado ao
tráfego de veículos, ou seja, o terreno é:

– Irregular, não permite velocidade compatível com a de projeto;

– Curvatura não permite visibilidade suficiente;

– Não possui condições de drenagem;

– Não tem resistência à carga de projeto dos veículos;

– Inclinação muito forte o que não permite um bom desempenho ou impossibilita o


deslocamento dos veículos no terreno

SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM
Cortes
Cortes são segmentos que requerem escavação no terreno natural para se
alcançar a linha do greide projetado, definindo assim transversal e
longitudinalmente o corpo estradal.
O greide de uma estrada é o conjunto das alturas a que deve obedecer o perfil
longitudinal da estrada quando concluída. Assim sendo, o perfil longitudinal do
projeto do eixo da estrada é denominado greide. Eles são classificados em retos e
curvos.

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SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM

SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM
Cortes
As operações de corte compreendem:
Escavação dos materiais constituintes do
terreno natural até a plataforma de
terraplenagem definida pelo projeto

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SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM
Cortes
Escavação para rebaixamento do
leito de terraplenagem, nos casos
em que o subleito for constituído
por materiais julgados
inadequados

SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM
Cortes
Escavação nos terrenos de fundação de aterros com declividade excessiva
(comuns nos alargamentos de aterros existentes) para que estes proporcionem
condições para trabalho dos equipamentos e estabilidade às camadas a serem
sobrepostas.

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SERVIÇOS DE
TERRAPLENAGEM
Cortes
Alargamentos além do necessáriopara
em
algumas
possibilitarporções
a de cortes
utilização de
equipamentos normais (comuns nos
casos de escavações em cortes já
existentes)
Transporte dos materiais escavados
para aterros ou bota-foras.

SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM
Aterros
Aterros constituem segmentos cuja implementação requer o depósito de
materiais, para a composição do corpo estradal segundo os gabaritos de projeto.
Os materiais de aterro se originam dos cortes e dos empréstimos.
As operações de aterro compreendem a descarga, o espalhamento, a
correção da umidade (umedecimento ou aeração) e a compactação dos
materiais escavados, para confecção do corpo e da camada final dos aterros
propriamente ditos, bem como para substituição de volumes retirados nos
rebaixamentos de plataforma em cortes ou nos terrenos de fundação dos
próprios aterros.

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SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM

CÁLCULO DE VOLUMES
Em um projeto de terraplenagem, uma das principais metas é encontrar uma
solução que permita a construção de uma estrada com o menor movimento de
terras possível, cumprindo as normas vigentes para um traçado racional.
O custo do movimento de terra é significativo em relação ao custo total da
estrada.
O equilíbrio entre volumes de cortes e aterros, minimizando empréstimos
e/ou bota-foras acarreta em menores custos de terraplenagem.
Os que mais pesam na composição do custo final da terraplenagem são:
escavação (m³), transporte (m³/km) e compactação (m³ de aterro pronto).

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SEÇÕES TRANSVERSAIS DO TERRENO


Após o projeto do greide, da
superelevação (inclinação da seção transversal
de uma pista de rolamento - em relação ao
eixo da estrada) e da superlargura
(alargamento que se dá às faixas de rolamento
nos trechos curvos – aumenta segurança),
temos a definição da plataforma da estrada.
Plataforma, terreno natural, taludes e bermas
formam o polígono chamado de seção
transversal do projeto, que deve ser calculada
para cada estaca do projeto.

CÁLCULO DAS ÁREAS DAS SEÇÕES


O cálculo das áreas das seções transversais do projeto é o primeiro passo para
a obtenção dos volumes. Quando a seção é totalmente em corte ou em aterro,
calcula-se simplesmente a área do polígono e com este valor calcula-se o volume
de corte ou de aterro.
Se a seção é mista, devem-se obter as áreas de corte e aterro de forma
independente.
O cálculo das áreas pode ser feito por qualquer método informatizado.

-Método das alturas ponderadas e


-Cota de passagem;

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MÉTODO DAS ALTURAS PONDERADAS


Este método baseia-se na decomposição de um sólido
cujo volume deseja-se calcular em sólidos menores, mais
fáceis de calcular o volume. Estes sólidos são normalmente de
base quadrada ou triangular. Sua utilização típica é em
escavações (cortes), podendo no entanto também ser
aplicado a volume de barragens e outras obras de
engenharia.

