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AVISO IMPORTANTE: Essa história contém muitos gatilhos e cenas pesadas como estupro, violência exacerbada,

torturas, assassinatos e um relacionamento totalmente doentio. Se você se sente sensível com qualquer um desses

tópicos não indico a leitura.

CAPÍTULO 1 – O Suicida e o Maluco

É incrível como, quando você está saindo de um hospital psiquiátrico, pode


ser facilmente confundido e reconhecido como a figura de um completo
maluco.

E era isso que acontecia com Park Jimin. Naquele momento, estava deitado
finalmente em seu precioso quarto, depois de exatos seis meses no inferno
daquela clínica.

Sua mãe, Park Sue, era absurdamente irritante ao seu puro e mais sincero ver.
Tratava-o como um mero bebê com problemas mentais. E seu pai, Park
Twan, que desde muito cedo fora um psiquiatra renomado e muito ocupado,
sempre reforçaria os pensamentos da esposa.

Park Twan desde sempre se mostrou um homem fantástico em tudo o que se


propunha a fazer. Estudou em Harvard, e se tornou um dos maiores médicos
psiquiatras da Coreia, mesmo sendo assim tão jovem. Casou-se com Min Sue
- que agora era Park -, uma belíssima mulher, estudada, e com uma boa
criação.

Afinal, o belo e bem-sucedido casal se amaram desde adolescentes, e,


firmaram a união. Que desta, viera seu maior e mais precioso tesouro, seu
filho, Jimin.

Porém, por mais que a vida da família Park parece ser assim tão imensamente
perfeita quando observada de fora, por dentro, o casal passava por uma crise:
depois da traição que Twan cometeu, um turbilhão de brigas incessantes
surgiu num passe de mágica, e, a tentativa de suicídio de seu filho único.
Park Jimin era um garoto sensível e muito calado. Feições imaturas, lábios
carnudos e olhos pequenos - estes que, sempre que sorria, formavam
apreciáveis meias-luas. No entanto, Park Jimin nunca sorria.

Seus pais sempre acharam a personalidade do filho único muito difícil de se


lidar. Não tinha amigos. Com a exceção ímpar de Min Yoongi; que não fazia
absurda diferença, já que ambos eram primos.

Primos tão colados que Park Twan desconfiava se até já foram ou são
namorados.

Jimin tinha a peculiar mania de ficar em seu quarto - muitas vezes no escuro
-. Preferia seus livros de terror e suspense a computadores e vídeo games. E
quando ligava seu notebook era somente para entreter-se com séries ou
animes.

Ele sabia que seu filho estava depressivo, é claro. Mas, toda vez que tentava se
aproximar do garoto, era cortado por olhares irônicos e sarcásticos. O rosto
delicado do seu filho estava sempre coberto pelo capuz do moletom ou por
uma expressão de desdém, e em seus ouvidos, alguma banda de rock sempre
tocava nos fones.

E era assim tudo muito difícil com ele.

- Jimin! - Park Sue chamava delicadamente na porta, com receio de adentrar o


quarto e irritar o garoto. - Você quer comer alguma coisa, querido?

Jimin não se deu ao menos o trabalho de responder. Levantou-se da cama e


caminhou em direção a porta onde sua mãe o olhava com olhar preocupado, e
então simplesmente, fechou a porta. Bem rente ao rosto de sua mãe. Esta que
ficara completamente pasma, enquanto ainda encarava a madeira escura da
porta como o algo mais interessante daquele instante.

Seu filho nunca havia tratado a mãe dessa forma tão rude. Normalmente a
maior desavença era com o pai, mas, desde que seu garotinho chegou da
clínica, nem mesmo a olhou nos olhos.

Então Sue saiu dali. Olhos marejados. Dor no peito.


Tão logo, foi até o escritório do marido.

O membro mais velho da família tinha seus 38 anos muito bem conservados.
Fumava um charuto cubano, enquanto pensava o que fazer com seu amado
filho problemático.

Ele já havia feito e tentado de tudo o que estava sob seu alcance, e, ainda sim,
Jimin tentou tirar a própria vida. Nunca se sentira tão desesperado e culpado
em toda sua vida.

E ele sabia que era culpa sua.

Tudo o que havia feito. A traição, e, tudo. Tudo o que se seguiu depois.

As brigas entre o casal sempre foram escandalosas e com direito a vasos


caros jogados em sua direção. Muitos xingamentos de ambas as partes. Ou
seja, tudo era muito bem ouvido pelo seu filho único.

Uma vez, sentia-se tão tempestuoso com Sue por tentar seguir adiante e sair
com um dos seus amigos da época da faculdade, que insinuou que a mesma
havia dado o golpe da barriga nele. E se lembra perfeitamente do tapa
estalado que recebeu da esposa. Muito merecidamente.

Claro que ele não falava sério, mas queria afeta-la de alguma forma. Pois
estava possuído pelo ciúmes e medo de perder tanto ela, quanto Jimin, para
um qualquer. Ele jamais permitiria isso.

Então quando Park Sue entrou cabisbaixa no escritório, Twan a olhou e


estranhou as lágrimas da esposa. Levantou-se, e, logo depois, imediatamente,
caminhou até ela. Abraçando-a e sendo prontamente correspondido.

Sue deixou um soluço escapar enquanto se agarrava ao marido.

- O que aconteceu amor? - Quando perguntou, a preocupação era evidente. -


Por que está chorando?

A pergunta só fez a mulher desabar mais em lágrimas.


- O nosso filho nos odeia Twan. Ele simplesmente nos odeia! E o pior de tudo
é que ele tem razão. - Soltou vagamente. O rosto vermelho e olhos inchados.
Com a expressão tão imatura quanto Jimin. Não parecia uma mulher de 36
anos. O que só fez Twan querer ir dar umas boas palmadas em seu filho por
maltratar a mãe daquela forma. Mas sabia que isso era inútil, e apenas
pioraria a situação.

Era muito delicado lidar com Park Jimin.

- Ele só está com raiva, querida. Logo ele entende que tudo o que fizemos, foi
para o seu próprio bem. - Disse, acariciando os cabelos da mulher.

- Você acha mesmo?

- Eu tenho esperança de que sim, meu amor. - Foi dito por fim. Dando-lhe um
beijo carinhoso em sua têmpora. - Porque eu não sei mais o que fazer.

Jimin estava irritado - mas tão irritado - com a falsidade dos pais. De
fingirem que se preocupam mesmo com ele.

Primeiro, papai trai a mamãe. E claro, a idiota o perdoa.

Estavam tão obcecados em manter esse maldito casamento que se


esqueceram completamente da sua existência. O que foi até bom por um
tempo. Podia fumar sua maconha escondido, beber com Yoongi, e, passar a
noite transando na casa dele.

Sem que os idiotas percebessem.

Mas no fundo ele não estava feliz.

Seu pai dissera, uma vez, que ele só foi fruto de um golpe de barriga que a
mamãe deu no papai. Park Jimin ouviu tudo. Mas eles não sabem.

Também não sabem que ouvira o planejamento de mandar-lhe para um


internato na Suíça. Queriam se livrar dele de qualquer jeito.

Então, ele faria o serviço por si mesmo.


Começou a se cortar. Até chegar ao ponto de decidir por um fim em sua vida
de vez. Tomou vários tranquilizantes, que estavam dando certo, mas... seu pai
chegou no quarto.

E fez ele vomitar tudo na mesma hora.

Só se lembra de ter acordado no hospital com sua mãe aos prantos o


abraçando.

Falsa.

Logo depois, foi transferido para a clínica - mais conhecida como inferno -
onde conheceu Taehyung. A única coisa boa disso tudo. Viraram grandes
amigos. O garoto era uma versão mais medrosa do próprio Jimin.

Até tentaram ter algo a mais, afinal, ambos eram homossexuais assumidos.
Mas, assim como Jimin, era absurdamente passivo, então não conseguiram
passar dos beijos e alguns toques. Entretanto, logo depois, ambos riram das
tentativas falhas. Simplesmente não tinham química nenhuma, então viraram
melhores amigos. E doía muito imaginar Taehyung sozinho naquele inferno.
Batia um desespero e só o fazia sentir ainda mais raiva dos pais.

Pois obviamente; tudo era culpa deles.

Suspirando, Jimin se levantou e colocou seus fones para ir até a cozinha


comer alguma coisa. Não queria ter de interagir com ninguém, e a cozinha
ficava do outro lado da casa.

Selecionou Wonderwall no último volume e saiu do quarto. Então desceu as


escadas, pulando os degraus de dois em dois. E ao passar pela grandiosa sala
de estar, foi rumo a cozinha, agradecendo aos céus por não ter ninguém ali.

A casa estava bastante escura. Havia comida pronta em cima do fogão, mas
preferiu pegar alguns salgadinhos, uma lata de refrigerante, e, muitos, muitos
doces.

- Não é uma alimentação muito saudável. - Uma única e rápida vez, disse um
rapaz moreno sentado na última cadeira do balcão amadeirado da cozinha.
Contudo, ele não foi prontamente notado pelo rapaz loiro. O que lhe irritou
profundamente.

- Ei! - Gritou o moreno.

E nada de o outro lhe ouvir.

Agora começava Highway to Hell nos fones de ouvido. Sua música favorita.
Jimin mexia a cabeça empolgadamente, sentindo a batida forte e contagiante
daquela música. Enquanto mastigava o salgadinho e mexia no celular,
distraidamente.

O estranho lhe observava tão atentamente o filho do seu psiquiatra.

Completamente encantado.

A música tão alta, podia-se ouvir de longe.

O loiro era mais bonito ao vivo e em cores reais do que pelas fotos.

Ele chegara ali sem ser convidado. A empregada abriu a porta e pediu para
esperar Park Twan na sala. Mas o estranho não pôde se conter, então foi logo
explorar a cozinha.

Na verdade, o rapaz foi ali pois sabia que seu amado sairia da clínica hoje.
Assim, finalmente, poderia se aproximar dele.

Poder ver Park Jimin, assim tão de perto, era mais do que o estranho podia
suportar. Apaixonado. Unicamente pelo baixinho. E ora, já fazia um ano, mas
o mesmo não sabia da sua existência.

Vê-lo remexer o quadril, totalmente entregue a música, fazia-o reprimir a


vontade de agarra-lo e foder aquela bundinha bela que ele tinha. Ainda mais
usando aqueles pijamas leves, que a marcavam, com perfeição.

Mas ele tinha que se aguentar. Primeiro, tinha que se aproximar. Depois
atacar.
- AHH! - Jimin gritou, de olhos arregalados, quando finalmente, virou-se
para o garoto.

Derrubara a latinha que acabara de abrir, que, por fim, encharcara o chão de
refrigerante. No mesmo instante, arrancou os fones de ouvido.

- Quem é você? O que está fazendo aqui?

O estranho estava tão encantado com o fato de Park Jimin ter lhe dirigido
algumas palavras, que não conseguiu responder de imediato. Ficou
observando o seu amor, que estava com a expressão assustada.

Ele era tão lindo, e tão dele.... E era isso o que o moreno pensava.

Continuou observando seu rosto perfeito, torcendo para ele falar mais
alguma coisa. Sua voz era tão perfeita quanto ele, assim como o rosto, o
corpo, e todo o resto de Park Jimin.

- Não me ouviu, garoto? Quem é você? - O coração de Jimin estava disparado.

O rapaz moreno era estranho, mas, muito, muito atraente. Provavelmente, o


cara mais atraente em que ele já colocara os olhos. E ele o fitava como se
fosse lhe devorar a qualquer segundo. Olhava cada centímetro de sua estatura
corpo como um predador.

Jimin estava nervoso, mas babando por aquele cara com ar perigoso.

- Responda! Ou vou chamar a polícia! - Esperava que ele fizesse qualquer


coisa, menos que desse um sorriso daqueles.

Santo Deus, quem era aquele garoto esquisito que se levantava e vinha em
sua direção? Nunca o vira na vida.

- Desculpe-me pelo susto. Meu nome é Jeon Jungkook, e sou paciente de Park
Twan. Você... deve ser filho dele, certo? - Fizera-se de desentendido, olhando
nos olhos castanhos que tanto era apaixonado.

Ele era tão lindo.


Jimin pareceu mais tranquilo, então lhe deu um sorriso tímido. Sem dentes
amostra, o que foi muito bem observado por Jungkook. Logo estendeu a mão
em cumprimento para o moreno.

- Park Jimin, o suicida! - Disse num tom de brincadeira, tentando ser


simpático com o cara belo e impenetrável. - Você me assustou, garoto. Achei
que fosse um ladrão!

Jungkook observou fixamente a mão pequena estendida. Imaginou milhares


de coisas que gostaria de fazer com ela, como até sua mão podia ser perfeita?
Ele observou o trajeto da própria mão indo de encontro com a do menor, e
quando elas se tocaram, Jungkook ficou arrepiado. Era quentinha, gordinha e
dele, só dele.

Céus, como queria pegar aquele menino de jeito.

- Jeon Jungkook, o maluco!

Jimin achou tão estranha a sensação de segurar a mão grande e fria daquele
cara. Era bom, mas ao mesmo tempo intenso demais. Os olhos escuros dele
sobre si, o jeito como ele segurava sua mão.... Como se o mundo dependesse
daquele simples ato.

Era essa a palavra que descrevia aquele cara... intenso! Seu olhar era intenso.
Com a franja negra quase cobrindo todo o seu olho esquerdo, ele usava uma
calça jeans escura com rasgos nos joelhos, coturnos pretos, e, uma camisa do
RadioHead.

- RadioHead? Sério? - Jimin riu, ainda sentindo a mão do moreno sobre a sua.
Estranhou totalmente aquela situação inusitada.

- Não gosta? - Jungkook fingiu não saber que aquela era uma das bandas
favoritas de Jimin.

- Na verdade, eu amo. Qual a sua música favorita? - Ele perguntou animado,


soltando timidamente a mão do outro, este que ficou bastante chateado.

Queria tanto a mão de Jimin de volta.


- Creep com certeza é a melhor música.

Jimin arqueou as sobrancelhas. Estava surpreso.

- É a minha favorita também. - Disse, animadamente. Agora seu sorriso


branco apareceu, com aquele dentinho da frente levemente torto, fazendo o
coração de Jungkook repercutir dentro do peito. - É uma música muito
triste..., mas ao mesmo tempo muito boa. Por que você gosta dela?

- Eu me identifico com a letra. - Disse, simplesmente.

Jimin lhe lançou um olhar significativo.

- Considera-se um verme? É isso o que a letra diz, sabe....

- Tudo depende do ponto de vista. - Outra vez, lá estava o modo simples de


dizer.

Os dois ficaram se encarando por um tempo, até que escutaram passos de


alguém entrando na cozinha.

- Jungkook? - Park Twan o olhava muito surpreso. Logo virou seu olhar para
Jimin. Depois voltou para Jungkook. - O que faz aqui? E, Jimin, vá para o seu
quarto, agora!

O olhar furioso de Jimin para o pai foi desferido. Como ele ousava lhe tratar
como se fosse um bebê na frente de outra pessoa?

Uma outra pessoa muito bonita por sinal.

- Pai! - Resmungou, e então, a indignação floresceu. - Nós estávamos


conversando!

- Não interessa o que estavam fazendo, Park Jimin. Eu lhe mandei ir para o
quarto!

Bufando, Jimin pegou outra lata de refrigerante dentro da geladeira e foi


saindo da cozinha. Ainda sendo observado pelos olhos escuros de Jungkook.
E antes de sair, virou-se e olhou sugestivamente nos olhos do moreno -
claramente para provocar seu pai -, e disse:

- Nos vemos por aí, eu estudo na escola....

- Jimin! - Twan repreendeu. - Para o quarto, agora!

Jimin revirou os olhos, e logo saiu da cozinha, indo direto para seu quarto.

Estava extremamente irritado com o pai por envergonhá-lo bem na frente do


estranho mais bonito que ele já vira. Mal chegara da clínica e já estavam
atormentando sua vida novamente.

Colocou os fones de ouvido novamente, e apreciou Creep no último volume.

Ele tinha o costume de conectar uma música a uma pessoa, e por mais
mórbida que fosse a ideia de conectar essa música a alguém, ela, de um modo
muito estranho, conectava-se perfeitamente a Jeon Jungkook, o maluco.

O maluco mais interessante e bonito que já tivera o prazer de conhecer...

Twan tentava se manter no controle e não explodir com o seu paciente


naquele momento. O jovem aparentemente inocente o fitava com um sorriso
cínico.

- Tudo bem, senhor Park?

- O que faz aqui, Jungkook? - Disse, seriamente. Olhava nos olhos escuros do
garoto.

Jungkook continuou o fitando como se segurasse a risada. Aquilo não era


muito comum no seu paciente. Normalmente ele era muito reservado. Difícil
de tirar alguma coisa dele; mas hoje, o rapaz parecia nas nuvens.

- Nada, senhor Park. Eu apenas o vi entrando com sua esposa e seu filho hoje
mais cedo, e então resolvi passar e conhecer sua família, algum problema? -
Perguntou, numa falsa inocência muito bem observada pelo psiquiatra.
Que conhecia aquele jovem bem demais para saber o quanto era ambicioso,
interessado, ávido e frio em tudo o que fazia.

- Quem abriu a porta para você?

- Seu lindo filho. - Jungkook mentiu. E notou nos olhos assustados do mais
velho, que obviamente, ele não iria querer que o precioso filhinho se
envolvesse com alguém como ele. Afinal, Park Twan conhecia como ninguém
a sua personalidade. - Nunca me disse como seu filho era realmente atraente,
senhor Park!

O coração do homem estava batendo muito rápido. Sabia bem sobre o garoto
perante si, fazia mais de um ano que trabalhava com ele.

Jeon Jungkook era bipolar e sociopata com tendências a psicopatia. Um de


seus pacientes mais perigosos e problemáticos. Pelas conversas que tinham,
ele já havia melhorado um pouco - até chegou a se apaixonar, mas Park Twan
percebeu sérios sinais de obsessão ao garoto que ele se dizia apaixonado.
Infelizmente Jungkook não revelava quem era o menino que devia ser
alertado do perigo que corria.

O que mais o apavorava agora era a ideia de que essa paixão secreta do seu
paciente fosse seu filho, pois não havia motivos para Jungkook estar aqui em
sua casa justo no dia que Jimin voltaria da clínica.

Ele sempre soube da sexualidade do filho e nunca se importou com isso. E


sabia também, que Jimin se interessaria pelo outro. Querendo ou não, ele era
um rapaz muito bonito.

- Fique longe dele, Jungkook. Bem longe! - O sorriso do jovem moreno só


aumentava. - Eu estou falando sério!

- Tarde demais, doutor. Eu amei conversar com o seu filho. Além de bonito,
ele é inteligente e tem um excelente gosto musical, sabe? - O rosto bonito foi
perdendo o brilho aos poucos, enquanto ele focava os olhos nos do psiquiatra.
Seu rosto antes sorridente, ficou duro como pedra, sem expressão nenhuma. -
Eu realmente gosto dele, senhor Park. E seria bom para todo mundo, se
ninguém se metesse entre nós. Isso é só um aviso, por enquanto!
Por enquanto.

Twan pareceu perder toda a cor do rosto.

Tudo parecia claro. Jimin era seu alvo.

Então ele teria que tomar providências. E a primeira delas é garantir que o
garoto não pise em sua casa nunca mais.

- Vá para casa, Jungkook! Já está tarde!

Jungkook se levantou e foi muito gentil em se desculpar por aparecer de


surpresa. E tudo pareceria normal, se o psiquiatra não conhecesse tão bem o
jovem.

Foi embora, deixando um pai desesperado para proteger sua cria.

Perto dali, numa escuta, o moreno alto de cabelos e olhos negros escutava
atentamente o que o escroto do seu psiquiatra falava para Jimin, o amor da
sua vida. Dizia para nunca se aproximar dele.

Jungkook teve a súbita vontade de pegar sua 38 e estourar os miolos daquele


verme. Tamanha era sua raiva, mas não podia fazer isso. Pelo menos não
agora. Então ele teria menos tempo para convencer Jimin a fugir com ele, ser
dele para sempre, como sempre deveria ter sido.

O baixinho era a luz da sua vida desde a primeira vez em que o vira no
retrato do consultório do senhor escroto Park. Foi a coisa mais linda que
Jungkook já teve o prazer de colocar os olhos. Os cabelos loiros, os olhos
pequenos e as bochechas gordinhas o deixavam com a aparência tão angelical
e perfeita, contrastava perfeitamente com a personalidade fechada e com seus
gostos obscuros.

Desde então ele tem seguido a vida do seu amor. Observando-o e até
escutando, já que colocara escutas no quarto dele, na sala, cozinha e no
banheiro que era usado só por Jimin.
Sofreu muito esses seis meses em que o seu amor ficou na clínica, pois quase
não conseguiu ter notícias dele, mesmo que soubesse que o menor tinha
tendências suicidas nunca pensou que ele iria adiante... e aquilo lhe foi um
baque. Não conseguia imaginar um mundo sem Park Jimin, ele era seu, seu,
seu, seu e de mais ninguém.

Só de imaginar ver o pequeno nu, Jungkook se arrepiava. Já vigiara muito o


seu amor, tocou-se incontáveis vezes imaginando que ele estava presente.
Tirara milhares de fotos do garoto. Em todos os ângulos que se pode
imaginar.

Mas nada jamais se comparou a apertar sua mão pequena pela primeira vez.

Só isso já foi capaz de acender um fogo que apenas somente poderia ser
apagado com o corpo bonito de Jimin. Ele o possuiria, tomaria-o de todas as
formas. E isso era só uma questão de tempo.

Pois Park Jimin foi predestinado a Jeon.

Ao menos era isso que sua mente doentia se forçava acreditar.

CAPÍTULO 2 – Você é meu

Faziam-se já duas semanas desde que Park Jimin não via mais o estranho
bonito daquela noite.

A única coisa que sabia sobre ele, era seu nome e sobrenome. Jeon Jungkook.

E.... em como ele era atraente!

Era paciente do seu pai e quando tentou falar sobre Jungkook com Twan, o
homem simplesmente surtou. Tão logo ameaçou mandar Jimin para Suíça se
chegasse ao menos perto dele novamente. No entanto, o que o Park Twan
não sabia, é que sua proibição só havia atiçado ainda mais a curiosidade do
filho.

Se ele não era aprovado pelo seu pai, então devia ser ainda mais interessante
e diferente do que imaginava.

Jimin também sabia que, além de muito belo e sedutor, o estranho ainda tinha
um excelente gosto musical.

O despertador de Jimin apitou anunciando seis horas da manhã. Tinha que ir


para aula.

Levantou-se de sua cama confortável, e suspirou, antes de ir tomar um banho.

Observou ao redor de seu banheiro - que era conectado com o quarto - a


decoração escura que fora escolhida por si próprio. Era tão bela quanto o
próprio quarto, mas o que lhe causava angústia, era lembrar que foi ali onde
tomou os remédios para se matar.

Foi ali onde sentiu os braços de seu pai e o choro desesperado. No fundo
Jimin sabia que seu pai o amava, do jeito dele, mas amava. Porém, o loiro não
conseguia deixar de nutrir um ódio excessivo por ele e suas atitudes.

Preferia fingir que estava bem para as pessoas não o atormentarem mais do
que já atormentam. Muitas vezes o nosso silêncio nos salva de falar o que
realmente sentimos para pessoas que normalmente não se importam de
verdade com os nossos sentimentos.

E, mais uma vez, ele então fingia.

Ele sempre fingia estar bem.

Fingia em casa que era feliz. Que não sabia da traição do pai. Que não via sua
mãe beber escondida na despensa após as discussões.

Fingia na escola não ser homossexual; para que assim, não sofresse mais do
que já sofria com os garotos do último ano.
Atormentavam-no, perseguiam-no.

E, fingia principalmente para Yoongi. Fingia que era apaixonado por ele,
quanto o mesmo era por si. Mas na verdade nunca sentiu se quer um
porcento do sentimento que o primo sempre demonstrou por si, sentia-se
culpado por isso.

Transar com seu primo Yoongi era incrível, mas as juras de amor proferidas
pelo baixinho de cabelos esverdeados, eram difíceis de se ouvir.

Jimin sempre tinha de fugir da casa dele depois que terminavam. Já tinha
inventado milhares de desculpas, e, Yoongi sempre acreditava, ou apenas
fingia acreditar.

Jimin tomou um longo e relaxante banho antes de sair do chuveiro e secou-se


no banheiro. Secou também os cabelos loiros e bagunçados com o secador.
Saiu do banheiro apenas com uma toalha enrolada na cintura.

Abriu a porta de seu closet, então encarou as roupas. O que vestiria? A


maioria de suas roupas eram pretas ou brancas. Não tinha paciência para se
vestir bem.

Decidira logo vestir uma calça preta e uma camisa branca com listras
horizontais pretas. Um all star vermelho e pronto. Estava perfeito para ir a
aula.

Com os fones colados aos ouvidos, selecionou na playlist Oasis, o modo


aleatório. Volume aumentado ao máximo.

E após jogar a mochila nas costas deixou o seu quarto, evitando olhar para os
lados, como sempre. A escadaria imensa da sua casa foi descida, tediosamente.

Na cozinha, podia-se sentir seus pais ali lhe observando, enquanto tomavam
café. Nem tentavam mais falar com ele, pois era inútil.

Pegou dois achocolatados, e logo foi para o carro esperar pelo pai.
Cantarolava Stand by me, enquanto tomava seu achocolatado, com a cabeça
nas nuvens.

- Vê, Twan? Jimin está totalmente depressivo! Nem nos olha no rosto. Oh
meu Deus... - A mulher começou a chorar, com as mãos no rosto. - Eu não
posso mais suportar nosso filho assim. Eu simplesmente não posso!

Twan deu um longo suspiro. Segurou nos ombros da esposa.

- Querida, tenho pensado seriamente em indicar ele a um psicólogo amigo


meu. Porque eu realmente não sei mais o que fazer. - Disse o homem, já com
a voz embargada.

Park Sue o olhou assustada.

- Mas, ele vai surtar se você o fizer ir ao psicólogo, amor. Você sabe que ele
não reage bem quando falamos sobre isso.

- Eu sei disso, Sue; mas estamos de mãos atadas. Se deixarmos ele assim
novamente, sem nenhum tipo de supervisão, ele pode muito bem tentar
suicídio de novo e se não tiver ninguém para nos avisar como da primeira
vez? Quer correr esse risco?

Sue soluçou alto. Lágrimas desceram por seu rosto gracioso.

- Ele não vai querer ir, Twan! Parece-me que ele não melhorou nada naquela
clínica.

- Ele não tem o que querer, Sue. - Afirmou o homem. - Jimin só tem dezesseis
anos.

- E-Eu não sei não, Twan. Temo de como ele irá reagir. Eu não quero que ele
passe por todo aquele inferno de novo.

- Está decidido. Ele vai. Vai ser o melhor para ele, querida. Temos que reagir.
Jimin não pode achar que manda na própria vida. - Twan estava magoado
com o filho. Ele simplesmente fingia que os pais não existiam. - Aquelas
roupas caras que ele usa, a comida que ele come, até o ar que ele respira sou
eu quem pago. Então, ele tem que aceitar as minhas condições e voltar a agir
como uma pessoa normal.

- Amor.... Jimin está passando por uma fase complicada. Já não basta tudo o
que o fizemos passar? Ele tem que escolher se quer ou não ir ao psicólogo.
Por mais que eu ache que é o melhor para ele, a decisão...

- Esse assunto está encerrado. Ou ele vai ao psicólogo, ou vai estudar num
internato na Suíça. Ele não tem mais opções aqui. Tentamos ser bastante
compreensivos, e, não deu certo. Agora, é assim! - Tomou o último gole de
café. Levantou-se para ir trabalhar e levar o filho para aula.

Park Sue fitou o marido até este sair pela porta.

E então um suspiro.

- Ele... está certo.

Jimin jogava um joguinho no celular quando viu, com o canto dos olhos, seu
pai dirigindo bem concentrado ao seu lado.

O clima entre eles sempre foi estranho, mas hoje estava muito mais do que o
normal.

Jimin apenas o ignorou. Seguiu jogando seu jogo.

Recebeu uma mensagem de Yoongi e revirou os olhos. Já era a décima


mensagem seguida do garoto insistente. Ignorou novamente, e, tirou do jogo,
abrindo no aplicativo de música, colocando Beatles. "BlackBird"

Fechou os olhos e encostou a cabeça no vidro. Sentiu o carro parando,


anunciando que chegaram. Abriu os olhos, o pai não olhou o nem uma vez.

Estranho.

Normalmente ele tentava algum contato com Jimin. Nem que fosse um
"Tenha um bom dia".
Ignorou o pai, como sempre, e saiu do carro. Seu pai deu partida e deixou um
Jimin de cenho franzido observando o carro sumir de vista.

Seu pai estava mais estranho do que o normal.

Decidiu ir para aula. Já estava atrasado, e teria que passar pelas catracas
ainda.

Mas quando estava chegando perto da enorme porta do prédio escolar,


sentiu-se ser puxado e arrastado dali por alguém. Como estava de fones, não
notou que ninguém se aproximava, então o susto foi grande e simplesmente
não teve como reagir.

Teve suas costas jogadas contra a parede. Retirou os fones de ouvido e olhou
para cima - ou seja, para a pessoa que lhe "sequestrou" -, levando um susto,
ao se deparar com o cara atraente e estranho, que estava em sua casa há
algumas semanas.

Ele olhava para si de uma forma que Jimin jamais saberia explicar.

Quando viu quem era, não conseguiu nem ao menos ficar bravo pelo susto
que levou. Pensou que fosse um dos valentões da escola - mais precisamente,
Hoseok -, que adoravam lhe atormentar.

Mas era Jeon Jungkook. E ele estava mais belo do que nunca.

- Você é louco, garoto? Por que fez isso? - Sussurrou Jimin.

- Porque... desde que eu te vi na sua casa, apenas tenho pensado em como me


aproximar de você, Jimin...

Jungkook estava interessado em si? Não era possível!

Ele era tão bonito que Jimin sentiu um arrepio correr por todo o seu corpo,
apenas por tê-lo tão perto.

Aquela situação era muito bizarra e boa ao mesmo tempo. Afinal, ele não
queria ir para aula, mas nem conhecia aquele maluco direito.
- Você escolheu um jeito bem esquisito de se aproximar. Eu quase morri de
susto! - Jimin disse, sem conseguir deixar de sorrir.

Ainda sentia as costas contra as pedras frias da parede.

Jungkook deu um sorriso tão bonito que Jimin não conseguiu deixar de
encara-lo feito um bobo. Seus dentes o faziam parecer um coelho, o que só
realçava ainda mais a beleza do moreno.

- Me desculpe. Não foi a minha intenção te assustar.... É porque eu estou


ansioso para te ver desde aquele dia na sua cozinha.

Santo Deus, mal conhecia o cara e já se sentia estranhamente atraído. E Jimin


também havia pensado bastante naquele moreno.

De repente, o coração de Jimin disparou.

- Eu te disse que era Jungkook, o maluco. Faço jus ao nome!

O sorriso do Park aumentou, deixando Jungkook completamente


desnorteado.

O cheiro de Jimin era tão bom que só fez a vontade de devorá-lo aumentar
ainda mais. Céus, Park Jimin era sua completa perdição!

Eles ficaram se encarando por um tempo, sem saberem o que fazer ou como
agir.

Jungkook se aproximou lentamente do mais baixo, que estava ciente de seus


movimentos e ansioso por qualquer toque do moreno bonito.

Colocou uma mão do lado da cabeça do Park, e, a outra, na cintura.

Em apenas sentir a pele quente de seu amor, Jungkook derreteu de desejo.

A respiração de ambos ficara entrecortada, e Jungkook simplesmente não


aguentando mais a distância, colou os lábios finos aos carnudos do menor.
A melhor sensação do mundo concedida aos dois.

Nunca se existiu química maior do que naquele momento.

Jungkook o beijava de forma desesperada. Era como se tivesse vivido


somente para aquele momento, devorava a boca alheia como se sua vida
dependesse disso.

Entrelaçavam as línguas enquanto o lábios se moviam em total desespero, era


como se estivessem brigando para decidir quem desejava mais aquele beijo e
ambos ganhavam aquela batalha.

Jungkook simplesmente apreciou a boca de seu amor. Era deliciosa, como ele
imaginou que seria. O pequeno suspirava entre o beijo, deixando assim, o
maior ainda mais excitado.

Jimin tentava acompanhar o desespero do outro. Encontrava-se já


inteiramente arrepiado e excitado - ainda mais quando sentiu o estranho lhe
pressionar contra a parede fria com força.

Jungkook apertou sua cintura com as duas mãos - completamente afoito -, o


puxando para cima como se quisesse fundir os dois corpos.

E Jimin estranhava aquela confusão de sentimentos que lhe atingiram o peito,


de repente.

Do nada, aquele cara absurdamente gostoso que mal conhecia, praticamente o


sequestra na frente da escola, arrasta-o para um beco e o agarra. Assim, tão
deliciosamente.

Só podia ser seu dia de sorte. Trocara a sala de aula por aqueles lábios macios
e gostosos - que agora passaram a descer por seu pescoço o deixando louco -.
Santo Deus, nunca ficara tão excitado com um beijo em toda sua vida.

Não resistiu em levantar suas pernas e entrelaçar na cintura do moreno a sua


frente que o segurou com força. Este que parecia possuído de tão
descontrolado.
Jimin nunca se sentira tão desejado como naquele momento, aquele homem
era diferente... muito diferente!

Jungkook sentia que iria morrer de tanto tesão quando sentiu as pernas que
tanto desejava se entrelaçando em sua cintura. Ele empurrou o pequeno ainda
mais contra a parede, friccionando os membros duros um contra o outro,
deixando a situação ainda mais excitante.

Então Jimin soltou um gemido baixo enquanto Jungkook se movimentava e


beijava, mordia e lambia seu pescoço.

Quando se sentiu se arrepiar, colou os lábios na orelha delicada do menor.

- Minha vontade é de te comer bem aqui nesse beco, e te marcar inteirinho.

Jungkook gemeu, ao sentir Jimin rebolar sobre si de uma forma tão


desavergonhada que o fez perder o ar. Nem em seus maiores sonhos,
imaginou que finalmente conseguiria o que queria tão rápido.

Jungkook ficou sentindo o garoto rebolar em si, lhe deixando completamente


fora de controle. Jimin mordia os lábios carnudos e os cabelos loiros caíam
sobre seus olhos lindos e brilhantes. Sua bochechas estavam coradas lhe
deixando com ar de inocência.

Jungkook sentia que ia gozar ali mesmo, daquele jeito. Só Park Jimin tinha
tamanho efeito sobre si.

- Como você consegue ser tão perfeito? Você é a pessoa mais linda que eu já
vi, meu Deus!

O coração de Jimin disparou. Era tão estranho o outro lhe falar isso sendo
que nem se conheciam direito. Mas, ao mesmo tempo, era tão bom se sentir
desejado e querido. Não era um sentimento recorrente em sua vida.

Ele parou de se movimentar e abaixou um pouco a cabeça, sentindo-se meio


perdido. Estava ali, naquela manhã, num beco, agarrado a um estranho - que
para ele já não era mais tão estranho -, e, estava assustado com tudo.
Nunca em toda sua vida seu coração bateu tão rápido e tão forte por alguém.
Ainda mais assim, com as coisas indo tão rápido. Desde os 14 anos transava
com Yoongi, e, nunca chegou nem perto dos sentimentos que agora
assolavam o seu peito.

Ele desceu da cintura do outro, e tentou se recompor.

Estava apavorado com os seus sentimentos repentinos.

- O que foi, Jimin? Eu fiz alguma coisa errada? Exagerei? Desculpe-me.... É


que eu te desejo muito, e há tanto tempo que...

- O quê? Como assim? Nós mal nos conhecemos! - Jimin o encarou,


estranhando o jeito dele falar, como se já o conhecesse há muito tempo.

- É que eu... te desejo desde que o vi em sua casa aquele dia. Você é tão
bonito, Jimin. E o seu pai me proibiu de te ver.

O baixinho que estava juntando sua mochila, largou-a no chão no mesmo


instante e se virou para olhar Jungkook nos olhos.

- O quê? Ele não fez isso!

- Sim, ele fez. Eu ia pedir seu número para ir falar com você. Mas ele me disse
para ficar bem longe de você, porque ele não queria que seu filho namorasse
um perturbado, pois você já era perturbado o suficiente!

Jimin rosnou de raiva do pai. Como ele ousava se meter na sua vida a esse
ponto? Queria muito socar a cara daquele velho ridículo.

- Eu não acredito Jungkook! Mil desculpas por ele! Park Twan consegue agir
feito um babaca traidor quando quer!

Jungkook, percebendo a raiva do menor, abaixou a cabeça e deixou algumas


lágrimas falsas brilharem em seus olhos negros.

- Sabe Jimin, eu sei que sou meio estranho, mas estou me apaixonando por
você desde aquele dia. E seu pai convenceu minha mãe de me internar em
uma clínica para jovens com tendência a psicopatia. Apenas porque eu falei
em me aproximar um pouco de você. - Jungkook sabia que falar da clínica
deixaria seu amor totalmente do seu lado. E não fora mentira que Twan
queria interná-lo, o que só deixava as coisas ainda melhores, pois Jimin
poderia confrontar o pai a vontade, sem prejudicar os planos de Jungkook.

Ele nem precisava inventar nenhuma mentira, o próprio já lhe dera o filho de
bandeja.

- Oh meu Deus, Jungkook, eu sinto muito! Ah, mas que ódio dele! Eu não
acredito que além de mim, ele quer internar você agora. Só falta querer
internar a minha mãe também... ódio! - Jimin tremia e bufava de raiva.
Jungkook só conseguiu ficar feliz com isso, santo Deus, Park Jimin era tão
bonito.

- Jimin... - O menor o olhou ainda com os olhos faiscando. - Quer conhecer


minha casa?

Jimin estava com muita vergonha de dizer sim desesperadamente, então


fingiu cogitar a ideia. Seu pai certamente o mataria se soubesse, mas
sinceramente, não dava a mínima para o que Twan pensava.

- Você não quer ir para aula, né? - O moreno perguntou, levantando uma
sobrancelha, enquanto o olhava de cima a baixo. - Olha, Jimin, eu não vou
fazer nada que você não queira.

Jimin viu o sorriso malicioso do garoto e ficou com ainda mais vontade de o
acompanhar.

Perigo, ele exalava perigo.

Mas Jimin amava o perigo.

Então, simplesmente afirmou com a cabeça, e começaram a andar para longe


dali.

Jungkook estava tão feliz que não cabia em si. Tudo deu certo, muito mais
rápido do que ele imaginava. Olhava o menor andando ao seu lado, parecia
mais ansioso do que constrangido, e não parecia sentir medo dele, o que era
raro e bom.

Park Jimin era seu, mesmo que ele ainda não soubesse disso.

O último ano da vida de Jungkook se resumiu a observá-lo de longe, ouvir


suas conversas e amá-lo em segredo. Nesse momento, tudo o que sempre quis
se tornava realidade. Ele faria com Jimin tudo o que sempre quis
fazer, finalmente.

O loiro estava feliz quando entrou no carro de Jungkook. Era um carro


vermelho bonito, antigo, mas muito bem cuidado e charmoso.

- Belo carro. - Disse Jimin, sentando-se no banco do passageiro.

Jungkook sorriu ladino.

- É um Impala 1967. Foi do meu avô e do meu pai.... Sabe, coisa que passa de
geração para geração.

- É um carro muito bonito.

- Não mais do que você, é claro. - Disse o moreno.

Jimin ficou muito vermelho e murmurou um "obrigado" tímido. Aquela visão


meiga fez com que Jungkook acelerasse o carro com pressa para ir para sua
casa.

Fizeram todo o trajeto em um silêncio confortável ao som de um playlist


espetacular escolhida por Jungkook.

Quando finalmente chegaram na construção pequena e discreta, o moreno


tirou o cinto e ajudou Jimin a sair do carro também.

Jimin não estava acostumado com casas tão modestas, e isso fez com que seu
coração esquentasse. Afinal, sua casa era grande e fria; sua família era
aparentemente perfeita perante a sociedade, e, isso sempre o enfureceu. Ele
odiava hipocrisia, e a alta sociedade amava ser hipócrita.
Ele era bem tratado por Jungkook, como nunca fora antes por ninguém.
Ajudou-o a sair do carro e o acompanhou até a porta. Quando finalmente se
viu dentro da casa, viu que, por mais simples que ela fosse, ainda sim era
perfeitamente limpa e organizada.

A única coisa que ele estranhou um pouco foi o fato de as janelas serem todas
lacradas, e também, de a casa ser bem afastada da civilização.

- Quer um café? - Jungkook sussurrou em seu ouvido, fazendo Jimin


estremecer e se virar para olhá-lo nos olhos.

Trocaram olhares significativos e muito intensos.

- Sim, eu aceito... obrigado. Onde estão seus pais?

Jungkook o olhava tanto que Jimin passou a se sentir mais tímido ainda.

- Eu moro sozinho.... Preto e com adoçante né?

Jimin o fitou, assustado. Pensou em perguntar como ele sabia, mas, preferiu
não comentar nada. O moreno saiu para fazer o café, após trancar muito bem a
porta - fato que foi muito bem observado pelo loirinho.

Ele morava sozinho sendo menor de idade?Jimin pensava. Será que era maior
de idade, então?

Algo estava errado. Algo estava muito errado.

Jimin estava se sentindo estranho ali, e um pouco amedrontado.

Pensou em pedir para ir embora, mas, estava sem coragem e com vergonha.
Mal havia chegado.

Quando o moreno voltou com o café, Jimin aceitou de bom grado, e tomou o
líquido quente de forma rápida.

- E-Eu acho melhor eu ir embora. Sabe, daqui há pouco fica tarde e eu não
esperava que sua casa fosse longe desse jeito. - Ele se levantou, sorrindo de
leve. Então olhou para o moreno que parecia uma estátua de tão parado. Ele
olhava para o nada. - Jungkook?

- Por que você quer ir embora? - Sua voz saíra tão angustiada que chegou a
assustar o loiro. Ainda mais quando ele se levantou com tudo e parou em sua
frente.- Eu faço qualquer coisa para você ficar por bem, meu amor.... Qualquer
coisa!

Jimin estava achando tão estranho o comportamento dele, que seu coração
passou a bater muito rápido.

Parecia instinto, mas ele sabia que algo estava realmente errado.

- Ficar por bem?

- Siiiiiiim! Eu queria que você ficasse sem eu ter que te obrigar.... Sabe, meu
amor? Eu realmente queria ter mais paciência para ir devagar, mas você... -
Ele segurou firmemente a cintura do menor e puxou com força, assustando-o.
Passou o nariz em seu pescoço, cheirando-o como um desesperado. - Me
deixa louco. Eu te amo tanto, tanto!

Jimin ficou paralisado, sem saber como agir.

- Como assim me ama? Você é louco? Eu mal te conheço.... É meio cedo para
juras de amor.... Eu tenho que ir!

- NÃO! NÃO, É CEDO! - Ele gritou, assustando o Park para valer. Segurou
seu braço. - E você não vai embora daqui... nunca mais!

- Quê? Tá maluco? Jungkook, me solta! - Jimin passou a se debater nos


braços do moreno que o segurava forte.

Ele passou a arrastar o loiro para outro cômodo da casa, enquanto Jimin
tentava, com todas as suas forças, sair de seus braços; mas, o outro era muito
mais forte.

- Por favor, Jungkook! Deixe-me ir embora, é sério, isso não tem graça!
Jungkook definitivamente não parecia estar brincando.

O coração de Jimin estava muito disparado, mas ele se recusava a se deixar


abater e continuou lutando. Como do nada o moreno bonito se transformou
nisso?

- Para com isso, amor. Assim você só me excita mais; e eu não quero cometer
nenhuma atrocidade com você. Porque eu te amo, me entende?

Jimin não se deu o trabalho de responder porque se sentiu ser jogado em uma
cama, num quarto muito escuro e sem janelas.

- Seja um bom garoto, meu amor, e entenda: você é meu. É melhor me


obedecer!

CAPÍTULO 3 – Prisioneiro

Jimin estava completamente desesperado.

Já se faziam três dias que estava trancado naquele quarto minúsculo.


Jungkook, nesses dois dias, mal apareceu. E quando aparecia, era para
observá-lo de uma forma estranha.

O pior de tudo era que Jimin tentara sair dali de todas as formas possíveis, e,
definitivamente, era impossível. Todas as janelas eram trancadas, e mesmo
que não fossem, ele não tinha acesso a elas. A casa era coberta por um muro
alto, e pelo que ele se lembrava, a construção era muito afastada.

Mesmo que gritasse, ninguém iria ouvi-lo.

Jimin nunca se considerou tão burro em toda a sua vida. Como pôde ter sido
tão idiota ao cair no papo dele?
Seu pai avisou que ele era um paciente problemático, mas, claro que ele não
lhe deu ouvidos.

Como iria imaginar que o moreno seria obcecado por si? O pior é que ele
gostara de Jungkook. De seus toques. Dos seus beijos... da sua intensidade!

Ora, convenhamos. Ele era bonito e aparentemente perfeito. Jimin caiu feito
um patinho na lábia dele, mas, o loiro tinha algo ao seu favor.... Jungkook se
dizia apaixonado por si. E Jimin usaria isso contra ele.

Jungkook estava o dia inteiro fora, deixando Jimin muito ansioso. Sentia-se
como nos livros de suspense que lia, mas ele não teria o mesmo final trágico
daqueles personagens.

Seu coração estava disparado. Sabia que estava perto do moreno chegar,
mesmo não tendo nenhum relógio, ele sabia.

E quando ele chegasse, seria o seu momento.

Levantou-se da cama e ficou andando de um lado para o outro nervosamente.

E seus pais, como estariam? Certamente, desesperados.... Às vezes é fosse


melhor que ele sumisse de uma vez, não aguentava mais aquela vida
miserável de qualquer forma.

Porém, ele era dono da sua própria vida. E se fosse pra morrer, seria por ele
mesmo. Não seria por um cara completamente maluco, que dizia a todo
momento que Jimin o pertencia.

Sentia falta da sua liberdade, de seus pais, de Yoongi.... Sentia falta do seu
celular, suas músicas e da sua própria cama.

Estava morrendo de raiva de si mesmo por ter sido um alvo tão fácil.

Já havia bolado milhares de planos em sua cabeça, e nenhum era bom. Mas
contava com a sorte de conseguir fugir.
Sentia muita raiva de Jungkook. Já havia até lhe xingado de tudo, mas, nada
fazia efeito. Ele era estranhamente calmo enquanto Jimin surtava com ele, o
que só fazia sua raiva aumentar ainda mais.

Olhou a sua volta pela milésima vez e constatou novamente que nada poderia
ser usado como arma. Nada.

Suspirou, sentando-se na cama, com as mãos pequenas e suadas no rosto.


Aquele lugar o deixava muito nervoso e ansioso. E parecia que qualquer
barulhinho era Jungkook se aproximando.

Seu coração disparava a todo momento.

Ele jurou que não choraria, jurou, mas estava difícil.

Por mais que não se desse bem com seu pai, pelo menos ele era livre. E, por
mais fraca que sua mãe fosse, sabia que ela o amava de verdade.

Segurou as lágrimas bravamente. Estava com saudades de casa.

Algo o assustava muito. E era o fato de não ter ideia do que Jungkook era
capaz.

Desde que estava preso, Jimin percebeu claramente o quanto ele o desejava.

Claramente se segurava ao máximo para não lhe atacar, e, isso intrigava o


loiro. Por que ele se segurava tanto se tinha Jimin ali ao seu bel-prazer?

Ele não sabia, e nem gostaria de descobrir. Afinal, o seu plano era sair dali
ainda hoje.

Estava tão nervoso que sua camisa listrada já estava grudada em seu corpo de
tanto que suava. Então decidiu tomar um banho rápido. Graças a Deus, havia
um banheiro conectado ao quarto, era minúsculo, mas só ele o usava.

Tinha tanto receio de usá-lo que não tomava banho há dois dias. E já não
aguentava mais.
Abriu a porta do pequeno armário do quarto e pegou uma toalha, uma cueca
branca e o único pijama que tinha ali, que era uma camisola, também branca.
Por algum motivo bizarro Jungkook não deixou nenhuma calça para ele. Só
camisas grandes e algumas cuecas.

Entrou no banheiro e fechou a porta, que, infelizmente, não tinha tranca.

Ligou o chuveiro, esperando esquentar.

Tudo ali deixava claro que o objetivo de Jungkook sempre foi raptá-lo.
Afinal, ali estavam os shampoos e os cremes que ele amava, e, até mesmo o
sabonete que ele sempre usava.

Isso sim era estranho.

Como ele sabia tudo o que Jimin gostava? Céus, Jungkook devia estar na sua
cola há muito tempo.

Tomou seu banho rapidamente, com medo de o moreno chegar a qualquer


momento. Vestiu a cueca e a camisola - que mal cobria sua bunda -, e, passou
seu creme, sentindo-se muito mais leve.

Quando saiu do banheiro, deu de cara com Jungkook ali parado, encostado na
soleira da porta do quarto.

Seu olhar escuro estava sobre si, daquela forma estranha de sempre. Como se
quisesse devorá-lo a qualquer momento.

- AAI! - Colocou a mão no coração disparado. - Santo Deus, garoto. Que


susto!

Jungkook o fitava de forma despudorada e intensa. Seus olhos negros


estavam ainda mais escuros que o comum, e as bochechas, levemente coradas.

Ele deu um leve sorriso de lado, com seus dentinhos proeminentes.

Jimin se perguntava como um ser humano poderia ser tão atraente, e tão
louco, ao mesmo tempo.
Logo depois, lembrou-se de que tinha que fugir dali. Tinha que manter o
foco.

- Desculpe se eu te assustei, meu amor. É que eu fiquei meio fora de órbita


depois de finalmente te ver sem nenhuma peça de roupa. - Ele disse, sorrindo
minimamente.

Desencostou-se da porta e se aproximou do loiro devagar, como um


predador.

Jimin sentiu-se corar dos pés à cabeça. Sentira também, seu foco se esvair; seu
coração parecia que iria sair do peito. E quando as mãos grandes do Jeon
seguraram sua cintura com possessão, ele sentiu as pernas bambas.

Por que ele tinha que ser tão atraente?

- Você consegue ser tão pervertido ao ponto de me observar tomando banho?

Jungkook sorriu ainda mais ao se abaixar e sussurrar na orelha do Park.

- Ah, Jimin, tratando-se de você, eu me torno o maior pervertido. Mas apenas


por você, amor. - Mordeu o lóbulo delicado, e, sorriu, ao notar o quão
atordoado o menor ficou em seus braços. - Tratando-se de você, meu anjo, eu
sinto inveja até dessa água, que teve o prazer de apreciar o seu corpo.

Não estava nos planos de Jimin se sentir tão entregue novamente, mas ele
tinha um plano em mente - e ele precisava conseguir executá-lo. Mesmo com
Jungkook beijando o seu maxilar daquela forma tão boa, descendo os beijos
molhados e deliciosos por seu pescoço, passando a língua por ali, fazendo-o ir
às alturas somente com aqueles toques.

Jimin devia estar com raiva agora...

Jungkook desceu as mãos de sua cintura até suas nádegas fartas, apertando
com gosto e trazendo Jimin cada vez mais para si. Olhou nos olhos do
pequeno garoto, e, constatou que o loiro estava tão louco por aquilo quanto
ele. Só não admitia.
E isso fez com que seu coração se enchesse de esperança. Por fim, deu um
beijo apaixonado na boca carnuda que era dona de seus pensamentos há mais
de um ano.

O encaixe da boca fina de Jungkook, com os lábios carnudos de Jimin, poderia


ser considerado uma obra prima. Até o gosto do loiro parecia ter sido criado
para ele. Os suspiros durante o beijo. Quando as línguas se encontravam em
uma dança viciante dentro de suas bocas... tudo era perfeito.

Não se aguentou e mordeu os lábios carnudos do pequeno, ouvindo um


gemido fino, porém rouco, do mesmo. Fazendo com que Jungkook sentisse
seu pau latejar dentro da calça Jeans apertada.

Jungkook não esperava que Jimin o guiasse até a cama e sentasse sobre si,
daquele jeito tão gostoso. Nublando seus pensamentos, fazendo com que seu
membro que já estava duro roçar em suas nádegas seminuas.

Ele não esperava que o menor gemesse tão entregue daquela forma que o
enlouquecia ainda mais. Tudo aquilo era um sonho, e estava se tornando
realidade.

Park Jimin era sua perdição, o amor de sua vida.

Desde que o vira pela primeira vez, naquela foto do consultório de Park
Twan, Jungkook sentiu que precisava dele.

Sentia-se como se tivesse tomado um veneno e Jimin fosse o seu antídoto. A


sua cura.

Os lábios do menor estavam vermelhos, e ele suspirava com cada toque de


Jungkook.

Jimin queria aquilo sim, e muito. Agarrava-se ao moreno e retribuía seus


beijos com fervor.

Jungkook já estava pronto para inverter as posições, quando, sem mais nem
menos, Jimin lhe deu uma cabeçada, com tanta força, que ele viu estrelas; não
conseguindo nem pensar direito. Tudo ficou escuro por um momento, ele foi
pego totalmente de surpresa.

Jimin levantou-se rápido da cama, com o coração disparado. Estava


vergonhosamente excitado.

Aprendeu aquele golpe com seu tio Hansol, que era militar. E nunca
imaginou que seria tão útil.

Não pensou duas vezes ao abrir a porta do quarto e sair em disparada pela
casa escura. Estava descalço, e com o desespero, esbarrou em uma mesa,
derrubando vários materiais de escritório no chão.

Correu até a porta de madeira maciça e forçou a maçaneta várias vezes,


constatando que, a porta, estava trancada.

- Merda! - Sussurrou. - Merda, merda, merda!

Ele olhou para as janelas, e, sabia que por elas ele não sairia dali.

A casa era modesta, mas, agora ele percebia com clareza: aquela não era a
casa de Jungkook, e sim, um esconderijo para mantê-lo refém.

Só haviam dois quartos, a cozinha e a sala eram separadas apenas por um


balcão, e a porcaria da porta estava trancada.

Ele correu por toda a casa, procurando alguma maneira de sair. Qualquer
maneira. Quem sabe alguma porta a mais? Quanto mais ele andava em
desespero vasculhando a casa, mais o tempo passava e o medo de Jungkook
acordar aumentava. Que droga! A sua ideia da cabeçada pareceu a melhor
naquele momento, mas parece que o tiro saiu pela culatra.

Vasculhou cada canto da casa, procurando qualquer coisa que o ajudasse a


fugir dali, ou, pelo menos, defender-se de alguma forma.

Ajoelhou-se em frente ao sofá marrom e velho, e achou, embaixo dele, um pé


de cabra enferrujado. Seu coração deu um salto de esperança. Foi a primeira
coisa útil que ele achou naquele lugar.
Foi até a porta e forçou o trinco várias vezes..., mas, sem sucesso. O trinco
era absurdamente resistente.

Passou a bater com força, e o trinco estava finalmente cedendo um pouco. Seu
coração deu um salto dentro do peito, mais uma vez. E ele passou a bater com
toda a sua força.

O trinco finalmente cedeu, e a porta abriu. Jimin nem pensou ao sair


correndo, largando o pé de cabra no chão. Ainda havia o portão, e o muro,
mas isso era o de menos. Afinal, escalou muros com seu primo Yoongi
durante toda a infância para roubar os doces da senhora Kim, a sua antiga
babá insuportável.

Quando ele ia chegar no portão, sentiu uma mão firme em sua boca e outra
em sua cintura. Foi aí que sua esperança se esvaiu de vez. Porque se fosse
contar com a sua força física para lutar, ele sabia que perderia feio.

Mas Jimin não era de desistir fácil, então se debateu com toda a força que
ainda tinha.

- Shhh.... Quieto, amor. Vamos para casa... - O moreno falava, com tom de
deboche e ao mesmo tempo, raiva e mágoa. - Jimin, pare de lutar, você sabe
que é inútil. Entenda de uma vez por todas que você é meu!

Jimin foi perdendo as forças, enquanto Jungkook o levava, novamente, para


dentro. E por mais que lutasse, o maior não parecia ter dificuldade nenhuma
ao arrastá-lo para dentro. O que foi muito frustrante.

Jungkook entrou na casa com um Jimin agitado em seus braços. Fechou a


porta com um pé, enquanto segurava o menino, que continuava lutando para
se livrar e fugir dali.

O moreno levou um susto quando o pequeno mordeu sua mão com muita
força.

- AAI Jimin, meu Deus! Para que todo esse escândalo? - Ele colocou o loiro
sobre o ombro e lhe deu um tapa estalado no traseiro, ouvindo um gritinho
do mesmo. - Até parece que você não estava gostando!
O garoto ainda lutava para se soltar, mesmo sabendo que suas tentativas
eram inúteis. Sentiu-se ser jogado na cama, como um saco de batatas. E viu
quando o mais alto trancou a porta do quarto e virou-se para si, vindo em sua
direção. Ele parou ao lado da cama.

Se Jimin não tinha medo antes, definitivamente, ele estava com medo agora.

- Por que você fez isso, meu amor? Eu realmente não queria, mas terei que
tomar medidas drásticas com você. - Ele falava, calmamente, sentando-se ao
seu lado e passando a mão suavemente na panturrilha do loiro. Os olhos
negros concentrados nas reações dele. - Eu falei para você que era melhor me
obedecer. Agora, eu terei que castigá-lo.

- Você é doente, Jungkook! - Jimin cuspiu as palavras, com raiva. - Vai se


tratar e me deixa em paz! Eu não te suporto!

Jungkook o olhava com os mesmos olhos escuros, e agora, com um pequeno


sorriso de canto.

- Não era bem isso que parecia agora há pouco... - Ele abaixou o tom de voz,
como se contasse um segredo à uma criança. - Antes de me atacar, você
parecia bem animado. Afinal, que cabeça dura que você tem em, meu amor?

Jimin revirou os olhos.

- Você é tão louco! Deve ser por isso que tinha que ser tratado pelo meu pai.
É completamente pirado! Eu tenho nojo de você, Jungkook!

Jungkook não gostou muito da sua fala, nem do seu tom de voz. E
rapidamente, irritou-se com o menor.

- Deita aqui no meu colo, Jimin. - O maior ordenou, olhando nos olhos
castanhos do loirinho. - Agora, e de bruços!

Como Jimin ficou sem fala e paralisado, Jungkook o puxou para si, deitando o
garoto de bruços em seu colo.
O menor já sabia que, se não deitasse por bem, ele teria que deitar por mal. E
já estava farto de lutar por hoje.

Jimin ficou com a cabeça apoiada no travesseiro, e a bunda, exatamente no


colo de Jungkook, que erguia a camisola lentamente e apertava a carne
branquinha das suas nádegas.

Sentiu ele se aproximar da sua orelha, como sempre fazia.

- Eu quero que você conte quantos tapas eu vou te dar, ok? - Sussurrou,
roucamente. - Eu espero que me obedeça, Park Jimin. Ou vai ser bem pior pra
você.

Jimin só conseguia pensar um "O quê? Ele vai me bater?", mas, não
conseguiu reagir no momento. Apenas queria que acabasse aquele circo de
uma vez, para ele poder enfim dormir em paz.

- Responda-me quando eu falar com você! - Disse, num tom de voz


assustador.

- Sim.

Jungkook deu um leve sorriso. Levantou a mão na altura de sua cabeça, e, lhe
deu um tapa tão forte que ecoou por todo o quarto o barulho do estalo.

Jimin grunhiu de dor. Fechou os olhos.

- Um.

Mais um tapa, mas agora, na outra nádega lisinha coberta pela cueca branca.

- Dois.

Ele se remexia no colo de Jungkook, enquanto os tapas iam ecoando.

Três, quatro, cinco, seis.


Quando Jimin menos esperava, sentiu, embaixo de si, Jungkook
completamente duro. E, por algum motivo, ele também sentia-se ficar muito
excitado com os tapas daquela mão forte.

E ele quis morrer por isso.

- Quinze. - Disse, ofegantemente, sem saber mais se estava falando ou


gemendo. Mais outro tapa forte, e já sentia-se delirar com a respiração
ofegante do moreno. - D... dezesseis.

Quando Jungkook lhe deu outro tapa, Jimin não resistiu ao gemer
manhosamente. Estava muito excitado, e se sentindo confuso com os seus
sentimentos. Não era para ele estar gostando de apanhar.

Isso era ridículo. Um absurdo!

- Você gosta de apanhar, Jiminie? - Sussurrou, enfiando as mãos em seus


cabelos loiros. Deu outro tapa nas nádegas totalmente avermelhadas. - Você
fica excitado quando apanha, meu amor?

Ele queria gritar que não. Mas era impossível com o estado que se
encontrava no colo do maior - completamente duro.

E o pior: ele queria mais.

- Responda-me! - Falou, dando lhe outro tapa forte. - Você gosta?

Jimin estava morrendo de vergonha, e não dava para mentir que estava
excitado.

Era óbvio que Jungkook sabia, mas, mesmo assim, queria ver ele se
humilhando.

- N... não.

Jungkook deu um riso nasalado, soltou os cabelos do outro, arrancando a


cueca branca, e, admirou as nádegas que agora estavam repletas de marcas
avermelhadas feitas por seus dedos.
Pegou as bandas com as duas mãos, e, deliciou-se ao ver o menor suspirar;
afundando o rosto no travesseiro.

- Tem certeza, Jiminie? - Disse, dando-lhe um beijo em uma das bandas


fartas. Sentiu o garoto estremecer, e o pau nu roçar no seu; que estava
coberto. - Não está parecendo muito.

Jungkook separou as nádegas e olhou com curiosidade sua entrada rosada -


completamente livre de pelos - contraindo-se.

Sentiu-se gemer roucamente.

- Gostoso. - Grunhiu.

Passou seu dedo ali, sentindo as preguinhas se contraírem.

Jimin estava completamente fora de órbita. Nem ao menos conseguia lembrar


seu próprio nome. Apenas conseguia se concentrar naquele homem lunático e
maravilhoso - e no quanto queria dar pra ele naquele momento.

- Jungkook... - Jimin gemeu.

- Isso, bebê. Geme o meu nome. - Disse, inserindo um dedo vagarosamente


na entradinha quente. - Viu como você quer, meu amor? Olhe só para você,
tão excitado...

Jimin revirou os olhos quando Jungkook lhe deu outro tapa forte.

Mordeu os lábios, tentando manter tudo sob controle. Mas, quando o maior
inseriu o segundo dedo levemente, o garoto sentiu dor e ficou paralisado.

- Tá doendo... - Disse, em meio a um gemidinho desconfortável e rouco.

Jungkook sentia que iria enlouquecer de tesão.

- Relaxe um pouco, amor... Oh Deus! - Jungkook gemeu ao sentir Jimin


empurrando-se contra seus dedos. Empenhava-se com seus dedos, soltando
um gemido alto. - Você quer me deixar louco?
Jimin gemeu assim que o moreno passou a movimentar os dedos dentro de si
- de forma furiosa -, acertando sua próstata, fazendo-o jogar a cabeça para
trás. E gemidos preenchidos pela rouquidão, soavam.

Jungkook dava tapas e apertava as nádegas fartas, enquanto ainda


movimentava seus dedos dentro do interior quente e apertado do seu garoto.

Cada som que o loiro emitia arrepiava Jungkook de tal maneira que ele não
aguentava e apertava de vez em quando o próprio membro.

Os gemidos de Jimin seriam o suficiente para ele gozar sem precisar de mais
nada. Ainda mais com a imagem de um Park Jimin destruído, contorcendo-se
em seu colo, rebolando em seus dedos.

