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Adriana da Silva Marqueti

Psicopatologia
5/
A depressão
na infância
Nesta unidade, faremos um breve estudo sobre
a depressão infantil. Alguns de seus sintomas e
o que irá acarretar para as crianças que estão
deprimidas e não possuem um diagnóstico e tra-
tamento precisos.
Adultos, adolescentes e crianças são
prejudicados em sua vida profissional e escolar,
por episódios depressivos, que, muitas vezes,
não possuem um diagnóstico correto.
Os pais, responsáveis e educadores
precisam estar atentos a todos os sinais que a
criança e o adolescente apresentam em seu co-
tidiano, para que, assim, possam ajudá-las, atu-
ando de forma a impedir que outras patologias
prejudique-os.

Objetivos da Unidade
Ao final desta unidade, você deverá ter condições de:
• Identificar alguns sintomas da depressão infantil;
• Identificar as características desses sintomas e os
procedimentos a serem tomados em cada caso.

Conteúdos da Unidade
Nesta unidade, você estudará:
• Depressão;
• Depressão infantil;
• Sintomas da depressão.

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1/ DEPRESSÃO
“A depressão, não escolhe lares, condição social ou
estrutura familiar, simplesmente surge e cada um
tem que se virar em busca da melhor solução para
melhorar sua qualidade de vida.”

A depressão é uma síndrome, podendo


significar um sintoma que faz parte de vários distúr-
bios emocionais, sem que seja exclusivo de nenhum
deles. Pode ser, ainda, manifestada por muitos e
variáveis sintomas somáticos, podendo caracterizar
uma doença por alterações afetivas.
De acordo com a Organização Mundial
de Saúde (OMS, 2001), 450 milhões de pessoas,
atualmente, em todo o mundo, sofrem de algum
tipo de transtorno mental, neurobiológico ou pro-
blemas psicossociais. A depressão grave, enquanto
transtorno mental ocupa o status de principal cau-
sa de incapacitação profissional.
Segundo BERLINCK (2000), a depressão
tem sido objeto constante de estudo da psiquiatria,
quando se empenha na investigação da melancolia, e
seria, ainda, apressado em dizer tratar-se de uma ma-
nifestação psicopatológico da contemporaneidade.
Para o autor (p.77):

“A depressão, entretanto, varia de inten-

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sidade. Pode tomar a forma de um estado
denominado, às vezes, pela psiquiatria,
de depressão subclínica, assim chamado
por não ser notado pelo clínico, a não ser
por um complexo de sintomas psicovaso-
motores, complexo este que se distingui do
reconhecido amuo depressivo. São típicas
deste estado as seguintes queixas: opressão
no tórax, pesadelos, pressão no crânio, si-
nusite, dores de cabeça, tonteiras, distúrbio
do sono e da potência sexual.”

Segundo BAPTISTA (2004), a depres-


são pode ser considerada um dos mais prevalen-
tes transtornos da população, por ser de etiologia
multifatorial, com diversas áreas variáveis que são
responsáveis pelo seu início e desenvolvimento.
Os sintomas da depressão são muito va-
riados e diferentes, e cada pessoa reage de uma
forma diferente. De acordo com BALLONE
(2007), existem muitos casos de depressão atípica,
aquela que não tem características ou está masca-
rada em outras patologias emocionais, podendo
ser manifestada com exuberantes sintomas autos-
sômicos, que são determinados por desequilíbrio
do Sistema Nervoso Autônomo (SNA) e/ou com
a coexistência de transtornos psicossomáticos.
Segundo o autor, a Psicopatologia reco-

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menda como válida a existência de três sintomas
depressivos básicos, os quais dão origem a varia-
das manifestações de sintomas:
1. Sofrimento Moral;
2. Inibição Global;
3. Estreitamento Vivencial.
Alguns deprimidos podem apresentar sin-
tomas somáticos (físicos), juntamente com os sin-
tomas emocionais de tristeza, angústia, medo etc.
Esses sintomas físicos podem ser de dores vagas
e imprecisas, tonturas, cólicas, falta de ar, e outras
queixas de caracterização clínica complicada.
Existem outras pessoas que podem mani-
festar sua depressão com irritabilidade, crises de rai-
va, sentimentos exagerados de frustração e, muitas
vezes, acabam colocando a culpa de tudo pelo que
estão passando nas pessoas que estão mais próximas.
Para muitas pessoas, esses sintomas representam
uma forma de pedir socorro para os familiares, de
mostrar a aflição e o desespero que estão passando.
Na depressão, também, é frequente um
prejuízo no pensamento, na concentração e na to-
mada de decisões. Os depressivos podem queixar-
-se de enfraquecimento da memória ou mostra-
rem-se facilmente distraídos.
A produtividade ocupacional fica prejudi-
cada, notadamente, nas profissões intelectualmente
exigentes, devido à tendência de acreditarem que
são menos capazes, ou que possuem valores me-

