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4 PRINCIPAIS CAUSAS DE

PATOLOGIAS EM FUNDAÇÕES

(Foto: AFP PHOTO / YONHAP)


Introdução
A estatística francesa (Logeais, 1982) estudou 2.000 casos no seu país e
descobriu que 80% das patologias ocorridas foram por desconhecimento das
características do solo. As incertezas quanto às condições do subsolo podem
ter como causa:

1. Ausência de investigação;

2. Investigação ineficiente;

3. Investigação com falhas;

4. Má interpretação dos resultados das sondagens.

Em uma de suas palestras o Engº Jarbas Milititsky, Ph.D em Engenharia Civil,


professor de Geotecnia na UFRGS, Diretor da Milititsky Consultoria Geotécnica
e autor do livro “Patologia das Fundações” elaborado em conjunto com outros
dois grandes profissionais da área de geotecnia, Ph.D Engº Nilo Cesar Consoli e
Ph.D Engº Fernando Schnaid, apresenta inúmeros problemas que tem origem
no desconhecimento do subsolo, como veremos a seguir.
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(Foto: Reprodução do YouTube)

Em fundações diretas
a) Tensões de contato excessivas, incompatíveis com as reais características do solo,
resultando em recalques inadmissíveis ou ruptura;

b) Fundações em solos/aterros heterogêneos, provocando recalques diferenciais;

c) Fundações sobre solos compressíveis sem estudos de recalques, resultando


grandes deformações;

d) Fundações apoiadas em materiais de comportamento muito diferente, sem junta,


ocasionando o aparecimento de recalques diferenciais; 4
e) Fundações apoiadas em crosta dura sobre solos moles, sem análise de recalques,
ocasionando a ruptura ou grandes deslocamentos da fundação.
Em fundações profundas
a) Estacas de tipo inadequado ao subsolo, resultando mau comportamento;

b) Geometria inadequada, comprimento ou diâmetros inferiores aos necessários;

c) Estacas apoiadas em camadas resistentes sobre solos moles, com recalques


incompatíveis com a obra;

d) Ocorrência de atrito negativo não previsto, reduzindo a carga admissível nominal


adotada para a estaca.
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Investigação insuficiente:
Em posse de uma campanha de sondagem, esta
pode ser inadequada ao estudo e elaboração de
um projeto quando:
a) Áreas extensas, ou com variações no subsolo, tiverem uma
quantidade insuficiente de furos de sondagem. Utiliza-se a
informação recebida, mesmo que em pequena quantidade,
como parâmetros para projetar as fundações e contenções do
empreendimento, extrapolando-os, indevidamente, como sendo
a realidade de toda a extensão da obra e assim mascarando as
irregularidades presentes;

b) A profundidade sondada é insuficiente, não apresentando


camadas do subsolo com comportamento de desempenho
inferior, mas que também serão solicitadas pelo
carregamento atuante;

c) As propriedades sobre o comportamento do solo não são


determinadas por necessitarem de ensaios específicos, como
os casos de compressibilidade, expansibilidade, colapsibilidade,
entre outros;
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d) Se tem locais com grande variação das propriedades do
subsolo ou a ocorrência localizada de uma anomalia ou de
uma situação não identificada na campanha investigativa.
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Falhas na investigação?
Parece mentira, mas ainda é comum
encontrarmos, nos dias de hoje:
a) Erros na locação da obra, onde o ensaio de campo é realizado
em uma posição diferente da prevista em projeto, ou até em
outro terreno;

b) Localização dos furos incompleta, não sendo apresentado


um croqui com a locação de todos os ensaios;

c) Adoção de procedimentos indevidos ou ensaios não


padronizados, promovendo resultados distorcidos;

d) Uso de equipamentos com defeito ou fora das especificações


normativas;

e) Ausência de nivelamento dos furos em relação à referência


fixa e bem identificada do local (meio fio, poste, etc.);

f) Descrição equivocada do tipo de solo, muitas vezes efetuada


por profissional sem a devida experiência;
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g) Procedimentos fraudulentos de geração de resultados ou
multiplicação de furos de sondagem, onde se apresentam
relatórios de ensaios não realizados em campo.
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Interpretação Inadequada dos Ensaios
Alguns dos problemas de fundações podem ser provenientes da aplicação ou
conhecimento inadequado sobre a campanha de investigação realizada, podendo ser:
a) Relativos ao comportamento do solo sob o carregamento:
- Adoção de projeto “otimista”, ou seja, superestimando o comportamento do subsolo;
- Representação inadequada do comportamento do solo pelo uso de correlações empíricas ou
semi-empíricas não aplicáveis à situação em questão.

