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MANUAL PRÁTICO

Terapia Cognitivo-
Comportamental
TRANSTORNOS MENTAIS NA
INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA
Edivana Aguiar

Características gerais dos transtornos mentais em


crianças e adolescentes
Os transtornos mentais e do neurodesenvolvimento na infância e na adolescência
constituem um desafio emergente para os sistemas de saúde em todo o mundo.
Dois fatores contribuintes são fundamentais nessa questão: 1) o aumento na pro-
porção de crianças e adolescentes nas populações, que é resultado da redução da
mortalidade de crianças menores de cinco anos; 2) o fato de que o início de muitos
transtornos mentais e do neurodesenvolvimento em adultos ocorre na infância e
adolescência, cujo tratamento precoce aumentariam significativamente os níveis
de saúde geral e de qualidade de vida dos adultos.

No entanto, para muitos adultos com transtornos mentais, os sintomas estavam


presentes – mas muitas vezes não eram reconhecidos ou tratados na infância e
adolescência. Para um jovem com sintomas de transtorno mental, quanto mais
cedo o tratamento for iniciado, mais eficaz ele pode ser. O tratamento precoce
pode ajudar a prevenir problemas mais graves e duradouros à medida que a crian-
ça ou adolescente se desenvolve.

Na fase infantil e da adolescência pode ser complexo para muitos pais e professo-
res discernir se o comportamento problemático de uma criança ou de um adoles-
cente é apenas parte do desenvolvimento do indivíduo ou um problema que deve
ser discutido com um psicólogo, considerando que muitas vezes características
da infância e adolescência contextualizadas ao ambiente e fatores genéticos e de

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personalidade podem se confundir com sinais e sintomas de muitos transtornos
mentais.

Sabe-se que a saúde mental é uma parte importante da saúde geral das crianças e
adolescentes e se houver sinais e sintomas comportamentais que duram semanas,
meses e, em muitos casos, anos, e se esses problemas interferirem na vida diária da
criança em casa e na escola, ou com amigos, os pais ou professores devem ser orien-
tados a entrar em contato com um profissional de saúde – psicólogo e psiquiatra.

Principalmente, porque na maioria das vezes pais e professores presumem que


a infância e a adolescência são fases na quais as preocupações não têm maiores
importância ou não são de caráter imprescindível no cotidiano, como manter um
emprego, atender as cobranças das responsabilidades no trabalho ou em casa, cui-
dar de crianças/adolescentes, entre muitas outras atribuições do mundo adulto.
No entanto, essa ideia de muitos pais e professores não condiz com a realidade,
pois cerca de 20% das crianças e adolescentes têm um ou mais transtornos men-
tais diagnosticáveis. A maioria desses transtornos pode ser vista como exagero ou
distorção de comportamentos e emoções normais[1].

Transtornos mentais e comportamentos problemáticos


Assim como os adultos, crianças e adolescentes variam de personalidade e com-
portamento, alguns são tímidos e reticentes; outros são socialmente extrovertidos
e aparentemente seguros; alguns são metódicos e cautelosos; outros são impul-
sivos e descuidados. O fato de uma criança ou adolescente estar se comportando
de modo comum/sem transtorno mental ou ter um transtorno é determinado pela
presença dos sinais e sintomas e pelo nível de sofrimento relacionado aos mesmos.
Por exemplo, uma menina de 12 anos pode ficar muito nervosa com a perspectiva
de apresentar um trabalho em frente à sua classe, seja no modo presencial ou re-
moto. Esse medo seria visto como Transtorno de Ansiedade Social (TAS) apenas se

[1] Assis SG, Ximenes LF, Avanci JQ, Pesce RP. (2007). Ansiedade em crianças: um olhar sobre transtornos de an-
siedade e violências na infância. FIOCRUZ/ENSP/CLAVES/CNPq. http://www5.ensp.fiocruz.br/biblioteca/dados/
txt_530050460.pdf.

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seus medos fossem graves o suficiente para causar angústia, estresse, rebaixamen-
to da autoestima e evasão das aulas e de situações semelhantes.

Outra questão muito importante relacionada à análise dos transtornos mentais


é que há muita sobreposição entre os sintomas de muitos transtornos e os com-
portamentos e emoções desafiadores de crianças e adolescentes comuns. Assim,
muitas estratégias úteis para gerenciar problemas comportamentais em crianças/
adolescentes comuns também podem ser usadas em crianças/adolescentes com
transtornos mentais, considerando-se as devidas demandas desses pacientes.

Além disso, o manejo adequado dos problemas comportamentais da infância e


adolescência pode diminuir o risco de crianças/adolescentes vulneráveis desenvol-
verem um transtorno mental. Por exemplo, o tratamento eficaz de alguns transtor-
nos (por exemplo, de ansiedade) durante a infância pode reduzir o risco de trans-
tornos do humor na vida adulta.