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nores que os outros. Existem pensamentos sobre a
morte nos quadros depressivos. Trata-se, não ape-
nas da concepção suicida típica, mas, sobretudo, de
preferir estar morto a viver "desse jeito".
Para BERLINCK (op. cit., p. 78):

“A depressão seria, assim, uma figura e


um estado de corpo angustiado e dolorido
pela catástrofe, que produz a perda do ob-
jeto primitivo de satisfação e a correspon-
dente perda de contato com a regularida-
de sexual assegurada, primitivamente,
pela sensorialidade.”

BALLONE & MOURA (2007) destacam


que o tratamento da depressão é importante, e para
ser tratada, a terapia implica antes, e, sobretudo, que
haja um diagnóstico.

Depressão Infantil

Segundo SOUZA & SOUZA (2004), os trans-


tornos de humor em crianças têm recebido um
crescente reconhecimento e atenção nas últimas
décadas. Por muitas gerações, reconheceu-se que
a tristeza e a aflição ocorrem em crianças e adoles-
centes. Ainda assim, muitas pessoas acreditam que
crianças não têm depressão, pois o senso comum

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diz que crianças não têm problemas, não sentem
o que se passa ao seu redor. Quando o compor-
tamento excede em birras ou choros, os adultos
comumente classificam-no como resultado da má-
-criação e mimos demasiados.
Entretanto, depressão na criança é dife-
rente da depressão do adulto. De acordo com AS-
SUMPÇÃO & KUCZYNSKI (2004), ao examinar
a criança, nem sempre encontramos sintomas que
descrevam o seu estado interno. Isso é devido ao
seu desenvolvimento cognitivo, para a identifica-
ção dos seus próprios sentimentos, que são de di-
fícil identificação, e na maioria das vezes, é obser-
vada somente uma maior sensibilidade, choro fácil
e sem motivo e irritabilidade excessiva.
De acordo com BALLONE (2010), o
transtorno depressivo infantil é um quadro sério e
capaz de comprometer o desempenho, desenvolvi-
mento e a maturidade psicossocial. O autor (apud.
NISSEN), relacionou os principais comportamen-
tos que caracterizam a depressão infantil:
1. humor instável;
2. autodepreciação;
3. agressividade ou irritação;
4. distúrbio do sono;
5. queda no desempenho escolar;
6. diminuição da socialização;
7. modificação de atitudes em relação à escola;

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8. perda da energia habitual do apetite e/ou do peso.
Para o autor ASSUMPÇÃO & KU-
CZYNSKI (op. cit. p. 63):

“As súbitas mudanças de conduta da


criança são de extrema importância pelo
caráter episódico, sendo consideradas,
principalmente, quando são abruptas, e se
ocorrem de modo inexplicável. Crianças
antes adequadas e adaptadas socialmente
passam a apresentar irritabilidade, des-
trutividade e agressividade, com violação
de regras sociais anteriormente aceitas.”

No entanto, a maioria das crianças com


depressão manifesta sintomatologia atípica. Ou-
tras podem apresentar sintomas clássicos, como
a tristeza, ansiedade, expectativa pessimista, mu-
danças de hábito alimentar e do sono, e em alguns
casos podendo apresentar sintomas físicos como
dor de cabeça, tonturas, mal-estar em geral.
De acordo com SOUZA & SOUZA
(2004), os critérios do DSM-IV (Manual Diag-
nóstico e Estatístico de Transtornos Mentais)
usados para os transtornos do humor são quase
idênticos para todas as faixas etárias. A expressão
de um distúrbio de humor varia nas crianças de
acordo com a idade.

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Para SOUZA (op.cit. p. 52):

“O humor das crianças é especialmente


vulnerável às influências de severos estres-
sores sociais, como discórdia familiar crô-
nica, abuso, negligência e fracasso escolar.
As crianças com transtornos depressivos
que vivem em meio a ambientes noci-
vos podem ter remissão de alguns ou de
grande parte de seus sintomas depressivos,
quando estressores diminuem ou quando
são removidas do ambiente estressante.”

