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ESTRADAS II

Prof. Raphael Santos


ESTRADAS II
1. INTRODUÇÃO
2. MECÂNICA DOS SOLOS APLICADA À GEOTECNIA DE ESTRADAS
3. RUÍNAS DO PAVIMENTO
4. ENSAIOS PARA A DETERMINAÇÃO DO COMPORTAMENTO DOS MATERIAIS
5. CAMADAS DOS PAVIMENTOS
6. CARREGAMENTO VEICULAR
7. DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS
8. ANÁLISE DOS PAVIMENTOS
9. DEFEITOS E REPAROS EM PAVIMENTOS
2
2 - MECÂNICA DOS SOLOS APLICADA À GEOTECNIA DE ESTRADAS

2.1. Conceitos básicos e suas aplicações


2.2. Construção de aterros rodoviários
2.3. Controle de compactação dos solos

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2 - INTRODUÇÃO

O estudo de solos para finalidades de pavimentação é


fundamental tanto do ponto de vista de análise de materiais
como de análise de projetos.

“Não existe pavimento sem fundação, ou seja, sem subleito”

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2 - INTRODUÇÃO

Também existem possibilidades de emprego de solos em bases,


sub-bases e reforços de subleito, razão pela qual qualquer estudo
relacionado à pavimentação não prescinde jamais de um estudo
adequado dos solos empregados nas obras.

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2 - INTRODUÇÃO

O estudo de solos para finalidades rodoviárias no Brasil exige,


naturalmente, conhecimentos da Mecânica dos Solos tradicional,
como o conhecimento e discernimento das peculiaridades da
formação e comportamento dos solos em clima tropical úmido.

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2.1 Conceitos básicos e suas aplicações

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2.1 Conceitos básicos e suas aplicações

A Geotecnia é considerada como a parte da Engenharia Civil que


utiliza os conhecimentos da Engenharia no Projeto e Construção
de obras que dependam do comportamento de Solos e/ou
Rochas (NUGEO, 2010).

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2.1 Conceitos básicos e suas aplicações

Geotecnia é a área do conhecimento que pesquisa qualquer


empreendimento que interfere diretamente no meio físico
geológico, ou que usa materiais geológicos naturais como
elementos construtivos (SANTOS, 2011).

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GEOTECNIA INFRAESTRUTURA
VIÁRIA VIÁRIA

MECÂNICA DOS SOLOS


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Estruturas

Engenharia Civil
Construção civil

Hidráulica

Geotecnia

Transportes
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2.1 Conceitos básicos e suas aplicações

A geotecnia se subdivide em GEOTECNIA BÁSICA e Geotecnia Aplicada.

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2.1 Conceitos básicos e suas aplicações

A GEOTECNIA APLICADA envolve estudos em engenharia de:

➢ Barragens ➢ Mineração
➢ Túneis ➢ Edifícios
➢ Taludes ➢ Aterros
➢ Rodovias ➢ Escavações
➢ Linhas de transmissão ➢ E outros...

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Eng. Geotécnico ou Eng. Especialista em Geotecnia

➢ Definição das soluções de engenharia e dimensionamentos


na fase de projeto e plano de obra, zelando pela
compatibilidade entre as soluções e o comportamento do
solo.

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Exemplos de Áreas da Geotecnia:

➢ Geotecnia de Fundações
➢ Geotecnia de Taludes

➢ Geotecnia de Pavimentos

➢ Geotecnia Aplicada à Mineração

➢ Geotecnia de Barragens

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Aplicações

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Aplicações

17
Aplicações

18
Aplicações

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Destaca-se a importância do acompanhamento técnico das obras,
amparado pelas especificações técnicas, através do controle
tecnológico e critério de aceitação, com a finalidade de realizar
uma obra de engenharia estável, durável, econômica e segura.