Quando Jungkook sentiu que o pequeno estava chegando ao seu ápice - pois
seu interior se contraiu e Jimin estava muito mais ofegante -, retirou seus
dedos. Então recebeu um grunhido frustrado.

- Agora diz pra mim, meu amor.... Você tem nojo de mim? Uh? - Disse,
estocando os dedos em seu interior. Ouviu o desespero do loiro, que negou
timidamente com a cabeça. - Você falou isso para me afastar, meu bem?
Entenda que eu nunca irei me afastar de você.

Ele estocou mais vezes o interior do garoto, acertando sua próstata várias
vezes seguidas. O urro prazeroso e rouco do loiro era escutado com clareza;
este que se contorcia e gemia em seu colo, manchando a calça de Jungkook
com seu gozo.

Jungkook deu um tempo para Jimin se recuperar, sentindo-se bem por ter lhe
proporcionado prazer.

Depois de um tempo, deixou o menino se afastar e se cobrir sozinho. Não


conseguia nem direcionar o olhar ao mais alto. Estava tão envergonhado.

Como pôde gostar tanto de ser uma marionete na mão daquele doente?

Isso era tão perigoso.


- Até mesmo seu corpo parece entender que você me pertence... diferente de
você, Park Jimin.

Jungkook levantou. E, antes de sair, disse:

- Nunca mais fuja de mim. Eu não serei tão bonzinho.

Jungkook saiu dali, deixando o menino confuso, sozinho e desnorteado.

Ele precisava se aliviar no banheiro, ainda estava duro feito pedra. E não
queria atacar o garoto.

Tocou-se lembrando dos gemidos do seu amor; de seu rosto se contorcendo


em prazer, sua entrada apertada esmagando seus dedos, e, não demorou
muito para gozar. Chamando o nome do garoto que estava logo ao lado no
quarto.

Jimin ouviu seu gemido, e se xingou mentalmente por querer entrar naquele
banheiro e agarrar Jungkook imediatamente.

Nunca estivera tão confuso em toda a sua vida.

O que faria agora?

CAPÍTULO 4 – Confissões

Como era delicioso ter os olhos de Jimin somente para si. Ele agora olhava
para Jungkook o tempo todo, desde que o fizera gozar em sua mão.

Os olhinhos brilhantes que antes só continham deboche, agora estavam o


encarando cheios de curiosidade e... desejo. Mesmo que o loiro não fosse
admitir tão cedo.
Mas Jungkook não poderia realizar o desejo de ambos invadindo aquele
quarto e tomando o Park para si, não tão cedo.

Ele precisava se manter afastado para lhe castigar, e também para se


concentrar em tudo o que precisava fazer. Porque o pequeno era sua maior
distração.

Para o seu infortúnio o pai de Jimin estava movendo toda Seul atrás do seu
filho. E como o psiquiatra era um homem rico e influente, isso atrapalhava
um pouco os seus planos.

Mesmo que Jungkook tenha deixado um bilhete com a caligrafia perfeita de


Jimin, falando que ele fugira com o amor de sua vida, o velho não desistia de
procurar o filho.

Jungkook comprara pizza de calabresa e coca cola, pois sabia que era a
comida preferida do seu amor, e deixou para ele comer. Jimin olhou aquilo
com brilho nos olhos e um pequeno sorriso, mas quando Jungkook tirou as
algemas do bolso e fez menção de prendê-lo na cama o garoto surtou...
novamente.

-Você não vai colocar isso em mim! -Gritou pulando da cama e se afastando o
máximo possível do moreno.

Jungkook lhe olhou de forma séria, e pode sentir o receio de Jimin de longe.

-Não testa a minha paciência, Jimin. Eu tenho que sair e não confio em você
para te deixar aqui solto.

-Solto? Mas eu estou preso! -Gritou, indignado.

-Depois de ontem você não merece nem mesmo esse tipo de liberdade. -Disse.

Saiu pisando firme indo em direção ao baixinho que o encarava de volta com
o nariz empinado, os olhos felinos e o coração disparado.
Jungkook pegou o menor pelo pulso e prendeu o garoto na cabeceira da
cama, deixando a outra mão livre para ele comer. Os olhos intensos não
desgrudavam dos olhos castanhos que o encaravam com fascínio.

-Como você é um amor, Jungkook. -Murmurou, agora sem o encarar. -Me


traz pizza e uma algema.

-É para o seu bem, meu amor.

-Ah claro. -Ironizou. -Claro que sim.

Jungkook observou o garoto comendo a pizza com uma mão, enchendo as


bochechas que estavam coradas. Ele sabia que Jimin estava nervoso com a
sua presença, ele sempre ficava, mas agora era um nervosismo muito positivo
para o seu lado.

-Eu tenho que sair. -Disse caminhando até o loirinho, que acompanhava seus
passos como uma águia. Deixou um beijo em sua testa coberta pela franja. -Se
comporte.

Jimin queria pedir para que ele ficasse, não sabia porquê. Mas se segurou e
deixou que ele fosse.

(...)

Ele estava na sala de espera do consultório elegante de Park Twan,


esperando para ser atendido.

O lugar tinha uma imponência que irritava Jungkook profundamente. Ele


odiava ser intimidado, já que estava acostumado a sempre intimidar.

A moça da recepção não tirava os olhos de si, ela não era feia, pelo contrário,
era bem bonita. Cabelos ruivos e olhos verdes, obviamente estrangeira. Ela
não parava um segundo de sorrir e jogar os cabelos para trás do ombro,
Jungkook achou aquilo engraçado, mas seu sorriso logo morreu ao ouvir o
que a televisão que ficava ali estava noticiando.

-Você poderia aumentar o volume, por favor? -Ele pediu para a garota.
-Claro.

"E mais uma vez os assassinatos continuam com uma frequência assustadora.
Morreram essa semana dois ricos empresários, que eram filiados um ao outro. Lee
Jihoo e Kim Suk eram milhonários e jovens, a polícia já desconfia de um certo
padrão que pode indicar um Serial Killer. São sempre empresários ou homens muito
ricos.

O assassino não costuma usar armas de fogo, são sempre facas e os cortes são muito
precisos.

Tudo indica que o assassino é sádico e gosta de torturar as vítimas. Ainda não há
um retrato falado, mas a polícia já está em polvorosa em sua busca..."

-Que assustador né? -A garota disse baixinho.

Jungkook se virou para a moça ruiva que estava estranhamente ao seu lado.

-O que? Os assassinatos? -Disse quase com tédio.

-Sim. E o assassino, sabe... -Ela dizia como se contasse uma fofoca. -Eu saia
com um velho rico, amigo do Kim Suk, um desses caras que morreu. E ele me
dizia que o tal Suk era um lixo, não só corrupto como também adorava um
bordel.

-Sério? -Se fez de desentendido. -E quem é esse cara que você saia?

Jungkook tentou não demonstrar tanto interesse, mas deu sorte de a garota
ser muito tagarela.

-Min Hansol, cunhado do doutor Park. Ele vinha aqui as vezes com a esposa,
e enquanto ela entrava para falar com o irmão... bem, ele me paquerava e
combinava de me levar em algum lugar. -Ela disse, com ar sonhador. -Ele já
foi militar, absurdamente forte... que isso morra aqui, ok? A propósito, meu
nome é Jane. -Falou piscando o olho e voltando a se sentar atrás do balcão,
encarando-o enquanto mordia a caneta.
Jungkook percebeu claramente que tipo de pessoa ela era, fofoqueira,
vagabunda e burra. Mas esse era o tipo ideal para conseguir informações
úteis.

Ainda mais se tratando de alguém da família do Jimin, ele precisava saber


tudo. E claro que ele conhecia Min Hansol, pai de Min Yoongi, o primeiro
cara de Jimin... só de pensar aquilo lhe causava náuseas e uma ira
simplesmente inexplicável.

Ele finalmente havia sido chamado para ser atendido pelo Park, e não estava
muito contente com isso. Jungkook não o suportava, mas precisava manter as
aparências.

Park Twan não fazia ideia que a ficha que ele tinha de Jungkook não era nada
do que o rapaz realmente era.

A única pessoa que conhecia Jeon Jungkook de verdade era Jeon Seok, sua
mãe. Mas ela nunca diria nada, pois Jungkook já havia a assassinado uns
meses antes. E tinha sido a melhor coisa que ele já havia feito.

-Jungkook, boa tarde. -Disse Park Twan, entrando pela porta com toda
aquela imponência que irritava tanto o rapaz, e se sentando do outro lado da
mesa, em sua poltrona de couro como se fosse um rei.

Jungkook quase revirou os olhos.

-Boa Tarde, doutor. -Jungkook observava o homem mexer em alguns papéis


um tanto nervoso. -Está tudo bem?

Twan suspirou profundamente e ergueu os olhos para o mais novo. Largou


ou papéis e cruzou ou dedos em cima da mesa, o olhando seriamente.

-Não, não está tudo bem, Jungkook. -Twan olhava para ele como se buscasse
paciência, por isso respirava profundamente. -Meu filho fugiu, e algo me diz
que você sabe onde ele está.

Jungkook o encarava com aquela cara de tédio, sem se deixar abalar nem um
pouco.
-E por que o senhor acha isso? -Perguntou, irônico.

-Talvez seja porque na nossa última discussão o assunto foi você! -Ele
levantou o tom de voz. -Você invadiu nossa casa, e estava todo íntimo dele na
cozinha, agora me diga, Jungkook, onde ele está?

Jungkook continuou com a mesma expressão calma, por mais que por dentro
ele corroesse de ódio por pensar em alguém tirando Jimin dele.

-Ele não está comigo, Doutor. -Falou, controlando a fúria. -Aliás isso é uma
consulta ou um interrogatório? Eu posso te denunciar por calúnia.

Twan suspirou colocando as duas mãos no rosto, estava claramente


desesperado. Mas já não parecia mais tão certo de que Jungkook estava com o
seu filho, e isso poupava que o moreno sujasse suas mãos de sangue ali
mesmo.

-Desculpe-me, eu estou desesperado. -Disse com angústia. -Minha esposa


também. Eu...não sei mais o que fazer! Se ele escolheu fugir, o que eu poderia
fazer?

-Você deveria deixá-lo ser feliz senhor Park. -Falou simplesmente.

Twan se recompôs.

-Me desculpe, eu realmente não estou sendo nada profissional. -Ele pegou os
papéis novamente. -De onde paramos Jungkook? Na última consulta
estávamos falando da sua mãe não é mesmo?

-Isso.

-E como está sendo pra você desde que ela morreu?

-Muito difícil, eu a amava de mais senhor Park. Não sei como estou
conseguindo viver sem ela...

(...)
Quando Jungkook chegou no esconderijo, já havia anoitecido, e ele foi
diretamente para a porta do quarto do seu amor destrancado a com rapidez.
Não se aguentava de saudade.

O encontrou dormindo de costas para ele, ressonando baixinho.

A camisola branca e curta destacando seu corpo curvilíneo, as pernas


branquinhas que tiravam sua sanidade estavam unidas, ele estava deitado em
posição fetal. Tudo o que Jungkook mais queria era deitar ali com ele. Mas
por mais que ele quisesse, ele não podia, não enquanto Jimin não percebesse e
admitisse que o queria.

O garoto loiro com as feições meigas e delicadas se mexeu murmurando algo


durante o sono que Jungkook não foi capaz de entender, então se aproximou
do mesmo. Sentou em um espaço da cama e observou seu rosto perfeito, os
lábios carnudos entre abertos. Sentiu seu coração bater muito forte dentro do
peito, como sempre acontecia quando estava perto do seu amor.

Como alguém tão bom e bonito podia sofrer tanto? Pegou seu pulso livre e
delicadamente virou para cima, vendo ali várias cicatrizes de cortes, algumas
já brancas e outras bem profundas.

E pensar que ele ainda queria voltar para a casa dos pais.

Jungkook sofreu muito quando o pequeno estava internado depois de tomar


vários comprimidos para se matar, foram seis meses que mal tivera notícias
dele, então teve que se concentrar no trabalho para não enlouquecer.

Nem ele mesmo sabia explicar o porquê de amar tanto Jimin.

Talvez seja por ele ser a pessoa mais linda na qual Jungkook já pusera os
olhos, ou talvez seja por ele ser tão puro ao seu ver. Porque tudo o que
Jungkook nunca teve foi inocência e pureza, já Jimin esbanjava sem nem
mesmo notar.

O pequeno sempre tentava ser bom com as pessoas, mas se autodestruía.


Ele lembrava claramente da primeira vez que o vira pessoalmente, as roupas
pretas, os fones de ouvidos grudados na orelha, saindo da escola como se
ninguém existice. Os garotos maiores esbarrando nele, tirando sarro e
mesmo assim Jimin parecia ignorar tudo aquilo, parecia tão superior e
realmente era.

Passou a esperar ele sair todos os dias escondido, algumas vezes com aquele
baixinho de cabelos verdes que mais tarde vinha a descobrir se tratar de
Yoongi, não parava de falar com ele. Mas o mesmo ignorava, e só sorria de
vez em quando.

Ele parecia tão triste, Jungkook nunca quis tanto cuidar de alguém, na
verdade foi a primeira vez que sentiu tanta empatia por uma pessoa. Nem
seus pais ele amou, então ter sentimentos por alguém era totalmente novo e
bom ao mesmo tempo.

Certa vez foi até sua casa, ele sabia de todos os horários da família, a mãe
trabalhava na empresa junto com o irmão Min Hansol o dia inteiro, só
chegava depois das dez da noite, Twan chagava as seis e Jimin a uma da
tarde. Ele sabia que os empregados não iam às quartas, então foi lá bem cedo,
instalou muitas escutas que foram absurdamente úteis e claro foi até o quarto
do seu amor pela primeira vez de muitas.

O quarto era recheado de posters macabros de terror, e bandas de rock. A


cama era grande, e seu travesseiro tinha cheiro de morango, um cheiro doce
para uma personalidade tão amarga.

Quando Jungkook achou seu diário ele vibrou, estava na sua gaveta de
cuecas, bem embaixo.

Ali continham todos os pensamentos suicidas de Jimin e isso o preocupou,


desde então vêm planejando "sequestrar" ele, para Jungkook não era
sequestro e sim um direito, afinal ele era seu. Foi predestinado a si, nunca
sentiu nada tão forte por alguém.

Jungkook matava, desde os seus nove anos, seu pai o ensinou, já que ele era
ladrão de bancos e vivia fugindo da policia, ele tinha que saber como se
defender. Mas depois da morte dele quando tinha quatorze anos ele tivera
que voltar a viver com a sua mãe, e aí sim descobriu o que era sofrer de
verdade com a mãe prostituta e louca.

Para ela o filho era como uma mercadoria valiosa já que ele sempre foi muito
bonito. Ela o transformou em um prostituto de luxo e seu primeiro cliente
pagou uma verdadeira fortuna já que o moreno era virgem. O empresário se
apegou a ele e o tornou fixo, pagando uma verdadeira fortuna para Jeon Seok
que não precisava mais trabalhar. De filho de ladrão refugiado virou filho de
prostituta e consequentemente prostituto, não havia nada de bom em sua
vida, a única coisa que lhe dava prazer era o sofrimento alheio, a tortura e os
gritos das pessoas. Até conhecer Park Jimin e ficar totalmente obcecado.

Olhou novamente para o pequeno encolhido, ele estava inquieto, se remexia


de um lado para o outro, e Jungkook achou aquela imagem bela, até os sons
baixinhos que ele deixava escapar eram belos, os cabelos loiros grudados em
sua testa o deixando tão absurdamente sexy. Tudo o que ele fazia parecia
minuciosamente pensado para o enlouquecer mais e mais.

Quando Jimin deixou escapar um leve gemido, Jungkook o olhou perplexo.


Ele estava tendo um sonho erótico.

Se remexendo na cama, com os sons aumentando gradativamente, deitou


inconsciente de barriga para cima com as pernas abertas. O membro
claramente duro, fazendo o moreno praticamente pular em cima dele se
apoiando nas mãos e joelhos louco para o ter para si, gemendo seu nome.

O garoto parecia agoniado, se esfregando na cama, sendo observado pelos


olhos negros que não conseguia desviar o olhar, já se sentia tão excitado, e o
loirinho não estava ajudando. E nada o destruiu mais ao ouvir o som baixinho
e rouco da sua voz.

-Jungkook..Uhnmm...Por favor Jungkook...-Ele gemera ainda inconsciente.

Aquilo foi o seu fim.

Jungkook fechou os olhos e mordeu os lábios se segurando para não cometer


um crime ao foder o Park com todo o seu desejo acumulado. Encostou sua
testa à dele e segurou suas coxas com força, tentando ter um pouco de
autocontrole.

Não resistiu e enfiou o rosto no pescoço cheiroso, mordendo ali com o


máximo de delicadeza, deslizou a mão pelas coxas fartas apreciando cada
pedaço de pele como uma escultura, e quando chegou na virilha ouviu um
murmuro mais alto do garoto que pareceu acordar.

-Jungkook? O..o que está fazendo m-me solta...-A voz do Park saira mais com
gemido do que qualquer outra coisa e Jungkook sabia que ele queria.

-Eu não vou fazer nada que você não queira bebê...nunca. Eu posso ser um
lixo com qualquer pessoa menos com você! -Ele dissera olhando nos olhos
castanhos brilhantes do seu menino, e segurou seu membro necessitado,
vendo o morder os lábios carnudos para se controlar. -Eu te amo.

-V...você é um mentiroso Jungkook...muito mentiroso...-Quando o maior


passou a subir e descer a mão por seu membro melado, o pequeno virou uma
confusão de gemidos.

-Eu nunca minto, Park. Só para conseguir o que eu quero, por isso eu menti
para você. Eu nunca quis tanto algo na minha vida.

-Isso me faz mal...eu odeio esse lugar. É frio e escuro, e você me trancafiou
aqui, como tem coragem de dizer que me ama?

Jungkook parou os movimentos e olhou no fundo dos olhos, não resistiu a


dar um beijo nos lábios rosados.

-Meu plano sempre foi te tirar daqui, se você colaborar comigo e concordar
com tudo o que eu disser, mas você é tão cabeça dura Park Jimin, nem mesmo
consegue admitir que me deseja.

-Mas eu não te desejo. -Jimin falou rapidamente.

Jungkook sorriu ladino o olhando de cima, os rostos quase colados.


-Não? Então o que é isso? -Segurou o membro duro e sensível do loiro
novamente que suspirou em deleite.

Passou a masturbar com toda a velocidade vendo o menor se contorcer de um


jeito lindo, com direito a gemidos melodiosos rapidamente gozando em sua
mão.

-O que é isso Park? -Perguntou para Jimin que se encontrava completamente


ofegante.

Lambeu todo o gozo do seu menino da sua mão, olhando maliciosamente para
ele, que o fitava com a mesma intensidade, com as bochechas totalmente
vermelhas. Mas não conseguiu desviar os olhos.

-E-Eu não sei o que sinto por você Jungkook. -Falou saindo de baixo do
corpo do maior se sentando ao seu lado. -Mas você me prende aqui e depois
diz que me ama, desculpa mas isso é doentio.

Jungkook ainda o olhava pacificamente.

-O que importa é o que eu sinto por você e eu sei que você está sentindo por
mim, você não vai ficar aqui muito tempo, mas eu preciso de você e te quero
ao meu lado. -Segurou as mãos gordinhas. -Eu posso te dar uma vida de rei.
Ou quer voltar para a sua família chata e para sua escola com todos aqueles
garotos babacas?

-Eu quero ser dono da minha própria vida. -Cruzou os braços nervoso com
seus sentimentos, ele não queria voltar pra casa.

-Então venha comigo, venha se vingar do mundo e ter tudo o que quer
Jimin, é só vir comigo!

Jimin olhou para o seu pulso todo marcado, e logo em seguida para o pulso
preso.

-O que adianta trocar meu passado e as minhas marcas por algemas? -


Sussurrou.
Jungkook se levantou, pegou a chave no bolso e destrancou a algema. Jimin o
olhava com brilho nos olhos.

-Você é meu Jimin. -Falou baixinho, beijando as marcas de gilete em seu


pulso com devoção. -Nunca mais faça isso.

-Eu não sou seu. -Jimin sussurrou, mas nem mesmo ele acreditava em suas
palavras, pois já estava entregue novamente, quando Jungkook foi subindo os
beijos por seu braço.

-Você é meu, assim como eu sou seu.

E tudo o que ele fez foi concordar com a cabeça várias vezes, e finalmente
admitindo para si mesmo que não só precisava como queria aquilo, por mais
estranho que fosse querer tanto ficar com alguém obsessivo como ele.

Subiu no colo do Jeon que o olhou surpreso.

-Então me faça seu.

CAPITULO 5 – Se Entregando

Jimin era louco não era? Devia ser.

Afinal já tentou se matar e já foi internado, então essa devia ser a explicação
por não querer ir pra casa e sim ficar ali com Jungkook.

Como isso foi acontecer? Ele não sabia, mas jamais havia se sentido daquela
forma com alguém e queria ter aquela sensação inexplicável pra sempre.
Jimin estava mal a tanto tempo que havia se esquecido do que era se sentir
bem. E mesmo que estivesse em um quarto minúsculo e sem ventilação
sentia-se incrível como nunca antes.

Era doentio? Podia até ser, mas não ligava mais.

Estava sentado no colo do moreno, recebendo beijos em todo o seu pescoço.


Nada poderia ser melhor do que aquilo, e ele não sentiria mais culpa por se
sentir tão bem. Não mesmo.

-Eu te quero tanto, meu amor. -Jungkook sussurrou com a boca rente ao
pescoço cheiroso de Jimin. -Mas precisamos esclarecer as coisas.

Por mais que Jimin quisesse continuar, ele sabia que eles precisavam muito
conversar. Jungkook deu um beijo estalado nos lábios carnudos e o tirou de
seu colo, com muita dificuldade.

-Jungkook, eu preciso saber o que você faz, mas antes de tudo preciso saber o
porquê me sequestrou.

Jungkook suspirou e segurou as mãozinhas do seu garoto, amando a sensação


de segurá-las. Olhou em seus olhos castanhos sempre tão curiosos, jamais
cansaria de olhar em seus olhos.

-Eu venho te observando a mais ou menos um ano. A primeira vez que eu te


vi foi em uma das fotos do consultório do seu pai e... alguma coisa em você
me fascinou, me deixou louco. É inexplicável o que eu senti e ainda sinto com
toda essa intensidade.

Jimin o fitou, completamente embasbacado.

-Naquele mesmo dia eu tratei de saber tudo relacionado a você. -Jimin ouvia
tudo bastante chocado. Os olhinhos estavam arregalados, ouvindo
atentamente tudo o que ele dizia. -Jimin, eu te segui durante todo esse tempo
porque eu nunca me senti assim por mais ninguém, eu te amo de uma forma
que... me deixa fora de controle, meu peito arde, meu coração se transforma.
Eu te amo demais. Essa é a única certeza que eu tenho.
Jimin ficou alguns segundos paralisado, sem saber o que pensar, ou no que
dizer. Porque não esperava nada disso.

-Eu não sei o que dizer... eu só preciso pensar sobre isso. -Disse baixinho,
completamente desnorteado. -E... qual é o seu trabalho?

-Eu mato pessoas. -Falou com propriedade, sem hesitar, olhando fixamente
nos olhos do menor.

Jimin ficou pálido no mesmo momento.

Se levantou sentindo-se tonto sob o olhar negro do moreno e foi para o outro
lado do quarto com as duas mãos na boca, em puro choque.

As mãos suavam e o coração batia forte. Jimin sentia a adrenalina louca


correndo em suas veias.

-C-Como? Você ganha a vida matando pessoas? Mas...como?

Jungkook ficou com vontade de levantar e abraçar o seu menino, mas achou
melhor se manter afastado por enquanto.

-Sou um assassino de aluguel. Eu mato ricassos, gente muito influente. -Disse


tudo olhando em seus olhos ainda chocados, porém curiosos. -E
eu adoro tanto o meu trabalho Jimin. Eu ganhei e ganho muito dinheiro com
ele.

Jimin respirava pesado e sentia um tremor correr por todo o seu corpo.

-Como você consegue tirar vidas e dizer essas coisas ainda por cima? Meu
Deus, você é um assassino! -Jimin estava quase tendo um colapso. -Você é
doente.

-Jimin...

O loiro se sentia estranho, porque não sentia um pingo de medo.


-Não sei o que é pior. Se é o fato de você matar pessoas e gostar disso, ou se
sou eu... idiota, burro ou louco que mesmo sabendo disso ainda quero ficar com
você! -Sentou se no chão chocado consigo mesmo, sentindo a culpa de ser tão
doente quanto Jungkook e amar a sensação. -Porque eu sou assim? Porque eu
sinto isso por você?

Jungkook se sentou ao lado de Jimin e olhou em seus olhos marejados.

-O que você sente meu amor? -Perguntou paciente.

Jimin segurou a mão de Jungkook e guiou-a até o lado esquerdo de seu peito,
encarando os olhos negros com tanta intensidade com a qual era encarado
por ele.

-Isso. -Disse em um sussurro rouco, sentindo o próprio coração batendo forte


nas mãos do moreno. -Meu coração fica assim toda a vez que você se
aproxima. Eu definitivamente gosto de você Jungkook.

Nada preparou o coração de Jungkook para aquilo, ter o amor da sua vida se
declarando para si era realmente a melhor sensação que já sentiu desde que
veio a este mundo. Seu coração disparou ainda mais dentro do peito, as
famosas borboletas no estômago fizeram com que puxasse Park Jimin para o
seu colo.

Beijou com desespero a boca do seu amor.

Jimin retribuiu da mesma maneira. Já havia desistido de tentar entender seus


sentimentos confusos. Preferiu se entregar as sensações de estar sentado no
colo daquele homem maravilhoso, sendo apertado em todas as partes do seu
corpo, sentindo sua boca sendo devorada pelo moreno como se ele fosse seu
doce favorito.

A boca de Jimin tentava acompanhar a de Jungkook, e até conseguia, mas o


moreno era tão dominante que Jimin se deixava ser controlado, e era tão bom
que ele amava ser dominado.

Os dois jovens pareciam se fundir no chão, de tanto que se apertavam, se


pudessem resumir aquela cena em uma palavra, seria química.
Porém, ia muito além disso, ambos eram problemáticos, cada um à sua forma,
mas encontraram um no outro uma forma de se sentirem bem e isso não
queria dizer que não era amor. Era só a forma deles de amar.

-Eu te digo que mato pessoas e você se declara? -Sussurrou mordendo o


lóbulo da orelha bonita do Park, sentindo o mesmo arrepiar. -Eu te disse que
pertencemos um ao outro, meu amor.

Jimin sorriu jogando sua cabeça para trás em meio aos beijos que Jungkook
dava em seu pomo de Adão.

-Que frase brega Kookie... seja mais original...

-Kookie? Já está me apelidando amor? Mas você não tinha nojo de mim? -
Declarou sorrindo enquanto lhe beijava toda a extensão do seu pescoço, coisa
que já descobriu ser o ponto fraco do loiro. Levou os lábios até a orelha
pequena. -Eu não sou doente? Assassino...louco?

-Você é tudo isso, mas eu gosto. -Admitiu vendo o sorriso no rosto perfeito
de Jungkook. -E quem em sã consciência teria nojo de você? Eu posso ser
louco, mas não sou idiota.

Jungkook gargalhou se levantando do chão segurando firmemente Jimin no


colo.

O pequeno que nunca tinha escutado sua risada antes, se viu completamente
apaixonado por ela.

O maior jogou Jimin com tudo em cima da cama, o loiro caiu de costas e de
pernas abertas. Olhou-o maliciosamente e abriu ainda mais as pernas em um
claro convite ao moreno, que fitava com muita luxúria aquela cena.

Jimin estava desesperado para transar com ele. Olhava o moreno em pé


encarando a si como se quisesse gravar aquela imagem para sempre, era
muito excitante a forma que ele lhe olhava.

-Eu quero tanto me enterrar em você bebê, e te foder do jeito que eu sempre
quis...
-Pelo amor de Deus Jungkook...-O Park se arrastou até a ponta da cama indo
em direção ao maior, agarrando sua camiseta preta e cheirosa puxando-o até
os rostos estarem próximos. -Me come... se você não fizer isso agora, eu vou
enlouquecer!

Jungkook tacou o foda-se e agarrou com força a cintura do loiro, chocando os


dois corpos sedentos. Beijou com desespero a boca carnuda dona dos seus
pensamentos mais obscuros e pervertidos, enfiando a língua entre os lábios,
sentindo a maciez dos mesmos, enquanto descia as mãos para as nádegas
fartas.

Jimin empinou a bunda nas mãos do moreno de forma inconsciente e o maior


se aproveitou disso apertando com ainda mais força, dando um tapa estalado
em seguida.

Arrancou a camisola do seu garoto, olhando com devoção toda a pele


imaculada. Colocou os dedos na barra da cuequinha branca e a desceu
devagar, olhando com muito tesão para o rosto nervoso e corado de Jimin.
Ambos estavam com pressa, mas Jungkook estava muito mais.

Jimin ficou totalmente nu. Seu pau duro, gotejando e necessitado.

Sentiu seu corpo ser empurrado para se deitar na cama de barriga para cima.
Se arrepiou todo em expectativa ao ver Jungkook finalmente tirando a camisa
revelando seu abdômen definido, os músculos dos braços deixando o Park
ainda mais excitado.

Mas o que realmente chamou a atenção do menor foi uma tatuagem de anjo
que ele tinha no meio das costelas indo até as costas. Nunca havia visto uma
tatuagem tão intrigante e bonita como aquela, era um anjo com asas negras,
ele parecia cair, e suas penas estavam perdidas, salpicadas na pele.

Ficou completamente fascinado.

-É um anjo caído. -Jungkook explicou, como se lesse os seus pensamentos. -


Gostou?
Jimin assentiu mordendo os lábios ao ver o moreno tirar as calças jeans,
relevando as coxas musculosas, ficando somente com uma boxer preta que
abrigava um grande volume.

-É linda... -Sussurrou, completamente excitado.

Jungkook engatinhou como um tigre atrás de sua presa na cama, até onde
Jimin estava, ficando em cima de seu corpo nu. Pairando em cima dele, como
o predador que era.

-Você é que é lindo, amor... -Abaixou a cabeça beijando seus lábios, se


segurando em uma mão, a outra mão passeava pela barriguinha lisa toda
arrepiada. Parou de beijar os lábios e desceu para o maxilar e em seguida para
o pescoço, beijando com certa violência sentindo Jimin estremecer. Passou a
língua e chupou forte seu pescoço, deixando marcas de chupões em toda a
pele, sentindo orgulho de vê-las ali.

Jimin já estava inquieto embaixo de si, enroscando as pernas grossas ao redor


de sua cintura, tentando ter o máximo de contato possível. Mas o pequeno
não resistiu ao gemer roucamente quando sentir os lábios quentinhos e
molhados de Jungkook em um de seus mamilos.

Ele passou a língua no botãozinho rosado logo chupando e em seguida


mordendo de leve, fazendo Jimin revirar os olhos embaixo de si. Passou para
o outro mamilo repetindo o mesmo processo, mas mordendo com um pouco
mais de força, fazendo Jimin praticamente gozar com a sensação de dor.

Jungkook já havia notado que Jimin gostava de dor durante o sexo, talvez
nem mesmo o Park soubesse disso ainda, e ele ficou muito feliz por lhe
mostrar.

-Eu quero te chupar Jungkook-ah... por favor!

-Primeiro sou eu amor...

O moreno desceu os beijos e mordidas por toda a barriga do loiro até chegar
em sua virilha. Segurou com devoção o pau do seu amor, ele pulsava e era
rosado, como todo o corpo do loirinho. Passou a língua na cabecinha inchada
e enfiou na boca, fitando o Park que aparentava desespero, se apoiando nos
cotovelos para ver a cena.

-Awnn Kookie...

Jungkook desistiu de torturar o seu menino e enfiou toda a extensão na boca


de uma só vez, ouvindo o gemido mais alto que Jimin já dera até agora.

Jimin estocava dentro da boca quente de Jungkook. Segurou os lençóis com


tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos. Largou os lençóis quando o
moreno aumentou a velocidade e segurou nos cabelos lisos e pretos com
força, revirando os olhos com tamanho prazer que estava sentindo.

Ousou olhar para o moreno novamente e viu com o quanto de prazer ele lhe
chupava, como se estivesse amando o seu sabor. Quando os olhares se
encontraram Jungkook gemeu com o membro ainda dentro da sua boca
mandando vibrações para o pau do seu amor que já estava prestes a gozar.

Quando Jungkook percebeu que Jimin iria gozar, de tanto que gemia e se
contorcia, largou o membro lambuzado fazendo um barulho molhado. Subiu
novamente no menino afoito, até seus rostos estarem próximos.

-Eu quero você de quatro pra mim, agora! -Ordenou.

Jimin ficou absurdamente feliz em obedecer e se virou de bruços ficando da


forma que ele queria, totalmente exposto, se apoiando nas mãos e joelhos.

Olhou por cima do ombro vendo Jungkook tirando a cueca preta, libertando
seu membro enorme, fazendo a entrada do Park piscar em expectativa.

-Agora eu quero que você lamba seus dedinhos e enfie bem devagar. Eu
quero observar você se dando prazer, meu amor...

Jimin sentiu as bochechas quentes, mas obedeceu colocando o dedo indicador


na boca chupando e olhando para Jungkook que se masturbava olhando para
si atentamente.
O pequeno ficou tão quente que enfiou o dedo molhado de uma só vez,
sentindo muita dor com a invasão. Gemeu baixinho olhando nos olhos
escuros de Jungkook que já se aproximava, aumentando a velocidade da mão
em seu próprio membro.

Depois que a dor se foi, Jimin enfiou um segundo dedo, sentindo um


desconforto prazeroso que logo se transformou no mais puro prazer. Então
passou a se estocar rapidamente, gemendo e olhando nos olhos de Jungkook
que já estava próximo a ele segurando suas nádegas. O moreno olhava
atentamente para a entradinha recebendo tão bem os dedos pequenos do seu
garoto.

Jungkook afastou as mãozinhas do loiro da entrada pouco dilatada e sorriu ao


ver a mesma piscar em busca de algo maior.

-Você é tão perfeito bebê... -Disse dando um tapa estalado na bunda


empinada. -Perfeito...

Jimin se arrepiou em deleite ao sentir outro tapa, e mais outro. Até que
depois de vários tapas doloridos e prazerosos sentiu o membro grande e
grosso lhe penetrar com tudo e a seco fazendo Jimin gemer dolorosamente,
ao mesmo tempo amando a sensação de ser preenchido.

Jungkook era enorme, por isso Jimin sentiu muita dor na hora, mas estava
amando tanto...

O maior ficou paralisado dentro do pequeno, respirando pesadamente em sua


orelha, esperando-o se acostumar com a invasão.

Jungkook estava se controlando ao máximo para não ir com tudo.

Jimin era tão gostoso e tão fodidamente apertado que o fazia ter vontade de o
estocar com tudo pra liberar seu prazer de uma vez, mas ele queria prolongar
aquele ao máximo aquele momento. Afinal era Jimin ali, o amor da sua vida!

Quantas milhões de vezes não imaginou e desejou esse momento? E estava


finalmente acontecendo, como a realização de um sonho.
-Pode ir Kookie. -O loirinho sussurrou.

Jungkook não esperou nem meio segundo para sair e entrar com tudo no
buraquinho apertado, urrando de prazer. Ele apertou as bandas e abriu o
máximo possível para vez a cena do seu pau entrando e saindo da entradinha
do seu amor, literalmente o fodendo. Revirou os olhos e gemeu com a
sensação de estar dentro do seu interior quente, estocando várias vezes sem
parar se sentindo no paraíso.

O corpo pequeno do loiro ia para frente e para trás, Jungkook agarrava suas
nádegas, as abria logo em seguida dava tapas fortes fazendo o loiro gemer de
forma afeminada, mandando arrepios prazerosos para Jungkook.

Jimin sentiu o moreno agarrar seus cabelos loiros com força e puxar pra trás,
mudando as posições. Jungkook estava sentado sobre os joelhos, com o Park
sentado em seu colo com as costas coladas em seu peitoral, fazendo seu
membro ir ainda mais fundo dentro do seu menino, gemeu roucamente rente
a sua orelhinha furada.

-De quem é essa bunda Park? Uhn? A quem ela pertence? -Sussurrou.

Puxou novamente os cabelos loiros e suados, fazendo o tombar a cabeça em


seu ombro, já sem forças e aos gemidos destruídos. Apertou a bunda farta
com força, enquanto ela subia e descia sobre seu pau duro.

-V...você...-Sussurrou baixinho.

Jungkook estava tão louco por esse garoto... precisava ouvir com mais
clareza.

-Eu não ouvi direito, amor. A quem você pertence? Quem manda aqui? -Disse
gemendo e dando lhe dando um tapa na bunda toda vermelha.

-A você! Eu pertenço a você Jungkook-ah...

Jimin gemeu totalmente destruído e rouco quando o moreno passou a lhe


estocar rápido novamente, a cabeça jogada sobre o ombro forte do maior. Ele
estava totalmente entregue.
Jimin passou a se contorcer violentamente no colo do outro, sentindo que o
paraíso estava próximo, e quanto mais perto ele chegava de gozar, mais
rápido e forte o pau de Jungkook entrava e saia de dentro de si.

Jungkook segurou o membro necessitado de Jimin e passou o dedo em sua


glande molhada, logo em seguida a mão grande e quente subindo e descendo
enquanto o estocava no mesmo ritmo.

Jimin sentiu sua mente nublar enquanto o prazer dominava cada parte de seu
pequeno corpo quando sentiu seu ponto doce ser atingido três vezes seguidas,
e todas as sensações foram mágicas. Jimin se contorceu gemendo
escandalosamente, sujando a mão de Jungkook com sua porra ao mesmo
tempo que sua entrada se contraia e apertava ainda mais o membro do maior,
que lhe estocava ensandecido.

Caiu totalmente exausto sobre Jungkook, suado e sujo com o próprio sêmen.
Mas o moreno ainda o estocava com rapidez, sua respiração extremamente
pesada em seu pescoço. Empurrou o menor com tudo de bruços na cama e
penetrou com violência, fazendo a cabeça do mesmo bater na cabeceira da
cama.

Os sons eróticos dos corpos se chocando preenchiam o quarto. Jungkook


mordeu o pescoço do seu amor quando o seu orgasmo veio forte e intenso.
Soltando um gemido gutural quando encheu o seu garoto com a sua porra,
sem parar de estocar até finalmente se sentir satisfeito e desabar em cima
dele.

Ficaram alguns segundos parados, acalmando as respirações até Jungkook


perceber que ia esmagar o seu menino, então saiu de dentro dele, ouvindo um
gemidinho do mesmo que continuava de bruços.

O líquido branco escorrendo da entrada judiada do menor só fez com que


Jungkook tivesse mais vontade de repetir tudo aquilo o mais rápido possível.

Passou os dedos por ali, espalhando seu desejo e ouvindo um murmuro rouco.

-De novo Kookie...? Você não fica cansado não? Me deixa descansar um
pouco...
O maior sorriu tirando a mão dali e puxou o pequeno para se deitar em seu
peito.

Os corpos encaixados como se fossem um, os corações batendo forte, as mãos


agora unidas e as pernas entrelaçadas. Tudo como devia ser.

-Quer tomar um banho? -Perguntou fazendo carinho nas costas nuas do


pequeno.

-Eu quero, mas depois eu quero sair daqui e quero meu celular! -Falou
manhoso no pescoço do moreno.

-Jimin olha pra mim. -Segurou o queixo dele fazendo-o olhar em seus olhos. -
Nós vamos sair, mas eu preciso confiar em você antes de devolver seu celular.
Na minha vida tudo é um risco e eu preciso ter plena confiança de que você
não vai me entregar ou estragar meus planos, qualquer deslize eu posso ser
preso ou morto, você entende?

Jimin entendia, mas mesmo assim ficou irritado, ele queria seu celular
desesperadamente.

-Tá, mas eu queria poder ouvir música. -Virou se de costas para ele.

Jungkook suspirou agarrando sua cintura o puxando para mais perto, dando
um beijo na sua nuca, inalando seu cheirinho delicioso.

-Eu posso dar um jeito nisso, mas essa madrugada nós vamos sair daqui e ir
para outra cidade, ok?

-Que cidade? -Ele se virou novamente para Jungkook. Agora estava curioso.

-Não posso falar ainda, mas não dá pra ficar mais aqui, Seul é muito visada e
seu pai vai acabar te encontrando.

Jimin arregalou os olhos.


-Eu queria poder falar com os meu pais, só pra falar que eu estou bem...-Falou
baixinho olhando nos olhos do moreno, enquanto passeava um dedo em seu
peitoral, arrepiando o local. -Nem que fosse só a minha mãe.

-Ainda não é uma boa ideia, quando estivermos longe eu prometo que deixo.

-Mas por que quer ir para outra cidade?

Jungkook suspirou se sentando na cama.

-Além dos seus pais e tios estarem atrás de você, eu tenho um trabalho
importante nessa outra cidade.

Jimin sentiu medo, mas o seu interesse era ainda maior.

-V-Você vai matar alguém?

Jungkook o olhou nos olhos com um leve sorriso.

-Algo assim.

Jimin ficou paralisado olhando para o nada, mas Jungkook não lhe deixou
pensar muito. Pegou o louro de surpresa no colo.

-Agora vamos tomar um banho pra sair daqui meu amor.

Jimin deu um gritinho acompanhado de uma risada sincera. Era a primeira


vez que ria em anos.

Jungkook o levou até o minúsculo banheiro e entrou com ele aos beijos
novamente, ambos se agarrando fortemente um ao outro.

E Jimin se sentia feliz de verdade, como nunca antes se sentiu em toda a sua
vida.

CAPITULO 6 – A Estrada
Estavam na estrada escura e sinistra já faziam duas horas. Sairam a
meia noite, porque era menos risco de reconhecerem seus rostos.

Jimin estava extremamente irritado por ter sido colocado no banco de trás.

Ambos haviam combinado de que ele poderia ir na frente se prometesse ser


discreto, porém o garoto chamava muita atenção por ter o rosto angelical e
ser pequeno, deixando óbvio que era menor de idade. Não era uma coisa
muito boa sendo que seus pais movimentaram a cidade inteira para achar
Jimin, então a polícia estava em alerta.

Era tanto estresse, ele odiava ser tratado como uma criança pelos seus pais,
imagina então por Jungkook. Aquilo era humilhante, ele estava revoltado.

Na escola, Jimin era altamente zoado por ser pequeno, muitas vezes menor do
que as próprias garotas. Mas depois de um tempo ele aprendeu a filtrar e
ignorar a encheção de saco, seus fones de ouvido sempre foram muito
melhores do que aqueles idiotas mesmo.

Algo que sempre o intrigou profundamente, é o fato de nunca pegarem


pesado com seu primo na escola. As pessoas o ignoravam também, mas nunca
o provocavam ou esbarravam para o fazer derrubar os livros no chão como
faziam consigo. E ele também era baixinho. Yoongi até já foi menor que ele
uma época.

Aqueles alunos ridículos o ignoravam sim, mas porque Yoongi os ignorava


primeiro. Então Jimin passou a fazer o mesmo e as coisas ficaram um pouco
melhores.

Quando ele andava com o primo, ninguém se metia com ele, por isso não saia
do lado do mesmo.

Yoongi era muito bom pra ele, mas só com ele e com as pessoas que ele
gostava muito, ele sempre dizia a Jimin que o amava muito mais do que como
primo e por mais tagarela que ele fosse, Jimin sentia saudades.
-No que você tanto pensa? -Ouviu a voz suave de Jungkook, ele ficava tão
sexy dirigindo daquela forma.

-Em nada. -Suspirou irritado com a cabeça recostada no vidro da janela,


vendo as paisagens escuras passarem rapidamente.

Jungkook olhou pelo retrovisor, a imagem do pequeno enrolado em um


cobertor como uma bolinha loira, sendo tão absurdamente fofo. Mas não
poderia falar jamais isso para ele. Havia descoberto que Jimin tem horror a
ser chamado de pequeno ou fofo, o que só o deixava aínda mais fofo.

Pensamentos estranhos para alguém que tem prazer em esfaquear pessoas


não é mesmo?

-Do que você está rindo? -O loiro perguntou, irritado.

Jungkook o olhava através do espelho, com um sorrisinho nos lábios, e ele


sabia que Jimin estava de mal humor.

-Durma Jimin, nós temos uma longa madrugada de viagem, e uma tarde
inteira também.

O loiro bufou cruzando os braços.

-Eu acho bom você não estar rindo de mim. Eu suporto isso de qualquer um
mas de você não! -Disse sério sem olhar para o outro.

-Jimin, eu não estou rindo de você meu amor, só quero que você durma.

-Eu não quero dormir, estou sem sono. -Disse manhoso.

Jungkook suspirou apertando o volante.

-Ok, não durma mas pare com o estresse, não tem motivos para você ficar tão
irritado. Eu te soltei não soltei?
-Soltou mas continua me tratando como prisioneiro. Por que eu sou obrigado
a ficar aqui atrás? Você está me tratando como criança e eu odeio isso. Eu
tenho complexo com essas coisas, já tenho quase dezessete anos!

-Ei, não fica assim, meu amor. -Jungkook ficou com vontade de parar o carro
só pra ir agarrar aquele garoto fazendo bico no banco de trás, mas sabia que
era arriscado, eles tinham que sair de Seul antes das seis da manhã, no
mínimo. -Eu não te acho criança, só que o seu rosto está em toda a cidade,
você está famoso sabia? Sua família está louca atrás de você. A nossa viagem
já é perigosa, e se te reconhecerem já era.

Jimin concordou com a cabeça se sentindo mais seguro de que o moreno não
o achava infantil, e tentou dormir como ele tinha sugerido.

Jungkook dirigiu a noite inteira, observando seu garoto vez ou outra,


completamente fascinado por sua beleza. A franja loira estava um pouco
grande, quase cobrindo os olhos, a cabeça encostada na janela, os olhinhos
fechados e a boca abertinha. Era a sua perdição, definitivamente.

Eles tinham que ir para Busan e não tinha como ir de avião já que Jimin
estava sem os documentos e o seu rosto com o cartaz "Desaparecido" estava
por todo o lugar. Em Busan Jungkook conseguiria documentos falsos e então
estariam livres até Jimin ser maior de idade.

Parou o carro quando estavam se aproximando de um posto de gasolina


praticamente deserto. Ele precisava estacionar um pouco longe, já que o
posto era cheio de câmeras, mas tinha receio de deixar Jimin sozinho por ali.
Olhou para trás e viu o garoto despertando, coçando os olhinhos ainda
sonolento.

-Por que você parou? -Sua voz estava rouca e excitante na visão de Jungkook.

-Eu preciso abastecer, meu amor. Mas se eu for até lá de carro vão te ver
pelas câmeras. Então você vai ficar aqui enquanto eu busco a gasolina ok? -
Falou enquanto pegava um galão na parte de trás de seu banco.

Jimin afirmou com a cabeça enquanto bocejava.


-Você sabe atirar, bebê? -Perguntou sério, olhando em seus olhos castanhos.

O pequeno arregalou os olhos e negou.

-Então tem que aprender. -Segurou sua mão quentinha, entrelaçando seus
dedos longos aos curtos do menor. -Eu vou rápido, mas se acontecer alguma
coisa grita e me chama, esse lugar é meio perigoso.

Jimin estremeceu e concordou com a cabeça novamente. Recebeu um selinho


de Jungkook e observou o mesmo sair, batendo a porta do seu carro.

O moreno foi se afastando até sumir de vista deixando o garoto com medo.

Ele evitava olhar para janela porque tinha medo do mato a noite, por mais
que amasse filmes de terror, o escuro dava medo.

Olhou no relógio do carro, eram 3:01, estremeceu de medo. Ele odiava esse
horário, já que era um pouco supersticioso e achava ser a hora do demônio,
mas sabia que devia era ter mais medo dos humanos.

Ele ficava impressionado com Jungkook, ele parecia não ter medo de nada, foi
andando no escuro como se não tivesse medo nenhum da estrada totalmente
escura e sinistra aquela hora da madrugada, queria que ele voltasse logo.

Não queria admitir mas estava nervoso porque o vento foi ficando cada vez
mais forte e ele podia jurar que ouviu alguma coisa se aproximando, já faziam
dez minutos e nada do moreno. Queria ter pelo menos seu celular para se
distrair e ouvir músicas, mas nem isso ele tinha.

Finalmente viu uma silhueta se aproximando no meio da neblina e se sentiu


aliviado quando viu que era Jungkook. Nem havia notado que o seu coração
estava quase saindo do peito.

O moreno posicionou o galão e encheu o tanque de gasolina, fechou o objeto


vazio e entrou no carro, trazendo consigo seu cheiro que Jimin achava
viciante.
-Por que você demorou? -Perguntou o menor se sentindo melhor quando o
carro voltou a estar em movimento.

-Não demorei, eu fui super rápido Jimin.

-Demorou sim, esse lugar me dá arrepios.

Jungkook soltou um riso.

-Não precisa ter medo, amor. Logo já está clareando.

Jimin ficou em silêncio e voltou a deitar a cabeça no vidro do carro fechando


o olhos e se cobrindo até os ombros, tentando voltar a dormir mas sem
sucesso.

-Por que você perguntou se eu sei atirar?

Jungkook o olhou pelo espelho retrovisor.

-Porque você precisa de uma arma, mas pra isso precisa saber atirar antes.

Jimin ficou repentinamente animado com a ideia de ganhar uma arma.

-Sério? Você vai me dar uma arma?

O moreno sorriu para ele, daquele jeito que só ele fazia.

-Sim, mas eu preciso ter plena confiança em você antes meu amor. Vai que
você me mata, seria um disperdicio não é? -Falou irônico, com seu sorriso de
coelho.

Jimin bufou voltando a ficar de mal humor.

-Vai ficar até quando com essa putaria Jungkook?

-Que putaria, bebê? -O moreno não se aguentava de vontade de rir do


baixinho nervoso.
-A de não confiar em mim. Que droga! Nós transamos ontem esqueceu?

Jungkook tirou os olhos negros da estrada novamente para olhar para Jimin,
o olhar cheio de desejo.

-Como eu poderia esquecer?

Jimin corou levemente se lembrando de tudo com vergonha, mas com


vontade de repetir.

-E... isso não quer dizer nada?

O maior apertou o volante e voltou os olhos para a estrada, desnorteado.

-Quer dizer tudo.

Jimin era péssimo quando se tratava de sentimentos, nunca sabia dos


próprios quem dirá saber o das outras pessoas. Nunca sabia o que as palavras
que os outros lhe dirigiam significavam, mas ali ele soube, por algum motivo
ele soube.

-Você me sequestrou porque sabia que eu queria, né? No fundo eu sempre


quis fugir da minha casa, da minha vida! -Ele parou chocado com a sua
descoberta. -Como você sabe tanto de mim? Só me seguir não revelaria tanta
coisa...

-Não é hora pra essa conversa meu amor. Mas eu prometo que um dia eu te
conto.

Passaram o resto da noite em silêncio, até o sol aparecer.

Ele estacionou o carro em frente a uma loja de conveniências, mas Jimin teria
que ficar no carro de novo por causa das câmeras.
-Quer comer alguma coisa?

-Sim, qualquer coisa. -Sussurou sentindo o estômago roncar.


O moreno saiu do carro novamente e entrou na loja deixando o loiro muito
pensativo pra trás.

Jungkook era um enigma. Ele era estranho, obsessivo, louco, lindo, gostoso,
cheiroso e absurdamente carinhoso consigo.

Já faziam uns bons dias que estava com ele e já se sentia apaixonado. E até
saber que ele era um assassino o fazia sentir se mais atraído, isso era tão
bizarro. Não era certo estar com ele, mas desde quando o certo era o que
Jimin queria?

Ele seria normal se aproveitasse a oportunidade de fugir agora mesmo, afinal


ele não estava preso. Mas não conseguia.

Jimin queria essa aventura, e sabia que vinha muita coisa pela frente. Nunca
teve medo de morrer, ele podia ter medo de muitas coisas, mas não da morte,
e sabia que estando ao lado de Jungkook corria certos riscos. Mas se sentia
vivo finalmente, por mais inusitada que fosse a situação. Jungkook era um
enigma que definitivamente o loiro queria decifrar.

Quando Jungkook voltou cheio de sacolas para o carro, notou o quanto o


Park estava sonolento. Então entregou para ele uma sacola quando escutou o
ronco do seu estômago.

-Come tudo amor, não sei quando poderemos parar de novo.

-Quando tempo de viajem ainda? -O loiro perguntou abrindo as sacolas,


suspirando em deleite. -Croassaints? Não acredito que comprou isso. Você
sabia que eu amo esse negócio? É o que eu mais gosto no café da manhã!

Jungkook sabia, ele sabia tudo sobre Park Jimin.

-Nós chegamos hoje a tarde, você vai amar a minha casa Park. Sabia que sou
tão rico quanto você?

Jungkook deu partida no carro sorrindo ao ver o Park devorar tudo aquilo
como se não houvesse amanhã, nem dando bola para o que ele falara. Jimin
parecia faminto, mal terminava um e já estava comendo outro, tomando o
café para acompanhar.

-Tem de chocolate também? -Ele disse com um sorriso radiante mordendo o


doce, se deliciando. -Santo Deus Jungkook eu te amo!

Jungkook paralisou por um momento. Ele sabia que o seu amor estava
brincando, mas o ouvir dizendo aquelas palavras foi um tanto quanto
devastador. Disfarçou o máximo possível o quanto aquilo o afetou e
continuou dirigindo, mas seu peito parecia explodir de tanto que seu coração
batia.

(...)

Chegaram às oito da noite em Busan e foram direto para casa de Jungkook.

Jimin ficou absolutamente chocado com o tamanho da casa de praia do


moreno, ele não esperava por isso. O clima dali estava bem melhor também,
diferente de Seul que estava mais frio e chuvoso.

-Essa é a sua casa? Mas você não é pobre?

Jungkook gargalhou enquanto agarrava o menor por trás, encaixando seus


corpos. Enfiou o rosto em seu pescoço, inalando com prazer o seu cheiro.

-Eu falei pra você hoje de manhã que sou rico, mas você estava tão
desesperado pelos croassaints que nem ouviu.

As bochechas do menor ficaram rosadas.

-Não me chama de guloso, Jungkook! -Bufou crusando os braços.

Jungkook riu e o virou para si, aproximando os corpos, no meio daquela sala
enorme e elegantemente mobiliada. O Park perdeu o ar enquanto sentia as
mãos grandes e abilidosas passando da sua cintura e descendo devagar até
segurar sua bunda. A respiração totalmente trêmula somente por tocá-lo.
-Essa bundinha é muito gulosa meu amor...-Sussurrou em seu ouvido.
Deixando Jimin desnorteado e vermelho de vergonha. -Me recebe tão
bem...tão gostoso!

-N-Não fala esse tipo de coisa...eu morro de vergonha.

Jungkook beijou as bochechas quentes e encostou suas testas, de olhos


fechados. Tentando de alguma forma controlar as batidas do seu coração.

-Mas não deveria, você nunca deve ter vergonha de mim. -Abriu os olhos
negros para fitar os castanhos de Jimin, e se perdeu naquela imensidão. -
Vamos para o quarto Hm? Eu quero tanto que você conheça a minha cama.

Jimin negou com a cabeça lentamente, vendo o moreno franzir o cenho um


tanto confuso.

-Primeiro eu quero fazer um coisa.

Jungkook havia acendido apenas a luz do corredor, então a sala estava um


pouco escura, porém ele viu exatamente o momento que o loirinho
aparentemente inocente e meigo descendo lentamente em sua frente. Ficando
de joelhos com o rosto em frente ao zíper de sua calça.

Jimin o olhou de baixo para cima, e aquele homem parecia mesmo perfeito.
Estava tão másculo lhe olhando daquela forma predatória como se fosse o
devorar, ele devia sentir medo? Com toda a certeza, mas sempre amou o
perigo.

Jungkook estava silencioso enquanto Jimin abria o seu zíper, observou as


mãos pequenas abaixando sua calça o deixando só de boxer, minha nossa ele
já estava duro, só com isso.

Jungkook se arrepiou com as unhas curtas arranhando de forma deliciosa


suas pernas agora nuas.

Ele acariciou o membro duro do maior por cima da cueca, moveu a mão para
cima e para baixo lentamente. E quando o moreno mordeu os lábios
respirando pesado, Jimin sentiu se ficar muito excitado também.
-Kookie...eu posso te chupar? -Perguntou inocentemente, o olhando no fundo
dos olhos.

Jungkook sentia que poderia pirar a qualquer instante, como alguém pode ser
tão perfeito quanto Park Jimin?

Assentiu devagar, totalmente excitado. Não tinha voz para falar, ela ficou
entalada na garganta.

Jimin puxou a cueca branca de Jungkook para baixo, e sentiu o membro do


outro bater em sua bochecha deixando a cena ainda mais excitante aos olhos
do maior.

-Você é tão grande...-Sussurrou perto do membro, fazendo com que Jungkook


se sentisse ainda mais duro.

Segurou o pau duro que já expelia pré gozo e moveu sua mão para cima e
para baixo lentamente, vendo o moreno jogar a cabeça pra trás com um
gemido rouco.

Aumentou a velocidade gradativamente até o seu pau estar tão molhado que
fazia estalos deixando o ambiente mais quente do que já estava.

O moreno parecia perdido em sua própria bolha, aquilo era o verdadeiro


paraíso, e ter Jimin ali o olhando e admirando era a prova disso.

Jungkook segurou nos cabelos lisos e loiros de Jimin e o puxou a sua cabeça
para trás, fazendo o mesmo soltar um gemido submisso que fez o moreno
pulsar.

-Abre essa boquinha linda. -Falou rouco.

Jimin abriu a boca lentamente enquanto ainda masturbava seu falo.

Jungkook passou seu membro nos lábios grossos, como se fosse um batom e
viu o pequeno soltar um sorrisinho sapeca.
Enfiou o membro dentro da cavidade molhada e quente, gemeu ao sentir o
menor envolver o membro com os lábios e língua, o levando a loucura.

-Tão lindo...como você consegue ser tão gostoso? -Elogiou o pequeno que
gemeu no seu pau de um jeito tão bom.

O Park enfiou o máximo que podia de seu pau inteiro na boca, vendo
Jungkook mordendo os lábios e segurando seu cabelo ainda mais forte,
investindo contra a sua boca.

O rosto do menor já estava suado e Jungkook não tinha piedade nenhuma de


sua boca, investindo varias vezes e gemendo ao mesmo tempo, olhando o
menor ajoelhado e submisso do jeito que ele sempre quis.

A boca do menor era tão perfeita e aveludada, ele entrava e saía da cavidade
pequena se sentindo no céu. Jimin se engasgou em alguns momentos
deixando claro a Jungkook o quão grande ele era, só o fazendo se sentir mais
quente.

-Jimin... -Ele viu os olhinhos brilhantes, com o seu pau dentro da boca. Nada
podia ser mais excitante do que aquilo.

Sentia que estava perto, mas não queria que acabasse rápido, estava tão bom.

-Jimin...se você não parar eu vou...

Jimin só passou a ir mais rápido, o deixando ir fundo até sua garganta,


repetindo sem parar.

-Isso....Ohh...que delícia de boquinha amor...-Passou a se entregar as


sensações deliciosas. Até sentir que não iria mais aguentar, e tudo foi demais
para ele. -J...Jimin eu vou...

Não conseguiu terminar a frase já se desmanchando na boca do seu garoto


que não parou de se movimentar um minuto, somente prolongando ainda
mais as sensações boas, o arrepiando e enlouquecendo.
Jungkook estava com a respiração pesada, mas estava tão feliz. Ficou ainda
mais feliz ao ver que o seu menino havia engolido cada gota do seu esperma,
e continuava lambendo seu pau como se fosse muito saboroso.

-Você tem um gosto tão gostoso, Jungkook. -Falou com as bochechas


vermelhas e os olhos cheios de luxúria. -Eu poderia fazer isso pra sempre!

-E você vai bebê...mas agora é a minha vez!

Pegou o menor no colo, fazendo o mesmo entrelaçar as pernas em sua cintura


e cruzar os braços ao redor de seu pescoço. Beijou os lábios carnudos e
vermelhos sentindo seu próprio sabor, mordendo com força em seguida, ao
ponto de sair sangue.

Caminhou com o pequeno em sentindo à enorme escada no meio da sala.

Jimin estava excitado de mais, e qualquer movimento mais brusco o fazia


gemer. E ele aproveitava pra se esfregar o máximo possível no moreno.

Subiu as escadas longas rapidamente, e quando chegou ao topo não parecia


cansado.

Foi até a última porta de um corredor que era cheio delas. E abriu com um
pouco de dificuldade já que Jimin não parava quieto e mordia seu pescoço.
Acendeu a luz a e fechou a porta com o pé. Beijou o loiro que estava afoito em
seus braços.

-Eu vou te foder tanto meu amor...é isso que você quer né? Você adora...

-Siim, eu adoro! Adoro! -Ele estava muito excitante daquela forma entregue.

Deitou o menor na enorme cama de casal e o atacou com tamanha vontade


que o pequeno se sentiu nas nuvens, se entregando completamente.

Quando Jungkook ia tirar a camisa do pequeno seu celular começou a tocar


alto no andar de baixo.
Ele parou o beijo olhando o pequeno que estava tão apetitoso, então não deu
bola e voltou a beijar a boca carnuda. Mas o celular não parava, e ele sabia
que tinha que atender, pois não era o celular padrão e sim o do trabalho.

-Desculpa bebê, eu preciso atender. -Disse se levantando. -É do trabalho, fica


aqui quietinho que eu já volto!

Saiu em disparada pela porta de madeira, deixando Jimin totalmente


indignado e excitado na cama.

-Mas que droga! -Sussurrou o loiro, frustrado.

Jungkook desceu as escadas rapidamente e alcançou o celular no bolso da


calça. O nome na tela o fez bufar. Namjoon. Atendeu o telefone.

-Onde você tá Jungkook? Por que não atende essa merda de telefone? Eu tô
puto! -Jungkook afastou um pouco o telefone de tanto que o outro gritava.

-Foi mal, eu tinha que resolver uma coisa, mas eu tô de volta! Relaxa! -
Tentou acalmar um pouco seu amigo.

Namjoon deu um grito frustrado.

-Você não faz mesmo ideia da cagada que você fez né cara? Puta que o pariu!

Jungkook começou a ficar curioso, porque não lembrava de ter cometido


nenhum erro.

-Qual é Namjoon? O que eu fiz de tão grave?

Namjoon estava realmente furioso.

-Você matou a porra do cara errado seu idiota! E pode ter fodido nosso
esquema! E ainda por cima sequestrou o filhinho do Park Twan!

Jungkook estava em choque.


-Como eu matei o cara errado isso é impossível, Namjoon! E como você sabe
do Jimin?

-Você é obcecado pelo garoto e do nada ele some? Seul inteira tá atrás dele...
Você matou um policial disfarçado cara, só te deixou ainda mais visado. Era
uma armadilha! Você tem que vazar daí! Agora! -Gritou enquanto desligava o
telefone.

Jungkook olhou atônito para o telefone, completamente em choque. Como ele


conseguiu fazer aquela cagada?

-Jungkook? -Ele olhou para o Park na escada, seminu, tão lindo. Ninguém
tiraria Jimin dele. Jamais!

-Se vista meu amor, nós temos que ir! -Jimin o olhava chocado mas desceu
rapidamente as escadas o ajudando ajeitar as coisas para irem para a
estrada… de novo.

CAPÍTULO 7 – Senhor Jeon

-Como você não percebeu que era um policial, Jungkook? -Namjoon estava
aflito, andava de um lado para o outro. -Logo você que nunca deixa nada
passar!

