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SBCM II – NEURO LUCAS MENEZES – 6º TERMO

Dra. Maria Teresa


AULA 5 – EPILEPSIA sendo comprometida, iniciar-se-á uma manifestação
estereotipa, que é característica da crise epilética.
OBJETIVOS:
OBS: existem indivíduos que apresentam diversos
 Entender a definição de crise epilética; tipos de crises epiléticas, contudo, isso ocorre em
 Entender os conceitos de crise epiléptica x quadros mais graves e de difícil controle, muitas
epilepsia; vezes relacionadas a síndromes genéticas e
 Não necessariamente um indivíduo malformações graves, contudo, na grande maioria,
que apresentou uma crise epilética as crises epiléticas são estereotipadas, sendo
isolada terá epilepsia. recorrentes e manifestadas sempre da mesma
 Panorama geral da classificação das crises maneira.
epilépticas;
 Saber identificar os tipos de crises epilépticas OBS: nem sempre o paciente consegue descrever o
(analisar os vídeos de monitorização); que ocorre na crise, visto que ocorrem graus
variados de comprometimento da consciência, que
Existem muitos tipos de crises epiléticas e as dependem da área do cérebro em que essa crise se
classificações dessas crises mudam origina (pode ser localiza ou difusa, existindo ainda
constantemente, com o intuito de facilitar a própria casos em que não é possível de se localizar essas
classificação e o diagnóstico da doença. áreas).
HISTÓRICO: Desse modo, as crises, apesar de poderem ser
A epilepsia consiste em uma doença muito antiga, convulsivas (minoria), podem se manifestar
datada desde antes de Cristo. Desde a época de inicialmente através de alterações de todos os
Hipócrates, acreditava-se que essa doença consistia sentidos (táteis, auditivos, visuais, gustativos e
em uma doença sagrada, sendo relacionada a olfatórios).
castigos divinos ou incorporações de entidades. OBS: deve-se saber disso, para que se possa
Embora muitos anos já tenham se passado desde o identificar o caso e também questionar o paciente ou
início desses relatos, até hoje muitas pessoas o acompanhante no momento da consulta.
acreditam no caráter divino da epilepsia, contudo, ao  Existem crises em que o paciente
afirmarem isso, desconsideram o fato de que, apresenta conservação da
realmente, a origem das epilepsias é cerebral. consciência e, por isso, consegue
relatar como que a crise epilética se
 Grécia (400a.C.) - “Doença Sagrada”:
iniciou, contudo, em outros casos, os
“...Em relação à doença sagrada: ela parece não ser pacientes evoluem rapidamente com
mais divina ou sagrada do que as outras doenças, o estreitamento da consciência e, por
mas ter uma causa natural... Ela se origina como isso, não conseguem relatar o que
outras afecções... Os homens consideram sua ocorre durante a crise, sendo, nesses
natureza e causa como divina, pela sua casos, muito importante a ajuda do
ignorância...E sua noção de divindade é mantida acompanhante.
pela sua inabilidade de compreendê-la, e da
DEFINIÇÕES:
simplicidade do modo pelo qual é curada, ...” –
Hipócrates. 1. CRISE EPILÉPTICA:
OBS: mesmo diante da crença de que a epilepsia era  A crise epilética é desencadeada por uma
uma doença sagrada, alguns médicos da época descarga anormal, excessiva e síncrona de
antiga já acreditam que essa doença possuía causa um grupo de células cerebrais (neurônios);
orgânica.  Tanto em crises com início focal ou
TUDO ACONTECE NO CÉREBRO! difuso, a causa fisiopatológica do
quadro será sempre a mesma.
Os quadros de epilepsia ocorrem no cérebro, a partir  Essa descarga, por sua vez, pode ser
de uma alteração da atividade elétrica cerebral. espontânea ou desencadeada por algum
distúrbio sistêmico ou cerebral, como em
Desse modo, sabendo-se que os quadros de
casos de febre, distúrbios hidroeletrolíticos
epilepsia provêm do córtex cerebral e, que essa
(ex.: hiponatremia ou hipernatremia grave),
estrutura é especializada em realizar diversas
intoxicações exógenas por drogas ilícitas ou
funções, a depender da região do córtex que estiver
por medicações etc.
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 Nos casos em que a crise é  Enxaqueca (a aura da enxaqueca pode ser
desencadeada por ou outro fator, confundida com as auras das crises
denomina-se o quadro de síndrome epilépticas  muitos pacientes enxergam
provocada. escotomas na enxaqueca);
 Distúrbios do sono (ex.: transtorno
 Ainda, as crises epiléticas podem
apresentam uma forma convulsiva comportamental do sono R.E.M.);
(manifestação motora) ou não convulsiva.  Tiques (tiques consistem em distúrbios do
movimento, com prevalência elevada em
 A forma não convulsiva consiste na crianças e adolescentes e que muitas vezes
forma mais comum de manifestação necessitam de avaliação para se descartar a
das crises epiléticas. ocorrência de crises epiléticas);
OBS: o termo convulsão consiste em um termo leigo  Refluxo gastroesofágico (mal-estar
e que não se encontra nas classificações. epigástrico e sensação de queimação, que
se assemelha à aura epigástrica da crise
A forma convulsiva das crises epiléticas nada mais é epiléptica) etc.
do que a manifestação motora das crises, que, nas
Desse modo, mediante a suspeita da ocorrência de
classificações antigas, era chamada de crise tônico-
crises epiléticas, deve-se sempre afastar esses
clônica generalizada.
diagnósticos diferenciais. Para isso, faz-se
necessário uma anamnese detalhada e criteriosa.
Por que alguns indivíduos têm náuseas, perda de
consciência, formigamentos, sensações estranhas e OBS: faz-se importante saber as identificar as crises,
outros têm movimentos anormais? bem como saber quais as suas manifestações, para
que sejam empregadas condutas equivocadas.
Isso ocorre, visto que as crises epiléticas podem ser
desencadeadas em diferentes áreas do córtex  Das crises, faz-se importante saber
cerebral, sendo que, a depender da área principalmente como elas se inicial
epileptogênica, observar-se-á manifestações (deve-se perguntar se ao paciente se
distintas nos pacientes. ele sabe como a crise começa).

