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Rio de Janeiro
2018
Suicídio e sua definição
Expressão comportamento suicida.
O suicídio é uma das dimensões do comportamento suicida que inclui um
continuum de comportamentos que vão desde ideação suicida, passando por
ameaças, planos, tentativas de suicídio até o desfecho, qualquer que seja o
grau de intenção letal e de conhecimento do verdadeiro motivo desse ato
(DE-LEO et al, 2006).
Continuum: ideação - planejamento - tentativa (BOTEGA et al, 2015).
Experiência de "querer morrer" inclui uma vasta gama de cognições e
comportamentos de intensidades variadas, ao mesmo tempo em que
envolve, no ato, fatores da mais diversa e complexa natureza.
Suicídio não é uma doença, mas um desfecho que pode ocorrer pela
combinação de múltiplos fatores.
Magnitude
Suicídio como problema de Saúde Pública
ATENDIDOS EM
PRONTO-SOCORRO
TENTA-
3 TIVA
DE VETOR DE
SUICÍDIO INTERVENÇÃO &
PREVENÇÃO
5 PLANO
17
PENSAMENTO
Transtornos de
personalidade
11.6% +
Esquizofrenia
10.6%
Transtornos relacionados
ao uso de substâncias
22.4%
Bertolote e cols., 2003
Suicídio e Depressão
Histórico de tentativa de suicídio ou a presença de um transtorno
mental são os maiores indicadores de risco;
A associação entre depressão e suicídio é inequívoca, sendo a
condição que mais predispõem ao suicídio;
O risco de suicídio aumenta mais de 20 vezes em indivíduos com
episódio depressivo maior, e é ainda maior em sujeitos com
comorbidade com outros transtornos psiquiátricos ou doenças clínicas
(Lönnqvist, 2000).
Diagnóstico tardio, a carência de serviços de atenção à saúde mental e
a inadequação do tratamento agravam a evolução da doença e, em
consequência, o risco de suicídio.
Depressão
Generalização da depressão – diagnóstico, estado de espírito
...a depressão como patologia com entidade própria e independente da
subjetividade, que emerge na mídia como o mal quase epidêmico desse
fim de século, parece ser um subproduto contemporâneo do casamento
entre o neoliberalismo globalizante e o capital com os avanços das
ciências neurobiológicas (Quinet, 2002).
É fato que a tristeza está presente nos dias atuais, como a expressão da
dor dos sujeitos de existir em uma sociedade neoliberal, ainda que
escondida atrás da máscara da depressão.
Medicalizar X Medicar/tratar
Depressão
• 1 Sou crítico em relação a mim por minhas
fraquezas ou erros.
• 2 Eu me critico por todos os meus erros. 11- Agitação
• 3 Eu me culpo por tudo de ruim que
• 0 Não me sinto mais inquieto(a) ou
acontece.
agitado(a) do que me sentia antes.
• 1 Eu me sinto mais inquieto(a) ou
agitado(a) do que me sentia antes.
• 2 Eu me sinto tão inquieto(a) ou agitado(a)
que é difícil ficar parado(a).
• 3 Estou tão inquieto(a) ou agitado(a) que
tenho que estar sempre me mexendo ou
fazendo alguma coisa
12 – Perda de interesse 15 – Falta de energia
• 0 Não perdi o interesse pelas outras pessoas ou por • 0 Tenho tanta energia hoje como sempre
minhas atividades. tive
• 1 Estou menos interessado pelas outras pessoas ou • 1 Tenho menos energia do que costumava
coisas do que costumava estar. ter.
• 2 Perdi quase todo o interesse pelas outras pessoas ou • 2 Não tenho energia suficiente para fazer
coisas. muita coisa.
• 3 É difícil me interessar por alguma coisa. • 3 Não tenho energia para mais nada.
13 – Indecisão
• 0 Tomo decisões tão bem quanto antes.
16 – Alterações no padrão do sono
• 1 Acho mais difícil tomar decisões agora do que antes. • 0 Consigo dormir tão bem como o
• 2 Tenho mais dificuldades de tomar decisões agora do
habitual
que antes. • 1 Não durmo tão bem como costumava
• 3 Tenho dificuldades para tomar qualquer decisão. • 2 Acordo 1 a 2 horas mais cedo do que
habitualmente e acho difícil voltar a
14 - Desvalorização dormir
• 0 Não me sinto sem valor. • 3 Acordo várias horas mais cedo do que
• 1 Não me considero hoje tão útil ou não me valorizo costumava e não consigo voltar a dormir
como antes.
• 2 Eu me sinto com menos valor quando me comparo
17 - Irritabilidade
com outras pessoas. • 0 Não fico mais irritado(a) do que o
• 3 Eu me sinto completamente sem valor.
habitual.
• 1 Estou mais irritado(a) do que o
habitual.
• 2 Estou muito mais irritado(a) do que o
habitual.
• 3 Fico irritado(a) o tempo todo.
