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PERCEPÇÃO ACADÊMICA SOBRE UMA INSTITUIÇÃO PSIQUIÁTRICA

PARTICULAR DE INTERNAÇÃO VOLUNTÁRIA EM VILA VELHA/ES: UM


RELATO DE EXPERIÊNCIA

Bruna Garcia Bery¹, Bruna Santos Bayer¹, Heitor Francisco Costa Machado Gomes¹, Jacó
Pereira dos Santos¹, Jenniffer Thalita Barcelos¹, Julia Matias de Alcântara¹, Marina da Costa
de Sousa ¹, Leonardo Gomes da Silva², Rubens José Loureiro².

1 Discente do Curso de Graduação em Enfermagem da Escola Superior de Ciência da Santa


Casa de Misericórdia de Vitória – EMESCAM. Vitória/ES. Brasil.
2 Docente do Curso de Graduação em Enfermagem da Escola Superior de Ciência da Santa
Casa de Misericórdia de Vitória – EMESCAM. Vitória/ES. Brasil.

Correspondência para:

Introdução: Em seu contexto histórico, a psiquiatria foi marcada por um sistema de reclusão
de seus pacientes, abandonando e punindo esses indivíduos, tornando-os incapazes de
sobreviver. A Reforma Psiquiátrica Brasileira, iniciada em 1990, foi criada para redirecionar
o modelo de assistência psiquiátrica no Brasil, regulamentando, por meio de leis e portarias, o
cuidado realizado, visando novas práticas terapêuticas e a reinserção do paciente psiquiátrico
na sociedade. Além disso, por meio das discussões que surgiram com a Reforma Psiquiátrica,
foi proposta a utilização de espaços multidisciplinares. De acordo com a Lei 10.216, foi
estabelecida a modalidade de Internação Psiquiátrica Voluntária (IPV), caracterizada pelo
consentimento do paciente, podendo, se necessário, tornar-se Involuntária. Objetivo: Relatar
a vivência dos discentes de enfermagem do 7º e 8º período ao realizarem uma visita técnica
em uma clínica psiquiátrica de internação voluntária da rede privada, no município de Vila
Velha (ES). Método: Trata-se de um relato de experiência vivenciado por acadêmicos da
Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (EMESCAM), em um
alojamento particular da Grande Vitória (ES). O ambiente comporta voluntários
vilipendiados e acometidos, principalmente, por doenças mentais. Neste local, comportam 28
camas/leitos, entretanto, somente 18 encontravam-se alojados. Destes, apenas 2 foram
abordados para uma entrevista informal sobre condições de vida presentes. Relato de
experiência: A visita foi realizada em grupos com até 10 alunos e 01 professor preceptor,
guiados pela enfermeira do local, que apresentou as dependências da clínica. A instituição
fornece espaço para internação de caráter voluntário, aquela que se dá com o consentimento
do usuário, a mesma também funciona como hospital-dia, possui alojamentos para os
pacientes que permanecem internados, áreas abertas para interações sociais e práticas de
atividades físicas, além de oficina de artesanato e cerâmica. De acordo com a enfermeira, os
pacientes possuem liberdade para realizar passeios e atividades fora da clínica, o que
promove autonomia e confiança dos mesmos. Ao realizar entrevistas com alguns dos
pacientes presentes foi citada a importância daquela instituição na vida deles, e como as
atividades oferecidas ali são importantes, assim como a criação de vínculo e desenvolvimento
de relações interpessoais que contribuem de forma positiva na evolução clínica dos usuários
do serviço.
Conclusão: A visita à instituição de saúde mental proporcionou uma visão ampla e
esclarecedora sobre o ambiente e os serviços oferecidos aos pacientes. A presença de grupos
de alunos e um professor, acompanhados pela enfermeira, permitiu conhecer as dependências
da clínica, evidenciando sua estrutura para internação voluntária, bem como sua
funcionalidade como hospital-dia. A ênfase na liberdade e autonomia destacado pela
enfermeira por meio das diversas atividades aplicadas aos pacientes da clínica demonstra para
nós alunos um ambiente terapêutico que valoriza não somente o tratamento clínico, mas
também o bem-estar psicossocial dos clientes atendidos. As entrevistas realizadas pelos
discentes aos pacientes confirmaram a relevância dessas atividades oferecidas assim como a
construção de vínculos interpessoais, revelando um impacto positivo no suporte emocional,
na inclusão social e na evolução positiva no decorrer do processo terapêutico. Diante do
exposto, a visita proporcionou uma compreensão mais profunda sobre o ambiente e a
abordagem dessa terapia adotada pela instituição, ressaltando a importância dos métodos
integral e humanizado na reabilitação desses pacientes com transtornos mentais.
Palavras-chave: Saúde Mental. Enfermagem Psiquiátrica. Saúde Pública.

REFERÊNCIAS

BERLINCK, M. T., MAGTAZ, A. C., & TEIXEIRA, M.. (2008). A Reforma Psiquiátrica
Brasileira: perspectivas e problemas. Revista Latinoamericana De Psicopatologia
Fundamental, 11(1), 21–28. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1415-
47142008000100003>. Acesso em: 22 nov. 2023.

OLIVEIRA, M. S. N.; PINTO, F. J. M.; AGUIAR, J. B. de; SAMPAIO, R. M. M.;


MEDEIROS, C. R. B. de. Perfil sociodemográfico e clínico de pacientes em internações
psiquiátricas voluntárias e involuntárias. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, [S. l.],
v. 24, n. 4, p. 361–366, 2012. DOI: 10.5020/2094. Disponível em:
https://ojs.unifor.br/RBPS/article/view/2094. Acesso em: 22 nov. 2023.

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