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2014
CONSTRUÇÃO DE ESTRADAS I – TRN 031

GUILHERME SOLDATI FERREIRA


UFJF – FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTº. DE TRANSPORTES E GEOTECNIA
INFRAESTRUTURA EM TRANSPORTES

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE ENGENHARIA


DEPARTAMENTO DE TRANSPORTES E GEOTECNIA INFRAESTRUTURA EM TRANSPORTES
Guilherme Soldati Ferreira, M.Sc. soldati@engenharia.ufjf.br

1- TERRAPLENAGEM

1.1- Introdução:

De forma genérica, a terraplenagem ou movimento de terras, pode ser entendida como o conjunto
de operações necessárias para remover a terra dos locais em que se encontra em excesso para aqueles
em que há falta, tendo em vista um determinado projeto a ser implantado. Assim, a construção de uma
estrada de rodagem, ferrovia ou aeroporto, a edificação de um fábrica ou de usina hidrelétrica, ou
mesmo, de um conjunto residencial, exigem a execução de serviços de terraplenagem prévios,
regularizando o terreno natural, em obediência ao projeto que se deseja implantar. Pode-se afirmar,
portanto, que todas as obras de Engenharia Civil de grande ou pequeno porte, exigem a feitura de
trabalhos prévios de movimentação de terras. Por esta razão a terraplenagem teve o enorme
desenvolvimento verificado desde o século passado.
Em terraplanagem, o ponto primordial não é a natureza do material, mas suas propriedades físicas.
O que interessa ao empreiteiro é saber o modo mais fácil e econômico de escavar, mover, carregar,
transportar e dispor o material. Já ao fiscal interessa que a qualidade final do serviço atenda todas as
especificações de projeto.

1.2- Histórico:

Cabe notar, entretanto, que a realização de obras de terra em larga escala não é privilégio desta
época, pois, há muitos séculos elas vêm sendo executadas pelo homem. Na antiguidade os egípcios e
babilônios realizaram feitos notáveis neste campo, como, por exemplo, os canais de irrigação às margens
dos rios Nilo e Eufrates. A construção das pirâmides, embora a sua motivação não fosse econômica,
mas religiosa, não deixa de se constituir em magnífico exemplo de escavação e transporte de milhares
de metros cúbicos de rocha.
Mais tarde, os romanos que, sem dúvida, foram os grandes engenheiros da antiguidade,
realizaram grandes serviços de terra necessários à construção de suas estradas e aquedutos. Esses
trabalhos eram executados manualmente ou com o auxílio de animais que carregavam ou rebocavam
instrumentos rudimentares.

Fig. 1.1: Antiga estrada romana.

Este quadro não se modificou até meados do século passado, pois o instrumento utilizado era,
ainda, a chamada "pá-de-cavalo", constituída de uma caçamba dotada de lâmina de corte, a qual,
rebocada por tração animal, escavava e transportava o solo.
Com o advento da máquina a vapor, surgiram as primeiras tentativas de se utilizá-la em
equipamentos de terraplenagem, a partir da segunda metade do século passado, sendo que, no seu final,
já existiam escavadeiras providas de "shovel" (concha), montadas em vagões e usadas na construção
ferroviária.

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O desenvolvimento dos motores a combustão interna, ocasionando a redução do seu tamanho


físico, permitiu novas aplicações e em 1920, Holt e Best lançam o seu trator movido à gasolina, ao qual,
desde cedo fora adaptada à lâmina, iniciando-se desta maneira, a concepção e fabricação dos modernos
equipamentos de terraplenagem. Nas décadas de 20 e 30, um inovador, R.G. Le Tourneau, criou o
primeiro "Scraper" propelido por trator. Em 1938 é introduzido o primeiro "Motoscraper", isto é, o
"Scraper" auto propelido e que recebeu a denominação comercial até hoje conhecida, de "Tournapull".
A partir desta data deu-se o rápido desenvolvimento dos equipamentos de terraplenagem, apresentando
máquinas cada vez mais eficientes sob o aspecto mecânico, o que resultou o aumento extraordinário de
sua produtividade.

1.3- Terraplenagem Manual:

Até o aparecimento dos equipamentos mecanizados e mesmo depois, a movimentação das terras
(escavação e/ou terraplenagem) era feita pelo homem, utilizando ferramentas tradicionais: pá e picareta
para o corte, carroças ou vagonetas com tração animal para o transporte.
Dado o seu pequeno rendimento, terraplenagem manual dependia, sobretudo, da mão-de-obra
abundante e barata, fator que o desenvolvimento tecnológico e social foi tornando cada vez mais escasso
e, por consequência, mais oneroso.
Para se ter uma ideia do número de operários necessários para a execução braçal do movimento
de terra, estima-se que para produção de 50m3/h de escavação, empregar-se-iam, pelo menos 100
homens. Em comparação, uma escavadeira, operada apenas por um homem, pode executar a mesma
tarefa, o que se demonstra claramente as transformações ocasionadas pela mecanização. Todavia, não
pense que a terraplenagem manual conduziria à excessiva lentidão dos trabalhos. Desde que a mão-de-
obra fosse numerosa, os prazos de execução da movimentação de terras em grandes volumes eram
razoáveis, se comparados com os atuais.
Com suficiente organização para resolver os sérios problemas de recrutamento, administração,
alojamento e subsistência dos trabalhadores, a terraplenagem manual apresentava rendimento capaz de
causar admiração, ainda nos dias atuais.

(a) (b)
Fig. 1.2: Equipes de escavação manual subterrânea (a) e superficial (b).

1.4- Terraplenagem Mecanizada:

Entretanto, o aparecimento dos equipamentos mecanizados surgidos em consequência do


desenvolvimento tecnológico, tornava competitivo o preço do movimento de terras. Apesar do elevado
custo de aquisição dessas máquinas e da mão-de-obra cada vez mais cara, a terraplenagem mecânica se
desenvolveu de forma bem viável em razão de sua alta produtividade.
Já ficou patenteada, através do exemplo acima citado, a notável economia de mão-de-obra
introduzida pela mecanização, o que vinha de encontro à escassez cada vez maior do trabalhador braçal.
Resumindo, pode-se entender que a mecanização surgiu em consequência de:

a) Escassez e encarecimento da mão-de-obra causada, sobretudo, pela industrialização.


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b) Alta eficiência mecânica dos equipamentos, traduzindo-se em grande produtividade, a qual


conduzia a preços mais baixos, se comparados com os obtidos manualmente, especialmente em
razão da redução de mão-de-obra.

Fig. 1.3: Escavadeira hidráulica.

1.4.1- Características da Terraplenagem Mecanizada:

Assim, a mecanização caracteriza-se por:

a) Requerer grandes investimentos em equipamentos de alto custo;


b) Exigir serviços racionalmente planejados e executados, o que só pode ser conseguido através de
empresas de alto padrão de eficiência;
c) Reduzir substancialmente a mão-de-obra empregada, mas, por outro lado, provocando a
especialização profissional e, consequentemente, melhor remuneração;
d) Permitir a movimentação de grandes volumes de terras em prazos curtos, graças à eficiência de
operação e, sobretudo, pela grande velocidade no transporte, o que leva a preços unitários extremamente
baixos, apesar do custo elevado do equipamento.

Para se ter uma ideia da influência do aumento da produtividade no custo da terraplenagem, apesar
da elevação substancial ocorrida no valor de aquisição dos equipamentos, praticamente não houve
acréscimo nos preços de movimento de terra, nos Estados Unidos, no período de 1930 a 1960.

1.5- Operações Básicas de Terraplenagem (Ciclo de Operação):

Examinando-se a execução de quaisquer serviços de terraplenagem, podem-se distinguir quatro


operações básicas que ocorrem em sequência, ou às vezes, com simultaneidade.

1. Escavação;
2. Carga do material escavado;
3. Transporte;
4. Descarga e espalhamento;
5. Retorno. TRANSPORTE
ESCAVAÇÃO/CARGA

RETORNO
Fig. 1.4: Exemplo de Ciclo do Trator de Lâmina (equipamento executa sozinho todo o ciclo de terraplenagem).

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Essas operações básicas podem ser executadas pela mesma máquina ou por equipamentos
diversos, exemplificando, um trator de esteira provido de lâmina, executa sozinho todas as operações
acima indicadas, sendo que as três primeiras com simultaneidade.

2 – ESTUDO DOS MATERIAIS DE SUPERFÍCIE

2.1- Conceitos:

A superfície terrestre é constituída de vários elementos. Mas, de uma maneira geral, para fins
de terraplenagem, é constituída de: rochas e solos.

- Segundo a ABNT:

a) Rochas: materiais constituintes essenciais da crosta terrestre provenientes da solidificação do


magma ou de lavas vulcânicas ou da consolidação de depósitos sedimentares, tendo ou não
sofrido transformações metamórficas. Esses materiais apresentam elevada resistência, somente
modificável por contatos com o ar ou a água em casos muito especiais.

Fig. 1.5: Talude em rocha.

b) Solos: materiais constituintes especiais da crosta terrestre provenientes da decomposição in situ


das rochas pelos diversos agentes geológicos, ou pela sedimentação não consolidada dos grãos
elementares constituintes das rochas, com adição eventual de partículas fibrosas de material
carbonoso e matéria orgânica coloidal.

Fig. 1.6: Talude em solo.

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2.2 - Terminologia Segundo as Dimensões

2.2.1 - Rochas

a) Bloco de Rocha - pedaço isolado de rocha com diâmetro médio superior a 1 m;


b) Matacão - pedaço de rocha com diâmetro médio superior a 25 cm e inferior a 1m;
c) Pedra - pedaço de rocha com diâmetro médio compreendido entre 7,6 cm e 25 cm.

OBS.: Rocha Alterada é a que apresenta, pelo exame macroscópico ou microscópico, indícios de
alteração de um ou vários de seus elementos mineralógicos constituintes, tendo geralmente diminuídas
as características originais de resistência.

