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Oposição.
O que é TOD?
O transtorno desafiador opositivo é uma condição
comportamental da infância, caracterizada por constantes
episódios de desobediência e hostilidade. De acordo com a
Sociedade Americana de Psiquiatria, cerca de uma em
cada 10 crianças com menos de 12 anos de idade tem o
transtorno. A incidência costuma ser maior entre os
meninos.
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Segundo a Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional (Sbie), os
primeiros sintomas costumam aparecer aos quatro anos de idade, quando
a criança começa a apresentar dificuldades para seguir regras e
reconhecer seus erros, se ressentindo mais do que o normal quando é
contrariada.
Questionar faz parte da infância, sendo considerada uma ação saudável e
importante para o desenvolvimento humano. Porém, é importante que os
pais fiquem atentos para comportamentos agressivos, irritadiços e
impulsivos — característicos do TOD
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Sintomas do Transtorno Opositivo Desafiador
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Quais são as causas?
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Aspectos Ambientais
Já os componentes ambientais estão relacionados com modelos de criação
parental, comportamento criminoso, alcoolismo e uso de drogas pelos pais ou
responsáveis, negligência aos cuidados, falta de afeto e suporte emocional à
criança e adolescente (Pacheco, Alvarenga et al. 2005; Teixeira 2013; Giovannini
2014).
Além desses componentes podem ocorrer alterações e complicações no
desenvolvimento da criança, tais como: prematuridade, complicações na
gestação e no parto.
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Vale ressaltar dois comportamentos
parentais que são frequentes pelos pais:
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TDO – Diagnóstico?
De acordo com a nomenclatura vigente desde 1994, do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – Fourth Edition
(DSM-IV) (Association 2002).
A. Um padrão de comportamento negativista, hostil e desafiador durando pelo menos 6 meses, durante os quais quatro (ou mais)
das seguintes características estão presentes:
(1) frequentemente perde a paciência;
(2) frequentemente discute com adultos;
(3) com frequência desafia ou se recusa ativamente a obedecer a solicitações ou regras dos adultos;
(4) frequentemente perturba as pessoas de forma deliberada;
(5) frequentemente responsabiliza os outros por seus erros ou mau comportamento;
(6) mostra-se frequentemente suscetível ou é aborrecido com facilidade pelos outros;
(7) frequentemente enraivecido e ressentido;
(8) frequentemente rancoroso ou vingativo
Obs: Considerar o critério satisfeito apenas se o comportamento ocorre com maior frequência do que se observa tipicamente em
indivíduos de idade e nível de desenvolvimento comparáveis.
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Condições associadas ao Transtorno Opositivo
Desafiador:
É importante que os pais compreendam que tanto eles quanto seu filho precisam da ajuda e
apoio dos professores/instituição de ensino. Trazendo-os para sua causa, faça deles seus
parceiros para que juntos possam ter êxito no desenvolvimento e sucesso do seu filho.
• Procure estar sempre atento às reclamações da escola e evite levar para o lado pessoal;
• Unir forças com professor/instituição. Procurar ser o mais “transparente possível” já no
início, em uma nova escola ou na mudança de ano escolar, explicando as dificuldades
enfrentadas pelo seu filho e quais são suas necessidades;
• Ressaltar os conhecimentos adquiridos pelo estudo. Mostrando interesse pelo
aprendizado, pela leitura. Lembre-se de que os pais são os “espelhos” dos filhos;
• Procurar minimizar as expectativas. Valorizar cada passo alcançado em relação a ela
mesma (reforço positivo);
• Fazer com que seu filho realize as atividades escolares em casa, e respeite as regras
estipuladas pelo professor, criando tabela para rotina da criança. 24
Compreendendo que os pais apresentam dificuldade no manejo com os filhos com TOD, então não é difícil imaginar que na
escola não deve ser diferente com o professor, sem mencionar que o professor é responsável por varias crianças.
1. Em se tratando de crianças diagnosticadas com qualquer transtorno, o primeiro passo para o professor ajudar é buscar
informações a respeito do transtorno, assim poderá ter maior compreensão a despeito das dificuldades enfrentadas pela
criança;
2. Motivar sempre os alunos, tendo em mente que o resultado estará diretamente ligado à diferença entre a quantidade de
reforço positivo em relação a uma pressão em excesso;
3. Peça ajuda ao aluno com TOD, permitindo assim, motivá-lo, de forma intermitente, exemplo, apagar a lousa, ajudar na
distribuição de materiais para a classe;
4. Peça gentilmente para o aluno ficar mais próximo de você, sentado a frente, de preferência longe de janelas ou porta;
5. Evitar criticar na presença de outras crianças, evitando assim uma indisposição do aluno para com o professor;
6. Procurar ressaltar as regras e anotar na lousa o plano de aula, bem como as tarefas e datas de provas;
7. Considerar a possibilidade de mudança na forma de avaliação, possibilitando provas orais ou com maior tempo para a
execução ou menor número de questões, em relação ao restante da classe;
8. Procure tornar o ensino prazeroso, estimulando a participação dos alunos e a interação social em atividades de grupo;
9. Demonstre percepção dos resultados e progressos alcançados pelo aluno;
(Neuropsicóloga Simone Alves El Hajj)
(continua)
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O professor e a criança com TOD:
10. Ajude os pais com uma maior comunicação, monitorando os progressos ou dificuldades, além da
participação no controle em anotar as atividades e datas de provas;
11. Evitar fazer reclamações do aluno ao entrega-lo aos pais na saída. Qualquer reclamação deve ser feita via
agenda ou em particular (agendar reunião);
12. As tarefas acadêmicas devem ser compatíveis com as habilidades da criança, ir reforçando passo a passo até
igualar com as demais crianças da classe;
13. Trabalhar questões relacionadas ao planejamento e organização do estudo na escola e em casa (rotina
diária);
14. Intercalar as aulas expositivas ou períodos de estudo com breves momentos de atividade física, ajudando a
minimizar a fadiga e a monotonia de períodos longos de estudo;
15. Evitar corrigir as lições com canetas vermelhas ou lápis;
16. Criar momentos de descontração para minimizar o stress e ajudar na socialização com colegas de classe;
17. Procurar compreender que a criança não tem controle dos seus comportamentos, elas estão tão assustadas
quanto todos envolvidos e precisa de ajuda;
18. É importante comunicar via agenda os comportamentos inadequados, entretanto é primordial comunicar
os comportamentos positivos da criança, evitando que venham escritas somente reclamações.
(Neuropsicóloga Simone Alves El Hajj) 26
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• https://www.minhavida.com.br/familia/materias/20617-depressao-infantil-como-identificar-os-sintomas-e-tratar-o-problema-em-criancas
• https://unsplash.com/
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Sandra Ribeiro
Pedagoga, Psicopedagoga, Psicanalista, Ativista Cultural, Palestrante, Gestora
e Escritora, com cinco livros publicados e rodando pelo mundo; mais alguns
esperando edição. Presidente do Grupo Conexão Nacional dos
Psicopedagogos.
Mora em Santo André, SP. Atua como Psicopedagoga no Centro
Pedagógico Sandra Ribeiro e em uma ONG em sua cidade.
É membro de várias Academias Literárias e através delas ministra palestras
pelo Brasil. Recebeu diversos prêmios por suas ações socioculturais. Possui
um site oficial e algumas Fanpages, totalizando cento e um mil seguidores.
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