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ISPH

INSTITUTO SUPERIOR
POLITÉCNICO DA HUÍLA
CONSTRUINDO O CONHECIMENTO NA INTERACÇÃO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E ARQUITECTURA

CONSTRUÇÃO CIVIL 1
LOCAÇÃO DA OBRA

Elaborado por: Daniel Ernesto Armando


 4º Ano
 Período: tarde
Docente
__________________________
Engº Carlos Máquina
ARIMBA, Dezembro de 2021
Índice
1. Introdução
2. Processos de locação (gabarito)
2.1. Locação por cavaletes
2.2. Desvantagem
2.3. Locação por tábua corrida
2.4. Teodolitos e Níveis
2.4.1. Nível de bolha
2.4.2. Teodolitos e Níveis
3. Procedimentos que antecedem a locação da obra
4. Equipamentos e ferramentas necessárias para se realizar a locação de uma obra
5. Sequência genérica para a locação de obra
6. Qual a tolerância das medidas na locação da obra
7. Termos utilizados na locação de obras
8. Bibliografia complementar

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1. Introdução:

 A locação da obra é o processo de transferência da planta baixa do projeto da edificação para o


terreno, ou seja, os recuos, os afastamentos, os alicerces, as paredes, as aberturas etc.
 Na fase de execução da locação da obra deve se adotar o máximo rigor possível. A presença do
engenheiro civil nesta fase deve ser constante.
 Deve-se ter em mente que os elementos de locação deverão permanecer na obra por um tempo
razoável, até que se possa transferir para a edificação os pontos de referência definitivos.
2. Processos de locação (gabarito)
a. Locação por cavaletes;
b. Locação por tábua corrida (tabeira);
c. Teodolitos e Níveis

2.1. Locação por cavaletes

 A locação por cavaletes é indicada para obras de menor porte – garagens, barracões e ampliações - e
com poucos elementos a serem locados.
 Nesse tipo de locação, os alinhamentos são definidos por pregos cravados nos cavaletes constituídos
de duas ou três estacas cravadas diretamente no solo e travadas por uma travessa nivelada pregada
nas estacas.

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Na sequência será demostrado várias fotos de obras que utilizam locação por cavaletes.

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2.1.1.Desvantagem
A grande desvantagem dos cavaletes por serem isolados é a dificuldade de se perceber deslocamentos
provocados pela circulação de equipamentos e operários, resultando com isso alinhamentos e locações fora do
previsto.

2.2. Locação por tábua corrida

 A locação por tábua corrida, também chamada de tabela ou tabeira, é indicada para obras com muitos
elementos a serem locados.
 Consiste em contornar toda a futura edificação com um cavalete contínuo constituído de estacas e
tábuas niveladas e em esquadro (polígono em esquadro).

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Figura - Croqui de locação da obra por tábua corrida.

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 Depois de definidas as linhas do gabarito, sempre que possível distanciadas 1,20 m ou mais da futura
construção, fincam-se no solo os pontaletes que darão rigidez ao cercado, devendo desde já ficarem
alinhados e nivelados.
OBS.: Para uma maior garantia (obras de maior vulto) convém concretar a base das estacas, aguardando
pelo menos 24 horas para dar continuidade à locação.
 No caso de o terreno apresentar uma inclinação acentuada a locação pode ser feita com gabaritos em
degraus (patamares), sempre em nível e esquadro.

Futura construção

~1,20 m

 Após a fixação dos pontaletes, estes devem ser serrados com o topo ficando no nível desejado.
- nível eletrônico a laser;
- em obras menores um nível de mangueira, constituído de uma mangueira transparente (cristal) de
12 a 15 mm de diâmetro, cheia de água limpa e livre de bolhas de ar no interior;
- Outro método de transferir o nível é esticando uma linha entre os pontaletes e pregando uma
tábua nivelada com nível de bolha, logo abaixo da linha. (não é muito preciso mais serve para
marcações preliminares);

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- Partindo de um ponto definido no primeiro pontalete, transfere-se o nível para os demais
pontaletes.
2.3. Teodolitos e Níveis
2.3.1.Nível de bolha

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2.3.2. Teodolitos e Níveis

 Ponto deixado pelo topógrafo.


 Solicitar ao topógrafo a conferência de eixos e divisas da obra.
 Após esta conferência, verificar as distâncias entre os eixos e as divisas.

3. Procedimentos que antecedem a locação da obra

 o terreno deve estar limpo (capinado) e, preferencialmente, na cota de arrasamento das fundações
(estacas ou sapatas).
 é necessário conseguir a referência inicial que pode ser um ponto definido no terreno e um rumo ou uma
parede de construção vizinha. A referência mais comum em obras urbanas é o alinhamento predial que
geralmente é marcada por equipe de topógrafo da prefeitura ou por empresa prestadora de serviços
contratada pelo município.
 estudar os projetos.
 providenciar todos os equipamentos e ferramentas necessários;

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4. Equipamentos e ferramentas necessárias para se realizar a locação de uma obra

 teodolitos e níveis (mangueira 3/8” ou laser);


 nível de mangueira;
 trena metálica de 30 metros (jamais usar trena de lona, plástico ou metro de madeira);
 linhas de nylon;
 prumo;
 Arame recozido n 18;
 tinta esmalte (cores vermelha e branca), marreta, martelo e pregos etc.
5. Sequência genérica para a locação de obra
a) Conferir a referência e limitar o terreno a partir do alinhamento, marcando os limites do terreno;
b) Marcar uma das faces (pode ser a frontal) do gabarito a 1,2 metros da futura construção (1,2 a 1,5 m),
considerando como a obra vai ficar no terreno (recuo - o alinhamento frontal recuado em 3 metros, a partir
do alinhamento predial (depende do código de obras da cidade).;