2.2.2 - Solos

a) Pedregulho - solos cuja propriedades dominantes são devidas à sua parte constituída pelos grãos
minerais de diâmetros superiores a 4,8 mm e inferiores a 76 mm;

b) Areia - solos cujas propriedades dominantes são devidas à sua parte constituída pelos minerais de
diâmetro máximos superiores a 0,05 mm e inferiores a 4,8 mm;

c) Silte - solo que apresenta apenas a coesão para formar, quando seco, torrões facilmente desagregáveis
pela pressão dos dedos; suas propriedades dominantes são devidas à parte geralmente constituída pelos
grãos de diâmetros máximos superiores a 0,005 mm e inferiores a 0,05 mm;

d) Argila - solo que apresenta características marcantes de plasticidade; quando suficientemente úmido
molda-se facilmente em diferentes formas; quando seco apresenta coesão bastante para constituir torrões
dificilmente desagradáveis por pressão dos dedos; suas propriedades dominantes são devidas à parte
constituída pelos grãos de diâmetros máximos inferiores a 0,005 mm;

e) Solos Misturados - os solos em que não se verifiquem nitidamente as predominância de propriedades


anteriormente referidas serão designados pelo nome do tipo de solo, cujas propriedades sejam mais
acentuadas, seguido de adjetivos correspondentes aos que o completam. Por exemplo: argila arenosa,
argila silto-arenosa, silto-argiloso, micáceo com areia fina.

f) Solos com Matéria Orgânica - caso um dos tipos acima apresente teor apreciável de matéria orgânica
será anotada sua presença. Exemplo: argila arenosa com matéria orgânica;

g) Turfas - solos com grandes porcentagens de partículas fibrosas de material carbonoso ao lado de
matéria orgânica do estado coloidal;

h) Alteração de Rocha - é o solo proveniente da desagregação das rochas in situ pelos diversos agentes
geológicos. Será descrito pela respectiva textura, plasticidade e consistência ou compacidade, sendo
indicados ainda o grau de alteração e, se possível, a rocha de origem;

i) Solos Superficiais - a zona abaixo da superfície do terreno natural, igualmente constituída de mistura
de areias, argilas e matéria orgânica, exposta à ação dos fatores climáticos e de agentes de origem vegetal
e animal será designada simplesmente como solo superficial.

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2.3 - Desmonte

Sob o ponto de vista da terraplanagem, os fatores que influenciam no desmonte são:

a) Rochas

o Grau de Compacidade (Estado de alteração, provocado por diversos agentes materiais,


reduzindo as suas características originais de resistência mecânica).

b) Solos

o Teor de umidade
o Tamanho e forma das partículas
o Vazios do solo

2.4 - Classificação dos solos segundo a capacidade de escavação

Após a mecanização, a classificação passou a se basear no equipamento capaz de realizar


economicamente o desmonte.

1a Categoria: os solos que podem ser escavados com auxílio de equipamentos comuns: trator de lâmina,
“motoscraper”, pás-carregadeiras.

2a Categoria: são os materiais removidos com os equipamentos já citados, mas que pela sua maior
consistência exigem um desmonte prévio feito com escarificador ou emprego descontínuo de explosivos
de baixa potência.

OBS.: Atualmente o material de 2ª categoria está sendo subdividido:


a) 2a Categoria com material pré-escarificável
b) 2a Categoria com emprego descontínuo de explosivos e pré-escarificação.

3a Categoria: materiais de elevada resistência mecânica que só podem ser tratados com emprego
exclusivo de explosivos de alta potência.

2.5 - Comportamento do Solo na Terraplanagem

Em uma obra de terraplenagem o empreiteiro não se interessa pela natureza do material, mas
sim por suas propriedades físicas, que são:

 Peso: P
 Empolamento: E
 Redução: R

a) Peso: Depende do peso específico do material:

γs = Ps/V
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b) Empolamento: Pode ser definido como o aumento de volume sofrido por um material ao ser
removido de seu estado natural. É expresso como sendo a porcentagem do aumento de volume
em relação ao volume original (ocorre um aumento do índice de vazios).

Pela definição, temos:

b.1) Fatores de Conversão: Pode ser definido como a relação entre densidades no estado solto e no
estado natural ou corte.

Fc = densidade material solto/densidade no corte = γγ2/γ


γ1

b.2) Relação entre Empolamento e Fator de Conversão:

- Empolamento:

Quando escavado o solo assume um volume solto (Vs) maior do que o que se encontrava na
jazida natural (Vn).

Logo:
Vs > Vn .......... γs < γn

Chama-se fator de empolamento a relação entre densidades no estado solto e no estado natural.
FE = γs/γn

FE = Vn/Vs

Porcentagem de empolamento (fE):

fE (%) = [(1/FE) – 1].100

Como a terraplenagem, normalmente, é paga pelo volume medido no corte:

Vn = Vcorte = FE . Vs

Onde:

Vn = Vcorte = V1 = volume na jazida (natural)


Vs = V2 = volume empolado (solto)
FE = fator de conversão de empolamento
fE(%) = porcentagem de empolamento

Os solos naturais apresentam expansões volumétricas diferentes de acordo com a tabela a seguir:
TIPO DE SOLO f (%) FE
SOLOS ARGILOSOS 40 0,71
TERRA COMUM SECA (SOLOS ARGILO-SILTOSOS COM AREIA) 25 0,80
TERRA COMUM ÚMIDA 25 0,80
SOLO ARENOSO SECO 12 0,89

c) Redução: É a diminuição de volume sofrida por um material por efeito de compactação de rolos,
“sapos”, vibro compactadores, etc., compactando o material em grau maior do que ele é encontrado em
seu estado natural. Essa redução depende, naturalmente, do grau de compactação exigido e do material.
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Por definição:

FR = Vcomp / Vn = γn/γcomp

Vcomp = FR.Vn

Vcomp = FE . FR . Vn

Onde:
Vn = Vcorte = V1 = volume na jazida (natural)
Vs = V2 = volume empolado (solto)
Vcomp = V3 = volume reduzido (compactado)
FR = fator de conversão da redução
FE = fator de conversão de empolamento
fE(%) = porcentagem de empolamento
fR(%) = porcentagem de redução

Porcentagem de redução (fR):

fR (%) = (1 – FR).100

Em razão da diversidade dos solos e das diferentes energias de compactação é bastante difícil
estimar a relação Vcomp/Vn.
Para terra comum admite-se uma redução da ordem de 5% a 15%.
Essa relação é importante para serviços medidos no aterro (barragens)

Exemplo 2.1: Na construção do corpo de uma barragem de terra, com volume de 1.200.000 m³, temos
os seguintes dados referente ao solo que será utilizado: fR = 10%, fE = 22%. O empreiteiro forneceu
orçamento pelo volume transportado de U$ 1,0 /m³/Km. Sendo a distância média até a jazida de 3,2 Km,
determine o preço total para a execução do paramento da barragem.

Solução:

fR = 10% fE = 22%

V3 = 1.200.000 m³ ........................................... volume da barragem compactada (projeto)


V2 = ? ........................................................ volume do material solto (a ser transportado)
V1 = ? ...................................................... volume do material na jazida (a ser escavado)

• Devemos determinar então o V2, pois o orçamento dado pelo empreiteiro é referente ao volume
transportado.

fR (%) = (1 – FR).100
10 = (1 – FR).100
FR = 0,90

FR=V3/V1
V1 = V3/FR = 1.200.000/0,90 = 1.333.333,33 m³

fE = [(1/FE) – 1].100
22 = [(1/FE) – 1].100
FE = 0,82

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FE=V1/V2
V2 = V1/FE = 1.333.333,33/0,82 = 1.626.016,20 m³

Cálculo do Preço:

U$ 1,0 /m³/Km
U$ 1,0 x V2 x Dm
U$ 1,0 x 1.626.016,20 m³ x 3,2 Km

Logo:
Preço Total = U$ 5.203.251,80

Exemplo 2.2: Em uma obra, o equipamento utilizado (scraper de capacidade de 26 m³) deu 120 viagens
transportando material de 1ª categoria (fE = 32%). O preço do m³/Km desse serviço é de U$ 1,30 (medido
na jazida). O centro de massa da jazida está a 1,60 Km do canteiro de obras. Qual o preço desse serviço
de terraplenagem?

Solução:

Preço m³/Km = U$ 1,30 ............................................................................. (na jazida – V1)

V2 = 26,0 m³ .........................................(volume no transporte – caçamba do scraper – V2)

E = 32%

D = 1,60 Km

• Devemos determinar então o V1, pois o orçamento é referente ao volume na jazida.

FE = V1/V2

fE = [(1/FE) – 1].100
32 = [(1/FE) – 1].100
FE = 0,76

FE=V1/V2
V1 = FE . V2 = 26 . 0,76 = 19,76 m³ ... Volume para uma caçamba.

Total de m³ => 120 viagens temos: 120 x 19,76 = 2.371,20 m3

Preço Total Obra => U$ 1,30 /m³/Km x 2.371,20 m³ x 1,60 Km

Logo:

Preço Total Obra = U$ 4.932,10

3 – SERVIÇOS DE TERRAPLENAGEM

3.1 – Serviços Preliminares:

3.1.1 - Tomar Conhecimento da Concorrência

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3.1.2 - Estar Tecnicamente / Financeiramente apto a compra do edital

3.1.3 – Efetuar visita técnica ao local

3.1.4 - Estudo do Projeto

3.1.5 - Pessoal com experiência

3.1.6 - Planta Topográfica

3.1.7 - Projeto do Greide

3.1.8 - Cálculo de Áreas

3.1.9 - Cubação dos Volumes

3.1.10 - Estudo das Especificações Técnicas

3.1.11 - Organização das Cadernetas

3.1.12 - Inspecionar os Trechos

3.1.13 – Preços
3.2 - Providências ao Iniciar uma Obra

3.2.1 - Aluguel ou compra de equipamento mecânico

3.2.2 - Transporte de equipamento para o local de serviço

3.2.3 - Determinação dos caminhos (estradas) de serviço

3.2.4 - Terraplenagem e drenagem da área destinada ao acampamento (alojamento, refeitório, oficinas


e etc.)

3.2.5 - Obtenção de fornecimento de energia e água das concessionárias (ligações provisórias)

3.2.6 – Recrutamento do pessoal técnico, administrativo e operário (sempre que possível utilizar mão
de obra da cidade mais próxima da obra).