-Eu jurava que era o tal cafetão disfarçado de empresário de modelos, eu


fiquei uma semana na cola do cara, ele foi convincente. Olha para mim,
Namjoon. -O homem mais alto de cabelos platinados parou de andar e
encarou Jungkook. -Não surta! Se eu matei a pessoa errada, nós temos que
encontrar o verdadeiro o quanto antes e eliminar o filha da puta! Simples
assim.

Namjoon soltou uma gargalhada sarcástica, quando ele estava prestes a ter
um colapso nervoso ele fazia aquilo.
-Simples assim? Você não dá a mínima por ter matado um inocente? -Ele se
sentou de frente ao moreno e olhou em seus olhos frios.-Nós só matamos
pessoas podres Jungkook, era esse o trato! Aí você mata um cara do bem e
fica de boa?

Jungkook deu um suspiro cansado.

-Ele escolheu se arriscar Nam, como nós. Faz parte.

Namjoon estava incrédulo.

-Eu conheço bem seus métodos Jungkook. Você não só matou ele né? Você
tem tesão na tortura e dor alheia. -Praticamente cuspiu as palavras no
moreno que continuava com cara de paisagem como se nem estivesse
ouvindo. -O que você fez? Arrancou todas as unhas com uma de suas facas,
eletrecutou ele? Fez ele se urinar de dor e medo?

Jungkook revirou os olhos.

-Algo assim, o que eu posso fazer? Não tem como voltar no tempo.

Namjoon o olhou sério, ja acostumado com aquela aura fria do moreno.

-E a polícia cara? Espero que eles não te rastreiem, se não estamos fodidos.

-Eu sempre dou um jeito e você sabe disso. -Voltou se para o platinado. -Se
até um policial disfarçado estava atrás do cara então quer dizer que a polícia
tá ficando mais esperta e descobrindo os podres da alta sociedade!

Namjoon parecia mais calmo. Apesar dele ser mais velho e mais responsável,
os dois comandam a empresa juntos. E para Namjoon que tinha seus vinte
nove anos, ter um parceiro de dezenove era complicado, porque Jungkook era
extremamente difícil de se lidar. Ele amava ser assassino e por isso cometia
atrocidades que não eram apoiadas pelo mais velho.

Tanto Jungkook quando Namjoon matavam pessoas ricas, á mando de outras


pessoas às vezes mais ricas ainda.
Mas tudo era escolhido a dedo, não era qualquer um que podia ser morto. O
esquema era altamente ilícito obviamente, e tinha muita gente trabalhando
para eles.

Tudo era disfarçado com a empresa de tecidos da família Kim. Eles lavavam o
dinheiro sujo das mortes com a empresa. Ou seja, a fábrica de tecidos ficou
milionária em questão de meses, mas não pela venda de tecidos e sim pelos
assassinatos comprados.

-Eu sei que você ama matar, Jungkook. E eu entendo a sua revolta por todos
aqueles caras, eles são sim merecedores mas você tem que ir com calma! -Ele
fitou o rosto do moreno que se contorcia. -Trazer o filho do seu psiquiatra
aqui não é a melhor idéia, ele vai causar problemas e você sabe disso.

Jungkook se levantou com raiva e fitou seu amigo ainda sentado.

-Não fala do Jimin entendeu? -Encarou o homem sentado que suspirava


cansado. -Eu estou responsável por ele, e eu não quero ver ninguém aqui
ousando tratar ele mal, ou vão conhecer o que eu sou capaz de fazer com as
minhas facas!

-Ninguém falou em tratar ele mal, só estou falando que é altamente arriscado,
além do pai dele estar em desespero atrás dele, ainda tem o Min Hansol que
está na sua lista lembra? Ele é tio do Jimin.

Claro que Jungkook sabia, mas não podia contar ao Jimin que seu tio estava
em uma fila pra ser morto por ele. Ele nunca poderia saber.

-Não se preocupe que do Jimin cuido eu! -Colocou as mãos no bolso e olhou
bravo para o mais velho -Você devia cuidar mais da sua vida Nam, pelo
menos o Jimin sabe que eu mato pessoas. E você que é casado a cinco anos e
nunca contou para o Jin o motivo da empresa de tecidos lucrar tanto de um
dia para o outro?

Namjoon ficou muito irritado quase avançando no mais novo.

-Cala a boca Jungkook! O Jin não pode saber de nada e você sabe disso.
Jungkook revirou os olhos.

-A verdade sempre aparece, sinto lhe informar.

-Se for pra ele saber algum dia, eu vou contar! Não vai ser você e nem
ninguém!

Jungkook soltou um riso nasal, cruzando os braços fortes.

-Pelo amor de Deus, Namjoon. Olha para a minha cara de quem vai se meter
no seu casamento! Eu tenho coisas bem mais importantes pra fazer, faça o
favor! -Disse se sentando na poltrona de Namjoon.

Ambos os homens ouviram uma batida suave na porta de mármore elegante.


Namjoon murmurou um "entre" e uma moça pequena e com feições meigas
abriu a porta.

-Com licença senhor Kim e senhor Jeon, mas o Jimin não quer ouvir as
ordens e está tentando sair do prédio para comprar café. -A moça falou
olhando timidamente para Jungkook. -Nós estamos tentando impedir mas ele
estava bem agressivo, se estranhou com o Albert e tudo.

Jungkook suspirou enfiando as duas mãos no rosto. Já estava estressado o


suficiente por um dia todo, queria estar de boa em sua casa, transando com
Jimin. Mas agora teria que concertar os erros que cometeu. Ainda tinha o
loirinho que insistia em desobedecer.

-Peça calma para ele Jisoo, nós estamos resolvendo uma questão muito séria
aqui. -Namjoon ordenou para a garota aflita.

-Mas...senhor, ele não parece que vai se acalmar tão cedo...ele tá esperando já
fazem quatro horas e estava discutindo com o Albert.

-Jisoo, eu estou ordenando! Nem que alguns dos rapazes tranquem ele em
alguma sala, o Jimin não pode sair de jeito nenhum! -O platinado ordenou.

A garota afirmou já se retirando quando Jungkook falou firme.


-Ninguém toca nele! -Ele disse de forma tão firme que Jisoo sentiu as pernas
bambas.-Eu vou falar com o Jimin, pode deixar. Namjoon, depois terminamos
essa reunião. -Disse passando pela porta quase derrubando a garota.

Namjoon ficou incrédulo e seguiu o moreno porta afora.

-Mas e o filha da puta? Como fica?

-Amanhã eu resolvo isso. -Disse se virando para o platinado. -Eu preciso de


algum lugar para ficar, você acha mesmo que podem ter me seguido até a
minha casa? Eu acho bem difícil.

Namjoon negou.

-Eu achei que poderiam ter seguido ontem, mas já contatei nossos homens
para ficar de vigia a tarde toda lá. Parece que a barra tá limpa.

Jungkook se sentiu aliviado, não teria como ir para um hotel com Jimin sem
os documentos.

-Eu preciso dos documentos falsos para o Jimin, você pode conseguir pra essa
semana ainda?

Namjoon concordou com a cabeça.

-Claro, mas a partir de amanhã quero você de volta. Isso aqui não anda sem
você, espero que o Park não tome todo o seu tempo.

Jungkook apenas afirmou e saiu em disparada atrás do seu baixinho mal


humorado. Ele havia o deixado em sua sala, pediu pra ele não sair de forma
alguma, e o garoto prometeu obedecer, então teria um conversa bem séria
com ele.

O que Jungkook definitivamente não esperava, era que ao abrir a porta de seu
escritório veria a cena de um de seus melhores assassinos beijando a
mãozinha do seu amor enquanto o olhava com desejo.

(...)
Jimin estava esperando desde às 21 horas ali. Se sentiu bem idiota por
obedecer Jungkook de forma cega.

Já eram duas e meia da manhã, estava com tanto sono que estava quase
dormindo com a cara na mesa, nem havia descansado da viagem e nem sabia
se teria que dormir no carro de novo. Como não ficaria mal humorado?

Se levantou e andou pela sala do escritório até chegar na grande janela.


Olhou pro outro lado da rua e viu que tinha um café aberto, então resolveu
que iria até lá. Afinal não sabia quanto tempo ainda teria que esperar.

Saiu pela porta e viu a moça bonita sentada do outro lado do balcão digitando
alguma coisa no computador, e mais dois seguranças do lado de fora da porta.

Era realmente estranho estarem trabalhando até essas horas, que empresa faz
isso? Aliás, aquela situação toda era estranha, não fazia ideia do que estavam
fazendo ali, Jungkook não lhe falou nada, só deixou ele sozinho na sala, com a
ordem de não sair. Mas ele precisava tanto de um café.

-Olá, você poderia avisar o Jungkook que eu vou rapidinho comprar um café?
-Ele disse já dando as costas e saindo, mas na mesma hora o dois caras
entraram em sua frente. -Com licença?

-Desculpa garotinho mas você não pode sair! -O mais alto deles falou, com
um olhar despudorado para cima de Jimin, ele era loiro de olhos azuis, tinha
um maxilar marcado e olhos preguiçosos. -São ordens do senhor Jeon!

Jimin quis rir, mas estava muito puto da cara no momento.

-Senhor Jeon? Que ridículo! Até parece que ele tem cinquenta anos. -
Ironizou.

-É uma maneira respeitosa de tratar alguém que está muito acima de você.

Jimin franziu o cenho, confuso.

-Acima? Ele é tipo seu chefe?


-Eu não tenho permissão pra falar mais nada. Mas você não pode sair!

Jimin revirou os olhos.

-Eu vou sair! E acho bom ninguém tentar me impedir!

Quando Jimin ia se dirigir a porta, o mesmo homem alto o segurou pelo


braço impedindo.

Jimin o olhou nos olhos, completamente furioso.

-Me solta!

-Você não tem permissão para sair. -Ele disse, apertado forte o braço fino de
Jimin.

-Eu estou me lixando! -Disse puxando o braço com força. -Eu vou fazer um
escândalo aqui e não vai ser nada legal quando o Jungkook ver isso!

Mostrou seu braço com as marcas dos dedos do segurança, já levantavam


vergões. O outro segurança foi chamado pelo interfone e saiu deixando Jisoo
sozinha com Jimin e o segurança loiro, olhando de um para o outro,
assustada.

-Menina, chama o Jungkook agora! -Jimin pediu completamente indignado. -


Ele vai pirar quando souber o jeito que você está me tratando!

O loiro riu alto, e segurou Jimin grosseiramente pelo braço novamente e


olhou para Jisoo.

-Não vai chamar ninguém, deixa que eu cuido desse aqui. É só mais um dos
meninos que Jeon Jungkook fode! Ele vai ficar puto se você atrapalhar a
reunião por causa de uma bobagem dessa.

-Não sei não Albert, esse ele parece tratar diferente... eu tenho medo de que
ele fique bravo!
-Diferente? Ele é idêntico aos outros meninos que ele sempre trás aqui para
foder. Pequenos, loirinhos e com o rostinho meigo. Esse aí não foge á regra.

Jimin grunhiu em dor enquanto era arrastado para dentro da sala de


Jungkook novamente. Mas se assustou quando o homem entrou junto e
fechou a porta, se assustou mais ainda quando o mesmo começou a avançar
em sua direção o olhando maliciosamente.

-Que tipo de segurança é você? -Jimin falou andando para trás, segurando o
braço que doía, enquanto o segurança continuava a ir para cima dele.

Jimin sentiu suas costas contra a parede e o sentiu rir perto do seu rosto.

-Eu não sou um segurança. Sou um assassino! E um dos melhores. Devo


admitir que você é bem mais gostoso do que os últimos garotos do rodízio do
Jeon...

O homem segurou sua cintura e beijou seu pescoço, logo em seguida se


preparou para beijá-lo no lábios. Mas Jimin o empurrou para longe com toda
a força, ele era bonito mas fedia a cigarro.

Bateram na porta várias vezes seguidas.

-Albert... você sabe que estupro não é permitido! -Ouviram a voz delicada da
secretaria. -Pelo amor de Deus deixa o garoto.

-Eu não vou fazer nada Jisoo, só não chama o Senhor Jeon. -Ele gritou para a
moça. Depois desceu o olhar para o rosto bonito de Jimin e falou baixinho
contra os seus lábios. -Vou pedir para o chefe uma noite contigo depois que
ele cansar de você...o que acha? Ter os restos do Jeon é uma grande honra.

Jimin conseguiu se afastar e foi para o outro lado do escritório. Ele estava
sentindo um lixo.

Não foi muito legal descobrir que você é só mais um entre vários. Jungkook
só o via como objeto sexual e ele se sentiu mais idiota ainda por não ter
fugido quando teve a oportunidade.
-Me deixa em paz seu idiota! Eu não vou transar com você nem se você for o
último homem do mundo!

Albert semicerrou os olhos, bem ofendido com a rejeição.

-Até parece! Se eu quiser transar com você eu transo, você querendo ou não
baixinho! -Ele disse olhando Jimin dos pés a cabeça. -E eu te digo que eu
quero... muito! E vai ser hoje...

-Eu não estou entendendo nada disso aqui, não sei muito bem o que o
Jungkook é e nem como tudo funciona mas pelo jeito estupros são proibidos!

O homem riu nasalado.

-Nem o Jungkook muito menos o Namjoon precisam saber disso...-Falou


pegando sua mão e a beijando. Encarando o pequeno nos olhos como uma
promessa.

-Eu só vou falar uma vez. -Eles se assustaram, olhando para Jungkook parado
em frente a porta, na mesma hora. Estava de braços cruzados, imponente e
aparentando estar se controlando muito para não matar ninguém. -Solta a
mão dele agora!

Albert soltou a mão no mesmo momento. Completamente assustado com o


tom de voz do seu chefe.

Jungkook só usava aquele tom de voz quando estava prestes a literalmente


matar alguém. E na cabeça de Albert, não havia motivos para o chefe estar
tão bravo, ele não poderia estar com ciúmes do Jimin, que era só uma cópia de
todos os outros que Jungkook já havia fodido.

-J...Jungkook, não é nada disso que você está pensando...-Jimin começou.

-Jimin! -Ele falou firme para o menor que estava branco e com os olhos
arregalados.-Vem aqui agora! Do meu lado!
O garoto estava com o coração disparado, era bem óbvio que Jungkook
estava irritado de uma forma que Jimin nunca tinha visto, e isso o deixou com
medo. Ele hesitou.

-Do meu lado agora, Park Jimin! Eu não vou repetir!

O baixinho começou a andar olhando para o chão sem saber o que fazer.
Parou do lado de Jungkook que estava de braços cruzados olhando com um
olhar assassino para Albert.

-Eu quero que você explique tudo. Sem deixar um único detalhe escapar. -
Jungkook ficava ainda mais assustador quando falava calmamente.

Albert começou a temer ter feito alguma coisa errada. E algo dizia que ele
não deveria ter tratado Jimin daquela forma.

-Ele tentou fugir senhor Jeon, eu estava seguindo as suas ordens e...

-Cale essa boca Albert! -Jungkook o interrompeu quase perdendo a


paciência.-Eu estava falando com o Jimin. Eu quero que ele me fale o que
aconteceu.

Jungkook viu Albert ficar branco de medo, e na mesma hora soube que ele fez
alguma coisa com o pequeno. Teve que usar toda a sua paciência que já era
pouca, para não matar o desgraçado na mesma hora.

-E-Eu queria café, eu não ia fugir! -O loirinho começou.

-...Prossiga! -Jungkook disse sem tirar os olhos de Albert que se tremia.

-Então eu pedi para a sua secretária ir te avisar, eu só ia ali buscar um café


porque eu estou realmente muito cansado. -Jimin disse de forma mansa, e
aquela voz fez Jungkook querer beijá lo no mesmo momento. -Mas daí esse
brutamontes me impediu de sair e me trouxe a força pra cá Jungkookie e olha
só o meu braço, ele foi violento sem necessidade.

Jungkook se virou para Jimin e olhou os braços pequenos que ele tanto
amava cheio de marcas roxas de dedos.
Seu sangue ferveu de tal forma que ele socou a parede ao lado com tanta força
que afundou a madeira decorativa. Jimin se assustou com a atitude e com o
sangue que começou a sair da mão do moreno.

-Jungkook, sua mão! -Jimin segurou preocupado a mão do maior examinando.


-Tem que fazer um curativo.

-Não! Eu quero que você termine.

-Mas sua mão Jungkook...-Jimin estava tremendo.

-Termine de falar Jimin! -Jungkook soou grosseiro fazendo o loiro o olhar


assustado.

Jimin assentiu nervoso.

-Ele me trouxe para cá e veio para cima de mim...falou que eu era só mais um
dos garotinhos que você comia. -Sussurrou com a voz levemente embargada.-
Todos loiros e baixinhos, ou seja que eu sou igual a todos eles. E..ele também
disse que pediria pra você para ele passar uma noite comigo depois que você
se cansasse de mim.

Jungkook olhava o pequeno em silêncio. Albert nem tentava se defender, ele


sabia que seria punido só pela aura que seu chefe emanava e qualquer coisa
que ele falasse seria pior.

-Mais alguma coisa? -Perguntou por fim.

Jimin olhava para baixo, as mãos unidas nervosamente, ele mordia os lábios e
estava quase chorando. Então afirmou lentamente com a cabeça olhando
nervosamente para Albert que o fuzilava com os olhos azuis, como que
ordenando que ele se calasse.

-Me conta bebê. -Jungkook segurou em seu queixo o virando para si e


olhando em seus olhos. -Ninguém vai te machucar. Nunca!

-E.. ele disse que se quisesse iria transar comigo, eu querendo ou não, e seria
hoje.
Jungkook fechou os olhos e tentou ao máximo controlar sua raiva, mas nada
nesse mundo o impediria naquele momento. Na verdade ele nem conseguia
pensar direito e isso sempre era perigoso demais.

-Vá lá para fora e não entre enquanto eu não sair! -Jungkook disse e o
loirinho assentiu se retirando nervosamente.-E me obedeça Jimin, sem sair
para tomar café, sem sair da empresa ouviu bem?

Jimin afirmou com a cabeça saindo e fechando a porta. Haviam vários homens
no corredor todos o encarando com curiosidade, a secretária estava com o
olhar petrificado olhando para a porta de madeira fechada. E os homens
estavam atentos a qualquer som que saísse da sala.

Jimin se afastou e sentou no enorme sofá de couro que tinha ali, seu coração
ainda disparado. Ele não sabia o que Jungkook iria fazer mas tinha certeza
que não era coisa boa.

-Que droga, será que ele já começou? -Um dos homens comentou.

-Obviamente não, cadê os gritos do Albert? -O outro falou.

Então Jimin e todos os outros ouviram o homem berrar sofridamente por


trás da porta.

-É..agora ele começou! -Outro falou sorrindo e os outros deram risada junto.

Logo em seguida o som de briga, algo quebrando e provavelmente a mesa


sendo virada fazendo um estrondo contra a porta.

Passos de alguém correndo e mais barulhos de socos.

Jimin estava absurdamente atônito olhando para a porta fechada.

Os movimentos lá dentro não paravam, até que ficaram em silêncio.

-Ué? -Um outro falou. -O que será que está acontecendo?


Jimin ficou apavorado e se levantou indo até a porta mas foi impedido pelos
homens.

-Você tá louco? Não tem amor a vida? Não pode entrar aí em hipótese
alguma!

-Mas e se o Jungkook tiver se machucado? -Perguntou aflito.

Um segundo os homens o olharam em silêncio e logo em seguida explodiram


em gargalhadas. Um deles até secando o canto dos olhos.

-Você deveria estar preocupado com o Albert, não com o senhor Jeon, eu te
garanto!

Os sons dos gritos voltaram muito piores e desesperados assustando a todos.

-Ele tá...? -A secretaria perguntou.

-Com toda a certeza está! -Outro deles falou rindo.

Eles eram tão sádicos pensou Jimin. Os sons eram assustadores.

-Tá o que? -O loiro perguntou nervoso.

Todos encaravam Jimin.

-Usando as facas menino ingênuo! As famosas facas do Jeon.

Jimin fitava a porta de olhos arregalados.

-Nunca queira deixar o Jeon bravo garotinho. Ele não dá segundas chances
como o Senhor Kim. -A secretaria falou.-Ele não está bravo com você né?

O coração de Jimin já estava disparado mas quase saiu do peito ao ouvir um


grito gutural de Jungkook.

-VOCÊ É LOUCO DE OUSAR TOCAR NO QUE ME PERTENCE? -


Jimin tremeu como todo mundo ali, nunca viu a voz dele tão transtornada.
Albert claramente chorava.

-Desculpa senhor... -Não reconheceu a voz que parecia engasgada e


apavorada ao mesmo tempo, Jimin sabia que era do tal Albert mas estava
irreconhecível.

Ouviu mais gritos desesperados, e assustadores, ele estava com tanto medo.
Esperava de verdade que Jungkook não estivesse bravo consigo.

A porta se abriu e todo mundo se afastou disfarçadamente. E quando


finalmente Jimin pôde ver o que se passou ali dentro, ele se sentiu apavorado.

CAPITULO 8 - Não Precisa ter Medo

Dor. Essa era uma palavra que Jungkook conhecia como ninguém.

Quando era criança e vivia fugindo da polícia com seu pai, ele acabou lhe
ensinando que você tem que sentir dor para amadurecer e um homem só se
torna um homem se ele sofreu de alguma forma. Principalmente se tratando
de um assassino que precisava ser frio, calculista e nunca pensar em suas
vítimas.

Mas quando o mais velho se foi, vítima de um tiro de pistola na cabeça e


enquanto fugia com o dinheiro de traficantes, Jungkook teve que voltar a
morar com a mãe, e Deus do céu como ele a odiava. Odiava o seu jeito de
falar, sua voz, seu cheiro de maconha misturado com merda, e principalmente
odiava ainda mais o fato de ela o tratar como um objeto para ganhar dinheiro.

A primeira vez que Jungkook se deparou sozinho em um quarto escuro de um


motel com um homem bem mais velho que ele, foi apavorante. O homem
pediu para que ele chegasse mais perto, mas o moreno não queria se
aproximar. Ele era alto, o cabelo era escuro mas seu bigode branco, e por
mais perfumado e bem vestido que o homem estivesse, o menino só conseguia
sentir repulsa.
Ele tocou no seu corpo do jeito que quis, usou o da forma que bem entendia.
Isso se tornou recorrente, porque de alguma forma que Jungkook não
conseguia entender o homem gostara dele e muito, sempre tentando tirar
alguma reação do menino enquanto o estuprava, mas ele era silencioso. Não
chorava mas não demonstrava que estava gostando e isso deixava o homem
mais velho muito atraído.

Sua mãe passou a cobrar cada vez mais caro pelo filho que era prostituto
exclusivo do homem. Ele queria comprar Jungkook mas a sua mãe não quis
vender, já que haviam muitos outros clientes na fila, outros homens ainda
mais ricos, todos querendo ter uma provinha do moreno bonito.

Ninguém sabia o que se passava na cabeça de Jungkook, ele aparentemente


calmo, pacífico e obediente. Mesmo que qualquer um olhando um tanto mais
atentamente para os olhos escuros e misteriosos, poderia notar o ódio, nojo e
sede de vingança que transbordava dele.

Eles eram nojentos, aquilo era uma seita. Eram todos homens corruptos,
pedófilos e muito ricos. Traficavam meninos e meninas da idade de Jungkook
para os servirem, e para venderem.

O moreno nunca demonstrou nada por nenhum dos homens que pareciam
gostar muito de sua companhia, mesmo que o garoto não fizesse questão
nenhuma de ser simpático.

Ele foi abusado, humilhado e torturado ao sons dos risos e gemidos dos
homens mais velhos. Mas nunca em toda a sua vida derrubou uma lágrima na
frente deles ou demonstrou qualquer tipo de fraqueza.

Jeon Jungkook era frio, não ligava para a dor, não ligava para a vida, nem a
sua nem a de ninguém.

Tudo ele sentia no mundo era um ódio que era muito controlado para usar
quando pudesse.

Ódio deles, de sua mãe por o ter vendido, do seu pai por ter morrido e o
deixado sozinho no mundo e principalmente ódio dele mesmo por nunca ter
tentado se defender.
Mas um dia ele mataria cada um deles e seria imensamente feliz com isso.
Seus lábios tremiam, suas mãos suavam de tanta vontade que ele tinha de
arrancar suas peles aos poucos, depois tirar membro a membro de seus
corpos, enquanto ouvia os gritos desesperados que seriam música para os
seus ouvidos sádicos que amavam esse som.

(...)

Jimin estava com os olhos arregalados, olhando para Jungkook que estava
parado na porta do escritório, coberto de sangue da cintura para cima. Sua
camisa social antes branca estava totalmente vermelha, o cheiro ferroso e
pesado do sangue se espalhou por todo o ambiente causando ânsia de vômito
no pequeno.

A secretaria Jisoo saiu correndo soltando um gritinho apavorado, fazendo os


outros homens rirem e se retirarem também, mas não sem antes fazer uma
referência respeitosa a Jungkook que não tirava os olhos de Jimin,
capturando cada mínima reação do seu rosto.

Quando ficaram finalmente sozinhos, o Park se aproximou da porta ainda


amedrontado e entrou por ela passando por Jungkook que estava em silêncio
observando cada movimento do garoto.

Por fim viu o homem bonito e aloirado deitado em uma poça do próprio
sangue no chão de madeira. O líquido vermelho era tão escuro, espesso e o
cheiro era tão forte que chegava a dar dor de cabeça.

O homem estava com os olhos fechados o rosto todo cheio de hematomas


horríveis. A parte esquerda da bochecha parecia uma bola de tão inchada.

Jimin se agachou ao lado dele para ver melhor e notou alguns dentes
perdidos em sua roupa, mas eles não estavam quebrados, estavam inteiros
como se tivessem sido arrancados.

Levou um susto quando notou um cotoco no lugar da sua mão jorrando


sangue escuro e fitou aquilo no mais puro choque.
Claro que ficou sim apavorado, mas não conseguiu deixar de ficar um tanto
fascinado, o corte era perfeito e limpo.

Jungkook tinha mesmo talento com lâminas.

-Esse é o pagamento por ele ter encostado as mãos em você meu amor. -
Jungkook jogou a mão ao lado de Jimin que se assustou dando um pulo para
o lado. -Eu tirei a mão esquerda por que ele é importante pra equipe e jurou
que não sabia do meu sentimento por você.

-Ele não morreu? -Sua voz saiu em um fio.

-Não, amor. Mas ele tem que ser cuidado agora, isso não vai cicatrizar
sozinho. -O moreno pegou seu telefone, apertou um botão e esperou. -
Namjoon, eu meio que... dei uma lição no Albert e ele precisa de um médico.
Ok, eu vou sair agora e amanhã nós resolvemos o que fazer no caso do
cafetão.

Desligou o telefone e voltou os olhos escuros para o loiro.

Jimin estava com os olhos arregalados e sua voz não saia da garganta. Ele
olhava Jungkook que não parecia ligar nem um pouco para o homem quase
morto aos seus pés.

O pequeno não conseguia se mover e nem falar mais nada.

Estava assustado.

-Por que você está assim, amor? -Jungkook perguntou se aproximando do


menor. -Ele mereceu! E merecia coisa pior!

Jimin voltou os olhos arregalados para o rapaz que começou a tossir sangue
compulsivamente. Ele não sentia pena, mas também não conseguia imaginar
alguém ter prazer em fazer aquilo.

-Não é n..nada, tá tudo bem. -Ele não queria admitir que estava assustado,
não queria que o outro soubesse disso.
Jungkook o fitou atentamente, reconhecendo que não havia verdades nas
palavras do amado.

-Vem, vamos para casa. -Jungkook segurou as mãos geladas do loiro e se


assustou ao sentir o quão frias elas estavam. -Santo Deus, Jimin! Olha como
você está gelado!

Ele encostou as mãos no rosto do loiro que estava pálido, mas suas mãos
estavam tão ensanguentadas que acabou sujando seu rosto. Notou que
também havia sujado as mãozinhas do seu amor, o pequeno ficou ainda mais
branco e parecia que ia desmaiar.

-E-Eu não quero ir pra casa... eu queria tomar um café...ou sei lá, dar uma
volta! -O menor disparou a falar.-Que tal darmos uma passada na praia? Faz
tanto tempo que eu não vejo a praia que me dá vontade de...

-Jimin! Calma, respira. -Ele tentou acalmar o seu garoto que parecia que ia
ter um treco a qualquer momento. -Nós não podemos ir a praia a essas horas,
ainda mais eu estando desse jeito.

Jimin olhou as roupas sujas de sangue do Jeon e ficou com ânsia, mas ele não
queria ir pra casa de jeito nenhum.

-Eu...só não quero ir pra sua casa...-O loiro parecia prestes a chorar, deixando
Jungkook realmente triste.

-Ei, por que não, meu amor? -Ele segurou seu queixo fazendo Jimin o olhar. -
Qual é o problema?

Jimin mordeu os lábios, totalmente aflito, não sabendo o que fazer. Só estava
apavorado de ficar sozinho com Jungkook, estava se sentindo louco por ter
topado entrar nessa loucura com ele.

-N-Nada. -E se ele for bipolar? E se Jimin fosse mesmo só uma cópia de um


padrão de garotos que Jungkook é obcecado? Loiros, baixinhos e com o rosto
angelical? O que aconteceria com ele quando Jungkook se enjoasse?
-Meu amor, você está com medo de mim? -Ele perguntou suavemente se
sentindo culpado ao ver o rostinho aflito, Jimin mordia os lábios parecendo
angustiado. Mas o que mais doeu foi o fato de o loiro não lhe olhar nos olhos,
doeu ainda mais quando uma lágrima solitária escorreu por sua bochecha fofa
e rosada. -Por favor meu anjo, não tenha medo de mim! Eu nunca vou fazer
nada para te machucar, acredita em mim!

Jungkook nunca amou tanto uma pessoa na sua vida, e jamais imaginou que
teria a confiança do seu pequeno algum dia. Ele era egoísta o suficiente para
querer o loiro só para si, raptando ele contra a vontade, mas nunca iria fazer
qualquer coisa para machucar o loiro daquela forma. Jungkook não conseguia
ver prazer nenhum em ver alguém que ele nutre sentimentos tão profundos
sentindo dor.

-Onde estão os outros garotos? -Jimin perguntou baixinho ainda sem olhar o
moreno nos olhos. -Onde eles foram parar?

-Que garotos? -Jungkook segurou suas mãos apertando de leve e olhando o


rosto que ele tanto amava.

-Os outros, que eram iguais a mim. Loiros como eu...baixos como eu...você os
matou? -Outra lágrima desceu e mais outra, até Jimin estar chorando
compulsivamente ao ponto de soluçar. -V-Você sequestrou eles também? Que
f-fim eles tiveram?

Jungkook olhava incrédulo para o seu pequeno chorando, e então caiu a ficha.
Jimin estava com medo de não ser importante para ele e ser assassinado, mas
isso estava tão longe da verdade. Não se aguentou e puxou Jimin para os seus
braços, apertando-o com força, coisa que só fez com que o pequeno desatasse
a chorar ainda mais.

-Meu amor, eles não eram iguais a você, não pra mim. -Acariciou os cabelos
loiros os sujando de sangue também. -Eu só saia com alguns garotos de vez
em quando, que lembravam meramente você porque eu não suportava mais
sentir tanto desejo e nunca poder saciá-lo com você. Mas nenhum nunca
chegou aos seus pés Jimin, e eu não matei nenhum deles eu juro, são pessoas
inocentes que não tem nada a ver com isso.
Jimin fungava de forma adorável ao olhar de Jungkook, seu nariz pequenino e
vermelhinho, e os olhos inchados.

Agora ele finalmente olhava para o moreno.

-Sério? -Sussurrou, mais animado.

Jungkook sorriu minimamente para Jimin.

-Sério. -Ele deixou um selar em sua testa e secou as lágrimas do seu garoto
com as mãos. -Está melhor?

O moreno sentiu se aliviado ao ver Jimin afirmar com a cabeça, parecendo


realmente melhor.

O menor olhou uma última vez para o corpo ensanguentado e lembrou que o
mesmo prometeu lhe estuprar. Jungkook só estava o protegendo ele, não é?
Era só proteção!

Mas... será que os fins justificam os meios?

Saíram da sala logo depois que uma mulher com pinta de médica veio cuidar
do ferido.

O caminho até a mansão do moreno foi calmo e silencioso. Jungkook colocou


um pen drive com uma playlist que só tinham músicas que Jimin amava,
quando começou Champagne Supernova do Oasis o menor sorriu em deleite.
Ele amava aquela música, por mais que a obra o deixasse muito deprimido,
mas ela dava uma vibe Bad porém boa ao mesmo tempo.

Ele cantarolava baixinho a letra da música de olhos fechados, completamente


envolvido.

Já passavam das quatro da manhã e Jimin estava morto de cansado, queria


dormir mais do que tudo no mundo, mas a música era tão amada que ele teve
que se manter acordado para terminar de cantar.
-Eu amo tanto a voz do Noel Gallagher. Você não ama? -Jimin perguntou de
olhos fechados quase dormindo.

Jungkook tirou os olhos da rua para olhar para o pequeno. E quando ele ia
responder notou que Jimin já dormia.

Sorriu e voltou a dirigir.

Chegaram a sua casa quando já eram quase cinco da manhã, e o moreno


notou vários de seus homens disfarçados cuidando da mansão do lado de fora.

Sentiu-se mais tranquilo para ficar ali com Jimin.

Passou pelo portão com o carro e o fechou com um controle, estacionou em


frente a porta desligando o motor e olhou para o lado.

Jimin estava dormindo pesado. Jungkook sem conseguir se controlar passou


a mão em seu rosto bonito, desenhando cada traço perfeito da pele macia,
contornou sua boca carnuda com o indicador, tremendo de paixão.

Segurou sua nuca com delicadeza e se aproximou do seu rosto, capturando


com uma leve mordida, o lábio inferior do pequeno. Era tão carnudo, rosado e
atrativo que ele simplesmente não resistiu.

Tirou o seu cinto e saiu do carro, contornou o mesmo e abriu a porta do


passageiro tirando o cinto de Jimin e o pegando no colo sem nenhuma
dificuldade. Subiu as escadas que levavam até a porta e a abriu entrando em
sua casa. Acendeu as luzes iluminando o ambiente e foi direto para a
escadaria que ia até o segundo andar onde ficavam os quartos.

Passou pelos corredores indo até a sua suíte, que era o maior quarto da casa.

Deixou Jimin na cama com todo o cuidado do mundo, delicadamente beijando


seus lábios e foi tomar um banho.

(...)
Jimin só acordou quando ouviu a porta do banheiro do quarto ser fechada e o
moreno preencher o ambiente com um cheiro maravilhoso pós banho.

O quarto estava clareando um pouco porque o dia já estava nascendo, então


pôde ver Jungkook de costas para si com uma toalha preta enrolada na
cintura mexendo em uma gaveta.

Suas costas largas eram absurdamente desenhadas e musculosas, ainda mais


com aquela tatuagem preta de anjo na costela.

Perdeu o ar quando o moreno deixou a toalha cair, revelando sua bunda


perfeita e branca. Sinceramente Jungkook estava muito em forma, não tinha
nada fora do lugar e Jimin não conseguiu desviar os olhos daquela área.

Era a primeira vez que tinha o privilégio de observar o moreno totalmente


nu e desprevenido.

-Você gosta do que vê? -A voz suave e despretensiosa do moreno preencheu o


quarto.

Jimin ficou paralisado observando o moreno colocar uma boxer preta.


Quando ele se virou para si, Jimin se sentiu absurdamente quente com a visão
do corpo escultural parado no meio do quarto.

Subiu os olhos pelas coxas grossas e pela cueca boxer que abrigava seu
volume grande, sem contar a barriga malhada... a tatuagem de anjo parecia só
a cereja do bolo.

-Gosto... gosto muito! -Jimin sussurrou observando o sorriso cafajeste do mais


alto.

Jimin começou a se incomodar com seu próprio cheiro de sangue, e ficou


nervoso quando Jungkook começou a se aproximar com claras segundas
intenções. Se levantou em um pulo.

-Eu preciso de um banho! Aonde eu arrumo toalhas? Eu não tenho roupa


nenhuma! -Ele falava rapidamente, andando em círculos pelo quarto.
-Pode pegar qualquer coisa do meu closet, mas antes vem aqui. -Agarrou o
menor por trás mordendo encaixando a bunda do Park em seu membro que
já acordava. Gemeu cheirando seu pescoço, dando uma mordida ali. -Eu estou
louco por você... louco!

Ele passou a beijar o pescoço delicado ouvindo Jimin suspirar e se derreter,


mas logo se afastar de si.

-Eu preciso de um banho antes Jungkook! Eu tô fedendo! -Fez uma careta


fofa.

Jungkook o puxou novamente pela camiseta, chocando os corpos. As mãos


indo direto para suas nádegas durinhas, o apertando com tanta força que o
deixou na pontinha dos pés.

-Eu não ligo... -Beijou com gosto os lábios vermelhos e carnudos, saboreando
o gemido baixo que Jimin soltou.

Sentiu as mãos do menor o empurrarem, e se afastando de si, totalmente


ofegante.

-Mas eu ligo! Eu preciso de um banho! -Jungkook sorriu para o garoto


nervosinho e assentiu vendo o menor se afastar e entrar dentro do banheiro. -
Me leva uma toalha.

Jungkook sorriu apaixonado, indo buscar uma toalha no armário, quando


ouviu o chuveiro ser ligado não resistiu e foi ir o observar o garoto se lavar.

Jimin já era perfeito, mas molhado daquele jeito ficava ainda mais.

O moreno se encostou na soleira da porta de braços cruzados e observou as


curvas do corpo do seu amor, a água quente descendo por entre suas nádegas
fartas fazendo Jungkook morder os lábios e apertar o volume já duro da sua
boxer.

Graças aos céus o box do banheiro era de vidro, facilitando a visão perfeita de
um Park Jimin lavando o cabelo de olhos fechados, a boca levemente aberta,
provocando a pouca sanidade do moreno.
Já não se aguentando, ele arrancou a única peça de roupa do seu corpo e
andou em direção ao box fechado abrindo a porta, e a fechando depois de
entrar.

O menor estava de costas para ele com os olhos fechados enquanto terminava
de enxaguar o cabelo.

Agarrou a cintura do loiro e o puxou para si se deliciando com o choque dos


corpos e o gemido surpreso de Jimin.

-V-Você não consegue nem esperar eu terminar? -Sussurrou, claramente


excitado.

Jungkook o virou para si e o suspendeu no ar fazendo o mesmo entrelaçar as


pernas em sua cintura. As mãos pequenas do loiro estavam em seu peito
subindo e descendo, passou as mãos nos braços musculosos admirando toda a
sua força máscula.

-Se você não fosse tão gostoso eu não ficaria tão excitado, meu amor! -Disse
mordendo seu pescoço quente.

Jimin ofegou alto quando sentiu o membro duro entre suas nádegas. Beijou
Jungkook com urgência sentindo a língua quentinha e molhada do moreno
brincar com a sua.

O maior apertou as nádegas macias com força e investiu o quadril para cima,
se esfregando na entradinha apertada, fazendo Jimin gemer baixinho.

Jungkook desceu os beijos por todo o pescoço até chegar nos mamilos
rosados, passou a língua ali provocando o seu garoto que se remexeu no seu
colo. Segurou seu pau pela base, e passou delicadamente na entradinha
apertada que se contraiu louquinha por ele.

-Rápido Jungkookie...-O menor pediu apressado. -Sem me preparar! Eu quero


rápido! Eu quero agora!
Jungkook sorriu largo e malicioso, olhando o rosto lindo e excitado, a
entrada rosada piscando sobre os seu pau. O que poderia ser melhor do que
aquilo?

Beijou a boca do menor em desespero, as línguas se entrelaçando, os suspiros


de ambos se misturando apaixonadamente.

Jungkook enfiou seu pau grosso na entradinha apertada com tudo,


observando o seu menino gemer escandalosamente e revirar os olhos. Foi a
visão mais linda de sua vida. Ficou paralisado, tremendo e latejando de tanto
tesão, observando o rosto todo contorcido do menor. O moreno estava
perdido te tanta paixão, tesão e obsessão.

Saiu e entrou de dentro dele, enquanto o Park continuava a gemer de olhos


fechados com a cabeça jogada na parede, ambos sentindo a água quente
molhar os corpos mais quentes ainda.

Jimin sentiu se rasgar por dentro, ele era tão grande, mas tão absurdamente
gostoso. Não conseguia manter os olhos abertos, tamanho o prazer que
estava sentindo.

A sensação de ser preenchido por Jungkook era a melhor do mundo, ainda


mais quando o moreno gemia baixinho e rouco no seu ouvido.

-Você é meu Jimin... só meu! -Mordeu o lábio inferior do pequeno o puxando


para si.

-Sim, só seu...-Gemia loucamente para o maior. -Só seu...

Jungkook entrava e saía ensandecido, metendo forte e rápido do jeito que


Jimin queria, ambos excitados ao extremo, os corpos molhados deixavam
tudo ainda melhor.

Jungkook mordia e chupava os mamilos rosados e duros enquanto estocava o


interior apertado do seu amor com fúria.

Ouvir, ver e sentir Park Jimin era tudo o que ele sempre quis na sua vida.
Jimin apertou as pernas fortemente ao redor da cintura fina ao se sentir
chegar perto do orgasmo. Os olhos ainda fechados, gemendo a cada investida
funda do outro.

-Hhmnn Jungkook...Jungkook...-O pequeno gemia mordendo os lábios grossos.

O maior foi ainda mais rápido sentindo se esmagado pelo interior quentinho.
Estava enlouquecidamente excitado com a voz rouca chamando seu nome.

-Goza pra mim meu amor...só pra mim. -Ele masturbou o membro duro e
esquecido do seu garoto.

Jimin gemeu alto ao se sentir o membro grosso atingido sua próstata,


enquanto era estimulado por Jungkook.

-Aaahnn Jungkookie...n..não para! Não para! -O loiro revirava os olhos e se


contorcia segurando os ombros largos, enfiando as unhas curtas ali, tentando
descontar o prazer de alguma forma.

Jungkook foi mais rápido ainda, ouvindo os gemidos afeminados preenchendo


seus ouvidos o deixando louco. Continuou masturbando o membro molhado
de Jimin enquanto o estocava, olhando seus olhos que estavam fechados com
força.

-Abre os olhos meu amor! -Pediu ofegante, quase desesperado. -Olha pra
mim!

O Park abriu os olhinhos, ainda gemendo, e o moreno encostou as testas


suadas, continuou investindo e o masturbando, ficando louco de tesão quando
Jimin gemeu alto olhando em seus olhos quase com fúria.

A entrada o apertando enquanto se contraia, literalmente piscando para si, e


por fim viu e sentiu Jimin gozando em seu colo e mão, arranhando suas
costas, jogando a cabeça pra trás totalmente ofegante, perdido nas sensações
incríveis e insanas que aquele homem pôde lhe proporcionar.
Jungkook estocou mais duas vezes gozando quase que ao mesmo tempo em
seu interior quente, empurrando Jimin ainda mais contra a parede molhada,
rosnando em meio a um gemido gutural.

Ambos ficaram parados na mesma posição, esperando as respirações


normalizarem, se encarando apaixonados e sorrindo. A água ainda descendo
pelos corpos nus, grudados um ao outro.

Jungkook desceu Jimin do seu colo, saindo de dentro dele, amando o gemido
manhoso que ele deu, vendo seu esperma escorrer por suas pernas
lindamente, como se aquilo fosse uma marca sua nele.

Jimin mal conseguia se manter em pé, então se encostou em Jungkook que o


ajudou a terminar o banho.

-Quando você vai entender que eu te amo? E que eu nunca vou te machucar?
-Ele sussurrou no ouvido do menor. -Que você não precisa ter medo de mim?

Jimin suspirou com a cabeça encostada em seu ombro, de olhos fechados,


sentindo a mão do maior lhe acariciar com tanto carinho.

-Eu finalmente entendi Kookie. Eu só fiquei eu choque. -Sussurrou se virando


para fitar os olhos negros que ele já amava. -Eu nunca tinha visto nada assim,
foi assustador sabe?

Jungkook o abraçou forte beijando os cabelos cheirosos e encharcados.

-Eu entendo amor.

-Jungkookie? -O maior sorriu, amava quando ele lhe tratava tão


informalmente daquela forma, se sentia importante para ele. -Eu sou mesmo
único? Você me ama de verdade?

Seu coração batia fortemente com as perguntas do seu amor.

-Mais do que minha própria vida! -Ele foi sincero olhando nos olhos
castanhos e brilhantes.
-Então eu prometo te obedecer e ser só seu pra sempre! -O menor falou
deixando Jungkook sem fôlego e se possível ainda mais apaixonado. -Mas me
prometa duas coisas.

-Hm? Fale meu amor. -Ele beijou sua nuca, mal conseguia se conter de
felicidade.

-A primeira, você vai ser só meu também. -Falou firmemente.

Jungkook riu alto o abraçando ainda mais forte.

-Eu já sou só seu bebê! -Beijou os lábios maravilhosos e quentinhos. -E a


segunda?

Jimin pareceu pensar o que dizer enquanto olhava nos olhos escuros e
bonitos.

-Você vai me transformar em um assassino também. Eu preciso, quero e vou


aprender! Você vai ser meu professor né? Por favoor?

CAPÍTULO 9 - Lições

Sim, ele iria ensinar Jimin com todo o prazer, ele queria tanto isso, poder se
conectar ainda mais com o seu amor. Tirar sua pureza física e mental, o ter
para si de todas as formas possíveis e imagináveis.

Jungkook se perguntava desde quando percebeu que estava apaixonado, e o


porque de se sentir assim. O porquê que com seus dezenove anos de vida
nunca sentiu empatia nem carinho por ninguém, e como que do nada aquele
ser maravilhoso chamado Park Jimin, chegou na sua vida para mostrar que
tudo era possível. Que até mesmo alguém como Jungkook poderia amar.

Porque mesmo que do seu jeito errado, ele amava Jimin, essa era a maior e
única certeza da sua vida.
Jimin era diferente de tudo e de todos, para Jungkook ele parecia um anjo,
quase uma divindade.

Mas por trás da aparência bonita e angelical ele era possuído por uma
sensualidade capaz de deixar o moreno e qualquer um maluco, de queixo
caído.

Jungkook poderia ser considerado doente por se sentir assim tão fissurado
por alguém, mas se a cura fosse Jimin, queria ser doente para o resto da vida.

Jungkook era egoísta o suficiente para o querer só para si, gemendo sempre
só o seu nome, tendo total controle da sua vida, fazendo parte dela. Ele o
queria tanto, nunca deixaria de querer. Se excitava com qualquer coisa que o
pequeno fazia. Ele era seu, e nada nem ninguém mudaria isso, nem mesmo o
Park.

-O que eu tenho que fazer? -Jimin perguntava segurando com as duas mãos
uma pistola calibre 38, apontando para o alvo.

Estavam em uma sala feita especificamente para aprender tiros, normalmente


era sempre lotada com todos os homens que trabalhavam para Jungkook e
Namjoon, mas hoje ela estava vazia.

-Puxa a trava, do jeito que eu te ensinei. -O moreno se colocou atrás de Jimin,


com uma mão em sua cintura e a outra apoiando o seu braço. Colou a boca em
seu ouvido quase sussurrando.-Mantenha a arma bem afastada do rosto e
segure firme antes de atirar.

Ambos estavam sem as proteções necessárias para ouvido, mas na vida real
não se tinha isso pensou o maior, então era melhor Jimin aprender assim.

Jimin deu o primeiro tiro e quase caiu para trás com a pressão que da arma. A
bala pegou na barriga do alvo.

-Minha nossa! -Jimin sorria satisfeito com o seu primeiro tiro. -Eu fui bem?
-Você foi perfeito, amor.-O moreno não conseguia evitar sorrir também, o
pequeno estava bem empolgado. -Agora use todas as balas, tente acertar o
alvo no coração e na cabeça se possível.

Jimin assentiu várias vezes com a cabeça, feliz em poder usar uma arma
finalmente. Se posicionou do jeito que o maior lhe ensinara e atirou mirando
na cabeça e no coração todas as vezes. Quando as balas acabaram ele se virou
para o maior para saber se havia ido bem.

-Uau. -Disse o moreno impressionado indo até o alvo, pegando o papel para
ver bem o que Jimin havia acertado. -Olha só bebê, você acertou a cabeça, o
baço e o coração, e isso de primeira. Tem certeza que nunca tinha atirado
antes?

Jimin não se continha de alegria, estava se sentindo muito bem, afinal ficou a
vida inteira vendo seu tio Hansol ensinando o Yoongi atirar e nunca pôde
chegar nem perto de uma arma.

-Nunca, mas já vi meu tio Hansol e meu primo Yoongi atirando várias vezes.
Eu sempre quis aprender, mas meu pai é estritamente contra armas de fogo. -
Ele suspirou. -Até minha mãe atirava antes de conhecer meu pai.

Jungkook tentou ignorar o fato de que seu garoto falou o nome daquelas duas
pessoas que ele não suportava. Hansol por ser um traficante amante de
bordéis e seu filho Yoongi que além de saber de tudo e não fazer nada ainda o
ajudava levando drogas para revender para os mauricinhos na escola.

O que ele mais odiava no garoto com cabelos cor de menta era isso, a
hipocrisia. Se fazia de bom moço mas na verdade era podre. Essa era a
diferença de Jungkook e Yoongi, ambos não valiam nada mas só um deles era
hipócrita.

-Sua mãe é irmã do Hansol né? -Se fingiu de desentendido enquanto


recarregava a arma. -Ele são próximos?

-Eram... até a minha mãe casar com o meu pai. -Jimin falava olhando para o
nada como se sentisse saudades de algo e isso fez o moreno ficar muito atento
a ele. -Meu pai não gosta do meu tio... nem um pouco e eu não sei porque, ele
é tão legal! Sempre que eu voltava da casa dele eu vinha com um bolo de
dinheiro, até o insuportável do meu pai descobrir e nunca mais me deixar ir lá
sozinho. Apesar que depois dos quatorze anos eu ia direto de qualquer forma.

Jungkook tentou ao máximo não pensar naquilo mas foi impossível, ele sabia
que Jimin transava com o primo e isso sempre o deixou muito puto. Só de
lembrar disso já acabava com o seu dia.

-Hmm. -Disfarçou a raiva ou pelo menos tentou. -Legal, e você se divertia


muito lá com o seu priminho?

Jimin virou o rosto para o maior na mesma hora. Notou que ele estava bem
incomodado com algo. Mas ele estava bem até agora pouco...

-É...sim? -Falou com cautela o olhando. -Somos como melhores amigos.

Jungkook não quis responder mais nada, sabia que seria grosseiro então
tentou guardar a raiva para si, em sua cabeça ele ter transado com Yoongi
era uma traição, afinal Jimin lhe pertencia mesmo que ainda não soubesse na
época.

Respirou fundo e entregou a arma novamente carregada para o menor que o


encarava em busca de alguma resposta para sua mudança de humor
repentina.

-Eu fiz alguma coisa? -Perguntou cautelosamente.

-Só atira, Jimin. Depois daqui eu tenho que te levar para casa porque tenho
muita coisa pra resolver! -Ele tentou ao máximo não soar grosseiro.

Jimin suspirou voltando os olhos para o novo alvo, ergueu a arma disparando
todas as balas sem pausa, acertando todas no coração de forma impecável.

-Você é muito bom! Pode treinar para ser atirador de elite um dia, se quiser. -
Falou sincero.

-Como você é exagerado.


-Eu falo muito sério! A sua visão é incrível, eu notei que usa a arma com
inteligência. Claro que para ser bom atirador tem que ter muito treino e
paciência, mas tendo dezesseis anos e atirando assim...você vai longe.

O menor ficou sinceramente emocionado por suas palavras, não sabia nem o
que dizer. Não era acostumado a receber elogios e muito menos a se sentir
tão bem com outra pessoa.

-Obrigado, Jungkook. De coração. -Disse lhe fitando nos olhos negros donos
de si, donos do seu coração.

Jungkook que antes estava com uma carranca se sentiu mais leve na mesma
hora, se aproximou do loiro baixinho, lhe dando um beijo nos lábios macios,
encostando as testas e narizes.

-Eu estou sendo sincero amor, eu até prefiro que treine para ser atirador.
Pelo menos você mata a distância. -Falou lhe roubando um selinho,
acariciando seu rosto.

-Você estava bravo comigo por alguma razão?

Jungkook tirou as mãos de seu rosto e se afastou com um suspiro irritado.

-Eu vou te dar um cartão para você comprar o que quiser na internet, ok? -
Murmurou de costas, arrumando as armas dentro da mochila para saírem
dali. -Roupas, seus livros de terror, iPod para ouvir suas músicas... qualquer
coisa que você queira, menos um celular.

-Jungkook! -Ele era tão confuso, um hora estava bem e na outra virava a cara.
-Você é bipolar? Que coisa!

Segundo os diagnósticos de Twan sim, mas o moreno achava aquilo ridículo


e humilhante. Estava muito bravo ainda, só de imaginar que Jimin e Yoongi...
não gostava nem de pensar.

-Vamos, eu vou te levar para casa! -Disse jogando a mochila nas costas e
segurando a mão do menor.
Jimin puxou a mão e cruzou os braços sem mover nenhum passo. Jungkook
parou de andar e olhou para o loiro emburrado de braços cruzados o
encarando.

-Eu não vou a lugar nenhum até que você me explique o porque está tão
bravo comigo!

Jungkook revirou os olhos suspirando e jogando a mochila no chão.

-Para de ser criança, Park!

-Eu sou criança? -Gritou apontando para si mesmo. -É você que é bipolar!

Jungkook o olhou seriamente em um claro aviso.

-Abaixe o tom para falar comigo, Jimin.

-Para de me tratar assim! -Ele bateu o pé no chão. -Eu não fiz nada!

O moreno encarou o menor que parecia prestes a chorar e sentiu seu coração
amolecer de uma forma que só ele conseguia, era um sentimento estranho
para Jungkook. Porém ainda estava com raiva.

-Eu quero saber os seus sentimentos pelo seu primo. -Falou com uma clara
carranca irritada.

Jimin ficou em choque olhando para o rosto contorcido e vermelho de


Jungkook. Então ele sabia dos dois?

-Não tem nada para dizer...-Ficou absurdamente tímido. -É por isso toda essa
raiva?

Jungkook ignorou sua pergunta se aproximando do loiro, parando em sua


frente de braços cruzados.

-Quais são os seus sentimentos por ele, Park Jimin?


Agora o menor ficou realmente assustado com seu tom grosseiro. Olhou para
cima, para os olhos que pareciam mais negros do que o normal.

-O Yoongi é meu primo...

-Não fala o nome desse cara, eu só quero saber o que você sente!

-O que isso adiantaria? Se eu falasse que eu o amo você me deixaria ir


embora? -Soltou, e no mesmo momento se arrependeu da provocação quase
se estapeando.

Jungkook o segurou pelos ombros, puxando-o para si, se abaixando para o


olhar nos olhos assustados.

-Nunca! -Ele disse sério, ficou alguns segundos assim segurando e encarando
seus olhos.-Você o ama?

Jimin podia ser considerado louco, porque finalmente admitia que o era.
Afinal amava o fato de Jungkook ser tão possessivo, amava o fato de ele lhe
segurar tão forte. Se sentia trouxa? Muito, mas não podia evitar.

-Não! -Viu os olhos negros nem piscarem enquanto o encarava.-Todo o


tempo que eu passei com ele, eu nunca senti nada. E eu simplesmente não sei
o porquê. Afinal, não faz sentido alguém ser tão frio a vida inteira e como um
passe de mágica se sentir tão loucamente atraído por um estranho, doido,
possessivo, absurdamente atraente, alto, moreno...

Jimin encarava Jungkook com luxúria enquanto dizia as palavras e acariciava


seu braço forte fazendo o moreno querer avançar nele.

-...gostoso, ciumento, lindo e meu. Assim como eu sou só seu.

Jungkook atacou os lábios carnudos com um desejo incontrolável, engolindo


o suspiro do seu amor. Segurou suas nádegas apertando forte, mordendo os
lábios de Jimin em meio ao beijo molhado e lascivo, sentindo o corpo pequeno
se encaixar ao seu da forma mais perfeita possível, entregando-se um ao
outro em busca de todo o contado possível.
-Desculpa bebê, eu te amo tanto! -Gemeu beijando o pescoço cheio de roxos,
que ele mesmo fazia questão de deixar evidentes.

-Eu também te amo, Jungkookie! -Ele sussurrou.

Jungkook parou de lhe beijar para olhar em seus olhos.

-O que você disse? -Murmurou rouco encarado o rosto angelical, os olhinhos


brilhantes. Seu coração batendo forte, como sempre acontecia. -Repete amor...

Quando Jimin ia lhe responder, ambos ouviram uma estante de armas cair
fazendo um estrondo tão alto que fez eco em toda a sala enorme.

Jimin pulou de susto se apertando a Jungkook com força.

-O que foi isso? -O pequeno perguntou assustado.

Jungkook estava ouvindo passos então colocou o dedo nos lábios de Jimin
pedindo silêncio, o menor assentiu com os olhos arregalados.

-Vá para de baixo daquela mesa, amor. -Jungkook sussurrou entregando lhe
uma pistola. -Está destravada então cuidado, não saia dali até eu voltar.

Depois que Jimin estava embaixo de uma mesa de canto, bem escondido o
moreno se sentiu mais seguro para procurar o intruso. Não havia como uma
estante cair sozinha e ele definitivamente não acreditava em fantasmas.

Andou a passos lentos, se escondendo entre as estantes, com uma arma nas
mãos. Ele olhava todos os lados, sua audição detectava a respiração muito
pesada de alguém próximo. A pessoa parecia desesperada porque não
conseguia controlar a respiração, e isso só facilitava para Jungkook.

Ele então finalmente viu atrás da estante um rapaz se escondendo ao lado de


uma mesa, ele aparentava estar nervoso. Estava agachado, com ambas as
mãos segurando uma arma pequena olhando para todos os lados, suando frio.
Jungkook apoiou a sua arma em direção ao garoto e puxou a trava fazendo
um "click" que fez o intruso arregalar os olhos assustado, levantando a
própria arma procurando da onde veio o barulho.

-Jogue essa arma para bem longe, se não estouro sua cabeça. -A voz de
Jungkook saiu bem forte e autoritária fazendo o garoto tremer mais do que já
tremia.-Eu não vou falar duas vezes.

O garoto fechou os olhos em derrota e jogou a arma que deslizou para o


outro lado da sala que estava pouco iluminada.

-Levante com as mãos na cabeça e nada de movimentos bruscos. -Disse. -E de


uma volta para eu ver se não tem mais armas.

O menino levantou devagar, olhando para todos os lados em pânico.

Jungkook viu que ele parecia ter uns dezoito anos e era meio inexperiente,
parecia um informante.

-Tire a faca do seu tornozelo e jogue longe, como fez com a pistola.

O garoto obedeceu jogando a faca que foi parar nos pés de Jungkook.

O moreno pegou a faca pequena de lâmina curvada.

-Cs Go? Bacana, mais uma para a coleção, obrigado pelo presente. Continue
com as mãos na cabeça!

Se aproximou do intruso que parecia mais branco que um papel, os cabelos


tão suados que grudavam na cabeça, absurdamente magro, era pouca coisa
menor que Jungkook.

-Olha cara foi mal... -O garoto começou.

-Para quem você trabalha? -Jungkook perguntou revistando o garoto. -Para


de tremer e responda!
O garoto arregalava os olhos na medida do possível, já que seus olhos era tão
esticados que mal se via a púpila.

-Eu não trabalho para ninguém, senhor! Só estava roubando algumas armas...

-Onde estão as armas que você estava roubando? -Perguntou. -Por que você
tá só com essa pistola? Estranho né? Você estava roubando mas tentando ir
embora de mãos vazias...

-E-Eu..

-Pode vir aqui, meu amor! -Jungkook gritou para Jimin.

O garoto loiro veio vindo de mansinho, olhando assustado de Jungkook para


o intruso.

-Quer mesmo ser um assassino? -Perguntou olhando em seus olhos.

Jimin assentiu nervosamente, de maneira adorável na visão do moreno.

-Então observa tudo o que eu fizer sem desviar os olhos. -Disse-lhe


carinhosamente. -Você acha que consegue, amor?

Ele era tão carinhoso consigo! Jimin queria aprender, queria tanto deixar
Jungkook orgulhoso.

-Eu consigo!

O rapaz pareceu entrar em desespero com a conversa tranquila do casal.

Tentou fugir mas foi fortemente segurado por Jungkook, que o algemou com
as mãos para trás. Ele não parava de gritar fazendo o ouvido de ambos doer.

-Tem uma corda em cima de uma mesa naquela porta vermelha. Pega pra
mim? -O moreno perguntava quase gritando no ouvido de Jimin.

Jimin assentiu, saiu correndo para buscar a corda, Jungkook sorriu com a
cena adorável dele lhe obedecendo tão bem.
Ele voltou com a corda grossa nas mãos e ajudou o moreno a amarrar o
homem escandaloso na cadeira, foi difícil já que ele não parava de se debater.

Jimin ficou com um pouco de pena pelo desespero do rapaz, mas tentou
ignorar.

-Por favor, eu só ia roubar umas armas! -Ele esperneava, se contorcendo para


sair do aperto da corda, a cadeira balançando pra frente e pra trás enquanto
ele se debatia.

-Quem é o seu chefe? -Jungkook perguntou próximo ao rosto manchado de


lágrimas. -Eu ainda nem comecei e você já está desse jeito? Vamos, é melhor
você me falar antes que eu comece a tirar unha por unha, depois passar para
os dentes e sabe... sempre tem coisa pior pra se tirar, eu te garanto!

Jimin observava tudo com uma certa distância, ele não sabia muito bem o que
sentir mas ele queria estar com Jungkook e queria ser um assassino, então
não desviaria os olhos, jamais.

-Pelo amor de Deus! Não faz isso não cara! AAAAH... -Jungkook imobilizou a
mão do intruso e enfiou a ponta afiada da faca embaixo da unha do dedão,
puxando-a para cima, vendo-a se desgrudar da carne, encharcando o dedo de
sangue. -PARA! POR FAVOR, PARA!

O moreno continuou segurando a mão e arrancou cada unha por sob os


gritos do mesmo, sua mão ficou com um aspecto sinistro sem as unhas e toda
ensanguentada. A mão trêmula como o próprio dono dela que soluçava de
dor.

Jimin não conseguia tirar os olhos da cena, seu coração batia forte e seus
braços estavam arrepiados. Os gritos pareciam perfurar seus tímpanos o
incomodando.

-Pede para ele parar, Jimin! Eu sei que você é do bem! -Ele apelava para Jimin
que o encarou assustado. -Me ajuda por favor!

Jungkook segurou o rosto molhado do rapaz com brutalidade e o fuzilou com


os olhos.
-Eu deixei você falar com ele?

-C-Como ele sabe o meu nome? -Jimin gaguejou.

Jungkook ficou com tanta raiva na hora que não havia se tocado disso, os
únicos que sabiam quem Jimin era naquela cidade eram os membros que
trabalhavam para ele, e eles eram de confiança então...

-Verdade...como você sabe o nome dele? Responda! Ou vai ser bem pior do
que isso aqui.

O homem jogou a cabeça para trás com as lágrimas descendo por seu queixo.

-Por favor, cara! Me deixa ir, eu não te fiz nada!

Jungkook estava perdendo a paciência, então enfiou a lâmina curvada dentro


da pele da mão, vendo o garoto gritar, espernear de dor.

-Não vai falar? -Ameaçou fazer o mesmo com a outra mão.