OBS: o lobo occipital é responsável pela visão, o Desse modo, deve-se frisar que a crise epilética
temporal pela memória, o frontal pela função acontece quando acorre uma atividade anormal do
motora. cérebro, ou seja, uma descarga excessiva e síncrona
de um grupo de neurônio.

TERMOS POPULARES PARA CRISES Contudo, deve-se destacar que uma crise
EPILÉPTICAS: isolada não é sinônimo de epilepsia.

 Ataques; OBS: para o diagnóstico de epilepsia, faz-se


 Acessos; necessário crises recorrentes ou que seja fechado o
 Desmaios. diagnóstico de uma síndrome epilética, mesmo que,
nesse último caso, essa crise tenha ocorrida apenas
Existe todo um estigma ao redor da epilepsia e, por uma única vez.
isso, muitos pacientes preferem se referir às crises a
partir dos termos citados acima. 2. EPILEPSIA:

Isso, por sua vez, abre espaço para diferentes Atualmente, define-se epilepsia como “um distúrbio
diagnósticos diferencias, visto que, por exemplo, cerebral caracterizado por uma permanente
muitas condições podem resultar em desmaios, predisposição permanente do cérebro de gerar
como uma enxaqueca. crises epilépticas e por suas consequências
neurobiológicas cognitivas, psicológicas e sociais”.
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS:
OBS: crises epiléticas em crianças que se encontram
 Síncope (cardíaca, vaso-vagal etc.); no período de desenvolvimento cerebral atrapalham
 Perda de fôlego (principalmente nos o desenvolvimento psicomotor.
primeiros anos de vida);
 Pseudo-crises epiléticas (fenômenos de OBS: adultos que manifestam crises epiléticas
origem psiquiátrica  transtorno conversivo); localizadas no lobo temporal podem evoluir com
perda de memória ou alterações neuropsicológicas.
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CLASSIFICAÇÃO DAS CRISES EPILÉPTICAS: I.A CLASSIFICAÇÃO DAS CRISES PARCIAIS:
I. CRISES FOCAIS: Anteriormente, as crises parciais (focais) eram
subdivididas em crise parciais simples e complexas.
 Anteriormente chamadas de crises
parciais. Hoje, classificam-se essas crises em crises focais
perceptivas ou crises focais desperceptivas.
Nesses casos, as crises epiléticas se iniciam em
uma área localizada (focal) do cérebro e, desse  Perceptiva (consciência preservada)
modo, as manifestações clínicas geradas irão e desperceptiva (perda de
envolver uma porção localizada de um hemisfério consciência).
cerebral.
CRISES FOCAIS PERCEPTIVAS:
A consciente, nesses casos, não fica completamente
 Crises parciais simples.
comprometida, sendo que o paciente apresenta
 Podem ser chamadas de auras.
apenas um estreitamento da consciência.
São sintomas resultantes de descargas limitadas a
Descarga focal no eletroencefalograma:
uma área restrita do cérebro e que, por isso, não
promovem comprometimento da consciência (o
paciente consegue relatar o que aconteceu). Podem
se manifestar de diversas maneiras:

