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CENTRO UNIVERSITÁRIO CIDADE VERDE

CURSO: PSICOLOGIA
DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL
ACADÊMICOS: Ana Carolina dos santos 74296-2021, Jean Carlos Da
Silva 71844-2021, Nauany Ferreira da Silva 78581-2021, Tainara maria Oliveira
70946-2021, Victoria alexandrino trindade 78423-2021.

TRABALHO REFERENTE 1° SEMESTRE

Trabalho apresentado como parte do


processo Avaliativo para disciplina:
Ética Profissional.

MARINGÁ
2022
Quando vivemos em sociedade muitas perguntas como “isto é certo ou
errado” surge diariamente em nosso cotidiano. Diante disse podemos falar sobre
o que é uma pessoa que age de forma ética e o que é a moral.
A ética reflete sobre os costumes e ações de uma sociedade, explica os
comportamentos que nos seres humanos temos. A moral são os costumes que
temos em sociedade, regras e o que achamos que é certo ou errado e a partir
das normas feitas em sociedade adquirimos educação, religião, trabalho etc. e
com isso já fazemos a vontade da sociedade que estamos inclusos.
“o que seria um comportamento correto, em ética? Não seria nada mais do
que um comportamento adequado aos costumes vigentes, e enquanto
vigentes, isto é, enquanto estes costumes tivessem f orça para coagir
moralmente, o que aqui quer dizer, socialmente. Quem se comportasse de
maneira discrepante, divergindo dos costumes aceitos e respeitados,
estaria no erro, pelo menos enquanto a maioria da sociedade ainda não

adotasse o comportamento ou o costume dif erente .” (L.M, Álvaro,


1994, p.07)
Ser ético, é muito mais que um problema de costumes, de normas
praticas. Supõe uma boa conduta das ações, a felicidade pela ação realizada e
a alegria da auto aprovação diante do bem feito. Proferindo a ética profissional
temos que ter em vista que quando se trata de um psicólogo as pessoas estão
em constante mudanças e com isso a um código de ética para ser seguido.
Diante ao código de ética temos como direção de como agir e não errar diante
as circunstâncias que aparecem.
‘’Códigos de Ética expressam sempre uma concepção de homem e d e
sociedade que determina a direção das relações entre os indivíduos.
Traduzem-se em princípios e normas que devem se pautar pelo respeito
ao sujeito humano e seus direitos f undamentais.’’ (Brasília, agosto de
2005XIII Plenário do Conselho Federal de Psico logia)

Na psicologia os psicólogos sempre tem que agir de acordo com o


código de ética, e respeitar os diretos humanos prestar um bom atendimento e
acolher o paciente como devido.
Com entendimento da função da ética e ética profissional, podemos falar
da ética sob perspectiva na contemporaneidade, onde compartilham espaço
com a evolução tecnológica, na abertura para novas vozes e a diversidade
social. Quando se entende que no centro da ética se encontra o problema da
violência e formas de evita-la (CHAUÍ, 2016), trazemos para a atualidade e o
crescente acesso à internet e redes sociais, onde a violência não é
necessariamente física, então pra muitos é considerada “aceitável” pela internet
ser vista como terra de ninguém, onde se cria uma persona, com qualquer
imagem e nome, encontra uma plateia que bate palma para o seu discurso
violento.

“Para Santos e Silva (2016, p. 05), o discurso do ódio é a “prática social


que reutiliza da linguagem e da comunicação para promover violência aos
grupos, classes e categorias, ou ainda, a sujeitos que pertencem a estas
coletividades, sendo algo que pode estar relacionado ao desrespeito à
dif erença e à identidade”. Nas redes sociais digitais, este tipo de discurso
realiza-se pautado em estereótipos e estigmas sociais como se f osse uma
disputa na qual quanto mais odioso o discurso, mais aceito e prestigiado é
o emissor por grupos de pessoas que compartilham de suas ideias.
“Parece haver um ‘ganho’ para quem incita ódio em redes sociais, e este
ganho é a visibilidade, popularidade, reputação e inf luência. Tais f atores
estão ligados a questões de pertencimento ao grupo ou af irmação de
identidade” (SANTOS; SILVA 2016, p. 5).” (apud QUADRADO,
FERREIRA, 2020)

