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Fundação Oswaldo Cruz

Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca


Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial (LAPS)

Disciplina: Metodologia da Pesquisa Científica


Professor Responsável: Paulo Amarante

Objetivos: A disciplina pretende oferecer aos alunos uma panorâmica da


maneira como a ciência se apresenta enquanto uma possibilidade de leitura da
realidade. Contextualizamos a ciência enquanto um campo de conhecimentos
no qual diversos autores produzem aproximações diversas, tendo em vista
diferenciar-se do conhecimento de senso-comum. Situaremos desde o olhar
objetivista e racionalista que prega a neutralidade, até as tendências atuais que
procuram entender a ciência enquanto campo de possibilidades complexas, no
qual conhecedor e conhecimentos encontram-se implicados. A disciplina
abordará ainda os principais instrumentos teórico-metodológicos que
possibilitam a construção do processo de pesquisa, possibilitando caracterizar
os passos de construção de um projeto, seu objeto e objetivos.

Módulo I: Sobre o conceito de ciência e método

O que é senso-comum? O que é Ciência? O que é epistemologia? O que é


processo de produção de conhecimento científico? Tentando entender a tão
propalada crise do pensamento científico moderno: os princípios racionais, o
problema da neutralidade e da objetividade e a ampliação da idéia de razão.
Bachelard, Canguilhem e Foucault: epistemologia e análise de discurso. Alguns
conceitos-chave: objeto e conceito; continuidade e descontinuidade; obstáculo
epistemológico e ruptura epistemológica; recorrência, condições de
possibilidade, arqueologia do saber e genealogia do poder.

Leituras sugeridas:
BACHELARD, G., 1977. Epistemologia: trechos escolhidos (Dominique Lecourt,
org.). Rio de Janeiro: Zahar (pgs. 24-26; 147-160; 171-180).
BOURDIEU, P., 1998. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand-Brasil (pgs. 59-
73).
CALVINO, I.1990. Palomar. São Paulo: Companhia das Letars.
CHAUI, M. 1997. Convite à filosofia. São Paulo: Ed. Ática (pgs. 57-63; 82-87).
FOUCAULT, M., 1997. Resumo dos curso do Collège de France (1970-1982). Rio
de Janeiro: Zahar (11-15; 19-22)
GAARDER, J., 1995. O Mundo de Sofia: romance da história da filosofia. São
Paulo, Cia. da Letras )Pag.13 a 70).
KUHN, T., 1995. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva
(pgs. 9-28).
LUNGARZO, C., 1989. O que é Ciência. Coleção Primeiros Passos. São Paulo,
Brasiliense.
MORIN, E., 1996. O problema epistemológico da complexidade. Mem Martins:
Europa- América (pgs. 13-20).
SANTOS, B. S., 1990. Introdução a uma Ciência Pós-moderna. Porto,
Afrontamento. (Capítulo I).
SANTOS, B. S., 1991. Um Discurso sobre as Ciências. Porto, Afrontamento.
STENGERS, I., 1989. Quem tem Medo da Ciência? Ciência e Poderes. São
Paulo, Siciliano. (Pag.79 a 109; Pag.145 a 172).
Módulo II

A Questão do Método - Método Quantitativo X Método Qualitativo; a discussão da


validade em pesquisa social - Aula expositiva e oficina de discussão com os
orientadores dos objetos de pesquisa de cada aluno.

Fazendo um projeto de pesquisa: Para que serve um projeto; as etapas -


introdução, Relevância; Objetivos; Metodologia - Aula expositiva e oficina de
discussão com os orientadores dos objetos de pesquisa de cada aluno.

As fases da pesquisa: A construção do objeto; delimitação do campo; objetivos e


relevância da pesquisa; revisão bibliográfica, etc. - Aula expositiva e oficina de
discussão com os orientadores dos objetos de pesquisa de cada aluno. O
trabalho de campo; técnica de pesquisa - entrevista; observação participante,
etc. - Aula expositiva e oficina de discussão com os orientadores: a partir da
definição do objeto, definir as técnicas de pesquisa mais apropriadas.

As fases da pesquisa: A fase de análise: análise de conteúdo, análise de discurso,


etc.

Bibliografia:
Leituras sugeridas:
CARDOSO, R. (Org.)., 1986. A Aventura Antropológica: teoria e pesquisa. Rio de
Janeiro, Paz e Terra.
MINAYO, M.C.S. et al, 1994. Pesquisas Social: teoria, método e criatividade.
Petrópolis: Vozes.
MINAYO, M.C.S.,1993. Quantitativo - Qualitativo: oposição ou
complementariedade? In: Cadernos de Saúde Pública. Rio de Janeiro,
9(3):239-262,jul/set.
MINAYO, M.C.S., 1992. O desafio do conhecimento – Pesquisa Qualitativa em
Saúde. São Paulo: Hucitec.

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