-Eu falo! -Berrou. -Eu falo, vou falar!

Jungkook afastou a lâmina e esperou ele dizer alguma coisa. Jimin que estava
com as mãos no ouvido, as tirou para ouvir melhor.

-Anda! Ou quer que eu corte teu pinto fora? Pra quem você trabalha?

O garoto chorou olhando de Jimin para Jungkook.

-Park Twan. Eu trabalho pra ele! Está atrás de você, Jimin!

O moreno largou a faca suja de sangue, se levantando puto da cara. Jimin


quase chorou ao ouvir isso.

-Ele...tá muito preocupado? -Quase sussurrou aflito.

-Quem se importa, Jimin? Ele quer te levar de mim para te trancar naquele
quarto pra sempre te deixando deprimido! -O moreno falava sério olhando o
seu pequeno triste. -Ou fazer você ir para um internato conservador na Suíça,
pra você ser educado pela freiras!

-Não se esqueça que ele também te trancou, Jimin! -O rapaz berrou.

Ambos o olharam abismados.

-Como você sabe? -Jungkook enfiou o dedo embaixo da pela aberta se


divertindo ao ver o garoto grunhir de dor. -Tem nos seguido a quanto
tempo?

Jimin parecia pensar em algo.

-Jungkook! Meu Deus! -Jimin se lembrara de algo.

-Diga, meu amor! -Ele arrancava a pele da mão do rapaz que esperneava.

-Não tem como ele trabalhar para o meu pai! -Jungkook se virou para o
pequeno, esperando ele falar. -Ele estava armado não tava?

-Sim.

-Eu te disse, meu pai abomina armas! Ele abomina tanto que faz parte de
congressos para eliminá-las! Não tem como meu pai ter contratado alguém
que usa armas para me achar.

Jungkook analisou apaixonadamente o rosto bonito e inteligente do seu


amor, e sorriu para ele.

-Bingo, bebê! Que orgulho!

Jimin sorriu feliz pelas palavras dirigidas a si.

-Agora, vem aqui. -Chamou o baixinho, ignorando os múrmuros de dor do


intruso. -Sua vez.

Jimin se aproximou dele e segurou suas mãos ensanguentadas pegando a faca


para si.
-Para quem você trabalha? -O loiro perguntou apontando a faca no pescoço
do rapaz.

-Eu...não posso falar! Nunca! -Ele chorava olhando o rosto de Jimin em busca
de piedade.

-Esse não tem jeito, meu amor! Ele não vai falar, nem que eu arranque o
pinto dele fora. Só vai mentir! -Jungkook sussurrou se colocando atrás do
menor, segurando sua cintura para lhe passar segurança.

-Então o que eu faço?

Suas mãos pequenas tremiam segurando a faca apontada no pescoço molhado


do rapaz, sem muita firmeza.

-Você enfia com força aqui! -Apontou para a jugular. -Agora amor.

Jimin enfiou a faca com toda a sua força, vendo o garoto dar um grito mudo,
o sangue saiu em abundância pelo ferimento fatal, enchendo as mãos e braços
do loiro de sangue.

-Parabéns, meu amor! Você foi perfeito! -Sussurrou, abraçando o menor por
trás beijando sua cabeça.

Jimin estava estático olhando o garoto agora sem vida, a boca e os olhos
escancarados tornando a cena bem macabra.

Havia muito sangue mas dessa vez o estômago de Jimin não embrulhou. Ele
apenas... não conseguia desviar o olhar.

CAPÍTULO 10 – Aniversário

Eu quero muito saber como é que nós fomos seguidos por um pirralho
daqueles, Namjoon. -Jungkook berrava na sala do mais velho. -Eu mandei os
homens nos seguirem sempre que eu estive com o Jimin! A cada segundo do
dia! E onde estavam os incompetentes?
-Shhhh cala a boca, cara! O Jin pode chegar a qualquer momento! -Namjoon
correu para fechar a porta da sua sala. Suspirou e abotoou o paletó elegante. -
Até parece que você não dá conta de um garotinho, Jeon!

Jungkook se jogou na poltrona almofadada Estava tão estressado desde


ontem, só tinha ido pra casa tomar banho e deixar Jimin. Ou seja, virou a
noite trabalhando, estava exausto. Pelo menos conseguiu os documentos
falsos para ele, eram realmente perfeitos, ninguém nunca descobriria onde o
seu pequeno estava.

-O que o Jin vai fazer aqui? Ele nunca vêm.

Namjoon sentou na sua cadeira atrás da mesa e começou a fuçar em alguns


papéis.

-Hoje é nosso aniversário... de cinco anos! Eu pedi pra ele vir no fim da tarde,
vou levar ele em algum lugar bacana. -Falou.

Jungkook soltou um riso nasal.

-Vocês dois... como consegue esconder dele esse segredo? Você matou mais
gente do que eu, Namjoon!

O platinado jogou os papéis na mesa e colocou as mãos sobre o rosto.

-Ele não pode saber nunca, Jungkook! Se ele descobrir... já era! Tudo acaba. -
Sua voz estava levemente embargada. -Você sabe como é amar alguém, eu
não posso perder ele entende?

Jungkook entendia, até demais. A questão era que SeokJin era muito correto.
Diferente de Jungkook e Namjoon ele teve uma infância feliz, sempre foi
amado e protegido.

-Eu entendo.

-E você... tem alguma ideia de quem era aquele garoto? -Namjoon puxou
outro assunto.
Jungkook negou com a cabeça.

-Eu peguei as digitais dele para entregar ao nosso hacker, mas nada. Eu
preciso saber quem foi, e algo me diz que não é eu que estão seguindo, e sim
o MEU Jimin! -Ele já se sentia irritado de pensar em alguém querendo tirar o
que lhe pertencia. -O desgraçado teve a burrice de chamar ele pelo nome, é
óbvio que aí tem coisa, Namjoon!

-Você está se arriscando muito com esse garoto, você sabe que ele é seu ponto
fraco. Qualquer um que quiser te atingir vai primeiro nele! O alvo mais fácil.

Jungkook riu.

-Aí é que você se engana!

Namjoon franziu o cenho fitando o amigo.

-Eu vou treinar o meu baixinho. Ele vai ser atirador! -Disse orgulhoso.

Namjoon riu acendendo um cigarro, Jungkook detestava o cheiro, para ele


lembrava os bordéis.

-Até parece! Não é assim da noite para o dia que se nasce um atirador. E tem
que ter muito talento você sabe disso.

-E ele tem Namjoon, você precisa ver. Além de ele querer muito. -Sorriu
orgulhoso ao se lembrar do seu amor furando jugular do menino.

-Se você diz... -O platinado apagou o cigarro no cinzeiro. -Agora me diz uma
coisa, você sabe que tem que ter sua última consulta com Park Twan não é?
Vai deixar o seu namoradinho sozinho aqui?

Jungkook bufou se afundando mais na poltrona, ele tinha que ir não só para
se consultar com o pai de Jimin, mas também para caçar o tio dele que estava
na sua lista a muito tempo.

Eles estavam sendo pagos por outros grandes traficantes para eliminar o
Hansol, era muita grana envolvida e seria um trabalho bem mais difícil que o
usual. A única coisa que temia era a reação de Jimin, já que ele amava o tio
canalha.

-Eu conto com você para vigiar ele, Namjoon. -Disse olhando bem sério para
o mais velho. -Eu preciso que ele fique protegido, e só confio em mim mesmo
e em você.

-Pode contar comigo, você vai quando?

-Amanhã, e eu ainda nem falei pra ele. -Ele tinha que investigar o Hansol,
mas não sabia quanto tempo levaria.

Namjoon deu uma risada alta.

-Boa sorte pra você.

-Eu vou precisar. Por mais estranho que pareça, ele realmente não tem medo
de mim, e eu adoro isso. -Falava com um sorriso enorme.

Namjoon ficou olhando o rosto do amigo sorridente.

-Eu nunca vi você sorrir assim desde que nos conhecemos.

Jungkook deixou seu sorriso morrer aos poucos, porém ainda mantinha um
sorriso de canto e o brilho nos olhos.

-Eu vou acabar com quem tentar tirar ele de mim, Namjoon!

-Graças a Deus eu não sou essa pessoa.

(...)

Jimin estava bem chateado com Jungkook. Ele o deixou sozinho naquela casa
enorme sem poder fazer nada, nem ir para o lado de fora ele podia.

Depois que tomaram banho lavando todo o sangue do corpo, o moreno foi as
pressas para a "empresa de tecidos" deixando Jimin sozinho e com medo.
Afinal ele matou uma pessoa e a imagem não saia da sua cabeça, ele não se
sentia mais culpado já que fez para se proteger, mas ainda sim não era algo
com a qual estivesse acostumado.

Estava com receio de ficar sozinho, por mais que soubesse que só naquela rua
haviam pelo menos uns vinte homens armados cuidando da casa.

Andou de um lado para o outro naquele quarto enorme até se cansar de


esperar. Acabou adormecendo.

Jungkook não apareceria tão cedo e amanhã seria seu aniversário, será que ele
sabia?

Era tão estranho dormir sem Jungkook ali... não só a cama ficava fazia como
o seu coração também, ele estava carente e estava ficando mal acostumado
com o tanto que Jungkook cuidava dele. Nunca se sentiu tão amado antes e
não saberia mais viver sem isso.

O dia amanheceu e o loiro despertou olhando para o lado em busca do


moreno, que ainda não estava ali. Ele passou a noite fora, e Jimin ficou muito
triste, por mais que soubesse que ele estava mesmo ocupado e não só o
deixando de lado.

Estava com medo de incomodar o moreno ligando para ele, já que tem um
telefone que só liga para o número dele.

Levantou e passou o dia inteiro deprimido vendo tv enrolado nas cobertas.

Ele odiava aniversários, eles o deprimiam e Jimin já era uma pessoa


deprimida.

Comeu alguns chocolates que o moreno comprou especialmente para ele,


havia pedido vários livros pela internet mas demorariam para chegar então o
jeito era assistir séries.

Não percebeu o quanto o dia escureceu pois acabou dormindo no sofá.


Suspirou mudando os canais até deixar em um de notícia, levou um susto ao
ver o seu pai dando uma entrevista em seu consultório.
O coração disparou, Twan parecia infeliz, Jimin ficou muito aflito e confuso.

"Meu filho fugiu de casa, a opção foi dele mas... Jimin ainda é uma criança, não
sabe o que está fazendo! Hoje é seu aniversário de dezessete anos. Por favor, se virem
Park Jimin entrem em contato comigo! Eu lhes garanto que a recompensa é alta!
Me ajudem a achar o meu filho!"

Haviam fotos de Jimin em vários cartazes no consultório. Seu pai parecia


triste e o loiro sentiu sua garganta fechar ao ver sua mãe aparecer, logo sua
tia, em seguida seu tio Hansol e o primo Yoongi.

Todos com uma camiseta com o seu rosto escrito "Volte para nós".

Em seguida foi para a propaganda e Jimin não havia notado que estava
chorando, ele definitivamente era pessoa mais confusa do mundo.

Seus familiares achavam que ele tinha fugido. Mas como?

-Você está com saudades deles? -Escutou a voz rouca logo atrás de si.

Jimin de um pulo de susto se levantando do sofá secando rapidamente as


lágrimas com as costas das mãos.

-Que susto! A quanto tempo você está aí? -Falou colocando a mão sobre o
coração.

Jungkook carregava uma caixa de presentes enfeitada, vermelha.

Ele estava todo de preto como sempre, os cabelos negros levemente


separados mostrando um pouco da sua testa. Absolutamente lindo, pensou o
menor. Mas seu rosto estava inexpressivo olhando para Jimin, o estudando
com aquele olhar penetrante.

-Tempo o suficiente para ver você se emocionando com a sua família.

Jimin soltou o ar pelo nariz e cruzou os braços olhando para os seus pés
descalços.
-Eu tenho saudades deles, principalmente da minha mãe, eu nunca disse para
ela o quanto eu a amo. -Falou choroso ainda olhando para os seus pés.-Mas
eu não tenho saudades de morar com eles, meus pais não se amam Jungkook,
eles só se aturam. Aquela casa é um mausoléu.

Jungkook caminhou até ele e deixou a caixa pesada na mesinha de centro.


Fitou o loirinho cabisbaixo por um tempo antes de puxá-lo para os seus
braços, sentindo o cheiro doce dos seus cabelos, o corpo pequeno o abraçando
de volta fazia tudo valer a pena. Nunca se sentiu tão completo.

-Me desculpa por tudo que eu já te fiz amor! Te sequestrar, te prender...mas


eu sempre soube que nós dois tínhamos que ficar juntos, talvez seja coisa de
outras vidas, sei lá. E eu queria te desejar um feliz aniversário, mesmo
sabendo que você detesta essa data mas para mim é o dia mais especial, o meu
bebê está ficando mais velho...

-Eu te amo Jungkook!

Ouvir as três palavras da boca de Jimin foi ainda melhor dessa vez, porque pode
aproveitar a sensação quente em seu peito, se ele tivesse aquela sensação para sempre,
a vida já valia a pena.

Jimin o abraçou ainda mais forte, ele sabia dos riscos, mas iria se entregar ao
amor mesmo que pudesse se arrepender.

-Eu também te amo meu amor! Tanto que chega a doer! -Declarou o moreno.
-Você é o meu presente, o único que eu já tive!

Jimin não entendeu a profundidade das palavras do moreno, mas elas o


afetaram completamente. Se ergueu na ponta dos pés para lhe dar um beijo
que foi prontamente correspondido.

Jungkook se abaixou e passou as mãos na cintura fina do menor que passou


os braços em sua nuca. O beijo era calmo pela primeira vez entre eles, as
bocas unidas, uma aproveitando a sensação de estar colada a outra, seus
lábios apreciando a maciez do outro. O maior pediu passagem com a língua
que foi cedida de imediato, sentindo a respiração do loiro bater contra o seu
rosto, as bocas e línguas em uma sincronia molhada, quente, devagar e sexy.
O moreno apertou levemente a cintura de Jimin contra a sua, já se sentindo
excitado, o beijo era tão bom! Não dava vontade de parar. Ele podia beijar
Jimin para sempre, era uma das sétimas maravilhas do mundo.

Jimin se afastou levemente, e Jungkook não conseguia desviar os olhos das


suas expressões. O garoto com o rosto vermelho e claramente excitado o
olhava de volta, mordendo o lábio inferior em um leve sorriso.

-O que é isso na caixa? -Perguntou curioso.

Jungkook se abaixou até a sua orelha e lhe sussurrou:

-Por que você não abre e descobre? -Sussurrou em sua orelha, mordendo seu
lóbulo fazendo Jimin estremecer e sorrir para ele.

Jimin se afastou dos braços de Jungkook e foi até a caixa enorme, era
vermelha com um laço dourado. Puxou o laço e abriu a tampa. Dentro
haviam várias roupas que ele realmente precisava, todas eram lindas, camisas
listradas, vermelhas, azuis de várias cores, olhou para o maior.

-Você não combina com aquelas roupas góticas amor. -Disse lhe, com um
sorriso.

Jimin revirou os olhos sem conseguir deixar de sorrir também, tirando as


roupas da caixa para analisar cada uma. Mas embaixo das roupas havia um
envelope laranja, o loiro franziu o cenho olhando para Jungkook que sorria.

-Abre. -Ele disse, e Jimin abriu.

Eram todos documentos, todos, desde a identidade até o passaporte. Eram


idênticos aos originais porém seu nome e idade estava alterados para Jeon
Jimin, e sua idade estava como dezoito anos.

Levantou os olhos para o maior.

-Como você fez isso? -Sussurrou abismado olhando os documentos perfeitos.


-Não tem como!
-Eu tenho muitos contatos amor, agora nós somos casados!

Jimin tirou a certidão de casamento do envelope totalmente de boca aberta e


sorrindo.

-Você é louco! -Soltou uma risada alta.

-E você adora! -Disse lhe malicioso olhando o com os olhos negros


brilhantes.

Jimin corou e voltou se para a caixa vendo que tinha mais coisas.

-O que é isso? -Era uma caixinha minúscula, uma caixa de anel. -Eu não
estou acreditando nisso, Jungkook!

O moreno se aproximou de si e pegou a caixa abrindo-a para que o menor


pudesse ver. Era um anel delicado com um rubi pequeno, colocou em seu
dedo gordinho e lhe beijo a mão pequenina.

-Para que todo mundo saiba que você é comprometido, e meu! -Falou lhe
olhando intensamente.

Jimin se aproximou mais do moreno.

-Só seu!

Jungkook segurou firmemente sua cintura colando os corpos já sensíveis aos


toques um do outro.

-Eu amo quando você fala isso!

Passou os braços por suas pernas o erguendo escutando um suspiro de


excitação do menor. Subiu as escadas com ele no colo lhe olhando,
acariciando seu peito e sua nuca, de vez em quando beijando seu pescoço o
atiçando.

Abriu a porta e entrou fechando a mesma com o pé, colocou Jimin na cama, e
se afastou para o fitar.
Os cabelos loiros estavam uma bagunça o deixando ainda mais sexy, as
pernas grossas separadas, ele só usava uma camisola do jeito que o moreno
gostava.

-Tira essa roupa, Park! -Disse firme, olhando desejoso para as pernas abertas.
-Eu quero você sem nenhuma peça de roupa.

Cruzou os braços para observar o seu garoto sorridente e corado de vergonha


se sentar sobre o joelhos e tirar a camisola sobre a cabeça, revelando o tronco
magro e branquinho, fazendo Jungkook suspirar em desejo, observando cada
pedacinho do garoto perfeito.

Já estava totalmente duro, só de o ver se despir, ficou ainda mais


enlouquecido quando o pequeno tirou a cueca branca, e voltou a se deitar de
pernas abertas olhando para si, com as bochechas rubras.

Jungkook fitou com água na boca seu falo rosado, já duro e principalmente a
entradinha pequena e apertada quase escondida entre suas nádegas. Se
aproximou dele e se sentou ao seu lado na cama, o loirinho parecia ansioso
por qualquer toque.

O moreno passou as mãos no seu tornozelo e foi subindo até às coxas macias,
fitando cada reação do pequeno que respirava pesado observando por onde as
mãos grandes passavam.

-Você é perfeito, amor! -Ele falou rouco vendo Jimin fechar os olhos e perder
a respiração quando o maior passeou delicadamente as mãos por sua virilha. -
Ansioso e excitado fica ainda mais!

Jungkook amava observar suas reações. Quando segurou o membro


necessitado a respiração de Jimin tremeu, o moreno passou os dedos por sua
glande massageando devagar, enquanto subia melhor na cama, mais
precisamente subia em Jimin.

Jimin estava bastante excitante suspirando baixinho tentando não gemer,


pensou o maior. Jungkook continuou subindo e descendo a mão, no membro
já bem molhado, fazendo estalinhos com os movimentos rápidos.
Jimin soltou um longo suspiro trêmulo, se remexendo na cama.

Quando Jungkook passou a língua na fenda rosada e molhada o garoto gemeu


longamente enquanto olhava fixamente para o moreno.

-Que delícia amor, o que eu posso fazer para ouvir seu gemidinho delicioso de
novo? -Sussurrou com o membro ao lado do rosto. -Colocar na boca?

Jimin assentiu várias vezes com a cabeça, já não se aguentava de tesão.

-Por favor...

-Por favor? Está implorando bebê? O que você quer amor?

Jungkook chupou com tudo a cabecinha molhada, fazendo Jimin revirar os


olhos e gemer alto segurando os lençóis.

-Q...quero que você me chupe! -Sussurrou ofegante.

Jungkook não esperou mais meio segundo para agarrar o membro que
latejava, enfiando-o na boca com tudo, chupando inteiro como um
profissional. Ouviu os gemidos desesperados do loiro, sentindo-se ainda mais
necessitado se esfregando na cama enquanto o chupava para tentar aliviar a
própria excitação.

Separou ainda mais as pernas macias para ter ainda mais contato, largou o
membro duro e desceu a língua por suas bolas, chupando ambas ouvindo seu
pequeno dar um grito prazeroso.

-Hmnnn...Jung...kook...-O garoto gemia muito ofegante.

O moreno quase gozava nas próprias calças ao ver o menor naquele estado,
gemendo seu nome tão excitado. Desceu a língua até a entrada pequena e
chupou fortemente ali, sentindo o menor agarrar seus cabelos,
completamente desesperado. E passar a empurrar sua cabeça ali.
-Que pressa, amor! Quando você ficou assim tão sem vergonha? Uhm? -
Chupou as preguinhas se deliciando com os gemidos perfeitos. -Pra quem
tentou fugir de mim você anda bem safado!

Jungkook enfiou sua língua devagar na entrada comprimida e segurou o falo


molhado do seu amor, masturbando enquanto estocava sua língua em seu
interior.

Jimin estava desesperado de tão excitado, já não sabia mais como agir então
só se entregou as sensações deliciosas que Jungkook lhe proporcionava,
gemendo sem conseguir se conter. Quando olhou para baixo e viu a cena
daquele homem gostoso ali lhe chupando e masturbando foi o ápice.

-Jungkookiee...eu...eu vou...-Jimin tentava lhe avisar mas o moreno só pareceu


ir mais rápido com a mão e a língua quente em seu interior fazendo o menor
perder os sentidos e gozar forte e longamente. Gemendo desesperadamente. -
Ohhhh...

Jungkook tirou a mão melada do membro de Jimin e parou de lhe chupar a


entrada, distribuindo beijos por ali, sorrindo para o garoto ofegante que
tentava se recuperar.

-De bruços amor... agora! -O maior ordenou.

Jimin estava mole e cansado mas se virou de barriga para baixo do jeito que
ele havia pedido, encostando a cabeça do travesseiro esperando pelo que viria.
Sentiu as mãos enormes acariciando sua bunda, apertando forte, o fazendo
começar a se excitar de novo.

-Essa bunda... acaba com a pouca sanidade que eu tenho amor! -Ele se colocou
em cima de Jimin, se segurando nos braços para não o esmagar, a boca colada
em sua orelha. -Eu não sei como eu aguentei tanto tempo... puta que o
pariu, Jimin!

Ele lhe deu uma tapa forte e estalado vendo o menor gemer e segurar o
lençol. Como que do nada o maior saiu de cima do garoto bruscamente.
Jimin olhou sobre o ombro vendo o moreno arrancar a camisa social preta e
tirar o cinto e a calça, ambos se encaravam excitados.

-Fica deitadinho aí amor, não se mexe! -Sussurrou o olhando nos olhos


enquanto pegava o cinto preto no chão.

Jimin viu o volume enorme na boxer preta do maior, ele estava bem duro, e o
loiro se sentiu ainda mais ansioso por qualquer atitude do outro.

Jungkook se aproximou novamente subindo na cama, apertando as nádegas


que ele amava.

-Eu vou bater em você um pouco amor, porque eu estou louco para ver essa
sua bundinha toda marcada! -Sussurrou apertando a nádega direita antes de
lhe dar uma cintada forte.

Jimin gemeu com a dor. Se virou para olha para o maior que parecia com
muito tesão, ele também já estava então...

Jungkook lhe deu outra cintada menos forte mas ainda sim dolorida, Jimin
mordeu os lábios já sentindo seu membro dar sinal de vida e seu cuzinho
piscar.

Mais outra cintada e mais outra, Jimin tentava sem sucesso disfarçar o quão
duro já estava ficando de novo, se esfregando na cama e mordendo a mão
para se controlar.

Jungkook se apoiou nos braços em cima do menor, e esfregou seu falo duro
entre as nádegas avermelhadas, gemendo rouco no ouvido do pequeno.
Arrancou sua boxer rapidamente para sentir melhor o seu garoto, pele contra
pele.

-Já está duro de novo? -Sussurrou agarrando os cabelos loiros com força
vendo o menor gemer mais. Beijou seu pescoço e o mordeu com
agressividade. -Como pode ser tão putinha, Jiminie? Em?

Jimin ficou vermelho com as palavras dirigidas a si, mas também ficou ainda
mais louco para ter o moreno dentro de si.
-E-Eu sou a sua putinha! -Murmurou.

Jungkook não resistiu e se enfiou com tudo na entrada pouco lubrificada,


revirando os olhos com o aperto delicioso, gemendo ao ver Jimin gemendo
também. Ele era tão apertado!

-Repete amor? Repete pra mim o que você acabou de dizer! -Puxou seu
cabelo, rosnando contra seu pescoço enquanto o estocava lentamente, quase
derretendo de prazer.

-Eu sou a sua putinha, Jungkook! Só sua! Ohhh...

O menor gemeu em deleite quando Jungkook passou a lhe estocar


enloquecidamente sentindo o membro enorme ir fundo dentro de si, mordeu
os lábios gemendo.

Jungkook estocava fundo, forte e rápido na bundinha marcada, separando as


nádegas para observar a entradinha engolindo seu pau com maestria. Nada
podia ser melhor, pensava.

Jimin era perfeito e era seu.

Segurou a mão pequena e suada, entrelaçando seus dedos, enquanto socava


com gosto dentro dele, sentindo ainda mais prazer ao ver o pequeno se
empurrando contra si, empinando a bunda para lhe dar mais acesso.

-Como você consegue...? Meu Deus! -Gemeu alto, mordendo o ombro


delicado, deixando mais marcas no seu amor.

Jimin já se sentia perto de gozar de novo, e não sabia que era possível se
sentir tão excitado assim. Gemeu alto ao sentir seu ponto ser acertado com
força.

Quando Jungkook sentiu o aperto de Jimin ficar mais forte e seu gemido
desesperado. Ele aumentou ainda mais a velocidade, vendo que acertou todas
as vezes o ponto correto, já que Jimin gritou rouco, se contorceu na cama,
apertando o lençol com força, enfiando a cara ali enquanto se esfregava na
cama, claramente molhando a mesma com seu gozo.
A entradinha se contraia forte e os gemidos de Jimin foram o seu fim, estocou
mais vezes com força, fundo e rápido, gozando dentro do seu menino,
empurrando sua cabeça no travesseiro, mordendo sua nuca, se enterrando
totalmente no calor apertado, jogando seu gozo o mais fundo que podia.

Ficou dentro de Jimin por um tempo, respirando pesado, mas ao ver que ele
era bem mais pesado e o pequeno estava muito cansado, saiu de cima de dele
se deitando ao seu lado de barriga para cima.

Jimin nem abria os olhos, estava tão cansado que não se movia. Jungkook lhe
observou dormir, e fez um carinho nas costas nuas, desceu as mãos até sua
bundinha marcada e fez carinho ali. Puxou o pequeno que estava super
molinho para se deitar no seu peito o apertando contra si.

Jungkook não sabia quando ia poder ver ele de novo, afinal teria que ir para
Seul dentro de três horas, para matar o seu tio e muito provavelmente seu
primo.

Não sabia se Jimin o perdoaria mas ele tinha que fazer... era necessário, era o
seu dever.

CAPÍTULO 11 - Desentendimentos

Jimin sentiu os raios de sol na sua face bem cedo, franziu o cenho e teve
dificuldade para abrir os olhos por causa da claridade. Seu corpo estava
dolorido da noite anterior e ele estava completamente nu. Sentou se com
dificuldades já que seu quadril doía como o inferno e suas nádegas marcadas
pelo cinto também.

Olhou para o lado vazio da cama e suspirou triste por estar sozinho
novamente. Queria fazer alguma coisa, nem que fosse só ir ao cinema. Mas
não podia, não sem a permissão de Jungkook. Revirou os olhos ao pensar
nisso, Jimin nunca se imaginou tão submisso, mas toda a paixão que
desenvolveu por Jungkook foi capaz de transformar toda a sua cabeça.
Nem ao seu pai ele obedecia, mas algo no moreno definitivamente mudou
tudo em Jimin. Ele estava tão perdidamente apaixonado, sorriu bobo ao
lembrar da noite anterior, ele era tão gostoso e possessivo...se arrepiava só de
lembrar.

Levantou da cama com dificuldade e caminhou até o chuveiro, tomou um


longo banho quente, sentindo todos os ossos estralarem, lavou o cabelo e se
sentiu bem mais leve ao sair de roupão pelo quarto em busca de alguma
roupa. Lembrou se das roupas novas e resolveu usá-las. Uma calça jeans
preta e uma camisa verde e branco de manga comprida, era bem bonita,
pensou sorrindo.

Sentou na cama com um pouco de dificuldade, e olhou entediado para o


quarto, não tinha nada para fazer. Ele achava que essa vida de fugitivo teria
mais ação. Até tinha...quando Jungkook estava por perto, mas sem ele as
coisas se tornavam tão monótonas... ele queria treinar tiro, aprender a lutar,
fazer qualquer coisa!

Se jogou para trás em um suspiro entediado, a cama macia fazia todas as


memórias vivas, não conseguia deixar de sorrir ao pensar em Jungkook.
Colocou as mãos no rosto de sentindo tão tolo, nunca se imaginou assim, era
assustador mas muito bom. Olhou para o anel bonito, ele brilhava, a pequena
rubi era tão delicada e sexy. O vermelho era a melhor cor, definitivamente.

Quando se levantou novamente viu que havia um papel e uma caixa na mesa
de cabeceira, como ele não viu isso? Pegou o papel e viu uma letra cursiva
escrita.

"Pegue o celular na caixa e me ligue"

Jimin no mesmo momento abriu a caixa se deparando com o seu celular. Ele
lhe devolveu seu celular! Ficou eufórico, ligou e começou a mexer. Mas ele
estava diferente, não havia mais fotos na galeria, suas mensagens foram todas
excluídas e só tinham os aplicativos que já vinham com o aparelho, sua lista
de contatos também foi toda excluída só havia um número, Jimin se sentiu
levemente irritado, clicou nele e esperou ser atendido.

-Acordou, meu amor! Tudo bem? Como está se sentindo?


A sua irritação foi por água a baixo no mesmo momento que ouviu a voz
maravilhosa de Jungkook e se pegou sorrindo.

-Eu estou bem aonde você tá Jungkookie? -Falou manhoso.-Eu não queria
ficar sozinho!

Jimin ouviu o suspiro do moreno e notou pelo barulho que ele estava no
trânsito.

-Eu estou em Seul, amor.

Jimin parou alguns segundos para processar a informação.

-Como?

-Eu tive que vir, eu preciso...resolver algumas coisas.

O loiro estava muito indignado, a vontade de desligar foi grande mas ele
sabia que Jungkook ficaria muito bravo.

-Você sempre tem que resolver alguma coisa! Mas que merda! Eu odeio ficar
aqui sozinho em uma casa enorme sem nada para fazer!

-Jimin, vai ser só por alguns dias, Ok? Não precisa ficar assim. -Ele parecia
nervoso já que Jimin não respondeu mais nada.-Fale comigo, amor.

O pequeno bufou irritado.

-Eu não acredito que você vai sumir por dias e nem me contou pessoalmente!
Eu tô com uma raiva, minha vontade é sumir daqui!

-Jimin! -A voz do moreno foi um aviso bem claro.-Me obedeça e não saia daí!
Não ouse falar que vai embora! Eu te acho em qualquer lugar do mundo!

Jimin bufou novamente.

-Para quê? Pra me trancar em uma casa fazendo vários nadas? -Se irritou.
-Eu prometo que as coisas vão ser melhores depois que eu concluir esse caso,
é muito importante e você precisa entender.

-Eu entendo! Mas eu queria ir junto pelo menos! Eu vou morrer de tédio e
queria sair daqui! -Jimin estava muito nervoso. Ele notou pelos sons que o
moreno desceu do carro e estava andando.

-Eu não estou te trancando porque estou confiando em você, não faça eu me
arrepender!

Jimin estava bem puto da cara.

-Você vai fazer o que? Não está aqui para me impedir. -Provocou.

Ele sentiu a tensão pela linha que ficou praticamente muda.

-Não pense em me provocar Jimin, você sabe muito bem que a casa está
cercada e o Namjoon está de olho em você!-Sua voz estava fria e irritada.

-Eu...posso ficar com o meu celular? -O loiro disfarçou.

-Pode, mas ele está grampeado então nem pense em ligar para outra pessoa!

Aquilo foi o fim.

-Meu Deus! Que coisa irritante! Você pode fazer tudo e eu não posso fazer
nada? Isso não é justo! -Disse indignado.

-Jimin, você sabia muito bem que seria assim! E não é hora para discutir.

-Não é como se eu tivesse alguma escolha! Você se aproveita de mim e do


meu corpo e logo em seguida some para "resolver suas coisas".

Não sabia o que estava havendo consigo, mas o fato de Jungkook sempre o
deixar sozinho como um prisioneiro naquela casa estava lhe tirando do sério.

-Jimin!-Grunhiu. -Não é como se eu te obrigasse a transar comigo!


Era óbvio que não. Jimin praticamente se jogava pra ele com todo o prazer,
mas ele queria que o moreno ficasse tão irritado quanto ele estava agora.

-Eu estou muito sozinho, você me abandona sempre, como os meus pais! -
Murmurou.

-Não, Jimin. -Jungkook tinha a voz bem mais mansa e preocupada. -Nunca,
isso nunca vai acontecer, meu amor!

-Já está acontecendo! Yoongi nunca me deixou sozinho depois de uma


transa...

A linha ficou muda. Ele havia desligado na sua cara.

Um desespero tomou conta do loiro. Que merda ele havia feito? Olhou
completamente desesperado para o celular e ligou novamente para o moreno.
Chamava e chamava porém, ele não atendia.

-Que merda! -Sussurrou quase chorando. -Como você é idiota Jimin!

Aquilo fez o garoto ficar aflito o dia todo.

Estava sentado na janela enorme do quarto, olhando melancolicamente a


chuva forte caindo lá fora, fazendo a piscina da casa transbordar. As
palmeiras estavam balançando com a força do vento, só conseguia pensar em
Jungkook. Ele sabia que tinha feito merda, que não devia nunca provocar a
ira dele, quanto mais em relação ao primo que ele morria de ciúmes.

Jimin o amava, que droga, claro que amava. Ficou caidinho por ele desde o
momento em que viu o moreno alto e sedutor na cozinha de sua casa o
encarando com aquelas orbes escuras e completamente indecifráveis. Ele era
tão lindo, absurdamente maravilhoso, ninguém nunca o fizera se sentir nas
nuvens como ele. Ninguém nunca demonstrou tanta preocupação com Jimin
como ele. Era uma paixão doentia? Com toda a certeza. Mas nem Jimin muito
menos Jungkook conseguiam não se afundar no desejo avassalador que os
consumia. Porém, ele acabou de estragar tudo, sabia como o moreno era
possessivo, o tinha aceitado daquela forma, e não duvidava nada de que ele
pudesse fazer alguma coisa ao seu primo.
Pensar nisso fez seu coração quase sair do peito.

Já era quase noite e Jungkook não atendeu nenhuma de suas cem ligações, ele
havia desligado o celular.

Jimin tinha medo pelo primo.

Levantou-se e foi correndo para o andar de baixo, na porta da geladeira tinha


o número do tal Namjoon, era a única forma de ele conseguir falar com o
moreno.

Discou o número, tendo ciência que Jungkook poderia ouvir tudo já que havia
grampeado o seu celular. Chamou duas vezes até ser atendido.

-Alô?

-Park Jimin, algum problema? -Sua voz era muito grave e bonita.

-Oi, tudo bem? Namjoon né? -Perguntou tímido. -O Jungkook falou para eu
ligar para você caso eu estivesse em perigo e não conseguisse falar com ele.

-Sim. Eu e meus homens estamos cuidando muito bem de você. -Ele pareceu
pensar em algo.-Você não está em perigo, Park.

-Não, não estou. Mas preciso falar com Jungkook urgentemente e ele não me
atende!

O outro soltou uma risada.

-Brigaram? -Perguntou irônico.

-Ele tem muito ciúmes do meu primo, e eu tenho medo que ele faça alguma
coisa já que...

-Desculpe-me, Park. Mas eu não posso me meter nos assuntos do Jungkook,


assim como ele não se mete nos meus! -Ele falava tranquilamente de forma
educada, mas parecia com pressa. -Agora, se me der licença...
-Espere!

Mas o outro desligou.

Jimin olhou furioso para o telefone. Ninguém dava a mínima para o que ele
pensava? Estava irritado e se sentindo como um lixo.

Bufou triste, deitou no sofá, ainda haviam cobertas ali do dia anterior. Ele
ficou com muito frio, se cobriu com o máximo de cobertas que pôde, ele
queria o moreno ali para lhe esquentar.

Dormiu chorando, com medo de ter afastado totalmente Jungkook de si.

(...)

Jungkook tremia de raiva dos pés a cabeça. Como algumas palavras podia
mexer tanto com o seu psicológico? O moreno já não era certo da cabeça e ele
sabia disso, mas saber que Jimin transou com aquele lixo do Yoongi fazia seu
sangue ferver.

Ele tinha que tentar se acalmar, mas não conseguia, estava tremendo muito e
tentando não imaginar a cena. Mas ela vinha com força em sua memória.

Uma vez viu Yoongi e Jimin quase nus enquanto se beijavam no chalé da
família Min. Ele os havia seguido até lá para ter certeza que tinham alguma
coisa. Nunca se arrependera tanto em sua vida. As vezes aquelas imagens
vinham em flashes na sua memória o atormentando. Não era só ciúmes, era
ódio por aquele cara que ousou tocar no que era seu, e antes dele ainda por
cima.

Ele era seu, e sempre repetiria isso. Somente seu, nunca poderia perdê-lo. Era
o amor da sua vida. E ouvir Jimin falar de Yoongi daquela
forma...simplesmente era demais para aguentar.

Jungkook sabia muito da vida de Min Yoongi, e isso ajudava a chegar em seu
pai.
Ambos eram traficantes, Min Hansol era dono de um conglomerado, todo
sustentado com dinheiro de propina e tráfico. Ele era muito rico,
multimilionário. Cercado de homens armados até as orelhas, o que dificultava
e muito no seu extermínio. Muitos já tentaram, mas nenhum conseguiu. O
preço por sua cabeça era muito alto, mas Jungkook era muito bom no que
fazia. O melhor!

Yoongi não era só um filhinho de papai superprotegido pelo pai poderoso,


eles também eram cúmplices. Por mais que o garoto tivesse só dezoito anos,
Hansol o ensinou desde novo tudo o que fazer para se dar bem no mundo do
crime.

A polícia nunca desconfiava desses homens milionários. E os que


desconfiavam nunca conseguiam provar nada.

Que se foda! Pensava o moreno. Ele não tinha que provar nada a ninguém,
seu trabalho era matar. E esses filhas da puta estavam na sua mira a muito
tempo. Foi assim que conheceu Jimin.

Estava rondando Park Twan para saber mais do seu cunhado Hansol, então
foi ser seu paciente de fachada. Nada o prepararia para aquela foto na mesa do
psiquiatra.

Um verdadeiro anjo, que roubaria seu coração de uma forma irreversível.

Jungkook bufou andando de um lado para o outro naquele quarto de hotel,


extremamente inquieto. A sua vontade era de ir agora atras do Yoongi,
arrancar seu pau e dar para o seu papai de presente. Mas não podia fazer isso,
estaria muito exposto. As coisas para darem certo precisavam ser bem
pensadas.

Ouviu batidas em sua porta, foi até ela e abriu, revelando um de seus homens
que vieram com ele para Seul.

-Senhor Jeon, telefone para o senhor. É o Senhor Kim. -Ele lhe entregou um
celular, se curvou e se retirou logo em seguida.

-Diga.
-Jungkook! O Hansol? Já localizou?

O moreno suspirou sentando em uma cadeira confortável do quarto elegante.

-Já. Mas por enquanto é impossível chegar perto. Infelizmente o desgraçado


já conhece a minha cara, isso dificulta.

-O que você vai fazer? -Namjoon estava preocupado, como sempre.

Jungkook esfregou a mão no rosto.

-Eu tenho que esperar três dias para uma festa que vai rolar na mansão Min.
Lá eu pego ele.

-Mas vão ter muitas testemunhas cara! Olha, eu confio muito no seu trabalho
Jungkook, mas você não pode se arriscar assim.

O moreno revirou os olhos e deu um sorriso confiante.

-A festa é perfeita, vão estar todos ocupados comemorando o aniversário do


velho. -Riu em escárnio.-Como eles amam o sobrinho né? Vão dar uma festa a
fantasia mesmo com o amado sobrinho desaparecido.

-Jungkook o cara é esperto...

-Ele é bom em traficar cocaína, mulheres e crianças inocentes! Eu sou bom


em matar, e eu vou matar esse bosta com tanto prazer como se estivesse
gozando! -Falou com um sorriso sádico.

-E o Jimin?

Jungkook sentiu a garganta apertar.

-O que tem tem ele?

-Como ele vai reagir? -Perguntou cauteloso.

-Ele nunca, jamais irá saber! -Disse convicto.


-Falando no Jimin...

Seu coração começou a bater mais rápido.

-O que tem ele?

-Ele ligou para mim hoje mais cedo, querendo falar com você de alguma
forma...

-E aí? -Perguntou nervoso.

-Eu fui até sua casa agora a pouco, tá chovendo muito aqui em Busan. O
mundo tá caindo. Fui conferir se ele estava mesmo bem. -Ele soltou a
respiração de modo cansado.-O Park tava todo encolhido no sofá cara, suando
de febre, chamando o seu nome!

Jungkook ficou desesperado. Levantou-se em um pulo andando pelo quarto


atrás de suas coisas.

-O que você tá fazendo? -Namjoon perguntou.

-Eu estou arrumando as minhas coisas para voltar pra Busan! -Disse.

Namjoon demorou a processar o que ele disse.

-O que? Você tá louco Jungkook? Vai colocar tudo a perder? O Park está
comigo, na minha casa. Eu cuido dele, relaxa!

-Ele precisa de mim, Namjoon! De mim! E eu simplesmente abandonei ele aí!


Que droga, eu prometi a ele que seríamos uma equipe! -Ele falava tudo rápido
enquanto procurava desesperadamente suas coisas pelo quarto.

-Jungkook! Presta atenção. Eu sei que você está preocupado mas escuta o que
eu vou te falar agora ok? -Jungkook parou para ouvir, ele sempre ouvia
Namjoon, era a única pessoa que confiava. -Ele está aqui na minha casa, no
melhor quarto de hóspedes, está sendo bem cuidado. O Jin está cuidando dele,
quer pessoa melhor para isso?
Jungkook se acalmou ligeiramente, Jin era médico, e uma pessoa maravilhosa.
Aos poucos foi voltando a pensar racionalmente, o coração ainda apertado ao
imaginar o seu amor doente e chamando por ele.

-Ele já está melhor? -Perguntou aflito.

-Bem melhor. Já comeu sopa e descansou. Mas Jungkook...

-Sim?-Ele estava tão preocupado.

-Ele não pode ficar sozinho muito tempo, é depressivo, ficou mal por estar se
sentindo abandonado. E pelos pulsos marcados, obviamente é suicida.

Jungkook fechou os olhos, triste, sua garganta fechou ao pensar no seu amor
tão mal.

-Ele falou uma coisa que me tirou do sério...eu ignorei ele a tarde toda!

-Ele ainda está triste, mas está sentindo mais bem disposto. -Falou tentando
tranquilizar o mais novo.

Jungkook decidiu ficar, já fazia muito tempo que precisava matar Min
Hansol, ele não podia voltar agora. Doía, mas quanto mais rápido matasse o
filha da puta, mais rápido voltava para o seu amor.

Desligou o telefone e tentou dormir, não conseguia parar de pensar em Jimin,


no seu rosto angelical tão lindo...seu corpo escultural que se encaixava com
perfeição ao dele, seu cheiro doce...ele o queria agora em seus braços.

Pegou seu celular e ligou para ele, o celular chamou várias vezes até cair na
caixa postal. Bufou olhando para o breu do quarto. Acendeu o abajur e se
sentou, nervoso. Discou novamente o número do menor e finalmente foi
atendido.

-Kookie? -Sua voz estava extremamente rouquinha e cansada. Só aquele


apelido fez com que tudo se acendesse em seu corpo. Santo Deus que
saudades que ele estava.-Me perdoa?
Jungkook sentiu tanta vontade de o abraçar e beijar.

-Eu te perdoo amor, eu te amo, me desculpa por ser tão frio hoje.

-Eu que sou infantil, Jungkookie eu queria tanto ficar com você...foi errado
falar do Yoongi!

-Não fale mais dele, Ok? -Murmurou.

-Ok...só não faz nada com ele tá? Ele é meu primo! -Falou nervosamente.

Jungkook demorou alguns segundos pra responder.

-Eu tenho que desligar, amor.

-Mas...Kookie...

Jungkook desligou antes que não tivesse coragem. Ouvir ele defendendo o
primo foi extremamente irritante, e ele ficou com ainda mais ódio.

Levantou se da cama, mesmo sendo quase meia noite e ter começado a


chover, ele iria sair. A raiva o consumia novamente.

Colocou seus jeans escuros, sua jaqueta de couro e seus coturnos. Não
precisaria de armas de fogo. O que ele resolveria era na mão mesmo.

Saiu do hotel com o seu carro e foi diretamente para o apartamento de uma
modelo chamada Georgiana.

Ela era americana, linda, morena de olhos verdes. Yoongi sempre a visitava, e
hoje para a sorte de Jungkook não foi diferente. Georgiana era uma parceira
do moreno e sempre o informava as informações que tirava do idiota do Min
Yoongi.

Quando chegou no apartamento da garota, desceu do carro às pressas, o


sangue fervendo, ele precisava extravasar. Passou pela recepção sem ser
impedido, já que o porteiro o conhecia, entrou no elevador tremendo de raiva,
mas sem deixar o sorriso maníaco nos lábios finos.
Saiu do elevador e foi até a grande porta branca que ele conhecia de cor,
apartamento quarenta e sete. Apertou a campainha e aguardou.

A morena bonita atendeu a porta enrolada em uma toalha, e sorriu ao ver o


moreno parado ali.

-Jeon Jungkook? -Ela cantarolou o nome. -Que surpresa!

Ele atravessou a porta com tudo, quase derrubando a garota, indo em direção
ao seu quarto que ele conhecia bem até demais, e voltando logo em seguida
com uma carranca.

-Onde está aquele filha da puta? -Ele perguntou indo até o seu quarto.

Georgiana observava com um sorriso nos lábios o moreno vasculhando o


apartamento todo furioso.

-Jungkook, sente se! Ele não está aqui. -Ela disse suavemente.

Jungkook a fitou morrendo de raiva.

-Como não está? Você disse que ele estava!

Ela riu de maneira provocante, caminhou até o moreno e o empurrou


suavemente para se sentar no sofá, ele sentou a contragosto a fitando,
desconfiado.

-Eu te falei isso porque preciso te passar as informações...-Ela sussurrou se


sentando no colo do mesmo.

Georgiana sempre foi louca por aquele psicopata, e nada a fazia mais feliz do
que suas visitas, ela o amava a muito tempo. Claro que seria sua parceira para
tudo.

Jungkook bufou, impaciente. A adrenalina estava correndo em suas veias para


espancar o Yoongi. Levou um balde de água fria. Segurou firme os cabelos
morenos, vendo a garota fechar os olhos e dar um gemido.
-Você sabe que eu odeio que mintam para mim, Georgiana! -Sussurrou
assustadoramente.-Aonde está o Yoongi?

Ela sorriu mais ainda, o irritando profundamente. Mordeu os lábios cheios e


desamarrou a toalha ficando completamente nua no colo do maior. Que
desceu os olhos negros por seu corpo.

-Eu quero que você me coma bem gostoso, Jungkook! -Ela sussurrou
provocante em seu ouvido.-E então eu te passo todas as informações que
precisa.

Jungkook revirou os olhos, impaciente. Não conseguiu evitar de ficar


excitado, mas pensou em Jimin e se sentiu mal. Jogou a garota para o lado e
se levantou.

-Hoje não vai rolar, Georgiana. Eu preciso da informação para sair daqui
agora mesmo e matar o desgraçado na base da porrada!

Ela se aproximou dele novamente sorrindo com seus seios grandes expostos
e se colou ao moreno.

-Eu preciso do meu pagamento antes, Jungkook. -Ela sussurrou o olhando


nos olhos, passando a mão em seu peito duro.

Jungkook estava nervoso para sair dali de uma vez e dar um jeito no primo
de Jimin.

-Quanto você quer? -Perguntou apressado.

-Eu quero você...agora, do jeito que só você sabe fazer tão bem! -E atacou os
lábios finos do moreno.

Enquanto beijava a boca lambuzada de gloss, seu pensamento foi para Jimin,
e pensou o quanto ele era infinitamente melhor, mais bonito, mais gostoso,
mais cheiroso...mais tudo. Não conseguia desejá-la.
Jogou a garota nua no sofá subindo em cima da mesma, ele tinha que ter as
informações, nem que precisasse pensar que fosse Jimin ali para conseguir
fazer.

CAPÍTULO 12 – Manipulações

Jimin havia pedido para ir pra casa, estava com saudades de sentir o cheiro de
Jungkook em seus lençóis, mas também não queria ficar sozinho.

-Por que você não fica até ele voltar querido? -Jin perguntava-lhe todo
carinhoso.

Jin foi a melhor pessoa que Jimin havia conhecido em toda a sua vida. Como
uma pessoa podia tratar um desconhecido tão bem?

-Você vai achar idiota... mas até do cheiro dele eu tenho falta, e só fazem dois
dias! Eu tenho medo desse sentimento Jin, é tão forte!

Jimin sentiu os braços acolhedores do outro sobre si, e se entregou ao abraço.

-Não é idiota Chim, é estar apaixonado. -Jin o olhava com olhos bondosos, ele
era tão carinhoso. -Não vê eu com o Nam? Eu faço tudo por ele, cozinho,
cuido de casa mesmo sendo tão ocupado. Isso é amar. E ele retribui cuidando
de mim, me presenteando, me amando de volta!

-Ele não te merece Jin... -Murmurou e se arrependeu no mesmo instante ao


ver os olhos surpresos do mesmo.

-Como? Não entendi.

-Nada... eu tô pensando longe...

-Ahh... -Jin nem desconfiou de nada e já puxou Jimin da cama.-Vamos comer


um bolo de chocolate para você melhorar esse humor. Não há nada melhor do
que comer para esquecer os problemas.
Jimin levantou mais animado, mesmo não tendo recebido nenhuma ligação de
Jungkook, sabia que ele estava bem e pelo que Namjoon falou, ele havia
concluído o que tinha que fazer e voltaria logo pra ele. Finalmente!

2 DIAS ANTES...

Georgiana sabia o que fazia, sabia o que queria e quando. E ela queria Jeon
Jungkook.

O que dificultava sua vida era uma pessoa insignificante para ela mas que
infelizmente mexia com a cabeça de dois homens muito interessantes para a
mesma. E essa pessoa era Park Jimin.

Jeon Jungkook e Min Yoongi eram literalmente os homens de sua vida, em


todos os sentidos. E os dois eram apaixonados por Jimin.

A primeira vez que ouvira o nome do loiro foi a quase um ano, quando
Jungkook ainda visitava sua cama com frequência, ele lhe dizia o quanto não
conseguia tirar o garoto da cabeça. Georgiana ignorou tudo aquilo por um
tempo mas depois de alguns meses quando o moreno voltava para Seul e a
procurava, não lhe olhava no rosto enquanto fodiam, e na hora H Jungkook
sempre gemia o maldito nome: Jimin.

Georgiana era miss, uma das mais bonitas do mundo, bela e influente. Saia
com os homens mais perigosos e poderosos do mundo. Não conseguia
entender como um adolescente baixinho e loiro podia roubar de si o único
homem pelo qual ela já se interessou romanticamente. Ela o viu primeiro!

E como se não bastasse tinha Yoongi que era um de seus passatempos


favoritos, ele era absurdamente belo e convenientemente rico. Sempre lhe
dizia palavras bonitas como se realmente as sentisse, e a presenteava com as
joias mais caras. Porém, Georgiana sempre soube que o coração de Yoongi
era também de Park Jimin.

Como não podia lutar contra o sentimento que ambos nutriam por aquele que
ela considerava uma criatura depressiva com uma aura pesada, preferiu
escolher entre um dos dois. E ela queria Jungkook.
-Por favor Jungkook! -Ela lhe implorava enquanto beijava seu maxilar
masculino, seu queixo e por fim a sua boca perfeitamente esculpida.

Jungkook não consegui parar de pensar em Jimin, mas não teria outro jeito.
Se ele não transasse com a garota insuportável, não saberia onde está o
desgraçado do Min Yoongi.

-Georgiana, eu estou com o Jimin. Entende? Aquele que eu sempre falava


para você. -Ela não parava de lhe beijar se esfregar em si passeando as mãos
por seu corpo malhado.

-Já faz tanto tempo, Jeon! -Ela se ergue para sussurrar em sua orelha. -Pode
pensar nele enquanto estiver dentro de mim, eu não me importo. Eu só quero
você, eu preciso de você!

Jungkook estava em um conflito interno muito grande mas afastou levemente


o corpo nu da garota que o olhou muito irritada.

-Eu acho o Yoongi sozinho. Obrigado pela ajuda! -O moreno saiu a passos
pesados em direção a porta, mas sentiu a garota praticamente pular em suas
costas, se agarrando a sua jaqueta de couro.

-Não vai! Por favor não vai! E-Eu falo, só fica comigo essa noite! -Georgiana
estava chocada, indignada, completamente boquiaberta, nunca havia sido
rejeitada por um homem em toda a sua vida. -Só me deixa aproveitar um
pouco e eu juro que falo tudo, e eu garanto que é muita coisa importante!

Jungkook não podia forçar ela a fala. Georgiana era muito esperta, tinha
muitos amigos e se ela sumisse alguém iria atrás para descobrir quem foi. E
mesmo sabendo que daria conta, Jungkook não podia ter mais inimigos no
momento.

-Eu não posso, eu finalmente consegui ele, depois de tanto tempo! Não posso
foder você e nem te fazer falar, portanto eu não tenho o que fazer aqui. -Ele
olhava firme os olhos verdes indignados. -Eu prometi que nunca iria
machucá-lo, e eu não vou.
Georgiana se aproximou mais do moreno, segurou o seu pênis duro e enorme
por cima da calça.

-Ele nunca vai saber... e você quer! Você me quer, Jungkook! -Ela estava feliz
com a constatação de o ter excitado, afinal estava nua e a sua mercê. -Jimin
não precisa saber.

Ele lhe afastou a mão e a fitou sério, já perdendo a paciência.

-Georgiana, eu não te quero, entenda! Ficar excitado eu fico até vendo


comédia romântica. -Ele segurou em seu braço moreno e a puxou para
segredar em seu ouvido. -Mas ficar louco de desejo? Louco de tesão e paixão?
Querer possuir uma pessoa somente para si? Amar o corpo, e a alma de uma
pessoa? Isso eu só sinto por Park Jimin.

Jungkook largou a garota revoltada e se dirigiu novamente para a saída,


ouvindo a mesma bufar e gritar.

-Se você sair por essa porta, eu ligo para o Yoongi e conto onde o Park está! -
Ela gritou estridente fazendo o moreno estancar na porta. -Yoongi chega até
ele muito antes que você, então você nunca mais o verá de novo!

Ele se virou para a garota que exibia uma raiva no olhar que Jungkook nunca
havia presenciado desde que a conhecia. Ao mesmo tempo um ódio
descomunal nasceu em seu peito.

-O que você disse? -Ele caminhou novamente até a garota com o nariz
empinado e segurou seu braço já marcado, ouvindo um gemido da mesma,
que ele sabia ser de prazer o que o irritou ainda mais.

-Eu adoro quando você é bruto! -Sorriu ao ver o moreno com um olhar
assassino que pra ela se tornava mais sedutor. -Você fica ainda mais gostoso!

-Cala essa boca imunda e me responda, sua idiota!

Jungkook apertou ainda mais o braço da garota, vendo a mesma morder os


lábios e fechar os olhos em deleite.
-Me xinga mais! Por favor! -Ela lhe pedia sorrindo para ele de forma safada.

Jungkook ficou tão irritado que jogou a garota com tudo no sofá e se afastou
para chutar algo. Quebrou sua tv, jogou a mesa de centro longe, ele estava
tendo um ataque de fúria e não podia bater nela. Quando olhou para ela no
sofá, ela sorria segurando os seios, se tocando.

-Você é retardada? -Perguntou indignado. -Eu vou te matar garota! Me


responda, como você sabe onde o Jimin está?

-Você não pode me matar seu gostoso! Eu tenho um trunfo, e esse trunfo é
aquele sem sal do Jimin! Eu mandei algumas pessoas seguirem ele... você não
imagina a minha surpresa ao ver você o sequestrando e levando para Busan...
-Ela se levantou e foi até a gaveta de uma estante de madeira que havia na
sala, sendo observada pelos olhos raivosos do moreno, pegou várias pastas e
as entregou nas mãos dele. -As milhares de fotos do casal mais bizarro do
ano.

Jungkook tomou as pastas da mão da mulher e as abriu, eram muitas fotos de


Jimin entrando e saindo da escola, chegando em casa, no carro do pai, sempre
com aquele olhar melancólico e sempre com os fones de ouvido.

-O que vocês dois veem nesse garoto?

Jungkook não se deu ao trabalho de responder. Ele iria acabar matando a


garota e fodendo com muita coisa. Não era só o Jimin que ele podia perder,
arriscava ferrar Namjoon e todos os homens que confiavam nele. As fotos
eram assustadoramente íntimas, algumas do seu menino tirando a camisa em
seu quarto, o corpo escultural e os olhos melancólicos.

-Me lembre de matar esse fotógrafo, depois de matar você! -Ele disse depois
de ver as fotos do dia que ele o sequestrou, o dia que ambos brigaram quando
Jimin tentou fugir em frente ao portão do esconderijo... fotos dele sozinho no
carro, com os olhos assustados quando Jungkook foi buscar gasolina no dia
em que viajaram.

-Você já matou o fotógrafo, Jungkook. -Ela disse com um sorriso.


Ele soube na mesma hora que era o garoto daquele dia, que ele e Jimin
haviam matado. Porém não lembrava de ver câmera nenhuma com ele.

-Você me persegue com que propósito?

Ela riu alto o fitando com desejo.

-Não é óbvio?

-Você quer mesmo isso? Transar com um cara que não tem sentimentos
nenhum por você? Que te despreza como se fosse pior do que lixo? -Ele se
aproximava com ódio nos olhos e a garota parecia ansiosa. -Quer ser fodida
pelo cara que vai te matar? Sendo cruelmente torturada? Quer mesmo isso?
Transar com o seu assassino?

Ela sorria em expectativa, tudo estava saindo como o planejado. Se


aproximou do moreno que tinha uma aura assassina.

-Se você não fizer bem gostoso... do jeito que eu gosto, pode dar adeus ao seu
precioso pirralho!

Jungkook segurou a garota com tanto ódio que ficou surpreso em não
quebrá-la, jogou a mesma no sofá de bruços e tirou sua jaqueta de couro,
arrancando a camiseta preta. A garota se virou de barriga pra cima para
apreciar a visão, ela abriu as pernas em expectativa mostrando sua boceta
molhada para o moreno que a fitava com o mais puro desprezo.

Tirou as calças Jeans junto com a cueca, se deitou sobre a garota que
suspirava em deleite e entrou nela com tudo, estocando várias vezes seguidas,
pensando em Jimin, na sua boca carnuda e quentinha, nos gemidos
melodiosos, em seu cheiro suave e doce, na sua pele macia e acabou gemendo
seu nome, fazia os movimentos sem olhar no rosto da garota que gemia se
agarrando a ele. Tentava não pensar no que estava fazendo.

-Eu tenho nojo de você Geogiana... -Ele lhe sussurrou no ouvido. -Você é um
lixo, uma porca...
-Não é o que parece... você está tão duro... -Ela falou com um sorriso na voz
que lhe foi totalmente irritante.

-Cala essa sua boca que com essa voz de taquara rachada eu broxo!

-Não minta para si mesmo Jungkook, você me adora! Deixa esse feitiço do
Park acabar que você volta correndo pra mim! Ah...

Jungkook a virou bruscamente de bruços novamente, empurrando sua cabeça


contra o estofado com força, fazendo a mesma não conseguir falar.

-Não fale mais o nome dele sua vadia! -Jungkook estocou várias vezes
seguidas imaginando Jimin, tentando se concentrar em seus gemidos. -
Jimin...Jimin...

Georgiana era violentamente estocada e se engasgava com os próprios


gemidos, ela amava sentir o moreno ir tão fundo dentro dela, mas odiava
ouvir ele falando o maldito nome, ela odiava Park Jimin. Ela queria gemer
para ele ir mais fundo mas sua cabeça era empurrada com força contra o sofá,
ele era tão grande e grosso que a fazia delirar, a garota acabou gozando
rapidamente e gemendo alto se contorcendo no sofá.

-Terminou? -Ele perguntou entediado erguendo a mesma pelos cabelos. -


Ótimo, agora eu posso ir embora!

Ele se levantou pegando sua roupa e vestindo com pressa, a garota se


recuperava do recém orgasmo, olhava para ele de forma magoada.

-Você já vai? -Ela se levantou, tendo ciência que ele não havia gozado. -Deixa
eu terminar pra você?

Ele a encarou incrédulo, já totalmente vestido.

-Você é burra? Não é possível. Entenda que tudo o que eu sinto por você é
desprezo e nojo! Por mim também por ter encostado nesse lixo que é você!
Mas eu faço tudo por Jimin, até aceitar ser usado. -Ele parou em frente a
garota que estava com cara de choro. -Eu já fui muito sexualmente usado
nessa vida Georgie, mas amar? Só uma vez! Você só assinou sua sentença de
morte, como também me fez ter nojo de mim mesmo, obrigado Georgiana!

-Você não ama aquele anão! Ele só te enfeitiçou!

Jungkook soltou um riso nasal.

-Eu quero que você me passe todas as informações do Yoongi e do Hansol


por e-mail porque eu não consigo mais olhar para essa sua cara imunda! -Ele
se aproximou mais da garota nua que o olhava com lágrimas nos olhos. -Se
você não me passar informações úteis eu juro que mato você e todo mundo
que você gosta, um por um e não me importa os seus amiguinhos assassinos,
entendeu?

O moreno virou as costas e saiu deixando a garota se sentindo muito mal, ela
o amava. E não se aguentou em chorar de soluçar enquanto procurava se
celular pelo sofá. Clicou no contato e esperou a pessoa atender.

-Georgie? -Ouviu a voz rouca de sono. -Espero que seja importante eu...

-Jungkook veio aqui e... -Ela chorou fungando. -E saiu tudo como o
planejado.

-Ele... você gravou tudo? -A voz antes cansada parecia muito mais animada.

Georgiana foi até um dos livros de sua estante que havia uma câmera
disfarçada.

-Sim...

-Você é incrível garota, vou te pagar cada centavo com prazer! -Sua voz
estava muito animada.

-Só tire o Park de perto do Jungkook, só isso! Ele é importante para mim, ele
é meu! De todas as formas.

-Relaxa Georgie, eu terei meu priminho logo logo, ou não me chamo Min
Yoongi.
CAPITULO 13 – Mentiras

-Jiminie? Acorda!

Jimin não conseguia abrir os olhos, eles estavam extremamente pesados.


Sentiu alguém o colocar delicadamente em uma cama macia e acariciar seu
rosto, a mão estava muito fria. Ele queria tanto abrir os olhos mas era
impossível.

Já estava quase se entregando a inconsciência mas então sentiu beijos em seu


rosto, beijos familiares para si, as mãos passando de seu rosto para as laterais
do seu corpo com certa urgência. Ele queria ver quem era mas não conseguia.
Sentiu os lábios da outra pessoa encostarem aos seus, seu cabelo ser puxado e
seu corpo ser abraçado na cama.

Jimin resmungou tentando com todas as forças abrir os olhos e falar alguma
coisa.

-O que ele fez com você Minie? Conta pra mim! Ele te machucou? -Beijou
seus labios.-Acorda primo! Acorda, eu estou com tantas saudades!

