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1. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico dos transtornos psiquiátricos assume características particulares em
relação à grande maioria das outras especialidades médicas. A subjetividade e o
estreitamento da aliança terapêutica são necessários para a correta elaboração
diagnóstica. Além disso, raramente o conceito de “doença” é empregado em
Psiquiatria, mas sim os conceitos de síndrome ou transtorno, uma vez que a
etiopatogenia destas afecções não está totalmente elucidada. Os critérios
operacionais ou categorias sugeridas pela Classificação Internacional de Doenças
(CID) e pelo Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM)
apresentam boa confiabilidade, mas a sua validade vem sendo questionada, uma
vez que estes são arbitrários e de questionável correlação à etiopatogenia dos
transtornos mentais.
Definições:
1ª posição: Diagnóstico em saúde mental não tem valor algum, pois cada pessoa
é uma realidade única e inclassificável. O diagnóstico apenas serviria para rotular
as pessoas diferentes, excêntricas, permitindo e legitimando o poder médico, o
controle social sobre o indivíduo desadaptado ou questionador (Dalgallarrondo,
2019, p 35). Essa crítica é particularmente válida nos regimes políticos totalitários,
quando se utilizou o diagnóstico psiquiátrico para punir e excluir pessoas
dissidentes ou opositoras ao regime. (Dalgallarrondo, 2019, p 35).
2ª posição: o diagnóstico em saúde mental, sustenta que seu valor e seu lugar
são absolutamente semelhantes aos do diagnóstico nas outras áreas e
especialidades médicas. O diagnóstico, nessa visão, é o elemento principal e
mais importante da prática psiquiátrica.
3° posição do autor: A minha posição é a de que, apesar de ser absolutamente
imprescindível considerar os aspectos pessoais, singulares de cada indivíduo,
sem um diagnóstico psicopatológico aprofundado não se pode nem compreender
adequadamente o paciente e seu sofrimento, nem escolher o tipo de estratégia
terapêutica mais apropriado. (Dalgallarrondo, 2019, p 35).
DEFINIÇÃO: é a base da nossa tarefa como clínicos. A maioria dos pacientes não
chega ao consultório dizendo: “eu tenho um transtorno depressivo maior... me dê um
antidepressivo” (embora alguns façam isso!). Mais comumente, o paciente consulta-
nos buscando algum alívio em relação a certos sintomas particulares, tais como
humor deprimido e fadiga (as “queixas principais”, na linguagem médica), que são a
fonte de sofrimentos ou prejuízos significativos do ponto de vista clínico. Nosso
trabalho é selecionar, a partir da miríade de condições incluídas no DSM-5, aquelas
que mais poderiam estar relacionadas com os sintomas.
EXEMPLOS PRÁTICOS:
Cannabis e Depressão: Um paciente relata sentimentos de tristeza e
desesperança logo após começar a fumar maconha regularmente.
Anfetaminas e Psicose: Um indivíduo apresenta sintomas de psicose, como
delírios e alucinações, após consumir grandes quantidades de anfetaminas.
Antidepressivos e Mania: Um paciente com história familiar de transtorno
bipolar desenvolve episódios maníacos após iniciar o tratamento com
antidepressivos.
LSD e Alucinações Persistente: Um usuário de LSD continua a experimentar
alucinações coloridas e padrões visuais mesmo após parar de consumir a droga.
Álcool e Ansiedade: Um paciente que abusa de álcool relata sintomas intensos
de ansiedade que diminuem significativamente após a cessação do consumo de
álcool.
Exemplos Práticos:
Cocaína e Depressão: Um indivíduo experimenta um humor depressivo
persistente após o uso ocasional de uma pequena quantidade de cocaína. Como
a quantidade usada é mínima e não é consistente com o desenvolvimento de
sintomas depressivos, é improvável que a cocaína seja a causa direta dos
sintomas.
Maconha e Psicose: Um usuário frequente de maconha começa a experimentar
alucinações e delírios após aumentar significativamente o consumo da droga.
Neste caso, a mudança no padrão de uso pode estar diretamente relacionada ao
surgimento dos sintomas psicóticos.
Álcool e Ansiedade: Um indivíduo que costumava beber moderadamente
começa a consumir álcool em grandes quantidades devido ao estresse no
trabalho. Logo depois, desenvolve sintomas intensos de ansiedade. A mudança
na quantidade de álcool consumida pode ter desencadeado os sintomas de
ansiedade.
Depois de decidir que uma apresentação é devida aos efeitos diretos de uma
substância ou medicamento, você̂ deve determinar qual transtorno induzido por
substância melhor descreve a apresentação.