3.3 - Canteiro de Obras

3.3.1 - Instalação provisória de uma obra fixa

3.3.2 – O canteiro, sempre que possível, deverá estar situado:

a) próximo a uma cidade


b) próximo a estradas existentes
c) proximidade com instalações de água e energia elétrica
d) próxima ao local da obra
e) fora do local que possa ser atingida pela obra (evitando mudanças no canteiro)

3.4 - Almoxarifado

3.4.1- Destinado a guarda de peças de reposição e materiais em geral

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• Sua dimensão é função do número de máquinas


• Normalmente utilizam-se dois barracões (1 para peças uso frequente e outro para peças pesadas)

3.4.2 - Pessoal Especializado e de Confiança

3.5- Escritório

o Deve possuir setores de:

a) contabilidade
b) seção técnica
c) arquivo
d) sala de fiscalização
e) sala de Engenharia, produção e etc.

3.6 - Outras Construções utilizadas

 Cantina (refeitório)
 Guaritas
 Oficinas
 Salas de lazer

4- MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

4.1- Classificação Geral

a) Máquinas Motrizes: São máquinas que produzem sua própria energia para a execução do trabalho
como, tratores de rodas ou de esteira, compressores, etc. Quando convenientemente equipadas podem
realizar os serviços quaisquer.

b) Máquinas Operatrizes ou Rebocadas: São máquinas que acionadas pelas máquinas motrizes
realizam diretamente o trabalho. Ex.: scraper, escarificadores, compactadores.

4.2 - Potência

4.2.1 – Potência Necessária: É aquela que se precisa para se executar um certo trabalho, seja puxando
ou empurrando uma carga.

4.2.2 – Potência Disponível: É aquela que a máquina pode fornecer para executar um trabalho (máxima
potência da máquina).

4.2.3 – Potência Usável: É a potência que podemos utilizar em cada máquina, limitada pelas condições
locais (superfície do terreno).

4.3 - Classificação dos Equipamentos:

4.3.1 - Unidades de Tração (Tratores)

A Unidade de Tração (Trator) é a máquina básica de terraplenagem, pois todos os equipamentos


à nossa disposição, para executá-la, são tratores devidamente modificados ou adaptados para realizar as
operações básicas de terraplenagem.
Chama-se trator a unidade autônoma que executa a tração ou empurra outras máquinas e pode
receber diversos implementos (acessórios) destinados a diferentes tarefas.
Essa unidade básica pode ser montada sobre:
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a) Esteiras: De modo geral, as esteiras exercem pressões sobre o terreno portante da ordem de 0,5
a 0,8 kg/cm2 aproximadamente, igual à pressão exercida por um homem em pé, sobre o solo.

Fig. 4.1: Unidade de tração montada sobre esteiras metálicas (trator de esteiras)

b) Pneumático: Os equipamentos de rodas, ao contrário, transmitem ao terreno pressões de


contato da ordem de 3 a 6 kg/cm2.

Fig. 4.2: Unidade de tração montada sobre rodas (trator de pneus)

4.3.1.1 – Características das unidades tratoras:

a) Esforço Trator: É a força que o trator possui na barra de tração (no caso de esteiras) ou nas rodas
motrizes (no caso de tratores de rodas) para executar as funções de rebocar ou de empurrar outros
equipamentos ou implementos.

b) Velocidade: É a velocidade de deslocamento da máquina, que depende, sobretudo do dispositivo de


montagem (esteiras ou rodas).

c) Aderência: É a maior ou menor capacidade do trator de deslocar-se sobre os diversos terrenos ou


superfícies revestidas, sem haver o “patinamento” ou deslizamento da esteira (ou dos pneus) sobre o
solo (ou revestimento) que o suporta.

d) Flutuação: É a característica que permite ao trator deslocar-se sobre terrenos de baixa capacidade de
suporte, sem haver o afundamento excessivo da esteira, ou dos pneus, na superfície que o sustenta.

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e) Balanceamento: É a qualidade que deve possuir o trator, proveniente de uma boa distribuição de
massas e de um centro de gravidade a pequena altura do chão, dando-lhe boas condições de equilíbrio,
sob as mais variadas condições de trabalho (terrenos inclinados).

Tabela 4.1: Quadro comparativo das unidades de tração


TRATOR DE ESTEIRAS TRATOR DE RODAS
ESFORÇO TRATOR elevado elevado, limitado pela aderência
ADERÊNCIA boa sofrível
FLUTUAÇÃO boa regular a má
BALANCEAMENTO bom bom
VELOCIDADE baixa* alta**
Velocidade: * menor que 10 km/h e ** entre 10 a 70 km/h

4.3.1.2 – Campos de aplicação das unidades tratoras

a) Trator de Esteira é ideal para:

o Esforços tratores elevados


o Rampas de grande declividade
o Terrenos de baixa capacidade de suporte

OBS.: Não possuem grandes velocidades de operação (tabela 4.1), com isto resulta em baixa
produtividade.

b) Trator de Rodas é ideal para:

o Topografia favorável
o Condições de bom suporte
o Boas condições de aderência.

OBS.: As máquinas de pneu são insuperáveis, tendo velocidade elevada, significando maior produção.

4.3.2 – Unidades Escavo-Empurradoras (bulldozer)

O trator de esteiras ou de pneus (máquina básica da terraplenagem) pode receber a adaptação de


um implemento que o transforma numa unidade capaz de escavar e empurrar o solo, passando dessa
forma a se chamar unidade escavo-empurradora.
Esse implemento é denominado lâmina e o equipamento passa a denominar-se trator de
lâmina ou bulldozer.

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Fig. 4.3: Trator de lâmina sobre esteiras com escarificador (bulldozer).

4.3.2.1 – Tipos de Lâminas

a) Lâmina fixa ou reta: pode ser observada na Fig. 4.3. Faz apenas movimentos verticais.

b) Angledozer: realiza movimentos verticais e angulações na horizontal.

Fig. 4.4: Trator de lâmina sobre esteiras implementado com lâmina do tipo angledozer.

c) Tilt-Dozer: realiza movimentos verticais e angulações na vertical.

Fig. 4.5: Lâmina do tipo tilt-dozer.

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d) Placas para Pusher: utilizada para que uma unidade tratora possa auxiliar a outra (empurrar)
obtendo um ganho de potência, sem danificar a lâmina.

Fig. 4.6: Lâmina do tipo reta adaptada com placa para pusher.

4.3.2.2 – Lâminas Especiais:

a) Universal - “U”

o Para grandes cargas


o Para grandes distâncias
o Utilizada para solos de baixa resistência ao corte
o Evita perdas laterais
o Tilt-Dozer

Fig. 4.7: Lâmina do tipo Universal.

b) Reta - “S”

o Para materiais resistentes


o Pode-se adaptá-la com placa para “pusher” para rebocar motoscrapers

c) Angulável - “A”

o Utilizada 90º com eixo da unidade tratora


o Utilizada 25º para cada lado na vertical
o Escavação de meia encosta
o Valetas
o Reaterro

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d) Amortecedora - “C”

o Tratores de grande porte


o Apoio ao motoscrapers
o Largura reduzida

4.3.2.3 - Outros Implementos

a) Escarificador ou “Ripper”: Utilizado para terraplenagem em material de 2a categoria, remoção


de camadas de asfalto e outros. São acoplados na traseira de unidades tratoras e munidos de
pistões hidráulicos de duplo sentido com bomba de alta pressão.

Fig. 4.8: Escarificador adaptado a trator de esteira.

4.3.3 – Unidades Escavo-Transportadoras (scrapers)

As unidades Escavo-Transportadoras são as que escavam, carregam e transportam os materiais


de consistência mediana a distâncias não muito longas.
São representadas por dois tipos básicos:

4.3.3.1 – Scraper Rebocado

O scraper rebocado consiste numa caçamba montada sobre dois eixos com pneumáticos para
acionamento da lâmina, normalmente tracionado por trator de esteira ou rodas.

Fig. 4.9: Scraper rebocado acoplado a unidade tratora de rodas.

4.3.3.2 – Scraper Automotriz ou Motoscraper

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O scraper automotriz ou motoscraper consta de um scraper de único eixo que se apoia sobre
um rebocador de um ou dois eixos, através de um dispositivo chamado pescoço. A razão dessa
montagem reside no ganho de aderência que as rodas motrizes (dianteiras) do trator passam a ter, em
consequência do aumento do peso que incide sobre as mesmas (Peso Aderente).

Fig. 4.10: Motoscraper.

O motoscraper é um dos equipamentos responsáveis pela viabilização da maciça utilização da


terraplanagem mecanizada, possibilitando a diminuição do preço do “m3” transportado.
Foi o invento do pescoço que possibilitou o aumento da potência usável do motoscraper, pois
essa peça transmite aproximadamente 60% do peso da carga para a roda motriz, consequentemente
aumentando a aderência possibilitando uma utilização de grande produtividade.

Fig. 4.10: Motoscraper com sistema elevador em funcionamento.

4.3.3.3 – Elementos Principais do motoscraper

De acordo com a Fig. 4.11 pode-se observar os principais elementos que compõe a caçamba do
motoscraper:

o Nº 7: Avental
o Nº 8: Ejetor
o Nº 9: Lâmina de Corte
o Nº 10: Pistão Hidráulico

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Fig. 4.11: Elementos principais da caçamba de corte e transporte do motoscraper.

Os comandos de acionamento são executados por pistões hidráulicos de duplo sentido e


acionados por bomba hidráulica de alta pressão. A escavação é feita pelo movimento sincronizado da
Lâmina de Corte que entra em contato com o terreno pelo abaixamento da caçamba ao mesmo tempo
que o Avental é elevado com a movimentação gradual do Ejetor. A carga se faz pelo arrastamento do
scraper, a qual a lâmina penetra no solo, empurrando-o para o interior da caçamba.

Fig. 4.12: Movimentação e deposição do solo na caçamba do motoscraper durante a escavação.


4.3.3.4 – OBSERVAÇÕES:

1) A arrumação do solo depende da experiência do operador para executar o movimento sincronizado


da lâmina, avental e ejetor.