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Problemas

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Fundamentos de mecânica dos solos

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Fundamentos de mecânica dos solos

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Compactação

Compactar um material significa torná-lo mais denso ou seja,


diminuir o volume de vazios ou índices (ar intersticial), com
pequena ou nenhuma variação do teor de umidade.

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Compactação
• Aumento da densidade
OBJETIVOS ➔
• Diminuição do índices de vazios

• Redução de recalques futuros


CONSEQUÊNCIAS ➔ • Aumento da resistência ao cisalhamento
• Redução da permeabilidade
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Ensaios de Compactação em laboratório

Os fundamentos da teoria de
compactação são relativamente recentes
(início da década de 30) e foram
estabelecidos a partir dos trabalhos
pioneiros do Eng. Ralph R. Proctor.

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Ensaios de Compactação em laboratório

O objetivo é determinar para uma


dada energia de compactação
aplicada, a quantidade de água a
ser incorporada ao solo (“umidade
ótima”), de forma a se obter o
estado correspondente a sua
densidade seca máxima.
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Ensaios de Compactação em laboratório

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Ensaios de Compactação em laboratório

No Ensaio de Proctor um soquete é aplicado várias vezes sobre


uma amostra de solo acondicionada em um molde, sendo
especificados os seguintes parâmetros de ensaio: massa do
soquete, altura de queda do soquete, número de golpes, número
de camadas e volume do solo compactado.

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Acréscimo de Água e homogeneização.

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Colocação do Solo no Cilindro Padrão.

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Compactação do solo com soquete padrão.

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Energia de Compactação

nxNxPxH
E=
V

E - energia a ser aplicada na amostra de solo


n - número de camadas a serem compactadas no cilindro de moldagem
N - número de golpes aplicados por camada
P - peso do pilão
H - altura de queda do pilão
V - volume do molde
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Valores médios de teor de umidade ótimo e massa específica
aparente seca máxima dos solos, conforme granulometria.

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2.2 Construção de aterros rodoviários

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2.2 Construção de aterros rodoviários

Segmentos de rodovia cuja implantação requer depósito de materiais


provenientes de cortes e/ou de empréstimos no interior dos limites das
seções de projeto (Offsets) que definem o corpo estradal, o qual
corresponde à faixa terraplenada.

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2.2 Construção de aterros rodoviários

Corpo do aterro
Parte do aterro situado sobre o terreno natural até 0,60 m abaixo da cota
correspondente ao greide da terraplenagem.

Camada final
Parte do aterro constituída de material selecionado, situado entre o greide
da terraplenagem e o corpo do aterro.
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2.2 Construção de aterros rodoviários

Os materiais a serem utilizados na execução dos aterros serão


provenientes das escavações referentes à execução dos cortes e da
utilização de empréstimos, devidamente caracterizados e selecionados
com base nos Estudos Geotécnicos desenvolvidos através do Projeto de
Engenharia.

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2.2 Construção de aterros rodoviários

Tais materiais, que ordinariamente deverão se enquadrar nas classificações


de 1ª e 2ª categorias deverão atender a vários requisitos, em termos de
características mecânicas e físicas:

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2.2 Construção de aterros rodoviários

▪ Ser isento de matérias orgânicas, micáceas e diatomáceas. Não deverão


ser constituídos de turfas ou argilas orgânicas.
▪ Para efeito de execução do corpo do aterro, apresentar capacidade de
suporte adequada ( ISC ≥ 2%) e expansão menor ou igual a 4%.
▪ Para efeito de execução da camada final dos aterros, apresentar as
melhores qualidades disponíveis. Deverá apresentar expansão menor
ou igual a 2%.
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2.2 Construção de aterros rodoviários

▪ Em regiões onde houver ocorrência de materiais rochosos e na falta de


materiais de 1ª e/ou 2ª categoria admite-se, desde que devidamente
especificado no projeto de engenharia, o emprego destes materiais de
3ª categoria (rochas), atendidas as condições prescritas no projeto de
engenharia.

