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Transtorno
obsessivo -
compulsivo
e transtornos relacionados
https://www.youtube.com/watch?v=0ElWtrJ1OBc
Transtorno Dismórfico Corporal
Critérios diagnósticos
● A - Preocupação com um ou mais defeitos ou falhas percebidas na
aparência física que não são observáveis ou que parecem leves
para os outros.
● B - Em algum momento durante o curso do transtorno, o indivíduo
executou comportamentos repetitivos (p.ex. Verificar-se no
espelho, arrumar-se excessivamente, beliscar a pele, buscar
tranquilização) ou atos mentais (p.ex., comparando sua aparência
com a dos outros) em resposta às preocupações com a aparência.
Transtorno Dismórfico Corporal
Critérios diagnósticos
● C - A preocupação causa sofrimento clinicamente
significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional
ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
● D - A preocupação com a aparência não é mais bem
explicada por preocupações com a gordura ou o peso
corporal em um indivíduo cujos sintomas satisfazem os
critérios diagnósticos para um transtorno alimentar.
Características associadas
Indivíduos com transtorno dismórfico corporal…
● Acreditam que as pessoas prestam atenção e caçoam
deles devido a aparência;
● Possuem altos níveis de ansiedade, ansiedade social,
esquiva social, humor deprimido, neuroticismo e
perfeccionismo, além de baixa extroversão e autoestima;
● Possuem tendências maiores de apresentar hostilidade e
comportamento agressivo;
Características associadas
Indivíduos com transtorno dismórfico corporal…
● Envergonham-se de sua aparência e preocupam-se
excessivamente com isso, mas relutam em compartilhar
tais preocupações;
● Muitos fazem tratamentos estéticos, principalmente
dermatológicos e cirurgias, mas por vezes isso piora o
transtorno pois eles não se satisfazem com o resultado;
● Podem realizar cirurgias em si mesmos;
Características associadas
Indivíduos com transtorno dismórfico corporal…
● Apresentam anormalidade no reconhecimento de
emoções, na atenção e no funcionamento executivo;
● Interpretam de forma imprecisa e enviesada as
informações e situações sociais;
● Apresentam anormalidades no processamento visual,
analisando detalhes ao invés de aspectos holísticos ou
configuracionais dos estímulos visuais.
Prevalência
● A prevalência num estudo epidemiológico
norte-americano entre adultos foi de 2,4% (2,5% em
mulheres e 2,2% em homens);
● Fora dos EUA a prevalência pontual era de 1,7% a 2,9%,
com distribuição entre os gêneros similar à dos EUA;
● Entre adolescentes e estudantes universitários as taxas
prevalecem entre o sexo feminino;
Prevalência
● Prevalência pontual de 11 a 13% entre pacientes de
dermatologia;
● 13 a 15% entre pacientes de cirurgias cosméticas gerais;
● 20% entre pacientes de cirurgia de rinoplastia;
● 11% entre pacientes adultos de cirurgias de correção da
mandíbula;
● 5 a 10% entre adultos pacientes de ortodontia
cosmética.
Transtorno de Acumulação
Critérios diagnósticos
● A - Dificuldade persistente de descartar ou de se
desfazer de pertences, independentemente do seu
valor real.
● B - Essa dificuldade se deve a uma necessidade
percebida de guardar os itens e ao sofrimento
associado a descartá-los.
Transtorno de Acumulação
Critérios diagnósticos
● C - A dificuldade de descartar os pertences resulta na
acumulação de itens que congestionam e obstruem as
áreas em uso e compromete substancialmente o uso
pretendido. Se as áreas de estar não estão obstruídas,
é somente devido a intervenções de outras pessoas
(p.ex., membros da família, funcionários de limpeza,
autoridades).
Transtorno de Acumulação
Critérios diagnósticos
● D - A acumulação causa sofrimento significativo ou prejuízo
no funcionamento social, profissional ou em outras áreas
importantes da vida do indivíduo (incluindo a manutenção
de um ambiente seguro para si e para os outros.
● E - A acumulação não é devida a outra condição médica
(p.ex., lesão cerebral, doença cardiovascular, síndrome de
Prader-Willi).
Transtorno de Acumulação
Critérios diagnósticos
● F - A acumulação não é mais bem explicada pelos
sintomas de outro transtorno mental (p.ex., obsessões no
transtorno obsessivo-compulsivo, energia reduzida no
transtorno depressivo maior, delírios na esquizofrenia ou
outro transtorno psicótico, déficits cognitivos no
transtorno neurocognitivo maior, interesses restritos no
transtorno do espectro autista.