Transtorno mentais mais comuns na infância e


adolescência
Os transtornos mentais mais comuns da infância e adolescência se enquadram nas
seguintes categorias:
zz transtornos de ansiedade;
zz transtornos de humor;
zz transtorno do neurodesenvolvimento;
zz transtornos comportamentais disruptivos.

Na maioria das vezes, crianças e adolescentes apresentam sintomas e problemas


que ultrapassam os limites do diagnóstico. Por exemplo, > 25% das crianças com
TDAH também têm transtorno de ansiedade e 25% atendem aos critérios para
transtorno de humor1.

Os transtornos mentais comuns na infância e adolescência são:


zz Transtornos de ansiedade

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yy Transtorno de ansiedade generalizada (TAG): ansiedade e preocupação excessivas
(expectativa apreensiva) sobre uma série de eventos ou atividades. A intensidade,
duração ou frequência da ansiedade e preocupação são desproporcionais à real
probabilidade ou efeito do evento antecipado. O indivíduo tem dificuldade em
controlar a preocupação e evitar que pensamentos preocupantes interfiram
na atenção às tarefas em andamento. Sintomas somáticos frequentemente
estão associados.
yy Transtorno de ansiedade social (TAS): Medo acentuado e persistente de uma ou
mais situações sociais ou de desempenho, provocando sintomas de ansiedade
e causando sofrimento extremo ou evitação da situação.
yy Transtorno de pânico: Com ataques de pânico inesperados recorrentes
caracterizado como uma onda abrupta de medo intenso ou desconforto intenso
que atinge um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro ou mais de
sintomas físicos e cognitivos (palpitações, batimentos cardíacos ou batimentos
cardíacos acelerados; suores; tremores ou tremores; sensações de falta de ar
ou sufocamento; sensação de asfixia; dor ou desconforto no peito; náusea
ou desconforto abdominal; sensação de tontura, instabilidade, sensação de
desmaio ou desmaio; calafrios ou sensações de calor; parestesias; desrealização
ou despersonalização; medo de perder o controle ou “enlouquecer”; medo de
morrer).
yy Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): Embora o conteúdo específico das
obsessões e compulsões varie entre os indivíduos, certas dimensões dos
sintomas são comuns no TOC, incluindo aquelas de limpeza (obsessões de
contaminação e compulsões de limpeza); simetria (obsessões de simetria e
compulsões de repetição, ordenação e contagem); pensamentos proibidos
ou tabu (por exemplo, obsessões agressivas, sexuais e religiosas e compulsões
relacionadas); e dano (por exemplo, medo de causar dano a si mesmo ou aos
outros e compulsões de verificação relacionadas).
yy Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT): O desenvolvimento de sintomas
característicos após risco de morte, ferimentos graves, acidentes, violência
sexual, entre outros (inclui a revivência baseada no trauma, sintomas emocionais
e comportamentais, estados de humor anedônicos ou disfóricos, cognições

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negativas, excitação e sintomas de externalização reativa, sintomas dissociativos
ou combinações desses sintomas padrões).
zz Transtornos de humor
O desenvolvimento de sintomas emocionais ou comportamentais em resposta a
um ou mais estressores identificáveis que ocorrem dentro de 3 meses do início do
(s) estressor (es) em que o baixo humor, o choro ou a sensação de desesperança são
predominantes.
yy Transtorno depressivo maior: Ocorre em um período de pelo menos 2 semanas
durante o qual há humor deprimido ou perda de interesse ou prazer em quase
todas as atividades. Em crianças e adolescentes, o humor pode ser irritável,
em vez de triste.
yy Transtorno bipolar: Um período distinto de humor anormal e persistentemente
elevado, expansivo ou irritável e atividade ou energia aumentada de forma
anormal e persistente, durando pelo menos 4 dias consecutivos e presente na
maior parte do dia, quase todos os dias, ou que requer hospitalização.
yy Transtorno disfórico pré-menstrual: A recorrência cíclica de mudanças afetivas
graves, às vezes incapacitantes – como labilidade do humor, irritabilidade,
disforia e ansiedade – que ocorrem na fase lútea do ciclo menstrual de uma
mulher e diminuem em torno, ou logo após, o início da menstruação. Esses
sintomas podem ser acompanhados pelos sintomas físicos e comportamentais
comuns da síndrome pré-menstrual.
zz Transtorno do neurodesenvolvimento:
yy Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Os sintomas de desatenção
e hiperatividade ou impulsividade se manifestam por pelo menos 6 meses
em um grau mal adaptativo e inconsistente com o nível de desenvolvimento;
yy Transtorno do Espectro Autista (TEA): É uma condição do desenvolvimento complexa
que envolve desafios persistentes na interação social, fala, comunicação
não verbal e comportamentos restritos/repetitivos. Os sintomas, sinais e
comportamentos do espectro autista variam de individuo para indivíduo.
zz Transtornos comportamentais disruptivos
yy Transtorno de Conduta (TC): Padrão repetitivo e persistente de comportamento
que viola os direitos básicos de outras pessoas ou as normas sociais apropriadas