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Equipamentos - construção de aterros

A execução dos aterros deverá prever a utilização racional de equipamento


apropriado, atendidas as condições locais e a produtividade exigida.

Poderão ser empregados tratores de lâmina, escavo-transportadores,


moto-escavo-transportadores, caminhões basculantes, motoniveladoras,
rolos lisos, de pneus, pés de carneiro, estáticos ou vibratórios.

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Equipamentos - construção de aterros

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Etapas da construção de aterros

A. Escavação
B. Descarga
C. Espalhamento
D. Homogeneização e correção da umidade
E. Compactação
F. Acabamento

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Etapas da construção de aterros - Escavação

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Etapas da construção de aterros - Escavação

No caso de haver dois ou mais materiais a serem utilizados, procede-se a


mistura dos materiais.

• Prévia: Através de centrais de mistura (fixas ou móveis) e posterior


transporte para a pista.

• Na pista: Somente quando impossibilitado o uso de centrais de mistura.


Utiliza-se motoniveladora ou pulvimisturador.
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Etapas da construção de aterros - Descarga

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Etapas da construção de aterros - Descarga

O lançamento do material para a construção dos aterros deve ser feito em


camadas sucessivas, em toda a largura da seção transversal, e em extensões
tais que permitam seu umedecimento e compactação de acordo com o
previsto no projeto de engenharia.

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Etapas da construção de aterros - Descarga

Espessura da camada compactada

Corpo dos aterros ≤ 0,30 m.

Camadas finais ≤ 0,20 m.

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Etapas da construção de aterros - Espalhamento
Homogeneização mediante ação combinada de grade de discos e
motoniveladora. Devem ser removidos materiais estranhos ou fragmentos
de tamanho excessivo.

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Etapas da construção de aterros - Correção da umidade

Umedecer a camada através de caminhão-tanque irrigador ou aerar o


material com uso de grade de discos e da motoniveladora, para que o
material atinja a umidade especificada.

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Etapas da construção de aterros - Correção da umidade

O controle da umidade na pista normalmente é feito por:

➢ Método da frigideira (menor precisão e custo)

➢ Método do Speedy (maior precisão e custo)

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Grades de disco

Equipamentos que objetivam homogeneizar ou baixar o teor de umidade


dos solos, previamente à compactação, para que esta se dê nas condições
ótimas definidas no ensaio de compactação pertinente.

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Caminhões irrigadores

Equipamentos que objetivam distribuir água sobre uma camada de solo,


para aumentar o seu teor de umidade, a ponto de atingir-se as condições
ótimas de umidade já citadas, requeridas para uma boa compactação.

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Etapas da construção de aterros - Compactação

Operação por processo manual ou mecânico, destinada a reduzir


o volume dos vazios de um solo ou outro material, com a
finalidade de aumentar-lhe a massa específica, resistência e
estabilidade.

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Etapas da construção de aterros - Compactação

A aplicação de energia no campo pode ser feita:

➢ PRESSÃO

➢ IMPACTO

➢ VIBRAÇÃO
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Etapas da construção de aterros - Compactação

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PÉ DE CARNEIRO
PÉ DE CARNEIRO VIBRATÓRIO
ROLO LISO VIBRATÓRIO

ROLO DE PNEUS LEVE

ROLO DE PNEUS PESADO


ROLO DE GRADE
ROLO LISO METÁLICO ESTÁTICO
ROLO DE PLACAS

ROLO COMBINADO

Fonte: Adaptado de Autor desconhecido. 65


Etapas da construção de aterros - Compactação

- Trechos em tangente: Deve ser feita dos bordos para o eixo.