 Distorção dos sentidos da visão, do olfato, do


gosto, da audição etc.  alucinações;
 Auras psíquicas, como a sensação de “já
visto” (déjà vu) e “nunca visto” (jamais vu);
 Sensação desagradável no estômago que
ascende até a garganta – auras epigástricas
(é o tipo mais comum de aura);
 Formigamentos, dormências ou arrepios
(essas manifestações podem se iniciar nos
OBS: o eletroencefalograma tem uma montagem em
membros inferiores e ascender);
duas cadeias (duas do lado esquerdo, duas do lado
 Manifestações motoras: crises tônicas,
direito e uma na linha média); tudo que é ímpar
clônicas.
representa o lado esquerdo do cérebro e tudo que é
par representa o lado direito do cérebro; as letras,  As crises tônicas se manifestam com um
por sua vez, representam a região que estiver sendo fenômeno de extensão mantida do membro
coberta pelo eletrodo (FP: fronto-polar, F: frontal, T: superior ou inferior ou de ambos.
temporal, C: central, P: parietal, O: occipital, SP:  As crises clônicas se manifestam com
esfenoidal etc). fenômenos motores ritmados, ou seja, que
possuem uma candência durante a
Nesse eletroencefalograma, pode-se observar a manifestação.
presença de uma alteração do lado direito, que
perturba a atividade de base no lobo temporal  As manifestações da crise
(observa-se a presença de descargas epileptiformes dependerão do foco onde as
no lobo temporal direito. descargas epileptiformes estiverem
ocorrendo.
OBS: a epilepsia do lobo temporal é a mais comum,
porém, muitas vezes passa despercebida, visto que OBS: as crises parciais simples muitas vezes
é difícil de se identificar suas manifestações como evoluem para crises parciais complexas, sendo que,
uma crise epiléptica, sendo que, frequentemente, os nesse último caso, o paciente apresenta
pacientes são inicialmente encaminhados à estreitamento da consciência.
psiquiatras. OBS: as crises parciais simples nem sempre são
OBS: as epilepsias focais representam 2/3 das identificadas como uma crise (o paciente não
epilepsias e as generalizadas representam 1/3. imagina que o fenômeno seja um evento epilético ou,
por muitas vezes se manifestar de forma subjetiva, o
paciente não consegue identificar a ocorrência do
evento).
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CRISES FOCAIS DESPERCEPTIVAS <3: Observa-se nesse eletroencefalograma a presença
de descargas ritmadas, que formam complexos de
 Crises parciais complexas
espícula-onda ritmados.
São crises epilépticas focais em que há
OBS: este eletroencefalograma é um exemplo de
comprometimento da consciência, sendo observado
crise de ausência.
seu estreitamento, e não perda completa da
consciência (o paciente não consegue relatar o As crises generalizadas mais comuns são:
ocorrido).
 Crise tônico-clônica bilateral (convulsão);
OBS: o paciente não desmaia ou cai, mas evolui com  Anteriormente, as crises tônico-
estreitamente da consciente, ficando, geralmente, clônicas bilaterais eram chamadas de
parado, como se estivesse desconectado. crises tônico-clônicas generalizadas.
 Crises de ausência <3;
 Nesses casos, o paciente não
 Começam na infância ou
consegue relatar o que aconteceu no
adolescência e podem estar
momento da crise.
presentes na vida adulta, desde que
Essas crises podem vir acompanhadas de seja uma evolução da crise gerada na
automatismos orais e/ou manuais (mastigação, infância.
passar a mão na boca, deglutição, etc).  Crises mioclônica ou mioclonia
II. CRISES GENERALIZADAS: VÍDEOS:
Nessas crises, não se observam evidencias de um Os vídeos são de pacientes epiléticos que se
início localizado definido (envolvem amplas áreas encontram em unidades de monitorização.
simultâneas de ambos os hemisférios cerebrais).
OBS: essa monitorização, por sua vez, pode ser
Nesses casos, observam-se que as descargas diagnóstica
eletrográficas são bilaterais desde o início.
 Vídeo 1:
A consciência, nesses casos, pode estar
Exemplo de mioclonia. A paciente do caso
comprometida desde o início, tanto como pode não
apresentou uma crise estremamte rápida e, embora
estar comprometida (a mioclonia é um exemplo de
as mioclonias se caracterizem como crises
uma crise generalizada em que não há perda de
generalizadas, houve preservação da consciência
consciência).
no caso.
Trata-se se uma mioclonia, visto que o evento
ocorreu de forma simétrica e de forma simultânea
nas duas rimas labiais, frente a ocorrência das
descargas serem bilaterais.
As mioclonias se caracterizam como crises
OBS: existem teorias de que as crises generalizadas generalizadas em que o indivíduo apresenta
começam focais e com o tempo se tornam fenômenos motores em fração de segundos. Esses
generalizadas. eventos, por sua vez, podem ser isolados ou ocorrer
em salvas, como foi visto nesse vídeo.
Descarga generalizada no eletroencefalograma –
descarga difusa: OBS: a mioclonia mais comumente ocorre nos
MMSS, contudo, pode ocorrer em qualquer