2) O Esforço de Tração é consumido:

a) pela resistência oposta ao movimento que:


• cisalha o solo
• empurra o mesmo para dentro da caçamba
• arruma o solo dentro da caçamba

b) pelo atrito gerado pelo solo em contato com as laterais e fundo da caçamba (externo e
interno). Esses esforços são de 10 a 20 vezes maior que a resistência ao rolamento.

3) O equipamento possui ótima independência de movimentos entre a caçamba e a unidade motriz:


• raio de giro aproximado de 11,0 m
• ângulo de giro entre eixos de 90º

4) Na caçamba há um aumento de densidade do material (compactação) de 15% a 25% em relação ao


carregamento com uma carregadeira comum.

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5) Devido ao pescoço do equipamento (elemento de ligação das partes traseira e dianteira) há uma
melhora significativa da aderência. Porém, há também um menor balanceamento e menor flutuação do
mesmo.

4.3.3.5 – Pusher e Pusher-Pull

Quando a aderência estiver baixa (patinamento das rodas) ou a potência disponível for
insuficiente para a realização de certos serviços, pode-se usar uma unidade tratora de esteira ou de rodas
para auxiliar no corte/carregamento do motoscraper, onde se denomina esta operação de Pusher.

Fig. 4.13: Trator de esteira auxiliando o serviço de um motoscraper (Pusher).

O Pusher-Pull é o aproveitamento dos motores dos motoscrapers que vão se acoplar e se


ajudarem mutuamente na operação de corte/carga. Enquanto a máquina da frente corta/carrega é
auxiliada pela outra que fornece o esforço trator adicional necessário e posteriormente traciona o outro
para o seu carregamento.

Fig. 4.14: Pusher-Pull duplo de motoscrapers com as caçambas já carregadas.

4.3.3.6 – Máquinas Especiais e Acessórios

a) Motoscrapers com 2 motores: esse equipamento possui o eixo traseiro também provido de força
motriz. São denominados de “Twins”, ou seja, motores geminados que funcionam em conjunto
através de um só comando.

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Fig. 4.15: Motoscraper com dois motores (twin).

Vantagens:

o maior potência
o maior aderência
o trabalho em rampas mais acentuadas
o maior volume transportado

b) Motoscraper com elevador: Na parte dianteira da caçamba coloca-se um elevador inclinado,


com palhetas, acionado por motor elétrico ou por sistema hidráulico independente. Esta
montagem elimina o pusher ou o pusher-pull, pois diminui bastante o atrito do solo com a parte
interna da caçamba. Nesse caso só se utiliza 2 motores quando da necessidade de vencer grandes
rampas.

Fig. 4.16: Motoscraper com elevador e detalhe das palhetas.

4.3.4 – Unidades Escavo-Carregadeira (carregadeiras e escavadeiras)

São as unidades que “escavam” e “carregam” o material para um outro equipamento, que o
transporta até o local da descarga, de modo que o ciclo completo da terraplenagem, compreendendo as
quatro operações básicas, é executado por duas máquinas distintas.
Entende-se como escavar a retirada do material (solo) de seu local original e carregar a
deposição desse mesmo material em outro equipamento para transporte. Estas unidades são
representadas pelas carregadeiras e escavadeiras. Ambas de construção bastante diferente executam as
mesmas operações de escavação e carga.

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4.3.4.1 – Carregadeiras

Chamadas também de pás-carregadeiras podem ser montadas sobre esteiras ou rodas (mais
utilizada) com pneus. Normalmente a caçamba é instalada na parte dianteira e a mesma varia de posição
da escavação até a de descarga (não é “fixa” como as lâminas).
No carregamento, as carregadeiras é que se deslocam, movimentando-se entre o talude e o
veículo e o ciclo compreende dois movimentos de ré e dois a frente.

Fig. 4.17: Pá carregadeira comum com caçamba abaixada.

Fig. 4.18: Pá carregadeira gigante com capacidade da caçamba de 40,5 m³ (72 Ton.).

4.3.4.1.1 – Características da carregadeira de pneus

o Alta velocidade de deslocamento


o Grande mobilidade
o Deslocamento a grande distância (em alguns casos elimina o transporte em carreta)
o Menor tração, principalmente na fase de escavação (risco de patinamento)
o Baixa flutuação
o Tração nas quatro rodas
o Direção articulada (quatro rodas)
o Peso próprio elevado (gera peso aderente sobre a roda motriz)
o Motor sobre o eixo traseiro

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4.3.4.2 – Escavadeiras

Também chamadas de pás-mecânicas, são equipamentos que trabalham basicamente parados.


Podem ser montados sobre esteiras, rodas e até mesmo trilhos.

- Características das Escavadeiras:

 Normalmente montadas sobre esteiras


 Giro de 360º
 Esteiras Lisas, sem garras e de maior largura (menor tensão no solo)
 Boa flutuação
 Baixo Balanceamento
 Deslocamento: Velocidade média = 1,5 km/h (utilizada para pequenas distâncias)
 Para deslocamentos em distâncias maiores utilizam-se carretas especiais para o
transporte do equipamento

Dependendo do tipo de trabalho a ser executado, monta-se no “trator” o tipo de lança necessário.
Principais tipo de lanças utilizadas:

a) Pá Frontal ou “SHOVEL”: ângulo de inclinação da lança de 35º a 65º. A caçamba é provida de


dentes para facilitar o corte.

b) Caçamba de Arrasto ou “DRAG-LINE”: a lança “Drag-Line” ou draga de arrasto permite


variação do ângulo entre 25º e 40º. Destinada a escavar abaixo do terreno em que a máquina se
apoia. Utilizado para escavar materiais pouco compactados ou moles, mesmo que possuam alto
teores de umidade. É o equipamento convencional que possui o maior raio de alcance.

c) Caçamba de Mandíbulas ou “CLAM-SHELL”: a lança é constituída de duas partes móveis,


comandadas por cabos que podem abrir ou fechar a caçamba com mandíbulas, possuindo
superfícies de corte ou dentes. É apropriado para a abertura de valas de pequenas dimensões,
sobretudo quando há obstáculos com escoramentos, tubulações subterrâneas, etc.

d) Retroescavadeira ou “BACK-HOE”: semelhante a “Shovel”, diferindo apenas em relação ao


posicionamento da caçamba. A escavação se faz no sentido de cima para baixo. O movimento
da máquina é em marcha a ré. Escava solos mais compactados e mais resistente

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Fig. 4.19: Escavadeiras com diferentes lanças acopladas ao braço mecânico.

4.3.4.2.1 – Observação

As escavadeiras podem transmitir sua potência a diferentes lanças através de cabos e roldanas
(Fig.4.19) ou através de comandos de pistões hidráulicos de dois sentidos.
Esses modelos hidráulicos são os mais atuais e podem receber três tipos de implementos, a
saber:

 Caçamba “Shovel”
 Retroescavadeira “Back-Hoe”
 Caçamba “Clam-Shell”

Fig. 4.20: Escavadeiras hidráulica do tipo back-hoe (retro-escavadeira) e duas do tipo shovel.

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Fig. 4.21: Retroescavadeira hidráulica do tipo back-hoe.

4.3.5 – Unidades Aplainadoras

As unidade aplainadoras destinam-se especialmente ao acabamento final da terraplenagem, isto


é, executam as operações para conformar o terreno aos greides finais do projeto.
As principais características destes equipamentos são a grande mobilidade da lâmina de corte e
a sua precisão de movimentos, permitindo o seu posicionamento nas situações mais diversas. A lâmina
pode ser angulada em relação a um eixo vertical e também inclinada lateralmente, até alcançar a posição
vertical. Para compensar as forças excêntricas surgidas por estes movimentos, as rodas dianteiras podem
ser inclinadas, de maneira a contrabalançar aqueles esforços. Entre a lâmina e o eixo dianteiro,
encontramos o escarificador, usado para romper um solo compacto, quando necessário. O principal
equipamento dessas unidades é as moto niveladoras (Fig. 4.22).

Fig. 4.22: Moto niveladora executando regularização de talude inclinado.

4.3.6 – Unidade de Transportes

As unidades transportadoras são utilizadas na terraplenagem quando as distâncias de transporte


são de tal grandeza que o emprego de motoscrapers ou scrapers rebocados se torna antieconômico.
Assim, para grandes distâncias de deslocamento de material deve-se optar pelo uso de equipamentos
mais rápidos, de menor custo, pois tem maior produção, ainda que com emprego de número elevado de
unidades.
São unidades de transportes os:

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 Caminhão Basculante Comum


 Vagões
 Dumpers
 Caminhões Fora de Estrada (off-roads)

4.3.6.1 – Caminhão Basculante Comum

4.3.6.2 – Vagões

São unidades de grande porte, com grande capacidade volumétrica, geralmente rebocados por
unidades tratoras de pneus, semelhantes aos utilizados nos “motoscrapers”. Executam apenas as
operações de transporte e descarga, sendo carregados por unidades escavo-carregadoras. O volume da
caçamba pode chegar a 102 m3 e o equipamento atinge a velocidade de 60 km/h.
Os vagões diferenciam-se entre si, já que podem fazer a descarga por posições diferentes como
os vagões de:

o Fundo móvel (bottom-dump)


o Traseira – basculagem da caçamba para trás (rear-dump)
o Lateral – basculagem da caçamba para os lados (side-dump)

Fig. 4.23: Vagão transportador do tipo bottom dump.

4.3.6.3 – Dumpers

Os caminhões com comandos duplos (nos dois sentidos).

4.3.6.4 – Caminhões Fora de Estrada (off-roads)

Equipamento utilizado para serviços pesados. Necessita estrada especial devido a sua baixa
flutuação. Possuem caçambas com capacidade acima de 10 m3 , podendo atingir 100 toneladas de carga
útil com motores até 1000 HP (cavalo vapor).

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Fig. 4.24 e 4.25: Caminhão off-road carregado trafegando sobre estrada de serviço e detalhes de manutenção do
equipamento.