Para realizar o cálculo do volume vamos fazer a seguinte


consideração: imaginemos um sólido de base quadrada e área
igual a Q e arestas verticais com alturas Z1, Z2, Z3 e Z4.

MÉTODO DAS ALTURAS PONDERADAS


O volume deste sólido será dado pelo produto da área da base pela média das
alturas das arestas, conforme mostra a equação abaixo.

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MÉTODO DAS ALTURAS PONDERADAS


Na prática o terreno é dividido em uma malha regular e cada ponto desta malha
tem a sua cota calculada por algum método de nivelamento. Então é definida a cota
de escavação, ou seja a cota em que o terreno deverá ficar após a retirada do
material. A partir destas informações é possível calcular as alturas dos sólidos para
o cálculo do volume.

Vamos imaginar que queremos calcular o volume de corte de um terreno


hipotético de 10x10m, cujas cotas dos cantos são dadas na figura a seguir. Num
primeiro momento queremos calcular o volume de corte necessário para deixar o
terreno plano na cota 85m e depois 84m.

MÉTODO DAS ALTURAS PONDERADAS

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MÉTODO DAS ALTURAS PONDERADAS


No primeiro caso vamos ter que calcular o
volume de um sólido. Observe que para o ponto A
o sólido terá uma aresta igual a 2m, resultado da
diferença entre a cota do ponto A no terreno
(87m) e a cota do plano em que vai ficar o terreno
(85m). Para os demais pontos o raciocínio é o
mesmo para a determinação das alturas da s
arestas do sólido. Para o primeiro caso o volum e
de escavação será de 225m3 e para o segundo d e
325m3.

MÉTODO DAS ALTURAS PONDERADAS


Subdivide-se o terreno em planta em quadrículas com 10 ou 20 m de lado, definindo
automaticamente a área Q.

Calcula-se para cada vértice do quadriculado a diferença entre a cota do terreno


natural e a cota final da escavação.

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MÉTODO DAS ALTURAS PONDERADAS


Ex1: Para a malha quadrada abaixo, de lado igual a L, calcular o volume de corte.
São dadas as alturas de cada um dos sólidos.

MÉTODO DAS ALTURAS PONDERADAS

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MÉTODO DAS ALTURAS PONDERADAS

MÉTODO DAS ALTURAS PONDERADAS


Esta última equação seria o resultado do exemplo. Podemos notar que os pontos que entram

somente no cálculo de um sólido recebem peso 1 (ponto A por exemplo), pontos que entram no
cálculo do volume de dois sólidos peso 2 (pontos B e F) e finalmente, para pontos utilizados no
cálculo do volume de 3 sólidos peso 3 (ponto E). A partir desta dedução é possível chegar a uma
fórmula geral para o cálculo do volume através do método das alturas ponderadas:

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MÉTODO DAS ALTURAS


PONDERADAS
Onde os pesos 1, 2, 3 e 4 correspondem:
1 – pontos localizados nos cantos da malha
2 – pontos localizados nas bordas da malha
3 – pontos localizados em cantos reversos da malha
4 – pontos localizados no interior da malha

MÉTODO DAS ALTURAS PONDERADAS


A figura abaixo mostra os pesos que cada tipo de vértice recebe, conforme visto
anteriormente.

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MÉTODO DAS ALTURAS PONDERADAS


Para a determinação da malha no terreno procederemos da seguinte forma: a
primeira etapa é a quadriculação do terreno (figura a). Esta etapa pode ser
realizada somente a trena ou com auxílio de um instrumento como um teodolito
ou estação total. No exemplo a seguir os pontos da malha foram materializados
por piquetes. Depois faz-se a determinação das cotas ou altitudes dos pontos,
através de algum método de nivelamento (figura b). Finalmente após a escavação
teremos o terreno na forma requerida pelo projeto (figura c).

Muito usado para medir o volume em área de empréstimo!

MÉTODO DAS ALTURAS PONDERADAS

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MÉTODO DAS ALTURAS PONDERADAS


Ex2: Calcular o volume de corte para a malha dada abaixo. A cota de escavação é
100,00 m e o lado da malha quadrada mede 20 m. São dadas as cotas, em metros,
de cada um dos vértices da malha.

