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Quem são as Crianças de Leo Kanner?
Dr. Gustavo Teixeira
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idade, no ano de 1921, quando decidiu emigrar para os Estados Unidos e
trabalhar como médico assistente em um hospital no Estado de South Dakota.
Em 1930, Leo Kanner fundou o primeiro departamento de psiquiatria
infantil no Hospital Universitário da John Hopkins University, em Baltimore,
Estado de Maryland, e publicou o primeiro tratado de psiquiatria infantil em
língua inglesa em 1935.
O artigo “Distúrbios autísticos do contato afetivo”, tradução livre de
Autistic Disturbances of Affective Contact, juntamente com os trabalhos de
Hans Asperger e Lorna Wing, formam as bases do estudo moderno dos
transtornos do espectro autista.
Leo Kanner faleceu em 1981 aos 86 anos de idade e seu trabalho
fantástico merece todo destaque no nosso guia, pois ainda hoje influência e
inspira profissionais de todo o mundo para o desenvolvimento de uma das
especialidades médicas mais necessárias atualmente, a psiquiatria da infância
e adolescência.
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Outro pilar importante está relacionado com a linguagem. A grande
maioria dos pacientes com autismo não estão falando quando são
diagnosticados, sendo que aproximadamente 30% deles permanecerão mudos
pelo resto de suas vidas.
Apesar de todas as dificuldades linguísticas apresentadas por essas
crianças, muitas delas podem aprender a falar pequenas frases e serem
capazes de seguir instruções simples, enquanto outras podem apresentar falas
complexas e rebuscadas.
Portanto tudo dependerá da gravidade do autismo e os prejuízos
apresentados podem ser variáveis, indo de quadros muito graves a condições
suaves e quase imperceptíveis ao olhar de um médico não especialista.
Outra característica importante são as estereotipias. São respostas
repetitivas em que a criança se estimula objetivando uma regulação sensorial
ou mesmo uma busca por sensações físicas de prazer.
Os exemplos mais comuns de estereotipias observadas nessas crianças
são: flapping (movimento de balançar as mãos); rocking (mover tronco para
frente e para trás), andar na ponta dos pés, movimentar mãos na frente do
rosto; girar sobre o próprio eixo; olhar objetos que giram ou correr sem um
objetivo claro.
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Existem Muitos Casos de Autismo?
Dr. Gustavo Teixeira
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Quais são as Causas e os Possíveis Fatores de Risco para o
Autismo?
Dr. Gustavo Teixeira
Genética
Os estudos científicos mostram que a genética está intimamente ligada
ao autismo. Por exemplo, pais que possuam um filho portador de autismo,
apresentam cerca de 10% de chances de ter um segundo filho com a mesma
condição comportamental.
Outros estudos genéticos com gêmeos idênticos concluem que se um
dos irmãos tem autismo, a chance do outro ter também varia entre 36-95%. No
caso de gêmeos não-idênticos, a chance reduz para até 30%.
Ainda na esfera genética das hipóteses para o autismo, outros estudos
mostram que crianças com algumas doenças de origem genética como a
síndrome de down ou síndrome do X frágil apresentam maior chance de
também desenvolver o autismo.
Fatores Ambientais
Esses fatores ambientais seriam insultos ao cérebro em
desenvolvimento durante o período gestacional. Nesse caso, doenças
congênitas, como rubéola, encefalites, meningites, uso de drogas, má nutrição
materna, dentre outros fatores poderiam hipoteticamente produzir alterações de
estruturas cerebrais, ou alterar fatores imunológicos e bioquímicos,
predispondo e até mesmo desencadeando o comportamento autista.
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Desta forma, infelizmente, podemos concluir que as causas do autismo
infantil permanecem desconhecidas. Destaco o maior estudo epidemiológico
sendo conduzido atualmente no mundo e que se chama SEED – Study to
explore Early Development (Estudo para se Explorer o Desenvolvimento
Precoce). O SEED objetiva identificar os principais fatores de risco
relacionados com o desenvolvimento do autismo, o que nos ajudaria a
entender as causas e ajudaria na busca pela prevenção e tratamento mais
adequado para os transtornos do espectro autista.