Sintomas
BALLONE (op. cit.) observa que a depressão in-
fantil não se traduz, constantemente, por tristeza e
outros sintomas dos adultos. Existem momentos
em que há irritação, aborrecimento, tristezas. Isso
é devido a respostas por vivências circunstanciais.
Muitas vezes, essas manifestações emocionais
nada têm a ver com depressão.
Também, em crianças e adolescentes
a depressão pode dissimular-se sob a forma de
um humor irritável ou rabugento, revoltado e
irrequieto, ao invés da tristeza e abatimento.
Em crianças deprimidas pode haver uma queda
abrupta no rendimento escolar, como resultado
da dificuldade de concentração.
É necessário prestar atenção a essas ma-

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nifestações, pois podem ser fisiológicas e passagei-
ras, entretanto suspeita-se de algum componente
depressivo, quando se tornam constantes, quase
caracterizando uma forma da criança ser e agir.
Segundo o autor supramencionado, ex-
pressão clínica da depressão na infância e adoles-
cência é variável em função das diversas faixas etá-
rias, ambiente sociocultural e estruturas familiares.
Baseando-se nas tabelas para diagnóstico,
revistas por José Carlos Martins, podemos compor
a seguinte listagem de critérios:
1. mudanças de humor significativas;
2. diminuição da atividade e do interesse;
3. queda no rendimento escolar, perda da atenção;
4. distúrbios do sono;
5. aparecimento de condutas agressivas;
6. autodepreciação;
7. perda de energia física e mental;
8. queixas somáticas;
9. fobia escolar;
10. perda ou aumento de peso;
11. cansaço matinal;
12. aumento da sensibilidade (irritação ou choro fácil);
13. negativismo e pessimismo;
14. sentimento de rejeição;
15. ideias mórbidas sobre a vida;
16. enurese e encoprese (urina ou defeca na cama);
17. condutas antissociais e destrutivas;

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18. ansiedade e hipocondria.
Entretanto, a criança não apresenta to-
dos os sintomas da lista para ser diagnosticada
uma depressão infantil. Para sugerir uma atenção
especial, a criança deve apresentar um número
suficiente desses itens.
De acordo com BARBOSA (2004), ensi-
nar alunos que possuem problemas emocionais e
de comportamento não é tarefa fácil para os edu-
cadores, pois para trabalhar-se com alunos com
depressão, não basta domínio didático e domínio
do conteúdo escolar.
O educador terá que possuir a sensibili-
dade e atitudes positivas, que são imprescindíveis
para o processo educacional desses alunos com
depressão. Sendo acolhedor e respeitando as ca-
racterísticas do educando deprimido. O educador
facilitará o aprendizado do mesmo. E, quando
o professor tem atitudes negativas em relação a
esse educando, a aprendizagem ocorrerá de ma-
neira insatisfatória e a relação professor-aluno fi-
cará empobrecida.
Algumas atitudes recomendadas quando
se tem um estudante deprimido em sala de aula
são (REGENTS OF THE UNIVERSITY OF
CALIFORNIA, 1999):
• quando possível, converse reservadamente com o
estudante;
• valorize os sentimentos e suas experiências;

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• ouça com atenção as informações que o estudan-
te está partilhando;
• seja acolhedor e expresse interesse em relação à situação;
• seja diretivo e conciso quanto a um plano de ação;
• comece o plano de ação assim que o estudante
solicitar o seu aconselhamento;
• pergunte se o estudante tem algum pensamen-
to suicida;
• se houver na escola, recomende os serviços de
aconselhamento psicológico, caso contrário, enca-
minhe-o para o sistema de saúde;
• se o estudante fizer referência a abuso sexual ou
discriminação devido ao gênero, oriente-o ou a sua
família a procurarem auxílio legal;
• se for adequado, seja flexível quanto a oferecer no-
vas oportunidades para apresentação de atividades
(por exemplo: trabalhos, exercícios, provas etc.).
E as atitudes não recomendadas quando se tem
um estudante com depressão em sala de aula são:
• ignorá-lo;
• minimizar a situação;
• discutir com o estudante;
• fornecer muita informação para o estudante pro-
cessar e memorizar;
• esperar que o estudante deprimido supere suas
dificuldades sem que haja alguma forma de trata-
mento;
• presumir que a família tem conhecimento da de-
pressão do estudante.

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Para BARBOSA apud. FELLOW (2004), a
paciência pode ser a melhor ferramenta que o pro-
fessor pode ter para lidar com alunos deprimidos.
Para o autor (op. cit. p. 154):

“Não bastassem o sofrimento e os preju-


ízos que estados depressivos acarretam
aos estudantes, estes, muitas vezes, não
encontram na escola, no professor mais
especificamente, o suporte necessário para
suportar o transtorno. Nem sempre é fácil
ajudar um estudante com depressão, mas
isto pode ser feito, e ajudá-lo poderá fazer
com que ele se sinta melhor.”