1
2 EIXO
4
3

- Trechos em curva: Deve ser feita do bordo interno para


externo.
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Etapas da construção de aterros - Compactação

As camadas do solo deverão ser compactadas, conforme definido no


projeto de engenharia. Ordinariamente, o preconizado é o seguinte:

a) Para o corpo dos aterros, na umidade ótima, mais ou menos 3%, até se
obter a massa específica aparente seca correspondente a 95% da massa
específica aparente máxima seca, do ensaio DNER-ME 092/94 ou DNER-
ME 037/94.
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Etapas da construção de aterros - Compactação

As camadas do solo deverão ser compactadas, conforme definido no


projeto de engenharia. Ordinariamente, o preconizado é o seguinte:

b) Para as camadas finais aquela massa específica aparente seca deve


corresponder a 100% da massa específica aparente máxima seca do
referido ensaio.

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Etapas da construção de aterros - Compactação

O grau de compactação é encontrado através da seguinte relação:

𝛾𝑑 𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜
𝐺𝐶 = 𝑥 100%
𝛾𝑑 𝑚á𝑥

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Etapas da construção de aterros - Compactação

Os trechos que não atingirem as condições mínimas de


compactação deverão ser escarificados, homogeneizados,
levados à umidade adequada e novamente compactados, de
acordo com o estabelecido no projeto de engenharia.

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Etapas da construção de aterros - Acabamento

Executado pela ação conjunta de motoniveladora e de rolos de


pneus e liso-vibratório.

A motoniveladora deve atuar, quando necessário, exclusivamente


em operação de corte, sendo vetada a correção de depressões por
adição de material.

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Construção de aterros - Controle tecnológico

Corpo de aterro Camada final


Ensaio de compactação P/ cada 1000 m³ P/ cada 200 m³
Granulometria e Limites de Atterberg P/cada 10 amostras P/cada 4 amostras
Índice de Suporte Califórina (ISC) - P/cada 4 amostras
Teor de umidade
Mínimo de 5 ensaios p/ Mínimo de 5 ensaios p/
Grau de compactação (GC)
1200 m³ 800 m³

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Construção de aterros - Controle tecnológico

Através da verificação do alinhamento, do nivelamento do eixo e

dos bordos e de medidas de largura será verificado se foi alcançada

a conformação da seção transversal do projeto de engenharia,

admitidas as seguintes tolerâncias:

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Construção de aterros - Controle tecnológico

a) Variação da altura máxima de ± 0,04m para o eixo e bordos.

b) Variação máxima da largura de + 0,30m para a plataforma, não


sendo admitida variação negativa.

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Construção de aterros - Critérios de medição

• Medida em metros cúbicos

• Considerar as larguras e espessuras médias ao longo do


controle tecnológico

• Medir até o quantitativo apresentado no projeto

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Construção de aterros - Critérios de medição

• A cubagem dos materiais compactados deverá ser efetivada com


base no apoio topográfico e referências de nível (RN’s)
integrantes do Projeto de Engenharia.

• O cálculo dos volumes será aplicado pelo método da “média das


áreas”, devendo utilizar as seções transversais finais após a
conclusão do aterro.

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Construção de aterros - Valores de referência

Fonte: SICRO2, DNIT.

Fonte: Tabela referencial, DER/MG.

http://www.deer.mg.gov.br/obras/tabela-referencial-de-precos
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Aterros sobre solos moles

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Aterros sobre solos moles

A construção de aterros sobre solos moles requer do


engenheiro uma série de conhecimentos técnicos que
abrangem desde as fases de investigação do terreno e de
elaboração do projeto geotécnico propriamente dito, até as de
execução e de controle de obra.

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Aterros sobre solos moles

Problemas Característicos de Obras em região de solos moles:

➢ Estabilidade das fundações de obras


➢ Recalques diferenciais entre as obras de arte e os aterros de
encontros formando degraus
➢ Estabilidade das fundações de edificações próximas a solos moles

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Conceitos prévios

Compressibilidade do solo: diminuição do volume de um solo sob a


ação de cargas aplicadas.