4.3.7 – Unidades Compactadoras

As unidades compactadoras destinam-se a efetuar a operação denominada compactação, isto é,


o processo mecânico de adensamento dos solos, resultando num índice de vazios menor e consequente
aumento da capacidade de carga e resistência do solo. Dessa forma é um processo de aumentar
mecanicamente a densidade de um material.
Os solos, para que possam ser utilizados nos aterros das obras de terraplenagem, devem
preencher certos requisitos, ou seja, certas propriedades que melhoram o seu comportamento técnico,
transformando-os em verdadeiro material de construção. Esse objetivo é atingido de maneira rápida e
econômica através das operações de compactação.
Essas propriedades visam principalmente:

• Aumento da resistência de ruptura dos solos, sob a ação de cargas externas


• Redução de possíveis variações volumétricas quer pela ação de cargas, quer pela ação da água
que, eventualmente, percole por sua massa
• Impermeabilização dos solos, pela redução do coeficiente de permeabilidade, resultante do
menor volume de vazios.

Em resumo, através da compactação de um solo, obtém-se:

a) maior aproximação e entrosamento das partículas, ocasionando aumento da coesão e do atrito interno
e, em consequência, da resistência ao cisalhamento

b) através do aumento desta última, obter-se-á maior capacidade de suporte

c) com a redução do volume de vazios a capacidade de absorção de água e a possibilidade de haver


percolação diminuem substancialmente, tornando o solo mais estável.

Com estas considerações sobre compactação fica evidente que dois fatores são fundamentais
nessa etapa da terraplenagem, são eles:

 o teor de umidade do solo


 a energia empregada na aproximação dos grãos e que se denomina energia de compactação

A compactação do solo se dá através da ação de uma força ou combinações de quatro forças que
atuam simultâneas:
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a) Pressão Estática: na compactação estática, as cargas, em unidades de peso aplicadas por rolos,
produzem forças de resistência ao corte por deslizamento, fazendo com que as partículas se cruzem entre
si. A compactação acontece quando as forças aplicadas rompem o estado natural de ligação das
partículas e as modificam para uma posição mais estável dentro do material. Os chamados rolos
compactadores lisos operam segundo este princípio e seu desempenho é influenciado por quatro fatores:
carga do eixo, largura e diâmetro do rolo e velocidade de operação.

Fig. 4.26: Esquema de cálculo da força de compactação estática através de rolo compactador.

A força linear é a medida do potencial de compactação de um rolo estático. Ela é a força vertical
abaixo do rolo ou das rodas que originam forças de resistência ao corte por deslizamento no solo. Pode
ser calculada dividindo-se o peso do rolo (carga do eixo) pela largura multiplicada por seu diâmetro
(Fig. 4.26). Se expressa em quilos por centímetro (kg/cm) ou libras por polegada linear (Lb/Pol). Quanto
maior a força linear (kg/cm) maior será o potencial de compactação estática da máquina.

b) Impacto: força de compactação muito maior que uma carga estática equivalente. Isto acontece porque
o peso em queda transforma a sua velocidade em energia quando do impacto, gerando uma onda de
pressão para dentro do solo. De 50 a 600 impactos por minuto são considerados de baixa frequência,
como os de marteletes e de compactadores manuais. Entre 1.400 e 3.000 golpes por minuto são de alta
frequência, como os produzidos por compactadores vibratórios.

c) Vibração: é a mais complexa força de compactação. As máquinas vibratórias produzem uma rápida
sequência de ondas de pressão que se espalham em todas as direções, eliminando com eficiência os
vazios entre as partículas a compactar. Quando se aplica pressão, as partículas tendem a se reorientar e
se adensar (menor porosidade).
Os compactadores vibratórios baseiam-se em 3 princípios:

• Força centrífuga
• Amplitude
• Frequência.

d) Manipulação: é a segunda força de compactação, reordenando e adensando as partículas por


amassamento. Ela se aplica, principalmente, na superfície das camadas de material solto. O adensamento
no sentido longitudinal e transversal é essencial quando se compactam solos muito estratificados, como
nos solos argilosos. É também o processo preferido na compactação da camada final de asfalto. A
manipulação ajuda a fechar as mais finas rachaduras por onde penetra a umidade e provoca rápida
deterioração do asfalto. Os rolos pé-de-carneiro e os de pneus são projetados especificamente para esta
operação.

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4.3.7.1 – Equipamentos para Compactação

Muitos fatores influenciam a escolha do equipamento de compactação, geralmente essa escolha


está fundamentada na experiência anterior do empreiteiro no tipo do solo ou no método a ser utilizado.
Também se leva em conta o comportamento da máquina nas operações de transporte e espalhamento do
material. Condições de clima e de tração são também muito importantes.

a) Rolo Pé-de-Carneiro

O nome vem do uso que os antigos romanos faziam dos carneiros para compactar as suas
estradas. As manadas de carneiros passavam por cima dos aterros até que se chegava ao grau de
adensamento que achavam suficiente. Acabou se tornando uma denominação genérica para todo tipo de
compactador, o que não é verdade. O pé-de-carneiro é cilíndrico, normalmente com 203 mm (8”) de
comprimento. A face é redonda e o tamanho pode variar de 45 a 116 cm2 (7 a 18 pol2). Os pés no rolo
“tamping” ou no rolo “pad” são cônicos e tem perfil oval ou retangular. Nos rolos de pés cônicos a face
é menor que a base o que faz grande diferença no rendimento do equipamento (melhor autolimpeza).

Fig. 4.27: Configurações básicas do rolo compactador pé de carneiro.

As “patas” do pé-de-carneiro penetram na camada solta superior e compactam a camada inferior.


Quando o pé sai do solo ele joga para cima o material. O resultado é uma camada de material solto em
cima. Espalhando mais material este permanecerá solto e a máquina compactará a camada anterior. O
pé-de-carneiro realmente compacta de baixo para cima.
Uma das vantagens do pé-de-carneiro é que, como a camada superior fica sempre solta, o
processo ajuda a arejar e secar argilas e siltes. Porém possuem também algumas desvantagens como, a
camada superior de material solto pode agir como uma esponja e em períodos de chuva retardar a
compactação, o material solto dificulta a movimentação das unidades de transporte aumentando os
tempos de ciclo e além disso eles só trabalham a velocidade de 6 a 10 km/h o que elimina as vantagens
do impacto e da vibração.

b) Rolo Vibratório:

Se baseiam no princípio de redistribuição de partículas para diminuir a porosidade do solo e


aumentar a densidade. Eles são de dois tipos: rolo liso e rolo com pés. Os rolos vibratórios lisos geram
três forças de compactação: pressão, impacto e vibração. Os rolos com pés geram ainda a força de
manipulação. É de se supor que a compactação é uniforme sobre toda a camada solta durante a
compactação vibratória.
Em compactadores vibratórios, a velocidade e a frequência têm grande influência na
determinação de resultados. A densidade é o resultado das forças geradas pela vibração do rolo atingindo
o solo. Os resultados da compactação são uma função da frequência destes impactos como também da
força dos impactos e do tempo em que eles são aplicados. A relação frequência/tempo explica as

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menores velocidades dos compactadores vibratórios. A velocidade de trabalho é importante porque


determina quanto tempo levará para compactar uma parte determinada da obra. Em máquinas vibratórias
a velocidade de 3,2 a 6,4 km/h é a mais indicada.
Compactadores vibratórios de rolo liso trabalham melhor com material granular. As máquinas
compactadoras de rolo liso foram as primeiras a ser lançadas e são as mais eficientes em material
granular, com partículas de tamanho entre rochas grandes e areia fina. Também se usam em solos semi-
coesivos com até 10% de conteúdo de solo coesivo. A espessura da camada varia de acordo com o porte
da máquina mas, geralmente, a espessura da camada de material granular não deve exceder 607 mm
(24”). Quando se usam grandes rochas no aterro, as camadas de material solto têm de ser mais espessas,
sendo até 1,2 m (4’) é normal. Mas, quando despejamos rochas grandes no aterro, temos de espalhar
uma camada de, no mínimo, 305 mm (1’) de material por cima da rocha de tamanho maior para evitar
que apareçam por cima da superfície nivelada.

Fig. 4.28: Rolo compactador vibratório autopropulsado liso.

Compactadores vibratórios de rolo com pés trabalham melhor em solos coesivos. Quando os
compactadores de rolo com pés foram lançados, a gama de materiais foi ampliada para incluir solos com
até 50% de material coesivo e maior porcentagem de finos. Quando o pé entra por cima da camada solta,
ele rompe a ligação entre as partículas de material coesivo para conseguir uma boa compactação. Os pés
têm um desenho apropriado para entrar na camada sem levantar a terra e são cônicos para autolimpeza.
A camada típica de material solto para estas máquinas é de 305 a 457 mm (12 a 18”) de espessura.

Fig. 4.29: Rolo compactador vibratório com pés autopropulsado.

e) Rolo Pneumático:

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São usados em operações de pequeno a médio porte, principalmente em materiais de base


granulares, trabalhados com lâmina. Pneus não se recomendam para operações de alta produção em
projetos de aterro com grossas camadas de material solto.
As forças de compactação (pressão e manipulação) dos pneus pressionam a camada de cima
para baixo para adensar o material. Essa força pode ser modificada alterando a pressão dos pneus
(método normal) ou mudando o peso do lastro (feito com menor frequência). A ação de amassar é
consequência da colocação alternada dos pneus e dessa forma ajuda a “selar” a superfície.

Fig. 4.30: Variação da área de contato e carga aplicada ao solo com a pressão interna dos pneus.

Fig. 4.31: Esquema da colocação alternada dos pneus em rolo compactador.

Uma das vantagens dos rolos de pneus é que eles podem ser usados tanto na terra como no
asfalto o que representa uma grande vantagem para o empreiteiro que pode executar as duas operações
com uma só máquina.

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Fig. 4.32: Rolo compactador pneumático autopropulsado.

f) Rolos Combinados:

São equipamentos com eixos compostos de tipos diferentes de rolos ou dispositivos. Como
exemplo pode-se citar máquinas tratoras com eixo dianteiro de rolo liso e eixo traseiro pneumático.

Fig. 4.33: Rolo compactador combinado (liso + pneumático) autopropulsado.

g) Rolos Especiais

Pode-se necessitar de rolos para várias funções diferentes que não somente a compactação pura
e simples, como por exemplo, a compactação e espalhamento de detritos em aterros sanitários. Dessa
forma utiliza-se um dispositivo especial para aterros sanitários dotado de lâmina reta e rolos
compactadores com pés.