Compreendendo isso, se enfrenta um problema ético num terreno onde


existe apenas no virtual, a internet por si só não é boa ou má, as redes sociais
não são de fato as “vilãs”, pois ambas são compostas pelos mesmos, seres
humanos conscientes que tem conhecimento tanto da moral quanto da ética
para viver em sociedade. De acordo com o psicólogo social Melvin Lerner (apud
CM HERMETO, AL MARTINS, 2012), acreditamos numa espécie de “mundo
justo” onde se alguém está sofrendo e sendo castigado, é do merecimento dele,
pois essa ideia nos faz sentir que nossa sociedade é mais estável e menos
caótica, com esse raciocínio, acreditamos que as violências vividas nos dias
atuais, tanto no mundo virtual quanto no físico, são merecedoras daquele
indivíduo. Onde uma pessoa que é atacada, sempre levanta primeiramente o
questionamento do o que aquela pessoa fez para merecer aquilo, e não o
quanto a violência ali vai contra nossa ética.

Na Declaração Universal dos Direitos Human os da Organização das


Nações Unidas (ONU), no artigo 19°, afirma que:
“Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que
implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar,
receber e dif undir, sem consideração de f ronteiras, inf ormações e ideias
por qualquer meio de expressão.”

Então expor nossa opinião e expressão é um direito garantido, seja em


discursos públicos, manifestações e atualmente até nas redes sociais, mas até
onde de fato esse direito tem sido exercido sem ferir a ética?

“Como ensina Chauí (2000), as manif estações de intolerância e ódio não


são um f enômeno recente, pois a sociedade brasileira, dif erentemente do
que se apregoa historicamente, está longe de ser cordial e pacíf ic a. As
redes sociais digitais são um lugar em que o espaço privado se torna
público, e as opiniões e pontos de vista que se pautam no preconceito e
na intolerância f icam expostas.” (apud QUADRADO, FERREIRA, 2020)