agrupamento muscular.
 Vídeo 2:
Mesma paciente do vídeo anteriores apresentando
mioclonias periorais.
 Vídeo 3:
Paciente masculino conversando sobre a escola.
Observa-se que, enquanto o paciente conversa, ele
apresenta um flutter palpebral (fechamento da
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pálpebra), o que caracteriza a ocorrência de uma Sabe-se que o lobo frontal possui diversas funções
mioclonia palpebral (é bilateral e simétrica). motoras, sendo ainda o maior logo do encéfalo.
Ou seja, o paciente apresenta salvas de mioclonias Desse modo, pacientes com esse tipo de epilepsia
palpebrais. podem apresentar crises com muitas manifestações
motoras.
OBS: as mioclonias podem ocorrer com maior
frequência em algumas situações, como durante o Ex. 1: crises derivadas da área motora primária (giro
estado de sonolência, no despertar etc. pré-frontal) se caracterizam pela ocorrência de
clonias, que se caracterizam pela ocorrência de
 Vídeo 4:
movimentos ritmados.
Mesma paciente do vídeo 1. Exemplo de mioclonia
Ex. 2: crises derivadas da área motora suplementar
de MMSS, sendo uma das formas mais frequentes.
manifestam crises tônicas assimétricas.
OBS: as mioclonias ocorrem de forma mais proximal,
Ex. 3: crises derivadas de outras áreas motoras
sendo relatadas pelos pacientes como uma espécie
podem se manifestar na forma de crises tônicas
de “choque” ou “susto”.
focais, como a adoção de uma postura tônica em
OBS: muitas vezes, os pacientes não sabem que uma determinada área do corpo, ou até mesmo nos
essas manifestações se tratam de crises epilépticas quatro membros do corpo, como ocorreu no vídeo.
e descobrem apenas mediante a ocorrência de uma
OBS: as crises do lobo frontal manifestam muitos
convulsão.
fenômenos motores e ocorrem predominantemente
A epilepsia mioclônica juvenil é um fenômeno que no período noturno, momento esse em que ocorre
ocorre com frequência em adolescentes, mas que sincronização da atividade elétrica cerebral.
também pode ocorrer na idade adulta. OBS: nesses casos, os pacientes apresentam crises
rápidas, que duram segundos, mas que geralmente
Cerca de 1/3 dos pacientes com mioclonias podem
ocorrem repetidamente (crises em salvas).
apresentar convulsões, principalmente quando há
privação de sono, hiperventilação e  Vídeo 7:
fotossensibilidade.
Observa-se que a criança se encontrava dormindo,
 Vídeo 5: mas que, de repente, apresenta abertura ocular
associada a um desvio tônico dos olhos para cima.
Mesma paciente do vídeo 1. Observa-se a presença
de uma rápida mioclonia enquanto a paciente conta Caracteriza-se essa crise como uma crise tônica
(ocorre hiperventilação). vibratória (crise rara de ocorrer).
 Vídeo 6:  Vídeo 8:
Mesma paciente do vídeo 1. Observa-se no início do Mesmo vídeo anterior, mas sem zoom. O paciente
vídeo uma salva de mioclonias, que evoluem para se apresenta com as pernas fletidas de modo fixo,
uma crise tônico-clônica bilateral (generalizada)  membros superiores fletidos. Associa-se a isso a
convulsão. presença de uma vibração nas mãos.
A paciente permanece cerca de 10 a 20s segunda  Vídeo 9:
da fase tônica e evolui para a fase clônica, que se
caracteriza por uma tentativa do cérebro em abortar Observa-se a ocorrência de uma crise tônica
as descargas. assimétrica. A criança de repente estendeu um
membro e fletiu o outro.
OBS: deve-se ter em mente que nem todas as crises
epiléticas são convulsivas. Crises como essa são bastante danosas e que
ocorrem em frequência alta, principalmente em
 Vídeo 6: crianças encefalopatas.
Nesse vídeo, a criança se encontra inicialmente OBS: diante da ocorrência dessas crises, caso a
dormindo e, logo após, assumo uma postura tônica criança esteja em pé, ela irá cair.
nos 4 membros.
Esse caso representa a situação de uma criança que
possui epilepsia de lobo frontal.
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 Vídeo 10:  Vídeo 13:
Observa-se a ocorrência de uma manifestação Criança do sexo masculino apresentando crise de
palpebral e oral localizada na hemiface esquerda, ausência.
que é ritmada.
 Vídeo 14:
Desse modo, caracteriza-se esse caso como uma
Observa-se nesse exemplo uma paciente feminina
clonia em hemiface esquerda.
no leito.
 Caracteriza uma crise focal
Nesse vídeo, observa-se uma crise focal
perceptiva, visto que a criança
desperceptiva (crise mais comum que existe).
apresenta a consciência preservada.
Nesse caso, a paciente se encontrada inicialmente
OBS: as clonias podem ocorrer em diferentes áreas,
parada, e ao iniciar a crise, evoluiu com
como no braço, na perna etc.
estreitamento da consciência e manifestação de
Marcha jacksoniana: consiste na migração da crise, automatismos orais e manuais unilaterais, do lado
que pode partir de um membro e ir para outro, do esquerdo do corpo (esse tipo de crise é típica de
membro partir para a face etc. comprometimentos do lobo temporal).