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à idade, incluindo agressão a pessoas e animais, destruição de propriedade,
fraude ou roubo, ou violação grave de regras (como fugir, evasão, violações do
toque de recolher.).
yy Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD): Padrão de comportamento hostil e
desafiador que inclui quatro ou mais dos seguintes – irritabilidade, muitas
vezes discutindo com adultos, se recusando a seguir regras, irritando os outros,
culpando os outros, com raiva ou ressentimento, rancoroso ou vingativo.

Avaliação clínica na infância e adolescência


A avaliação clínica ou psicológica das queixas ou sintomas em crianças e adoles-
centes difere da dos adultos em alguns aspectos importantes:
zz O contexto de desenvolvimento é extremamente importante nas crianças ou nos
adolescentes. Comportamentos que são comuns em certa idade podem indicar
um transtorno mental sério em outra idade mais avançada.
zz As crianças e os adolescentes estão inseridos em um contexto do sistema familiar
e esse sistema tem um efeito profundo nos sintomas e comportamentos; crianças/
adolescentes comuns que vivem em uma família com problemas de violência
doméstica, abuso de substâncias, sexual, entre outros, podem desenvolver
transtornos mentais.
zz As crianças e até mesmo muitos adolescentes geralmente não possuem a
sofisticação cognitiva e linguística necessária para descrever com precisão seus
sintomas. Assim, o psicólogo deve buscar outras fontes de coleta de dados, como
observações comportamentais, aplicações de instrumentos psicológicos, dentre
outras estratégias, corroborada por observações de outras pessoas, como pais e
professores.
zz Em muitos casos, problemas de desenvolvimento e comportamento (por exemplo,
baixo desempenho escolar, atrasos na aquisição da linguagem, déficits em
habilidades sociais) são mais complexos de distinguir dos sinais e sintomas de
determinados transtornos mentais. Nesses casos, os instrumentos psicológicos
e neuropsicológicos, bem como as demais estratégias utilizadas na avaliação
clínica são fundamentais neste processo.

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Por causa desses fatores específicos vinculados as peculiaridades da infância e
da adolescência, a avaliação de crianças e adolescentes com transtorno mental é
geralmente mais complexa do que a de adultos. No entanto, os casos incertos ou
graves são mais bem investigados e analisados em uma equipe multiprofissional,
possibilitando assim, um diagnóstico multidisciplinar.

Crianças e adolescentes podem se beneficiar de uma avaliação e tratamento psi-


cológico se:
zz têm acessos de raiva frequentes, choro descontrolado ou ficam intensamente
irritados na maior parte do tempo;
zz costumam falar sobre medos ou preocupações;
zz reclamam sobre dores de estômago ou de cabeça frequentes sem causa médica
conhecida;
zz estão inquietos, muito ativos e não conseguem se manter parados ou concentrado
por um tempo (exceto quando estão assistindo a vídeos ou jogando videogame);
zz dormem muito ou pouco, têm pesadelos frequentes ou passam o dia sonolentos;
zz não têm interesse em brincar com outras crianças; se adolescentes não têm
motivação para interagir com seus pares e ou têm dificuldade em fazer amigos;
zz estão passando cada vez mais tempo sozinhos e evitam atividades sociais com
amigos ou familiares;
zz têm pouca energia;
zz se esforçam muito para aumentar o rendimento escolar, mas estão frequentemente
experimentando declínio nas notas;
zz repetem ações ou fazem verificações repetidas e exaustivas muitas vezes com
medo de que algo ruim possa acontecer;
zz perderam o interesse pelas coisas que gostavam;
zz no caso dos adolescentes, principalmente das meninas que fazem dietas restritivas
constantes ou exercícios físicos excessivos, por medo de ganhar peso;
zz envolva-se em comportamentos de automutilação (como cortar ou queimar a pele);
zz se fuma, bebe álcool ou usa drogas (adolescentes);
zz envolve-se em comportamento arriscado ou destrutivo sozinho ou com amigos;
zz têm pensamentos suicidas;

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zz têm períodos de alta energia e atividade e requerem muito menos sono do que
o normal;
zz digam que pensam que alguém está tentando controlar sua mente ou que ouvem
coisas que outras pessoas não podem ouvir.