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Referências Bibliográficas
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WING, L. Asperger's syndrome: a clinical account. Psychol Med 11 (1):
115–29. 1981.
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Fonoaudiologia e Autismo
Dra. Aline Kabarite
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fundamental para quem vai trabalhar com sujeitos dentro do espectro do
autismo. Entendido essas bases teóricas poderemos, então, pensar no sujeito
que se constitui pela linguagem com suas individualidades, as relações que ele
estabelece a partir dela e o lugar que ocupa em cada situação dialógica que
vivencia.
A disciplina FONOAUDIOLOGIA E AUTISMO irá contribuir para a
construção de um conhecimento sobre o desenvolvimento da linguagem verbal
e não-verbal, sobre as possibilidades da comunicação, sua importância no
desenvolvimento cognitivo e social do indivíduo, além de trazer aspectos
práticos sobre como podemos, em qualquer situação (cotidiana ou terapêutica),
estimular o potencial linguístico de um sujeito com autismo.
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A Intervenção da Terapia Ocupacional Utilizando o Método de
Integração Sensorial em Crianças com Transtorno do Espectro
Autista
Dra. Fernanda Carneiro
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Os Transtornos do Processamento Sensorial- TPS estão divididos em
três tipos- Transtorno da Modulação Sensorial, Transtorno da Discriminação
Sensorial e Transtorno Motores de Base Sensorial.
A modulação sensorial refere- se ao processo pelo qual o sistema
nervoso ajusta as informações sensoriais, dependendo da intensidade,
frequência, duração, complexidade e novidade dos estímulos (Biel & Peske,
2014). Esse complexo processo permite que a criança apresente respostas
adaptativas, contribuindo nas habilidades para autorregulação e para
comportamentos e emoções adequados (Reinoso, 2013).
A inabilidade em modular os impulsos sensoriais, que se manifesta pela
ausência ou pela diminuição de respostas ou pela emissão de respostas
exacerbadas frente ao estímulo sensorial, define o Transtorno da Modulação
Sensorial que está dividido em subtipos: hiperresponsividade,
hiporesponsividade e busca sensorial (Momo, 2011).
Hiper-responsividade é muitas vezes referida como defensividade
sensorial. A criança hipersensível pode exercer comportamentos de fuga, luta
afim de evitar ou responder a sensações intoleráveis, limitando a participação
em atividades sociais, esportivas e acadêmicas (Biel & Peske, 2014).
O input sensorial tem maior impacto na resposta construída pela criança
do que uma maneira típica, fazendo com que apresente respostas aversivas ou
intolerância diante dos mínimos estímulos.
Em diversas situações cotidianas, a criança hiper-responsiva a
sensações táteis, por exemplo, parece não conseguir controlar a entrada
sensorial. Geralmente, observam-se dificuldades na alimentação, quando a
criança recusa diversos alimentos com consistência e texturas diferenciadas;
nas atividades de autocuidado, quando a criança chora, foge e se irrita na hora
do banho, de cortar as unhas ou vestir-se; e no brincar.
A criança com hiporesponsividade sensorial apresenta registro ou
discriminação diminuída. É comum apresentar comportamentos de
passividade, alienação, isolamento e parece não orientar sua atitude a
mudanças ambientais ou na presença de novas informações sensoriais. Isso
pode levar ao isolamento social, inabilidade para engajar-se em atividades em
grupo, lentificação para acompanhar o ritmo das atividades, retração afetiva ou
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dependência para realização de atividades cotidianas. O input sensorial tem
menor impacto na resposta construída pela criança do que uma maneira típica.
A segurança e a integridade física podem estar em risco.