Jimin parecia ter ouvido a voz de seu primo Yoongi, mas pensou que era
impossível, a última coisa que se lembrava era de estar indo para a casa de
Jungkook esperar ele chegar...Santo Deus, ele havia saído escondido por que
não queria mais incomodar Namjoon e Jin. Ele havia sido pego na rua?

Não se lembrava, estava muito cansado.

-Jiminie... acorda! -A pessoa o levantou e começou a chacoalhar seu corpo


mole, e ele soube na mesma hora que era Yoongi, mas como? -Eu quero falar
com você!

Depois de um tempo o chacoalhando Yoongi o largou na cama e atendeu seu


telefone que não parava de tocar.
-Fala! Eu tenho que levar ele pra algum lugar pai, antes que o tio Twan
descubra...eu sei que ele já sabe que somos criminosos, por isso mesmo que
ele não pode saber do Jimin! O quê? Se ele te denunciou fuja, mas não tem
como provar o meu envolvimento né? A ta, e a mamãe? Pai? Alô!

Jimin ouvia tudo com o coração disparado, o que o Yoongi estava falando? O
loiro tentava a todo custo de mexer mas a droga que deram para ele
realmente era pesada.

-Pai? Que barulho é esse? Me responda pelo amor de Deus! MERDA!

Ele saiu correndo do quarto deixando Jimin sozinho com os seus


pensamentos, o que estava acontecendo? O que são todas aquelas coisas que
seu primo estava falando? Ele precisava saber, como assim eles eram
criminosos? Papai os havia denunciado? Sua mente estava tão confusa, seu
coração disparado mas o cansaço era muito grande então se entregou ao
sono.

(...)

-Onde ele está seu monte de lixo? -Jungkook perguntava furioso com a arma
grudada na cabeça de Hansol. -Eu acabo com você!

Min Hansol não estava surpreso com a entrada de Jeon Jungkook no seu
escritório, ele sabia que o jovem assassino era bom. E se fosse para morrer
seria olhando em seus olhos.

-Eu nunca vou falar onde está o meu filho, Jeon! Pode esquecer, nem sob
tortura... por mais que eu saiba que você tem uma vasta experiência com essa
área. -Ele lhe dizia com um sorriso amarelo. -Eu sei que você vai me matar de
um jeito ou de outro, e pode acreditar meu jovem, eu lhe admiro por isso. A
minha cabeça vale muito no mercado negro...mas Yoongi não, ele não sabe de
nada!

Jungkook sorriu sarcasticamente, apertando a arma na sua testa, se agachou


até onde o mais velho estava, no chão.
-Tadinho do playboyzinho... ele é tão inocente! -Falou com a voz doce cheia
de ironia.-Eu vou matar o seu filho, Min Hansol. Ele vai gritar feito uma
cadela no cio e eu vou rir tanto... quero que morra sabendo que seu único
filho vai para a vala! Assim como você. Só não mato a sua esposa por que eu
sei que ela é totalmente burra e não sabe de nada, mas o seu filhinho não me
escapa!

Hansol fitava seriamente o rosto bonito e bem esculpido do garoto, já o tinha


visto no consultório de Park Twan mas tinha algo a mais ali, agora vendo de
perto ele se lembrou que esse era o garoto de programa mais famoso entre os
mafiosos a uns anos atrás. Ele nunca havia tido o prazer de sua companhia,
mas já tinha ouvido os boatos que eram sempre favoráveis ao mais jovem.

-Yoongi é adulto, ele deve saber lidar com você!

-Suas últimas palavras? -O moreno falou guardando a arma e pegando uma


faca de cano longo tão afiada que brilhava na sala amadeirada e elegante de
Min Hansol.

-Quando eu entrei para esse mundo, eu sabia que morreria cedo, meu filho
também sabe. E Jimin...também deve saber! -Ele viu Jungkook semicerrar os
olhos em pura raiva. -Yoongi também é obcecado por ele meu jovem, ele
sempre foi. Eu não sei qual dos dois vai morrer antes, ou qual dos dois ficará
com o meu pequeno sobrinho. Mas nas duas alternativas, que vença o melhor!

Jungkook enfiou a faca lentamente no coração do homem, vendo o mesmo


agonizar em dor e engasgar com o próprio sangue. Jungkook usava uma luva
e tentava ao máximo não se sujar de sangue. Viu os olhos do o outro
perderem a vida lentamente, até ficar totalmente paralisado.

-Quanto drama... -O moreno sussurrou.

Jungkook se levantou, tirou as luvas jogando dentro de sua pasta, e trocou os


sapatos. Tirou foto do homem que agora jazia em uma possa de sangue e a
enviou para o mandante do crime. Logo a grana cairia na conta, e uma grana
alta. Min Hansol estava finalmente morto.
Colocou outra luva, pegando o celular para verificar a última chamada,
Yoongi estava na linha. Jungkook sorriu ao ver o nome do outro na tela do
iPhone. Colocou o celular no ouvido, e escutou uma respiração pesada do
outro lado da linha.

-Eu vou te pegar seu merda, me aguarde! Eu estou chegando! -Disse com um
riso na voz.

O outro não respondeu de imediato mas a respiração ficou ainda mais pesada
e irritada.

-Você acabou de matar o meu pai? -Ele lhe perguntou com a voz
transbordando raiva.

-E você vai ser o próximo, logo depois Georgiana e todos os seus


amiguinhos! -Jungkook falou pegando seu rastreador no bolso e conectando
ao celular discretamente. -Seu papai estava agonizando agora a pouco...ele
está aqui, com esses olhos esbugalhados horríveis me olhando...credo!

-CALA ESSA BOCA! Eu vou te matar seu desgraçado! Eu quero que você
tente me pegar! -Jungkook sorria com o surto do outro, quanto mais tempo
ele ficasse na linha mais certo o rastreador funcionava. -Eu não sou o Jimin
cara! Eu queria ver você mexer com alguém do seu tamanho!

Jungkook se irritou por ele ter citado o SEU Jimin.

-Não fale do Jimin, não pense no Jimin, se quer sonhe com o Jimin, esqueça
que ele existe entendeu? -O rastreador deu um apito baixo mostrando ao
moreno o local exato onde Yoongi estava.

E seu coração disparou ao ver a localização, Busan.

Teve que se controlar ao máximo para desligar o telefone antes que falasse
alguma coisa que estragasse tudo.

Ele saiu da casa do Hansol agradecendo aos céus pela noite chuvosa. Foi para
o esconderijo e trocou toda a roupa, jogou toda a roupa suja de sangue em
uma vala ali perto. Higienizou suas facas e voltou para o hotel, saiu tudo de
acordo com o plano.

Pagou sua diária no hotel e avisou seus homens para comprarem as


passagens para Busan.

Pronto, estava louco para finalizar Yoongi e ver Jimin novamente, seu corpo
inteiro ansiava de saudades do pequeno.

Evitava falar com ele pois sofria mais ao saber que ele estava doente e
Jungkook não podia fazer nada. Pensar no seu amor fazia o peito de
Jungkook aquecer, ele o amava tanto! Ele veria seu amor dentro de algumas
poucas horas, mas primeiro mataria Yoongi.

(...)

Jimin acordou com mais dor de cabeça do nos dias anteriores, como se ele
tivesse tomado um porre só que bem pior. Olhou em volta estranhando o
lugar que estava. Era um quarto realmente luxuoso, em tons escuros, a
cortina preta pesada estava com uma fresta aberta iluminando parcamente o
quarto escuro revelando uma verdadeira suíte presidencial.

Sentou se com dificuldade e olhou para todos os lados. Ele estava sozinho na
cama e notou estar somente com sua camisa de botão azul e uma boxer
branca extremamente apertada e desconfortável.

Ele estava se sentindo tão estranho, não se lembrava de absolutamente nada.


Colocou as pernas para fora da cama extremamente alta, seus pés ficavam
longe do chão, então deu um pequeno pulinho até o chão sentindo todos os
seus ossos estragarem e sua cabeça rodar.

Ele foi até a cortina pesada e a abriu de um lado a outro fechando os olhos
para tamanha claridade, colocou a mão sobre o rosto e notou algo estranho. O
anel de rubi que ganhou de Jungkook não estava mais em seu dedo.

E também ao finalmente se dar conta que não conhecia aquele lugar.


A vista era um espetáculo, não saberia dizer em que andar estava, mas sabia
que era uma mansão ou um hotel.

O que estava fazendo ali? Como foi parar naquele lugar? Ele pensava em tudo
isso quando se assustou ao ouvir a porta sendo aberta e logo depois fechada.
Arregalou os olhos com medo de olhar pra trás, estava com esperanças de ser
Jungkook.

-Acordou Jiminie? -Quando ouviu a voz do homem se aproximando, aí sim


ficou em choque.

Se virou para ver o primo agora de cabelos negros, com os olhos levemente
vermelhos, mas um pequeno sorriso nos lábios.

Jimin e Yoongi correram para um abraço apertado cheio de saudades, Yoongi


passou as mãos na cintura do loiro e o ergueu quase tirando o ar do garoto.

-Hyung? Como? O quê? -Ele olhou nos olhos do primo levemente mais alto. -
Como você me achou?

-E isso importa Jiminie? O que importa é que eu te salvei, você está livre! -
Yoongi ainda o abraçava sendo agora levemente retribuído por Jimin.

-Importa sim, eu fiquei praticamente em coma durante a noite toda e meu


corpo todo dói! -Ele tirou as mãos do primo de sua cintura e se afastou
levemente. -Eu quero saber o que você fez e como veio parar aqui!

Yoongi franziu o cenho para as perguntas do menor, obviamente não iria


respode-las.

-Esquece isso Jimin. -Ele o puxou pela cintura grudando ambos os corpos
olhando diretamente sua boca carnuda bonita.-Está com fome?

Jimin olhou para o lado negando com a cabeça, segurou as mãos do primo
para se afastar mas ele se grudou mais a si.

-Não estou com fome, quero saber como você me achou! E como conseguiu
me trazer pra cá...
Yoongi avançou em sua boca carnuda para o calar, beijando com saudades a
boquinha do primo que se esforçava para se soltar e não retribuía o beijo.

Jimin virou o rosto ofegante e Yoongi aproveitou para beijar toda a sua
bochecha e maxilar, descendo rapidamente para o pescoço que ainda tinham
alguns resquícios de chupões praticamente apagados.

Yoongi parou de beijar a pele cheirosa do primo e fitou indignado as marcas


quase apagadas, ele teve uma súbita crise de ciúmes no mesmo momento,
apertou ainda mais a cintura fina.

-Jimin eu sei que você...teve alguma coisa com o seu sequestrador, e eu sei
que você pode estar achando que está apaixonado mas me diz por favor que
vocês não transaram! -Ele lhe perguntou enciumado olhando nos olhinhos
arregalados do primo mais novo.

-Como você sabe tanto Yoongi? -Jimin olhava de volta morrendo de


desconfiança. -Olha nos meus olhos e me diz como você sabe tanta coisa? Isso
tá muito estranho!

Jimin tentou se soltar do aperto do outro, mas seu corpo ainda estava mole e
sem forças.

-Não muda de assunto Jimin!

-Você que está mudando de assunto! -Falou raivoso.-Me solta!

Yoongi não parava de olhar o rosto lindo de seu primo mais novo, ele sempre
foi apaixonado por Jimin, desde criança. Sua maior vitória havia sido a
virgindade do mesmo, porém queria continuar sendo o único cara dele, o
único a ter encostado em Park Jimin.

-Eu te amo Minie! Só isso que basta, foda-se como eu sei de tudo, o que
importa é que você está livre do Jeon! -Beijou sua bochecha e olhou sua cara
emburrada, Jimin era sempre fechado e com a cara emburrada, ele já estava
acostumado. -Você não vai ver ele nunca mais...ok?
Jimin olhou para ele com a expressão surpresa, então empurrou Yoongi com
força e se afastou cruzando os braços.

Yoongi observou cuidadosamente as ações do menor e se deu conta que sim,


ele estava apaixonado pelo desgraçado do Jeon. Os olhos sempre
melancólicos e sem vida estavam diferentes e com um brilho novo, isso o
deixou furioso.

Ele sempre quis contar a Jimin o que fazia e o porquê seu pai enriquecer tão
rápido. De um ex militar de classe média se tornar um milionário, mas
Hansol sempre o proibiu de falar, mas agora ele estava morto.

-Eu vou ir embora, ok? Não me siga por favor! -Ele disse procurando suas
coisas no quarto.

-Como assim ir embora? Para onde? -Yoongi perguntou indignado parando


em sua frente.

-Eu vou para casa do Jungkook! Eu estou com ele Yoongi, por favor não
conte aos meu pais ok? -Jimin falava rapidamente juntando sua calça do chão
e a vestindo, o loiro o olhou nos olhos como que pedindo desculpas. -Eu...amo
ele! E eu preciso ficar com ele entende? É um sentimento que eu nunca havia
experimentado, eu não posso mais viver sem ele!

Yoongi tentou mas não conseguiu disfarçar toda a fúria que ele sentia
naquele momento. Todo o carinho que ele tinha por Jimin se evaporou no
mesmo instante, e um sentimento de revolta tomou conta do seu corpo.

Ele queria bater no pequeno igual fazia com as prostitutas, e o ter para si da
forma mais carnal possível, agora ele se importava mais para os sentimentos
do loirinho se é que algum dia se importou.

Jimin bufou ao ver a chuva aumentando e o dia escurecendo de novo. Ele


dormiu um dia inteiro.

Jimin olhou para o rosto vermelho do primo que não o olhava nos olhos, e
estranhou ele aparentar estar com tanta raiva ao ponto de quase chorar, será
que Yoongi estava tão triste assim por ele estar com Jungkook?
-Você está mesmo com aquele assassino doente? -Yoongi semicerrou os olhos
vermelhos de raiva e dando alguns passos em sua direção.

Jimin continuou olhando para a cara do primo.

-Como você sabe que ele é um assassino? Me responda Yoongi!

Yoongi segurou Jimin com força pelos braços o encarando com fúria nos
olhos, o rosto um pimentão de tão vermelho. O loiro se perguntava o que
acontecia com aquele que sempre fora seu amigo, amante e confidente e o
porque de ele agir tão estranho.

-Jimin! Ele matou meu pai! -Disse venenosamente encarando os olhos agora
arregalados do menor. -Você deu para um assassino? Me diga por favor que
não passaram de beijos!

Jimin estava em choque olhando seu primo sem o ver de verdade, seu coração
se encheu de choque e desespero. Aquilo não poderia ser verdade, Jimin era
completamente apegado ao tio Hansol, diferente de como era com seu pai, ele
sempre lhe deu liberdades e o tratava como igual. Lhe ensinava golpes para
se defender dos valentões da escola e sempre mentia para o seus pais quando
ele fazia alguma coisa errada. O loiro não conseguiu falar nada, a sua voz
morreu em sua garganta, por que Jungkook faria isso? Obviamente ele era
um assassino mas não tem motivos para matar alguém tão bom quanto tio
Hansol.

Não conseguiu evitar as lágrimas caírem dos seus olhos chocados, porque
Jungkook faria aquilo?

-Jimin! Você transou com ele? -Yoongi perguntou sem paciência para suas
lágrimas.

-O QUE ISSO IMPORTA YOONGI? FODA SE! -Ele gritou aos prantos. -
Isso não te interessa e não vem ao caso! Seu pai morreu! Que merda, até
parece que você não liga!

Ele se jogou no chão chorando abraçando os joelhos, Yoongi ligava é claro.


Mas já passou, ele não era de sentimentalismo. O que passou passou, mas ele
sabia como Jimin era frágil emocionalmente, então se sentou ao seu lado para
o abraçar, por mais que estivesse com ódio dele no momento, mas era a
melhor forma de fazê-lo esquecer o maldito Jeon.

-Desculpa Jiminie, eu ligo sim...só que eu sou mais forte, só isso! -Ele disse o
abraçando de lado enquanto o pequeno chorava copiosamente.

-Porque ele fez isso? -Perguntou incrédulo ainda soluçando.-Não tem razão
nenhuma para matar um homem tão honesto quanto o tio Hansol!

Ali Yoongi viu a oportunidade de ouro.

-Por ciúmes de você Jiminie, para me afetar!

Jimin franziu o cenho o olhando com os olhinhos cheios de água.

-Mas não faz sentido Yoongi! O Jungkook não mata as pessoas em vão, e se
fosse pra matar alguém seria você e não seu pai! -Sua voz estava saindo como
a de um gatinho de tanto que ele chorava. -Tem certeza que foi ele?

Yoongi revirou os olhos irritado se levantando.

-Se eu falei que foi é porque foi! Agora esquece daquele doente e foca aqui
Jimin!

Jimin o olhou assustado com sua reação, seus lábios tremendo e voltou a
chorar, afundando a cabeça em seus braços.

-Minha mãe já sabe? Meu Deus ela deve estar arrasada! -Ele cobriu a boca
com uma mão e a outra tentava sem sucesso secar as lágrimas. -Eu sou um
monstro, santo Deus eu matei uma pessoa pra impressionar uma pessoa tão
podre quanto o Jungkook! Eu...me entreguei a ele como nunca a ninguém, eu
o amei e infelizmente ainda amo! Que pessoa mais fodida que eu sou! Que
merda!

Yoongi observava atentamente o mundo do seu pequeno primo ruir, por um


momento teve pena do loirinho, mas quando ele começou a falar todas as
coisas que sentia pelo Jeon, sua raiva voltou com toda a força.
-Então...-Yoongi controlava a raiva na voz.-Vocês...Jimin esse cara não te
merece! Eu tenho um vídeo pra te mostrar, sobre o...

-Eu...me odeio tanto Yoongi! -Jimin sussurrou com a voz embargada olhando
seus pulsos marcados, estava sendo fortemente tentado a procurar uma
lâmina...mas no momento em que ia lhe falar isso ouviram tiros do lado de
fora da casa.

Yoongi levantou assustado e foi até a janela, Jimin não se mexia, só


continuava chorando abraçado ao joelho

-Que porra! Mas como? -Yoongi olhava os milhares de carros cercando sua
casa, obviamente era Jungkook, não tinha como ser outra pessoa.

-Ele veio atrás de mim Hyung! Eu não quero ir! -Jimin choramingava no
chão ainda abraçado aos joelhos.

Yoongi só conseguia pensar o quanto estava fodido, como aquele desgraçado


o achou? Ele jogou o celular de Jimin fora, não tinha como o rastrear! Ele
queria bater em alguém, xingar fazer qualquer coisa! Ele estava muito jovem
para morrer e queria se vingar do desgraçado ainda nessa vida.

Bateram várias vezes na porta e ele pediu para que entrassem.

-Yoongi, tem vários carros cercando tudo, e mandaram avisar que te dão
cinco minutos pra devolver Park Jimin, se não eles invadem! -O rapaz negro
falava desesperado para o seu chefe. -O que eu falo pra eles?

Yoongi estava tão puto que pensou em sair sozinho metralhando Jeon
Jungkook e sua corja. Mas tinha que pensar racionalmente e agora ele tinha
uma ideia por mais que odiasse ter que devolver seu primo era a melhor ideia
no momento.

-Que garantia eles deram que não vão invadir mesmo que eu devolva o
Jimin? -Yoongi estava desesperado, eles estavam em um número muito
menor.

-Nenhuma. -O rapaz falou estranhando Jimin chorando no chão.


Yoongi fechou os punhos puto da cara, teria que ter sorte hoje.

-Ok, fale pra ele que eu devolvo o Jiminie! -O outro assentiu e saiu fechando a
porta.

-Não! -Jimin levantou e foi até o primo com os olhos desesperados. -Por
favor, não! Hyung eu te imploro! Eu não quero ver ele! Eu não posso ver ele!
Dói demais!

Yoongi beijou os lábios quentinhos do seu primo, mas não pôde aproveitar
nem alguns segundos já que o mesmo se afastou com tudo.

-Não é hora pra isso Yoongi! Que coisa. -Ele sussurrou cabisbaixo. -Eu não
vou ir com o Jungkook!

-Você tem que ir Jiminie, eu não sei como ele me achou, mas se você não for
ele te leva a força e depois me mata! -Yoongi segurou nos ombros pequenos
de Jimin o encarando nos olhos inchados de chorar.-Você pode ajudar muito
Jiminie...a fazer ele pagar por tudo o que ele fez!

Jimin estava se sentindo tão mal e de uma coisa ele tinha certeza, seu corpo e
mente não resistiam a Jeon Jungkook, ele não conseguiria fazer nenhum mal
a ele mesmo depois de tudo o que ele havia feito. Mas teria que ir, para salvar
seu primo.

-Eu não sei se consigo, ele pode ser muito persuasivo! -Jimin não aguentou
segurar algumas lágrimas que desceram por ser gosto vermelhinho. -Eu sei
que se ele quiser ele me faz dormir com ele de novo, então eu me sentiria bem
pior do que o lixo que eu me sinto agora.

-Quer sentir ainda mais raiva dele? Espera um segundo.

Então Yoongi pegou seu celular e puxou o pequeno para lhe mostrar o golpe
final, lhe entregou o aparelho na mão e ficou observando Jimin franzir o
cenho para o vídeo que estava sem som rodando em suas pequenas mãos. O
loiro aproximou o aparelho do rosto e arregalou os olhinhos que encheram
mais ainda de água ao se dar conta do que o vídeo se tratava. As lágrimas
desciam copiosamente e seus olhos não piscavam, sua boca tremia em um
biquinho triste. Ele jogou o aparelho em Yoongi e correu para o banheiro aos
prantos.

Yoongi revirou os olhos para o drama do mais novo, e foi a seu encontro. Se
deparou com o mesmo ajoelhado em frente ao vaso sanitário colocando tudo
para fora enquanto ainda chorava. O pequeno tremia dos pés a cabeça e seu
choro saia sofrido, seu rosto manchado de lágrimas.

-Eu vou...-Sussurrou fraco antes de lavar a boca e sair do banheiro. Colocou


seus tênis e saiu do quarto ignorando seu primo falando sabe se lá o que atrás
de si.

Ele o faria pagar, ele o faria pagar por toda essa dor que sentia, ele odiava
Jeon Jungkook com todas as suas forças...ele o odiava tanto...tanto!

CAPÍTULO 14 – Jikook e a DR

Abriram os portões para o seu pequeno passar, a vontade de Jungkook era


entrar nessa merda de mansão e matar um por um sob tortura. Ao ver o
estado que ele estava fez menção de sair do carro porém teve seu braço
fortemente segurado por Namjoon.

-Se você for até ele, arrisca tomar um tiro! -Namjoon avisou.

Jungkook o ignorou e saiu do carro ouvindo o grito do platinado o


chamando.

Jungkook estava irado, nunca mais confiaria a segurança de Jimin a ninguém,


nem mesmo Namjoon foi capaz de protegê-lo.

Saiu a passos largos em direção ao maldito portão, se aproximando da


cabeleira loira de um Jimin completamente cabisbaixo.

Não foi capaz de se controlar ao abraçar o corpo pequeno e molinho do seu


amor com toda a força, não sentindo ele retribuir.
-Meu amor, eu estava com tanta saudade! -Ele lhe segredou no ouvido. -Eu te
amo tanto!

Jimin não falava nada, e todos ao redor estavam esperando alguma ordem de
Jungkook, invadir ou não. Ele obviamente iria invadir, não deixaria Yoongi
escapar jamais.

-Invadam é óbvio! -Jungkook ordenou.

-O quê?

Jimin rapidamente ergueu os olhos que transbordavam uma raiva que o


moreno nunca havia visto naqueles olhos castanhos que era apaixonado. E
também viu mágoa e um rastro de choro que o preocupou na mesma hora.

-O que ouve meu amor? Você estava chorando? O que ele fez? -Jungkook
acariciava o rosto do amado com as mãos amando a sensação da pele macia
mas odiando ver sua expressão triste. -Ele te machucou?

Jimin soltou um riso nasal irônico.

-Yoongi nunca me machucaria Jungkook! -Ele disse entrando na parte de trás


do carro e fechando a porta com força sem o olhar em nenhum momento. -
Agora invada a mansão e mate o meu primo...que bela prova de amor.

Jungkook estava estranhando o comportamento do pequeno e sentiu uma


raiva subta ao ver o loiro defendendo o verme do Yoongi, mas se controlou
ao máximo, tinha uma missão para comandar.

Namjoon saiu do carro também e foi até Jungkook e os homens. Jimin olhava
os homens que estavam um pouco distantes combinando o que iriam fazer,
mas Jimin tinha tanta raiva de Jungkook que não conseguia olhar em seu
rosto, como ele pôde transar com aquela garota? Como? E ainda ousar ter
ciúmes dele com o Yoongi! Que ódio.

Jungkook parecia um rei enquanto dava ordens aos outros, o loiro não podia
ouvir nada mas sabia que era impossível não o obedecer. Ficou vendo os
outros homens se afastarem e seguirem Namjoon para dentro da mansão,
armados até os dentes e Jungkook ficar parado de costas para si os
observando partir.

Quando o moreno voltou os olhos negros para o carro Jimin quis chorar,
porque ele estava tão absurdamente lindo e perfeito, que não parecia um
traidor. Com aqueles olhos que o faziam sair de órbita, todo vestido de preto,
tão maravilhoso...não parecia alguém que transaria com uma qualquer sem
ligar para os sentimentos dele. Ele não era o suficiente para satisfazer os seus
desejos? Caramba Jungkook o sequestrou para o ter para si, jurou a Jimin
milhares de vezes que o amava e lhe deu as melhores noites de sua vida, como
uma pessoa podia enganar tão bem a outra?

Quanto mais Jungkook se aproximava do carro mais Jimin ficava nervoso, ele
parou ao lado de sua janela e Jimin ficou parado sem mover um músculo, seu
coração disparou quando a porta foi aberta mas ele continuou paralisado
olhando para frente.

-Vai mais pra lá amor, eu quero conversar com você. -Ele falou de forma
autoritária porém suave.

-Eu não quero conversar! -Disse sem conseguir disfarçar a mágoa na voz.

Jungkook se abaixou e pediu novamente de forma controlada.

-Jimin, me obedeça e dê espaço.

Jimin revirou os olhos e foi para o outro lado do banco traseiro, de braços
cruzados olhando para a janela, evitando qualquer contato visual.

-Por que você está assim amor? -Tentou segurar a mão gordinha que foi
rapidamente afastada de si. -Jimin, responda! Por que está desse jeito?

Jimin estava com tanta raiva que se olhasse nos olhos de Jeon seria capaz de
matá-lo, ele tinha que ser frio e fingir que não sabia de nada. Mas Jimin não
era uma pessoa fria, ele era muito mais emoção do que razão e isso iria
estragar o plano de vingança.

-Eu não estou de jeito nenhum, eu só quero ficar em paz! -Murmurou.


Jungkook bufou olhando a cabeça do amado totalmente virada para a outra
janela evitando o encarar.

-Olha pra mim amor. -Jungkook falou firme. -Eu estou mandando olhar pra
mim.

Jimin queria chorar, ele não conseguia tirar as imagens da cabeça, sentia
ânsia novamente só de lembrar.

-Você não manda em mim Jungkook! -Falou com raiva.

-O que aquele lixo falou pra você? Aí tem coisa Jimin e eu te garanto que ele
pode ser bem mentiroso.

Jimin riu de forma irônica deixando Jungkook bem irritado, o maior virou o
queixo delicado para si de forma brusca e o loiro teve que fitar as orbes
negras que eram donas do seu coração que disparou ao perceber a intensidade
do momento.

-Me deixa em paz...-Jimin o implorou com o olhar marejado e a voz


embargada.

Jungkook ficou estarrecido com a forma que Jimin pronunciou as palavras e


como o seu olhar estava arrasado. Algo muito sério havia acontecido e ele iria
descobrir e dar um jeito nisso.

-Eu nunca vou te deixar em paz Park Jimin, eu nunca vou deixar de
atormentar a sua vida porquê eu não consigo, eu te amo demais para ser
indiferente a você...e te ver dessa forma acaba comigo! Me responda o que foi
que aconteceu!

Sua mente tentava bloquear as palavras que pareciam tão sinceras, mas seu
coração infelizmente se aquecia com as palavras, Jimin teve raiva por ser tão
bobo e apaixonado. Eles ouviram vários tiros vindos de longe na mansão, a
noite estava caindo e a chuva voltando com força total, o loiro olhou
assustado em direção a mansão, torcia para Yoongi conseguir fugir.
Jungkook não tirava os olhos do seu pequeno, ele estava absurdamente
preocupado com Jimin. Ele parecia tão frágil, parecia ter emagrecido e nunca
vira os olhos tão tristes. Queria beijar lhe os lábios convidativos e cheinhos,
acariciar sua pele, sentir seu cheiro mais de perto mas ele estava
estranhamente distante por mais que estivesse ao seu lado.

O silêncio no carro estava mortalmente desconfortável para o menor, ainda


mais pelo fato de o moreno não parar de lhe encarar de forma intensa,
fazendo sua pulsação disparar. Ficaram em silêncio esperando os homens
voltarem, estavam demorando porque precisavam limpar a bagunça como se
nunca estivessem estado ali, era queima de arquivo total.

Jimin olhava para as próprias mãos no colo completamente distraído até


sentir a mão do maior acariciar sua face com tanta devoção que fez toda a
estrutura de ferro que o menor havia criado ruir como poeira.

Ele fechou os olhos não conseguindo afastar a carícia suave, sentia falta das
mãos dele, sentia falta em tudo nele e mais uma vez se sentiu idiota.

-Tire as mãos de mim! -Ele afastou as mãos se lembrando que ele assassinou
seu tio inocente e transou com uma mulher nesses últimos dias.

-Sua boca fala isso, mas seu corpo reage de outra forma! Sabe o que significa?
-O moreno se aproximou do loirinho encolhido, encostou sua boca na orelha
bonita.-Que você me pertence amor!

Jimin tremia inteiro com a aproximação, a respiração pesada e quente do


maior batia contra o seu pescoço, e ele desejava mais do que tudo não ser tão
submisso a ele.

-Se afasta Jungkook! Por favor...-Jungkook aproveitou a deixa para lhe beijar
a bochecha quente e vermelha.

Ambos sentiram correntes elétricas com o suave toque, ambos estavam com
saudades, ambos se amavam.

-Você não parece querer que eu me afaste amor...


Jimin subitamente se afastou o máximo que conseguia e o olhou nos olhos
finalmente. Os olhares eram de dúvidas, raiva, tristeza, desejo, mas acima de
tudo amor.

-Mas eu quero! Eu estou pedindo.

Jungkook fitou os olhos marejados do seu amor e se afastou respeitando seu


espaço.

Ouviram os homens se aproximando em meio às risadas, encharcados da


chuva noturna, Jungkook segurou a mão do menor e a beijou enquanto lhe
encarava apaixonadamente antes de sair do carro em direção aos outros no
meio da chuva.

Jimin acariciou em cima do local aonde o moreno lhe beijara a mão e sentiu
um lágrima solitária descer por seu rosto. Por isso não queria vir, ele era
totalmente submisso á Jungkook, e perdidamente apaixonado, como resistiria
ao moreno?

Jungkook se aproximou deles que traziam Yoongi que mal conseguia se


manter em pé, eram mais de cem pessoas. Observou todos sorrindo contentes
com a operação bem sucedida.

-Alguma baixa? -Jungkook perguntou ao bando de homens que realmente


não se importavam com a chuva torrencial.

-Nenhuma senhor! Matamos todos, com exceção do playboy, como o senhor


havia ordenado. -Um deles lhe falou orgulhoso.

Jungkook sorriu para ele e lhe acenou com a cabeça.

-Excelente trabalho. Podem ir embora estão todos dispensados o salário esse


mês vai dobrar!

Todos vibraram animados, reverenciando Jungkook e entrando em seus


carros para irem embora. Namjoon se aproximou de si e praticamente jogou
Min Yoongi aos seus pés, ele caiu feito um saco de batatas no chão erguendo
o olhar para Jungkook em meio ao lamaçal que virou o chão.
-O seu prêmio, e o meu pedido de desculpas por ter deixado o Jimin ser
levado. Ainda não sei como aconteceu mas esse filha da puta! -Chutou Yoongi
que grunhiu. -Vai ter que contar.

-Ah ele vai! -Jungkook se agaixou para olhar o rosto de Yoongi bem de perto.
-Mas não aqui, com o Jimin vendo tudo da janela do carro.

Yoongi o fitava com o rosto todo cheio de lama, os olhos não demonstravam
nada.

-Vamos embora! -Namjoon falou, e um de seus homens segurou Yoongi pela


camiseta o erguendo e levando em direção a outro carro.

Yoongi não falou nada mas fitou Jimin dentro do carro o olhando
diretamente sabendo que ele era sua única chance, mas foi impedido de
continuar olhando o pequeno quando a cara irada de Jungkook apareceu no
seu campo de visão.

-O que você está olhando Min Yoongi? Perdeu a noção do perigo? -Deu lhe
um soco tão forte no rosto que o mais baixo perdeu a noção do lugar onde
estavam. -Não olha para o meu namorado, não fale com ele, não sonhe com
ele nem pense nele! Vai ser melhor pra você!

Yoongi foi arrastado até um porta malas e enfiado lá. Namjoon se aproximou
de si e colocou uma mão em seu ombro.

-Vou levar ele pra cede, vou prender o traste em alguma cela e você pode ir
brincar quando quiser ok? Aposto que está tão ansioso que vai hoje mesmo! -
Falou rindo.

-Não Namjoon, eu tenho que resolver umas coisas com o Jimin antes, ele é
mais importante pra mim do que qualquer ódio que eu sinta por Yoongi.

O outro assentiu orgulhoso e entrando no carro sendo o último a sair.


Jungkook se virou para voltar ao seu carro e flagrou Jimin o encarando, na
mesma hora que os olhares se cruzaram o menor desviou os olhos.
Sorriu com o ato adorável do pequeno e se dirigiu ao carro, sentou no banco
da frente molhando o banco e sujando todo o carro de lama.

Deu partida para sair daquele lugar o mais rápido possível.

Jimin ainda fingia que ele não existia, as vezes o moreno lhe olhava pelo
espelho retrovisor e o seu amor não tirava os olhos da janela. Passando os
dedinhos gordinhos por ela, como que desenhando as gotas que escorriam
pelo vidro, mordendo involuntariamente o lábio inferior.

Jungkook ficou se perguntando como alguém conseguia ser tão perfeito, sexy
e fofo ao mesmo tempo.

Ele voltava os olhos pra estrada para continuar dirigindo mas seus olhos
eram novamente atraídos pela imagem do seu pequeno ali se fingindo de
indiferente à ele.

Jungkook o conhecia bem demais! Sabia que ele fazia isso quando estava
muito chateado, ele não dava shows, ele ignorava as pessoas. Park Twan que
o diga.

Mas Jungkook não era Twan, ele não aceitava ser ignorado sem nem ao
menos saber o motivo. Ele sabia ser determinado e insistente.

Quando já entravam pela mansão do moreno ele observou o rosto aflito de


Jimin pelo retrovisor, os olhos se arregalam ao perceber que eles chegaram e
ele parecia nervoso.

Jungkook parou o carro em frente a entrada e olhou o menor pelo retrovisor


o mesmo tirou o cinto e saiu rapidamente em silêncio, subiu as escadas que
levavam até a porta e entrou pela mesma desaparecendo dentro da casa sendo
atentamente observado pelo moreno ainda dentro do carro se perguntando o
que raios tinha acontecido.

Depois de um tempo pensando se lembrou que havia matado Hansol e que


Yoongi com certeza falou isso pra ele, suspirou batendo a cabeça contra o
volante, era óbvio que era aquilo.
Jimin tinha adoração pelo tio, mas o que ele acharia se soubesse que Hansol e
Yoongi contrataram no para matar Twan por ele ter descoberto tudo sobre o
tráfico? O negócio era que os Min não sabiam que já estavam jurados de
morte pelos mesmos assassinos que tentaram contratar.

Suspirando exausto saiu do carro, havia ficado uma meia hora ali pensando
no que fazer e como contar tudo a Jimin.

Entrou na casa iluminada e olhou pela sala grande a procura do menor, subiu
as escadas e foi até o quarto que ambos dividiam e o viu mexendo no armário
de cobertores de costas para si, ele havia tomado banho, estava com os
cabelos úmidos e com uma camisola branca.

Jungkook perdeu os olhos pelo corpo cheio de curvas do seu amor, ele era tão
lindo... resolveu tomar logo um banho frio para se acalmar e não lhe agarrar.

Tomou um banho rápido e saiu pelo banheiro do quarto com um toalha


amarrada na cintura, se surpreendeu ao não ver Jimin deitado na cama.
Franziu o cenho desconfiado e saiu do quarto a sua procura, a casa já estava
escura mas notou um feixe de luz saindo de um dos quartos de hóspedes.

Abriu a porta e ficou completamente indignado ao ver Jimin deitado ali


enrolado nas cobertas lendo um livro de terror.

-O que você está fazendo aqui? -Jungkook perguntou cruzando os braços,


estava muito frio e ele estava praticamente nu somente de toalha.

Jimin não levantou os olhos do livro e nem falou nada só o deixando ainda
mais puto.

-Não vai mais falar comigo? -Perguntou sério, observando Jimin


completamente alheio a ele concentrado no livro.

O maior andou até a cama onde o pequeno se encontrava lutando para o


ignorar, e parou ao seu lado de braços cruzados.

Como ele não teve nenhuma reação Jungkook se sentou ao seu lado sem tirar
os olhos do rosto angelical e sério do seu amor. O maior aproximou seu rosto
do mesmo vendo que Jimin não lia nada, suas pupilas não se mexiam, era só
uma forma de o ignorar.

Os dedinhos apertavam as laterais do livro quanto mais Jungkook se


aproximava de si.

-Vamos para o nosso quarto conversar. -Disse ao pé de seu ouvido de forma


autoritária. -Isso não é um pedido, Jimin.

-Eu não quero dormir com você! -Jimin sussurrou sério, ainda com os olhos
no livro.

Jungkook tirou o livro da mão do loiro, segurou seu queixo o fazendo lhe
encarar.

-Para com isso Jimin! Eu tive que matar o seu tio, desculpa tá legal? Foi
necessário, fui muito bem pago por matar ele ok? -Jungkook se sentiu muito
melhor só por Jimin o olhar nos olhos, prestando atenção agora. -Seu tio foi
um dos piores vermes que eu tive o desprazer de conhecer! Ele era traficante,
vendia drogas e traficava meninas e meninos menores de idade para serem
prostituídos e vendidos. Ele era pedófilo, está ouvindo o que eu tô dizendo?
Eu queria te poupar de saber disso tudo mas como o seu priminho deve ter te
envenenado contra mim eu tenho que falar! Yoongi também o ajudava!

Jimin se levantou furioso já sentindo as lágrimas virem com tudo, ia sair pelo
quarto mas seu braço foi firmemente segurado.

-Me solta! Seu mentiroso! -Jimin gritou com a voz trêmula.

Jungkook não o soltou só o puxou ainda mais para si o abraçando. Jimin se


contorcia em seus braços tentando se soltar mas estava tão frágil que não
conseguia então se entregou ao abraço aconchegante dos braços nus do
maior.

-Eu não estou mentindo amor. Quem mentiu pra você toda a sua vida foi o
seu tio e o seu primo.
Jimin não parava de chorar e tudo aquilo foi demais para Jungkook, ele queria
de alguma forma fazer a sua dor passar.

Abraçou o corpo menor e trêmulo beijando sua cabeça.

Ele tinha que matar Hansol mas não sabia que o preço a pagar seria o
sofrimento do pequeno.

-Se...se ele era tão mal assim...como me tratava tão bem? Como sempre me
tratou tão bem? -Jimin havia parado de chorar mas seus olhos ainda estavam
marejados.

-Você tem esse poder sobre as pessoas meu amor! -Jungkook lhe disse
carinhosamente. -Eu posso te provar todos os crimes do seu tio e do seu
primo agora mesmo, vamos ao meu escritório?

Jimin não queria mexer nisso agora, ele estava exausto com toda a confusão
que havia sido seu dia, estava muito triste com Jungkook, mesmo que fosse
verdade a história do tio ele ainda o havia traído.

-Eu quero deitar nessa cama e ser deixado em paz! -Murmurou se afastando
do maior.

-Jimin, eu posso te provar que não estou mentindo. -Jungkook já estava


impaciente.

Jimin se sentou na cama se cobrindo novamente e encarou Jeon Jungkook


atentamente, ele não estava mentindo, o loiro sabia disso. Mas o observar ali
com os olhos negros preocupados, o corpo absurdamente escultural coberto
apenas por uma toalha o rosto bonito o olhando.. fazia Jimin ter raiva, por
que ele se deitara com outra. Só de lembrar da cena novamente seu corpo
inteiro ferveu em raiva.

-Eu acredito Jungkook, só me deixa em paz! -Disse magoado se deitando de


costas pra ele.

O quarto ficou em um silêncio estarrecedor, porém Jimin sentia a presença


imponente do outro ainda, o fazendo ficar tão nervoso ao ponto de sentir as
mãos suarem. Ele estava de olhos fechados fingindo dormir porém um
arrepio percorreu seu corpo ao sentir apenas as pontas dos dedos do moreno
acariar seu braço lentamente, por que cada toque dele tinha que mexer tanto
consigo?

-Eu te amo Jimin! -Sua voz era perfeita assim como ele, e o loiro não pode
evitar as lágrimas descerem por ser olhos agora abertos.-Tem mais coisa ai,
me conta o que ouve pra você estar assim? Eu te amo tanto meu amor!

A mágoa do pequeno era tanta que ele não resistiu ao provocar.

-Você disse isso pra ela também?

O moreno franziu as sobrancelhas escuras.

-Ela quem?

-Georgiana... -Sussurrou com a voz embargada novamente voltando a chorar


desesperadamente. -Yoongi me mostrou um vídeo de vocês dois...

-Ei, Jimin! Não foi bem assim amor, calma! -Jungkook foi até o menor se
sentando ao seu lado novamente, fazendo carinho em seus cabelos loiros,
claro que Georgiana havia planejado tudo com o verme do Yoongi, como caiu
nessa? -Amor, eu tive que fazer aquilo e posso te garantir que eu não gostei
mas foi necessário, Georgiana armou...

-Não fala o nome dessa mulher! -Ele disse mais alto entre as fungadas e
lágrimas. -Eu não aguento mais essa dor no meu peito!

Jungkook observou o seu pequeno colocar as mãozinhas no rosto em puro


sofrimento e aquilo foi pior do que facadas em seu peito então ali ele soube
que Yoongi não o amava, não tinha como ver Jimin sofrer e não sofrer junto.
Ele abraçou novamente o pequeno que ficou com o rosto entre o vão do seu
pescoço molhando a pele nua, Jungkook tentou mostrar em uma forma
afetiva o quanto o amava.

-Aquela garota armou com Yoongi meu amor, e eu caí feito um patinho. -Ele
segurou o rosto cheio de lágrimas do pequeno em suas mãos e olhou no fundo
dos seus olhos enquanto secava com os dedos as lágrimas do menor. -Ela
precisava me passar as informações sobre o Hansol e sobre Yoongi, se ela não
passasse eu perdia o seu tio, e eu não podia correr esse risco. Além dela ter
ameaçado lhe entregar para o Yoongi se eu não transasse com ela! Se ela
gravou tudo eu vou dar um jeito de conseguir o vídeo na íntegra, mas eu
provo pra você que não estou mentindo!

Jimin ouvia tudo atentamente, e seu coração ia se enchendo de esperanças, ele


queria mesmo acreditar, mas não conseguia imaginar seu tio e seu primo
sendo tão cruéis.

Jungkook olhava em seus olhos inchados de tanto chorar com tanto carinho e
Jimin acreditou nele, achava que poderia acreditar em qualquer coisa que
viesse do moreno. Jungkook não falaria tudo isso se não tivesse como provar,
disso Jimin tinha certeza, seu coração ainda sofria mas estava bem mais leve.

-Você promete que isso tudo é verdade? -Ele sussurrou para Jungkook o
olhando nos olhos negros e cheios de sentimentos.

-Eu juro meu amor! Eu juro! -Jimin e Jungkook ficaram se olhando


emocionados.

-O que essa mulher ganha com isso? Quer dizer...se ela ia te passar
informações quer dizer que vocês se conheciam, mas ela te chantageou por
sexo? -Jimin falava com cara de nojo.

-Sim...eu não sei porquê mas ela tem uma fixação por mim! -O moreno falava
cautelosamente olhando seu rosto meigo. -Mesmo eu deixando claro que amo
outra pessoa.

Jimin ficou vermelho e mordeu os lábios, ele sabia o porquê. Sentiu muita
raiva da garota por ter feito o que fez e ter encostado as mãos sujas em
Jungkook. Começou a sentir gosto de sangue de tanto que mordia o lábio
inferior, sentiu a mão de Jungkook em seu queixo o puxando levemente para
baixo para se soltar de seus dentes. Ambos se encaravam intensamente.

-Deixa que eu mordo essa delícia! -Sussurrou próximo.


Os olhos arregalados de Jimin ainda brilhavam por causa do choro, mas
foram automaticamente fechados em deleite assim que sentiu os dentes de
Jungkook capturando seu lábio inferior, a boca macia esbarrando
deliciosamente com a sua e as respirações entre cortadas se unindo, quentes e
pesadas. Jimin abriu os olhos para encontrar os do maior que ainda segurava
seu lábio entre os dentes o olhando tão perto.

Jungkook largou seu lábio e uniu as testas tentando controlar a respiração,


ambos os narizes se acariciavam em um beijinho de esquimó carinhoso que
fez com que os corações que já batiam forte em seus peitos, acelerasse mais.

Jimin sentia aliviado, mas não conseguia tirar as imagens da cabeça, de o seu
Jungkook, transando com aquela vadia. Tentou afastar a cabeça mas ela foi
firmemente segurada pelo moreno.

-Kookie...eu...-Jungkook colocou seu dedo indicador nos lábios carnudos e


uniu as testas novamente.

-Shh...esquece tudo meu amor, esquece todos que tentaram nos separar! -Ele
ergueu novamente a cabeça do pequeno para o encarar. -Olha pra mim, eu te
amo! Só a você, não existe outra pessoa!

Jimin assentiu com a cabeça, completamente afetado com as palavras dele.

-Eu também te amo Kookie! -Sussurrou.

Jungkook não resistiu mais ao beijar os lábios rosados do menor que suspirou
ao toque firme e molhado da língua quentinha entrando na cavidade de sua
boca. O maior devorou sua boca em desespero, parecia um desesperado que
havia corrido uma maratona e se encontrava diante de um copo de água
precioso. As línguas se unindo, os lábios se movendo em um ritmo
deliciosamente rápido e devastador. Jungkook mordeu novamente seu lábio
inferior ao se separarem do beijo, olhando para Jimin que estava todo corado.

-Eu te quero tanto Park Jimin! -Jungkook subiu na cama puxando a coberta e
a jogando no chão, seus olhos devoraram todo o corpo do loiro, a camisola ia
até um palmo abaixo da bunda farta, subiu os olhos para ver o seu loirinho
absurdamente vermelho.
Beijou sua panturrilha foi subindo os beijos molhados e cheios de língua por
toda a perna ouvindo os suspiros do seu garoto, até que chegou nas coxas
fartas que ele tanto amava. Mordeu o local ouvindo um gemido do pequeno
que o fez ficar muito excitado, mas quando subiu o suficiente para começar a
diversão Jimin fechou as pernas rapidamente e se levantou da cama.

Jungkook ficou com uma cara surpresa em cima da cama olhando o menor em
pé todo vermelhinho e envergonhado, se abraçando.

-E...eu não consigo Jungkook. Hoje não! -Falou olhando para os pés
descalços. -Eu s-só quero ficar sozinho por essa noite, é muita coisa pra
pensar!

Jungkook não queria passar mais uma noite sem o corpo pequeno em seus
braços mas entendia que foi um dia tenso, e não queria forçar nada então
assentiu saindo da cama.

Jimin não deixou de notar que o outro estava bem excitado, desviou os olhos
tímido ouvindo uma risada do maior que parou em sua frente, erguendo sua
cabeça para se olharem nos olhos.

-Vai ficar bem sozinho amor? -Perguntou carinhoso e Jimin assentiu.-Todos


eles vão pagar e eu juro que quando eu pegar Georgiana deixo você fazer o
que quiser com ela, amanhã nós vamos visitar seu primo, ele vai ter que
explicar essa história direitinho.

Deu lhe um beijo casto nos lábios e saiu fechando a porta. Jimin se sentiu
mais leve se deitando na cama. Ele mataria Georgiana... Ele seria um puta de
um assassino, ninguém mexeria com ele e Jungkook assim e sairia livre, não
era possível que o quisessem manipular a esse nível.

Se sentiu tão burro, seu pai nunca gostou do tio Hansol, e ele como sempre,
não ouvia nada que Twan falava. Se lembrou vagamente de um dia em que
ele lhe falou "Seu tio ficou tão rico assim da noite para o dia? Aí tem!" E
Jimin sempre dizia que era inveja, o que sempre ocasionava em mais brigas.

Yoongi mentiu para si também? Como? Isso era difícil de engolir. Ainda
tinha a tal Georgiana...Jimin a queria morta. Era muita coisa pra pensar, mas
ele queria dormir e queria amar Jungkook em paz sem interferências de
terceiros. Esperava do fundo da alma que não se arrepende-se de confiar
totalmente no moreno lindo que roubou se coração, mas tudo parecia apontar
pra total inocência dele, e algo lhe dizia que confiar em Jungkook seria a
melhor decisão da sua vida.

Ele pediria para Jungkook lhe ensinar a usar as facas, estava com sede de
sangue.

CAPÍTULO 15 – Confronto

-Santo Deus, Jungkook! Ele fede! -Jimin reclamava com os olhos ardendo.

Ambos estavam arrastando um homem jurado de morte por Jungkook. O


moreno arrancara toda a pele do homem fazendo o mesmo se borrar nas
calças de tanta dor, por isso o cheiro ali era horrível.

-Eu sei amor. Mas nós não podemos deixar rastros nunca, essa é uma lição
que você não pode se esquecer nunca. -Ele lhe falara de maneira suave.

Jimin estava com ânsia enquanto o moreno empurrava o homem


ensanguentado, todo cheio de urina e fezes em um precipício. Alguns
segundos depois ouviram o barulho do corpo caindo na água.

-Esse aí era peixe pequeno, eu só fiz o trabalho sujo pra você aprender certo
onde cortar e como fazer com que a presa sinta mais dor. Você aprendeu
bebê? -O moreno o olhava com um pequeno sorriso de canto.

Jimin assentiu com a cabeça, ainda um pouco tímido com o olhar do outro
sobre si.

-Nós... eu pensei que nós fossemos visitar o Yoongi...-Ele disse pausadamente


com medo da reação do maior.

Jungkook deixou o sorriso morrer lentamente porém não estava irritado. Só


queria que Jimin excluísse esse nome do seu vocabulário.
-Nós iremos, mas eu vou deixar algo bem claro aqui Jimin. Eu não vou ter
piedade. Tem certeza que você quer ir comigo?

-Certeza absoluta! -Disse com convicção.

Jungkook sorriu. Morrendo de vontade de agarrar o corpo menor e lhe dar


um beijo nos lábios carnudos que lhe tiravam a concentração, mas sabia que o
pequeno estava abalado ainda por causa de Georgiana.

A desgraçada já estava sendo caçada pelos seus homens de Seul, mas ela tinha
muitos amigos influentes e havia sumido do mapa. Jungkook estava com
tanto ódio dela quanto estava de Yoongi, e agora ele iria se divertir um pouco
com o segundo citado.

-Então vamos. -Jungkook abriu a porta do carro para o menor entrar e logo
em seguida se sentou no banco do motorista, deu partida no carro para
saírem daquele lugar abandonado.

Jimin observava triste toda a paisagem verde sumir e enfim entrarem na


estrada. Ele ainda estava muito abalado desde cedo, quando Jungkook lhe
mostrara todos os áudios gravados do celular grampeado de seu tio.

Tio Hansol era bem pior do que um monstro, e foi difícil de acreditar em
todas as barbaridades que ele falava sobre estupros, vendas de pessoas entre
outras coisas tenebrosas.

Jungkook podia até ser um assassino mas ele tinha escrúpulos, regra e
princípios. Não era qualquer pessoa que ele matava, tinha que ter um motivo
e uma boa grana envolvida.

O maior dirigia em silêncio, ele parecia tranquilo para alguém prestes a


encarar um inimigo. Já Jimin estava tão nervoso que suava mais do que o
normal.

No som do carro tocava Californication do Red Hot Chilli Peppers, e Jimin


sabia que fora escolhida justamente para ele, já que tinha uma paixão
incondicional por essa música.
Era esse o tipo de coisa que o fazia amar Jungkook ainda mais, o fato de ele se
importar com coisas pequenas como essas, ninguém nunca havia ligado para
os gostos pessoais do loiro como Jungkook.

-Kookie...? -Ele sussurrou olhando os carros passarem do lado de fora e a


chuva começar lentamente a cair de novo.

-Diga meu amor.

Jimin olhou para Jungkook que tirou os olhos da estrada para o olhar
também, aqueles olhos tão escuros que pareciam ler sua alma.

-Desculpa por ter acreditado no Yoongi... é que aquele vídeo acabou comigo!
-Ele disse com a voz rouca.

Jungkook sorriu para ele e se segurou novamente para não beijar Park Jimin
inteiro.

-Aquilo foi uma armação bebê, eu é que peço desculpas por ter caído na
armadilha e ter transado com ela, foi nojento da minha parte!

Jimin franziu o cenho ao se lembrar do vídeo, seu estômago embrulhou, ele


queria esquecer.

-Eu tive tanto ódio de você! Eu tremia de ódio de você Jungkook!

Jungkook sentiu seu coração doer com aquelas palavras, por mais que
estivesse acostumado ao ódio das pessoas, nunca se acostumaria a ser odiado
pelo seu pequeno.

-E o que você sente agora? -Perguntou um tanto receoso.

-Eu acho que te amo ainda mais! -Sussurrou timidamente olhando para suas
mãos em seu colo.

O coração do maior deu um salto dentro do peito, e sentiu todo o seu corpo
esquentar e ser envolvido pela felicidade de ter ouvido essas palavras.
-Amor... eu não posso parar o carro agora, mas eu preciso tanto te beijar!

Ele olhou para o menor que ainda fitava as mãozinhas no colo mordendo os
lábios carnudos, o provocando sem nem ao menos perceber.

-E-Eu não acredito que meu tio e o Yoongi mentiram por todos esses anos. -
O pequeno que agora estava vermelho mudou de assunto rapidamente. -E eu
achava que meu pai era podre! Que família que eu tenho, ein!

Jungkook estacionou em frente a fábrica de tecidos, tirou o cinto de


segurança e olhou para o seu garoto.

-Eu sou a sua família agora meu amor.

Jimin sentiu a garganta fechar e ao olhar para Jungkook o fitando com tanto
carinho não conseguiu segurar as lágrimas.

O moreno o puxou imediatamente para um abraço apertado e o menor se


sentiu envolvido por seu corpo quente, sua aura protetora e o cheiro
maravilhoso que ele possuía.

-E você é a minha. -Sussurrou o moreno em seu ouvido, logo em seguida


beijando sua têmpora.

Jimin se sentiu amado, de verdade, como nunca antes.

E ele sabia que faria tudo por Jungkook, matar e até morrer por ele. Que se
fodessem quem dissesse que era doentio, para eles era amor e isso bastava.

-Jungkookie. -O loirinho levantou sua cabeça do abraço, seus rostos


extremamente próximos, as respirações pesadas se misturando, as testas se
unindo assim como suas mãos. -Me beija, por favor...

Jungkook sentiu se como se a coisa mais importante do mundo fosse lhe


entregada de bandeja. E ele tomou com fúria, possessão e amor os lábios
quentes e carnudos que lhe pertenciam. Se deliciando com o suspiro
levemente surpreso do menor, introduzindo sua língua na cavidade deliciosa
que era a boca do seu amor.
Saboreou os lábios que ele tanto amava, sentindo-o se entregar aos poucos,
deixando Jungkook lhe tomar os lábios em uma suave mordida, logo em
seguida voltando ao beijo sedento.

As línguas se encontrando prazerosamente em uma dança sensual. Era um


beijo selvagem com direito a gemidos de ambas as partes, Jimin se deixava
levar pelos lábios finos que eram tão absurdamente dominantes quanto
macios.

Jungkook segurava lhe a nuca, entrelaçando os dedos longos nos fios loiros
possessivamente, querendo muito mais daqueles lábios e do corpo inteiro do
menor que tremia totalmente excitado e abalado em seus braços.

-Kookie... -O loiro gemeu, tentando sem sucesso afastar o corpo maior do seu.

Jungkook desceu os lábios beijando seu queixo de forma desesperada,


mordendo o local. Descendo por todo o pescoço lentamente dando chupões
fortes cheios de língua e mordidas, enquanto apertava firmemente sua cintura
o puxando para si com dificuldade pelos bancos afastados do carro.

-Oh...Gukkie...owwn...-Jimin revirava os olhos com todos os toques daquela


boca maravilhosa, apertando firmemente os ombros largos e musculosos. Ele
estava com tanta saudade mas... aquela maldita imagem voltou em sua cabeça
em flashes muito nítidos. -Jungkook!

Ele se afastou rapidamente tirando o cinto, sem olhar em seus olhos.

-O que houve? Eu fiz alguma coisa? Jungkook estava confuso com o


afastamento repentino. Se sentia absurdamente excitado e o queria para si
agora. -Eu te machuquei?

-N-Não, só que aqui é um lugar público e... nós temos que acertar as contas
com o Yoongi né? -Disse rapidamente abrindo a porta e saindo do carro.

Jungkook soltou o ar lentamente tentando controlar sua ereção e saiu do


carro também.
Ele sabia que não era por isso, era por causa do maldito vídeo com
Georgiana. Se pudesse voltar no tempo não teria feito aquela merda. E sim
matado a vadia.

Ao olhar o seu pequeno com as bochechas coradas, os cabelos claros


bagunçados, a área do pescoço toda marcada por ele... Jungkook teve vontade
de devorá-lo.

-Vamos? -O maior falou destruído de tanta vontade de o agarrar novamente.

(...)

As celas dos presos ficavam no subterrâneo, que era escuro, úmido, tudo era
cinza e haviam ratos. Definitivamente um local em que Jimin não estava
habituado.

Andaram sozinhos de mãos dadas por toda a extensão de celas, todas tinham
alguém. Todos homens desfigurados, sem os membros, com ferimentos
expostos. Alguns grunhiam de dor, o ar era pesado, não tinha ventilação e o
loiro não conseguiu deixar de ficar chocado e ao mesmo tempo fascinado com
todo aquele horror.

Um homem enorme de tão gordo se jogou contra as grades da cela tentando


alcançar Jimin, murmurando e se babando. O garoto não conseguiu evitar de
dar um gritinho assustado e se agarrar mais ao braço de Jungkook, que olhou
irritado para o homem estranho que havia assustado o seu pequeno.

-Se assustou bebê? -Perguntou carinhoso lhe dando um beijo na testa.

Jimin assentiu tímido.

Sem mais nem menos Jungkook sacou uma pistola e a colocou na testa do
homem estranho, disparando rapidamente contra a cabeça dele que explodiu
manchando todas as paredes da cela com seu sangue e miolos.

Jimin ficou estático observando o corpo gordo e sem vida cair fazendo um
barulho deprimente ao chegar no chão. Voltou os olhos assustados para o
moreno que guardou tranquilamente a arma e estendeu a mão para si. Jimin
apertou sua mão e voltou a se grudar nele.

Se sentia tão protegido com Jungkook ao seu lado. Jimin não queria admitir
mas aquele lugar realmente lhe dava calafrios.

Andaram até a última cela que era fechada por uma porta de ferro. Jungkook
pegou um molho de chaves destrancado-a e ambos adentraram o ambiente
escuro.

O rapaz de cabelos escuros estava sentado em uma cadeira, totalmente


amarrado.

Jimin ficou parado na porta, horrorizado com seu estado. O rosto todo
inchado, sua cabeça jogada pra frente como se não tivesse forças para
levantá-la. Os seus cabelos negros pingando a suor. Definitivamente não
parecia seu primo Yoongi, ele estava acabado.

Jimin se lembrou da infância em que passava brincando com o único que não
lhe tratava mal, seu único amigo. Ele era muito tagarela e mal humorado mas
sempre o protegia dos meninos maiores que batiam em si.

No começo da adolescência, Jimin queria experimentar coisas novas, e


Yoongi sempre se dispôs a lhe ajudar. Então tiveram uma primeira noite
juntos, a primeira de muitas.

Doeu ver o primo naquele estado, ainda mais por saber que ele merecia estar
daquele jeito.

Jungkook pegou um taco de beisebol que estava jogado na sala, e ficou o


girando nos dedos, passando a assobiar de uma maneira sinistra.

-Ora, ora, ora... parece que nós temos aqui um lixo humano. Quem imaginaria
Min Yoongi todo fodido desse jeito? -Praticamente cantarolou as palavras
enquanto seus coturnos pretos faziam barulho no chão de madeira.

Jimin observava tudo com certa distância, mas a tristeza que sentia virou
raiva assim que olhou melhor para o prisioneiro ferido.
-Kookie... -O menor sussurrou da porta, encarando fixamente o corpo na
cadeira.

Jungkook imediatamente se virou para ele.

-Diga, meu amor.

Jimin voltou os olhos arregalados para Jungkook.

-E-Esse não é o Yoongi.

Jungkook franziu o cenho com o rosto surpreso, se virou para o rapaz que
agora gemia de dor, largou o taco e foi até ele.

Segurou sua cabeleira negra e suada e levantou sua cabeça com tudo. O rosto
estava manchado de tanto que apanhara, os olhos inchados, a boca cheia de
feridas. Ele tinha o tamanho mediano, cabelos negros e tudo que remetia ao
Yoongi, mas definitivamente não era ele. No seu colo havia um papel com um
número e uma escrita:

"Me ligue"

-COMO? -Gritou enlouquecido, assustando o loiro. -Como esse desgraçado


não está aqui?

Saiu da sala escura como um vulto e apertou um botão vermelho acionando


um alarme que ecoou alto por todo o lugar.

-Jungkook... calma! -Ele tentava seguir o moreno que caminhava a passos


rápidos furiosamente.

-Como você quer que eu tenha calma? -Ele parou para fitar o loiro
seriamente. -Você não tem nada a ver com isso não é?

Jimin o encarou chocado por alguns segundos.

-Claro que não! Por que eu faria isso?


Jungkook voltou a andar, ignorando a pergunta. Estava muito puto da cara.

-Sei lá! Ele ainda é o seu primo.

-Eu não fiz nada, eu juro! -Ele lhe disse e Jungkook acreditou em suas
palavras.

Jimin tentava acompanhar os passos do moreno. Quando eles finalmente


saíram do subterrâneo vários homens estavam esperando.

-O que houve? -Um deles perguntou se aproximando de Jungkook.

-Eu é que pergunto o que houve, porra! -Ele olhava fixamente para cada um
dos homens presentes. -Quem soltou o merda do Min Yoongi? É melhor se
entregar agora, porque quando eu descobrir sozinho vai ser muito pior!

Todos eles se entreolharam em dúvida.

-O último a estar com o Yoongi foi o Namjoon. -Albert falou para Jungkook.

Jungkook afirmou com a cabeça bufando de raiva pegando o celular e se


afastando um pouco dos homens.

Jimin ficou sem saber o que fazer, observou o moreno um pouco distante, viu
ele ligar e não ser atendido o deixando ainda mais bravo do que ele já estava.
Logo em seguida ele pegou o papel amassado com o número que Yoongi
havia deixado e ligou.