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c) Confeccionar a face escolhida com estacas ou pontaletes (3"x3") espaçados de 1,5 a 3,0 metros e
alinhados rigorosamente por uma das faces (esticar uma linha de nylon).
d) Depois de consolidados no terreno, os pontaletes devem ser nivelados (nível de mangueira), cortados no
topo a uma altura de 40 a 50 cm do solo (até 1 a 1,2 m) e ter pregado na sua face interna tábuas (de boa
qualidade) de 1"x6" (pode ser 1"x4") devidamente niveladas;
e) A partir da primeira face, marcar e confeccionar as demais faces do gabarito, usando triângulos retângulos
(gabaritos) para garantir a ortogonalidade do conjunto (esquadro), conferindo sempre até travar todo o
conjunto com mãos-francesas e contraventamento, se necessário;
f) Pintar o gabarito, preferencialmente, com tinta esmalte branca (pode ser látex);

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g) Dependendo do método de locação utilizado ou da existência de projeto de locação, faz-se a marcação no
topo da tábua interna colocando pregos em alturas diferentes (ou de diferentes diâmetros) para identificar
eixos, faces laterais de paredes etc. Marcar na tábua a linha de pilares com tinta esmalte vermelha;
h) Marcar todos os pontos de referência na tábua sempre usando trena metálica e efetuar a conferência
(mestre ou engenheiro). Um bom método de conferência é o inverso, ou seja, voltar do último ponto
marcado, fazendo o caminho inverso da locação;

i) Com duas linhas de nylon n.80 (preferência arame de aço recozido n.18) esticadas a partir das marcações
do gabarito e no cruzamento das linhas transferir as coordenadas das estacas (sapata ou elemento que
venha a ser executado) para o terreno, usando um fio de prumo (250 g) marcar o ponto exato da estaca
(centro), cravando um piquete (pintado de branco);

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j) No caso de haver movimentação de equipamentos pesados (bate-estacas, máquinas e caminhões)
proceder a cravação com um rebaixo em relação ao terreno e marcar o local do piquete com cal ou areia,
remarcar sempre que ocorrer dúvida em relação a locação do piquete;
k) Colocar proteções e avisos da existência do gabarito para evitar abalroamento e deslocamentos que
possam por em risco a exatidão do controle geométrico da obra. Alertar para que não utilizem o gabarito
como andaime, apoio para materiais, passarelas etc.

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6. Qual a tolerância das medidas na locação da obra

 Esquadro do Gabarito – 2 mm/10m;


 Esquadro dos Eixos Principais- 1 mm/10m;
 Nivelamento do Gabarito – 10 mm em 30m;
 Precisão da Trena – 3 mm;
 Elementos da Fundação: Varia com o tipo
 Alicerce: 5 cm  Bloco de Fundação: 5cm  Pilar: 1cm.
7. Termos utilizados na locação de obras

 Cota de arrasamento ou de respaldo – é a cota da face superior das estacas ou sapatas.


 Esquadros - são gabaritos ou triângulos retângulos, com lados de 30, 40 e 50 cm, ou 60, 80 e 100, ou
ainda, 90, 120 e 150 cm, para esquadros maiores pode-se usar trenas com lados de 3, 4 e 5 metros ou
mais.
 Piquetes – pequenas estacas de madeira que servem para marcar o local de execução de um elemento
estrutural.
 Pontos notáveis – são pontos de referência iniciais, como por exemplo: alinhamento de parede de
edificação vizinha, alinhamento predial, marco topográfico, árvore, poste etc.
 RN – é referência de nível, ou seja, a cota 0,0.
 Testemunhos – são marcos de concreto que geralmente marcam a existência de um piquete para realizar
conferências no gabarito.
 Tolerância – é o erro admitido nas marcações (até 3 mm no lado maior do esquadro de 5 metros).
 Triangulação – verificação do esquadro com os triângulos retângulos.

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8. Bibliografia complementar
- AZEREDO, Hélio Alves de. O edifício e sua cobertura. São Paulo: Edgard Blücher, 1977. 182p.
SOUZA, Roberto... [et al.]. Qualidade na aquisição de materiais e execução de obras. São Paulo: Pini,
1996. 275p.

- GUEDES, Milber Fernandes. Caderno de encargos. 3ª ed. atual. São Paulo: Pini, 1994. 662p.
- RIPPER, Ernesto. Como evitar erros na construção. 3ª ed.rev. São Paulo: Pini, 1996. 168p.
- DIRETÓRIO ACADÊMICO DE ENGENHARIA CIVIL DA UFPR. Notas de aulas da disciplina de
Construção Civil (segundo volume). Diversos autores. Revisor: Lázaro A. R. Parellada. Apostíla. Curitiba:
DAEP, 1997.
- DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DA UEPG. Notas de aulas da disciplina de Construção Civil.
Carlan Seiler Zulian; Elton Cunha Doná. Ponta Grossa: DENGE, 2000.

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