Agindo dessa forma, o professor estará


auxiliando o aluno, sua família e os profissionais
de saúde, os quais estarão incumbidos do diag-
nóstico e tratamento dessa criança. O contexto
escolar é um importante aliado para que alunos de
risco, não desenvolvam transtornos depressivos,
acolhendo e respeitando esses estudantes.
Como ajudar um estudante deprimido?
Identifique os sintomas e sinais de depressão no
contexto escolar e encaminhe possíveis estudan-
tes deprimidos para diagnósticos com profissio-
nais da saúde.
Oriente o estudante deprimido a procurar

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ajuda; convoque os pais e auxilie-os a conseguir
tratamento. Diga ao aluno deprimido que é amado,
que merece sentir-se melhor com um tratamento
apropriado. Recomende formas de ajuda. Se o es-
tudante deprimido não estiver bem, aconselhe a
família a acompanhá-lo ao tratamento até que ele
retome seu funcionamento normal. Sendo muito
jovem ou não apresentando condições de fornecer
informações ao profissional de saúde, coloque-se
à disposição para atuar como um mediador na es-
cola, por quanto tempo for necessário.
Quando o estudante deprimido for suicida
ou apresentar alucinações ou delírios, recomende
aos pais ou responsáveis que ele seja hospitalizado.
Se o estudante deprimido for maior de ida-
de e funcional, e recusar tratamento, busque ajuda
de outras pessoas – amigos, psicólogos, familiares
etc., que poderão ajudar a convencê-lo de que o tra-
tamento é necessário e útil.
Sendo menor de idade, oriente a família e
ajude-a a buscar tratamento adequado para a criança
ou adolescente. Persista, pois o estudante deprimi-
do e sua família podem precisar ouvir mais de uma
vez, e de várias pessoas, que é possível melhorar e
superar a depressão com tratamento adequado.
Se todos os esforços destinados a enco-
rajar o estudante deprimido e sua família a pro-
curar ajuda falharem, o discente deprimido e as
pessoas ao seu redor correm riscos. Outras ações

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serão necessárias.
Caso o estudante seja menor de idade,
esgote todas as possibilidades de convencimento,
para que os pais ou um responsável (irmão, avós,
tios etc.) busquem ajuda. Demonstre os riscos e
esclareça as responsabilidades.
Se, ainda assim, os pais ou responsáveis
não procurarem por tratamento para a criança ou
adolescente deprimido, comunique às autoridades
competentes (Conselho Tutelar). Se o estudante
deprimido for maior de idade, estratégia seme-
lhante deve ser usada.
Nem sempre é fácil ajudar um estudante
com depressão, mas isto pode ser feito, e ajudá-lo
poderá fazer com que você sinta-se melhor.
Baseado em material do National Institu-
te of Mental Health (1990/1997).

F/ FILME
INDICADO
Geração Prozac

(Prozac Nation, 2001)


Elizabeth Wurtzel (Christina Ricci) é uma brilhante
estudante, que tem planos de estudar Jornalismo na
conceituada universidade de Harvard. Entretanto,
problemas familiares fazem com que Elizabeth entre
em profunda depressão, o que coloca seus planos em

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risco. Aos poucos suas noites de trabalho, sempre re-
gadas a drogas, e sua instabilidade emocional a afas-
tam de Ruby (Michelle Williams), sua melhor amiga, e
também de seu namorado. Decidida a procurar ajuda
profissional, Elizabeth marca uma consulta com a
Dra. Diana Sterling (Anne Heche), que lhe receita o
antidepressivo Prozac.

A/ ATIVIDADES
1. De acordo com Ballone, quais os principais com-
portamentos que caracterizam a depressão infantil?

2. O que é necessário ao educador para trabalhar


com alunos que possuem problemas emocionais?

3. Cite algumas atitudes recomendadas quando se


tem um estudante deprimido em sala de aula.

4. Cite algumas atitudes não recomendadas quan-


do se tem um aluno deprimido em sala de aula.

5. Como você pode ajudar um aluno deprimido?

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6/
ESQUIZOFRENIA
INFANTIL
Nesta unidade, faremos um breve estudo sobre
a esquizofrenia infantil, uma breve história, al-
guns de seus sintomas. Adultos, adolescentes e
crianças são prejudicados em sua vida profissio-
nal, social e escolar.
Os pais, responsáveis e educadores
precisam estar atentos a todos os sinais que
a criança e o adolescente apresentam em seu
cotidiano, para que assim possam ajudá-las,
atuando de forma a impedir que sejam pre-
judicados e estigmatizados em sua vida e em
seu meio social.