A busca sensorial compreende a necessidade da criança de obter
estímulos mais intensos para poder responder a eles. A criança deseja e
procura mais informações na tentativa de organizar seu comportamento que se
torna mais desorganizado à medida que a criança obtém mais estímulos, com
maior duração, frequência e intensidade (Momo,2011).
O segundo tipo de TPS são os Transtornos de Discriminação Sensorial
que ocorrem em diversos sistemas sensoriais e compreendem dificuldades em
identificar ou discriminar a intensidade e características dos estímulos
sensoriais (Magalhães et al.,2009). Quando se manifesta em relação ao
sistema sensorial tátil, a criança pode ter dificuldade em explorar e manusear
objetos, identificar texturas, escolher as próprias roupas e utensílios de higiene
pessoal, fazer escolhas alimentares e perceber suas preferências por
paladares (Momo, 2011).
O terceiro tipo é o Transtorno Motor de Base Sensorial e é subdividido em dois
grupos: os transtornos posturais, que podem ser vistos em crianças que têm
dificuldade para manter o controle do próprio corpo para realizar tarefas
motoras; e a dispraxia.
A dispraxia é o transtorno relacionado com a aprendizagem de
atividades motoras novas, planejamentos e execuções de movimentos em
repostas às demandas das tarefas ou do ambiente. Embora existam diferentes
tipos de dispraxia, os sentidos mais envolvidos no quadro clínico descrito no
contexto de integração sensorial são o vestibular e a propriocepção. O que
caracteriza a dispraxia é o comprometimento da habilidade de idealizar,
planejar e executar ações não familiares. A criança tende a não persistir em
atividades ou brincadeiras mais desafiadoras, passando de um brinquedo a
outro, sem concluir, por não entender as demandas implícitas do manejo e uso
de objetos ou por não saber como sequenciar as etapas para fazer a atividade
(Magalhães et al., 2009).
Partindo da premissa de que o conhecimento dos TPS é importante para
a investigação das alterações sensoriais e os impactos que exercem no
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desempenho ocupacional e na aprendizagem da criança com TEA, Ayres
definiu alguns princípios que organizam a prática da terapia ocupacional com o
método de integração sensorial, os quais ela denominou medida de fidelidade.
Estruturou o método de I.S. em torno dos princípios de aprendizagem motora, a
resposta adaptativa e atividade proposital. O plano de intervenção é centrado
na família e com base em avaliações de integração sensorial que identificam as
alterações sensoriais, motoras e da práxis.
A terapia ocorre em um ambiente seguro que inclui equipamentos que
irão fornecer diversos estímulos, principalmente os estímulos vestibulares,
proprioceptivos e táteis e oportunidades para a práxis. As atividades são ricas
em sensações e oferecem oportunidades, experiências para integrarem essas
informações com outras sensações, como visual e auditiva.
As atividades promovem o estado de alerta e a regulação das emoções
e fornecem a base para atender às oportunidades de aprendizagem. O
terapeuta ocupacional apoia a modulação sensorial para alcançar e manter um
estado regulado.
A criança é incentivada a se mover e mudar o ambiente para criar
maiores exigências e mais desafiadoras para a integração perceptivo-motor. A
proposta da intervenção é realizada no contexto de jogo e brincadeiras. O
terapeuta negocia opções de atividades com a criança, permitindo que a
criança escolha o equipamento, materiais ou aspectos específicos de uma
atividade (Roley et al., 2007).
Quando necessário o terapeuta sugere ou apoia um aumento ou
diminuição na complexidade do desafio para apoiar a habilidade da criança de
responder com sucesso. Portanto, o terapeuta estabelece um vínculo
terapêutico, isto é, estabelece uma conexão com a criança que transmite uma
sensação de trabalho em conjunto para uma ou mais metas.
