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1º Relatório: Avaliação do personagem principal do filme Shutter Island.

No filme Shutter Island apresentam-nos o personagem principal Teddy Daniels, ou pelo

menos é esse o nome que nos é apresentado no início do mesmo. Na verdade, o

verdadeiro nome do nosso personagem principal é Andrew Laeddis e, o mesmo é um

paciente da instituição, mas o mesmo não o sabe pois tem um certo “mecanismo de defesa”

ou uma espécie de stress pós-traumático que o impede de aceitar a realidade, realidade

essa que seria o facto de não conseguir aceitar que, por sua culpa, os seus filhos e mulher

estavam mortos (pois a mulher do mesmo era maníaco-depressiva e acabou por afogar os

seus filhos, e ele acabou por matar, com um tiro, a sua mulher).

Na cena inicial do filme já conseguimos tirar, de certa forma, algo relacionado com o trauma

do nosso personagem principal, onde supostamente, simples enjoos devido ao movimento

do barco, remetem, na verdade, para algo muito mais ligado ao seu trauma, ou seja, ligado

à morte dos seus filhos.

Em termos cognitivos, conseguimos perceber que o personagem apresenta constantemente

alucinações, tanto auditivas como visuais que não aparecem apenas enquanto consciente,

mas também durante os seus sonhos, revelando de certa forma alguns aspetos do que terá

acontecido no passado do mesmo (a água, o fogo, a mulher, o sangue e a criança),

inclusive o mesmo acredita que a mulher morreu nas mãos de um tal de Andrew Laeddis,

que é uma das motivações pelo qual o personagem principal está a “investigar” pois Andrew

Laeddis estaria naquela instituição (ele não sabe que é ele próprio, aliás, numa cena do

filme vemos o personagem principal a conversar com alguém, dentro da alucinação, que ele

considera que seja a verdadeira forma de Andrew, ou seja, de certa forma é como o mesmo

se vê). Ao longo do entrecho conseguimos perceber que o nosso personagem principal tem

uma certa paranoia onde o personagem tem a impressão que é alvo de uma espécie de

toda uma conspiração onde todos estão contra o mesmo, com o objetivo de conseguir

internar “Teddy Daniels”. É possível observar de certa forma esta paranoia quando o
mesmo encontra-se com uma alucinação (Rachel) onde a mesma avisa que os cigarros,

comida e os remédios estão a “drogar” o mesmo.

O facto do nosso personagem principal apresentar esta espécie de mecanismo de defesa,

como uma dupla personalidade, onde devido a visões o mesmo não consegue comparar o

real do falso, ou seja, o seu verdadeiro eu, por simplesmente não conseguir aceitar, torna-

se algo constante, de acordo com o psiquiatra, ele acaba sempre por voltar ao mesmo

ponto, ou seja, volta a ser o “Teddy” e não o “Andrew”.

Não só tem este trauma relacionado com a sua falecida família como também tem um

trauma enorme que envolve a época nazi (2ª guerra mundial), que aparece diversas vezes

representado durante as suas visões, os milhares de judeus mortos a bordo de um comboio

num campo de concentração em “Dacau”, e um general que falhou em cometer um suicídio,

que podemos considerar “rápido e indolor”.

A par disso, em termos de características emocionais o mesmo parece ser uma pessoa

bastante impulsiva, agressiva e isso é demonstrado ao longo do filme, mas em uma certa

cena específica, durante a conversa com George Noyce, percebemos que quem deixou

George naquele estado (espancado) fora o próprio personagem principal. De certa forma,

também apresenta uma linguagem corporal bastante autoritária, tem uma postura bastante

confiante, dominadora e está sempre apresentável, ou seja, vestido formalmente.

No final do filme, o personagem consegue voltar a ser “Andrew”, mas como prefere não

viver como um monstro que matou a sua mulher, acaba por fingir ser “Teddy” novamente

para assim realizar uma lobotomia.

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