Características associadas
Indivíduos com transtorno de acumulação…
● Apresentam características como indecisão, perfeccionismo,
esquiva, procrastinação, dificuldade de planejar e organizar
tarefas e distraibilidade;
● Podem viver em condições insalubres em consequência dos
espaços obstruídos e da dificuldade de organização;
● Alguns apresentam um quadro de acumulação de animais,
sem oferecer cuidados básicos nem agir sobre a condição
deteriorante dos animais e do ambiente.
Prevalência
● Não há estudos nacionalmente representativos;
● Nos EUA e Europa estudos comunitários apontam
prevalência pontual de aproximadamente 1,5 a 6%;
● Metanálise de 12 estudos em países de renda alta: prevalência
de 2,5% sem diferenças entre gêneros;
● Em amostras clínicas, a predominância é em mulheres;
● Um estudo populacional nos Países Baixos aponta
prevalência 3x maior em pessoas idosas (mais de 65 anos) do
que em adultos jovens (entre 30 e 40 anos).
Tricotilomania (Transtorno de arrancar o cabelo)
Critérios diagnósticos
● A - Arrancar o próprio cabelo de forma recorrente,
resultando em perda de cabelo.
● B - Tentativas repetidas de reduzir ou parar o
comportamento de arrancar o cabelo.
● C - O ato de arrancar o cabelo causa sofrimento clinicamente
significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional
ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
Tricotilomania (Transtorno de arrancar o cabelo)
Critérios diagnósticos
● D - O ato de arrancar cabelo ou a perda de cabelo não se
deve a outra condição médica (p.ex., uma condição
dermatológica).
● E - O ato de arrancar cabelo não é mais bem explicado
pelos sintomas de outro transtorno mental (p.ex.,
tentativas de melhorar um defeito ou falha percebidos
na aparência, no transtorno dismórfico corporal).
Características associadas
● Às vezes apresentam rituais para arrancar o cabelo,
escolhendo um tipo exato de pelo para arrancar, fazê-lo de
uma forma específica e/ou manipulá-lo de certa maneira
após arrancar;
● O ato pode ser precedido ou acompanhado de sentimentos
de ansiedade, tensão, tédio, gratificação e alívio;
● Alguns arrancam o fio de forma automática e outros de
forma mais consciente, ou uma mistura de ambos;
Características associadas
● Podem experienciar a sensação de coceira ou
formigamento no couro cabeludo, aliviada pelo ato de
arrancar cabelo;
● Geralmente não sentem dor no ato;
● Podem apresentar diversos padrões de perda de
cabelos, desde regiões específicas, cílios,
sobrancelhas, nuca, até a calvície completa;
Características associadas
● Geralmente não arrancam cabelos em público,
somente na presença da família imediata;
● Tentam fazer de forma velada ou compensar
arrancando pelos de animais, materiais fibrosos, etc.;
● A maioria apresenta um ou mais comportamentos
repetitivos focados no corpo, como beliscar a pele,
roer as unhas e morder os lábios.
Prevalência
● Pesquisa online com mais de 10000 adultos com
idades entre 18 e 69 anos nos EUA;
● 1,7% tem o transtorno atualmente.
● Prevalência de 12 meses para tricotilomania em
adultos e adolescentes é de 1% e 2% em amostras
não representativas;
Prevalência
● Mulheres são mais frequentemente afetadas do que
homens, numa proporção de 10:1 ou mais em
amostras clínicas;
● Em amostras comunitárias, a proporção de gênero
pode ser mais próxima de 2:1;
● Entre crianças com tricotilomania, meninos e
meninas estão igualmente representados.
Transtorno de escoriação (skin-picking)
Critérios diagnósticos
● A - Beliscar a pele de forma recorrente, resultando em
lesões.
● B – Tentativas repetidas de reduzir ou parar o
comportamento de beliscar a pele.
● C - O ato de beliscar a pele causa sofrimento clinicamente
significativo ou prejuízo no funcionamento social,
profissional ou em outras áreas importantes da vida do
indivíduo.
Transtorno de escoriação (skin-picking)
Critérios diagnósticos
● D - O ato de beliscar a pele não se deve aos efeitos
fisiológicos de uma substância (p.ex., cocaína) ou a outra
condição médica (p.ex., escabiose).