Diante do exposto, conclui-se que os transtornos mentais mais comuns em crian-


ças e adolescentes são transtornos de ansiedade, humor, atenção e comportamen-
to. Os critérios para fazer cada diagnóstico específico são descritos e discutidos no
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5. ed – DSM-V (APA, 2014).

Embora os transtornos de abuso de substâncias e os transtornos alimentares este-


jam incluídos no espectro dos transtornos mentais e podem coexistir com outros
transtornos, a discussão adequada está além do escopo deste texto, sendo neces-
sário um aprofundamento maior a partir de investigações científicas baseadas em
estudos de revisão sistemática da literatura e de meta-análise, bem como pesqui-
sas de método empírico.

EXEMPLO PRÁTICO[2]
Caso clínico: Transtorno de Déficit de Atenção E Hiperatividade (TDAH)

Jack (nome fictício) é um menino de 7 anos, estudante do primeiro ano. Ele é filho único.
Existe histórico de TDAH na família extensa e outros problemas de saúde mental. Jack
é um menino inteligente e atencioso que apresenta um potencial significativo para se
destacar no desempenho escolar. Em seu tempo livre, Jack gosta estar com seus amigos e
participar de atividades físicas, como natação, corrida e patinação. Ele também gosta de
participar de eventos sociais e costuma ser convidado para encontros e festas de aniversário.

Embora Jack interaja bem com colegas de sua idade, seus pais notam que ele pode ser
facilmente guiado e influenciado por outras pessoas. Eles também relatam que Jack fica
chateado quando não recebe reconhecimento ou sente que foi ignorado. Sua professora
observa que ele às vezes age de modo imaturo para sua idade e que frequentemente
demonstra um comportamento de busca de atenção.

[2] Para acessar o caso completo:


Case Study 1 - Jack - Family Medicine Forum. S133451_Best-Practices-for-ADHD-Across-the-Lifespan.pdf

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Jack descreve as dificuldades para se concentrar e ficar sentado na aula. Ele reconhece
que é capaz de “hiperfocar” em algumas atividades de interesse, mas muitas vezes tem
dificuldade em manter a atenção em outras atividades escolares.

Seus pais e professores afirmam que Jack é inquieto e muitas vezes exige lembretes para
ajudá-lo a se manter fazendo as tarefas da escola. Ele é descrito como “constantemente
correndo” e apresentando dificuldades para ouvir e seguir instruções. A professora indica
que ele sempre deixa escapar respostas em momentos inadequados e interrompe outros
alunos na sala de aula. Jack reconhece essa tendência em si mesmo, mas diz que “não
consegue parar”, apesar de suas melhores intenções.

Jack sempre teve desafios para adormecer e às vezes descobre que acorda no meio da noite.
Quando ele acorda, ele descobre que tem dificuldade para voltar a dormir – às vezes fica
acordado por até uma hora e meia.

Jack teve o diagnóstico de TDAH associado a alguns sintomas do Transtorno Opositor


Desafiador (TOD). Jack foi encaminhado para o tratamento psicológico com ênfase em
estratégias para gerenciar seu foco em vários ambientes, bem como com autorregulação e
autocontrole. Ele tem trabalhado para promover a mudança de comportamento e melhoria
do desempenho escolar. A professora fez adaptações nas acomodações da sala de aula para
melhorar a capacidade de Jack ao realizar suas atividades escolares, pedir ajuda quando
precisar e assumir responsabilidades em suas tarefas tanto na escola, quanto em casa.

Sistematizando: Transtornos mentais na infância e na adolescência

Transtornos mentais na ··Transtorno do neuro-


··Transtornos de humor.
infância e na adolescência. desenvolvimento.

··Transtornos
Características gerais dos
··Transtornos de ansiedade. comportamentais
transtornos mentais.
disruptivos.

Transtorno mentais
Fatores específicos: Avaliação clínica na
mais comuns na infância
infância e adolescência. infância e na adolescência.
e adolescência.

Estabelecer a diferença: Estabelecer a diferença:


Transtornos mentais
comportamentos comportamentos
e comportamentos
problemáticos e problemáticos e
problemáticos.
transtornos mentais. transtornos mentais.

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REFERÊNCIAS

1. American Psychiatric Association (APA). Manual diagnóstico e estatístico de


transtornos mentais (DSM-5). 5. ed. Porto Alegre: Artmed; 2014.
2. Beck JS. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. 2. ed. Porto
Alegre (RS) Artmed; 2014.
3. Friedberg RD, Mcclure JMA. Prática clínica de terapia cognitiva com crianças
e adolescentes. Porto Alegre (RS): Artmed; 2007.
4. Petersen CS, Wainer R. Terapias cognitivo-comportamentais para crianças e
adolescentes: Ciência e arte. Porto Alegre (RS): Artmed; 2011.

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