O terapeuta ocupacional pode prescrever, como complemento da
terapia, orientações e estratégias sensoriais para melhorar a organização e
diminuir reatividade emocional durante as rotinas diárias e no aprendizado
escolar. Estas estratégias facilitam a manutenção do estado de alerta e a
percepção de novas informações sensoriais que podem ser introduzidas a
partir do enriquecimento de recursos visuais, auditivos, táteis, olfativos,
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gustativos, vestibulares e proprioceptivos (Momo, 2011). A organização das
informações sensoriais poderá ser efetivada em casa, na escola, na realização
das atividades escolares, na recreação, no lanche e na higiene.
Compreendendo o processamento sensorial atípico de crianças com
TEA, o terapeuta promove experiências sensoriais necessárias, integrando os
sistemas e organizando adequadamente respostas adaptativas para
desenvolver um bom desempenho ocupacional.
O objetivo da medida de fidelidade é garantir que o terapeuta
ocupacional usando integração sensorial se oriente pelos princípios
originalmente desenvolvidos por Ayres para promover o desenvolvimento da
criança num ambiente seguro e através de atividades lúdicas que conduz sua
exploração do mundo e aprendizagem; e para fins de pesquisa, tornar- se um
guia para medir a eficácia das intervenções.
Referências Bibliográficas
AYRES, A.J. Sensory integration and the child. Los Angeles, CA: Western
Psychological Services. (2013).
BIEL, L. Sensory Processing challenges: Effective Clinical Work With Kids &
Teens. New York: Norton & Company. (2014).
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O Transtorno do Espectro Autista no Paradigma da Inclusão
Escolar
Mariana Fenta Elias
Introdução
O olhar para a pessoa com deficiência sofreu grandes mudanças ao
longo do nosso processo histórico cultural, saindo de uma visão de exclusão
para o atual paradigma da inclusão. E, ao longo dessa jornada encontram-se
muitos avanços, mas também, diversas problemáticas que ecoam nas salas de
aula espalhadas pelo Brasil.
A Declaração de Salamanca, fruto da Conferência da Conferência
Mundial sobre as Necessidades Educativas Especiais em 1994, em
Salamanca, foi um marco histórico, um divisor de águas no campo educacional,
na medida em que a partir desta data, os países envolvidos criaram e
remodelaram leis e programas com o objetivo de fazer valer uma nova forma
de atuação para com a pessoa com deficiência, um novo paradigma, o da
Inclusão Escolar.
Assim, no Brasil, que já na constituição de 1988, no parágrafo 208 sobre o
Direito à Educação que diz: III - atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
também luta para alargar o alcance de crianças com deficiência matriculadas
no ensino regular.
Apesar disso, o tempo para a capacitação dos professores do ensino
regular foi insipiente, assim como o tempo para transformações no ambiente
escolar, o que dificultou e ainda atrasa a garantia da aprendizagem dos alunos
incluídos.
E, para as crianças diagnosticadas com o Transtorno do Espectro do
Autismo1 essa inclusão foi e ainda é uma questão muito complicada, a começar
pela demora no enquadramento do transtorno como pertencente ao público-
alvo da inclusão e, depois pelas peculiaridades e características inerentes ao
transtorno. É nesse contexto de evoluções e alguns retrocessos, que nasce
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este trabalho com o objetivo de discutir a inclusão de crianças com o TEA na
rede regular de ensino.
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temos: a Terapia Cognitivo Comportamental, a Análise Aplicado do
Comportamento (ABA), a Terapia da Fala e a Terapia Ocupacional. Já as mais
alternativas, temos: a Musicoterapia, a Ecoterapia, dentre outros. Ressalte-se,
também, que o uso de fármacos ocorre para ajudar em comportamentos de
foro mais agressivo ou para comorbidades.
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serviços. Esta lógica tem a vantagem de tentar proporcionar a adaptação ou
readaptação à sociedade, porém está pautada na ideia de normalização: cabe
à pessoa com deficiência chegar o mais perto possível do funcionamento
normal.
No Brasil, o pensamento em relação a pessoa com deficiência sofre a
mesma evolução. A Educação Especial se estruturou segundo modelos
assistencialistas e segregativos de atendimento e pela segmentação das
deficiências, fatos esses que contribuíram para que a formação escolar e a vida
social das crianças e jovens com deficiência aconteçam, ainda, na maioria dos
casos, em um mundo à parte.
