TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL

INTRODUÇÃO

● Pessoas com Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) experimentam uma

imagem corporal distorcida ou uma impressão de que parecem feios,
imperfeitos, assimétricos, desproporcionais ou defeituosos para os outros.

● Qualquer parte do corpo pode ser foco do defeito percebido, porém, é mais
comumente observado em aspectos relacionados ao rosto.

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● A preocupação deve causar sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo
no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida
do indivíduo.

● Ao redor do mundo, a prevalência pontual é de 11 a 13% entre pacientes de

dermatologia, 13 a 15% entre pacientes de cirurgias cosméticas gerais, 20%
entre pacientes de cirurgia de rinoplastia, 11% entre pacientes adultos de
cirurgias de correção da mandíbula e 5 a 10% entre adultos pacientes de
ortodontia cosmética.

● Homens são mais propensos a apresentar preocupações com os genitais,

com o porte físico e com queda de cabelos. Enquanto as mulheres são mais
propensas a se preocupar com o peso, seios/peito, nádegas, pernas, quadris
e excesso de pelos corporais ou faciais.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS E ESPECIFICADORES

A. Preocupação com um ou mais defeitos ou falhas percebidas na aparência física

que não são observáveis ou que parecem leves para os outros.

B. Em algum momento durante o curso do transtorno, o indivíduo executou

comportamentos repetitivos ou atos mentais em resposta às preocupações com a
aparência.
C. A preocupação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no
funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do
indivíduo.

D. A preocupação com a aparência não é mais bem explicada por preocupações

com a gordura ou o peso corporal em um indivíduo cujos sintomas satisfazem os
critérios diagnósticos para um transtorno alimentar.

Especificar se:

Com dismorfia muscular: o indivíduo está preocupado com a ideia de que sua
estrutura corporal é muito pequena ou insuficientemente musculosa. O especificador

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é usado mesmo que o indivíduo esteja preocupado com outras áreas do corpo, o
que com frequência é o caso.

Especificar se:

Com insight bom ou razoável

Com insight pobre

Com insight ausente/crenças delirantes

DESENVOLVIMENTO E CURSO

● A média de idade de início do transtorno é de 16 a 17 anos.

● Esse transtorno parece ser crônico, embora uma melhora seja provável
quando o tratamento baseado em evidências é instituído.

COMORBIDADES

● Os transtornos comórbidos mais comuns no Transtorno Dismórfico Corporal

são o Transtorno Depressivo Maior, o Transtorno de Ansiedade Social, TOC e
Transtornos por Uso de Substâncias.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

● Preocupações normais com a aparência e defeitos físicos claramente

perceptíveis. O Transtorno Dismórfico Corporal diferencia-se das
preocupações normais com a aparência por se caracterizar por
preocupações excessivas relacionadas à aparência e por comportamentos
repetitivos que tomam tempo que também são geralmente difíceis de resistir
ou controlar e que causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo
no funcionamento.

● Transtornos Alimentares. Em um indivíduo com transtorno alimentar, as

preocupações com ser gordo são consideradas um sintoma do transtorno

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alimentar em vez de Transtorno Dismórfico Corporal.

● Transtorno de Ansiedade de Doença. Os indivíduos com Transtorno

Dismórfico Corporal não são preocupados em ter ou contrair uma doença
grave.

● Transtorno Depressivo Maior. O Transtorno Dismórfico Corporal deve ser

diagnosticado em indivíduos deprimidos se os critérios diagnósticos para ele
forem satisfeitos.

● Transtornos de Ansiedade. Ansiedade social e evitação são comuns no

Transtorno Dismórfico Corporal. Porém, diferentemente dos transtornos de
ansiedade e Transtorno da Personalidade Evitativa, o Transtorno Dismórfico
Corporal inclui preocupação proeminente com a aparência, e
comportamentos repetitivos.

● Transtornos Psicóticos. Diferentemente da Esquizofrenia ou do Transtorno

Esquizoafetivo, o Transtorno Dismórfico Corporal envolve preocupações
proeminentes com a aparência e comportamentos repetitivos relacionados, e
o comportamento desorganizado e outros sintomas psicóticos estão
ausentes.
 Olá, você está recebendo, a seguir, a indicação de instrumentos que podem ser
usados para auxiliar na avaliação diagnóstica desse transtorno. Esse material foi
incluso no curso apenas a critério de conhecimento e com o objetivo de dar um
norte quanto a instrumentos de avaliação.
Além disso, vale lembrar que as escalas de avaliação e os instrumentos
diagnósticos são ferramentas que contribuem para fornecer subsídios ao
profissional da saúde mental no embasamento do diagnóstico e no monitoramento
da evolução do tratamento do paciente. No entanto, a entrevista clínica cuidadosa,
aliada à anamnese obtida com familiares e pessoas próximas ao paciente, segue
sendo a grande ferramenta para avaliação de casos com suspeita de Transtorno
Dismórfico Corporal.
Estaremos apenas citando os instrumentos que podem ser úteis para a avaliação e

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rastreio da sintomatologia do transtorno. Não iremos disponibilizá-los, pois, além de
podermos incorrer em plágio, estes são instrumentos que passam por diversas
traduções e você pode encontrar diferentes versões disponibilizadas na internet.

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO

● A avaliação e julgamento clínico ainda é o quesito fundamental para o

diagnóstico.

○ A realização de uma entrevista estruturada baseada no DSM pode

ajudar nesse processo.

● A aplicação de escalas, inventários e questionários sobre TDC pode mostrar

ao paciente que o transtorno é uma entidade nosológica real e que outras
pessoas apresentam os mesmos sintomas. Assim, alguns instrumentos estão
listados a seguir:

○ Body Dysmorphic Disorder Examination: entrevista clínica

semiestruturada de 34 itens criada para diagnosticar o transtorno e
avaliar seus sintomas.

○ Body Image Disturbance Questionnaire: autoaplicado, composto por

sete questões que tratam sobre as preocupações com determinados
aspectos da aparência.
 ○ Dysmorphic Concern Questionnaire: autoaplicado, avalia a
preocupação dismórfica do paciente, independentemente do
diagnóstico de TDC.

● Além disso, a tabela a seguir sumariza alguns itens importantes a serem

considerados na avaliação do TDC:

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 Fonte: adaptado de Oliveira e Trentini (2023, p. 195-196)

REFERÊNCIAS

APA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5-TR. 5

ed., Texto revisado. Porto Alegre: Artmed, 2023. p. 271-277.

BARLOW, D. H.; DURAND, V. M.; HOFMANN, S. G. Psicopatologia: uma

abordagem integrada. 3 ed. São Paulo: Cengage learning, 2020. p. 175-178.

OLIVEIRA, S. E. S.; TRENTINI, C. M. Avanços em psicopatologia: avaliação e

diagnóstico baseados na CID-11. Porto Alegre: Artmed, 2023. p. 191-197.

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