Objetivos da Unidade
Ao final desta unidade, você deverá ter condições de:
• Identificar alguns sintomas da esquizofrenia;
• Identificar as características desses sintomas.

Conteúdos da Unidade
Nesta unidade, você estudará:
• Esquizofrenia;
• Tipos de esquizofrenia;
• Esquizofrenia com início na infância.

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1/ ESQUIZOFRENIA
Existem alguns mitos sobre a esquizofrenia, que
estão enraizados na cultura popular, e uma parte
desses mitos originou-se na mídia, através de fil-
mes e romances sobre os “psicóticos e loucos”,
que apesar da qualidade literária e artística, não são
obrigados a guardar uma relação coerente com a
verdade científica e real.
O termo esquizofrenia foi criado em 1911
pelo psiquiatra suíço Eugem Bleuler com o signi-
ficado de “mente dividida”. Bleuler quis ressaltar
com esse termo a dissociação, que, às vezes, o
paciente percebia entre si mesmo e a pessoa que
ocupa seu corpo. Hoje, é o nome aceito, universal-
mente, para este transtorno mental psicótico, en-
tretanto, no meio profissional e técnico, o termo
pode ser insuficiente para descrever a complexida-
de dessa condição patológica.
De acordo com Ballone (2005), a esqui-
zofrenia é uma doença da personalidade total que
afeta a zona central do “Eu” e altera toda a estru-
tura vivencial. Na nossa cultura, o esquizofrênico
representa o “louco”, por produzir grande estra-
nheza social, devido ao seu desprezo para com
a realidade reconhecida, e sempre agindo como
alguém que rompeu as amarras da concordância
cultural. O esquizofrênico menospreza a razão e

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perde a liberdade de escapar de suas fantasias.
Os transtornos esquizofrênicos caracteri-
zam-se por distorções do pensamento, da percep-
ção e por inadequação dos afetos. Habitualmente,
o esquizofrênico mantém a sua consciência e capa-
cidade intelectual clara. Devido a isso, é um mito
afirmar que o esquizofrênico é uma pessoa de pou-
ca inteligência, pois afeta tanto as pessoas com um
alto ou baixo nível intelectual. A prevalência entre
homens e mulheres é a mesma, atinge tanto os ri-
cos como os pobres, os mais cultos, como os mais
simplórios; não é um monopólio de quem tem a
mente fraca e nem depende da pessoa ser esclare-
cida e inteligente. Mas, o prejuízo chega a ser tão
severo que interfere amplamente na sua capacidade
de atender às exigências da vida e da realidade.

Tipos de esquizofrenia

A esquizofrenia paranoide
Este tipo de esquizofrenia é o mais comum e tam-
bém o que responde melhor ao tratamento. O pa-
ciente que sofre esta condição pode pensar que o
mundo inteiro persegue-o, que as pessoas falam mal
dele, têm inveja, ridicularizam-no, pensam mal, têm
intenções de fazer-lhe mal, de prejudicá-lo, de matá-
-lo etc. Trata-se dos delírios de perseguição.
Não é raro que este tipo de paciente tenha
também delírios de grandeza, ideias além de suas

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possibilidades: "Eu sou o melhor cantor do mun-
do. Nada me supera. Nem Frank Sinatra é melhor".
Esses pensamentos podem vir acompanhados de
alucinações, aparições de pessoas mortas, diabos,
deuses, alienígenas e outros elementos sobrenatu-
rais. Algumas vezes, esses pacientes chegam a ter
ideias religiosas e/ou políticas, proclamando-se
salvadores da Terra ou da raça humana.

A esquizofrenia hebefrênica ou desorganizada


Neste grupo, incluem-se os pacientes que têm pro-
blemas de concentração, pouca coerência de pen-
samento, pobreza de raciocínio e discurso infantil.
Às vezes, fazem comentários fora do contexto e
desviam-se, totalmente, do tema da conversação.
Expressam uma falta de emoção ou emoções pou-
co apropriadas, rindo em gargalhadas em ocasiões
solenes, rompendo a chorar por nenhuma razão
em particular etc. Neste grupo, também, é fre-
quente a aparição de delírios (crenças falsas), por
exemplo: que o vento move-se na direção que eles
querem, que se comunicam com outras pessoas
por telepatia etc.

A esquizofrenia catatônica
É o tipo menos frequente de esquizofrenia. Apre-
senta como característica transtornos psicomotores,
tornando difícil ou impossível ao paciente mover-se.
Pode passar horas, sentado na mesma posição. A fal-

121
ta da fala também é frequente, assim como alguma
atividade física sem propósito.