-Ele está transtornado. -Ouviu a voz de Albert bem próximo a si. Se virou
para olhar o rapaz ainda cheio de marcas no rosto e corpo, seu braço todo
enfaixado. Ele ainda o olhava daquele jeito, mesmo depois de tudo. -Você está
ainda mais gostoso Park! Ainda mais depois de saber o quanto é precioso para
o chefe...

Jimin estava chocado com a audácia, mas quando ia lhe responder ouviu um
grito gutural de Jungkook. Viu o rosto bonito contorcido em ódio.
-Yoongi é bem esperto Jimin, você acha mesmo que ele te entregaria assim
sem mais nem menos para o Jungkook? -Ele lhe sussurrava com um tom
malicioso para ninguém mais ouvir.

Jungkook não acreditava que aquilo poderia estar acontecendo. Yoongi


estava o fazendo de idiota, isso nunca havia acontecido, era sempre ele que
fazia os outros de idiota, mas dessa vez a vítima foi ele.

Ligou para Namjoon e o mesmo não atendia, então discou o maldito número,
tocou só duas vezes até ser atendido.

-Alô? -A voz parecia calma e controlada, o que só o tirou ainda mais do sério.

-Como você fez isso seu merda? -Jungkook estava indignado.

Ouviu a risada do outro, que fez seu sangue ferver mais ainda se possível.

-Olha só quem ligou... eu já estava com saudades! -Ele dizia com a voz
risonha. -Achou meu presente? Aquele cara era bem parecido comigo, matou
o tesão que você tem em querer me ver torturado?

-Cara... quando eu te pegar, não vai sobrar nem seus ossos para contarem a
história! Eu tô sendo bem pacífico até agora, mas a minha paciência acabou! -
Disse ameaçadoramente.

-Então que tal marcarmos esse encontro? Eu quero te ver cara a cara Jeon! -
Ameaçou.

Jungkook riu sadicamente.

-Eu não sou burro, não vou marcar hora nem data, eu te pego de surpresa!

-Então o que vai ser do seu parceiro Namjoon e do maridinho bonito dele o
Jin? -Yoongi disse rindo loucamente. -Eu nunca pensei que teria essa lenda
viva nas minhas mãos!

Jungkook não esperava por essa. Como Namjoon se deixou ser pego por um
amador? Como ele estava sendo tão negligente?
-O que você quer para deixar eles em paz?

Yoongi parecia feliz com a pergunta.

-Eu quero Park Jimin.

Jungkook transbordou em raiva.

-Isso nunca!

Yoongi suspirou com uma risada.

-Imaginei que diria isso, então venha buscar seus amigos se quiser eles ainda
vivos. Aí eu recupero o meu primo e te tiro da cabeça dele de uma vez por
todas.

Jungkook desligou na cara dele, fechou os olhos tentando acalmar os nervos.

Desde que sequestrou Jimin havia se tornado vulnerável e não pensava


direito nas coisas. Agora teria que resolver tudo e não tinha Namjoon para o
ajudar.

Mas ele tinha Jimin, que era inteligente e queria fazer parte daquilo. Não era
isso que Yoongi queria? Ele queria o seu Jimin.

-Jimin! -Ele gritou para o menor que o encarou na mesma hora.

O chamou com o dedo e o mesmo foi imediatamente ao seu encontro.

-O que ouve? -Ele lhe perguntou olhando nos olhos. -O que aconteceu?

Jungkook deu um selo nos lábios rosados e carnudos, o abraçou fortemente


sentindo o pequeno entrelaçar os braços em suas costas e deitar a cabeça em
seu peito.

-Você vai ter que seguir as minhas ordens direitinho, tá bom? -Lhe beijou os
cabelos perfumados. -Vou te dar a sua primeira missão meu amor.
Jimin levantou a cabeça de seu peito e Jungkook viu brilho nos olhinhos
castanhos.

-Sério? Jura Jungkookie? -Ele estava muito feliz, mal podia se conter. -E qual
vai ser?

Jungkook se abaixou para segredar em seu ouvido.

-Você vai me ajudar a matar Yoongi e Georgiana, o que acha?

Jimin dava pulinhos de alegria, ele mataria a vadia? Mal podia esperar por
isso, ele queria muito.

-Eu acho ótimo! Eu acho maravilhoso! -Disse contente.

-Então prepare suas coisas amor, nós vamos para Seul juntos! -O moreno o
abraçou com todas as forças, inebriado pelo cheiro doce que era o único
aroma capaz de lhe acalmar.

-Eu mato ela Kookie! Eu não te quero perto dela nem para matá-la! -Jimin
murmurou com um bico.

Jungkook sorriu e mordeu levemente o seu biquinho irresistível.

-Ciúme bebê? -Sussurrou passando o nariz em sua bochecha gordinha


sentindo ser aroma delicioso.

Jimin assentiu vermelho de raiva, cruzando os braços. Estava arrepiado com


os carinhos de Jungkook.

-Ciúmes e ódio!

-Como você é perfeito, amor. -Jungkook não se aguentou em beijar lhe toda a
face quente, agarrando sua cintura possessivamente.

-Eu quero usar as facas com ela, mesmo sendo melhor com a arma! -Falou
raivoso.
Jungkook sorriu para o baixinho bravo, como toda a sua raiva se dissipara?
Era só olhar para o dono do seu mundo bem ali, em seus braços, que ele sabia
que tudo daria certo, ainda mais estando tão bem armados como estariam
quando pegassem seus inimigos.

CAPÍTULO 16 – Desejo
Jungkook estava muito mal desde que viera a notícia que Kim Namjoon e Jin
haviam sido capturados e estavam reféns de Yoongi.

Jimin foi designado a aprender tiro com um professor, a autodefesa e lutar com
arma branca. Estava muito feliz com tudo e emocionalmente mais próximo a
Jungkook, por mais que o moreno quase não tinha tempo para respirar. Mas
quando tinha, lhe dava toda a atenção com o maior prazer.

Jungkook estava revirando o país atrás de Min Yoongi e Georgiana. Além de ter
que manter a empresa de fachada em pé sozinho.

Estava cada vez mais frustrado, não conseguiria resolver os outros casos
enquanto não matasse os dois e recuperasse o amigo e Jin que era inocente nisso
tudo. Isso se ainda estivessem vivos…

Nunca mais havia tido notícias do desgraçado e isso o enlouquecia. Para piorar a
polícia estava louca atrás de um serial killer que obviamente era ele, porém ainda
não tinham retrato falado.

Jungkook desconfiava que havia um traidor em sua equipe, já que não fazia
sentido Yoongi ter feito tudo isso sem a ajuda de alguém. Observava todos com
mais atenção que o normal já desconfiando de alguns mas deixando tudo em off
por enquanto.

Jimin seria crucial quando conseguisse rastrear Yoongi, por mais que odiasse ter
que o colocar nessa posição. Mas era necessário e seu pequeno queria muito.

Jungkook estava tão orgulhoso de Jimin, com o passar das semanas ele ia
ficando cada vez melhor em tudo, os tiros tinham uma precisão incrível mesmo
em uma distância alta. Ele também era bom com lâminas e aprendia rápido. A
única coisa que o preocupava era o corpo a corpo, o pequeno era mais frágil, mas
mesmo assim era determinado e não desistia fácil.

Certo dia foi o assistir lutar e passou por uma crise de raiva que acarretou em
briga. O maldito professor estava apalpando suas coxas e cintura para ensinar
um golpe. Mas para Jungkook aquilo era um abuso, ninguém encostava a mão
em Jimin a não ser ele. Então lhe ordenou que saísse das aulas de luta, não sem
antes ter um ataque e partir pra cima de seu lutador, causando um alvoroço
desnecessário.

Jimin ficou tão bravo que não falou com ele durante um dia inteiro, mas do seu
jeito ele amaciou a ferinha e tudo voltou a ser como antes, só que sem as aulas de
luta.

O tempo passava e nada de Yoongi muito menos georgiana.

Além de que Jimin não conseguir passar de amassos com ele. Faziam dias que
não dormiam juntos, e se tocar pensando no seu pequeno já havia virado rotina,
estava ficando louco.

3 MESES DEPOIS.

Jimin estava sentado em frente a penteadeira, escovando seus cabelos agora


alaranjados e brilhosos. Estava com uma maquiagem leve, os olhos levemente
esfumaçados mas que o deixavam muito mais atraente ao seu ver.

Tudo naquele quarto de hotel era divino, desde a recepção até o roupão elegante
de seda preto que ele comprara ali mesmo.

Jimin sempre foi rico, mas ser rico e maior de idade (Pelo menos na identidade)
era bem diferente, ainda mais com um cartão ilimitado. Estava se arrumando
para o seu moreno, já eram sete da noite e Jungkook ainda não havia chegado,
ele estava no Japão para assassinar um político a mando de outro. Faziam duas
semanas que não se viam e a saudade já era tanta que praticamente não
conseguia comer nem dormir. Mas o maior lhe prometeu que não se atrasaria
hoje e Jimin acreditava firmemente no namorado.
Olhou seu reflexo e sabia que estava atraente, de um modo que nunca havia se
sentido antes. Jungkook havia feito isso com ele, o fazer se sentir desejado e
amado, por mais que fosse uma relação louca, ele acreditava que fazia muito bem
para si.

Mas faltava algo, faltava a entrega de antes, e ela havia sido destruída, não era
mais a mesma. Por causa de um maldito vídeo ele não conseguiu mais se
entregar a Jungkook, saber que mesmo sem querer ele esteve com ela doía
demais. Jimin se descobriu muito possessivo também, afinal ele queria quem ele
amava só para ele, isso não era um crime.

Sabia que Jungkook estava subindo pelas paredes de tanto desejo, e o amava
ainda mais por saber que mesmo assim ele respeitou seu tempo, porém depois de
duas semanas sozinho voltou a ter desejos que só ele podia saciar.

Ao lado dos perfumes e cremes estava a sua faca favorita, Jimin a pegou com os
dedos pequenos e a analisou de perto, estava bem afiada e seria perfeita para
arrancar pele de cadela…

Rolou ela nos dedos de maneira habilidosa sorrindo com o quanto ele estava
bom nisso. Enfiou a mesma na madeira da penteadeira com força e rapidez,
imaginando uma cadela ali, uma cadela imunda chamada Georgiana.

Puxou a faca e enfiou de novo, os olhos brilhando em fúria, puxou novamente e


desferiu o mesmo golpe várias vezes na madeira decorada. Mordia os lábios em
um sorriso sádico ao imaginar a garota transbordando em sangue, a carne sendo
perfurada por sua lâmina repetidas vezes até que um barulho na porta o fez
acordar do seu transe. A madeira da penteadeira estava destruída, e ele teria que
pagar por isso.

Levantou os olhos para o espelho e viu o reflexo do moreno alto lhe olhando
fixamente com um sorriso de canto nos lábios.

Jimin sorriu ao mesmo tempo que seu coração disparava em alegria e euforia.
Quando se deu conta já se virava para correr para os seus braços, pulou com
tudo em seu colo, ouvindo seu riso sonoro, sentindo seu corpo quente e seu
cheiro amadeirado preenchendo o quarto enorme e caro.

—Jungkookie! —Ele automaticamente se sentiu completo só de sentir os braços


musculosos o apertando, a presença forte do moreno tomando conta dos seus
sentidos.

—Tudo isso é saudade, amor? —Ele sussurrou sensual em seu ouvido,


mordendo o lóbulo delicado agora cheio de piercings. —Senhor amado, você
pintou o cabelo?

Jimin assentiu sorrindo e passando a mão nos cabelos ruivos de uma maneira
que o moreno achou absurdamente sexy.

—Gostou? —Perguntou com seu eye smile capaz de destruir corações.

Jungkook puxou sua cintura com tudo, chocando o corpo pequeno contra o mais
alto, fazendo o membro do maior roçar na barriga do Park, que mordeu os lábios
carnudos fitando as orbes negras que também o encaravam com intensidade.

—Se eu gostei? Eu adorei, amor! —Sussurrou dando uma leve mordida em sua
orelha e deslizando o nariz por seu pescoço, dando beijos em seguida até sua
clavícula. —Como você consegue me deixar tão louco assim, Park Jimin?

Jimin sorriu mordendo os lábios, se segurando para não gemer com o contato
delicioso dos lábios o beijando e chupando. Sentiu seu ego inflar com os elogios
do SEU homem, não sabia se ele iria gostar da nova cor e se sentiu muito bem
ao saber que ele aprovava.

—Você já é louco Kookie-ah...—Disse rindo.

Jungkook parou de beijar seu pescoço para lhe fitar nos olhos com um sorriso
malicioso.
—Está zombando de mim Park? Hhn? —Soou sensual ao abaixar o tom de sua
voz e agarrar as nádegas cobertas apenas pelo robe de seda. —Está nu por baixo
desse pano tão fino e está zombando de mim? Você tem noção do perigo disso?

Jimin passou a se sentir absurdamente quente ao sentir as mãos o segurando tão


forte ao ponto de o fazer sentir dor. Uma dor deliciosa.

—Não vai dizer nada, amor? —Sussurrou o puxando para cima pelas nádegas já
enlouquecido de tesão só de sentir Jimin tão entregue a si depois de tanto tempo.

Jimin o surpreendeu ao lhe puxar pela nuca colando os lábios em um beijo


sedento, os lábios carnudos levando o maior a loucura, pedindo passagem com a
língua que imediatamente foi concedida e muito apreciada.

As línguas quentes, molhadas e cheias de pressa se encontrando dentro de suas


bocas causando-lhes um choque elétrico de desejo.

Grunhidos, gemidos e ôfegos eram soltos dentro de suas bocas. A mão grande
de Jungkook se enfiando entre os cabelos alaranjados e os puxando para trás
com possessão libertando as bocas por alguns segundos.

O maior precisava olhar nos olhos do seu amor, e ele olhou. Os olhos castanhos
do baixinho estavam com as pupilas mais dilatadas do que o normal, a boca
vermelha e molhada entre aberta, tentando recuperar o ar para os pulmões.

Jungkook se delirando com a visão chocou os lábios novamente, sentindo


novamente os lábios se envolverem de um jeito único, o menor com os braços
em sua nuca estava na ponta dos pés e ainda sim tinham dificuldade para se
alcançar.

Jungkook o ergueu nos braços, fazendo o mesmo entrelaçar as pernas que


saíram do roupão ficando nuas ao redor de sua cintura, sem nunca parar de o
beijar. Andou até a penteadeira e depositou o corpo pequeno na parte em que
Jimin não havia destruído com a faca e passou a morder com força seu pescoço
branquinho, se deliciando com os gemidos baixinhos e com medo de que o
menor o afastasse novamente.

Não aguentava mais esperar, já faziam mais de três meses.

Jimin passou a rebolar na madeira em busca de algum alívio, já estava


absurdamente melado e duro, queria tanto que as imagens de Jungkook
penetrando a vadia nunca mais voltassem, mas elas voltaram e o pequeno
empurrou o peito do moreno suavemente o afastando.

Jungkook se encontrava louco de tesão, não queria ter que se aliviar com a mão
de novo, aquilo era tortura. Toda a vez era isso, quando as coisas começavam a
esquentar Jimin o afastava o deixando totalmente frustrado e mais louco ainda
para o ter para si novamente.

—O que foi amor? —Sussurrou paciente, por mais que estivesse latejando
dentro de sua calça jeans, louco por ele. —O que eu fiz de errado?

Jimin não sabia o que responder, ele olhava para um ponto vazio mordendo os
lábios.

—Você não fez nada, é só que..

—Ei, olha pra mim. —Segurou seu queixo o levantando, os olhos se cruzaram.
—Eu entendo, eu posso esperar para sempre se for pra ter você um dia
novamente, mas eu só queria que confiasse em mim quando eu digo que te amo e
que você é único.

Jimin sentiu os olhos brilharem e não se aguentou ao sorrir, tinha que tirar
aquilo da cabeça, Jungkook o amava e somente a ele.

—Eu acredito! —O menor deu um selo em seus lábios finos o puxando


novamente para mais perto.—E eu quero, eu quero você e agora!

Jungkook sorriu e atacou novamente os lábios cheios com vontade, se deliciando


com o seu menino tão entregue a si depois de tanto tempo. Passou os dedos
longos na parte da frente de seu robe preto de seda e puxou o laço que o fechava,
encarando com profundidade e malícia o rosto ofegante e excitado de Jimin.

Abriu a peça e grunhiu ao ver o corpo escultural depois de tanto tempo.

Passou o tecido pelos ombros do pequeno o tirando de seu corpo e jogando a


peça longe. Tocou sua pele branca e macia com devoção, sentindo o menor que
estava com as mãos em seu ombro o trazer mais pra perto e afundar as unhas em
sua jaqueta de couro. Apertou as coxas fartas quase perdendo o controle ao ver
Jimin ofegar alto enquanto ele subia a mão perigosamente próximo a sua virilha.

—Você gosta disso amor? —Sussurrou com a voz rouca de desejo o olhando nos
olhos. —Gosta das minhas mãos na sua pele? Te apertando assim?

Jimin assentiu várias vezes seguidas muito tentado a apertar o próprio membro
que estava duro e vazando pré gozo, mas não queria as suas mãos, queria as dele.

Jungkook colou os lábios no seu ouvido.

—Aonde você me quer bebê? Fala pra mim… —Disse se roçando ao corpo nu
do pequeno que gemeu com o contato.

Jimin se sentiu ficar tímido.

—Não vai falar nada meu amor?

O menino de madeixas laranja negou timidamente o olhando nos olhos


enquanto mordia os lábios.

—Eu quero ouvir sua voz… o que eu tenho que fazer pra isso? —Perguntou
sem nunca desviar os olhares maliciosos. —Talvez isso?

Bateu forte e sonoramente em sua coxa nua, ouvindo finalmente um gemido


melodioso.
—Ahh, quase havia me esquecido disso amor… você gosta de apanhar né? —
Disse encostando as testas se grudando ao menor sentado, as respirações
pesadas, os olhos fixados um no outro. —Minha putinha!

Jungkook puxou Jimin da penteadeira e o mesmo surpreso ficou em pé,


observando o moreno jogar todas as suas maquiagens, cremes e perfumes no
chão. O puxando pelo braço e forçando seu corpo na madeira do móvel, com a
bunda empinada virada para que ele pudesse fazer o que quiser com a mesma.

O moreno observou excitado a cena do seu agora ruivo totalmente empinado


para si. Passou suavemente ambas as mãos na pele macia das nádegas fartas e
logo em seguida lhe acertou um tapa forte, vendo o corpo pequeno ir para frente
com a violência e gemer manhosamente deixando Jungkook mais duro ainda.
Lhe deu mais um tapa estalado e mais outro, cada tapa era um gemido mais alto
e prazeroso do pequeno.

—Essa bundinha me enlouquece amor! Marcada por mim então… ela fica ainda
mais gostosa! —Deu lhe outro tapa enchendo a mão com a carne agora toda
vermelha. —Olha só como você é delicioso!

Passou as mãos por suas costas, sentindo a pele e subindo até alcançar seus
cabelos da nuca o segurando com força o puxando e se agachando para lhe falar
bem próximo ao seu ouvido.

—Você ficou um tesão com esse cabelo! Fez isso para acabar de vez com a minha
sanidade amor? —Enfiou os dentes em seu ombro enquanto simulava estocadas
em suas nádegas nuas.

—Ohh...Jungkookie…Hnm..—Jimin gemia empinando mais a bunda na ereção


coberta do maior. —Tira essa roupa! Por favoor…

Jungkook se esfregou com força em Jimin, louco de tesão, ainda mais ao ouvir
sua voz perfeita. Se afastou com dificuldade e arrancou a jaqueta de couro sem
tirar os olhos do ruivo empinado que o encarava por sobre o ombro rebolando
inconscientemente louco para o ter dentro de si.

Jungkook arrancou a camisa rapidamente, os tênis e por fim sua calça junto com
a cueca, libertando seu membro enorme e duro.

Jimin se sentiu louco quando Jungkook veio rápido até ele, empurrando sua
cabeça na madeira do móvel, começando a roçar seu pau duro e molhado em sua
entrada o provocando.

Jimin ouviu barulho molhado e olhou sobre ombro vendo Jungkook com um
dedo na boca… tão excitante e logo o levando até sua entrada pequena.

—Rápido…rápido Jungkookie…—Ele pediu manhoso sabendo que o moreno


queria lhe preparar, mas ele queria mais rápido.

Jungkook sorriu e lhe deu um tapa e com a outra mão rodeava sua entradinha
rosada, enfiando delicadamente um dedo ali, gemendo ao ver a bundinha
engolindo seu dedo longo.

—Como consegue? Oh…que entradinha gulosa amor… —Jungkook não estava


mais se aguentando, estava doendo de tão excitado.

Tirou o dedo do seu cuzinho do seu amor sorrindo ao ver o mesmo se contrair.
Ouviu o gemido de Jimin, manhoso e alto. Segurou sua cintura se roçando no
local e logo em seguida se enfiando com tudo no buraquinho absurdamente
apertado, urrando de prazer.

—Ahhh...Meu Deus Jimin! —Jungkook terminou de entrar no seu pequeno em


uma estocada firme e profunda.

—Jungkookie… hnmm...—Jimin sentiu dor mesclada com prazer, e ele amava a


sensação mais do que tudo.

Jungkook saiu do buraquinho só para entrar com tudo de novo, gemendo rouco.
Apertando a cintura com força, pegando um ritmo ao estocar o seu menino
repetidas vezes, agradecendo aos céus pela existência de Park Jimin e por ele
estar ali consigo agora.

—Oh..kookie..hmnnn...Ah…mais rápido!

E Jungkook que tentava se segurar perdeu totalmente o controle. Aumentou o


ritmo violentamente. As estocadas eram mais rápidas e fundas, os barulhos dos
corpos suados se chocando era muito pornográfico. O moreno sentiu o corpo
abaixo do seu se empinar mais, desesperado por mais contato enquanto gemia
submisso.

Jungkook colou o peito nas costas do pequeno praticamente deitando em cima


dele, segurou os cabelos tingidos e mordeu sua orelha sem parar de estocar
fundo.

—Você é tão meu, Jimin! Tão deliciosamente meu! —Gemia enlouquecido de


tesão, diminuindo o ritmo para aproveitar com mais precisão o quão
maravilhoso era estar dentro dele novamente. —Você me pertence… minha
putinha gostosa!

Jimin revirava os olhos ao ouvir as palavras pervertidas. E ao sentir o membro


grande e grosso invadir lhe, ele ia tão fundo, torturando lhe com a repentina
lentidão, atingindo seu ponto doce fazendo o menor entrar em desespero. Seu
pênis se esfregando na madeira pulsou e a sua entrada se contraiu, ele estava
próximo, gemeu alto se empurrando contra o pau do maior.

—Por favor Jungkook! Ah...—O pequeno gemia em desespero.

Jungkook socou com força indo ainda mais fundo gemendo contido com o prazer
imenso que sentiu, ele era tão apertado.

Jimin gemeu ainda mais alto quando o maior voltou a estocar rápido atingindo
repetidamente sua próstata, o ruivo perdeu a noção de onde estava, tudo ficou
fora de foco e Jimin foi dominado pelo prazer de uma forma inimaginável
enquanto sentia-se ser invadido com força. O pau grosso entrando e saindo, os
gemidos de Jungkook ao pé de seu ouvido, os tapas desferidos em sua bunda.

—Isso amor…Uh…que bundinha gostosa…—Jungkook lhe puxou pelos


cabelos o fazendo ficar em pé, e se sentou na cadeira da penteadeira, puxando
seu garoto para sentar em cima do seu pau.

Jimin sentou sobre as coxas musculosas de Jungkook, segurou o membro


grosso, rosado e molhado colocando em sua entrada e descendo lentamente,
olhando em seus olhos escuros que o fitavam com luxúria, Jungkook era muito
gostoso.

—Cavalga no meu pau amor! Mostra pra mim a putinha sedenta que você é!
Sedenta pelo meu pau! —Disse lhe segurando seus cabelos, gemendo e chupando
seu pescoço com possessão.

Jimin ficou absurdamente feliz em obedecer lhe e cavalgou com vontade, se


sentindo ser arrombado de tão fundo que o moreno ia dentro de si.

—Aah…Jungkook…Jungkook...—Jimin enfiava as unhas nos ombros largos


enquanto cavalgava no membro grosso sentindo o seu ponto ser atingido todas
as vezes, mordeu os lábios ainda gemendo. —Hmmmn…eu sou sua putinha
Kookie…só sua…só sua…

Jungkook gemeu rouco se deleitando com o seu amor se divertindo com seu pau,
ouvi-lo falar aquilo foi seu fim. Iria gozar, era gostoso de mais.

—Geme meu nome amor… minha putinha, só minha…! —Jungkook gemeu


apertando as nádegas as abrindo para ir ainda mais fundo. —Gostoso do
caralho! Como você consegue ser tão gostoso amor…?

Jimin gemeu alto e aumentou ainda mais o ritmo ao se sentir próximo do ápice,
sentou, quicou fazendo um barulho absurdo ao gemer revirando os olhos.

—Goza pra mim amor…só pra mim bebê…


E Jimin gozou, dando seu gemido mais alto da noite, aumentando o ritmo e se
sentindo estimulado pela mão do maior bombeando seu pênis rapidamente o
fazendo libertar seu líquido branco e quente na mão de Jungkook, caindo sobre o
mesmo.

Estava totalmente exausto.

Sua entrada se contraia com violência fazendo Jungkook empurrar as nádegas


com força pra baixo, estocando o corpo agora mole e cansado com desespero o
puxando para se fundir ainda mais a si. Agarrou, bateu em suas nádegas e gozou
deliciosamente na sua entradinha, preenchendo seu interior quente e apertado
com sua porra.

Jungkook deu seu último gemido satisfeito. Sorriu safado jogando a cabeça pra
trás ao sentir o gozo escorrendo da entrada preenchida escorregando quente até
o seu pau que ainda estava dentro do pequeno.

Jimin estava completamente deitado em cima de Jungkook, o menor se


encontrava com a cabeça enfiada no pescoço do moreno completamente exausto,
respirando pesado.

Jungkook o abraçou forte, se recusando a se mover dali, queria ficar daquele


jeito para sempre, colado ao seu garoto, seu amor.

—Que saudades meu amor! —Beijou lhe o topo da cabeça com carinho.

Jimin assentiu enfiando o nariz no pescoço do maior, sentindo seu cheiro


viciante que ele tanto amava, por que se privou disso? Era tão bom e tão gostoso
estar com Jungkook, era simplesmente único.

—Eu te amo. —Sussurrou o baixinho.

—Eu também te amo bebê.

(...)
Eles haviam ido tomar banho juntos. E tanto Jimin quanto Jungkook ficaram
loucos de tesão e repetiram no chuveiro tudo de novo. Jimin estava literalmente
fodido quando saiu do banheiro um pouco antes de Jungkook que ficou mais um
pouco para enxaguar o cabelo.

Estava enrolado em um roupão de hotel andando com um pouco de dificuldade


até sua mala atrás de roupas limpas quando viu o telefone do maior tocando.

Não se aguentou de curiosidade ao ver que o número era bloqueado. Atendeu na


mesma hora, mesmo sabendo que Jungkook ficaria puto.

—Jungkook? Deu certo! —Jimin ouviu a voz masculina do outro lado da linha.
—Tá tudo certo, chega aqui amanhã que eu te passo as informações…

Nessa mesma hora Jungkook saiu do banheiro completamente nu e secando os


cabelos com uma toalha pequena, estancou na mesma hora que viu Jimin ao
telefone… ao seu telefone.

—Quem é você? —Jimin perguntou rapidamente.

O outro não pareceu notar que não era Jungkook na linha.

—É o Hoseok, idiota! Esqueceu?

Jimin conhecia esse nome…

Quem em sã consciência chamaria Jungkook de idiota? Havia muita intimidade


aí, e Jimin não gostou nada disso.

—Vocês se conhecem da onde?

Jungkook revirou os olhos com a cara fechada, completamente irado e tomou o


telefone de sua mão. Colou o mesmo em sua orelha enquanto ainda fitava Jimin
de forma irritada.

—Oi, agora sou eu. —Disse sério, encarando o pequeno que se encolhia mas não
conseguia deixar de sentir raiva desse tal Hoseok. —É só o Jimin… sim.
Obrigado mas eu já te disse para não se meter nisso! Vai estudar e deixa que eu
resolvo as paradas… como você soube? Ok Hobi, valeu, tchau.

Ao desligar o telefone ele passou pelo baixinho, se vestindo com a boxer preta
limpa que deixou em cima da cama.

—Quem era? —Jimin perguntou tímido.

—Jimin, definitivamente você não precisa e não vai saber. —Disse lhe olhando
sério.

Jungkook foi até ele e segurou seu queixo firmemente o erguendo para lhe
encarar de perto.

—Mas…

—Nunca mais mexa nas minhas coisas, se não eu irei te castigar.

Jimin fechou a cara irritado e tirou seu rosto da mão do maior, indo até a cama,
puxando as cobertas com fúria.

—Se ele for um amante eu mato ele! —Disse irritado apertando com força a
coberta logo em seguida a jogando no chão.

Jungkook não conseguiu evitar sorrir com a imagem fofa de um Jimin ciumento.
Cruzou os braços encantado com o seu menino irritado agora de cabelos laranja,
tão lindo, tão dele.

—Do que você está rindo? —Cruzou os braços encarando o sorriso do maior.

—Da sua fofura amor, você é um neném! Um neném possessivo e sociopata! —


Brincou alargando ainda mais o sorriso.

Jimin revirou os olhos bufando e deu as costas pra ele.

—Eu odeio que me tratem como criança! —Ele murmurou irritado.


Sentiu os braços do maior lhe envolvendo por trás e tentou sair, mas foi
firmemente segurado.

—Eu não estou te tratando como criança, mas você está agindo como uma. —
Falou firme logo em seguida lhe beijando o pescoço cheio de roxos. —Agora
quieto para ouvir o que eu tenho pra falar.

—Mas e esse Hoseok? O que você tem com ele?

Jungkook bufou o grudando mais a seu corpo.

—Nada, absolutamente nada.

—Jura? —Perguntou mais tranquilo.

—Juro. —Jungkook o virou para si o fitando seriamente.—Nunca mais mexa


nas minhas coisas, ouviu bem? Eu estou falando muito sério!

Jimin assentiu tímido.

—O que você ia me dizer?

Jungkook lhe deu um beijo estalado nos lábios e sorriu para o pequeno.

—É a sua vez de brilhar amor… por mais que eu esteja preocupado sei que você
vai dar conta.

Jimin franziu o cenho.

—Como assim?

—Achamos o Yoongi, e a Georgiana está com ele. Amanhã finalmente o


pegamos. —Disse mordendo seu maxilar descendo a língua por sua garganta.
Voltou a olhar nos seus olhos. —Tá preparado para se divertir amor?

Jimin sorriu largamente, e todo o seu ser se encheu de uma euforia capaz de
acordar até mesmo uma múmia. Ele estava louco de vontade de se vingar.
—Você está sorrindo com um sádico… fica ainda mais atraente meu amor! —
Disse lhe apertando a cintura enquanto sorria.

Jimin lhe empurrou com toda a força na cama, pegando Jungkook de surpresa e
se sentou em seu colo tirando seu roupão ficando novamente nu aos olhares
penetrantes.

—O quê? Já bebê? Mas..Uh...—Jungkook apertou sua cintura com força quando


o menor passou a rebolar em cima do seu membro coberto o deixando duro
novamente. —Matar te excita amor?

Jimin assentia mordendo os lábios provocando o maior, sem parar de rebolar.

—Matar ao seu lado me excita Jungkookie…—Sussurrou.

O maior enlouqueceu com suas palavras e reverteu as posições ficando por cima,
arrancando a cueca e se enterrando no seu pequeno pervertido e sádico, amando
o fato de ele ser assim. O fato de Jimin ter sido feito especialmente para ele.

CAPÍTULO 17 – Sangue
Jungkook e Jimin estavam deitados juntos na enorme cama de casal. Estavam
nus, com as pernas entrelaçadas como se fossem um, e realmente era esse o
pensamento de ambos. Se sentiam como um.

Já havia amanhecido, o quarto estava bem claro e chovia cedo em Seul.

Jungkook ficou admirando o corpo adormecido colado ao seu. O pequeno estava


com as costas coladas em seu peito, os cabelos ruivos brilhavam com as luzes do
sol e sua respiração deixava claro que estava em um sono pesado.

Jungkook abraçou sua cintura e beijou sua nuca, cheirando seus cabelos, se
grudando mais a ele já se sentindo excitado novamente já que seu membro
estava grudado na bunda do menor.

Passou as pontas dos dedos nas laterais do corpo escultural, apreciando cada
pedaço da pele cheia de marcas de dedos e chupões. Desceu até as nádegas
macias, observando os seus dedos ainda bem marcados na pele macia.

Para o moreno todas aquelas marcas só deixavam Jimin ainda mais perfeito, os
roxos deixavam claro que o seu pequeno pertencia exclusivamente a ele. E com
esse pensamento o puxou ainda mais para si colocando a bundinha farta em seu
membro que já parecia uma tora de tão duro.

Soltou um grunhido baixo, totalmente excitado com o contato.

Estavam cobertos por um edredom pesado que abafava os corpos nus. Agarrou a
cintura do pequeno e se segurou para não se enterrar na mesma hora e a seco.
Sabia que Jimin estaria dolorido depois de ontem e se condenou por lhe desejar
tanto naquele momento.

Roçou sutilmente seu pau entre as bandas da bunda de Jimin, e revirou os olhos
enterrando a cabeça nos cabelos alaranjados e cheirosos sentindo que iria perder
o controle de novo.
Jungkook se sentiu culpado por estar se aproveitando do seu menino
adormecido, mas era mais forte que ele. Então tinha que acordá-lo.

—Jimin... amor... acorda.

Gemeu rouco e baixinho quando abriu um pouco as nádegas e roçou seu


membro diretamente na entradinha quente que estava vermelha de tanto que foi
fodida na noite anterior.

Mordeu os lábios tentando se controlar, mas Jimin se remexeu e deu um


gemidinho de quem estava quase acordando, causando arrepios no maior.

—Acorda amor. —Sussurrou na orelha delicada cheia de piercings. —Não faz eu


me sentir ainda mais pervertido…

Jimin estava acordando e meio confuso com as palavras do maior. Estava


excitado, ainda mais com aquele homem atrás de si, o segurando daquele jeito.

—Bom dia Kookie… —Ele se remexeu e acabou se empinando sentindo


Jungkook o agarrar ainda mais forte, investindo o membro duro no meio de suas
bandas contornando a entrada dolorida. —Você está abusando de mim
Jungkookie-ah…?

Jimin mesmo sentindo dor se empinou totalmente ouvindo um arfar do moreno


atrás de si. Estava excitado pelo fato de Jungkook estar excitado consigo.

—Me diz que eu posso te comer agora bebê… —Murmurou colado a si


beijando, mordendo e lambendo seu pescoço, passando as mãos grandes da
barriga lisa até o membro necessitado de Jimin. —Deixa?

—Uh…Kookie, eu estou com dor…

Jimin perdeu a fala conforme Jungkook o masturbava lentamente, com o corpo


colado a si, gemendo baixinho no ouvido do pequeno.
—Eu vou devagar…—Gemeu em seu ouvido, lambendo e mordendo o lóbulo.
—Eu preciso muito de você agora amor. Posso…?

Jimin queria tanto… sabia que a sua dor iria piorar mas queria muito, então
assentiu fracamente.

Jungkook ergueu uma das pernas do menor e a apoiou em si para o penetrar


com mais facilidade. Cheio de tesão colocou seu pau na entradinha e foi entrando
lentamente sendo firmemente apertado pelo interior do seu amor, tão quente,
tão gostoso. Gemeu rouco no ouvido do pequeno quando se sentiu
completamente dentro dele.

—Ohh…—Jimin gemeu ao se sentir preenchido, jogou a cabeça pra trás no


ombro do moreno, ele estava sendo alargado de tão grosso que Jungkook era. —
Você é tão grande Jungkookie…tão grande…

—E você adora né amor? —Gemeu safado em seu ouvido, estocando-lhe


lentamente, quase delirando. —Você adora sentir o meu pau…eu sei que adora!

Jimin assentiu várias vezes enquanto gemia com as estocadas profundas.

—Eu adoro Jungkook! Eu adoro…

Jungkook lhe estocou firme indo bem fundo e sentindo Jimin tremer em seus
braços.

—Você é tão putinha amor…uhh…

Jungkook não se aguentou mais e passou a investir com tudo se sentindo


dominado pelo prazer e luxúria. Saiu e entrou sentindo que Jimin era tão quente,
cheiroso e apertado.

Deu um tapa nas nádegas marcadas, investindo sem parar. O corpo menor era
firmemente segurado para que não se desgrudassem e Jimin gemia baixo e
rouquinho, cada som que saia dos lábios do menor ativava uma faísca em
Jungkook que o fazia lhe estocar ainda mais ensandecido.
—Eu vou gozar Jungkook…eu vou…—O menor segurou os cabelos negros de
Jungkook trazendo o moreno até o seu pescoço enquanto gemia, ele estava
muito próximo.

Jungkook passou a lhe masturbar com rapidez enquanto metia fundo dentro do
seu pequeno, mordendo e lambendo seu pescoço marcado, gemeu alto ao sentir o
interior se contrair anunciando o orgasmo do menor que agora se empurrava
contra ele, também louco de prazer.

—Jimin…

—Jungkook!

Ambos gozaram juntos em uma explosão de gemidos e beijos apaixonados, se


apertando e se contorcendo em prazer nos braços um do outro. Jimin ficou
exausto e Jungkook saiu lentamente de dentro dele, ouvindo um gemido
dolorido porém satisfeito do mesmo.

Era uma bolha que ambos viviam, onde só eles existiam, com o prazer
inimaginável que podiam sentir nos braços um do outro.

Jungkook arrancou a coberta de cima deles para ver melhor o corpinho nu e


marcado do pequeno, que ainda se recuperava do orgasmo, o virou de bruços
para apreciar melhor.

—Kookie…o que está fazendo…? —Murmurou com a cara no travesseiro. —


Ah...ai!

Jungkook rodeou a entrada com seu dedo, enfiando ali lentamente e tirando,
logo em seguida seu gozo começou a desceu em abundância pelo buraquinho
avermelhado.

—Eu amo ver suas preguinhas sujas com a minha porra, amor…—Disse
acariciando sua bunda marcada.
Jimin ficou mais vermelho que um pimentão. Se levantou rapidamente da cama,
sentindo o gozo escorrer por suas pernas, mas nos primeiros passos ele
cambaleou, sentindo dor no quadril e na entrada que ardia.

Jungkook rapidamente levantou e o segurou, bem preocupado.

—Meu Deus, eu te machuquei bebê? —Rodeou sua cintura o firmando.

Jimin ficou ainda com mais vergonha por não conseguir andar direito.

—E-Eu só preciso de um banho quente e algum comprimido para dor, logo eu


estou melhor. —Sussurrou.

Jungkook passou os braços por suas pernas o levantamento no colo, levou o


pequeno até o banheiro depositando delicadamente em cima da pia.

—Acho melhor tomar banho na banheira, vai relaxar mais seu corpo. —
Jungkook falava abrindo a torneira da banheira enorme do banheiro. —Você
escolheu um bom quarto.

Jimin deu uma risada suave.

—Eu comprei sais de banho aqui do hotel pra usarmos a banheira.

Jungkook deixou a água enchendo a banheira e foi até o seu garoto sentado na
pia, se aproximou dele o abraçando, ouvindo um gemido de dor do mesmo.

—Eu realmente acabei com você Park… —Disse com um sorriso malicioso
olhando fixamente seus olhos castanhos.

Jimin corou.

—E você ainda disse que ia devagar… —Murmurou com um biquinho.

—Desculpa amor, eu realmente estava com saudades do seu corpo. Já faziam


mais de três meses! —Disse.
Jimin suspirou olhando para o homem maravilhoso em sua frente, os cabelos
pretos um pouco separados deixando sua testa a mostra, o nariz um pouco
avantajado o deixando ainda mais masculino. E aquela boca? Santo Deus, Jimin
era apaixonado por sua boca, ela era perfeita, pequena, possessiva e macia. Havia
uma pintinha embaixo lhe dando um charme ainda maior.

—Por que você tem que ser tão gostoso Jungkook? —Sussurrou vendo o
moreno sorrir levantando uma sobrancelha escura.

Jimin passou as mãos pequenas em seus ombros largos, apreciando sua força.
Desceu levemente para os bíceps, apertando os músculos com prazer explícito
nos olhos que brilharam excitados.

Colocou ambas as mãos em seu peito forte e duro, não conseguiu evitar morder
os lábios e fitar o moreno que não tirava os olhos de si, como um predador.
Desceu até as costelas admirando a tatuagem preta de um anjo caído, passou os
dedos delicadamente pela pele pintada, sentindo Jungkook se arrepiar com os
seus toques. Quando passou as mãos que já suavam por seu abdômen
maravilhosamente trincado sentiu a barriga se contrair e Jungkook tirar suas
mãos delicadamente, segurando delicadamente seus pulsos.

—E-Eu…você está me deixando excitado amor, e você não está em condições de


nada agora! —Jungkook já falava mais baixo com os olhos brilhando em luxúria.

Jimin assentiu. Mesmo que não quisesse admitir ele estava acabado e o dia seria
cheio.

Jungkook pegou o menor no colo e o colocou na banheira, ficou um pouco


hipnotizado com o corpo nu e molhado se ensaboando lentamente, ele já estava
muito excitado de novo. Então resolveu buscar de uma vez os sais de banho e
um comprimido para lhe aliviar a dor.

(...)
Jimin e Jungkook estavam conversando faziam horas, combinando tudo o que
seria feito naquela noite. Eles iriam a uma festa onde iam estar muitas pessoas
ricas e poderosas, portanto ele tinha que se apresentar como Jeon Jimin.

Jungkook tinha muitos informantes e já sabia por onde Yoongi andava durante
esses últimos dez dias, estava planejando o bote perfeito e ele havia chegado.

Graças a seu irmão mais novo Hoseok pôde saber que Georgiana estaria junto,
mas o seu foco no momento era Min Yoongi.

O plano era Jimin atrair Yoongi até o local mais afastado da festa. Jungkook não
estaria como seu acompanhante, ele só o seguiria de longe, com uma escuta e
observando pelas câmeras escondidas que já havia dado um jeito de mandarem
instalar na mansão alugada especialmente para aquela festa.

Kim Jiyoon era uma magnata, assassina que tinha uma parceria secreta com
Namjoon e Jungkook. Era ela que estaria dando a festa e ninguém sabia que
aquela mulher era uma das maiores traficantes da Coreia, ser uma socialite era
só um disfarce para ajudar Jungkook, e faturar ainda mais dinheiro com isso.

—E você e essa Jiyoon são muito próximos? —Jimin perguntou como quem não
quer nada.

Jungkook soltou um riso nasal, achando engraçada a forma nada discreta que
Jimin demonstrava seu ciúme.

—Quer mesmo saber?

Jimin tomou um longo gole do seu café amargo.

—Quero!

Jungkook ergueu as sobrancelhas, com um suave riso nos lábios.


—Ela foi uma das pessoas que mais me ajudou Jimin. Foi ela que me incentivou
a ser assassino. Ela me deu todas as dicas, me emprestou muito dinheiro, que eu
já devolvi, e me transformou em quem eu sou hoje.

—Hmmm… —Jimin olhava para as próprias unhas disfarçando. —E a relação


de vocês era só isso ou…

Jungkook olhava seriamente para o rosto meigo de Jimin, não queria magoá-lo
falando a verdade.

—Não foi só isso, mas você não precisa saber amor.

Jimin ficou ainda mais curioso e enciumado.

—Mas eu quero saber! Você sabe tudo de mim!

Jungkook suspirou se levantando da cadeira.

—Vá se arrumar Jimin, está quase no horário de irmos.

Jungkook deu lhe as costas e saiu do quarto, deixando Jimin bem bravo, muito
bravo!

Levantou-se e foi achar alguma roupa bem elegante para usar. Estava ansioso
demais, queria aquilo fazia muito tempo.

Optou por uma camisa social preta e um smolking branco com vários detalhes
em preto. Era extremamente colado ao corpo, dando muito destaque aos cabelos
alaranjados.

Passou sombra nos olhos para destacar e pronto. Estava impecável!

Ergueu um pouco a barra da calça amarrando na batata da perna um par de


facas. Dentro do terno do smolking haviam vários tipos de armas brancas, de
choque e uma pistola calibre 22 enfiada no canto da calça branca colada.
Colocou brincos de diamantes que ganhara de Jungkook no mês passado e se
perfumou.

Quando se olhou no espelho não se sentiu mais aquele Park Jimin que apanhava
dos maiores e só ignorava, que aceitava transar com o primo só por comodismo,
que tentou tirar a própria vida por não aguentar mais viver num mundo onde
era um ninguém, onde ninguém se importava consigo. Se sentia confiante,
poderoso, amado e pronto para qualquer coisa e ele queria sangue mais do que
tudo.

Ouviu o barulho da porta se abrindo e viu pelo espelho Jungkook paralisar atrás
de si quando o viu arrumado. Jimin fitava seus olhos através do espelho
enquanto mexia nos cabelos, ambos se encararam intensamente, Jimin observou
o moreno descer os olhos escuros por todo o seu corpo e morder os lábios finos
em deleite. O menor sentiu seu corpo queimar com o olhar quente.

—Uau…—Jungkook continuou parado o observando de longe.

Jimin virou se para fitar o moreno diretamente nos olhos negros sensuais. E se
aproximou a passos lentos, sendo calculosamente observado por Jungkook.

Parou em sua frente e olhou para cima colocando as mãos em seu peito, sentindo
os braços lhe rodeando a cintura.

—Você está tão gostoso! A pessoa mais linda que eu já vi na vida! —Segredou
em seu ouvido.

Jimin se ergueu para lhe dar um beijo, mas Jungkook lhe afastou suavemente.

—Se você me beijar agora eu não vou conseguir mais te soltar! —Disse lhe
olhando nos olhos.

Jungkook segurou seu queixo para fitar os olhos castanhos levemente


maquiados. Passou o dedão nos lábios quentes e carnudos louco para beijá-los.
—Sua boca é tão vermelha… parece que você usa batom! —Desceu a cabeça até
seu pescoço que ele notou nada feliz que estava maquiado para esconder os
roxos que fizera na noite anterior, apertou sua cintura e cheirou ali. —Onde
estão as minhas marcas, amor?

Jimin sentia as pernas bambas com a aproximação, o coração batia rápido e ele o
queria de novo dentro de si, lhe dando prazer.

—E-Eu escondi… Yoongi não vai gostar muito de vê-las… ah… —Jungkook
lhe segurou firme pelas nádegas o erguendo do chão, apertando contra si para
Jimin sentir bem o quão duro ele estava.

—Não fala o nome desse cara Jimin! Não pense no que ele poderia ou não
gostar… não lembre da existência dele! —Disse seriamente fitando os olhos
castanhos chocados e excitados. —Você é meu, só meu!

Jungkook desceu o pequeno deslizando o corpo até seus pés encontrarem o chão
mas não largou sua cintura e nem parou de lhe encarar.

—Estamos entendidos? —Disse.

Jimin assentiu ainda atordoado.

—Sim…

—Então me diga bebê, a quem você pertence?

—A você Jungkook…

Jimin estava excitado com o tom de voz possessivo.

—Então tire essa maquiagem do pescoço, são as minhas marcas e eu quero que
ele veja cada uma delas!

—Mas…

Jungkook colocou a mão nos seus lábios silenciando.


—Agora!

Jimin desistindo de discutir foi tirar a maquiagem do pescoço, revelando todos


os roxos e marcas de mordida, foi até Jungkook para que ele olhasse.

—Agora sim!

(...)

Jimin entrou pela porta da frente na mansão lotada de pessoas muito elegantes.
Chovia bastante mas em frente a porta de entrada haviam vários homens
ajudando os convidados entrarem com guarda-chuvas.

Era tudo muito luxuoso, o salão todo estava decorado em tons de dourado.
Garçons passeavam para lá e para cá oferecendo taças de champanhe para as
pessoas.

A maioria das pessoas ali era mais velha, mas também haviam bastante homens
mais jovens, muitos olhavam para ele como que em dúvida de quem seria o
garoto até que uma mulher que aparentava ter uns cinquenta anos parou em sua
frente.

—Park Jimin? —Ela lhe olhou nos olhos com um sorriso contido.

Era bonita, usava um vestido prateado que ressaltavam o corpo magro e esbelto,
seus cabelos estavam presos em um coque alto, seus dentes eram retos porém
levemente amarelados e usava uma maquiagem pesada que não escondiam suas
rugas.

—Jeon Jimin. —Lhe disse, tinha que evitar lhe dar informações. —E você é… ?

—Ah claro… Kim Jiyoon! —Estendeu a mão em um cumprimento amigável.

Jimin levemente surpreso apertou a mão seca e ossuda da mulher mais velha.

—Oh, você é a anfitriã! Muito prazer!


Jiyoon fitou atentamente Jimin, o olhando do pés a cabeça e lhe deu um sorriso
simpático.

—Você é ainda mais bonito do que eu imaginava Park!

Jimin franziu o cenho.

—Obrigado…?

A mulher mais velha enganchou em seu braço e começou a andar com o garoto
pela casa cumprimentando todos o tempo todo, entregou lhe um champanhe.

—Eu ainda não vi Yoongi por aqui, mas espero que fique muito atento. Sei que é
iniciante, Jungkook só permitiu que entrasse sozinho porque sabe que a casa
está rodeada de homens da nossa confiança. —Ela lhe sussurrou no ouvido ainda
sorrindo para todos como se nada estivesse acontecendo. —Eu tenho que
recepcionar os outros convidados, mas…Park?

Jimin se virou para ela.

—Sim?

Ela lhe acariciou as bochechas.

—É bom saber que Jungkook está feliz, cuide dele. —Disse e por fim, lhe deu as
costas sumindo em meio a multidão.

Jimin estranhou o jeito da mulher falar, mas por algum motivo havia gostado
dela. Suspirou se encostando em uma pilastra bebericando o champanhe
maravilhoso, observando todas as pessoas andando de um lado para o outro,
conversando e rindo ao som de um Jazz que para ele era totalmente broxante.

—Está sozinho por aqui? —Um rapaz simpático se encostou na pilastra o


olhando.—Quer companhia?

Jimin queria, mas estava ciente que Jungkook estava ouvindo tudo pelas escutas
que estavam em sua roupa, e vendo pelas câmeras.
—Não quer dar uma volta? Conhecer um dos quartos. —Disse malicioso.

—Não, obrigado.

Continuou bebendo da taça com os olhos a procura de Yoongi, mas o rapaz não
saia do seu lado e não parava de lhe encarar de modo esquisito.

—Deixe o pobre garoto em paz Dong-Sun. —Uma voz feminina falou.

O rapaz revirou os olhos saindo dali. Jimin levantou os olhos e se deparou com
uma garota realmente linda, alta, de pele bronzeada, morena de olhos verdes.
Ela lhe parecia familiar, mas Jimin realmente não sabia de onde a conhecia.

—Obrigado. —Ele lhe disse simpático.

Ela lhe sorriu de modo meio esquisito.

—Que nada! O Dong é insuportável! —Ela disse sorridente para ele. —Mas e
você o que está fazendo aqui parado e… sozinho?

Ela lhe encarava com a sobrancelha erguida. Era uma garota bonita sim, mas
notando de perto sua pele era estranhamente alaranjada de bronzeamento
artificial e seus dentes um pouco encavalados.

—Estou… admirando a vista. —O pequeno disse olhando ao redor.

Ela pegou uma taça de champanhe sem tirar os olhos do menor, o encarando
fixamente enquanto bebia um gole da bebida cara.

—Então, você é solteiro?

Jimin estranhou a pergunta da garota, mas como Jungkook estava ouvindo


resolveu falar a verdade.

—Na verdade não.

—É… —Ela passou os olhos lentamente por todo o pescoço marcado do ruivo,
seu rosto agora se contorcendo em raiva. —Dá pra ver…
Ela virou o copo pegando mais uma taça de outro garçom, sem tirar os olhos de
Jimin em nenhum momento. O vestido verde curtíssimo a fazia se parecer um
alface, Jimin pensou.

A garota se aproximou lentamente e tropeçou em absolutamente nada


derrubando todo o líquido na roupa branca de Jimin.

—Oh! Deus! —Fez uma expressão chocada com um pequeno sorriso sínico. —
Mil desculpas! Esses sapatos… credo, são horríveis! Louboutin sabe? Caros mas
desconfortáveis! Não sei se já ouviu falar mas são de marca.

Jimin estava puto. Olhou completamente revoltado para o seu blazer arruinado,
e ficou bem irritado com o jeito da garota esnobe.

—Minha mãe tem um closet desses sapatos do teto até o chão, então conheço
sim. Ela diz que são altos mas absurdamente confortáveis, se estes estão
machucando seus pés e te fazendo tropeçar nas pessoas, muito provavelmente
são falsificados! —Ele disse irritado, observando a expressão antes esnobe
mudar para indignada.

—Não são falsos!

Foda-se! Pensou Jimin.

—Eu preciso ir ao banheiro me limpar, sabe onde fica? —Perguntou irritado.

—Claro, eu te levo! —Disse sorrindo de um jeito muito estranho.

Subiu as escadas logo atrás da garota que fazia questão de rebolar como se
quisesse que todos olhassem para sua bunda.

Jimin revirou os olhos olhando com certo horror a escolha péssima para a
vestimenta da garota alface.

Chegaram em um banheiro bem afastado da festa, Jimin estranhou. Não havia


nenhum banheiro mais próximo? Em uma casa tão grande?
—Aqui! —Ela disse acenando com a mão para que ele entrasse.

Jimin passou por ela entrando no banheiro enorme, estranhando a garota entrar
logo em seguida, trancando a porta e pegando a chave para si guardando dentro
de seu decote.

—Vai me ajudar? —Perguntou estressado com a garota.

Tirou o paletó, observando com muita irritação o pequeno microfone molhado


de champanhe. Será que Jungkook ainda estava ouvindo? Pegou papel higiênico
tentando limpar.

A garota parou atrás de si o olhando pelo espelho, de braços cruzados com um


olhar ainda mais estranho.

—Você é tão ridículo Park Jimin! —Ela disse sorrindo para ele.

Franzindo o cenho Jimin se virou para ela, agora verdadeiramente irritado.

—Oi?

—Você é ridículo! Ridículo! Completamente ridículo! —Ela lhe olhava com os


olhos arregalados e vermelhos.

Jimin ficou verdadeiramente chocado com a atitude da garota louca.

—Qual o seu problema? Ridícula é você com essa roupa horrorosa de alface! —
Zombou. —Agora sai daqui sua doida! Antes que eu meta a mão na sua cara!

Ele se virou para limpar a sujeira do seu smoking mas ela lhe puxou pelo ombro
fazendo ele lhe encarar de novo.

—Você é como uma vadia Park, uma vadia burra! —Seus olhos verdes pareciam
que saltariam das órbitas a qualquer momento, e seu nariz estava inflado.

—O que foi que eu te fiz garota? Eu nem te conheço! —Falou absurdamente


irritado.
Ela lhe empurrou fazendo o mesmo bater as costas na pia com força.

—Você… —Ela apontou o dedo bem próximo ao seu olho. —Roubou o meu
homem!

Jimin franziu o cenho, e aos poucos as coisas foram fazendo sentido. Olhou nos
olhos irritados da garota e começou a se lembrar do vídeo que nunca saíra da
sua memória. Foi começando a ser dominado por um ódio incontrolável, se ela
estava irritada, Jimin estava transbordado da mais pura fúria.

—Você… você é a puta da Georgiana! —Ele concluiu empurrando a garota para


longe.

Ela era muito mais alta que ele, ainda mais usando salto, mas era hoje que Jimin
faria petisco de cadela.

—Puta é você Park! Que rouba o homem dos outros!

Jimin gargalhou com a afirmação da garota.

—Você está se ouvindo sua idiota? O Jungkook nunca foi seu pra ser roubado!

Ele lhe olhava com deboche.

—Ele foi meu antes de você, ridículo! —Ela voltou a se aproximar. —Você deve
ter feito alguma macumba não é possível! Como um cara maravilhoso como Jeon
Jungkook se sentiria atraído por um pirralho ridículo como você?

Jimin cruzou os braços observando a garota espernear.

—Você devia perguntar pra ele, aliás pergunte também o porquê de ele ter me
sequestrado, me dizer todos os dias que me ama e me encher de mimos? Eu
realmente não sei… deve ser porque ele te ama muito né? —Ironizou enquanto
se aproximava dela.

A menina transbordava de raiva, começou a tirar os brincos como quem iria


brigar. E Jimin queria muito brigar.
—Logo ele te larga pirralho, ainda mais quando você estiver com a cara toda
desfigurada! —Ela chegou perto dele o encarando de cima. —Ele vai voltar pra
mim, vai voltar a me comer, vai voltar a me beijar e você vai sumir do mapa.
Suicida! Anão! Ridículo!

Jimin e Georgiana se atracaram um ao outro na base de puxões de cabelo, socos


e tapas. Georgiana dava tapas enquanto Jimin dava lhe socos ambos com muita
violência. Caíram no chão, a garota por cima lhe dando tapas e socos enquanto
esperneava.

—Eu vou te matar seu pirralho ridículo! —Ela gritava lhe dando tapas e socos
sentada em cima do menor. Segurou seu rosto apertando as bochechas enfiando
a unha afiada ali, enquanto suas pernas o mantinham preso embaixo de si. —
Antes de eu te matar vou acabar com esse rostinho de bebê!

Ela estava com uma tesoura afiada na mão. E quando ela foi lhe acertar, com um
reflexo rápido Jimin grudou uma mão em seus cabelos a puxando com tudo para
o lado, sentindo na mesma hora a tesoura lhe a acertar o braço. Jimin grunhiu de
dor, mas usou toda a sua força para inverter as posições.

Sentou sobre ela segurando a garota escandalosa com toda a sua força pegou
uma de suas facas no tornozelo. Segurou a garota pelos cabelos batendo sua
cabeça contra o chão várias vezes.

—Park Jimin eu vou te matar! —Ela se debatia descontrolada e sorriu ao olhar


nos olhos de Jimin. —E depois vou ter uma noite sendo muito bem fodida pelo
Jungkook…

—Cala a boca vadia! —Jimin gritou bem próximo ao rosto dela, segurando firme
seu cabelo. —Deve ser realmente deprimente ter que se humilhar desse jeito pra
conseguir um pingo da atenção dele né vagabunda?

A garota o olhava com ódio, metade do cabelo dela estava no chão, e vários tufos
grudados na mão de Jimin. Ela se debatia e rosnava para ele como uma louca.
—Vai dormir Park, está na hora de criança estar na cama!

Jimin riu debochado.

—Eu vou estar na cama essa noite sim, na cama com Jeon Jungkook, e você? Vai
estar a sete palmos da terra, piranha!

Firmou a faca pequena nas mãos e com todo o seu ódio enfiou no peito da garota
que arregalou os olhos dando um grito desesperado. Jimin tapou a boca dela
com uma mão enquanto com a outra desferia vários golpes na região dos seios
da garota.

—Desgraçado! Desgraçado! —Ela murmurava gemendo de dor.

—Vadia! Cadela! Piranha! —Ele gritava enquanto a faca perfurava a pele


repetidas vezes.

Se lembrou de tudo que ela fez, sem contar que ela iria tentar lhe matar com
uma porra de tesoura.

A faca entrava na pele sem dificuldades, já que era absurdamente afiada. O


barulho de carne sendo perfurada nunca foi tão satisfatório, o sangue
transbordava e ela já não tinha mais fôlego para gritar então Jimin tirou a mão
de sua boca, segurou a pequena faca com as duas mãos e afundou na pele que já
parecia carne moída vermelha de tantos furos.

Sua roupa tão elegante estava toda ensaguentada, o chão do banheiro estava
todo coberto de sangue. Até o rosto do ruivo, agora cansado estava salpicado do
líquido quente e viscoso. Estava ainda sentado sobre a garota que tinha seus
olhos arregalados completamente paralisados, e a boca escancarada em um grito
mudo.

O vestido antes verde estava totalmente vermelho e Jimin só queria que ela
voltasse a vida para poder matá-la de novo.
Como sairia dali? Teria que esperar todos os convidados irem embora. Foi até a
pia e tentou lavar as mãos mas havia muito sangue, quanto mais ele se limpava
mais sangue saia.

—Jungkook, se ainda estiver me ouvindo… eu não sei o que fazer! —Ele disse
se olhando no espelho.

Iria esperar.

Se sentou na tampa do vaso olhando para a garota brutalmente assassinada


parada e vazando sangue sem parar.

Jimin já sentia o estômago embrulhar com o cheiro de sangue, era enjoativo e


ferroso.

Passou cerca de dez minutos ali até ouvir alguém bater na porta várias vezes
seguidas. Se levantou em um pulo com o coração disparado até ouvir a voz
suave.

—Amor? Abre pra mim.

Ele se sentiu muito aliviado e correu para abrir a porta.

Jungkook e mais uns quatro caras invadiram o banheiro com uma rapidez
louvável. Ele estava com um blazer preto, parecia um Deus. Parou em sua frente
e segurou seu rosto entre as mãos grandes analisando cada detalhe do ruivo.

—A vadia conseguiu arranhar seu rosto, meu amor! —Disse irritado olhando as
marcas de unha, e viu a marca da tesoura em seu braço que vazava sangue em
abundância. —Meu Deus você está sangrando!

Jimin não havia notado isso, estava tão cego de adrenalina que não sentia mais
dor.

Os homens estavam enfiando a garota em um saco preto e limpando a sujeira.


Jungkook rasgou um pedaço de sua camisa e amarrou firmemente no braço do
pequeno para estancar o sangue.

—Vamos passar no esconderijo pra você tirar todas essas roupas


ensanguentadas antes de irmos para o hotel. —Jungkook passou um sobretudo
preto nos ombros do menor para esconder as roupas cheias de sangue. —Pelo
menos o seu rosto você conseguiu limpar.

Jimin não falava nada, ainda estava em choque que havia matado alguém
sozinho e de forma tão violenta.

Saíram do banheiro deixando os homens trabalharem, ninguém podia ver


Georgiana morta ainda, ela tinha muitos amigos ali, aquilo poderia acabar mal.

Jungkook apertou o casaco enorme em cima do menor e grudou-se ao seu corpo


para tentar escondê-lo ao máximo.

Jungkook agradeceu aos céus pela música alta, as pessoas distraídas e a luz mais
escura. Ambos desceram a escadaria grudados e silenciosamente até chegarem a
porta, chovia copiosamente naquela noite.

O moreno pediu a um dos homens que estavam trabalhando do lado de fora da


festa para trazer seu carro e esperou pacientemente agarrado a Jimin.

—E o Yoongi? Eu fodi tudo né? —Jimin murmurou o abraçando se enterrando


no peito másculo do maior, escondendo seu rosto ali enquanto o apertava.

—Shh… não se preocupa amor, haverão outras oportunidades. —Ele lhe beijou
os cabelos e sorriu ao ver o carro chegar. —Vamos?

Jimin assentiu e ambos caminharam em direção ao carro até ouvirem uma voz
familiar a suas costas.

—Jimin? —A voz familiar do homem estava estridente e chocada.

Ambos se viraram assustados para ele.


—Pai? —Jimin sussurrou encarando os olhos arregalados de Park Twan.
CAPÍTULO 18 – Filho Pródigo

—Pai? —Jimin sussurrou encarando os olhos arregalados e cheios de


lágrimas de Park Twan.
Ambos se encararam chocados.