b) Desconhecimento do comportamento real das fundações:


- Aplicação de diferentes soluções de fundações para a mesma estrutura, sem adoção de junta de
comportamento ou avaliação adequada de compatibilidade de recalques entre os tipos de
fundação adotados;

- Adoção de valores de capacidade de carga de fundações profundas obtidos por correlações com
ensaios sem observar valores limites de resistência ou com profundidades dos elementos de
fundação impossíveis de serem atingidos;

- Carregamentos desiguais numa mesma estrutura, típico de torres com cargas elevadas, cercadas
por regiões com carregamento significativamente inferior, sem junta de comportamento.
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c) Relativos a mecanismos de transferência de solicitações:
- Sobreposição dos esforços de fundações superficiais no
solo, sem avaliação adequada de seu efeito;

- Grupos de estacas apoiadas em camada competente,


mas de pequena espessura, sobreposta à camada de
argila mole, provocando o seu rompimento ou recalques
incompatíveis à estrutura adotada;

- Não considerar a ocorrência do efeito do “atrito negativo”


em estacas, que provoca sobrecarga na fundação. Esta
situação ocorre em locais com aterros recentes sobre
solos moles, rebaixamento de lençol freático ou
estaqueamento executado em solos moles sensíveis à
cravação de estacas;

- Influência de solicitações horizontais nas estacas, em


profundidade, provocadas por aterro assimétrico sobre
camadas sub-superficiais de solos moles, conhecido
como “Efeito Tschebotarioff”;

- Ausência de travamento, nas duas direções, no topo de


estacas isoladas esbeltas, quando em presença de solos
de baixa resistência nas camadas superficiais e
sub-superficiais, resultando em comprimentos de 12
flambagem dos pilares maiores que os considerados
em projeto.
d) Relativos à estrutura de fundação:
- Equívocos na determinação das cargas atuantes nas
fundações, comuns em obras de pequeno porte (sem
projeto adequado), ou em situações especiais como
estruturas pré-moldadas, obras de arte, industriais,
silos, torres altas, estruturas submetidas a efeitos
dinâmicos ou choques;

- Fundação projetada apenas para a condição de carga


final da estrutura, sem avaliação, em casos especiais,
das condições intermediárias que são críticas para
as fundações;

- Erros no dimensionamento das estruturas de fundações,


como vigas de equilíbrio, armaduras das estacas (quanto
à tração, cargas horizontais ou em quantidade
incompatível com a execução).

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e) Relacionados às especificações construtivas, ou sua ausência:
- Ausência da cota de assentamento das fundações diretas
em projeto;

- Não identificação na obra quanto à tensão admissível do


solo na cota de assentamento das fundações diretas;

- Não determinação em projeto das profundidades mínimas


em fundações profundas;

- Falta de indicação de peso mínimo ou características do


martelo/equipamento para a cravação de estacas;

- Ausência do detalhamento de emendas das estacas e/ou


armaduras;

- Resistência e trabalhabilidade do concreto inadequadas;



- Cobrimento da armadura incompatível com o meio;

- Não especificação da sequência executiva pelo projetista.

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Mediante às inúmeras situações aqui expostas, pode-se observar que o conhecimento e a experiência dos
profissionais envolvidos na elaboração e execução de obras geotécnicas, sejam elas fundações rasas, profundas,
contenções ou movimentações de terra, interferem diretamente na conquista de um empreendimento seguro, e
mesmo assim não elimina completamente a possibilidade de ocorrer algum problema, pois a geotecnia não é uma
ciência exata.

A contratação de profissionais ou empresas idôneas, o acompanhamento e a fiscalização dos serviços prestados,


desde que por pessoas com o conhecimento adequado, contribuem fortemente para o sucesso do empreendimento.

Muitos dos problemas elencados são de fácil eliminação e possuem baixo investimento, se comparados ao valor total
do empreendimento a ser implantado. Além disso, garantirão a segurança e a vida de seus usuários.

Pense nisso, seja consciente!

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A Brasecol atua há 48 anos no mercado de fundações, sendo pioneira na execução de estacas
raiz. Atualmente conta com 10 equipamentos para execução desta solução, sendo todos os
equipamentos preparados para atender qualquer desafio. Além disto, a Brasecol conta com
uma equipe composta por profissionais extremamente experientes e qualificados, trazendo
conforto e segurança aos seus clientes.

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