Transtorno de escoriação (skin-picking)
Critérios diagnósticos
● E - O ato de beliscar a pele não é mais bem explicado pelos
sintomas de outro transtorno mental (p.ex.,delírios ou
alucinações táteis em um transtorno psicótico, tentativas
de melhorar um defeito ou falha percebida na aparência no
transtorno dismórfico corporal, estereotipias no transtorno
do movimento estereotipado ou intenção de causar danos
a si mesmo na autolesão não suicida).
Características associadas
● Às vezes apresentam rituais envolvendo a ferida/pele,
escolhendo um tipo particular de casca para arrancar e
manipulando a pele de diversas formas depois disso
● O ato pode ser precedido ou acompanhado de
sentimentos de ansiedade, tensão, tédio, gratificação e
alívio;
● Alguns beliscam devido a pequenas irregularidades na
pele ou para aliviar sensações corporais de desconforto;
Características associadas
● Alguns arrancam a casca de forma automática e
outros de forma mais focada, ou uma mistura de
ambos;
● Geralmente não se beliscam na presença de outros
indivíduos, somente de membros da família imediata;
● Alguns beliscam a pele de outras pessoas;
● Não relatam dores no ato de beliscar a pele.
Prevalência
● Pesquisa online com mais de 10000 adultos com
idades entre 18 e 69 anos nos EUA;
● 2,1% tem o transtorno atualmente;
● 3,1% tiveram o transtorno ao longo da vida;
● Mais de ¾ dos indivíduos afetados são do sexo
feminino.
Outros tipos de transtornos
obsessivo-compulsivos
● Transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno
relacionado por substância/medicamento;
● Transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno
relacionado devido a outra condição médica;
● Outro transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno
relacionado especificado;
● Transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno
relacionado não especificado.
Domínios neuropsicológicos alterados
no TOC
● Os resultados não são
congruentes da literatura.
● Déficits mais encontrados:
habilidades
visuoespaciais, memória
não-verbal, velocidade de
processamento, inibição
de resposta e fluência
verbal.
Metanálise: 115 estudos com 3452
pacientes adultos
Pior desempenho cognitivo em todos os domínios e
subdomínios neuropsicológicos:
Tamanhos de efeito de médio a grande: memória
episódica (verbal e visuoespacial);
Efeito médio: atenção, funções executivas e
velocidade de processamento;
Pequeno: memória de trabalho e habilidades
visuoespaciais.
Metanálise: 3070 pacientes
Pior desempenho cognitivo em:
Memória visuoespacial;
Funções executivas;
Memória;
Fluência verbal;
Capacidade de recordar estímulos visuais e
complexos (habilidade mais prejudicada).
Metanálise: 110 estudos com
3162 pacientes e 3152 controles
Apenas estudos com desfechos relacionados a
funções executivas.
Pior desempenho na maior parte das medidas;
22/1 Ao sair de casa Minha casa pode Medo, aflição. Excesso de risco e
inundar Verifiquei as responsabilidade
torneiras.
22/1 Entrega do Deve ter muitas Dúvida, aflição. Perfeccionismo
trabalho de falhas Refiz o trabalho.
conclusão
Caso clínico
● Rafaela, 10 anos, 5° ano do ensino fundamental
em escola particular;
● Na escola se comporta bem e em casa é
agressiva com os pais e o irmão.
Caso clínico
Sintomas:
● Pensamentos agressivos e imagens violentas
intrusivas de corpos desmembrados, esqueletos e
sangue;
● “Just right”;
● Dificuldade escolar em matemática e se recusava
a fazer lição de casa.
Caso clínico
Rituais:
● Confessar para seus pais por horas o que
pensava;
● Pais e irmão terem que falar palavras em jeitos
específicos várias vezes.
● Pais e irmão terem que repetir atos como andar
para frente e para trás, tocar em objetos ou
entrar e sair do seu quarto.
Caso clínico
Tratamento e diagnóstico aos 5 anos
● Transtorno neuropsiquiátrico pediátrico
autoimune associado à infecções
estreptocócias;
● Tratamento medicamentoso com penicilina e
terapia TCC.
Caso clínico
Diagnóstico aos 10 anos
● TOC grave;
● TOD;
● Pior funcionamento em habilidades
visuoespaciais, memória não verbal,
planejamento, velocidade de processamento e
funções executivas (exceto organização);
Caso clínico
● Desempenho acima da média em leitura e típico
em escrita;
● Dificuldades em matemática.
Tratamento
● Terapia TCC usando técnicas ERP e manejo do
comportamento parental;
● Redução da acomodação familiar nos rituais.
Indicações