18 - Alterações do apetite 21 – Perda de interesse por sexo
• 0 O meu apetite não está pior do que o habitual. • 0 Não notei qualquer mudança recente no
• 1 Meu apetite não é tão bom como costumava ser. meu interesse por sexo.
• 2 Meu apetite é muito pior agora. • 1 Estou menos interessado(a) por sexo do
• 3 Absolutamente não tenho mais apetite. que costumava estar.
• 2 Estou muito menos interessado(a) por
19 – Dificuldade de concentração sexo agora.
• 0 Posso me concentrar tão bem quanto antes. • 3 Perdi completamente o interesse por
• 1 Não posso me concentrar tão bem quanto antes. sexo.
• 2 É muito difícil pra mim manter a concentração
de alguma coisa por muito tempo.
• 3 Eu acho que não consigo me concentrar em
nada.
20 - Cansaço ou fadiga
• 0 Não estou mais cansado(a) ou fatigado(a) do que
o habitual.
• 1 Fico cansado(a) ou fatigado(a) mais facilmente
do que o habitual.
• 2 Eu me sinto muito cansado(a) ou fatigado(a)
para fazer muitas coisas que costumava fazer.
• 3 Eu me sinto muito cansado(a) ou fatigado(a)
para fazer a maioria das coisas que costumava
fazer.
Resultados e Discussão
Resultados e D
Resultados Quantitativos
Tabela 7- Distribuição de pacientes em TARV por resultado do instrumento de
rastreamento de sintomas depressivos em pacientes que iniciaram TARV em 2014
no CSEGSF (n=18). Período: 2014-2015.
Sujeito Resultado BECK
1 05 pontos Ausência de sintomas
2 00 pontos Ausência de sintomas
6 17 pontos Sintomas leves a moderados
7 38 pontos Sintomas graves
10 04 pontos Ausência de sintomas
11 49 pontos Sintomas graves
12 47 pontos Sintomas graves
13 00 pontos Ausência de sintomas
14 04 pontos Ausência de sintomas
15 10 pontos Ausência de sintomas
16 01 pontos Ausência de sintomas
19 00 pontos Ausência de sintomas
20 16 pontos Sintomas leves a moderados
23 20 pontos Sintomas leves a moderados
24 30 pontos Sintomas graves
25 01 pontos Ausência de sintomas
27 14 pontos Ausência de sintomas
28 04 pontos Ausência de sintomas
Fonte: BDI II
Resultados e Discussão
Resultados e D
Resultados Quantitativos
Is
cussao
- Prevalência de depressão: 22,24% (sintomas graves)
- 61,10% - ausência de sintomas de depressão
- 16,66% - sintomas leves a moderados (P6, P20e P23)
- 22,24% - sintomas graves (P7, P11, P12 e P23)
Resultados e Discussão
Resultados e D
Resultados Quantitativos
Is
Meu mundo acabou, pra mim naquele momento eu não me via
cussao
mais normal. Acabou, fiquei sem chão. Vários pensamentos,
não tinha ninguém pra falar...Eu não sou mais normal, que eu
tenho limitações, que eu não sou mais uma pessoa que posso
fazer certos tipos de coisas (P11).
Persistência do impacto:
...eu não consigo trabalhar...eu só choro...se eu soubesse que
parando hoje eu morreria amanhã, já teria parado. Não faço
questão de viver assim (P11).
Fatores que podem impedir à detecção e
prevenção do suicídio
Estigma e sigilo;
Dificuldade em procurar ajuda;
DEPRESSÃO
DESESPERANÇA
DESAMPARO
DESESPERO
Manejo do suicídio
Existem três características próprias do estado em que se encontra a
maioria das pessoas sob risco de suicídio:
Ambivalência (possibilita prevenção): é atitude interna característica
das pessoas que pensam em ou que tentam o suicídio. Quase sempre
querem ao mesmo tempo alcançar a morte, mas também viver.
Impulsividade: o suicídio pode ser também um ato impulsivo. Como
qualquer outro impulso, o impulso de cometer suicídio pode ser
transitório e durar alguns minutos ou horas.
Rigidez/constrição: o estado cognitivo de quem apresenta
comportamento suicida é, geralmente, de constrição, ou seja, tudo ou
nada e por vezes sem saída
Manejo do suicídio
Religiosidade robusta;
Estar empregado;
Gravidez;
Crianças em casa;
Doença Crônica;
Dor Crônica;
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11/04/2023
Referências Bibliográficas
• PINTO, D.S et al. Sexualidade e vulnerabilidade ao HIV em saúde mental:
um estudo de base etnográfica de instituições psiquiátricas. Cad. Saúde
Pública, Rio de Janeiro, v.23, n.9, p.2224-2233, set. 2007.
SILVA, J.R. A depressão e a adesão ao tratamento da infecção pelo HIV.
São Paulo: USP, 2005.
38
“Reasons for Living Inventory” - Itens selecionados de
uma escala de sobrevivência e coping (Chiles JA &
Strosahl, KD).