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CURSO: PSICOLOGIA
DISCIPLINA: ÉTICA PROFISSIONAL
ACADÊMICOS: Ana Carolina dos santos 74296-2021, Jean Carlos Da
Silva 71844-2021, Nauany Ferreira da Silva 78581-2021, Tainara maria Oliveira
70946-2021, Victoria alexandrino trindade 78423-2021.
MARINGÁ
2022
Quando vivemos em sociedade muitas perguntas como “isto é certo ou
errado” surge diariamente em nosso cotidiano. Diante disse podemos falar sobre
o que é uma pessoa que age de forma ética e o que é a moral.
A ética reflete sobre os costumes e ações de uma sociedade, explica os
comportamentos que nos seres humanos temos. A moral são os costumes que
temos em sociedade, regras e o que achamos que é certo ou errado e a partir
das normas feitas em sociedade adquirimos educação, religião, trabalho etc. e
com isso já fazemos a vontade da sociedade que estamos inclusos.
“o que seria um comportamento correto, em ética? Não seria nada mais do
que um comportamento adequado aos costumes vigentes, e enquanto
vigentes, isto é, enquanto estes costumes tivessem f orça para coagir
moralmente, o que aqui quer dizer, socialmente. Quem se comportasse de
maneira discrepante, divergindo dos costumes aceitos e respeitados,
estaria no erro, pelo menos enquanto a maioria da sociedade ainda não
No texto de Yves La Taille (2017) foi feita uma pesquisa com jovens para
estabelecer um ranking de qual qualidade do ser humano era mais relevante
para a sociedade, dentre as opções estava a tolerância, que ficou em último
lugar. Se a tolerância é uma das qualidades menos relevantes para nós, como
que a ética vai ser de fato a reflexão do indivíduo a acerca das relações
humanas? A ética deveria ser incorporada como uma atitude prática diante da
nossa rotina, a tolerância deveria ser o pilar das relações humanas, onde a
diversidade social seria abraçada e não tratada em forma de rivalidade, as
diferenças causam medo e vivemos numa sociedade do medo. Medo de sair de
casa, medo de confiar no outro, de pegar um ônibus, de comprar algo na internet
e até mesmo em ouvir o outro, esse medo crescente alimenta a intolerância e
finca estacas nela para que não saia do nosso meio, independente do quanto se
tente mostrar que ela não é a solução, e que a in tolerância por si só vai contra o
nosso princípio de viver em sociedade.
Mas nem só de violência se alimentam as pessoas hoje, se alimentam
da necessidade de poder, da vaidade e da busca pelo holofote onde você saia
do anonimato, ganhe relevância e chegue ao seu objetivo. Lerner (apud CM
HERMETO, AL MARTINS, 2012) em 1965 com estudantes, descobriu que ao
terem conhecimento que um determinado colega ganhou na loteria, tal fato era
justificado com o argumento de que o ganhador se esforçava mais do que eles,
de 65 pra cá mudaram diversas coisas, mas essa ideia ainda permeia vários
discursos e mentes de que, se temos ou não sucesso, independente de quantos
trampolins foram dados para a atingir tal altura, é mérito e esforço unicamente
nosso. Uma ideia que se recusa a olhar para a realidade alheia, pra quem está
sendo prejudicado nessa equação.
A questão que pode estar sen do levantada agora é, qual a relação
dessa necessidade de sucesso com a ética, bom, quando o sucesso a qualquer
custo, sob qualquer circunstância é posta sobre a mesa, pra qual lado a balança
irá pender, o lado ético ou a garantia da nossa sobrevivência e relevância? Não
precisa ir muito longe na internet para achar diversos vídeos onde pessoas,
algumas em vulnerabilidade social e situação de rua, são postas em situações
onde ou tem de agir de forma ética ou garantir um dinheiro que pode ser
essencial pra sua sobrevivência naquele momento, e nos comentários desses
vídeos se encontra diversos juízes sob qual é a forma de agir naquela situação.
Veja bem, uma pessoa em situação de rua, que não tem condições financeiras
de ter uma vida digna, é posta como uma atração de um show, para ter que
escolher entre ser ético ou continuar vivendo, e as pessoas acreditam que isso
não é de nenhuma forma imoral, ou até mesmo violento com aquela pessoa, e
no final das contas, as luzes apontam para o personagem principal do vídeo, o
influencer, blogueiro, youtuber, que faz uma “boa ação”, quando o outro age de
forma esperada.
Recentemente durante a pandemia uma série foi lançada na Netflix,
chamada de “Round 6”, em resumo, pessoas ricas juntam pessoas pobres e
endividadas, as colocam em um campo, para que tentem literalmente sobreviver
as armadilhas e umas às outras, visando o prêmio, que no caso é uma quantia
enorme de dinheiro que resolveria todos os seus problemas. O ganhador, no
final, acaba nem tocando no dinheiro e decidindo acabar com aquele reality
show de horrores, na popularidade da série, diversas pessoas comentaram nas
redes sociais que teriam usado o dinheiro, seguido a vida tranquilamente, que
não fazia sentido buscar justiça, e nesse ponto entendemos quais as prioridades
para a sociedade, possuir dinheiro vale mais do que ir contra atentar com a vida
de outrem. E nisso retornamos ao princípio moral e ético de não matar, porém,
aparentemente esse princípio para o entendimento de algumas pessoas, pode
ser burlado dependendo da recompensa.
“Ao revisar os estudos sobre a f ormação do psicólogo, verificamos o alerta
para a mercantilização dos cursos de Psicologia e a presença de uma
f ormação tecnicista e f ragmentada, apesar da orientação das Diretrizes
Curriculares³ para os cursos de Psicologia para uma f ormação crítica e
generalista. No seu Art. 5° as Diretrizes def inem: “Fundamentos teórico -
metodológicos que garantam a apropriação crítica do conhecimento
disponível, assegurando uma visão abrangente dos dif erentes métodos e
estratégias de produção do conhecimento científ ico em Psicologia”
(BRASIL, 2004, p.2).” (BERNARDI, 2010.)
CHAUI, Marilena. "Iniciação à filosofia: volume único, ensino médio." (2016). Cap
27. pag 316
HERMETO, Clara M., and Ana Luisa MARTINS. "O livro da psicologia." São
Paulo: Globo (2012): 105. Pag, 242 e 243