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Fig. 4.34: Rolo compactador autopropulsado para aterros sanitários.

5 – DIMENSIONAMENTO DOS EQUIPAMENTOS PARA TERRAPLENAGEM

Nesse capítulo observaremos algumas definições e os métodos de cálculo mais comuns


utilizados em terraplenagem.

5.1 – Resistência ao Rolamento

É a força de repressão exercida pelo solo/pavimento contra as rodas da máquina, emitida em


quilogramas.
RRo = PBM x fRRo
* PBM: peso bruto da máquina

5.2 – Fatores que Influenciam na Resistência ao Rolamento:

 Condições do Solo
 Fricção Interna
 Flexibilidade dos Pneus
 Penetração na superfície do Solo
 Peso nas Rodas
 Pressão dos Pneus
 Desenho na Banda de Rodagem dos Pneus

Por Experiência:

Resistência ao Rolamento = 2% P.V


Deslocando em superfície dura e lisa: fRRo = 2% P.V. = 20 Kg/t

5.3 – Penetração dos Pneus

A experiência tem demonstrado que para cada polegada de penetração dos pneus, uma máquina
de rodas deve superar um adicional de 15 Kg/t de resistência ao rolamento.

5.4 – Padrões de Fatores de Resistência ao Rolamento: (1% = 10 Kg/t)

a) Estrada dura, suave estabilizada e pavimentada, que não cede sob peso, e com boa
manutenção: 2,0%

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b) Estrada firme e suave, de terra ou macadame, cedendo sob peso ou apresentando ondulação
e com manutenção razoável: 3,5%

c) Estrada de terra, sulcada, cedendo sob peso, com pouca ou nenhuma manutenção e 25 a 50
mm de penetração dos pneus: 5,0%

d) Estrada de terra, sulcada, cedendo sob peso, sem manutenção, em estabilização, com 100 a
150 mm de penetração dos pneus: 7,5%

e) Terra solta ou cascalho: 10,0%

f) Estrada macia, lamacenta, sulcada, sem manutenção: 10,0 a 20,0%

5.5 – Resistência de Rampa

É a força de gravidade que deve ser superada ao subir uma ladeira. Ela age contra o peso total
de qualquer veículo de esteiras ou de rodas. Quando uma rampa é ascendente ou adversa, o resultado é
um requisito maior de potência. A resistência de rampa é neste caso, uma força contrária. No caso de
rampa descendente ou favorável, o efeito é uma força auxiliar assistência de rampa.

 ASCENDENTE: resistência de rampa propriamente dita

 DESCENDENTE - assistência de rampa ou “ajuda”.

Rra = 1% PBM = 10 Kg/t x % Rampa

5.6 – Rampa Efetiva

Pode-se imaginar que a rampa efetiva seria toda a resistência oferecida à máquina para que a
mesma possa executar um serviço qualquer. Dessa forma pode-se dizer que:

Refetiva = RRO(%) + RRA(%)

Logo a Potência Necessária (Kg) para a realização do serviço deverá ser maior ou igual a
Resistência Total oferecida ao equipamento (Kg ou %).

5.7 – Estudo da Potência da Máquina

5.7.1 – Potência Disponível: É a potência que a máquina pode oferecer ao executar um trabalho. Alguns
fatores que a determinam são a própria Potência da Máquina (constante) e a Velocidade (variável). Logo:

Potência = Força de Tração (Kg) x Velocidade (Km/h)

5.7.2 – Potência Utilizável (Usável): É a máxima potência que se pode usar de acordo com o local ou
ambiente em que se trabalha. Os principais fatores que a determinam são a Aderência e a Altitude.

a) Aderência:

É a capacidade que tem as esteiras ou rodas de aderirem ao solo, influindo diretamente na força
tratora da máquina. Quanto menor a aderência ao solo menor a força tratora. A aderência é função do
peso distribuído sobre as rodas ou esteiras e das condições do solo, sendo o peso o fator mais importante.

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A aderência é representada por um coeficiente variável com as condições do terreno. Este


coeficiente corresponde a uma porcentagem do peso existente sobre as rodas motrizes. Se dissermos que
o coeficiente é de 0,35, para os pneus em uma estrada encascalhada, isto significa que o esforço máximo
de tração para este terreno corresponde a 35% do peso suportado pelas rodas motrizes.

Fa = Ma x P

Pode-se determinar o peso sobre o conjunto propulsor da seguinte forma:

• Para tratores de esteira: utiliza-se o peso total do trator


• Para tratores de 4 rodas: utiliza-se a “%” de peso suportada pelas rodas motrizes (especificação
do fabricante) ou 40 % do peso total do conjunto trator-scraper (se for o caso)
• Para tratores de 2 rodas: utiliza-se a “%” de peso nas rodas motrizes (especificação) ou 60% do
peso de conjunto trator-scraper.

Tabela 5.1: Coeficientes de aderência (tração) para unidades tratoras.


MATERIAIS PNEUS ESTEIRAS
Concreto 0,90 0,45
Argila seca 0,55 0,90
Argila molhada 0,45 0,70
Estrada comum (mal conservada) 0,40 0,70
Areia solta seca 0,20 0,30
Areia solta úmida 0,40 0,50
Material de praça de pedreira 0,65 0,55
Estrada encascalhada 0,35 0,50
Terra firme 0,55 0,90
Terra solta 0,45 0,60

Observação: Uma máquina não pode exercer uma tração, em quilos, superior ao peso que ela tem sobre
suas rodas acionadoras ou esteira.

b) Altitude:

A cada 100,00 metros de desnível, acima de 1000 m de altitude, perde-se 1% de potência da


máquina devido à diminuição do oxigênio contido no ar, que altera o funcionamento dos motores a
combustão.

6 – Produção dos equipamentos

Há muitos fatores influenciando simultaneamente cada obra, dessa maneira o executor precisa
saber previamente o máximo possível sobre a mesma de forma a poder “enfrentá-la” com sucesso.
Embora não existiam duas obras exatamente iguais, há várias semelhanças entre algumas, e sabendo
como controlá-las, um empreiteiro conseguirá um bom ponto de partida para resolver seu problema.
Com isso, uma empresa de terraplenagem ou obras de terra deve obter um bom estudo da produção de
seus equipamentos de forma a produzir cronogramas confiáveis e não sofrer com surpresas na fase de
execução.
A produção de uma obra de terraplanagem sofre, principalmente, a influência de alguns fatores
como:

1) Tempo (clima)
2) Material a escavar
3) Eficiência dos equipamentos

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Nesse tipo de obra civil vale ressaltar que o objetivo é sempre o de cumprir a sequência de serviços:
carregamento, transporte, descarga e retorno.

6.1 – Tempo de Ciclo:

É o tempo gasto pela máquina para executar uma operação completa. Pode ser:

• Fixo: É o tempo gasto em carregamento e descarga, incluindo qualquer manobra que possa ser
necessária (constante).
• Variável: É o tempo de percurso, ou o tempo nas fases de transporte e retorno do ciclo. Este
tempo varia com a distância e com as condições da estrada de transporte ou serviço.

6.1.1 – Perda de Tempo:

Vários fatores podem interferir em um maior ou menor tempo gasto no ciclo de um equipamento
de terraplenagem. Os principais fatores que aumentam o tempo de ciclo, e consequentemente diminuem
a produtividade são:

 Fraca manutenção da área de corte: 5,0%


 Posicionamento ineficiente: 6,6%
 Carregamento muito demorado: 16,6%
 Pusher inadequado: 5,0%
 Estradas mal conservadas: 41,6%
 Manutenção mecânica insuficiente: 16,6%
 Manutenção deficiente do aterro: 8,4%

6.1.2 – Observações:

1) Para reduzir o tempo fixo:

 O carregamento, sempre que possível, deve ser efetuado colina abaixo


 Deve-se eliminar o tempo de espera na praça de corte
 Os “pushers” deverão ser equipados com escarificadores

2) Para reduzir o tempo variável

 Deve-se planejar cuidadosamente o traçado das estradas de serviço (transporte)


 Manter uma constante conservação das estradas de serviço

6.2 – Fatores de Conversão

São utilizados para modificar os cálculos de produção de modo que os mesmos se ajustem a um
determinado trabalho e as condições locais. Tais fatores variam para cada tipo de máquina usada na obra
e do tipo do solo a ser escavado.

6.2.1 – Fator de Eficiência (FE):

O Fator de Eficiência é um dos elementos mais complexos no cálculo da produção de serviços


de terraplenagem, uma vez é influenciado por vários fatores como:

 Experiência do operador
 Pequenos consertos e ajustamentos
 Atrasos pessoais
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 Atrasos causados pelo plano geral de trabalho

O fator de eficiência médio é um número adimensional que “corrige” a produtividade de um


equipamento de terraplenagem de acordo com os valores mostrados a seguir.

Tabela 6.1: Fator de eficiência médio para unidades tratoras.

6.3 – Etapas no Cálculo do Dimensionamento dos Serviços de Terraplanagem

1ª – Capacidade da Máquina: O primeiro passo será determinar a capacidade da máquina. Isto será
expresso como a definição da “carga” por ciclo.

2ª – Tempo de Ciclo: O segundo passo será calcular o tempo de ciclo da máquina. Todos os tempos de
ciclo tem quatro etapas, carregamento, transporte, descarga e retorno. Determinando-se o tempo de ciclo,
pode-se calcular o número de ciclos por hora para cada máquina.

3ª – Produção Horária: Calcula-se a produção horária multiplicando o número de ciclos por hora X
carga por ciclo. Isso dá a produção horária com 100% de eficiência. Em seguida, multiplica-se esse
valor pelo fator de eficiência de trabalho (FE) baseado em utilização de tempo e características
específicas.

4ª – Fatores de Correção: Devem-se considerar quaisquer fatores de correção, que podem ser baseados
na competência do operador, métodos de produção, condições do tempo (clima), tráfego nas estradas de
serviço, imprevistos, etc.

A capacidade ou experiência de um empreiteiro para determinar e aplicar estes fatores de


correção em suas próprias condições específicas de trabalho determinará, em grande parte, o seu grau
de sucesso no ramo da terraplenagem.