Efeitos:
➢ Deformação das partículas de solo
➢ Deslocamento das partículas de solo
➢ Expulsão da água ou do ar dos espaços de vazios
➢ Geração de recalques

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Conceitos prévios

Adensamento do solo: processo gradual de redução de volume de uma


camada de solo saturado e de baixa permeabilidade devido à drenagem da
água intersticial, até a completa dissipação do excesso de poro pressões
induzido pela ação do carregamento externo imposto ao solo.

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Conceitos prévios
Recalque = assentamento do solo gerando um rebaixamento ou
desnivelamento no mesmo.

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Conceitos prévios
Exemplos
Tipos de recalque

➢ Recalques imediatos (ou elásticos): ocorrem imediatamente


após a aplicação de carga e são denominados não-drenados
pelo fato das deformações ocorrem sem a expulsão de água;

➢ Recalque de adensamento: ocorrem durante o processo de


transferência de esforços entre a água e a estrutura sólida,
associado à expulsão da água dos vazios;

➢ Recalque secundário (ou fluência): São as deformações


observadas no solo após o final do processo de adensamento.
85
Tipos de recalque

86
87
Aterros sobre solos moles - geotecnica viária

Os estudos de recalques visam estimar o valor do recalque total


após a construção e a velocidade de recalque, ou a estimativa da
curva tempo-recalque. Com estas estimativas pretende-se:

a) Escolher o método construtivo mais econômico e mais prático


com o objetivo de manter dentro de limites aceitáveis os recalques
pós-construtivos;

b) Evitar trabalhos de reparação pós-construtivos no pavimento


causados por recalques.
88
Aterros sobre solos moles - geotecnica viária

SOLOS MOLES

Em geral, aquele composto por material compressível como argilas


moles ou areias argilosas fofas e com resultado de ensaio de
penetração padrão (SPT) inferior a quatro golpes.

Possuem resistência ao cisalhamento extremamente baixa, saturado


(NA elevado), relativamente homogêneo em toda a profundidade do
depósito e compressíveis (característica relativa a sua capacidade de
deformar).
89
Aterros sobre solos moles - geotecnica viária
SOLOS MOLES

No passado, a presença de solo mole era suficiente para tornar uma área
imprópria para receber uma construção. Contudo, o desenvolvimento
tecnológico no campo da geotecnia mudou essa realidade.

Vista de área de solo mole para


implantação de um aterro na rodovia.

90
91
Aterros sobre solos moles - geotecnica viária

92
Aterros sobre solos moles - geotecnica viária
Ensaios especiais “in situ”:

➢ Ensaios de palheta (Vane Test): Empregado na determinação da


resistência ao cisalhamento de depósitos de argilas moles saturadas,
submetidas à condição de carregamento não-drenado.

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Aterros sobre solos moles - geotecnica viária
Ensaios especiais “in situ”:

➢ Ensaios de piezocone sísmico (CPTUS): É um procedimento


excelente para complementar o reconhecimento estratigráfico do
terreno e medir propriedades de resistência, deformabilidade e de
tempo de adensamento.

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Aterros sobre solos moles - geotecnica viária
Ensaios especiais “in situ”:

➢ Dilatômetro Marchetti (DMT): O ensaio nos permite obter três


índices, conhecidos como dilatométricos. Estes índices também
são conhecidos como “intermediários”, pois, representam as bases,
para correlações, que permitem estimativas de parâmetros de
caracterização do solo.

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Para efeito de investigação e projeto geotécnico de obras rodoviárias,
os aterros são classificados nas classes I, II e III:

Classe I: Aterros próximos a estruturas rígidas (distância de até 50


metros), tal como os encontros de pontes e viadutos, bem como
aterros próximos a estruturas sensíveis como oleodutos.

Classe II: Aterros que não estão próximos a estruturas sensíveis,


porém são altos, definindo-se como altos os que têm alturas maiores
que 3 m.