A esquizofrenia residual
Este termo é usado para referir-se a uma esquizo-
frenia que já tem muitos anos e com muitas seque-
las. O prejuízo que existe na personalidade desses
pacientes, já não depende mais dos surtos agudos.
Na esquizofrenia, assim, cronificada podem pre-
dominar sintomas como o isolamento social, o
comportamento excêntrico, emoções pouco apro-
priadas e pensamentos ilógicos.

A esquizofrenia simples
Também é pouco frequente. Aparece lentamente,
normalmente começa na adolescência com emo-
ções irregulares ou pouco apropriadas, pode ser se-
guida de um paulatino isolamento social, perda de
amigos, poucas relações reais com a família e mu-
dança de caráter, passando de sociável a anti-social e
terminando em depressão. Nesta forma da esquizo-
frenia não se observam muitos surtos agudos.
Apesar desta classificação, é bom destacar
que os pacientes esquizofrênicos nem sempre se
encaixam, perfeitamente, em uma dessas catego-
rias. Também, existem pacientes que não se po-
dem classificar em nenhum dos grupos mencio-
nados. A estes pacientes pode dar-se o diagnóstico
de esquizofrenia indiferenciada.

122
A esquizofrenia, até bem pouco tempo,
acreditava-se que era incurável, porém sabemos
que este não é, necessariamente, um caso de por-
centagem de pessoas que sofrem deste transtor-
no. Pode recuperar-se por completo e levar uma
vida normal como qualquer outra pessoa. Muitas
delas, com um acompanhamento psicoterápico,
chegam a melhorar até o ponto de poderem tra-
balhar, casar-se e constituir família, embora não se
pode falar em cura total. Na medicina, a reabilita-
ção psicossocial tem demonstrado uma expressiva
melhora nestes pacientes.
O apoio, o incentivo e a compreensão da fa-
mília e um acompanhamento psicoterápico é de ex-
trema importância para a melhora da esquizofrenia.

Esquizofrenia com início na infância

A história recente das psicoses infantis é marcada


pela introdução, em 1943, do autismo de Kanner,
no qual o seu trabalho rompe com uma tradição
da psiquiatria infantil. Para ele, não é suficiente,
apenas, pesquisar na criança o que se encontra no
adulto, ou estudar esquizofrenia infantil; mas sim,
a partir de um trabalho, no qual se pode qualificar
de experimental e de enunciar certo número de
traços comuns a estas crianças.
Na tentativa de conceituar a psicose in-
fantil, em 1960, um grupo de psiquiatras britâni-

123
cos buscou oferecer critérios para o diagnóstico
da psicose em crianças tais, como: o relaciona-
mento prejudicado com as pessoas, confusão de
identidade pessoal e inconsciência do Eu, preo-
cupação anormal com alguns objetos, resistência
a mudanças no ambiente, diminuição ou aumen-
to de sensibilidade aos estímulos sensoriais, rea-
ção de ansiedade excessiva ou ajuda em resposta
a menor mudança, perturbação da linguagem e da
fala, perturbações da mobilidade (hiper ou hipo-
atividade), desempenho assimétrico nos testes de
inteligência, com área de funcionamento normal
a superior, intercalada com áreas de atraso no de-
senvolvimento intelectual.
De acordo com SOUZA (2004), a esqui-
zofrenia com início na infância é, conceituadamen-
te, o mesmo que a esquizofrenia na adolescência e
na idade adulta. Embora rara, a esquizofrenia em
crianças inclui a presença de pelo menos dois dos
seguintes aspectos: alucinações, delírios, discurso
ou comportamento amplamente desorganizado, e
severo retraimento por, pelo menos um mês; uma
disfunção social ou acadêmica presente, e sinais
contínuos da perturbação, que devem persistir por,
pelo menos, seis meses. Os critérios diagnósticos
de esquizofrenia para crianças são idênticos aos de
adultos, exceto pelo fato de que as crianças não
chegam a atingir seus níveis esperados de funcio-
namento social e acadêmico, não tendo uma dete-

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rioração do funcionamento.
Antes da década de 60, o termo psicose
infantil era aplicado a um grupo heterogêneo, que
incluía uma variedade de transtornos invasivos do
desenvolvimento, sem alucinações e delírios.
Para SOUZA, (2004 - op. cit. p. 76):

Contudo, as crianças cujas psicoses emer-


giam após os 5 anos manifestavam alucina-
ções auditivas, delírios, afetos inadequados,
distúrbios do pensamento e inteligência
normal, e, com frequência, tinham uma
história familiar de esquizofrenia, eram vis-
tas como exibindo esquizofrenia, enquanto
crianças mais jovens eram identificadas
como evidenciando um transtorno inteira-
mente diferente; transtorno autista ou um
transtorno invasivo do desenvolvimento.