 Vídeo 11: OBS: os automatismos são unilaterais na epilepsia


do lobo temporal, sendo que o membro contralateral
Observa-se a ocorrência de uma pseudocrise. Essa costuma ser imóvel.
crise, de fato, se trata de uma crise hipermotora, que
ocorre na região orbitofrontal.  Vídeo 15:

Essa gera resulta em automatismos motores Outro exemplo de crise focal desperceptiva, com
violentos e proximais. Nesses casos, as crises se presença de automatismo orais e manuais na região
iniciaram durante o sono. direita do corpo e com membro superior esquerdo
em postura distônica (crise do lobo temporal direito).
 Vídeo 12:
As medicações para tratamento das crises focais são
Observa-se nesse exemplo uma criança do sexo diferentes das medicações direcionadas para o
feminino brincando. tratamento das crises generalizadas.
Nesse vídeo, é possível de se evidenciar uma crise  Vídeo 17:
de ausência, sendo que a principal manifestação
desse tipo de crise é o estreitamento da consciência. Observa-se nesse exemplo um bebê.
As crises de ausência podem ser dividas em crises Nesse vídeo, é possível de se evidenciar que a
de ausência típicas ou atípicas. criança realiza um espasmo em flexão dos quatro
membros, podendo até deslocar a cabeça para
As crises de ausência típicas se caracterizam por
frente. Observa-se ainda um desvio dos olhos para
serem bastante rápidas e ocorrem geralmente em
cima. A crise desse exemplo ocorre em várias vezes
indivíduos pré-escolares ou escolares. Nesses
consecutivas.
casos, a criança apresenta uma parada
comportamental e, com isso, não contactua por Caracteriza esse caso como um caso de espasmo
alguns segundos, até voltar a contactuar logo em epilético (espasmo infantil de acordo com a
seguida (a criança fica parada por alguns segundos). classificação antiga).
OBS: podem ocorrer diversas dessas crises durante Os espasmos são crises que correm
o dia. caracteristicamente em bebês, sendo que começam
a ocorrer no primeiro ano de vida e podem ocorrer
OBS: a criança do vídeo apresenta ausências
até dois anos de vida. Esse tipo de crise tem como
atípicas, de duração prolongada.
característica a flexão, contudo, podem ocorrer
OBS: mediante suspeita, uma das formas de também espasmos em extensão ou mistos, sendo
estimular a ocorrência de uma crise de ausência esse último caso bastante raro.
ainda não tratada é colocando a criança para fazer
OBS: nesses casos, as crianças apresentam muitas
hiperventilação.
crises (ao despertar, no início do sono etc.), podendo
ocorrer de uma a inúmeras vezes ao dia.
SBCM II – NEURO LUCAS MENEZES – 6º TERMO
Dra. Maria Teresa
OBS: junto com os espasmos, podem ocorrer outros
comemorativos, que, uma vez juntos, formam a
tríade de West, que conste em: crises sob a forma
de espasmos, atraso ou regressão do
desenvolvimento neuropsicomotor e hipsarritmia no
EEG.
 Vídeo 18:
Paciente do sexo masculino apresentando uma aura
epigástrica.
OBS: as auras podem se demonstrar isoladamente,
assim como podem evoluir.

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