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TRICOTILOMANIA (TRANSTORNO DE ARRANCAR CABELO)

INTRODUÇÃO

● A característica central da Tricotilomania é arrancar o próprio cabelo de forma


recorrente.

● Os indivíduos podem arrancar cabelo de qualquer região do corpo, e padrões


de perda de cabelo são altamente variáveis.

● A Tricotilomania está associada a sofrimento, além de prejuízo social e

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profissional.

● Na população geral, dados de amostras não representativas dos Estados


Unidos sugeriram que a estimativa de prevalência de 12 meses para
Tricotilomania em adultos e adolescentes pode ser de 1 e 2%.

● Mulheres são afetadas mais frequentemente do que homens.

● Entre as crianças com Tricotilomania, meninos e meninas estão igualmente


representados.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

A. Arrancar o próprio cabelo de forma recorrente, resultando em perda de cabelo.

B. Tentativas repetidas de reduzir ou parar o comportamento de arrancar o cabelo.

C. O ato de arrancar cabelo causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo


no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do
indivíduo.

D. O ato de arrancar cabelo ou a perda de cabelo não se deve a outra condição


médica.

E. O ato de arrancar cabelo não é mais bem explicado pelos sintomas de outro
transtorno mental.
DESENVOLVIMENTO E CURSO

● O início do comportamento de arrancar o cabelo na Tricotilomania coincide


mais comumente com a puberdade ou após seu início.

● Os sintomas podem piorar em mulheres logo antes da menstruação.

● O curso habitual da Tricotilomania é crônico.

COMORBIDADES

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● Os transtornos comórbidos mais comuns na Tricotilomania são o Transtorno
Depressivo Maior e Transtorno de Escoriação.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

● Remoção/manuseio normal dos cabelos. A Tricotilomania não deve ser


diagnosticada quando a remoção do pelo é realizada unicamente por razões
estéticas.

● Transtorno do Movimento Estereotipado. O Transtorno do Movimento


Estereotipado pode, às vezes, envolver comportamentos de arrancar os
pelos.

● Transtorno Psicótico. Os indivíduos com um transtorno psicótico podem


remover o cabelo em resposta a um delírio ou alucinação. A Tricotilomania
não é diagnosticada em tais casos.

● Outra condição médica. A Tricotilomania não é diagnosticada se o


comportamento de arrancar o cabelo ou a perda de cabelo devem-se a outra
condição médica.

● Transtornos por Uso de Substâncias. Os sintomas de arrancar o cabelo


podem ser exacerbados por certas substâncias, porém é menos provável que
as substâncias sejam a causa primária de arrancar o cabelo
persistentemente.

Olá, você está recebendo, a seguir, a indicação de um instrumento que pode ser
usado para auxiliar na avaliação diagnóstica desse transtorno. Esse material foi
incluso no curso apenas a critério de conhecimento e com o objetivo de dar um
norte quanto a instrumentos de avaliação.
Além disso, vale lembrar que as escalas de avaliação e os instrumentos
diagnósticos são ferramentas que contribuem para fornecer subsídios ao
profissional da saúde mental no embasamento do diagnóstico e no monitoramento
da evolução do tratamento do paciente. No entanto, a entrevista clínica cuidadosa,

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aliada à anamnese obtida com familiares e pessoas próximas ao paciente, segue
sendo a grande ferramenta para avaliação de casos com suspeita de Tricotilomania.
Estaremos apenas citando o instrumento que pode ser útil para a avaliação e
rastreio da sintomatologia do transtorno. Não iremos disponibilizá-lo, pois, além de
podermos incorrer em plágio, esse tipo de instrumento passa por diversas traduções
e você pode encontrar diferentes versões disponibilizadas na internet.

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO

● O diagnóstico da Tricotilomania é realizado por meio de uma entrevista e de


um exame físico detalhado.

● Durante a anamnese, podem ser aplicados questionários ou entrevistas


estruturadas, como:

○ a Trichotillomania Diagnostic Interview (TDI-R), que foi construída com


os critérios diagnósticos do DSM-IV-TR, e adaptada com base nos
critérios do DSM-5, tal como foi feito em um questionário que incluía
questões adicionais à Structured Clinical Interview for DSM-IV Axis I
Disorders (SCID-I).

REFERÊNCIAS
APA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5-TR. 5
ed., Texto revisado. Porto Alegre: Artmed, 2023. p. 281-284.
BARLOW, D. H.; DURAND, V. M.; HOFMANN, S. G. Psicopatologia: uma
abordagem integrada. 3 ed. São Paulo: Cengage learning, 2020. p. 180-181.
OLIVEIRA, S. E. S.; TRENTINI, C. M. Avanços em psicopatologia: avaliação e
diagnóstico baseados na CID-11. Porto Alegre: Artmed, 2023. p. 202-203.

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