No texto de Yves La Taille (2017) foi feita uma pesquisa com jovens para
estabelecer um ranking de qual qualidade do ser humano era mais relevante
para a sociedade, dentre as opções estava a tolerância, que ficou em último
lugar. Se a tolerância é uma das qualidades menos relevantes para nós, como
que a ética vai ser de fato a reflexão do indivíduo a acerca das relações
humanas? A ética deveria ser incorporada como uma atitude prática diante da
nossa rotina, a tolerância deveria ser o pilar das relações humanas, onde a
diversidade social seria abraçada e não tratada em forma de rivalidade, as
diferenças causam medo e vivemos numa sociedade do medo. Medo de sair de
casa, medo de confiar no outro, de pegar um ônibus, de comprar algo na internet
e até mesmo em ouvir o outro, esse medo crescente alimenta a intolerância e
finca estacas nela para que não saia do nosso meio, independente do quanto se
tente mostrar que ela não é a solução, e que a in tolerância por si só vai contra o
nosso princípio de viver em sociedade.
Mas nem só de violência se alimentam as pessoas hoje, se alimentam
da necessidade de poder, da vaidade e da busca pelo holofote onde você saia
do anonimato, ganhe relevância e chegue ao seu objetivo. Lerner (apud CM
HERMETO, AL MARTINS, 2012) em 1965 com estudantes, descobriu que ao
terem conhecimento que um determinado colega ganhou na loteria, tal fato era
justificado com o argumento de que o ganhador se esforçava mais do que eles,
de 65 pra cá mudaram diversas coisas, mas essa ideia ainda permeia vários
discursos e mentes de que, se temos ou não sucesso, independente de quantos
trampolins foram dados para a atingir tal altura, é mérito e esforço unicamente
nosso. Uma ideia que se recusa a olhar para a realidade alheia, pra quem está
sendo prejudicado nessa equação.
A questão que pode estar sen do levantada agora é, qual a relação
dessa necessidade de sucesso com a ética, bom, quando o sucesso a qualquer
custo, sob qualquer circunstância é posta sobre a mesa, pra qual lado a balança
irá pender, o lado ético ou a garantia da nossa sobrevivência e relevância? Não
precisa ir muito longe na internet para achar diversos vídeos onde pessoas,
algumas em vulnerabilidade social e situação de rua, são postas em situações
onde ou tem de agir de forma ética ou garantir um dinheiro que pode ser
essencial pra sua sobrevivência naquele momento, e nos comentários desses
vídeos se encontra diversos juízes sob qual é a forma de agir naquela situação.
Veja bem, uma pessoa em situação de rua, que não tem condições financeiras
de ter uma vida digna, é posta como uma atração de um show, para ter que
escolher entre ser ético ou continuar vivendo, e as pessoas acreditam que isso
não é de nenhuma forma imoral, ou até mesmo violento com aquela pessoa, e
no final das contas, as luzes apontam para o personagem principal do vídeo, o
influencer, blogueiro, youtuber, que faz uma “boa ação”, quando o outro age de
forma esperada.
Recentemente durante a pandemia uma série foi lançada na Netflix,
chamada de “Round 6”, em resumo, pessoas ricas juntam pessoas pobres e
endividadas, as colocam em um campo, para que tentem literalmente sobreviver
as armadilhas e umas às outras, visando o prêmio, que no caso é uma quantia
enorme de dinheiro que resolveria todos os seus problemas. O ganhador, no
final, acaba nem tocando no dinheiro e decidindo acabar com aquele reality
show de horrores, na popularidade da série, diversas pessoas comentaram nas
redes sociais que teriam usado o dinheiro, seguido a vida tranquilamente, que
não fazia sentido buscar justiça, e nesse ponto entendemos quais as prioridades
para a sociedade, possuir dinheiro vale mais do que ir contra atentar com a vida
de outrem. E nisso retornamos ao princípio moral e ético de não matar, porém,
aparentemente esse princípio para o entendimento de algumas pessoas, pode
ser burlado dependendo da recompensa.
“Ao revisar os estudos sobre a f ormação do psicólogo, verificamos o alerta
para a mercantilização dos cursos de Psicologia e a presença de uma
f ormação tecnicista e f ragmentada, apesar da orientação das Diretrizes
Curriculares³ para os cursos de Psicologia para uma f ormação crítica e
generalista. No seu Art. 5° as Diretrizes def inem: “Fundamentos teórico -
metodológicos que garantam a apropriação crítica do conhecimento
disponível, assegurando uma visão abrangente dos dif erentes métodos e
estratégias de produção do conhecimento científ ico em Psicologia”
(BRASIL, 2004, p.2).” (BERNARDI, 2010.)

Como cita La Taille (2017), passar despercebido é o maior castigo para


o vaidoso, e vivendo na era onde suas visualizações nas redes sociais são o
centro de tudo, ser notado não é uma opção, inclusive para os psicólogos que
precisam ter sua relevância não só para repasse de conhecimentos importantes,
mas para garantir que tenham um retorno, monetário ou não. E nada de antiético
nesse comportamento, e de fato precisamos de uma visão abrangente sobre as
diversas teorias apresentadas para os estudantes de psicologia, porém com
essa crescente cultura de tudo se tornar lucrativo e passível a ser um caminho
para ser um “influencer”, muitos estudantes e até mesmo profissionais se
encontram nessa possibilidade, talvez até mesmo necessidade, de imergir nessa
nova forma de comunicação e visibilidade. Com a popularização da psicologia,
muitos estigmas foram quebrados sobre a profissão, o entendimento da
importância da atuação do psicólogo em diversas áreas se tornou notória, as
diversas formas de comunicações sobre formas de zelar da saúde mental, com a
pandemia o psicólogo se tornou mais essencial ainda para a sobrevivência;