Para o DSM-III-R (Manual Diagnóstico e


Estatístico de Transtornos Mentais), a esquizofre-
nia podia ser diagnosticada em crianças autistas,
apenas se alucinações ou delírios desenvolviam-se
e tornavam-na um aspecto clínico proeminente.
De acordo com o DSM- IV ((Manual Diagnóstico
e Estatístico de Transtornos Mentais), a esquizo-
frenia pode ser diagnosticada na presença de um
transtorno autista.

125
De acordo com SOUZA (2004), pratica-
mente não existem relatos de um início de esqui-
zofrenia antes dos 5 anos de idade.
Conforme o autor, todos os sintomas in-
cluídos na esquizofrenia de início de idade, como
adulta pode levar meses ou anos para reunir todos
os critérios para um diagnóstico para esquizofrenia.
Para o autor (op. cit. p. 78):

As crianças que, por fim, satisfazem os cri-


térios, com frequência, são socialmente re-
jeitadas, e tem habilidades sociais limitadas.
Podem ter histórias de atraso nos marcos
motores e verbais, tem baixo rendimento
escolar, apesar de uma inteligência nor-
mal. Embora, as crianças esquizofrênicas
e as crianças autistas possam assemelhar-se
em suas histórias iniciais, as esquizofrênicas
tem inteligência normal e não satisfazem
os critérios de um transtorno invasivo do
desenvolvimento.

Algumas características da esquizofrenia


de acordo com SOUZA (2004):
• As crianças com esquizofrenia, geralmente, ma-
nifestam alucinações auditivas; podem ouvir vá-
rias vozes, comentando suas ações ou alucinações

126
de comando, ordenando-lhes que se matem ou a
outrem. As vozes podem ser de natureza bizarra,
identificadas como “um computador em minha
cabeça” ou “marcianos”, ou como a voz de uma
pessoa conhecida, como um parente;
• Alucinações visuais são experimentadas por um
número significativo de crianças com esquizofre-
nia e, frequentemente, são assustadoras. As crian-
ças podem ver o demônio, esqueletos, caras ame-
drontadoras ou criaturas espaciais. Alucinações
visuais fóbicas transitórias também ocorrem em
crianças traumatizadas que não avançam para um
transtorno psicótico;
• Os delírios estão presentes em mais da metade de
todas as crianças esquizofrênicas; podem assumir
várias formas, incluindo perseguição, grandiosi-
dade e religiosidade. A frequência dos delírios au-
menta com a idade;
• Um afeto inadequado está quase que, universal-
mente, presente em crianças com esquizofrenia.
As crianças esquizofrênicas podem dar risadinhas
inadequadas ou chorar sem serem capazes de ex-
plicar o motivo;
• Os distúrbios da forma do pensamento, incluin-
do afrouxamento de associações e bloqueio de
pensamentos, são aspectos comuns em crianças
com esquizofrenia;
• Outros aspectos que parecem estar presentes

127
com uma alta frequência em crianças esquizofrêni-
cas são um fraco funcionamento motor, compro-
metimentos viso-espaciais e déficits de atenção.
O tratamento da esquizofrenia com início
na infância, inclui um tratamento multimodal. O
apoio, incentivo e o comprometimento da família
com o tratamento é de extrema importância para
essa criança. O contexto educacional também deve
ser apropriado para a criança, pois os déficits nas
habilidades sociais, déficits de atenção e dificul-
dades acadêmicas, apesar da maioria das crianças
esquizofrênicas terem um bom intelecto, sempre
podem acompanhar a esquizofrenia infantil.
Nos dias atuais, o cinema consegue repre-
sentar a esquizofrenia de uma maneira mais real,
sem apontar o esquizofrênico como o “louco”, vio-
lento e agressivo. Um dos filmes que retrata bem a
esquizofrenia, no adulto, é “Uma Mente Brilhante”.