O histórico das legislações e os avanços por elas proporcionados foram
de suma importância para a passagem do paradigma da Integração ao
Paradigma da Inclusão, a saber:
Legislação Avanços
Conferência Mundial de Educação • Universalizar o acesso à educação;
para Todos, em Jomtien (1990) • Garantir a equidade;
• Concentrar a atenção na
aprendizagem;
• Propiciar um ambiente adequado à
aprendizagem;
• Ampliar os meios e o raio de ação
da educação básica;
• Fortalecer alianças.
Conferência Mundial de • Independente das diferenças
Necessidades Educativas individuais, a educação é direito de
Especiais: Acesso e Qualidade, todos;
que resultou na assinatura da • Toda criança que possui dificuldade
Declaração de Salamanca (1994) de aprendizagem pode ser
considerada com necessidades
educativas especiais;
• A escola deve adaptar–se às
especificidades dos alunos, e não
os alunos as especificidades da
escola;
• O ensino deve ser diversificado e
realizado num espaço comum a
todas as crianças.
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promulgou a Declaração de integração à sociedade.
Guatemala (1999) Define a discriminação como toda
diferenciação, exclusão ou restrição
baseada em deficiência, ou em
seus antecedentes, consequências
ou percepções, que impeçam ou
anulem o reconhecimento ou
exercício, por parte das pessoas
com deficiência, de seus direitos
humanos e suas liberdades
fundamentais.
Convenção Internacional sobre os • Direito das pessoas com deficiência
Direitos das Pessoas com à educação em um sistema
Deficiência, da Organização das educacional inclusivo em todos os
Nações Unidas, em Nova York níveis de ensino e em igualdade de
condições com as demais pessoas
na comunidade em que vivem.
LDB LDBEN (Lei Nº 9.394 de • Direito de todos os educandos ao
20/12/96) acesso e à permanência;
• É dever do Estado promover o
acesso e garantir-lhes condições
adequadas para permanecerem e
se desenvolverem,
preferencialmente nas escolas
públicas regulares.
• A Educação Especial constitui uma
modalidade de educação escolar;
Decreto Legislativo n° 186/2008 e • referenciais nacionais para a
pelo Decreto Executivo n° construção de sistemas
6.949/2009 educacionais e a organização de
escolas inclusivas, define o público-
alvo da Educação Especial – alunos
com deficiência, transtornos globais
do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação – e
delimita o lugar do Atendimento
Educacional Especializado nas
práticas culturais de escolarização
em contextos de inclusão escolar
linhas natureza do Atendimento
Educacional Especializado (AEE)
no processo de inclusão escolar
Lei Brasileira de Inclusão (LBI) de • A educação constitui direito da
2016 pessoa com deficiência,
assegurados sistema educacional
inclusivo em todos os níveis e
aprendizado ao longo de toda a
vida, de forma a alcançar o máximo
desenvolvimento possível de seus
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talentos e habilidades físicas,
sensoriais, intelectuais e
sociais, segundo suas
características, interesses e
necessidades de aprendizagem.
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diversidade como uma condição humana. Trazendo para a educação o desafio
de avançar no processo de educação de qualidade para todos, na cooperação
e equidade.
O TEA e a Inclusão
Falar sobre autismo é entrar por uma estrada sem placas, é uma busca
pelo não dito, pelo que ainda não foi compreendido, para então pensar em
novas formas de enxergar e possibilitar ações. Assim, apenas com um trabalho
de cooperação entre pais, professores e terapeutas num esforço contínuo para
desenvolver estratégias de ação, metodologias e planejamento mais eficazes e
pensados de forma singular.
Assim como a inclusão de pessoas com deficiência passou por um longo
percurso de evoluções e mudanças de paradigma, a inclusão de crianças com
TEA também. No início, essa inclusão ficava ao cargo de instituições
especializadas, que tinham um olhar mais médico/clínico, preocupados com a
correção ou amenização dos comportamentos que fugiam do padrão.