“A procura por atendimento na rede municipal de saúde mental de São


Paulo aumentou 116% em um ano, em meio à pandemia de Covid -19. O
número de atendimentos nos 95 end ereços dos Centros de Atenção
Psicossocial (Caps) da capital mais que dobrou: passou de 24 mil em
setembro de 2019 para 52 mil em outubro de 2020.” (BIAZZI, Renato,
2021)

Porém, antes da pandemia a busca por psicólogos era marcada em


períodos específicos;
“O interesse por atendimento psicológico no Brasil não costuma seguir um
padrão. De acordo com o Google Trends, quando olhamos para os últimos
cinco anos, o pico de popularidade na pesquisa desse assunto aconteceu
na semana de 8 a 14 de setembro de 2019 — possivelmente por inf luência
da campanha do setembro Amarelo.” (LÓPEZ, 2020)

O conhecimento sobre setembro amarelo, uma campanha de


valorização da vida e prevenção ao suicídio, se tornou cada vez maior com as
redes sociais que é importante para conscientização da população sobre a
importância da saúde mental e da vida. Mas essa popularização referente ao
psicólogo e seu papel, precisa ser ainda atrelado ao conselho de ética, sem
atrelar o profissional ao pessoal nas redes sociais, principalmente se o pessoal
puder ferir a ética do profissional.
“O Psicólogo é proibido pelo Código de Ética de usar sua prof issão para
induzir a convicções políticas, f ilosóf icas, morais, ideológicas, religiosas,
de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito. Isto não q uer
dizer que o Psicólogo não pode ter suas próprias opiniões, ter uma
religião, ser a f avor ou contra determinado candidato político, entre outras
coisas, mas não deve tentar se aproveitar de seus conhecimentos
psicológicos ou mesmo do exercício da prof is são para convencer alguém
a pensar como ele neste sentido. [...] Realizar diagnósticos em meios de
comunicação também é f alta grave, pois isto deve ser f eito no sigilo do
setting terapêutico e com base em todo um processo de análise.”
(JANIRO, 2014)