Twan estava elegantemente vestido para a ocasião, e encarava seu filho da


cabeça aos pés, pasmo por ele estar ali e ainda por cima agarrado a Jeon
Jungkook.

Estava procurando Jimin a quatro meses, ele simplesmente sumiu e agora


simplesmente apareceu como um passe de mágica.

—O que você está fazendo aqui? —Perguntou incrédulo se aproximando do


filho, vendo Jeon se colocar em frente ao menor. —Saia da frente Jungkook,
eu quero falar seriamente com o meu filho.

Jungkook não saiu da frente, pelo contrário, encarou Twan com a expressão
dura. Deixando claro quem estava no controle de tudo ali.

—Eu e o meu namorado estávamos de saída senhor Park. —Jungkook pegou


Jimin pelo braço.

O pequeno estava atordoado sem saber o que dizer ou fazer.

Twan agarrou o outro braço do ruivo olhando Jeon fixamente nos olhos.

—Largue o meu filho agora mesmo Jeon! —Twan estava a beira de um


ataque de nervos.

—Pai…eu…

—Largue ele você Sr. Park. Ele não quer ir com você! —Disse encarando o
mais velho furiosamente.

Jimin estava sendo segurado por ambos, seu pai o segurava por um braço e
Jungkook pelo outro. Estava em estado de choque ainda, a última pessoa
que esperava encontrar ali era o seu pai.

—Jimin não tem o que querer, é meu filho e menor de idade! —Puxou o
pequeno com força mas Jeon não soltou seu braço.

—Vamos Jimin, temos muito o que conversar.

Jungkook puxou o pequeno para si mas Twan o puxou de volta, ouviram um


gemido de dor do garoto, ele estava com o braço ferido.

—O que foi filho?


Twan se aproximou tentando abrir seu sobretudo, mas Jimin o apertou forte
no corpo, seu pai não poderia ver o quão cheio de sangue estava sua roupa.

—N-Nada! —Sussurrou olhando em seus olhos.—Pai.eu não vou voltar com


o senhor, eu…

—Você vai! Ah mas você vai sim Park Jimin, ou então eu chamo a polícia
para o seu namorado marginal, eu chamo o FBI a CIA se necessário! —Ele
olhou fixamente nos olhos de ambos. —Eu movo o mundo inteiro mas eu te
garanto que você vai comigo sim!

Jimin sabia que ele não estava de brincadeira, seu pai era alguém muito
influente, muito rico, um dos seus melhores amigos era presidente do
país.Ser psiquiatra era quase um robe para Park Twan, ele só o era porque
gostava muito da profissão.

—Eu estou cagando pra você! Jimin vai comigo! —Jungkook puxou o garoto
com força se colocando em sua frente.—Eu quero ver alguém tentar
impedir!

Twan e Jungkook ficaram se encarando como dois cães raivosos.Twan ficou


revoltado pela audácia do garoto, era o seu filho ali e ele não o deixaria
escapar de novo. Eles estavam próximos a partir um para cima do outro.

—Pai, eu não vou com você.Desculpa, mas aceite isso! —Ele lhe disse se
pondo ao lado de

Jungkook que passou o braço possessivamente ao redor de sua cintura.

Já estava se fazendo um alvoroço ao redor deles, muitas pessoas não


estavam nem ligando pra festa ou para o frio que a chuva trazia do lado de
fora, eles queriam ver o circo pegar fogo.

Twan sabia que qualquer passo em falso ali ele perdia seu filho pra sempre,
Jimin era facilmente manipulável e muito sentimental, então tentou apelar
para esse lado, mesmo que sua vontade fosse o tomar em seus braços
agora e levá-lo a força pra casa.

—Tudo bem.

Jimin jurou ter ouvido errado, seu pai estava o deixando livre? Park Twan?
Não podia ser verdade nem em um milhão de anos. Até Jungkook
estranhou.

—Tudo bem mesmo? —Ele perguntou sentindo Jungkook o apertar mais.

Twan afirmou, seus olhos estavam marejados, fazendo Jimin encarar o pai
com certa preocupação, Jungkook o puxou para irem para o carro que havia
chegado.
—Vamos Jimin! —Jungkook disse lhe puxando.

Ele afirmou meio cabisbaixo, ver seu pai trouxe sentimentos estranhos
dentro do seu peito, ele estava com saudades dos pais por mais que não
admitisse em voz alta.

—Eu só te peço uma coisa filho. —Ele disse se aproximando e segurando


suas mãos pequenas, tentando ignorar o fato que elas estavam manchadas
de vermelho, ele sabia que aquilo era sangue seco mal lavado.

Twan sentiu seu coração disparar em preocupação, ele sabia que Jungkook
era encrenca, ele era completamente perturbado e uma péssima influência.

—Diga logo, temos que ir.—Jungkook disse impaciente.

—Venha visitar sua mãe, por favor! Ela está muito mal e com tanta
saudade.—Disse o olhando com olhos amorosos.

—E-Eu…

—Isso não tem a menor possibilidade de acontecer! —Jungkook disse


irritado.

Twan o encarou e pediu a Deus paciência, mentalmente para não partir


para agressão.

—Você manda nele por acaso?

Jungkook queria dizer sim, que o seu pequeno o pertencia mas sabia que
Jimin não gostaria nada que ele falasse isso na frente de seu pai.

—Pai, eu não posso…eu não quero! —Ele disse baixinho abraçado a


Jungkook como um coala.—Eu vou ficar com o Jungkook, nós estamos bem e
felizes.

Twan o olhou com tristeza.

—Sua mãe está muito doente filho, seu tio morreu, e antes disso
descobrimos que ele era um verdadeiro monstro. Sue está debilitada,
depressiva e morrendo de saudades de você.—Ele cruzou os braços olhando
para o mais novo.—Não acredito que ela aguente muito tempo.

Jimin não conseguia acreditar naquilo, sua mãe doente? Seu coração
apertou de uma forma dura, sentiu vontade de chorar, nunca teve uma boa
relação com seu pai, mas com a sua mãe costumava ter um bom
relacionamento. E apesar de tudo o que se seguiu depois, ela ainda era sua
mãe.

—Mas…o que ela têm? —Jimin perguntou com a voz trêmula.


Jungkook não estava gostando do rumo da conversa, mas não queria
impedir o seu amor saber o que está havendo com a própria mãe.

—Tristeza, ela perdeu o gosto de viver.—Twan suspirou.—Não têm mais


trabalho, não tem mais o seu irmão, já que Hansol foi assassinado…nem
seu bem mais precioso ela tem mais, que é você filho.

Jimin começou a sentir lágrimas quentes descendo sem controle por seu
rosto, sua garganta apertada não segurou um soluço que ele soltou, chorou
com os lábios trêmulos e se sentiu ser abraçado por Jungkook.

—E-Eu não sei.

—Só visitar ela filho, só isso!

Jimin assentiu.

—E-Eu vou.

Jungkook se controlou para não dizer nada.Mas ele tremia dos pés a cabeça
de raiva, ele sabia bem a estratégia de Twan,
fazer com que o seu amor sinta pena da mãe pra poder dar o bote e roubá-
lo de si.

—Que ótimo meu filho, então vamos, agora! —Twan não estava
acostumado a ser obedecido e ouvido por Jimin, e saber que ele poderia
mudar isso o fazia se sentir muito bem. Foi o maior alívio de sua vida ver
que seu filho estava vivo e bem, mas ele tinha muito receio por ele estar
namorando um dos pacientes mais problemáticos que já passaram por sua
clínica.

—Eu não posso ir agora…está de madrugada, eu estou com frio e sujo.—


Jimin disfarçou, ele estava sujo de sangue por debaixo do sobretudo.—
Amanhã prometo que vou.

Twan desconfiou e ficou com medo de Jimin estar mentindo e fugir.

—Mas, filho…

—Nós temos que ir agora senhor Park! —Jungkook disse firme puxando o
mais novo em direção ao carro que esperava.

—Tchau.—Jimin disse tentando olhar pra trás para se despedir, Jungkook


andava com pressa até o carro.

—Tchau filho…

Twan deixou que fossem, com o coração apertado em medo de nunca mais
ver seu filho.
Viu Jeon abrindo a porta para o ruivo para ele entrar e logo em seguida
dando a volta no carro e sentando no banco do motorista, ele lhe dirigiu um
olhar que transmitia ameaça, como um aviso.

O carro arrancou e no mesmo momento as pessoas começaram a se


dispersar.Twan ficou olhando a Lamborghini sumir em meio a chuva da
madrugada, e algo lhe veio a mente. Jungkook não era menor de idade?
Como ele estaria dirigindo?

Em seu consultório havia a ficha completa do garoto, 17 anos e órfão.


Estaria Jungkook mentindo a idade com documentos falsos o tempo inteiro?
Mas por qual razão?

Seu coração apertou por lembrar os sintomas de obsessão e sociopatia do


rapaz. Muito
provavelmente ele só foi ao seu consultório por causa de Jimin, e isso
apavora Park Twan mais do que tudo.

(…)

—Você não vai Jimin!

Eles entravam no quarto do hotel, Jimin estava só de sobretudo, já que a


sua bela roupa de baile tinha sido arruinada, já havia se banhado no
esconderijo e queimado as roupas.

—Eu vou sim! —Ele cruzou os braços olhando para o moreno.

Jungkook entrou no quarto batendo a porta com força enraivecido dando


um susto em Jimin indo até ele e parando em sua frente.

—Não, você não vai e acabou! —Disse lhe fitando seriamente de perto.

Jimin bateu o pé descalço no chão completamente indignado e irritado.

—É a minha mãe Jungkook! —Ele disse lhe quase chorando de raiva.

Jungkook suspirou cruzando os braços fortes olhando para o seu pequeno,


ele era tão inocente não havia percebido as reais intenções do seu pai.

—Amor, ele quer te atrair pra casa dele, pra te tirar de mim.

Jimin bufou farto de tentar discutir com o moreno, virou as costas pra ele e
foi procurar um pijama para vestir.

Eles estavam discutindo desde que saíram da mansão, ele queria muito ir,
nem que fosse pra ver sua mãe uma última vez, e Jungkook insistia em
dizer que não, mas caso necessário o pequeno planejava ir sem seu
consentimento.

—Tudo pra você é baseado em desconfiança e possessão! —Disse irritado


abrindo sua mala atrás de uma cueca e um pijama, arrancado tudo de
dentro completamente puto.

Jungkook observava o ruivinho irritado, ele não o olhava nos olhos, como
sempre fazia quando estava estressado ou irritado.

—Amanhã eu vou ver minha mãe! E você não vai me impedir! —Disse
bagunçando toda a sua mala.

—Jimin, eu aposto que sua mãe não está nem doente!

Jimin grunhiu dando as costas para si e deslizando o sobretudo pelo seu


corpo para vestir o pijama, Jungkook se perdeu em olhares nada castos para
o corpo do pequeno, viu ele se vestir de maneira irritada um pijama azul.

O menor caminhou até a cama se enfiando entre os lençóis, de costas para


ele. Jungkook suspirou tirando a camisa e em seguida toda a roupa para
tomar um banho.Discutir com Jimin agora não era a melhor opção, tomou
um longo banho quente, se secou e vestiu somente uma boxer preta, que
era o jeito que ele dormia.

O quarto só estava iluminado por um abajur que ele decidiu que ficaria
ligado, deitou se ao lado do pequeno e fitou lhe a cabeleira ruiva espalhada
no travesseiro, as costas tensas, ele não estava dormindo era óbvio que só
estava o ignorando.

—Você tem que ouvir as coisas que eu falo amor.

Jimin soltou o ar de forma irritada e não se virou para ele, nem falou
qualquer palavra, fazendo com que Jungkook perdesse toda a sua
paciência.

—Olha aqui Jimin.

O maior o virou bruscamente para si, encarando os olhos castanhos


surpresos, se colocou em cima dele, no meio de suas pernas sem nunca
desviar o olhar penetrante, o olhando de cima, tão indefeso abaixo de si,
tão belo.

—Você vai parar agora mesmo com essa mania de me ignorar quando está
nervosinho! —

Disse lhe firmemente com a voz absurdamente sensual, passando a mão


em sua coxa nua.

Jimin tentou evitar ficar arrepiado, mas ele era muito gostoso.Não admitia
nem para si mesmo, mas ele adorava aquele jeito do moreno, de que não
deixava nada para depois, ele sempre queria resolver tudo na hora e do
jeito possessivo dele.

—Me deixa dormir Jungkook! —Ele sussurrou olhando para o outro lado, o
moreno em cima de si, o encarando de forma predadora estava irritado.

—Não até você entender quem manda aqui Park!

Jimin voltou seus olhos para Jungkook, iria lhe falar algo mas foi
imediatamente interrompido por seus lábios finos, macios e possessivos.
Jimin cedeu como um tolo, seu corpo tremia mas agora o motivo não era
mais a raiva, era desejo.

A boca de Jungkook devorava a do menor, não lhe dando chance nem para
respirar, sua língua experiente tomava a cavidade do pequeno que lutava
para acompanhar o beijo necessitado. O moreno se segurava em um braço
para se apoiar e o outro braço forte tomava a cintura de Jimin, o colando a
si.

—Jungkook…—Ele virou o rosto com muito custo, gemendo no processo


com os toques do maior.—Você não vai me dobrar dessa vez!

—Jimin…

Jungkook não queria mais conversar, ainda mais olhando tão de perto a
boca carnuda e rosada entre aberta, aquela boca havia sido feita para
beijar, pensava o moreno.

Ele tentou tomar seus lábios novamente mas foi interrompido pelas mãos
pequenas lhe afastando, logo em seguida Jimin se levantou e pegou seu
travesseiro, caminhou em direção a porta, sentiu seu pulso ser agarrado e
puxado para trás.

—Aonde você pensa que vai? —Jungkook sussurrou firme em seu ouvido,
grudando os corpos, agarrando sua cintura com força.

Jimin odiava e amava não resistir a ele, pensou em sua mãe e se virou para
olhar os olhos negros de perto, Jungkook era tão sexy, pensou.

Por que ele tinha que dormir só de cueca? Era uma provocação?

—Eu vou ver se tem algum quarto disponível!

O moreno negava com a cabeça lentamente, seus olhos ainda mais escuros
naquela parca iluminação.

—Nada disso amor. Eu não permiti! —Disse abaixando o tom de voz,


puxando sua cintura mais para perto.
—Você não manda em mim Kookie…AH! —Jungkook lhe mordera os lábios
de forma selvagem e dolorida, puxando o para si, arrancando sangue do
mesmo com os dentes.

Jimin se sentia ridiculamente excitado com a dor, com suas mãos lhe
apertando a cintura e seus olhares escuros e maliciosos.
—Eu mando, meu amor.—Disse encostando as testas, respirando pesado
descendo as mãos grandes até sua bunda.

—Eu vou ver a minha mãe amanhã Jungkookie…—Gemeu.—E acho bom


você não tentar me impedir.

—Ah é? —Disse com um sorriso cínico apertando ainda mais forte suas
nádegas, se deliciando com a entrega do seu pequeno que gemeu
mordendo os lábios.

—Uhun…se não isso que você está segurando agora, você não vai ter mais!
—Falou olhando os olhos escuros levemente surpresos.

Jungkook parou de lhe apalpar, subiu as mãos e parou em sua cintura.


Soltou um riso surpreso e admirado, beijou os lábios carnudos, as
bochechas até seu pequeno nariz e voltou a lhe olhar nos olhos.

—Negociando assim você só me deixa mais apaixonado amor!

—Eu…eu vou ver a minha mãe Jungkook!

Jungkook suspirou.

—Não, você não vai.

Jimin totalmente irritado se soltou dele para tentar sair pela porta, mas foi
virado e prensado contra a mesma, sendo erguido do chão, cruzando as
pernas ao redor de sua cintura. Era tão pouco pano, ambos podiam sentir
tudo um do outro, as peles quentes, os membros rígidos.

—Se minha mãe morrer e eu não tiver me despedido, eu nunca vou te


perdoar Jeon! Nunca!

—Por que seu pai desistiu tão facilmente de chamar a polícia a CIA e o FBI?
—Disse encostando sua testa a dele, beijando sua bochecha.—Você não
percebe que ele está usando uma tática pra te atrair e te tomar de mim?

Jimin abraçou seu pescoço olhando Jungkook nos olhos.

—Nada vai nos separar Kookie! Nunca! —Jimin passou os dedos no rosto
bonito do moreno, contornando sua boca.—Se é esse seu medo pode ficar
tranquilo, confia em mim!

Jungkook o fitou seriamente.


—Eu confio em você, mas definitivamente não confio nos seus pais.

Jimin se afastou da porta e desceu do seu colo.

—Eu matei por você hoje Jungkook! É só em mim que você tem que confiar,
danem se os outros! —Jimin estava com os olhos brilhantes de lágrimas.

—Você foi maravilhoso com a Georgiana, só devia ter previsto antes de


quem se tratava.—Falou o encarando amoroso e preocupado.—Poderia ser
pior, ela armou pra você ao te sujar de champanhe e você errou ao segui-la
até aquele banheiro afastado.

—É, eu sei…

—Mas foi uma grande lição. Você foi incrível!

Jimin cruzou os braços.

—Obrigado…mas não muda de assunto Jeon!

Jungkook também cruzou os braços olhando o rosto fofo do seu amor com
um sorriso inevitável.

—Eu não posso permitir bebê, não tem a menor chance, entenda que eu
jamais vou arriscar te perder!

—Isso é desculpa pra me manter confinado! —Gritou.

—Por acaso eu te confinei durante todo esse tempo Jimin?—Falou com o


tom mais alto porém calmo.

—Não! Mas agora quer me fazer prisioneiro de novo, mas isso não vai rolar
Jeon Jungkook!

—Pare de gritar Jimin, está de madrugada e num hotel não em um bordel!


—Sussurrou irritando se.

Jimin estava no ápice do stresses, perdeu toda a paciência que guardava e


sem mais nem menos empurrou com os punhos o peito do moreno e deu
um grito de raiva, porém Jungkook nem se moveu, continuou o fitando
como se o pequeno fosse um cisco.

Jimin ficou ainda mais irritado e deu lhe mais um empurrão e mais outro,
mas nenhum deles teve efeito.

—Você está sendo insuportável Jungkook! —Gritou o encarando nos olhos.

—E você está sendo ridículo! —Disse o maior.


—Eu vou ir pra minha casa, ver a minha mãe e nem você…—Disse
colocando o dedo em seu peito.—…Nem ninguém nesse mundo vai me
impedir.

Ficaram se encarando raivosos.

—O que te deu pra você ficar tão decidido a voltar para aquele inferno?

Jimin olhou para o teto e juntou as mãos como se orasse.

—Deus do céu! Minha mãe está morrendo!

Jungkook revirou os olhos.

—Você não tem como saber isso Jimin!

—É por isso mesmo que eu tenho que ir até lá! —Seu tom praticamente
implorava para que ele entendesse.

—Tem outros meios de saber isso, eu até posso dar um jeito de você
encontrar sua mãe se você quer tanto isso, mas não agora. Tem que ser do
nosso jeito, as coisas tem que ser bem pensadas e planejadas. Não dá pra
você querer fazer tudo na louca.—Disse lhe encarando os olhos castanhos
que agora ele percebia que derrubavam lágrimas.—Não chora amor, isso é
pra
te proteger também.

Jungkook tentou se aproximar mas Jimin estava muito irritado e chateado.

—Se ela morrer de tristeza e eu sabendo que poderia ajudá-la não fiz nada,
fiquei aqui te obedecendo…eu juro por Deus que me mato!

Jungkook podia aguentar qualquer coisa menos aquelas palavras. Aquilo o


deixou sem chão, ele sabia que Jimin não estava brincando, ele falou aquilo
com tanta convicção que chegou a ser assustador.

Jungkook tinha tantas coisas a serem resolvidas, a polícia que o estava


caçando, o maldito Yoongi, a morte de Georgiana para encobrir e Namjoon
e Jin seus amigos de longa data que ele não sabia se estariam vivos. Mas
perder Jimin para a morte era pior do que perder ele em vida, e ele preferia
ficar sem o pequeno mesmo que isso significasse a perda do motivo da sua
existência, do que perdê-lo para sempre.

Nada faria sentido em um mundo sem Park Jimin.

—Tudo bem, pode ir ver sua mãe!

Jimin parou de chorar para olhar surpreso pra ele, e em questão de


segundos pulou em seu colo derrubando ambos os corpos na cama.
—Obrigado Jungkookie, isso significa muito pra mim! —Sussurrou abraçando
o maior de forma emocionada.

—Mas eu vou junto!

Jimin o fitou, sentindo-se muito nervoso com aquilo.

—Jungkook… acho melhor não. Meu pai não vai gostar muito e…

—Foda-se! Eu vou junto!

CAPÍTULO 19 - Armadilha

Jimin estava dentro do carro, ainda garoava muito e estava frio, mas não
queria entrar em sua casa ainda. Porque só de olhar a mansão por fora, já
lhe trazia alguns sentimentos confusos. Afinal, Jimin nasceu e cresceu ali,
naquela imensa casa em estilo vitoriano.

Era uma construção antiga e imponente, não havia portões nem muros,
porém sempre havia sido uma prisão para ele durante toda a sua vida.

—Se quiser ir embora eu terei o maior prazer em te levar. —Jungkook disse


tirando o cinto de segurança.

Jimin não queria estar ali, a sua liberdade com Jungkook era muito melhor
do que tudo o que vivera naquele lugar. Por mais que sempre tenha sido
uma pessoa complicada de se lidar, seus pais também eram e muito.

Jungkook sempre o amou da mesma forma e talvez por isso tenha se


apaixonado tão rápido e tão intensamente.

—Não, eu vou entrar. Só estou me preparando psicologicamente.

Jungkook soltou o ar, irritado. Estava de mal humor desde a hora que
saíram do hotel, batendo portas e se irritando com tudo, definitivamente
não queria estar ali.

—Eu não acredito que eu estou aqui, sério mesmo! —Disse socando o
volante.
Jimin virou-se para olhar o moreno nos olhos e constatou que até irritado ele
continuava lindo. Seu cenho franzido e sua língua cutucando a bochecha
por dentro da boca, sua expressão com uma carranca irritada.

—Vamos entrar! A chuva está aumentando. —Jimin disse, tirando o cinto e


logo saindo do carro.

Foi correndo em direção a porta de entrada.

Jungkook bufou saindo do carro logo em seguida. Andou calmamente até a


porta, não se importando em molhar sua jaqueta de couro, pisando nas
poças de água sujando seu coturno preto sem se importar. Quando chegou
perto do menor ele já havia apertado a campainha e aguardava ansioso em
frente a porta de madeira pesada.

Jungkook passou o braço em sua cintura, segurando firme ali.

A porta foi aberta pelo homem que Jungkook nunca suportou, Park Twan.

Os olhos do homem mais velho brilharam ao ver Jimin ali, ele estava
claramente muito feliz, mas seu semblante alegre fechou ao ver que
Jungkook estava junto.

—O que ele está fazendo aqui, Jimin?

Jimin abraçou mais forte o moreno alto e olhou seriamente nos olhos do pai.

—O Jungkook quis vir comigo, eu não vi problema já que estamos juntos.

—Mas eu vejo muitos problemas! —Twan cruzou os braços encarando


fixamente o rapaz que para ele se vestia como um marginal. —Entra, Jimin.

Jungkook revirou os olhos e apertou ainda mais firme o ruivo contra si.

Se Park Twan achava que o assustava, o mais velho estava redondamente


enganado, não faltava muito para o mais alto dos três partir para agressão
física. E se chegasse a esse ponto, digamos que a situação não estaria
muito favorável para o psiquiatra.
—Escuta aqui, cara! —Ele disse aproximando o rosto do outro, como uma
ameaça. —O Jimin não entra nessa casa se eu não estiver junto, ponto
final. E se você continuar com essa putaria eu e ele sumimos de vez, vamos
para outro país e eu te garanto que você nunca mais vai ver ele de novo.
Deu para entender?

—Jungkook... —Jimin estava receoso que ambos acabassem brigando feio.

—Jeon Jungkook, se quer tanto frequentar a minha casa, entre! —Twan


disse irônico e deu passagem para os dois passarem.

Jungkook e Jimin entraram na casa, e seguiram o mais velho até a sala.

Jungkook estava atento a tudo, qualquer movimento minimamente brusco


ele era capaz de matar alguém.

—Onde ela está? —Jimin perguntou ao pai.

—No seu quarto. —Twan disse olhando amorosamente nos olhos do filho.

Jimin franziu o cenho, confuso.

—No meu quarto?

Ele afirmou com a cabeça.

—Ela se recusa a sair de lá desde que você sumiu, já faz um bom tempo.

Jimin estava chocado, mas não falou mais nada. Apenas se virou para seguir
para as escadas mas Jungkook segurou seu pulso.

Jimin virou-se para ele e lhe deu um sorriso tranquilizador.

—Eu vou subir Kookie, tudo bem você ficar com o meu pai? Só um pouco? —
Colocou as mãos em seu peito.

Jungkook estava com um péssimo pressentimento.

—Eu não acho uma boa ideia nos separarmos, Jimin. —Ele sussurrou no
ouvido do pequeno, olhando de relance para Twan.
Jimin soltou um riso leve, quase infantil.

—Que isso Kookie! Estamos na minha casa.

—Sim, esse é o problema, amor.

Twan tentava disfarçadamente ouvir o que o casal falava. Pegou seu


precioso charuto cubano e se sentou em uma das poltronas da enorme sala
de sua casa observando Jimin e Jungkook sussurrarem.

A lareira estava ligada, deixando o ambiente bem mais confortável do que


do lado de fora.

—Jungkook, pelo amor de deus! Eu só vou no meu quarto, é coisa rápida. —


Ele se ergueu na ponta dos pés e lhe deu um beijo casto nos lábios. —Não
pira, tá? Me espera aqui, por favorzinho? Eu só vou dar um beijo na mamãe,
conversar um pouco com ela, e depois que ela souber que eu estou bem,
nós vamos embora e tudo fica bem, Ok?

Jungkook assentiu totalmente a contra gosto, soltando suas mãos com


dificuldade.

Deixando finalmente o ruivo subir as escadas em passos lentos, sendo


meticulosamente seguido pelos olhos negros. O moreno continuou olhando
para cima, preocupado até mesmo depois de Jimin sumir de vista, já que a
casa era muito grande e qualquer coisa que acontecesse ele não ouviria
nada.

Por algum motivo, estava muito preocupado.

—Ele foi ver a mãe, não foi para uma guerra. —Disse Park Twan,
observando o quão preocupado Jeon estava. —Sente-se Jungkook, vamos
conversar. Você é o meu genro não é?

A voz do psiquiatra saíra quase com nojo. Jungkook sabia que não era o tipo
do qual os pais querem para os seus filhos, e também sabia que não era
nem de longe bom o suficiente para Jimin, mas também sabia o quanto era
egoísta e no quanto sua vida sem o ruivo não fazia o menor sentido.
Jungkook não se deu o trabalho de responder ao outro, simplesmente
cruzou os braços e se encostou em uma pilastra no pé da escada.
Totalmente atento a qualquer som suspeito que saísse lá de cima.

Twan soltava a fumaça do charuto e encarava o seu ex paciente com


algumas dúvidas e muitas certezas na cabeça.

Temia muito o fato de Jimin estar tão envolvido com aquele garoto
problemático e moveria o mundo para conseguir afastá-los.

—Eu ia perguntar os motivos para você não comparecer mais nas consultas,
mas acho que já sei a resposta. —Ele dizia lhe olhando com aquele olhar
sábio de alguém mais velho, soltou a fumaça enjoativa do charuto pela
boca. —Acho que conseguiu o que queria. O Jimin. Então parou de
frequentar minha clínica, porque já não havia mais motivos para você ir lá.

Jungkook por fim o olhou para o homem com uma cara de tédio.

—Caramba... estou totalmente surpreso com tamanha inteligência! Como


descobriu tudo senhor Park? Sozinho? Ou com a ajuda do FBI?

Twan não era um homem velho. Tinha seus 38 anos, uma boa aparência,
uma excelente situação financeira e uma família linda. Jungkook se
perguntava como aquele homem podia ser tão burro de trair a esposa e
praticamente esquecer da existência do filho, somente conseguia desprezá-
lo.

—Não precisa ser irônico, Jungkook. —Ele puxava e logo em seguida soltava
a fumaça fedorenta do charuto. —Mas eu quero te fazer uma proposta,
então escute com atenção.

Jungkook continuou encarando aquele homem sentado ali, achando que era
um rei. Revirou os olhos torcendo mentalmente para Jimin descer de uma
vez, para poderem ir para o hotel fazer amor a noite inteira.

—Não quero saber de nada que venha de você. Só quero esperar o Jimin, e
sumir daqui com ele ao meu lado. Não precisa conversar comigo, eu já ouvi
sua voz chata por um ano inteiro e não preciso ouvir mais. —Ele disse
olhando o mais velho nos olhos. —Você faz ideia do quanto suas consultas
são chatas?
Twan como um bom psicólogo e psiquiatra observava todas as reações de
Jungkook. O jeito como ele falava, a forma que se gesticulava, aquele
garoto era um poço de frieza e egocentrismo. Ele era muito calculista em
suas cada uma de suas atitudes, e pelo que Park Twan percebia, a única
coisa que o fazia perder as estribeiras era Jimin.

O seu pequeno filho era o único capaz de fazer Jeon Jungkook agir
totalmente contra a tudo o que lhe é mais comum. Qualquer coisa que
relaciona-se a Jimin fazia com que ele ficasse de certa forma mais humano,
mais vulnerável e talvez até mais perigoso.

—Você o ama? —Perguntou o mais velho.

Jungkook não gostava de falar dos seus sentimentos para ninguém que não
fosse Jimin. Então ele o fitou em completo silêncio.

—Ama ou não ama, Jeon?

—Se eu não amasse não estaria aqui. —Disse seco, sem nenhum pingo de
paciência.

Park Twan não saberia dizer se o que o jovem dizia era verdade, mas ele via
algo diferente em seu olhar, um certo brilho, um carinho grande quando se
tratava do seu filho. De qualquer forma, ele jamais consentiria nessa
relação doentia, Jimin já era problemático o suficiente, tendo outra pessoa
assim só fazia aflorar seu lado negativo.

—Se você o ama como diz amar, não deveria estar aqui.

Jungkook continuou o encarando com aquela cara de quem estava


realmente entediado com a conversa.

—Por quê?

Park Twan continuou lhe fitando com o charuto na boca. Baforou


lentamente toda a fumaça e se levantou com um suspiro, caminhando até
onde o mais jovem estava.

—Você tem que entender Jungkook, que o melhor para ele é estar em casa
com a família. Não com você. —Disse o mais velho parando em frente a
Jungkook sem nunca desviar os olhos. —O melhor para ele é estar com as
pessoas que o amam de verdade, com pessoas saudáveis.

Jungkook tentou ao máximo não demonstrar sua revolta, mas ele ficou
realmente irritado com o que o pai de Jimin falara. Sem se desencostar da
pilastra, ele não desviou o olhar entediado do rosto de Twan, sabendo
exatamente que aquele homem era seu pior inimigo.

—O melhor para ele é estar comigo! -Jungkook disse firme. —Porque eu o


amo de verdade, amo mais do que a mim mesmo. Eu amo de uma forma
que você jamais seria capaz de amar.

Twan deu uma risada nasal.

—Eu vou tentar fazer isso de forma pacífica. Jeon. Mas se você continuar
com essa loucura eu terei que tomar medidas realmente drásticas e usar do
poder do meu nome para ter meu filho debaixo do meu teto onde é o lugar
dele. E com uma ordem restritiva para manter você longe, ou até quem
sabe... dou um jeito de você ir para a cadeia se insistir com isso tudo!

Jungkook riu, sarcástico e irado ao mesmo tempo.

Se desencostou da pilastra e se aproximou do homem mais velho,


chegando bem perto. Ele era uns bons centímetros mais alto que o Park.

—Não tem ordem restritiva nesse mundo que me impeça de tomar o que é
meu, senhor Park! —Jungkook o olhava ameaçador. —Eu não tenho medo
do poder do seu nome, eu não tenho medo de você... eu não tenho medo
da justiça. Nem mesmo o diabo me impediria, entendeu bem?

Twan o encarou seriamente, sem mover um músculo.

—Você acha que Jimin é seu? Ele não é um brinquedo, ele é um ser
humano. Isso é completamente doentio!

—Eu nunca disse que ele era um brinquedo. Ele é sim uma pessoa, a melhor
pessoa do mundo. —Disse apaixonado. —Ele é a minha pessoa!

Twan suspirou exasperado.


—Eu vou te dizer a minha proposta. Caso não aceite eu terei que ir pelo
caminho mais longo, e vai por mim garoto, você não vai querer isso.

Jungkook não respondeu nada, só esperou.

—Eu quero que você me diga o que você quer para sair por essa porta, e
desaparecer para sempre das nossas vidas. Eu te dou quanto dinheiro você
quiser. Vamos, diga o seu preço, todo mundo tem o seu.

Jungkook ficou algum tempo estático, ele não estava lhe oferecendo
dinheiro pelo Jimin não é? Não era possível.

—Se o senhor acha que Jimin tem algum preço então realmente é pior do
que imaginava, senhor Park. Não é para menos que ele estivesse tão mal
vivendo nesse lugar. —Ele olhou todo o rosto do mais velho. Twan tinha
uma beleza diferente de Jimin. —Me poupe e se poupe, por favor. Eu não
sou traidor como você. Posso ser uma pessoa horrível, admito. Mas eu
nunca faria qualquer coisa que ferisse o amor da minha vida, não de
propósito.

Twan suspirou pesadamente cruzando os braços fitando o mais jovem.

—Você não entende da vida ainda rapaz.

Jungkook respirou fundo para não pegar alguma de suas facas. Tinha que se
lembrar que querendo ou não aquele era o pai do seu amor, e matá-lo
poderia lhe trazer problemas com Jimin.

—O Jimin está demorando, vou buscá-lo. —Disse se virando para subir as


escadas.

—Deixe-o ter privacidade, ele está com a mãe dele.

Jungkook sabia que Jimin ficaria mal humorado e provavelmente ficaria sem
falar com ele por um bom tempo se ele interrompesse, então respirou fundo
e decidiu esperar.

—Eu realmente não entendo você querer prender o Jimin aqui.

—Ele é meu filho, Jungkook.


—E daí? —Jungkook estava muito irritado. Já não aguentava mais a
presença daquele cara irritante.

Twan ficou encarando Jungkook, e por fim disse:

—Imagine você ter um filho Jungkook. Sei que no caso de vocês jamais será
possível, pelo menos biologicamente, mas imagine em um mundo utópico
que sim vocês teriam um filho juntos. Agora imagine que ele é todo o Jimin,
que você diz amar mais do que tudo, e vai por mim meu jovem, eu entendo.
Eu entendo esse amor todo, eu amo minha esposa, conheço esse
sentimento.

Jungkook soltou um riso irônico.

—Eu jamais trairia ele como o senhor fez com sua esposa. Não por vontade
própria ou por prazer, se eu tivesse a sua vida e a sua família, não deixaria
escapar por nada.

Twan fitou Jungkook por alguns longos segundos.

—As pessoas cometem erros, Jungkook. Você não pode julgar algo que não
entende, e posso te garantir que você não entende meu casamento.

Jungkook iria lhe responder mas foi cortado.

—Consegue imaginar um filho, fruto do amor de vocês?

Jungkook amou a sensação de imaginar ter um filho com Jimin, mesmo


sabendo que seria impossível. Só de pensar em uma criança como fruto do
amor dos dois, sentia uma coisa muito boa no peito.

—Sim.

—Agora imagine você amar aquela criança com todo o seu ser, dar tudo
para ela, ver os olhos do amor de sua vida no pequeno e ver ele crescer.
Dar os primeiros passos, saber o quanto é belo e inteligente, mesmo que
ele não note, mas você é pai, você sabe. Você sempre nota, você sempre o
ama.

—Aonde você quer chegar com isso?


—Agora imagine, Jungkook, você cometer um erro irreversível. E mesmo
arrependido, não tem como o mudar. Você vê o amor de sua vida se
afundar em bebidas e antidepressivos e consequentemente se afasta do
seu filho, o fazendo sofrer mesmo que você não queira. Certo dia você
encontra aquele filho, o pequeno dono do seu mundo desmaiado no
banheiro depois de uma tentativa de suicídio. Logo aquele que você deveria
amar e proteger, aquele que mais deveria dar valor, você consegue
imaginar?

Jungkook ficou em silêncio encarando os olhos agora perdidos e nublados


do mais velho.

—Não entendo onde quer chegar com isso.

—O que eu quero que entenda, meu Jovem, é que eu quase perdi o meu
mundo uma vez. E eu não vou deixar você tirá-lo de mim agora.

—Nem que ele queira? Nem que ele fosse mais feliz assim?

—Nem por isso.

—E por quê?

—Por que eu sou o pai dele e eu sei do que ele precisa. E a última coisa que
ele precisa é você, Jungkook. Ele pode levar uma vida completamente sem
a sua existência.

Jungkook olhou seriamente aquele homem, sentindo o peito queimar com


um sentimento de ódio puro e genuíno.

Sem pensar duas vezes lhe deu um soco forte o suficiente para o fazer
desmaiar na mesma hora, sentindo os ossos da mãe estralarem. Viu o corpo
cair aos seus pés, e passou por cima dele indo buscar Jimin.

Estava farto daquele lugar. Porém, recebeu uma mensagem de um de seus


homens, e naquele mesmo momento ele deu meia volta e correu para o
lado de fora para saber do que se tratava, porque claro que trouxe muitos
homens, assim como sempre fazia quando Jimin ia de um lugar para o
outro.
(…)

Jimin estava nervoso. Não sabia o que esperar ao entrar no seu quarto.

Não queria estar ali, na verdade. Preferia nunca mais voltar para aquela
casa que só trazia lembranças dolorosas.

Parou em frente a porta e segurou o trinco redondo. Respirou fundo e girou


a maçaneta, entrando no ambiente que lhe era tão familiar, já passou seus
piores momentos ali e alguns dos seus poucos momentos de picos de
alegria, mas nunca de felicidade.

O chão de madeira, a televisão enorme e as paredes repletas de pôsteres


de bandas como RadioHead, Oasis, Beatles, Pink Floyd e ACDC. Uau, tudo
tão dele. Sim, Jimin sempre se considerou uma alma antiga, gostava de
música velha, filmes velhos, de terror de preferência. Sua estante ostentava
todos os seus preciosos livros, aquilo ali era ele.

Suspirou pesado ao ver sua mãe deitada no meio de sua grande cama, se
aproximou da mesma delicadamente, parando ao seu lado observando-a
dormir serenamente, tão quieta. Imóvel.

Park Sue era linda. Tinha o rosto delicado, lábios grossos como os dele,
nariz pequenino.

Sua mãe é uma pessoa que sofreu muito, ela não tinha culpa da maioria das
coisas, porém Jimin sempre se irritava com o quão fraca ela era. Nunca
encarava Twan de frente, sempre perdoava tudo e virou uma alcoólatra,
mas não deixava de ser sua mãe, mesmo que ausente.

Jimin a observou dormir serenamente e se aproximou para acordá-la.

—Mãe? —Chamou, chacoalhando levemente seu ombro.

Passou a mão em seu rosto e ela parecia um tanto paralisada. Então


chacoalhou-a um pouco mais forte, porém a mesma não se mexia.
—Mãe! —Ele a chacoalhou com mais intensidade, porém a mulher não
respondia.

Jimin se ajoelhou na cama e segurou o rosto de sua mãe com as duas mãos.
Olhou-a bem de perto com o coração disparado, e colocou a mão em frente
ao seu nariz. A respiração era inexistente.

Se afastou sentando sobre os joelhos. Estava completamente chocado, seu


coração disparado, atônito.

Ele tinha um nó na garganta e seus olhos já estavam lacrimejando. Ela


estava morta!

—Meu Deus! Não... não!

Ouviu a porta do quarto ser batida e trancada. Nem mesmo pensou em


nada, só conseguia chorar.

Sua mãe estava morta em sua cama, parecia uma pedra de gelo, e seu
coração doeu muito ao se dar conta de que nunca mais a veria ou falaria
com ela.

Eles tinham tantas coisas pendentes para conversar. Nunca a dissera que a
amava, eles nunca conversavam e realmente aquilo começou a afetar Jimin,
como uma enxurrada de sentimentos tristes e profundos que o estavam
deixando sem ar e com os olhos embaçados de lágrimas.

—Jiminie, que saudade! Vejo que encontrou sua mamãe. —Aquela voz.

Jimin que já não estava no seu melhor momento, conseguiu ficar ainda mais
branco de susto. A voz familiar do primo soando naquele quarto, não podia
ser verdade.

Jimin estava tão chocado por ver sua mãe morta que não conseguia se
mexer, nem se virar para encarar os olhos de Yoongi. Na mesma hora,
começou a tremer de pavor.

Escutou os passos se aproximando e pararem ao seu lado. Uma mão


apertou firme seu ombro como que pedindo para se virar, mas o ruivo
continuou paralisado, com os olhos marejados, completamente arregalados.
—Eu só vim aqui por um motivo simples. Peço que colabore comigo, Jimin.
—Disse ao pé de seu ouvido.

Jimin não conseguia se mexer, nem pensar com clareza.

Ouviu um farfalhar de roupas caindo no chão e se virou para ver o que


estava acontecendo. Pensou em gritar, mas a voz não saía, estava em
estado de choque, agora olhando seu primo se despir.

Ele não sabia o que fazer, sua mente pifou. Seus olhos derramavam
lágrimas mas ele não sabia muito bem qual era o sentimento dentro do seu
peito, era uma sensação estranha, como se algo muito ruim fosse
acontecer. Mesmo sendo óbvio, já que Yoongi se encontrava ali, agora
caminhando em sua direção somente de boxer. Mas ao mesmo tempo que o
ruivo sabia que devia fugir, não consegui se mover.

Jimin estava tão paralisado e aéreo que não sabia o que fazer ou como agir,
sua mãe estava morta e Yoongi estava quase nu na sua frente.

Seu primo se aproximou lentamente e subiu na cama, engatinhando até


onde estava Jimin, ao lado da mãe morta, sentado sobre os joelhos com os
olhos arregalados cheios de lágrimas.

—Eu quero que você faça um escândalo Jiminie... —Disse parando perto do
seu rosto deixando um beijo em sua bochecha molhada pelas lágrimas. —
Quero que grite bem alto para o seu namoradinho. Mas primeiro quero me
divertir...

Sua mãe estava morta e Yoongi estava falando coisas estranhas.

Jimin não conseguia raciocinar direito, não entendia o que estava havendo e
porque ele queria que gritasse. Congelou ainda mais ao sentir o primo beijar
seu pescoço, logo em seguida o chupar com força, passando uma mão em
sua coxa. Aquilo era tão errado, além de Jungkook estar lá embaixo sua
mãe estava ao seu lado, morta.

Como um piscar de olhos ele acordou e empurrou o primo com força.


Tentou se levantar da cama mas foi firmemente puxado e jogado ali de
novo, sentiu seu braço esbarrar com o da sua mãe e começou a chorar alto.
—Para com isso! —Pediu sentindo seus braços serem segurados a cima da
cabeça.

Yoongi pegou uma arma de dentro de sua calça e colou no pescoço do


menor.

—Eu quero que você grite sim, mas agora quero silêncio! Sabe Jiminie, o
objetivo aqui é fazer o Jungkook nos pegar no flagrante e surtar, e
obviamente ser morto. Eu quero sim que você grite mas antes eu quero
aproveitar um pouco porque céus... você está ainda mais gostoso depois
desse tempo!

—Yoongi, pelo amor de deus, a minha mãe! —Ele suplicou.

Yoongi olhou para a tia e sorriu afagando os cabelos dela.

—Eu não tinha nada contra minha tia mas foda-se... ela só teve que pagar
pelos seus erros.

Jimin tentou fugir novamente mas foi impossível com a arma na seu
pescoço. Ele começou a se debater e Yoongi atacou seus lábios com força,
Jimin tentava virar o rosto mas o outro lhe segurava o maxilar forçando sua
língua dentro da cavidade do ruivo.

Jimin mordeu sua língua com força e sentiu o outro grunhir de


satisfação, não de dor.

—Eu adoro quando você é assim violento na cama Jiminie!

Jimin estava desesperado, os toques do seu primo não lhe causavam mais
prazer como antigamente, e sim nojo e agonia.

—JUNGK... —Gritou mas teve sua boca tapada imediatamente.

Yoongi rosnava enquanto arrancava as calças do mais novo, Jimin estava


tão lindo ruivo, pensava. Ele odiava Jimin por ter lhe trocado por aquele
psicopata do Jeon que havia matado seu pai, mas ainda tinha sonhos
eróticos com ele, como sempre teve, desde criança.
—Ainda não Jiminie, primeiro nós vamos nos divertir, depois você pode
chamar por ele. —Disse sadicamente no ouvido do menor que agora estava
aos prantos. —Com sua mãe olhando ainda por cima, não é um bom castigo
por tudo o que você me fez? Por você ter ficado com aquele lixo que matou
o meu pai? Sem nem ligar se eu ia ou não me ferrar, sem se importar que
eu seria torturado até a morte? Olho por olho, dente por dente, Jiminie!

Jimin o encarou, incrédulo. Estava com raiva por não conseguir lutar com
ele, ainda mais com essa arma na garganta e a mão segurando sua boca.

—Quando seu namoradinho desgraçado entrar. Ele vai se deparar com o


precioso Jimin bem marcado por mim. —Sussurrou, descendo a arma por
seu pescoço passando ela por seu peito, sua barriga e insinuou desceu
mais. —Eu vou te foder e te deixar bem exposto para o seu idiota do seu
papai e para o escroto do Jungkook. O que acha de também ficar sem pai,
Jiminie? Assim como eu!

Jimin pensava em todas as possibilidades para sair daquela situação mas


não conseguia encontrar saída. Já tinha tido sua calça arrancada, estava de
cueca e camiseta. Tentou lhe chutar, afastar as pernas mas ouviu a trava
da pistola fazendo um "clic" e se desesperou.

Vendo um pequeno instante de distração, conseguiu morder sua mão para


afastá-la.

—Me mata! Eu prefiro morrer do que isso!

Yoongi sorriu subindo mais cima dele.

—É por isso mesmo que eu não vou te matar, vou te comer!

Jimin aproveitou que ele estava bem perto e lhe deu uma cabeçada forte.
Vendo o mesmo ficar surpreso e quase desmaiar em cima de si. Jimin não
perdeu tempo em pular da cama e correr até a porta que estava trancada,
mas estava tão apavorado que não olhava para trás, não queria que ele o
agarrasse de novo.

—JUNGKOOK! —Ele berrava com todo a força que tinha nos seus pulmões.
—JUNGKOOK!
Jimin socava a porta desesperadamente. Implorava aos céus para Jungkook
lhe ouvir.

Sua perna parecia gelatina, e ele estava em pânico.

Continuou gritando e socando a porta. Estava tão apavorado que não queria
se aproximar do outro que agora levantava meio cambaleando tentando
entender o que tinha acontecido.

Jimin viu que na hora do susto a arma tinha sido chutada pra debaixo da
cama e Yoongi a procurava desesperadamente. Mas o ruivo não queria se
aproximar, porém sentiu seu cabelo ser puxado pra trás, e seu corpo ser
prensado na parede enquanto ainda esperneava, chorava e gritava.

—Que merda, Jiminie! agora eu terei que ser bem mais rápido! —Rosnou no
seu ouvido.

Yoongi puxava seus cabelos com força, e Jimin lutava tanto que Yoongi
passou a bater com a cabeça dele na parede para o mesmo ficar um pouco
zonzo e parar de berrar. Abaixou sua cueca e a de Jimin, que estava quase
desmaiado de tanto que lhe socou a cabeça na parede, o garoto já estava
ficando mole em seus braços.

—Jungkook! —Disse rouco.

O primo lhe penetrou de uma só vez, rosnando de prazer e Jimin tremeu de


dor e desespero,. Suas pernas cederam e se não fosse por Yoongi
segurando ele teria caído no chão, soluçou e começou a chorar ainda mais.

—Shhh... quietinho Jiminie...

—JIMIN! -Jungkook gritou desesperado do outro lado da porta. —JIMIN!

Ambos ouviram Jungkook socando a porta, Yoongi gemeu, penetrando Jimin


mais uma vez antes de soltá-lo no chão, enraivecido. Ele queria que
Jungkook chegasse depois de ter terminado, mas as coisas não ocorreram
como ele queria.

—Jungkook! —Jimin já estava rouco e sem forças para gritar. Olhava para a
porta com alívio, porque só de ouvir aquela voz sabia que estava a salvo.
—Cade essa merda de arma caralho? —Yoongi grunhia. E Jimin torcia para
ele não a encontrar embaixo da cama. —Que merda!

A porta era massacrada pelas mãos de Jungkook. Ouviram-se socos tão


fortes que faziam a mesma tremer.

—JIMIN! —Ele rosnou. —Se você está atrás da porta sai de perto, meu amor!

Ouviram um estrondo forte de um chute poderoso contra a madeira.

Yoongi foi correndo até Jimin, desesperado por não achar sua arma. Pegou o
mesmo pelos cabelos ruivos, com dificuldade para o erguer já que o mesmo
estava mole e trêmulo. Colou sua faca no pescoço do mesmo.

Seus planos não saíram exatamente como o planejado mas era quase isso
que queria fazer.

No segundo chute a porta cedeu e abriu com força, fazendo um baque forte
contra a parede.

O moreno entrou com uma pistola em mãos, olhando diretamente para


Yoongi segurando Jimin seminu nos braços. Seu sangue ferveu de uma
forma que nunca havia acontecido em toda a sua vida. O ódio
descontrolado que Jungkook sentiu naquele momento era real, era palpável
e quase demoníaco.

Deus do céu, tanta coisa passou por sua cabeça naquele momento. Todo o
tipo de tortura meticulosa que ele tinha em mente. Mas ele tinha tanto ódio
da cena que via agora, que seria capaz de matar até mesmo o próprio
demônio a base de socos.

—Solta ele! —Disse com todo o seu rosto contorcido de fúria. -AGORA!

Jimin gemia de dor, sua entrada estava ardendo, suas pernas estavam
fracas e ele não conseguia parar de chorar. Mas a pior dor era por dentro.

—Não tente nada, Jeon. Você não faz ideia de quantas armas estão
apontadas para esse quarto agora. —Ele disse puxando o cabelo de Jimin
para trás, cheirando seu pescoço apertando a faca ali. Lhe deu um beijo na
pele cheirosa, olhando diretamente para Jungkook, claramente o
provocando. —Eu tenho vários atiradores com armas apontadas para cá, e
qualquer movimento brusco eles matam vocês dois. Agora Jungkook... você
me interrompeu bem na hora boa, eu quero terminar o que comecei na sua
frente, se importa?

Ele agarrou as nádegas de Jimin sem nunca desviar os olhos de Jungkook,


queria muito que ele perdesse a cabeça. Antes de morrer Jeon tinha que
perder aquilo que ele mais amava, e Yoongi queria fazer isso por vingança.

Jogou a faca longe com um sorriso, não precisava dela, qualquer movimento
de Jungkook ele seria alvejado de balas.

—Três, Yoongi. —Jungkook sussurrou com a voz carregada de ódio.


Observando atentamente seu amor com dor e sofrendo, ficou agoniado ao
ver aquela cena, enraivecido por ver o quão longe o desgraçado do Yoongi
foi capaz de ir.

—Três? Como assim?

Jungkook se aproximou dele a passou rápidos, Jimin olhava para ele,


completamente desesperado, pedindo ajuda com os olhos.

Jungkook puxou o ruivo dos seus braços, abraçando fortemente o corpo


trêmulo do seu bebê, tentando de algum modo lhe passar todo seu amor e
proteção por aquele abraço. Sentiu o pequeno o abraçar com força aliviado
e soluçando, queria mais do que tudo no mundo tirar a sua dor e substituir
aquele sentimento por felicidade.

—Três atiradores, Min. —Ele disse fitando os olhos do mais baixo, que
levantou a mão fazendo um sinal, para que atirassem. -Os seus três
atiradores acabaram de ser assassinados pelos meus homens e agora você
está completamente sozinho aqui.

Yoongi arregalou os olhos, incrédulo por aquela informação, não podia ser
verdade.

—Acabei de receber a informação pelo celular. Porque teriam três


atiradores de prontidão apontando as armas para esse quarto? Por isso vim
checar se o meu Jimin estava bem, então ouvi seu grito. —Ele disse lhe
beijando os cabelos alaranjados, pegando-o no colo e levando seu corpo
frágil até um homem enorme que estava na porta. —Coloque ele no carro,
quero todos os homens em volta, não falem com ele, não cheguem perto.
Somente garantam a sua segurança.

—Jungkookie... não me deixa! —O pequeno disse segurando a camisa do


moreno, com os olhos cheios de lágrimas.

Jungkook sentiu seu coração doer, a garganta fechar. Estava com muito
ódio no momento, mas ver seu pequeno naquele estado o deixava ainda
mais furioso.

Deu um beijo carinhoso em seus lábios secos, acariciando todo o seu rosto.

—Eu preciso matar seu primo agora, bebê. Eu já vou ficar com você, amor,
não tenha mais medo de nada, Ok? —Passou o nariz em sua bochecha
beijando ali, olhou para o homem meio sem jeito segurando Jimin. —Leve-o.

O homem saiu levando o seu pequeno.

Jungkook fechou os olhos respirando fundo e bateu a porta com toda a sua
força, virou se para olhar Min Yoongi que estava paralisado sem saber o que
fazer. Se aproximou dele a passos largos e antes mesmo do outro tentar
falar alguma coisa, lhe deu um soco forte o suficiente para parecer estar em
câmera lenta. Ele caiu para trás com o impacto, e Jungkook se aproximou
dele que estava no chão.

Seu olhar era de ódio.

—Agora, é comigo! —Disse com a voz e o corpo tremendo de raiva.

—Calma, Jeon. Vamos conversar!

—CONVERSAR? -Ele grunhiu chutando seu rosto com força. O coturno preto
deixando a cara do outro até torta, alguns dentes saindo da boca.

Mas nada parecia cruel o suficiente para Jungkook, que o ergueu pelo
pescoço com toda a sua fúria para olhar em seu rosto que já sangrava.

—VOCÊ MEXEU COM A PESSOA ERRADA, SEU DESGRAÇADO! —Disse


apertando seu maxilar o jogando na cama. Notou por alto a mulher morta,
mas não ligou para nada no momento, sua raiva nunca havia chegado
nesse nível. —FOI BOM ESTUPRAR ELE? FILHA DA PUTA!

Jungkook subiu em cima dele socando seu rosto repetidas vezes, quebrando
seu nariz. Ele queria torturar o outro, mas sua raiva era tanta que não
conseguia ser frio para isso no momento, ele estava com um ódio
animalesco, e quanto mais ele batia mais irado ficava.

—Jung...

—CALA ESSA MALDITA BOCA! —Ele gritou furioso, sem parar de bater.

Socou a área da boca, como que fazendo ele calar a boca.

—EU NÃO CONSIGO NEM IMAGINAR TE USAR PRA TER INFORMAÇÕES SOBRE
O NAMJOON! MEU ÓDIO É TANTO QUE NÃO CONSEGUIREI VIVER SABENDO
QUE VOCÊ AINDA RESPIRA! EU VOU DESTRUIR VOCÊ! VOU ACABAR COM
QUALQUER SOMBRA DA SUA EXISTÊNCIA!

Jungkook parou um pouco de bater respirando pesado pelo esforço. Pegou


sua faca dentro do bolso interno da jaqueta de couro e a analisou bem, sua
mão estava ensanguentada e tremia ao segurar o objeto afiado.

Aquele homem já estava desfigurado, mas ainda não era o suficiente, nunca
seria o suficiente. Esse ainda seria um dia longo.

CAPÍTULO 20 – Líder
Jimin chorava tanto que sua cabeça doía.

Estava sentado no banco do passageiro do carro de Jungkook, cercado de


homens que o olhavam do lado de fora com curiosidade e pena.

Se sentia muito vulnerável, tudo doía, e seus soluços eram tão fortes que
preenchiam o carro. Era uma dor que Jimin nunca havia sentido na vida,
nem mesmo antes de tentar tirar a própria vida.

Algo como se não pertencesse a esse mundo, como se não fosse mais digno
dele. Ele perdeu a própria essência, não queria mais estar vivo, não queria
mais habitar seu próprio corpo, tinha nojo da sua pele.

Arranhou suas pernas nuas com força, vendo a pele branca se encher de
marcas vermelhas enquanto as lágrimas encharcavam seu rosto.

E ele sabia que todos do lado de fora do carro o observavam chorar.

Continuou arranhando ambas as coxas com toda a sua força, tentando de


alguma forma trocar de pele, como se aquilo fosse possível. Seu choro era
dolorido, era agoniado e sua pele já se rasgava as poucos formando riscos
de sangue, mas Jimin sentia aquela dor quase como alívio para esquecer
sua dor interior.

Bateram na janela de leve, mas Jimin não quis ver quem era, ele só queria
ficar sozinho. Não conhecia aquelas pessoas ele queria paz em sua vida, só
isso.

Ele nem mesmo viu seu pai quando passou pela sala, mas não queria
pensar nisso agora.

—Jimin!? —Ouviu uma voz familiar na janela. —Está tudo bem?

Jimin olhou para o vidro mesmo não querendo, e deu de cara com um rapaz
bonito parado do outro lado da janela. O rosto era longo e seus cabelos
eram escuros e arrepiados, e ele o conhecia da escola. Mas não fazia ideia o
porquê dele estar ali.
—Hoseok?

Ambos se encaram por um tempo sem saber direito o que falar. Jimin
estava em um turbilhão de sentimentos confusos e dolorosos no momento e
não sabia muito bem reagir ao seu ex colega de classe.

—Posso entrar? —Hoseok perguntou cauteloso olhando nos olhos do ruivo.

Jimin definitivamente estava estranhando aquela situação. Jung Hoseok o


odiava, sempre o atormentou na escola, fazendo derrubar seus livros no
corredor, sempre colocava o pé pra ele cair e vivia arrancando seus fones
de ouvido. Só o deixava em paz quando Yoongi estava por perto… Yoongi,
pensar no primo o fez ter ânsia de vômito.

—Já que não vai responder então eu vou entrando. —Ele disse contornando
o carro e se sentando no banco do motorista ao lado de Jimin.

O ruivo ficou estático. Havia parado de chorar e se arranhar, nem mesmo


tinha notado que estava só de cueca e camiseta naquele dia tão frio, mas
naquele momento realmente não sentia nada.

Hoseok entrou no carro batendo a porta e já ligando o aquecedor. Ele tinha


um cheiro gostoso, e era bem bonito, porém Jimin nunca gostou dele por ser
tão absurdamente babaca.

—O que você está fazendo aqui? —Perguntou em um sussurro olhando para


as próprias mãos.

—Não está com frio? Você está seminu, Park. —Disse com um sorriso
divertido.

Jimin bufou e se virou para a janela. Qual era a dele?

—Sai do carro, eu não te deixei entrar. —Murmurou.

Hoseok o encarava batucando os dedos no volante com um sorriso de


canto.
—Por que está tão putinho? O Jungkook pegou o filha da puta do seu primo
e você tá dando chilique? —Disse irônico.

Jimin o fitou, surpreso. Como ele sabia do Jungkook e do Yoongi? Aliás,


como todos aqueles homens contratados para lhe proteger deixaram
Hoseok entrar no seu carro tão tranquilamente assim?

—Como você sabe do Jungkook?

Hoseok o fitou, parecendo muito surpreso e logo depois sorriu largamente


de um jeito desconcertante.

—Ele não falou de mim, Park?

Jimin franziu o cenho e negou com a cabeça esperando a resposta.

—Eu sou amante dele Jimin, transei com ele todos esses dias que você
deixou ele na seca. —Disse com o ar risonho encarando o semblante agora
completamente chocado de Jimin. Mas não aguentou por muito tempo até
cair na gargalhada. —Eu tô te zoando, Park. Ele é meu irmão, só isso.

Jimin soltou o ar mas mesmo assim não deixava de estar chocado.


Definitivamente era muita coisa para um dia só, tentou acalmar seu coração
disparado pelo susto.

—Uou… —Jimin sussurrou.

Ele não estava com muito ânimo para conversar sobre isso agora. E se
sentia desconfortável com Hoseok ali, ele estava sorridente como sempre,
totalmente o oposto de Jimin.

—Bom… poderia me contar o que está acontecendo? —Ele perguntou como


quem não quer nada. —Eu não posso perguntar para esses caras porque
eles tem ordens para nunca me dizerem nada. Sabe como é, o Jungkook
pode ser bem chato quando quer.

Jimin não sentiu de imediato mas ao lembrar do que aconteceu suas


lágrimas voltaram com força total, e o nojo e desprezo por si mesmo
também.

—Ei, Park. O que tá pegando? Achei que estivesse feliz que o Jungkook vai
matar o Yoongi… ele pegou o desgraçado né?

Jimin concordou com a cabeça, ainda chorando.

—Sim…

—Então por quê está chorando?

Ele fechou os olhos e encostou a cabeça na janela, não queria responder


nada, só queria sossego.

—Minha mãe morreu e algumas coisas ruins aconteceram…

—Nossa, é… sinto muito.

—É, eu também! —O pequeno sussurrou.

(...)

Yoongi não conseguia enxergar nada, seu rosto estava absurdamente


inchado, tinha algumas costelas quebradas e não conseguia se mover.

Sabia que Jeon estava no recinto ainda porque ouvia o barulho dos seus
coturnos pretos andando de um lado para o outro, o moreno ainda
aproveitava para lhe dar alguns chutes violentos enquanto ele fingia de
desmaiado.

—EU SÓ NÃO TE MATO AGORA, PORQUE PRECISO TE VER SOFRER MAIS, EU


NECESSITO DISSO! —Jungkook gritava bem perto de seu rosto.

Yoongi já havia pedido ajuda, mas não sabia se conseguiriam chegar a


tempo. Ele tinha um botão de emergência para casos como esse, estava
irado por ter atiradores tão incompetentes e por não ter conseguido nada
mais prazeroso com Jimin.
—Você foi capaz de tocar nele! —Ele sussurrou amedrontador. —Você é
mesmo louco? VOCÊ MACHUCOU ELE, VOCÊ ESTUPROU ELE!

Yoongi tremia por dentro mas por fora se fazia de inconsciente. Ele temia
que não chegassem a tempo e mesmo que chegassem, nada garantia que
ele sairia dali com vida.

—Você vai ver agora o que acontece quando tocam no que me pertence!
Quando ousam machucar a pessoa que mais me importo! —Ele riu
sadicamente e com raiva. —Você não tem mesmo ideia de com quem está
mexendo! Faz? Você acha que seu pai era cruel? Você não viu ainda do que
eu sou capaz!

O fato de Jungkook ter parado de gritar e ter assumido seu lado mais frio
deveria deixar Yoongi mais tranquilo, mas conhecendo a reputação do
mesmo, sabia que era o contrário. Ele devia sentir medo.

Jungkook arrancou com violência as calças do outro que sentiu seu coração
martelar no peito, o que ele faria? Seu peito ardia.

—Pode parar de fingir que não está acordado, Yoongi! —Ele disse. —Você
vai acabar gritando uma hora ou outra.

Jungkook pegou o outro pelos cabelos e o virou de bruços, alguém bateu


levemente na porta o interrompendo.

Grunhiu irritado indo até a mesma e abrindo.

—Que foi? —Perguntou para um de seus homens.

—O Hoseok está aqui, no carro com o Jimin.

Jungkook fechou os olhos e suspirou raivoso.

