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Transtorno Obsessivo-Compulsivo
Gabriel Mangabeira

O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é caracterizado pela


presença de obsessões e compulsões. As obsessões são pensamentos
repetitivos e persistentes, imagens ou impulsos. São intrusivas e indesejadas e
causam bastante sofrimento ou ansiedade. A pessoa tenta ignorá-las ou
neutralizá-las com outro pensamento ou ação.
As compulsões ou rituais são comportamentos repetitivos ou atos mentais
que a pessoa se sente obrigado a realizar em resposta a uma obsessão ou de
acordo com regras que devem ser aplicadas rigidamente. A maioria das pessoas
com TOC tem obsessões e compulsões. As compulsões são geralmente
executadas em resposta a uma obsessão.
As obsessões e compulsões devem tomar tempo (por exemplo, mais de
uma hora por dia) ou causar prejuízo clinicamente significativo que justifique um
diagnóstico de TOC.
O objetivo é reduzir o sofrimento desencadeado pelas obsessões ou evitar
um evento temido. Contudo, essas compulsões não estão conectadas de forma
realista ao evento temido ou são claramente excessivas. Apesar de trazer certo
alívio ou diminuir a ansiedade, as compulsões não são feitas por prazer.
Importante diferenciar o TOC dos pensamentos intrusivos ocasionais ou
comportamentos repetitivos que são comuns na população em geral. Consegue-
se fazer a diferença analisando o tempo e o grau de sofrimento. A frequência e
a gravidade das obsessões e compulsões variam entre os indivíduos com TOC.
A idade média de início do TOC é 19,5 anos e 25% dos casos iniciam-se
até os 14 anos de idade (nos EUA). É pouco comum surgir após os 35 anos.
Indivíduos do sexo masculino têm idade mais precoce de início do que os do
sexo feminino: cerca de 25% dos homens têm o transtorno antes dos 10 anos.
O início dos sintomas é geralmente gradual; entretanto, um início agudo também
tem sido relatado. Quando o TOC não é tratado, seu curso é, em geral, crônico,
frequentemente com os sintomas tendo aumentos e diminuições de intensidade.
Alguns têm um curso episódico, e uma minoria tem um curso de
deterioração. Sem tratamento, as taxas de remissão em adultos são baixas. O

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início na infância ou na adolescência pode fazer o TOC permanecer durante a
vida inteira. 40% dos indivíduos com início do transtorno na infância ou na
adolescência podem experimentar remissão até o início da idade adulta.
O curso do TOC é com frequência complicado pela ocorrência de outros
transtornos associados. As compulsões são mais facilmente diagnosticadas em
crianças do que as obsessões porque as primeiras são observáveis. No entanto,
a maioria das crianças tem obsessões e compulsões (como nos adultos). O
padrão de sintomas em adultos pode ser estável ao longo do tempo, porém é
mais variável em crianças.
Pensamentos suicidas ocorrem em algum momento em cerca de metade
dos indivíduos com TOC. Tentativas de suicídio também são relatadas em até
um quarto daqueles com o transtorno; a presença de transtorno depressivo maior
comórbido aumenta o risco.

Transtorno do Estresse Pós-Traumático


O Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) é caracterizado por um
conjunto de sinais e sintomas físicos, emocionais e psíquicos em virtude de uma
pessoa ter sofrido experiências de atos violentos ou de situações traumáticas.
Geralmente, estas situações representam ameaça à vida da própria pessoa ou
de um familiar ou amigo próximo. Quando se recorda do acontecimento
desagradável, ele revive o episódio, como se estivesse ocorrendo naquele
momento e com a mesma sensação de dor e sofrimento que o momento causou.
O TEPT pode acontecer em qualquer idade a partir do primeiro ano de
vida. Os sintomas geralmente se manifestam dentro dos primeiros três meses
depois do trauma, embora possa haver um atraso de meses, ou até anos, antes
de os critérios para o diagnóstico serem atendidos. Muitas vezes, a reação de
uma pessoa ao trauma caracteriza inicialmente os critérios para transtorno de
estresse agudo imediatamente após o episódio traumático.
A apresentação clínica do TEPT é bastante variada, sendo que os
sintomas podem variar ao longo do tempo, assim como a duração. Uma
recuperação completa em três meses ocorre em média na metade dos adultos,
enquanto outros permanecem sintomáticos por mais de 12 meses e às vezes
por mais de 50 anos.

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Em resposta a recordações do trauma original, estressores na vida
presente ou experiências de eventos traumáticos novos, pode desencadear a
recorrência e/ou intensificação dos sintomas. Nos mais velhos, a deterioração
da saúde, a piora do funcionamento cognitivo e o isolamento social podem
exacerbar sintomas de TEPT.
De acordo com o desenvolvimento, pode variar a expressão clínica do
TEPT. Em crianças pequenas podem surgir sonhos assustadores sem conteúdo
específico do evento Transtorno de Estresse Pós-traumático. Antes dos 6 anos
de idade, as crianças pequenas são mais propensas a expressar sintomas de
revivência por meio da brincadeira que se refere direta ou simbolicamente ao
trauma. Elas podem não manifestar reações de medo no momento da exposição
ou durante a revivência. Os pais podem relatar mudanças emocionais ou
comportamentais. As crianças podem focar em intervenções imaginárias nos
seus jogos ou ao contar histórias. Além da evitação, elas podem ficar
apreensivas com lembranças. Diante às limitações das crianças para expressar
pensamentos e definir emoções, alterações negativas no humor ou na cognição,
elas tendem a envolver nas mudanças de humor.
As crianças podem vivenciar traumas concomitantes ao longo da vida, em
circunstâncias crônicas, talvez não conseguindo identificar o início da
sintomatologia. Pode acontecer restrição da brincadeira; participação reduzida
em novas atividades; ou evitar buscas sociais esperadas para cada idade.
Muitas vezes, os adolescentes podem julgar-se covardes. Também podem
apresentar um comportamento irritadiço ou agressivo, interferindo nas relações
com os sociais e escolar.
O tratamento do TEPT deve ser baseado, principalmente no suporte
psicoterápico (psicologia cognitivo-comportamental). Em algumas situações, há
necessidade de manejo farmacológico com objetivo de melhor tranquilização do
sofrimento psíquico. Geralmente utiliza-se os antidepressivos nestas situações,
podendo variar de acordo com o perfil e idade da pessoa. Não se pode pensar
em cuidado de uma pessoa com TEPT sem o adequado suporte psicoterápico.

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