7 – Estudo dos Bull-Dozers

7.1 – Ciclo de Operação de um Bull-Dozer (trator de lâmina)

O ciclo de operação de um Bull-dozer compreende:

o escavação
o ida com a carga até o aterro ou bota-fora
o descarga com levantamento da lâmina
o retorno sem carga até o ponto de partida.

Tempo Gasto para completar um ciclo (Tempo Ciclo):


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T = Ti + Tr
Onde:

Ti = Tempo de ida
Tr = Tempo de retorno

Tanto o “Ti” quanto o “Tr” podem ser divididos em duas parcelas, a seguir:

1) Tempo Fixo: Mudança de marcha, aceleração, possíveis manobras.


2) Tempo Variável: Depende da distância de transporte.

Exemplo: Tempo Fixo p/ Trator Esteira: 30 seg.


p/ Trator Pneus: 60 seg.

7.1.1 – Cálculo do Tempo Variável (tvar):

tvar = (L – I) / V

 L = Distância de transporte em estradas de serviço (m)


 I = Distância percorrida durante o tempo fixo (m)
 V = Velocidade em m/s

Obs.: (L – I) = distância percorrida no tempo variável

7.2 – Número de Ciclos/Hora (N)

N = 60min/T

T = tempo, em minutos, para se completar 1 ciclo (T = Ti + Tr = Tfixo + Tvar)

7.3 – Produção Horária (Ph)

Ph = C . N . E . F

Ph = produção horária (m3/h)


C = capacidade de lâmina (m3)
N = Nº de ciclos por hora
E = eficiência horária (FE)
F = fator de conversão dos solos

7.3.1 – Capacidade de Carga da Lâmina

De acordo com a figura 7.1 pode-se determinar a capacidade da lâmina de um Bull-dozer como
sendo:

tg α = h/b :. b = h/ tg α
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S = (b x h)/2 :. S = h2/(2.tgα)

Então:

V = h2/(2.tgα) . L
Dessa forma:

α) . L . µ
C = V = h2/(2.tgα
Onde:

L = comprimento da lâmina
h = altura da lâmina
α = repouso do material
b = comprimento do material
µ = fator de conversão dos solos

Fig. 7.1: Esquema de cálculo da lâmina dos Bull-dozers.

Observações:

i. Para terrenos granulares µ = 0,8 e para terrenos argilosos pode-se trabalhar com µ = 1,0.
ii. Trabalhando em Aclive ou Declive a capacidade de carga da lâmina pode ser corrigida da
seguinte forma:

Aclive: rampa desfavorável – Capacidade Final da Lâmina: C’ = C x (1 – % rampa x 3)

Declive: rampa favorável – Capacidade Final da Lâmina: C” = C x (1 + % Rampa x 6)

8 – Produção dos Moto-scrapers

8.1 – Tempo de Ciclo dos Motoscrapers

Tempo Fixo:

• Carregamento: 0,6 à 1,0 minutos


• Descarga: 0,6 à 0,8 minutos

Tempo Variável:
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• Transporte: Tempo de ida


• Transporte: Tempo de retorno

8.2 – Cálculo Produção Horária dos Motoscrapers

Ph = C . N . E . F

Onde:

Ph: produção horária (m3/h)


C: capacidade da caçamba (m3)
Ε: eficiência horária
N: números de ciclos por hora
F: fator de conversão dos solos

8.2.1 – Número Ciclos por Hora (N)

T = tempo gasto em 1 (um) único ciclo de trabalho (tempo de ciclo).

8.2.2 – Cálculo do Tempo de Ciclo (T)

No Cálculo dos tempos de ida (TIDA) e dos tempos de retorno (TRET) dos motoscrapers
utilizamos gráficos como os mostrados a seguir.

1 – Do gráfico p/ Scraper Carregado (ida) → Resistência x Distância → Tempo (minutos)

2 – Do gráfico p/ Scraper Vazio (volta) → Resistência x Distância → Tempo (minutos)

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Fig. 8.1: Gráfico para determinação do tempo variável do motoscraper carregado.

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Fig. 8.2: Gráfico para determinação do tempo variável do motoscraper vazio.

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3 – Do Gráfico Retardador (figura 8.3): Peso Bruto x Resistência (Rampa Efetiva) → Marcha →
Velocidade

Fig. 8.3: Gráfico para determinação da velocidade motoscraper.

Dessa forma o tempo variável dos motoscrapers pode ser definido por:

Logo, o tempo gasto pelo motoscraper para a realização de um ciclo completo é:

T = Tcarga + Tida + Tdescarga + T retorno

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8.3 – Estudo do Método “Pusher” (unidade tratora)

Tempo de Ciclo:

o Tempo de Carregamento: 0,6 a 0,8 minutos


o Tempo de Impulso (Reforço): 0,15 minutos
o Tempo de Manobra (Retorno): 0,24 minutos
o Tempo de Contato: 0,10 minutos

o Tempo Total: 1,09 minutos

8.3.1 – Número de Scrapers Servidos pelo Pusher:

N° = (Tempo de ciclo do motoscraper) / (Tempo de ciclo do pusher)

Tabela 8.1: Tabela de tempo fixo para unidades tratoras para pusher.

9 – Dimensionamento das Pás Carregadeiras

O ciclo completo de uma carregadeira compreende nas seguintes etapas:


o escavação
o movimentação da lança para posição
o descarga
o volta a posição inicial sem carga

Para escavações medidas no corte, a produção horária das carregadeiras pode ser determinada
por:

Ph = C . N . F . E . K

C = Capacidade da caçamba (m3)


N = Nº de ciclos por hora
F = Fator de conversão dos solos
Ε = Eficiência horária
K = Fator de eficiência da caçamba (expresso em % da capacidade da caçamba e depende da categoria
do solo escavado)
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O número de ciclo por hora pode ser definido como segue, sendo “T” o tempo de um ciclo
completo (seg).

N = 3600 / T

10 – Tempo de Ciclo dos Caminhões

Na construção de rodovias envolvendo a movimentação de pequenos volumes de material, a


equipe mais usual é a pá-carregadeira acompanhada do caminhão basculante. As carregadeiras são
equipamentos de pequena capacidade de carga, baixo custo de operação e grande agilidade, utilizados
em cortes, no carregamento de material. Os caminhões basculantes são destinados ao transporte e à
descarga de material, sendo mais velozes e adequados para grandes distâncias de transporte.

TCiclo = TCarga + TTransporte

a) No de Unidades de Transporte para atender à produção de uma escavadeira:

N = (tc + tt) / tc

Onde:

N: nº. de caminhões
tc: tempo de carga
tt: tempo de transporte

b) Cálculo do Tempo de Carga para encher 01 unidade:

tc = n1 . T ε: Eficiência
ε T: Tempo de um ciclo da escavadeira
n1: Número de caçambas

c) No de Caçambas para encher uma unidade:

Q = n1 . q . K n1 = Q/(q . K)

Onde:
n1: Número de caçambas
Q: Capacidade Caminhão
q: Capacidade Caçamba
K: Fator Eficiência da Caçamba da escavadeira

No caso de se adotar o número inteiro imediatamente inferior, haverá ociosidade por parte da
pá-carregadeira e os caminhões basculantes irão governar a produção. Caso contrário, haverá ociosidade
dos caminhões basculantes e a carregadeira irá governar a produção. Na prática, é usual que a
carregadeira governe a produção, pois tal hipótese propicia uma maior fluidez na dinâmica da obra.
O método corrente de dimensionamento de equipes de pá-carregadeira e caminhão basculante é
ineficiente, apresentado as seguintes limitações: (i) permite a ociosidade na operação de equipamentos;
(ii) não considera variações nos tempos de ciclo das operações das máquinas devido às incertezas, por
ser um modelo determinístico; e (iii) não permite ao analista uma compreensão da dinâmica operacional
da equipe dimensionada, dificultando o planejamento da obra. Deste modo, justifica-se a busca de novos
métodos que supram as carências da metodologia corrente.

17- Moto niveladoras


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São empregadas em:

1) Execução de Valetas
2) Execução de Taludes
3) Espalhamento de Terras
4) Acabamento do Leito de estradas, de Sub-Base e base.
5) Conservação das Estradas de Transporte
6) Espalhamento de Agregados na Fase de Pavimentação

17.1- Tempo para Executar um Serviço

T = (d . n)/(Vm . ε)

T: Tempo p/ executar o serviço em horas


d: Distância em Km
n: no de passadas sobre a faixa para completar a operação (É função da natureza do solo, largura da
faixa, estado da faixa e peso da máquina)
ε: Eficiência Horária (Exemplo: ε = 0,80)
Vm: Velocidade Média em Km/h

17.2- Produção Horária (m2/h):

Ph = Vm.ε.L / n

Ph: Produção horária (m2/h)


ε: Eficiência Horária
L: Comprimento útil da lâmina
Vm: Velocidade Média (Km/h)
n: No de Passadas

17.3-Comprimento útil da Lâmina (L):

L = A. sen θ onde:

A: Comprimento real da Lâmina


θ: Ângulo formado entre a posição da Lâmina e a Direção da Marcha

18 - Compactação

É o processo pelo qual se obtêm, artificialmente, a densificação ou o aumento de resistência do


solo. É aplicado em construções de Barragens, Aeroportos, Estradas, etc.

18.1 - Processos de Compactação

1) Pressão

2) Impacto

3) Vibração
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4) Manipulação

18.2 - Tipos de Rolo

1) Liso
2) Pneus
3) Tamping
4) Pé de Carneiro

18.3 - Tipos de Patas

18.4 - Produção Horária - Ph (m3)

Ph = L x V x E x 10,18
P

L = Largura compactada para passada em metro


V = Velocidade média em km/h
E = Espessura, em cm, compactada
P = No necessário de passadas da máquina (gráfico a seguir)

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Fig. 11.1: Gráfico para determinação do número de passadas do rolo compactador.