Se manter na cultura da vaidade, na explosão das redes onde você


precisa chamar a atenção de alguém em poucos segundos para ser visto é um
desafio para o profissional, onde precisa constantemente lembrar da linha que
separa a ética da sua moral, a profissão de mercantilização e padronização, e
principalmente reduzir a simples postagens para ser alguém que se destaca
perante aos demais.
Com a regulamentação da psicologia como profissão no Brasil em 27 de
agosto de 1962, através da lei 4.119, juntamente se fez necessário um código
de ética e um conselho responsável por garantir que esse código seja discutido
usando como base os código de Direitos Humanos e seguido pelos profissionais
que exercem a profissão.
O Conselho Federal de Psicologia é uma entidade profissional que
possui sua sede no Distrito Federal, foi criado em 20 de dezembro de 1971
através da Lei Federal n.º 5.766, juntamente dos Conselhos Regionais nas
capitais de dezessete estados brasileiros, possuindo sua regulamentação
através do Decreto 79.822 de 17 de junho de 1977. No Art. 6º parágrafo b, a
função do Conselho Federal é orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da
profissão de Psicólogo, assim garantindo que práxis do psicólogo seja seguida.
No dia 20 de dezembro de 1973 foram eleitos os primeiros conselheiros
e finalmente instaurado o primeiro CFP (Conselho Federal de Psicologia), em 27
de agosto de 1974 os primeiros sete CRP (Conselho Regional de Psicologia)
foram instaurados. A receita financeira de ambos os conselhos é constituída pelo
valor pago, tanto por pessoas físicas quanto jurídicas, anualmente da inscrição
do profissional, inscrição obrigatória no caso de o profissional decidir exercer a
função no Brasil. O registro do profissional pode ser feito tanto na categoria de
psicólogo quanto na categoria de psicólogo especialista. A inscrição pode ser
realizada por aqueles que seguem as condições instituídas pela lei 4.119 (1962)
e pelo Decreto 53.464 (1964), que no caso é, por detentores de diploma superior
em Psicologia ou por instituição estrangeira reconhecida em seu país de origem
e revalidado no mesmo.
Na data da aprovação da lei no Art. 2º, o registro do Conselho pôde ser
requerido por indivíduos que;
“1) Os possuidores de diploma de psicólogo expedido no Brasil por
Faculdade de Filosof ia of icial ou reconhecida nos termos da Lei número
4.119, de 27 de agosto de 1962.
2) Os diplomados em Psicologia por Universidade ou Faculdade
estrangeiras reconhecidas pelas leis do país de origem, cujos diplomas
tenham sido revalidados de conf ormidade com a legislação em vigor.
3) Os atuais portadores de diploma ou certif icado de especialista em
Psicologia, Psicologia Educacional, Psicologia Aplicada ao Trabalho
expedidos por estabelecimento de ensino superior of icial ou reconhecido,
com base nas Portarias Ministeriais nº 328, de 13.5.1946, e nº 274, de 11-
7-1961, após estudos em curso regulares de f ormação de psicólogos, com
duração mínima de quatro anos, ou estudos regulares em cursos de pós -
graduação, com duração mínima de dois anos.
4) Os atuais possuidores do título de Doutor em Psicologia e de Doutor em
Psicologia Educacional, bem como aqueles portadores do título de Doutor
em Filosof ia, em Educação ou em Pedagogia que tenham def endido tese
sobre assunto concernente à Psicologia.
5) Os f uncionários públicos ef etivos que, em data anterior ao dia 5 de
setembro de 1962, tenham sido providos em cargos ou f unções públicas,
sob as denominações de Psicólogo, Psicologista ou Psicotécnico.
6) Os militares que, em data anterior ao dia 5.9.1962, tenham obtido
diplomas conf eridos pelo Curso criado pela Portaria nº 171, de 25 de
outubro de 1949, do Ministério da Guerra.
7) As pessoas que, até o dia 5 de setembro de 1962, já tenham exercido
por mais de cinco anos, atividades prof issionais de psicologia aplicada.”
(Art° 2 DECRETO Nº 53.464, 1964.)