Classe III: Aterros classe III são baixos, isto é, com alturas menores
que 3 m e afastados de estruturas sensíveis.
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Aterros sobre solos moles - geotecnica viária
Na fase de investigação deve-se determinar propriedades dos solos
moles. Os ensaios mínimos recomendados são:

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Aterros sobre solos moles - geotecnica viária

Aplicação de fatores de segurança, conforme classe do aterro:

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99
As seguintes alternativas de solução são possíveis; algumas
excludentes, outras complementares.

a) Aterros leves
b) Substituição total da camada mole
c) Bermas de equilíbrio
d) Construção por etapas
e) Pré-carregamento ou sobrecarga temporária
f) Geodrenos e sobrecarga temporária
g) Geodrenos e sucção por vácuo
h) Aterro estaqueado
i) Aterro reforçado com geossintéticos
j) Jet Grouting
100
Aterros sobre solos moles - Alternativas de solução

Aplicabilidade das alternativa de solução em função da classe do


aterro e do tipo de solo.

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Aterros leves

O uso de aterros de materiais de construção leves é tecnicamente


viável se o aterro for alto e próximo a uma região produtora do material
leve. Podem ser utilizados poliestireno expandido (isopor ou similar),
argila expandida, serragem e cinzas volantes.

102
Substituição total da camada mole

A remoção de solo mole e substituição por material granular só deve


ser considerada quando a camada for totalmente substituída. Além
disto, deve incluir nos custos os reflexos devidos a criação de bota-
fora e considerar os consequentes impactos ambientais provocados.

103
Bermas de equilíbrio

As bermas de equilíbrio são empregadas para estabilizar e suavizar a


inclinação média de um talude de um aterro, levando a um aumento
do fator de segurança contra a ruptura.

104
Construção por etapas

A construção por etapas implica subdividir a altura de aterro em duas


ou três etapas. A primeira é construída até que a estrutura esteja
estável, seguindo-se um período de repouso para que o processo de
consolidação dissipe parte das poro pressões e o solo mole ganhe
resistência.

Após certo tempo, quando o ganho de resistência chegar aos níveis


estabelecidos no projeto e que garantam a estabilidade, uma
segunda etapa do aterro pode ser executada.

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Construção por etapas

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Pré-carregamento ou sobrecarga temporária

Trata-se de aplicar uma sobrecarga temporária, em geral da ordem


de 25 a 30% do peso do aterro para acelerar os recalques. O tempo
de permanência da sobrecarga é determinado por estudos de
adensamento e posteriormente verificado no campo através de
instrumentação. Esta alternativa pode ser eficaz em solos silto-
arenosos.

107
Geodrenos e sobrecarga temporária

Os geodrenos são elementos drenantes constituídos de materiais


sintéticos. São cravados verticalmente no terreno, dispostos em malha,
de forma a permitir a drenagem e acelerar os recalques. Os geodrenos
são a alternativa técnica e econômica que substituem os antigos
drenos de areia que, por sua vez não devem ser mais empregados.

108
Geodrenos e sobrecarga temporária

Os geodrenos são cravados através de um colchão drenante de


areia colocado sobre a superfície do terreno, e que permita o tráfego
de equipamentos sem dano ao seu funcionamento. Este colchão
deverá ter a capacidade de drenagem livre da água proveniente da
drenagem dos geodrenos.

109
Geodrenos e sobrecarga temporária

110
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Geodrenos e sucção por vácuo

Alternativa similar aos geodrenos, porém com a utilização de bombas


de vácuo. Esta alternativa é viável para áreas limitadas, quando o
custo da sobrecarga é alto e/ou há necessidade de realizar a obra
em prazos menores.

112
Aterro estaqueado

Transferência da carga do aterro diretamente a um substrato mais


resistente, aliviando a camada mole e evitando os recalques.
Consiste em empregar um conjunto de estacas, em geral pré-
moldadas de concreto armado ou madeira tratada dispostas em
malha quadrada.

O topo das estacas recebe um capitel de concreto armado. As


estacas são projetadas para transferir toda a carga do aterro para
as camadas mais resistentes do terreno.