Dentre a legislação supracitada, a que merece destaque em relação ao
autismo é a Lei 12.764, de 27 de dezembro de 2012 foi criada com o intuito de
instituir a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno
do Espectro Autista. Para melhor explicitar os avanços, segue a descrição no
quadro:
As famílias
Lei 12.764/2012
podem ser
melhor
amparadas Orientações
nota técnica número 24
por um para o
atendimento atendimento
das crianças Diretrizes
artigo 2º
de qualidade
e específico com o 33 para o
no Transtorno efetivo
tratamento do Espectro atendimento
de suas Autista nas
crianças escolas
regulares
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De acordo com o que estabelece essa lei, seguem as seguintes
orientações:
1. A intersetorialidade na implementação de ações e políticas para atender
às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA);
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Assim, temos o papel de um agente mediador, na relação do aluno com
autismo com seus pares, e o valor terapêutico da escola. No contexto da
escola inclusiva, a autora ressalta a necessidade de o docente manejar a
função educativa e constitutiva do aluno com autismo.
Apesar de ser garantido por lei que a escola forneça todos os tipos de apoio
necessários para a inclusão e garantia de aprendizagem, o que se encontra na
realidade são duas realidades diferentes nas escolas particulares e nas
públicas, onde nas primeiras, temos um mediador contrato do pela escola, que
nem sempre tem a formação necessária e fica muitas vezes responsável por
mais de um aluno.
Na perspectiva da educação inclusiva, o mediador tem o papel de
auxiliar o aluno em todas as suas necessidades, proporcionando atividades
que favoreçam a intercessão professor-aluno e aluno- pares. Além disso, ele
também deve orientar o professor com estratégias que melhor auxiliem no
desenvolvimento do aluno
Em síntese, mediante análise do conteúdo teórico, pode-se dizer que
para que o processo de inclusão escolar de alunos com autismo seja bem-
sucedido é preciso atender a três condições básicas. São elas:
3) Desenvolver
estratégias adequadas
2) Definir a forma de de atuação pedagógica
atendimento em sala de aula,
1) Conhecer e estudar
educacional a ser respondendo às
as características
ofertado, necessidades
comuns às pessoas
concomitantemente educacionais especiais
com autismo;
com a turma comum23 de alunos com
e autismo, as quais
devem ser avaliadas
sistematicamente.
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importante que a combinação entre reflexão, flexibilidade e criatividade sejam
as premissas para uma inclusão de sucesso, na qual todos são envolvidos em
todas as etapas do processo.
Considerações Finais
Pensar na inclusão escolar é fazer uma viagem ao passado e revisitar
importantes marcos históricos e uma evolução de paradigmas. As pessoas com
deficiência passaram por mementos que teve início na exclusão e hoje tem na
inclusão uma nova forma de serem vistos, reconhecidos e respeitados.
Ao se falar na inclusão das pessoas com TEA essas mudanças ainda
levaram um tempo maior ainda, mas hoje, já são enquadradas na legislação e
podem contar com o apoio de que precisam. Apesar disso, o caminho a se
percorrer ainda e longo, na medida em que não basta só a garantia de entrada,
muito ainda falta para a garantia a aprendizagem.
Muitos desses aspectos passam por uma reorganização da escola, um
pensamento mais global, cooperativo onde todos as formas de aprendizagem
sejam incorporadas nos planejamentos. Ou seja, uma escola onde o ensino
seja mais participativo, onde os alunos sejam mais ouvidos e façam parte do
processo de construção, execução e avaliação dos conteúdos.
A educação, para ser inclusiva, deve se basear no reconhecimento das
diferenças, na busca de valores e práticas comuns, na convivência com a
diversidade. Isso sim seria uma escola inclusiva, uma escola que cria
ferramentas que ajudem a todos e não excluam o aluno dentro da própria sala
de aula.
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