Cada gestão possui a duração de três anos e as eleições são feitas


diretamente pela categoria profissional, o Congresso Nacional da Psicologia
(CNP), órgão máximo de decisão e espaço privilegiado do debate político na
entidade, ocorre de forma trienal e é composto por delegados eleitos nos
congressos regionais, que são responsáveis por aprovar diretrizes gerais de
ação dos conselhos para os anos seguintes, é possível também criação e
inscrição de chapas candidatas ao Plenário do Conselho Federal de Psicologia.
Junto da estrutura do Conselho, abaixo dos congressos, existe a
Assembleia de Políticas Administrativas e Financeiras (APAF), onde os seus
representantes tanto dos conselhos regionais quanto do CRP se reúnem para
fins de debater e discutir a aprovação de seguimentos necessários com base
nas decisões do CNP. Há também fóruns, espaços de debate de temas
importantes para a profissão que necessitam de regulamentação ou seguimento
congregado pelo sistema. Ambos os conselhos, têm suas reuniões compostas
por conselheiros eleitos que compreendem, implementam, analisam e são
responsáveis por apresentar as atribuições e compromissos dos conselhos.
Junto da assessoria de psicólogos convidados, os conselheiros organ izam-se
em comissões que são responsáveis pela diligência das tarefas essenciais.
Entre as comissões, quatro são obrigatórias e regimentadas, são elas; Comissão
de Ética, de Orientação e Fiscalização, do Registro de Especialistas e de
Direitos Humanos.
Também visando o aumento da habilidade do profissional, são
disponibilizadas para os profissionais diversas formas de aperfeiçoamento,
dentre eles, debates e eventos, publicação de temas referentes para interesse
dos profissionais como, jornais, Revista Ciência e Profissão, Revista Ciência e
Profissão - Diálogos, publicações proveniente de comitivas de direitos humanos,
eventos relacionados a área com foco no perfil do psicólogo brasileiro,
coordenação de serviços de atendimento e orientação tanto para a popul ação
quanto para o psicólogo.
O Conselho também tem sua função como tribunal de ética, acolhendo
denúncias de mau exercício da profissão, formando processos e realizando
julgamentos, sujeito a aplicação ou não de penalidades ao profissional.
O Congresso da União Latino-Americana das Entidades de Psicologia
ocorre a cada dois anos, sendo realizado em algum país latino-americano, o
documento de referência ao trabalho ético do psicólogo é o Código de Ética
Profissional dos Psicólogos - instituído pela Resolução CFP 010 de 2005, o
mesmo é o quarto texto da categoria.
O trabalho dos Conselhos de Psicologia propõe-se a um
aperfeiçoamento da práxis psicológica, assegurando os direitos sociais e
humanos e à construção de condições dignas de vida aos indivíduos. Os
conselhos também se empenham em conscientizar a importância da psicologia
no país, seu lugar social e fazem intermediação entre as possibilidades
profissionais da psicologia e as demandas da sociedade, propondo-se assegurar
a qualidade técnica, o rigor ético e o compromisso social do profissional
psicólogo no Brasil.
A Comissão de Orientação e Fiscalização (COF) é o órgão que está
integrado ao Conselho Regional de Psicologia (CRP), que desempenha o papel
de tutelar e operar, em sua esfera, as atividades de ensinamento e policiamento
com os psicólogos(as), ou seja, a COF é o primeiro contato com os
psicólogos(as), pois ele se responsabiliza por sanar as dúvidas desses
profissionais. Quando esses tais profissionais se formam e, vão retirar a sua
Carteira de Identidade Profissional (CIP), a COF é responsável por dar e frisar
todas as orientações, condutas, funções legais e éticas para o exercício
profissional de acordo com a CRP desse(a) psicólogo(a). Já a Comissão de
Orientação e Ética (COE) é responsável por apurar denúncias que apresentam
práticas irregulares que tendem a comprometer ou que comprometeram o código
de ética no exercício da profissão de um psicólogo(a).
Sendo assim, a Comissão de Orientação e Fiscalização juntamente com
a Comissão de Orientação e Ética, tem a responsabilidade e o propósito de
manter a integridade do código de ética, instituindo processos de apuração em
faltas éticas.
Para finalizar tratando-se do contexto de denúncia, existem diversos
Concelhos espalhados pelo Brasil, que executam o controle do exercício
profissional do Psicólogo(a), caso qualquer usuário(a) da rede de saúde
psicológica, se sinta prejudicado(a) pela má conduta do profissional pelo qual se
consulta, podendo denunciar a essas partes.
A uma série de situações em que você pode denunciar o ato de
infringência profissional caso desconfie de alguma atitude suspeita de acordo
com o Código de Ética Profissional, dentre elas de forma prática, exemplificada e
minimamente resumida, podemos citar: prática conivente de atos de negligência,
discriminação, violências, entre outros; indução a convicções políticas,
religiosas, morais, entre outros; prolongar, desnecessariamente, a prestação de
serviços profissionais, e demais fatores.
Em caso de denúncia a um profissional, o órgão competente por
quaisquer tramites legais, disciplinares e de fiscalização é o Con celho Regional
de Psicologia da sua região, conforme a lei n° 5.766 de 20 de dezembro de
1971.
Ademais, vale ressaltar que o Concelho Regional de Psicologia, só se
restringe a denúncias oriundas do descumprimento da atuação dos profissionais
de Psicologia, quando se diz respeito ao exercício da profissão do Psicólogo
durante a sua atuação, de modo que, fora deste período o denunciante deve
recorrer as instituições competentes como: Ministério Público, Poder judici ário,
Delegacias de Polícia, entre outros.
Segundo site do CRP/PR, para recorrer diretamente ao Concelho
Regional de Psicologia, a denúncia pode ser feita de duas formas, sendo elas:
Por meio de notícia/ queixa, que acontece em anonimato tornando todo
o processo sigiloso, sendo feita por meio do site do CRP da região de onde se
faz a denúncia (através de um questionário) ou e-mail próprio para este tipo de
canal. A queixa será feita diretamente à Comissão de Orientação e Fiscalização
(COF), que tomara as devidas providencias e caso haja pertinência, poderá
convocar o profissional, para que seja orientado(a) segundo as normas da
profissão, além de poder encaminhar o caso a Comissão de Ética mediante a
ofício.
Outra forma de denúncia, é a representação formalizada, neste tipo de
queixa, o denunciante protocola uma denúncia, por escrito, contendo nome e
qualificação do denunciante, nome e qualificação do psicólogo(a) denunciado,
descrição do fato, prova documental, indicação de meios de prova e
manifestação de interesse de participação na mediação, no qual deve ser
direcionada a Presidência do CRP da região do interessado, pelo qual será
encaminhado a Comissão de Ética (COE). Dessa forma, após a análise do que
foi apresentado, poderá ser implementado um processo disciplinar ético,
conforme os tramites determinados pelo Código de Processamento Disciplinar-
CPD, sendo assim o requerente da denúncia deverá se identificar, pois
constatará como parte denunciante, acompanhando toda a tramitação do
processo.
Caso haja o deferimento da denúncia, o profissional, é penalizado
conforme o Código de Ética Profissional do Psicólogo, Art. 21, sendo aplicado
corretivos como advertência, multa, censura pública, suspensão do exercício
profissional de até 30 dias e cassação desse, de acordo com a decisão tida no
tribunal do Concelho de Psicologia.
Referencia
BERNARDI, C. M. C. N. “O lugar da ética na formação do psicólogo cuidado e
autopoiese”. (2010).