MÉTODO DAS ALTURAS PONDERADAS

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MÉTODO DAS ALTURAS PONDERADAS


1º: Defina-se inicialmente os
pesos de cada pontos da malha.

Nesse exemplo:

 Triângulo = peso 1 (cantos)

 Círculo = peso 2 (bordas)

 Estrela = peso 3 (canto inverso)

 Quadrado = peso 4 (interior)

MÉTODO DAS ALTURAS PONDERADAS


2º: Defina-se inicialmente os pesos de cada pontos da malha.

Nesse exemplo:

 Triângulo = 16,70 + 7,40 + 11,20 + 5.30 – 0,40 = 40,20 m

 Círculo = 14,60 + 12,70 + 10,80 + 9,10 + 14,50 + 5,20 + 12,80 + 3,50 + 9,50 + 1,60 + 3,20
+ 1,40 = 98,9 m

 Estrela = 7,00 m

 Quadrado = 2,70 + 10,90 + 9,10 + 7,20 + 11,10 + 9,20 + 7,10 + 5,00 + 5,00 + 3,30 =
80,60 m

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MÉTODO DAS ALTURAS PONDERADAS


3º: Realizam-se o somatório da média ponderada.

Nesse exemplo:

 Triângulo = peso 1 = 1 * 40,20 = 40,20 m

 Círculo = peso 2 = 2 * 98,9 = 197,80 m

 Estrela = peso 3 = 3 * 7,00 = 21,00 m

 Quadrado = peso 4 = 4 * 80,60 = 322,40 m

Assim: ∑pesos = 40,20 + 197,80 + 21,00 + 322,40 = 581,40 m

MÉTODO DAS ALTURAS PONDERADAS


4º: Aplicação da equação.

V = 1/4 * ∑pesos * Q

V = 1/4 * 581,40 * 20 * 20

V = 58.140,00 m³

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COTA DE PASSAGEM
Em alguns casos pode ser necessário que o volume de
corte seja igual ao volume de aterro. Imaginemos que
calculamos para o sólido formado pelas cotas A, B, C e D o
volume de corte para uma determinada cota de escavação.
Agora queremos calcular qual seria a cota para a qual o
volume de corte seja igual ao volume de aterro - COTA DE
PASSAGEM – Cp. Neste caso o volume do sólido ABCD tem
que ser igual ao volume final do paralelogramo formado.
Assim, como a área da base e o volume são os mesmos para
ambos os casos, o que vai mudar é cota de escavação.

COTA DE PASSAGEM

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COTA DE PASSAGEM
Então para uma cota de escavação Co encontramos um volume Vo. Agora
queremos calcular um valor de cota de passagem (Cp) para qual o volume de
corte compensaria o volume de aterro.

Vo = S . h , onde S = área da base

h = Vo / S

Este valor de h está referenciado ao plano de cota Co, então o valor final da
cota de passagem será:

Cp = Co + h → Cp = Co + Vo/S

COTA DE
PASSAGEM
Vamos então verificar esta fórmula.
Para o exemplo 02, utilizando uma cota
de escavação de 100 m o volume final de
escavação seria 58.140,00 m³.
Lembrando que o espaçamento da
malha é de 20 m e que área total da
mesma é de 7.200,00 m² (20,00 m *
20,00 m * 18 unidades), vamos calcular a
cota de passagem para este caso.

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COTA DE
PASSAGEM
Cp = Co + Vo/S

Cp = 100 + (58.140,00 / 7.200,00)

Cp = 108,075 m

Isto significa que realizando o


cálculo do volume para esta cota de
escavação, o volume final deverá ser
igual a zero.

COTA DE PASSAGEM
Cp = 108,075 m

Peso 01 = -0,175 m

Peso 02 = 4,000 m

Peso 03 = -3,225 m

Peso 04 = -0,600 m
∑pesos = 0,00 m

V = 0 m³.

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Ex3. Calcular o volume de corte e a cota de passagem para a malha dada abaixo.
A cota de escavação é 100m e o lado da malha quadrada mede 20 m. São dadas
as cotas, em metros, de cada um dos vértices da malha.

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