19 – APLICAÇÕES:

19.1 – Calcular a resistência total de um motoscraper que se locomove numa estrada de terra solta com
rampa de 5% (aclive), sabendo-se que o mesmo possui:
Carga coroado: 15,00 m3
Densidade solta do material: 1.580 kg/m3
Peso do Scraper vazio: 16.600 kg

RRO = PBM × fRRO


PBM = Pvazia + Pmat.
PBM = 16.600,00 + (15,00 × 1.580,00) = 40.300,00 Kg = 40,30 Ton

f RRO da Apost. Pág. 33 para Terra Solta = 10,0%


f RRO = 100,0 Kg/Ton

RRO = PBM × fRRO = 40,30 Ton × 100,0 Kg/Ton = 4.030,00 Kg

Rampa = 5% aclive
RRA = 1% x PBM × Rampa
RRA = (10 Kg/Ton × 40,30 Ton) × 5 …………………………. RRA = 2.015,00 Kg

RT = RRO + RRA
RT = 4.030,00 + 2.015,00 ....................................... RT = 6.045,00 Kg

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12.2 – Um trator de esteira com peso igual (PBM) a 23.000 kg, opera num aclive de 20%. Deseja-se
saber a sua velocidade máxima de trabalho. Qual a tração máxima utilizável considerando que a máquina
trabalha sobre solo de argila molhada? Qual a rampa máxima de trabalho?

RT = RRO + RRA
RRO = 0 (Trator de Esteira)

RT = (1% x PBM) x Rampa = 0,01 x 23.000 x 20 = 4.600 Kg

Coef. de aderência (tabela 5.1): Ma = 0,7 (para argila molhada)

Tração Máxima = Fa (pág. 34)


Fa = Ma x PBM = 0,7 x 23.000 ..................................... Fa = 16.100 Kg

Cálculo da Rampa máxima:


RT = RRO + RRA = Tração máxima

RRO + RRA = Fa
RRO = 0

Logo:
RRA = Fa

1% x PBM x Rampa = 16.100 Kg


10 Kg/Ton 23,00 Ton x Rampa = 16.100 Kg
Rampa = 16.100 /10 x 23
Rampa = 70%

Como:

Fa = Tração máxima .......................Então: Rampa calculada também é máxima

Rampa Máxima = 70%

12.3 – Calcule a produção diária de um trator de lâmina, que opera em rampa de 15% favorável ao corte
em um bota-fora distando 60,0 m do local do corte. Demais dados do trator e do solo a seguir. O
equipamento trabalha 10 horas/dia.
Comprimento da lâmina (L) = 3,46 m
Altura da lâmina (h) = 1,17 m
Densidade do material solto (γsolta)= 1.450 kg/m3
Densidade do material no corte (γcorte)= 1.690 kg/m3
Ângulo de repouso do material na lâmina (α) = 44°
Velocidade de ida (Vida) = 2,4 km/h
Velocidade de retorno (Vret)= 6,08 km/h

Determinação da Capacidade da Lâmina:

C = h² . L = 1,17² . 3,46 = 2,46 m3


2.tgα 2tg44°

Capacidade Corrigida da Lâmina (C'') – rampa de 15% Favorável:

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C” = C . (1 + % Rampa × 6)
C” = 2,46 . (1 + 0,15 . 6) = 4,67 m3

Fator Conversão Solos: f = γsolta/γcorte = 1,450/1,690 = 0,86

Nº Ciclos p/ Hora (N): N = 60


T
onde:
tciclo = tida + tret

tida é subdividido em: tfixo = 30” (pág. 37)


tvar = ?

p/ Vida = 2,4 Km/h .......... temos que durante 30” a distância percorrida no tfixo é Dtfixo = 0,66 m/s . 30s
logo: Dtfixo = 19,8m ........... adotar: Dtfixo = 20,0m

Então:
tvar = distância = L - l . 60 = 60 - 20 . 60
velocidade V 1000 2,4 1000
tvar = 1,0’

logo .......................... tida = tfixo + tvar = 30" + 1,0’ = 1,5’

tret possui também um tfixo = 30”

p/ Vret = 6,08 Km/h ............ temos que durante 30” a distância percorrida no tfixo = 1,68 m/s . 30s

logo: Dtfixo = 50,4m ........... adotar: Dtfixo = 50,0m

Então:
tvar = distância = L - l . 60 = 60 - 50 . 60
velocidade V 1000 6,08 1000

tvar = 0,0987' = 5,9" = 6" (adotado)

logo ........................... tret = tfixo + tvar = 30" + 6" = 36"

Dessa forma:

Tciclo = tida + tret = 1,5' + 36" = 2,10’

Números de ciclos por Hora:

N = 60' = 28,57 ciclos/h ......................... adotar: N = 28 ciclos/h


2,10’

Produção da Máquina:
Ph = C × N × E × f
Ph = 4,67 × 28 × 0,83 × 0,86 .................................. Ph = 93,34 m3/h

Produção Diária
PD = Ph x Htrab
PD = 93,34 m³/h . 10 h ........................................... PD = 933,40 m3/dia

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12.4 – Dimensionar o equipamento, o tempo gasto para executar o serviço e a distância media de
transporte do trecho, considerando-se que o empreiteiro trabalha em material de dificuldade média de
corte (F = 0,8) com uma escavadeira do tipo shovel (E = 0,5 e K = 0,9) e vários caminhões, ambos
trabalhando 10 horas por dia.
Dados:

γsolto: 1,3 t/m3


3
γcompactado: 1,6 t/m
Veloc. ida do caminhão: 30 Km/h
Veloc. retorno do caminhão: 50 Km/h
Capacidade da carregadeira: 3,0 m 3
Capacidade do caminhão: 6,0 m3
Tempo de ciclo da carregadeira: 26"
Ângulo de giro da carregadeira: 90º

Produção Horária da Carregadeira


Ph = q × F × E × K × N

Fazendo:
N = 60/T = 3600/26 = 138,46 = 138 ciclos/h

Ph = 3m³ × 0,8 × 0,5 × 0,9 × 138 ........................... Ph = 149,04 m3 /h

Tempo de Carga p/ 1 unidade de transporte

n = Q = 6,0 m³ = 2,22 ................................. n = 2,22 (nº caçambas por unidade de transporte)


q . K 3 m³.0,9

TC = n . T = 2,22 × 26" = 115,44" .............................. Tc = 115,44" = 1' 55,44"


E 0,5

Tempo de Transporte

t IDA = Distância/Veloc. IDA

p/ Esquerda: t ida = 3,0 Km = 0,1 h = 6’= 360”


30 Km/h

p/ Direita: tida = 9,0 Km = 0,3 h = 18’ = 1080”


30 Km/h

t VOLTA = Distância/Veloc.VOLTA
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p/ Esquerda: tvolta = 3,0 = 0,06 h = 216”


50
p/ Direita: tvolta = 9,0 = 0,18 h = 648”
50

Então:
TTOTAL = (TC + tIDA + tVOLTA + tdesc)/E
Adotando para os caminhões: tdescarga = 180"

TESQ = 115,44" + 360" + 216" + 180" = 871,44”


TDIR = 115,44" + 1080" + 648" + 180" = 2023,44”

Nº de Caminhões

N = Tciclo Caminhões/TCiclo Carregadeira

Nesq = 871,44" = 7,54 ....................................... Nesq = 8 unidades


115,44”
Ndir = 2023,44” = 17,53 ...................................... Ndir = 18 unidades
115,44”

Duração Serviço

Nº horas = Volume total/Ph = 30.000 m³ / 149,04 m³/h = 201,29 horas ................. Nº = 201 horas

Trabalhando com jornada de 10 h/dia temos:

Duração do Serviço: DS = 201h/10 h/dia = 20,1 dias ................... DS = 20 dias (adotado)

Distância Média de Transporte


Dmt =[Dfixa + (V1.d1 + V2.d2) ] / (V1 + V2)

Onde:
Dfixa = 1,0 km
d1 = desq = (est.200 – est.100) . 20m = 100 . 20 = 2000m = 2,0 km
d2 = ddir = (est.600 – est.200) . 20m = 400 . 20 = 8000m = 8,0 km

V1 = Vesq: 1000 est. ----- 30000 m³


200 est. ----- V1 …………………………. Logo: V1 = 6000 m³
V2 = Vdir: 1000 est. ----- 30000 m³
800 est. ----- V2 …………………………. Logo: V2 = 24000 m³

Então:
Dmt = [1,0 Km + (6000 . 2,0 + 24000 . 8,0)]/(6000 + 24000) = 7,8 Km

Dmt = 7,8 Km

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12.5 – Determine o Nº de horas necessárias à regularização de 60 km de estradas de terra com moto


niveladora e a produção horária, sabendo-se que pelo estado da estrada são necessários:
• 2 passagens em 1ª marcha: 4,10 km/h
• 3 passagens em 3ª marcha: 8,25 km/h
• 1 passagem em 5ª marcha: 18,70 km/h
• Comprimento da lâmina: 3,80 m
• Ângulo da lâmina com a direção de marcha = 30°
• Eficiência Horária = 0,80
• Trabalhando com 4 moto-niveladoras (patrulha/patrol) CAT nº12

Cálculo do Tempo de Serviço


T = (d . n)/(Vm . E)

Onde:
d = 60 km
n = 6 passadas
E = 0,80

Vm: velocidade média ............................ 2 x 4,10 km/h = 8,20 km/h


3 x 8,25 km/h = 24,75 km/h
1 x 18,70 km/h = 18,70 km/h
Σv = 51,65 km/h

Logo: Vm = Σv/n = 51,65/6 = 8,61 km/h ................... Vm = 8,61 km/h

Então:
T = (d . n)/(Vm . E) = (60 . 6)/(8,61 . 0,80) = 52,26 h .................. T = 52,26 horas

Tempo da patrulha (4 unidades):

TPAT = 52,26 h/4 = 13,07 h ........................................................ TPAT = 13,07 horas

Cálculo da Produção Horária


Ph = Vm x E x L
n
Onde:
Vm = 8,61 km/h = 8610 m/h
E = 0,80
n = 6 passadas
L = A . sen θ = 3,80 m . sen30° = 3,80 . 0,50 = 1,90 m

Logo:

Ph = (8610 . 0,80 . 1,90)/6 = 2181,20 m²/h .................... Ph = 2181,20 m²/h (p/ uma moto niveladora)

Para a patrulha de 4 unidades temos que:

PhPat = 2181,20 . 4 = 8724,80 m2/h ....................................... PhPat = 8725 m 2/h

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