F/ FILME
INDICADO
Uma Mente Brilhante

(A Beautiful Mind, 2001)


Entrar no mundo de uma pessoa que sofre qual-
quer tipo de desordem mental constitui um de-

128
safio inimaginável para todas as pessoas. Não
conseguimos ter a mínima noção de como uma
patologia do tipo de uma esquizofrenia pode afe-
tar a vida cotidiana dessas pessoas. São verdadei-
ros heróis anônimos os parentes e amigos que se
dedicam a dar-lhes toda a atenção que merecem,
todo o carinho de que precisam, todos os cuida-
dos de que necessitam.
O filme “Uma Mente Brilhante” apre-
senta-nos a história de uma pessoa que, apesar de
toda a sua inteligência, sofre as agruras de quem
padece de um desses males. Seu caso, verídico,
ganhou ainda maior notoriedade pelo fato de o
personagem central ser um dos grandes mate-
máticos do século XX. Professor de tradicional
universidade norte-americana (Princeton), tendo
participado de programas governamentais duran-
te a época da Guerra Fria e, já com idade bastante
avançada, tendo se tornado vencedor da maior
das honrarias concedidas a pesquisadores de vá-
rias áreas, o prêmio Nobel.
John Nash (em atuação brilhante do ator
Russell Crowe, indicado ao Oscar), revela-se um
grande matemático desde a sua chegada à univer-
sidade. Talento reconhecido pela instituição, pe-
los professores e, até mesmo, pelos seus colegas
(apesar da competição e da inveja que reina en-
tre alguns deles). Brilha com grande intensidade
pela genialidade nos cálculos tanto quanto pelo

129
estranho comportamento social. Mostra-se um
verdadeiro desastre com as garotas e, um tanto
quanto arrogante perante os colegas. Demora-se
a se decidir quanto a que tese defender a fim de
valorizar-se nacionalmente. Desdenha dos traba-
lhos de seus colegas por achar que não incorpo-
ravam novidades ao estudo da matemática, sendo
apenas ensaios acerca de pontos já defendidos em
obras anteriores. Não quer ser igual a eles, preten-
de atingir o ápice, criar algo original, próprio, que
carregue sua assinatura pessoal.

A/ ATIVIDADES
1. Como a nossa sociedade enxerga o esqui-
zofrênico?

2. Quais são os tipos de esquizofrenia? Cite algu-


mas características de cada tipo.

3. Quais critérios foram usados para o diagnósti-


co da psicose em crianças?

4. Cite algumas características da esquizofrenia de


acordo com Souza.

5. Como o educador pode ajudar uma criança


esquizofrênica?

130
L/
LIVROS
INDICADOS
Linguagem, desenvolvimento
e aprendizagem
L. S. Vigotski; A. R. Luria e A. N. Leontiev. São
Paulo, Cone, 1991, com especial atenção para os
capítulos 2, 4 e 5.

Livro de referência para


a depressão infantil
O autor examina como a depressão manifesta-se
durante os estágios de desenvolvimento, no come-
ço e no final da infância e adolescência. Discute os
aspectos da depressão relacionados ao desenvolvi-
mento, comportamento, cognição e biologia, assim
como os diferentes estágios da psicoterapia e do
aconselhamento, antidepressivos comuns e esco-
lhas de tratamentos. Jefrey A. Miller, Nacional, Ed.
M. Books, 2003.

No Mundo da Lua
Perguntas e respostas sobre Transtorno de Déficit
de Atenção com Hiperatividade em crianças, ado-
lescentes e adultos, cujos direitos foram cedidos à
ABDA pelo autor. Mattos, Paulo. São Paulo Lemos
Editorial, 2001.

O pequeno ditador
São várias as histórias que nos falam de violência
na escola, vemos notícias de professores que não
conseguem controlar alunos indisciplinados, de

133
crianças que humilham e maltratam os seus colegas.
Mas, há uma nova realidade, invisível, fechada entre
quatro paredes que é fundamental enfrentar: os pais
são vítimas da violência dos filhos dentro das suas
próprias casas. Atualmente, existem casos de filhos
que batem nos pais. Crianças mimadas, sem limi-
tes, a quem tudo se consente, que organizam a vida
familiar, dão ordens aos pais, chantageiam quem
as tenta controlar. Crianças que se tornam jovens
agressivos, que enganam, ridicularizam os maiores,
que não hesitam em roubar a carteira da mãe. Ado-
lescentes que desenvolvem condutas violentas e
marginais. Em suma, filhos que impõem a sua pró-
pria lei. Javier Urra, Ed. A esfera dos livros

Problemas de leitura e escrita


Capovilla AGS, Capovilla FC. São Paulo/ SP:
Memnon; 2000.

Um antropólogo em Marte
Oliver Sacks. Traz um artigo (“Prodígios”) que
constitui um excelente material para ser usado
na reflexão sobre a relatividade do conceito de
normal e patológico, podendo ser bastante útil
para derrubar as convenções simplistas e estig-
matizadoras sobre doença mental.

134
R/
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
AMARALIAN, M.L. Psicologia do excepcional-
temas básicos de Psicologia. São Paulo: Pedagógi-
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139

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