113
Aterro estaqueado

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Aterro reforçado com geossintéticos

Inclusão de reforços, sob a forma de mantas ou grelhas, na zona da


base de aterros construídos sobre solos de fundação com baixa
capacidade de suporte, visando a redução dos recalques.

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Jet Grouting

Técnica de melhoramento de solos realizada diretamente no interior


do terreno sem a necessidade de escavação prévia. A calda de
cimento é introduzida no solo utilizando um ou mais jatos horizontais
de grande velocidade que mistura-se as partículas de solo
desagregado, dando origem a um material de melhores
características mecânicas do que o inicial e de menor
permeabilidade.

116
Jet Grouting

117
Jet Grouting

118
2.3. Controle de compactação dos solos

119
2.3. Controle de compactação dos solos

• Durante a fase de execução: o controle deve incidir sobre a


granulometria do material, o equipamento utilizado, o número
de passagens, a espessura da camada e o teor de umidade.

120
2.3. Controle de compactação dos solos

• Após a compactação: o controle é realizado comparando os


resultados obtidos em campo com os determinados em ensaios
de referência realizados em laboratório.

121
2.3. Controle de compactação dos solos

➢ Determinação do teor de umidade


➢ Determinação da massa específica aparente seca
➢ Determinação do grau de compactação
➢ Determinação do CBR

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Determinação do teor de umidade - Método Speedy

• São colocados dentro do aparelho 5 a 20 g de material, cápsulas de carbureto


e esferas metálicas.
• Com a agitação do aparelho as esferas quebram as cápsulas de carbureto,
ocorrendo a reação de cálcio com a água contida na amostra, produzindo a
liberação de um gás expansivo (acetileno)
• O manômetro registra a expansão, com esta a pressão e com o ábaco de
calibração pressão x umidade, determina-se o teor de umidade.

123
Determinação do teor de umidade - Método Speedy

124
Determinação da massa específica aparente seca - Método do frasco de areia

Por diferença do peso do frasco, antes e depois do ensaio, determina-se o


volume que foi escavado, pois é conhecido a massa específica da areia
utilizada no frasco.

125
Determinação da massa específica aparente seca - Método do frasco de areia

126
Determinação do grau de compactação

É a relação entre a massa específica aparente seca a ser medida


no campo e massa específica aparente seca máxima obtida no
ensaio de laboratório.

𝛾𝑑 𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜
𝐺𝐶 = 𝑥 100%
𝛾𝑑 𝑚á𝑥

127
Determinação do grau de compactação

Camada de sub leito ou reforço


GC ≥ 95% / h ±3% da umidade ótima

Camada de base e sub base (esforços maiores)


GC ≥ 100% / h ± 1% da umidade ótima

128
Determinação do CBR

CBR - California Bearing Ratio


ISC - Índice de Suporte Califórnia

129
Determinação do CBR

Sequência do ensaio, no laboratório:


- Determinação da hot e 𝛾𝑑 𝑚áx.
- Determinação das propriedades expansivas do material
- Determinação do CBR

130
Determinação do CBR

Os ensaios são realizados com a amostra de solo compactado em


um molde cilíndrico com diâmetro de 15 cm e altura de 17,5 cm,
provido de um colarinho com 5 cm de altura, tendo um fundo
falso (disco espaçador).

131
132
Referências
BALBO, J.T.B. Pavimentação asfáltica: materiais, projetos e restauração. São Paulo: Oficina de Textos, 2007.

BERNUCCI, L. B. et al. Pavimentação asfáltica: formação básica para engenheiros. Rio de Janeiro: PETROBRAS: ABEDA,
2006.

DNIT. DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES. Diretoria de Planejamento e Pesquisa.


Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Manual de Pavimentação. 3ª Edição. Rio de Janeiro. 2006.

SENÇO, W. Manual de técnicas de pavimentação. São Paulo: PINI, 2001. v. 2.

133
Dúvidas

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