BIAZZI, Renato. “Procura por atendimento psicológico e psiquiátrico nos serviços


da Prefeitura de SP mais do que dobra durante a pandemia.” G1 São Paulo
17/02/202. Disponível em: < https://g1.globo.com/sp/sao-
paulo/noticia/2021/02/17/procura-por-atendimento-psicologico-e-psiquiatrico-nos-
servicos-da-prefeitura-de-sp-mais-que-dobra-durante-a-pandemia.ghtml>.
Acesso: 23/09/2022.
CAROLINE, ana. “6 sinais que podem te fazer desconfiar da integridade de um
psicólogo.” Psicologia acessível. Disponível em:
<https://psicologiaacessivel.net/2014/10/21/6-sinais-que-podem-te-fazer-
desconfiar-da-integridade-de-um-psicologo/>. Acesso em: 20/09/2022.

COMO denunciar uma(um) Psicóloga (o)?. Crp-pr, 20 de dezembro de 1971.


Disponível em: < https://crppr.org.br/fazer-denuncia/>. Acesso em: 23/09/2022.

CHAUI, Marilena. "Iniciação à filosofia: volume único, ensino médio." (2016). Cap
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Entendendo o Sistema Conselhos de Psicologia. Conselho regional de


psicologia sp, 31 de dezembro de 1982. Disponível em:
<https://www.crpsp.org/impresso/materia/13/manual-do-conselho-regional-de-
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HERMETO, Clara M., and Ana Luisa MARTINS. "O livro da psicologia." São
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L.M VALLS, Álvaro. “O que é ética”. (1994). Cap 1.

LÓPEZ, Maria Laura. “Crescem busca por terapia e número de projetos


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Disponível em: <http://www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2020/07/crescem-
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20/09/2022.

Moral e Ética no mundo contemporâneo Yves de La Taille pag,34,37· 2016

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< https://www.diariodasleis.com.br/legislacao/federal/74834-regulamenta-a-lei-nu-
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Resolução de Fiscalização e Orientação. Conselho Federal de Psicologia BR,


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Disponível em: <https://atosoficiais.com.br/cfp/resolucao-de-fiscalizacao-e-
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