—Leve o Jimin para o hotel, e garanta que Hoseok esteja em casa. Vivo e
bem. —O homem assentiu. —Ah, e me mandem trazer um cabo de
vassoura.
O homem estranhou o pedido mas se curvou e saiu.

Jungkook voltou seus olhos para Yoongi de cueca e de bruços, riu ao ver seu
rosto todo inchado. O homem voltou com o cabo de vassoura e Jungkook
pegou o mesmo se encaminhando tranquilamente até onde o outro estava
deitado.

—Eu estou tão irado nesse momento! Eu queria tanto te matar na base da
porrada, mas não vai ser assim tão fácil, você merece uma morte lenta… —
Jungkook segurou o cabo de vassoura e olhou para a madeira sorrindo
sadicamente. —…e você não vai morrer hoje. Vai demorar um pouco, eu
quero que seja na frente do meu amor, ele tem que ver você sofrendo
muito mais do que ele sofreu, não é mesmo?

Jungkook usou toda a sua força quando bateu com a madeira nas nádegas
do outro, repetidas vezes, de uma forma tão violenta que Yoongi não se
aguentou mais e voltou a grunhir de dor. E suas lamúrias de dor eram
música para os ouvidos do Jeon.

Continuou batendo com toda a sua força até que a madeira se partiu ao
meio fazendo um estalo, seguido de outro gemia de dor de Yoongi.

Suas nádegas estavam esfoladas, Jungkook estava com uma aura escura e
nada o fazia se sentir satisfeito. Então ele se agachou e arrancou a cueca do
outro com um único puxão forte.

—O-o que você tá fazendo? —Yoongi por fim demonstrou seu desespero.

Jungkook sorriu, sádico.

Se agachou para ficar na altura do outro e olhou em seus olhos, as mãos


firmes seguravam o cabo de madeira partido ao meio.

—Acordou? Que bom... agora vem a melhor parte para você. Espero que
aprecie isso tanto quanto eu.

Jungkook se levantou e Yoongi ficou apavorado observando cada


movimento.

—Q-que??

Jungkook enfiou com tudo o cabo de vassoura no ânus do outro que deu um
grito surpreso e desesperado da mais pura e profunda dor. Havia enfiado a
parte quebrada, cheia de farpas.

Seus gritos foram escandalosos e desesperados, do jeito que o maior


adorava ouvir de suas vítimas.

—Você nunca, nunca deveria ter machucado ele seu belo pedaço de merda!
Não nele, não no meu Jimin!

Jungkook enfiava o cabo cada vez mais fundo, vendo muito sangue sair por
ali se misturando as farpas de madeira.

—PORRA… você é um doente fodido, Jeon Jungkook! —Grunhiu agonizando


de dor.

Ele tirou e colocou o cabo de vassoura com violência, vendo o mesmo


gemer, gritar e se espernear de dor. A madeira quebrada perfurando todo o
interior do outro só fazia Jungkook enfiar ainda mais fundo.

—Eu posso ser doente… mas fodido aqui é você. —Disse com um sorriso
horripilante. —Isso aqui não é nada ainda, Yoongi, isso é só a preparação
para a melhor parte!

Jungkook virou o mesmo de barriga para cima, e Yoongi sentiu todo o corpo
gelar com a clareza de que o outro iria lhe castrar.

—Jungkook! Vamos conversar, você está cometendo um erro!

—Agora… você vai conhecer uma das minhas facas favoritas!—Jungkook o


interrompeu, logo em seguida franzindo a testa ao ouvir barulho de carros
freando em frente a casa.

Jungkook e Yoongi levaram um susto quando a janela estourou e vários tiros


invadiram o quarto.

O maior se jogou no chão e os tiros não pararam por nenhum minuto. Seu
coração disparou ao lembrar que Jimin poderia ainda estar lá embaixo e foi
só nisso que conseguiu pensar por todos os longos segundos que os tiros
não paravam.

O que estava havendo?

—Mas que porra? —Jungkook balbuciou olhando para Yoongi que tentava
levantar com toda a dificuldade. —Desgraçado… você chamou reforços?

A porta foi escancarada e vários dos seus homens entraram correndo.

—Senhor Jeon, temos que sair agora! —Um deles falou enquanto outros dos
seus homens entraram no quarto. —Vários dos homens do Min chegaram e
estão tomando a casa por todos os lados!

Jungkook sentiu seu coração parar ao pensar em seu pequeno.

—E o Jimin? —Perguntou nervoso.

—Hoseok insistiu em levar ele para o hotel, os dois estão bem.

Jungkook soltou o ar mais aliviado, mas ficou nervoso por pensar em


Hoseok com Jimin.

Concordou com a cabeça, se dando conta de que a troca de tiros do lado de


fora estava em polvorosa.

Jungkook bufou, irritado. Olhou para Yoongi seminu no chão e pensou se


terminava de matar ou levava para o torturar mais. Decidiu ficar com a
segunda opção, aliás Yoongi podia ser muito útil, afinal eles ainda estavam
com Jin e Namjoon.

Pegou o mesmo pelas pernas nuas e jogou sobre o ombro saindo pela porta
do quarto, sendo seguido por seus homens.
Desceu as escadas com um Yoongi murmurando de dor em seu ombro.
Quando chegaram ao pé da escada entregou o inimigo para um de seus
homens o levar para o esconderijo.

—Eu vou te passar por mensagem o endereço do esconderijo. —Jeon disse


ao homem que segurava Yoongi. —Leve esse filho de uma puta para esse
lugar, e preste atenção! Não é para levar para qualquer outro lugar. —Disse
olhando firmemente para cada rosto ali presente. —Tem que ser um lugar
onde ninguém conhece. E lá é perfeito.

Todos assentiram e se afastaram, enquanto Jungkook permaneceu na sala


tentando pensar por onde sairia. Já que os tiros continuavam do lado de
fora da mansão.

Depois que os homens saíram carregando Yoongi, Jungkook se dirigiu para


Park Twan que estava deitado no sofá. O homem que ele nunca suportou.

Olhou para ele sentindo muita raiva, lembrando das coisas que o homem
disse sobre ele e Jimin. Levantou sua arma e apontou bem na cabeça do pai
do amor da sua vida. Ele queria muito apertar o gatilho, esse homem
precisava morrer, se não jamais teria sossego com Jimin.

Por mais que Park Twan fosse um homem inocente de crimes, ainda sim era
um problema enorme para Jungkook.

Sem pensar muito apertou o gatilho exatamente na cabeça do homem


adormecido, que morreu na mesma hora, tendo sua cabeça estourada pelo
poder da bala.

Jungkook olhou para aquela cena grotesca e suspirou nervosamente


guardando a pistola. Aquilo poderia foder sua relação com Jimin.

Mas era necessário ser feito e se depender dele, Jimin nunca descobriria.

Ele teve que fazer com que Park Twan tivesse sua cabeça estourada
enquanto dormia tranquilamente no sofá de sua casa. Um crime frio mas
não tão frio como os sentimentos de Jungkook para com isso.

Ele faria qualquer coisa para nunca perder o seu amor, e se fosse
necessário mataria tudo e todos que entrassem em seu caminho.

Os tiros continuaram do lado de fora da residência, mas Jungkook recebeu


um breve aviso em seu celular. Então correu pela porta dos fundos e entrou
em um carro que já estava a sua espera, já que seus homens eram muito
eficientes.

Sua respiração estava pesada. E na mesma hora que o carro arrancou,


começou a repassar em sua cabeça tudo o que tinha que fazer com Yoongi.
Seu ódio ainda não cessara nem um pouco, ele castraria o desgraçado.

Mas antes disso ele queria ficar com Jimin, tranquilizar seu amor, lhe dar
todo o carinho possível nesse momento horrível para ele.

—O senhor quer que eu te leve até o hotel? —O rapaz que estava dirigindo
perguntou, ele era novo no ramo mas era bem eficiente e rápido.

—Jimin já está lá em segurança? —Perguntou para o motorista.

—Sim, ele já chegou faz um tempo. Hoseok já ligou avisando que está tudo
bem e… —Um estouro na janela do motorista fez com que o carro perdesse

o rumo e com que os pneus arranhassem contra asfalto fazendo um barulho


absurdo de derrapada.

Jungkook não conseguiu definir exatamente o que aconteceu. Só ouviu o


estrondo alto do tiro na janela, o vidro se espatifando em milhares de
pedaços. E logo em seguida o carro tombando uma, duas, três vezes
seguidas, por fim parando de ponta cabeça no meio da estrada chuvosa.

Era com começo de noite frio, neblinoso.

E tudo ficou preto por um instante.

Jungkook sentiu que estava de ponta cabeça, tudo rodava, sua cabeça doía,
assim como todo o seu corpo. Ele com certeza havia quebrado um osso, e
sua visão estava absurdamente turva.

Olhou para o lado e viu seu motorista com a cabeça coberta de sangue,
mas não havia sido alguma batida na hora do acidente, ele claramente
levara um tiro na cabeça. Um tiro de uma precisão absurda, ainda mais com
um carro em movimento e no meio da chuva.

Jungkook sentiu certo nervosismo naquele momento, tentou tirar o cinto


com dificuldade, suas mãos estavam molhadas de sangue, não sabia nem
da onde.

Sua garganta estava seca e tudo estava dolorido. Conseguiu se soltar e


abrir a porta com bastante dificuldade e se arrastou para fora do carro.
Sentiu o asfalto encharcado sob seus dedos e logo um par de botas parou
em frente a sua mão.

O moreno com muita dificuldade levou sua mão até a cintura para pegar
sua arma, mas o homem a sua frente colocou o pé sobre seu braço,
impedindo qualquer outro movimento.

Jungkook olhou para cima, a chuva atrapalhando seus olhos negros de ver
quem estava ali. O homem se abaixou até a altura de Jungkook e por fim o
fitou nos olhos perdidos e completamente chocados.

—Namjoon?

—Me desculpa, meu amigo. —Namjoon com o cabo de sua arma bateu lhe
fortemente na cabeça, fazendo Jungkook desmaiar na mesma hora.

Ele sentia muito, mas era necessário, e Jungkook tinha que entender.

Arrastou o mesmo para fora do carro e lhe colocou sobre os ombros com
dificuldade, Jeon era um homem grande.

Abriu o porta-malas e o colocou dentro com seu coração apertado prendeu


suas mãos e seus pés com algemas. Tirou todas as suas armas de fogo, já
que ele tinha várias escondidas, e também todas as suas facas e tudo que o
amigo poderia usar para se defender.

Fechou o porta-malas com um suspiro de pesar.

Agora que tinha Jungkook, poderia finalmente salvar Jin. E por mais que
doesse entregar o amigo, Jin era inocente e não merecia o que estava
passando. Jungkook e Namjoon sim, mas Jin realmente não podia mais
passar por aquilo.

Entrou no grande carro preto, logo chegariam as ambulâncias e a polícia.


Tinha que sumir dali.

(…)

Jimin simplesmente não conseguia parar de chorar. Tudo doía muito, seu
corpo e sua alma.

Hoseok não saíra do quarto do hotel desde que chegaram, e por incrível que
pareça ele havia demonstrado ser uma pessoa legal. Bem diferente do que
era na escola, e Jimin não entendia bem o que estava havendo com ele mas
queria muito que ele continuasse assim.

—Você quer me contar o que aconteceu?

Jimin fungava, seu nariz estava todo vermelho, seu rosto gordinho inchado
e seu lábio tremia.

—Eu queria o Jungkook aqui.

Hoseok riu olhando para o menor.

—Agora eu entendo…

Jimin franziu o cenho estranhando a risada e o comentário.

—Como assim? Entende o que?

Hoseok o encara com aqueles olhos risonhos que sempre derretia corações
na escola.

—A obsessão de Jungkook por você. Olha, vou ser sincero eu nunca entendi
o motivo de tamanha fixação por uma pessoa, ainda não entendo. Mas você
é absurdamente fofo, Jimin.

Jimin cruzou os braços absurdamente irritado, odiava que o tratassem


assim. Só gostava quando Jungkook falava, mas jamais admitiria.

—Eu não sou fofo! Para com isso, eu detesto!

Hoseok riu se jogando na cama de um jeito bem folgado.

—Pode detestar, mas jamais mudará o fato de você ser muito fofo, Park
Jimin. —Disse aos risos.

Jimin bufou se virando de costas para o outro. Queria tanto Jungkook ali, o
que ele estaria fazendo com Yoongi? Só queria ele aqui consigo agora.

—Me deixa em paz, Hoseok. Esse seu jeito simpático comigo é muito
estranho. —Jimin suspirou pegando o travesseiro de Jungkook enfiando o
rosto ali, sentindo seu cheiro simplesmente divino. —Você sempre me
tratou como lixo naquela escola.

Hoseok soltou o ar. Seu sorriso nos olhos nunca saía, mas ele se tornou
mais sério.

—Você só não sabe de algumas coisas, Jimin. Mas eu nunca te odiei ou te


tratei mal de propósito. Tudo tinha um objetivo e quando se tem um irmão
mais velho tão... como o Jungkook, tudo o que eu queria era ter uma
primeira missão bem-sucedida. Só isso.

Jimin franziu o cenho, confuso.

—Como assim?

Hoseok se sentou e olhou nos olhos de Jimin.


—Eu entrei na escola para te seguir, te fotografar, saber tudo sobre Park
Jimin. E como eu tenho quase a mesma idade que você, eu era perfeito para
isso. —Falou vendo o semblante choroso de Jimin se tornar surpreso. —Mas
para passar despercebido eu tinha que me aproximar de algum jeito. Do
jeito romântico eu jamais poderia, Jungkook me mataria obviamente. E ser
seu amigo não era uma opção já você não deixava ninguém se aproximar.
Então me juntei a galera popular para te atormentar e perseguir. Vou te
dizer que eu fui ótimo, até recebi um bom dinheiro e pude comprar meu
carro zero.

Jimin o olhava embasbacado, lembrando que Hoseok sempre o atormentou


mas nunca chegou a bater nele.

—Ok, por essa eu não esperava. Você é mesmo irmão do Jungkook?

Hoseok confirmou com a cabeça.

—Filhos do mesmo pai, eu descobri faz dois anos. Minha mãe antes de
morrer de câncer me disse quem era meu pai, então eu fui atrás mas ele já
tinha morrido a uns bons anos sabe. Porém, tinha o Jungkook e ele é tão
chato, não me deixava fazer nada das coisas que ele faz, mas depois da
missão bem-sucedida com você. Ele me permitiu ser espião e…

O telefone de Hoseok começou a tocar sem parar.

—Com licença, Park, vou ali no banheiro atender e já venho.

Ele levantou correndo e se trancou no banheiro, derrubando várias coisas


no caminho. Fazendo com que naquele dia horrível, Jimin desse uma leve
risada.

Só agora havia se tocado que por alguns minutos tinha esquecido de tudo o
que tinha acontecido, se sentiu mais leve mesmo que tudo ainda doesse
demais.

Jimin queria Jungkook ali com ele, não queria pensar em Yoongi, nem no seu
pai, nem na sua falecida mãe.

Uma lágrima desceu por seu rosto ao se lembrar dela. Mas queria no
momento Jungkook, com sua presença poderosa, seu cheiro reconfortante e
ao mesmo tempo sedutor. Queria sua voz que o fazia ficar de pernas
bambas com facilidade e suas mãos grandes e fortes, tirando de si todas as
lembranças ruins do dia de hoje.

Hoseok saiu do banheiro alguns minutos depois. Ele estava branco como
um papel, seu rosto estava contorcido de nervosismo e certo choque.

—Aconteceu alguma coisa?

Hoseok olhou cautelosamente para Jimin.

—Sim.

Jimin sentiu seu coração disparar e a garganta fechar, algo dentro dele dizia
que tinha haver com Jungkook.

Ele pulou da cama e se aproximou de Hoseok.

—O que aconteceu com ele? —Perguntou com os olhos já cheios de


lágrimas. —Me diz pelo amor de Deus! O que aconteceu com o Jungkook?

—Namjoon está trabalhando com o Yoongi, já que ele tem o Jin preso… —
Hoseok perdeu a fala por um momento.

—Fala!

—Bem, ele está com o Jungkook e… quer que a gente entregue o Yoongi. Se
não ele o mata.

Hoseok esperava que o menor desabasse, que se jogasse no chão,


esperneasse, mas tudo o que viu nos olhos de Jimin foi raiva, frieza e uma
certa determinação.

—Namjoon, ele teria coragem? De matar o próprio amigo? —Perguntou em


um fio de voz.

Hoseok se sentou na cama e Jimin o fitou cruzando os braços.

—Teria, se a vida do Jin está em risco, infelizmente teria. —Hoseok olhou-o


nos olhos. —Jungkook também faria o mesmo se você estivesse correndo
perigo, eu conheço meu irmão.

Jimin se segurou para não chorar.

Mas ele tinha que ser forte.

—Vamos fazer uma troca com eles. Yoongi por Jungkook!

Hoseok negou com a cabeça desolado.

—Sem Namjoon e Jungkook para liderar, todos aqueles homens são como
um monte de formigas. Não prestam para nada sem ter um líder, e os
aliados de Yoongi sabem disso. Eles querem Yoongi de volta, para logo em
seguida matar Jungkook e tomar tudo que eles acham ser deles.

Jimin grunhiu irritado e desesperado ao mesmo tempo.

—Você tem o número da fábrica?

Hoseok estranhou mas confirmou com a cabeça.

—Tenho sim, mas…

Jimin estendeu a mão pedindo o celular de maneira apressada.

—Me empresta, rápido Hoseok. Eu vou ter um ataque de nervos!

Hoseok pegou seu celular, foi nos contatos e discou o número do escritório
de Jungkook e entregou o aparelho para o menor.

Jimin andava pelo quarto às pressas calçando seus sapatos e uma roupa
confortável enquanto esperava ser atendido no telefone.

—Boa noite, fábrica de tecidos…


—Jisoo! —Jimin a interrompeu. —Sou eu. Jimin.

—Ah, boa noite senhor Park, no que posso ser útil? Jeon não está presente
no momento mas…

—Eu sei disso, eu só quero que escute tudo que eu falar e não me
desobedeça. Jungkook não gostaria nem um pouco disso.

Hoseok cruzou os braços curioso com o que viria a seguir.

—S-sim senhor, eu vou lhe obedecer como se fosse o próprio Jeon.

Jimin suspirou.

—Obrigado.

—Então o que deseja? —Ela lhe perguntou.

Jimin viu os olhos de Hoseok sobre si, curiosos e nervosos ao mesmo tempo.

—Eu quero que convoquem uma reunião para amanhã aqui em Seul, eu
quero cada membro presente, sem exceção de ninguém. Quem não
aparecer está fora.

Jimin estava se sentindo um louco mas não tinha muitas alternativas.

Jisoo parecia confusa mas confirmava tudo o que ele falava, anotando
rapidamente cada informação.

—Para que exatamente seria essa reunião?

Jimin soltou o ar que prendia.

—A minha apresentação, como líder de uma missão. Enquanto eu não tiver


o meu Jungkook de volta, eu mando nessa porra. Estamos entendidos?

CAPÍTULO 21 – Estrategista
Jimin enfrentou mais de duzentas pessoas, todos muito maiores e mais
fortes do que ele. Mas que por incrível que pareça não demonstraram
desrespeito em nenhum momento e se dispuseram a ouvir o que ele tinha
para falar.

Foi difícil convencer todos a lhe seguirem naquela missão, mas depois de
um dia inteiro de conversa e com a ajuda de Hoseok, finalmente havia
conseguido convencê-los a obedecerem suas ordens.

O que complicou foi quando descobriram que Namjoon havia mudado de


lado. Muitos eram absurdamente fiéis a ele, e não sabendo o que fazer,
preferiram ficar neutros.

Mas a grande maioria aceitou seguir Jimin, então ele estava mais forte e
mais decidido do que nunca.

Agora quase todos estavam preparados para atacar, só esperavam um


simples telefonema de Namjoon, e combinariam a troca de Yoongi por
Jungkook.

Jimin estava sozinho no quarto do hotel, a noite já caíra e ele andava de um


lado para o outro, aflito de mais, com o telefone em mãos. Não conseguia
parar de pensar no moreno, estava preocupado de mais. Se o seu plano
falhasse e Jungkook fosse morto, simplesmente não tinha mais motivos
para viver. Então, tudo precisava funcionar da forma correta, não podiam
ocorrer erros.

Estava a espera de Hoseok, queria pedir um favor a ele, porque sabia que
ele seria capaz de cumprir. Mas o mesmo estava demorando horas para
aparecer.

Ouviu algumas batidas na porta e correu para abrir. Deu de cara com
Albert, que não esperou meio segundo para invadir o quarto.

Jimin ficou chocado com a audácia.


—Qual é o seu problema? Saia do meu quarto! —Não sabia nem como ele
conseguiu entrar nesse hotel. —Sai daqui agora!

Albert sorriu e mostrou seu braço, sem a mão que Jungkook havia cortado
meses atrás.

—Eu quero uma recompensa pela mão que eu perdi por sua causa. —Ele
disse se aproximando. —Aproveitando que o Jeon não está aqui…

Jimin revirou os olhos e cruzou os braços.

—Você não tem mesmo a noção do perigo, né?

O loiro sorriu maliciosamente fechando a porta e encurralando Jimin na


parede. Passou as pontas dos dedos em sua bochecha olhando seus lábios.

—Jimin, Jimin… você definitivamente não é como todos aqueles garotos que
o Jungkook fodia, você é muito melhor do que todos eles juntos. —Albert
disse com um sorriso. Depois tentou beijar Jimin, mas o mesmo passou por
debaixo do seu braço, conseguindo escapar.

—Você é burro? Já não apanhou o suficiente? Se o Jungkook descobre ele…

—O Jungkook já era! —Albert cruzou os braços em um sorriso largo. —O


Namjoon já era! Tudo graças a você!

Jimin cruzou os braços e o encarou a distância, tentando não se abalar com


suas palavras.

—Se você continuar me insultando…

—Vai fazer o que baixinho? —Albert sorriu se aproximando passos rápidos


de Jimin parando em sua frente. —Vai me bater? Vai me matar? Porque
ajuda do seu namorado você não tem agora.

Jimin ia responder mas o outro colou um dedo sobre os seus lábios, o


encarando com desejo.
—E pedir ajuda pra qualquer um que trabalha para você agora vai queimar
seu filme com os assassinos.

Albert se abaixou para encarar seus olhos.

—Eu disse para você um dia que se eu quisesse você eu teria. Você
querendo ou não!

Jimin riu, irônico. E o encarou sem se abalar.

—Disse sim. E depois que o Jungkook chegou, você se borrou nas calças de
tanto medo! —Disse provocativo, vendo o outro lhe fitar, raivoso. —Por
favor, senhor Jeon! Me desculpa…

Albert no seu limite da raiva segurou firme no braço do menor, lhe


machucando bem mais dessa vez. Puxou seu corpo até estarem colados.

—Eu vou ensinar uma lição pra você seu pirralho de merda! Uma lição que
nem o Jeon muito menos o Yoongi foram capazes de te ensinar!

Ele rapidamente beijou Jimin o segurando com força, enfiando sua língua na
cavidade do pequeno que tentava se desvencilhar com todas as suas
forças.

Jimin o empurrou para longe e correu em direção a porta mas o mesmo o


agarrou pelo braço. Tudo o que ele pensava era "de novo não".

Albert grudou ambos os corpos grunhindo como um animal.

—Me larga seu nojento!

Albert só tinha uma mão isso facilitava para Jimin. Quando viu a
oportunidade perfeita, lhe deu uma joelhada forte bem nas partes baixas,
vendo o outro gemer de dor e cair de joelhos.

Aproveitando a oportunidade, Jimin se ajoelhou para desarmar o loiro


rapidamente e tomar o controle da situação.
Num movimento rápido Albert o empurrou no chão e subiu em cima dele
novamente.

—Sua vadiazinha!

Jimin conseguiu alcançar a arma que estava no chão, e assim que


conseguiu apontou-a para o pescoço do homem que estava em cima dele.

—Sai de cima de mim ou eu acabo com você!

Albert ficou paralisado e calmamente foi se afastando com os braços para


cima. O rosto em estado de choque.

—Calma, calma! —Ele disse olhando para o menor, que se levantou


rapidamente apontando a arma para o loiro. —Eu não vou te machucar
Jimin.

Jimin sorriu abertamente, jogou os cabelos ruivos para trás e destravou a


pistola.

—É óbvio que você não vai me machucar, quem vai se machucar aqui é
você! —Disse sorrindo. —Mãos bem para o alto, não ouse bancar o esperto!
Fica de joelhos!

Albert o olhou seriamente, vendo que ele não estava para brincadeira,
então resolver se ajoelhar com as mãos para o alto.

Jimin se afastou, sem nunca deixar de apontar a arma para o homem


ajoelhado. Foi até a mala de Jungkook, já que sabia que ele tinha algemas
ali.

Sempre teve vergonha de perguntar o porque, mas elas seriam úteis agora.

Pegou as algemas e as jogou para Albert, que fitou as mesmas no chão sem
entender, levantou a cabeça olhando maliciosamente para Jimin. Aquele
assassino tinha muito tesão naquele garoto, como todo mundo. Só que
ninguém admitia por medo de Jungkook.
—O que você pretende, Jimin? —Ele perguntou com uma sobrancelha
erguida ironicamente.

Jimin estava irritado, com a arma apontada para o loiro.

—Cala essa boca e prenda suas mãos para trás!

—Por que você não me prende? —Ironizou maliciosamente.

Jimin revirou os olhos.

—Quer levar um tiro na cabeça?

Albert pegou as algemas suspirando e prendendo suas mãos para trás.


Depois que Jimin conferiu que ele estava bem preso, se aproximou, sendo
seguido pelos olhos azuis. Colocou um pé descalço em seu peito e
empurrou o homem no chão.

—Você está me excitando garoto…

Jimin se sentou sobre ele ouvindo um gemido do mesmo.

—O meu amor não gostaria nem um pouco de saber disso. —Jimin disse lhe
olhando seriamente. —Ele ficaria louco!

O homem sorriu.

—Foda-se ele! Jungkook não está aqui. Ele é trouxa não é? Afinal você está
aqui no meu colo…

—Trouxa é você! —Cortou. —Nunca, jamais fale do meu Jungkook!


Obviamente você morre de inveja dele, mas entenda Albert. Nem que você
nasça de novo você chegaria se quer aos pés dele.

—Eu não tenho inveja dele, faça o favor!

Jimin o olhou com ódio, e finalmente o assassino notou que ele estava com
uma pequena faca na mão.
Jimin em um movimento muito rápido, enfiou a lâmina pequena e afiada
diretamente em sua jugular.

Viu o loiro cair para trás, agonizando e cuspindo sangue em abundância.


Além do sangue que saia do ferimento fatal.

Os olhos reviraram várias vezes, ficando estalados e vermelhos até


finalmente perderem o foco e ficarem paralisados, sem vida.

Foi assim, tão simples, tão rápido.

Saiu de cima dele, completamente enojado.

A campainha tocou várias vezes seguidas, então se levantou e foi se


aproximando da porta.

—Quem é? —Perguntou.

—Sou eu, Jimin! —Ouviu a voz de Hoseok.

Sentindo-se aliviado, abriu a porta, se deparando com o rapaz sorridente de


sempre. Havia se habituado com Hoseok, ele era um cara legal consigo.

—Oi, Hoseok.

—Oi anão. O Namjoon ligou?

Hoseok entrou fechando a porta com força. Seu sorriso era largo como
sempre. Passou por Jimin e logo em seguida estancou no meio do quarto,
chocado com o homem morto ali.

—Ainda não. —Jimin respondeu. —E já falei pra parar de me chamar de


anão!

—Quem matou o pau mandado do Jungkook? —Hoseok se aproximou do


corpo ensanguentado no chão. —Foi você, anão?

—Para de me chamar de anão, Hoseok! E sim, fui eu. Esse verme tentou me
estuprar pela segunda vez, e eu te garanto que isso nunca mais vai
acontecer comigo!

—Que merda! Você precisa mandar alguém vir dar um jeito nesse corpo.

Jimin suspirou, abraçando a si mesmo.

—É, eu sei. Já vou mandar alguém sumir com isso, mas primeiro eu preciso
te pedir um favor.

Hoseok se levantou e veio próximo ao menor e esperou pelo que viria. Jimin
olhou firmemente nos olhos do outro, para ele entender o quanto aquilo era
importante para ele.

—As suas ordens. —Ele se abaixou brincalhão encarando o ruivo nos olhos.
—Chefe. Ou chefinho…

Jimin revirou os olhos dando um sorriso disfarçado.

—Eu quero que você tire um amigo meu da maldita clínica que eu estava
internado, a uns meses atrás.

Hoseok franziu o cenho sem entender o porque daquele pedido repentino.

—Quê? Mas para quê, Jesus?

—Eu prometi a ele que falaria com meu pai, já que ele é psiquiatra. Prometi
que faria de tudo para ajudar a tirar ele de lá assim que eu pudesse. —Jimin
suspirou. —É meu único amigo, e eu me esqueci completamente dele.
Minha vida deu uma puta reviravolta e… ele está sofrendo muito naquele
lugar.

Hoseok continuava sem entender por que raios Jimin queria isso logo agora.

—Mas você não acha que está com muitos problemas agora, Jimin? Por que
não faz isso outra hora, quando Jungkook estiver bem?

—Porque... Jungkook entenderia tudo errado. Ele é muito ciumento, além do


mais, eu me sinto sozinho. Sei que meu amigo está com saudades e agora
que posso ajudar não quero deixá-lo naquele inferno.

Hoseok jogou as mãos para o céu se rendendo.

—Certo, me dê o endereço do manicômio que eu tiro ele de lá.

—Não é um manicômio…

—Só me dê o endereço, Park.

Jimin lhe entregou o endereço. Anotou tudo certo, e explicou como devia
lidar com seu amigo.

Hoseok anotou mentalmente tudo o que Jimin falou, e do seu jeito meio
folgado de sempre, se jogou na sua cama.

—Tá, depois que eu tirar o doido do manicômio, eu devo cuidar dele como
uma porra de babá?

Jimin bufou cruzando os braços.

—Pelo menos até ele se acertar na vida Hoseok, os pais dele são malditos
homofóbicos. A desculpa para internar ele lá foi que ele tentou se matar,
mas a verdade é que eles tem vergonha e preconceito.

Hoseok tinha uma bolinha nas mãos, que não parava de jogar para cima.

—Que vida fodida.

—A minha não é muito melhor! —Jimin sussurrou.

Hoseok o encarou com pena.

—Qual o nome do seu amigo? Vou amanhã mesmo.

Jimin soltou o ar o olhando.

—Kim Taehyung.

—Hm… —Hoseok murmurou.


—Eu estou com medo pelo Jungkook. —Jimin disse, com um suspiro. —Eu
nunca achei que amaria alguém.

Hoseok levantou a cabeça para olhar Jimin nos olhos. O pequeno se


permitiu chorar, por sua mãe que morreu sem que ele soubesse a causa,
pelo amor de sua vida aprisionado em um lugar que não conhecia e por
ainda sentir aos mãos asquerosas do primo em seu corpo. Chorou por sentir
que parte de sua alma foi roubada.

—Ei. —Hoseok se aproximou dele, queria abraçar o ruivo mas tinha muito
respeito por ele e por Jungkook. Ele achava estranho, então só colocou sua
mão no ombro do mesmo, afagando. —Logo ele está aqui de novo, te
atormentado.

Jimin sorriu, fungando. Mas ambos se assustaram quando o telefone


começou a tocar.

Jimin correu para pegar o aparelho com tamanha velocidade que quase caiu
no meio do caminho.

—Alô?

Demorou alguns segundos para a pessoa responder, porém depois de um


longo suspiro ele falou.

—Jimin, é o Namjoon.

—Eu sei.

Silêncio constrangedor.

—Vamos combinar a troca então, Jimin. —Namjoon parecia bastante


abalado. Jimin já havia conversado com ele, já se hospedou em sua casa, e
nunca o sentiu com a voz tão destruída. —O Jungkook pelo Yoongi.

Jimin respirou fundo antes de responder.

—Você deve ter entendido alguma coisa errada Namjoon, mas a questão
aqui é que eu não quero o Jungkook.

O silêncio reinou na linha. Hoseok encarava Jimin roendo as unhas de


nervoso.

—Como? —Namjoon parecia genuinamente confuso. —Eu não entendi Park,


você não quer o Jungkook?

Jimin sentiu seu coração doer ao dizer as palavras.

—Não. Eu quero outra coisa.

—E o que você quer em troca do Yoongi?

Jimin olhou nos olhos de Hoseok, que confirmou para que ele continuasse
com o plano.

—Fale para todos os aliados do Yoongi, que eu quero o Jin, somente ele.

Namjoon ficou sem falas no momento, não sabia o que dizer ou fazer.

—M-Mas por que você quer ele?

—Eu o quero a salvo. Ele foi muito legal comigo quando fiquei na sua casa.
—Jimin disse convicto. —Eu quero o Jin, entendeu?

—M-Mas… não faz sentido!

—Esse é o meu acordo. Eu entrego o Yoongi mas quero SeokJin em troca,


inteiro sem um arranhão. Você entende Namjoon? Entende?

Namjoon entendia. E ficou emocionado e impressionado com aquilo.

Somente Yoongi sabia do trato que eles haviam feito, de Namjoon trabalhar
para ele só para manter Jin vivo. E Yoongi não podia opinar em nada já que
não estava lá. Os aliados entregariam um prisioneiro "qualquer" como o Jin
com a maior facilidade.

E então nada mais impediria Namjoon de se voltar contra eles e ajudar


Jungkook. Porque Seokjin não estaria mais correndo perigo.

Namjoon só conseguia pensar como aquele garoto conseguiu ser tão


esperto.

—Eu entendo Jimin. A troca vai ser hoje mesmo.

Jimin sorriu.

—Perfeito. E repito, Seokjin tem que estar sem um arranhão.

Namjoon quis muito abraçar Jimin por isso.

(…)

Três dias depois.

Jungkook estava quase dormindo em uma cela.

Haviam prendido suas mãos para trás com algemas, mas ele já havia dado
um jeito de se soltar, as grades eram grossas e a cama desconfortável
porém só havia uma coisa que rodava em sua mente nesses últimos dias.
Jimin.

Escutou passos se aproximando. Pelos seus cálculos estava ali faziam três
dias, não conseguia olhar na cara de Namjoon, por mais que soubesse que
tudo o que ele fez foi para salvar Jin, ainda sim era uma facada em seu
peito. Mesmo sabendo que ele faria coisa muito pior se fosse com Jimin.

Alguém parou em frente a sua cela, e ele sabia que era seu ex parceiro.
Levantou os olhos frios para o mesmo, que estava parado com duas
metralhadoras em frente a sua cela.
—O que foi? Perdeu o cu na minha cara? —Jungkook disse. —Seu merda!

Namjoon destrancou a cela em silêncio, e entrou olhando para o mais


jovem. Notando por alto suas mãos sem as algemas, quase riu, porque
aquilo era tão típico do Jeon.

—Vejo que se soltou. Eu sabia que faria isso, o que me surpreende é que
você não conseguiu matar um por um e sair daqui sem ser visto ainda por
cima.

Jungkook soltou um riso sem humor e negou com a cabeça em sinal de


indignação.

—Quer conversar, é? Vai fingir que é meu amigo, cara? Não se preocupe, eu
estou bem ciente que nunca tive amigos, por mais que não esperasse isso
vindo de você.

Namjoon soltou o ar revirando os olhos.

—Depois a gente tem essa dr, Jungkook.

—Depois que você me matar? —Ironizou apontando para as metralhadoras.


—Se for fazer isso faz rápido, você sabe que eu não dou segundas chances.

Namjoon riu jogando uma das armas para o moreno, que a pegou no ar.
Logo em seguida voltou os olhos negros para ele, confuso.

—Tem alguém lá fora doido para te ver.

Jungkook continuou sem entender.

—Eu vou te soltar, vamos!

Jungkook franziu o cenho, se levantando.

—O que tá acontecendo? Eu esperava que você viesse assinar minha


sentença.

Jungkook realmente achou que Namjoon vinha para matá-lo.


—O que aconteceu foi que o seu baixinho salvou o Jin. Mas entregou um
Yoongi falso, imagina só a surpresa dos aliados quando tiraram o saco da
cabeça dele?

—O Jimin? —Sussurou surpreso. —Ele tá liderando nossos homens?

—Sim cara. Quando viram que não era o puto do Yoongi que estava ali,
começou o tiroteio, e eles estão lá até agora. Mas o seu namorado tá
ganhando de lavada! Caralho, nunca pensei que ele fosse capaz de nada
assim…

—O QUE AINDA ESTAMOS FAZENDO AQUI? —Jungkook passou com tudo por
Namjoon, destravando a metralhadora. —VAMOS!

Jungkook saiu dali com o coração disparado. Tinha uma sensação de


orgulho, paixão, amor e tesão por imaginar o seu amor daquela forma.

Puta que o pariu como o amava! Jimin nunca decepcionava.

Porra ele era perfeito! Precisava tanto dele, queria mais do que tudo ver seu
rosto lindo novamente.

—Espera! —Namjoon correu atrás dele.

Ambos saíram do local das celas que era bem precário.

—Onde estão todos aqueles caras? —Jungkook estranhou não ter uma alma
viva naquele lugar.

—Jimin previu que para eu poder te soltar precisaria atacar com todas as
forças. A troca acarretou em um tiroteio, mas Jimin conseguiu fazer com
que o meu marido estivesse a salvo. Ele já está em casa. Eu serei grato
para o resto da minha vida. —Namjoon suspirou tentando acompanhar os
passos do moreno que quase corria em sua frente. —Esse tiroteio que ainda
tá rolando na sede do Yoongi, dispersou todos os homens, eles precisaram
de reforços, então facilitou para eu te soltar. Já que todos os homens do
Yoongi tiveram que trabalhar nessa missão, só sobrou dois caras aqui para
cuidar de você.

Jungkook atirou com a metralhadora no vidro de um carro e entrou no


mesmo, fez ligação direta e ouviu ronco do motor. Namjoon se sentou no
banco do passageiro e olhou para o amigo.

—Ele fez isso tudo sozinho? —Jungkook perguntou, com um sorriso nos
lábios.

—Fez.

Jungkook sorriu largamente, não conseguindo acreditas.

—Ele é perfeito! Ele é tão perfeitamente meu! —Jungkook compensaria


Jimin, o amaria, estava mais louco ainda por ele. —Eu o amo tanto, chega a
doer, não sei nem te explicar o tanto!

Ele o faria feliz, nem que tivesse que morrer para isso, porque ninguém
mais importava. Na vida de Jungkook só existia Jimin, o moreno não sabia
como podia ser possível se sentir ainda mais apaixonado.

—Você não viu nada ainda. Jimin mandou homens atacarem todos os
aliados do Yoongi no mesmo momento do tiroteio, enquanto estavam todos
fracos, ele aproveitou para atacar. E todos quebraram. Não tem mais como
eles lutarem, acabou cara! —Namjoon falava tudo rindo perplexo.

—Isso tudo aconteceu em três dias? —Jungkook soltou uma gargalhada. —


Nós estamos tentando capturar o Yoongi e o Hansol por três anos. E o Jimin
acabou com três aliados em questão de três dias?

Namjoon também gargalhou.

—Seu baixinho é foda.

Jungkook sorriu pisando no acelerador com pressa de chegar até ele.

—Eu sei, e ele é só meu.


CAPÍTULO 22 – Saudades

Jungkook e Namjoon tinham ido até o hotel, conseguiram tomar um banho e


se alimentaram antes de irem para a cede de Yoongi.

Jeon achou que Jimin estaria no hotel já que a briga estava ganha, mas ele
não estava. Então, quando chegaram ao local, ficaram completamente
embasbacados com o que encontraram ali.

Jeon parou o carro frente a grande mansão não esperando encontrar quase
uma ruína. Era uma casa grande e branca que ficava escondida em uma
região que ninguém conhecia, uma área rural. Estava toda perfurada de
tiros, ambos saíram do carro ainda chocados, e quanto mais se
aproximavam da entrada da casa, mais cheiro de sangue e pólvora sentiam.

Jungkook parou em frente ao portão e observou todos os carros que haviam


do lado de dentro e do lado de fora da entrada da casa. Muitos homens não
ligavam nem mesmo para a chuva que voltara a cair torrencialmente, todos
comemorando e rindo alto enquanto recolhiam os vários corpos jogados no
chão.

Jungkook e Namjoon andavam vendo seus homens saqueando a casa,


levando todos os objetos e pertences de valor dos inimigos, desde armas
até televisões.

Quanto mais adentravam o jardim da entrada, mais homens conhecidos


apareciam, carregando corpos e mais corpos, entre risos e conversas altas.
Todos comentando como Park Jimin era surpreendentemente bom no que
fazia, melhor do que qualquer um esperaria.

—Senhor Jeon? —Um dos seus braços direitos chegou. —Senhor Kim? Já
voltaram? Foi mais rápido do que eu imaginei.

—Graças ao Jimin! —Jungkook disse com um sorriso orgulhoso.

Todos começaram a se aproximar deles, cumprimentando os dois com


empolgação, se encharcando com a chuva. Fizeram uma grande roda ao
redor de Namjoon e Jungkook, conversando animados embaixo da chuva,
perguntando o que havia acontecido, e dizendo como era bom tê-los de
volta.

—Onde o Jimin está? —Jungkook perguntou em meio a conversa.

O chão estava quase livre dos corpos, mas o cheiro ferroso de sangue ainda
era forte e enjoativo.

—Está lá dentro da casa. Incrível ele ainda não ter notado que você chegou,
com todo esse alvoroço. —Um deles comentou. —O garoto é muito bom,
inteligente.

Jungkook largou os homens conversando com Namjoon e subiu as escadas


que levavam até a porta pulando vários degraus apressadamente.

A casa estava movimentada, já que todos andavam de um lado a outro


levando móveis ou corpos. Alguns estava tentando cumprimentar Jungkook,
mas ele ignorou todo mundo, estava com muita pressa.

Quando entrou na sala de estar enorme, perguntou para todo mundo onde
o seu amor estava. Então subiu as escadas que davam para o segundo
andar, caminhou pelo corredor repleto de portas.

—...Hoseok, eu já te disse. Como você esqueceu o mais importante que era


o nome dele? É Kim Taehyung, não Kim Taeyang!

Jungkook seguiu a voz suave que fazia seu coração bater mais forte no
peito. Era rouca, delicada, do jeito que ele sempre amou.

Entrou na única porta aberta daquele corredor se deparando com o seu


pequeno de costas para si falando ao telefone enquanto mexia nas gavetas
de uma cômoda.

—... isso, mas cuidado com o Tae, Ok? Ele é um pouco maluquinho mas é
um amor.

Jimin abria todas as gavetas completamente alheio a Jungkook que fechava


a porta e trancava com um sorriso de orelha a orelha observando o seu
pequeno desligando o telefone.
Ele abria todas as gavetas da cômoda, bufando tirando todas as roupas que
tinham lá e as jogando no chão.

—O que você tanto procura, meu amor? —Jungkook disse por fim.

Jimin paralisou com os olhos arregalados e se virou para ver Jungkook


parado em frente a porta fechada, com aquele ar tão sexy que só ele tinha.

—Jungkook? —Jimin sussurrou já indo em sua direção. O moreno mal


segurou seus pés no chão e já seguia em direção ao pequeno também.

Jimin se jogou nele, passando os braços curtos ao redor de sua nuca, se


afundando no corpo maior, sentindo seu corpo ser erguido do chão pelo
mesmo que o abraçava com intensidade.

—Eu estava com tanta saudade, amor. —Jungkook disse beijando os cabelos
ruivos. —Estava tão preocupado, você está bem?

Jimin sentiu a garganta fechar ao ouvir as palavras.

Era absurdamente assustador lidar com tantas coisas sozinho, por mais que
seu plano tivesse dado certo, ele se sentia sozinho e desamparado. Mas
Jungkook tinha uma presença tão forte e única que era impossível não se
sentir protegido.

As lágrimas foram inevitáveis para Jimin, era a melhor coisa do mundo


sentir Jungkook junto a si novamente.

—E-Eu também… —Jimin fungou apertando ainda mais o abraço.

—Ei, não chora amor, eu estou aqui agora. —Ele disse lhe pegando no colo
e levando até a cama enorme do quarto.

—Eu fiquei com tanto medo, de tudo! Eu ainda estou com medo. —
Segredou. —Ainda bem que tudo deu certo.

—Você não precisa ter medo amor, você foi capaz de enfrentar tudo
sozinho, eu estou tão orgulhoso.
Jimin estava absurdamente feliz com a presença dele ali, se sentia seguro
novamente.

Ambos deitaram abraçados. Jimin parecia um coala que não desgrudava do


maior de jeito nenhum, e Jungkook adorava aquilo, sentir o corpo dele
contra o seu era a melhor sensação do mundo.

Jimin estava deitado sobre o braço do moreno, as pequenas mãos agarradas


a camiseta do maior, sentindo-o acariciar seus cabelos e o olhar escuro
percorrer seu rosto.

Jungkook secou suas lágrimas e deu um beijinho no nariz pequeno e


vermelho de chorar, acariciou as bochechas macias e quentes com carinho.

Se olhavam fixamente, tinham tanto para falar mas as palavras eram


poucas no momento. Todo o sentimento, que não era pouco, estava sendo
transmitido pelos olhares e carinhos.

—Jungkookie... —O menor sussurrou fechando os olhos.

Aquela pequena palavra dita da forma entregue e apaixonada foi capaz de


fazer todo o corpo maior arrepiar.

—Diga, meu amor. —Jungkook sussurrou encostando suas testas também


de olhos fechados.

Ficaram assim por alguns segundos, somente apreciando a presença um do


outro.

—Me beija? —Jimin pediu apaixonadamente, necessitando daquilo.

Jungkook não esperou nem mesmo Jimin terminar de falar para colar sua
boca a dele desesperadamente.

A boca fina pedindo passagem com a língua e a boca carnuda do menor


cedendo com todo o prazer. Ambas se encaixado perfeitamente, os lábios
quentes se movendo junto com as línguas molhadas e sedentas, suspiros de
ambas as partes eram soltos.
As respirações ficando ainda mais descompassadas quando Jungkook foi
para cima do menor, sem parar o beijo, passando as mãos por toda a lateral
do seu corpo.

—Jimin... —Jungkook gemeu contra os lábios carnudos.

Estava com medo de avançar o sinal, seu garoto havia sofrido um trauma
ao ser estuprado e só de pensar nisso foi o suficiente para o moreno parar o
beijo e se afastar minimamente para olhar em seus olhos.

Jimin estranhou Jungkook se afastar do beijo, ele nunca fazia isso. Franzindo
o cenho, ele olhou curioso para o Jeon.

—O que houve? —Sussurrou, puxando sua camisa, totalmente louco por ele.

—Está tudo bem? —Jungkook perguntou unindo suas testas, se apoiando


em seu cotovelo para não o esmagar com seu peso. O moreno estava
controlando seu desejo de tomá-lo para si de todas as formas possíveis. —
Tudo bem eu te tocar?

Jimin sorriu amorosamente para ele. Entendia o que ele queria dizer, o que
só fez amar Jungkook ainda mais.

E ele queria, porque com ele era diferente, fazer amor com ele era
justamente isso, era um ato de amor. Não tinha como comparar com a
agressão que sofrera, era totalmente o oposto daquilo.

Podia ser rápido demais para alguém que está ferido por dentro, mas não
conseguia pensar em outra coisa naquele momento.

—Está tudo ótimo Jungkookie... —Ele sussurrou beijando sua boca perfeita,
sentindo a respiração do maior totalmente pesada. —Ser tocado por você é
o que eu mais quero nesse momento... é o que eu mais preciso!

Jungkook encarou todo o rosto corado e visivelmente excitado do seu amor


depois de falar aquelas palavras que atingiram diretamente sua alma.

Não aguentando mais um segundo, devorou os lábios do menor com o mais


puro e cru desejo, se deliciando com a entrega do seu pequeno.
Jimin abriu suas pernas grossas e Jungkook se encaixou entre elas,
passando a mão grande pelas pernas cobertas pela calça jeans, apertando
toda a carne coberta. Delirando ao sentir Jimin gemer dentro de sua boca e
tremer todinho.

Jimin usava uma camisa branca de botão que foi imediatamente destruída
pelas mãos do maior, que puxou o tecido com violência, arrebentando todos
os botões no processo.

Ele precisava ver o corpo nu de Jimin novamente, era uma necessidade


para o moreno, que sentiu seu pau pulsar ao visualizar ao tronco
branquinho subindo e descendo com rapidez, por causa da sua respiração
desregulada.

Jungkook estava muito excitado e ansioso. Esfregou os membros cobertos e


duros, arrepiando-se ao ouvir um gemidinho rouco de Jimin que já parecia
destruído abaixo de si.

O moreno beijou a clavícula cheirosa, mordendo devagar em seguida, sendo


encorajado por suspiros e gemidinhos contidos do pequeno.

Jeon desceu seus lábios pelo pescoço perfumado e beijou ali, logo em
seguida chupando com violência, marcando a pele pálida.

Jimin suspirou com prazer, jogando a cabeça para trás para lhe dar mais
espaço. Seu membro já estava latejando dentro da calça, os lábios quentes
e a língua molhada do moreno mordendo e chupando acendiam faíscas em
seu corpo. Mal conseguia controlar a própria respiração, estava se sentindo
como um louco, porque não era possível sentir tantas sensações com uma
única pessoa. Jungkook era incrível na cama.

—K-Kookie... —Jimin gemeu enfiando suas mãos pequenas nos cabelos lisos
do outro.

Jungkook passou a língua em um dos mamilos pequenos e rosados,


sentindo Jimin tremer sob seus lábios e suas mãos. Sentir seu garoto tão
excitado e entregue só o excitava ainda mais.

Céus! Park Jimin definitivamente era sua perdição.


—Eu te quero tanto amor... —Ele dizia quase em um gemido, passando a
língua quente por seu mamilo entumescido e arrepiado, chupando e dando
leves mordidas. —Eu te amo tanto, Jimin!

Jimin apertava as pernas ao redor da cintura do moreno, tentando controlar


toda sua excitação. O coração martelando no peito com todas as palavras
proferidas por Jungkook.

—E-Eu também te amo... —Sussurrou em um gemido, olhando Jungkook


descer a boca de seu mamilo para sua barriga. Suspirou audivelmente
vendo Jeon Jungkook morder sua barriga com força, logo em seguida
beijando e lambendo-a sem nunca tirar os olhos negros e penetrantes de si,
observando atentamente suas reações. —Jungkook...

O moreno acariciou o membro duro do pequeno por cima da calça jeans,


vendo o mesmo arquear as costas na cama e morder os lábios,
absurdamente sensual.

—Você é tão lindo, bebê. —Sussurrou dando uma leve apertada no membro
duro do menor. —Olhar você todo excitadinho me deixa louco!

Jimin soltou o lábio que mordia e gemeu longamente agarrando seus


cabelos negros.

Jungkook estava desesperado para sentir mais dele, qualquer barulho que
Jimin fazia era suficiente para o deixar em chamas.

Abriu o zíper da calça do ruivo e a puxou para baixo com bastante rapidez,
arrancando o jeans e sua boxer branca junto, passando as pessoas pelas
pernas lindas. Logo em seguida jogou as roupas longe.

Subiu em cima do ruivo ansioso, e terminou de tirar sua camisa branca


destruída, deixando-o totalmente nu diante dos olhos predadores.

Jimin entrelaçou as pernas nuas em sua cintura novamente, gemendo com


o contato de sua intimidade nua contra o membro coberto e obviamente
duro do moreno.

Jungkook lhe encarou de cima diretamente nos olhos castanhos e sorriu.


Logo em seguida beijou seus lábios, seu queixo, suas bochechas, por fim
encostou as testas, se controlando diante da pessoa mais importante da
sua vida.

O moreno tentava controlar os sentimentos que sempre foram muito fortes,


mas falhava miseravelmente. Não tinha como controlar o que se sentia, por
mais absurdo ou doente que fossem os sentimentos, não havia como
controlar, era simplesmente impossível.

Jungkook se segurou em um cotovelo, tendo Jimin bem embaixo de si. Jimin


já estava tão duro, e isso enlouquecia o moreno, que não estava diferente.
Passou as mãos por todo o seu corpo, sentindo a pele totalmente arrepiada
do pequeno contra seus dedos, e a barriguinha dele se contraia levemente
quando sua mão passou por ali. Foi descendo lentamente até segurar o
membro duro do seu amor que soltou o ar que prendia com força.

Jimin e Jungkook se encaravam fixamente enquanto o maior subia e descia


a mão pela extensão do ruivo lentamente. As bocas abertas soltando as
respirações baixas e contidas enquanto os olhos não se desgrudavam por
nenhum segundo sequer.

Jimin estava corado de excitação e timidez pelo momento íntimo que


estavam trocando.

Nunca havia sido desse jeito com eles, normalmente era mais rápido e
desesperado. Mas naquele exato momento, Jungkook queria mais do que
tudo apreciar o amor de sua vida gozando para si, podendo observar todas
as suas reações.

—Eu estou tão orgulhoso de você bebê... —Disse lhe carinhosamente,


beijando seus lábios carnudos e aumentando o ritmo em seu pênis
apreciando o gemido prazeroso de Jimin, escutando o barulho se tornar
mais molhado. —Está gostoso, amor?

Jimin confirmou com a cabeça mordendo os lábios, enlouquecendo com a


velocidade aumentada da mão em seu pênis. Estava muito excitado, se
contorcendo nos braços de Jungkook.

Sua cabeça caiu para frente, no peitoral musculoso dele. E a mão


aumentando gradativamente a velocidade da masturbação, fazendo um
barulho estalado absurdamente lascivo e que só deixava Jeon mais louco
ainda de desejo.

—K-Kook... —Seu gemido saiu quase como um soluço no pescoço do


moreno.

Jimin inalou seu cheiro masculino e amadeirado com gosto, gemendo e


lambendo o pescoço de Jungkook, que aumentou a velocidade fazendo o
barulho molhado sair ainda mais alto e o menor gemer mais audível e
entregue ainda.

—Você está tão melado amor... —Sussurrou sem diminuir a velocidade de


sua mão. -Tão incrivelmente molhadinho...

—Awwnnn... Kookie... —Jimin revirou os olhos, sua boca rosada formando


um "o" de prazer. Quanto mais próximo do ápice ele se sentia, mais o
moreno aumentava a velocidade, fazendo o garoto se tornar uma
verdadeira bagunça.

Jungkook olhou nos olhos castanhos que mal conseguiam se manter


abertos. O rostinho totalmente vermelho e a franja ruiva grudada na
testa, tão perfeito.

Passou seu dedo polegar na glande molhada, espalhando o pré gozo por
toda a extensão, vendo por fim, sua entrega desesperada.

—Goza bem gostoso pra mim amor... só pra mim...

—Jungk...Ahh! —Jimin gozou na mão de Jungkook que não parou o


movimento rápido. Jimin se contorceu violentamente em seus braços,
agarrando sua camisa com força, vendo estrelas, gemendo diretamente no
ouvido de Jungkook. —Hmm... que delícia Jungkookie!

Jungkook estava pulsando de tesão, levou a mão melada com o desejo do


pequeno até sua boca, lambendo tudo sem desviar dos olhos castanhos em
nenhum momento.

Jimin beijou Jungkook com tudo fazendo o mesmo cair de costas na cama
surpreso.
—É a minha vez... —Disse sentando completamente nu sobre sua ereção
coberta, fazendo Jungkook soltar um gemido rouco.

Jungkook estava tão absurdamente excitado que mal conseguia falar, ainda
mais sentindo a bunda que tanto amava diretamente em seu pau.

Jimin fez Jungkook tirar a jaqueta de couro e sua camiseta cinza meio
molhada da chuva, cada movimento que Jimin fazia em cima de si era como
uma tortura, sua bundinha se mexendo sobre seu pau duro feito pedra.

—Porra Jimin… —Ele gemeu assim que o menor começou a rebolar a bunda
nua bem em cima do seu membro coberto. Jungkook segurou sua cintura
com força tentando se controlar para não fodê-lo com todo o seu tesão
acumulado. —Se continuar assim... eu não respondo pelos meus atos!

Jimin sorriu para ele mordendo os lábios grossos, sem deixar de rebolar
provocando um gemido do moreno que afundou a mão grande em seus
cabelos ruivos puxando o para si, mordendo seu queixo, logo em seguida
puxando os lábios carnudos entre os dentes.

—Essa sua calça... eu odeio ela... —Jimin sussurrou, provocativo.

Jungkook riu ao ver Jimin abrir seu zíper e puxar rapidamente sua calça,
logo em seguida arrancando a boxer preta revelando o membro duro e
enorme do moreno.

—Chupa, amor. —Pediu, puxando pelos cabelos ruivos sua cabeça para trás,
beijando todo o seu pescoço, passando a língua pela pele arrepiada. —
Chupa bem gostoso o meu caralho.

Jimin se abaixou, tremendo de desejo, até o membro estar em frente ao seu


rosto. Viu Jungkook se apoiar nos cotovelos observando cada movimento
seu.

Arranhou as pernas musculosas e segurou a extensão grande dele,


Jungkook suspirou, sem deixar de olhar aquela cena absurdamente
excitante.

Jimin enfiou a cabeça do pau dele dentro da boca rodeando a língua na


fenda que vazava pré gozo, chupou com força ouvindo um gemido
controlado e rouco do maior. Abocanhou o membro enfiando tudo que
conseguia dentro da boca, ficando com metade da extensão preenchendo
sua boca, ergueu os olhos brilhantes para Jungkook que semicerrava os
olhos negros e mordia o lábio inferior em puro deleite.

—Que boquinha gulosa amor... —Sussurrou agarrando seu cabelo ruivo,


forçando a boca pequena mais para baixo.

Jimin passou a subir e descer a boca por seu pau, tentado manter um ritmo
sem engasgar, não deixando nunca de olhar nos olhos dele. Segurou a
parte que não lhe cabia na boca e masturbou no mesmo ritmo em que lhe
chupava, deixando a cena mais molhada e excitante na visão do Jeon.

Jungkook estava delirando com a boca quentinha envolvendo seu pau.


Foder a boca de Jimin podia ser considerada uma das sete maravilhas do
mundo, não se aguentou ficar parado e passou a impulsionar o quadril para
cima sentindo uma onda de prazer lhe percorrer assim que sentiu o
pequeno engasgar algumas vezes.

—Nossa... que delícia bebê... —Gemeu, e se arrepiou com os barulhos


molhados e estalados que o outro fazia. —Porra!

Jungkook passou a impulsionar o quadril sem dó contra a cavidade pequena


e molhada, completamente envolto em uma nuvem de prazer inimaginável.

Ver seu pequeno ali com seu pau socado na boquinha linda... era uma
imagem que ele não queria esquecer nunca mais.

Passou a gemer quando viu seu membro cutucar a bochecha do seu bebê
por dentro, e revirou os olhos quando ele se engasgou de novo não
aguentando seu tamanho, fazendo um barulho tão excitante que foi o
suficiente para ele quase gozar.

Jimin se afastou levemente para tossir de maneira que Jungkook achou


adorável e excitante. A boquinha melada e ainda mais vermelha o deixando
louco.

Jungkook sentou se encostando na cabeceira da cama e chamou o ruivo


batendo sua mão em sua perna duas vezes.
—Senta aqui, amor... —Pediu com carinho.

Jimin engatinhou até ele com os lábios carnudos e mais vermelhos que o
normal, preso entre os dentes levemente tortinhos.

—Jungkookie... —Disse manhoso colocando as pernas ao lado de seu quadril


sem se sentar.

Sentiu o moreno roçar seu membro duro e melado nas nádegas durinhas,
gemendo baixo e rouco.

—Senta bem gostoso no meu pau, bebê.

Jimin estava tão excitado e louco por aquilo quanto Jungkook.

Encaixou o membro duro em sua entrada pequena, roçando se ali. Jungkook


agarrou a cintura fina, o abaixando para sentir mais contato. Jimin começou
a descer devagar no membro rígido, sentido sua entrada ser alargada. A dor
era absurda, mas não parou de descer até sentir suas nádegas contra as
coxas musculosas e o pau do moreno completamente dentro de si.

—Porra, Jimin! -Jungkook gemeu e o abraçou sabendo que ele estava com
dor, tentando ao máximo ficar parado mesmo sendo muito difícil. —Tão
apertadinho...

Jungkook secou as lágrimas acumuladas do pequeno e lhe beijou os lábios


carnudos, gemendo quando Jimin começou a se mexer devagar, para frente
e para trás.

—Isso é tão bom Jungkookie... —Jimin apertou seus ombros, subiu e desceu
sentindo o membro grande e pulsante do maior dentro de si.

—Ah... tão gostoso, MEU bebê! —Rosnou lhe segurando com força suas
nádegas macias. —Tão meu!

Jimin passou a subir e descer com um ritmo mais acelerado, sentindo


Jungkook indo fundo dentro de si, lhe preenchendo totalmente.

—Só seu! —Ele lhe disse sem parar de se movimentar o olhando nos olhos
negros.
Jungkook lhe atacou os lábios e ambos se beijaram com Jimin ainda
rebolando em seu colo, causando uma sensação absurda para ambos.

—Gostoso! —Rosnou, lhe estapeando a bunda, logo em seguida apertando


com força a carne branquinha. —Rebola pra mim, delícia!

Jimin passou a rebolar com vontade grudando sua testa a de Jungkook,


ambos se encarando sem nunca parar os movimentos. Gemendo,
suspirando, dando beijos molhados e apaixonados entre os gemidos
quentes.

Jimin estava quase gozando de novo, e Jungkook começou a lhe estocar


mais forte. Batendo em suas nádegas com mais violência do jeito que sabia
que ele gostava, mordendo seu lóbulo da orelha e sussurrou ali.

—Goza no meu pau, bem gostoso amor... —Gemeu em meio a um rosnado


de prazer. —Eu te amo tanto, Jimin!

—AAAhh... Jungkook! —Jimin gemeu se contorcendo e gozando


violentamente no colo dele, sentindo seu ponto doce ser surrado enquanto
ele ainda quicava em seu colo, sua entrada apertando ainda mais o
membro do maior.

Jungkook se sentiu no céu com a visão tão deliciosa do garoto gozando.


Jogou Jimin contra o colchão e foi para cima dele que estava suado e
destruído após o orgasmo. Atacou seus lábios e se enterrou com tudo nele
novamente, gemendo roucamente com a sensação do aperto quente, se
apoiou nos braços e olhou para ele com a expressão mais selvagem do que
nunca. Meteu com tudo várias vezes seguidas, não conseguindo mais
controlar o tamanho do seu desejo, se transformou em um animal sedento.
Sedento pelo corpo escultural de Park Jimin.

Era tão descontrolado, quente, selvagem e enloquecedor.

—Jimin! Oh... Deus! —Gemeu mordendo seu pescoço, a respiração


totalmente descompassada e alta.

Estocou sem dó, sentindo Jimin abraçar fracamente suas costas, e gemeu
longamente sentindo tudo virar um borrão ao gozar na entrada pequena e
quentinha. Não parando de se movimentar até não se aguentar mais em
seus braços, caindo ao seu lado.

Ambos respirando pesado, o peito subindo e descendo rapidamente.

Jimin sorriu ao ser puxado pelo maior que lhe abraçou, os dois
completamente exaustos, entrelaçando as pernas, voltando a se beijar com
mais calma dessa vez.

Depois de um tempo ali, abraçados sem dizer se quer uma palavra,


Jungkook segurou seu queixo e ergueu para encarar o ruivo que estava
quase dormindo.

—Temos muito o que conversar, amor. —Lhe deu um beijo carinhoso nos
lábios quentes. —Mas não agora...

Jungkook lhe atacou os lábios novamente com mais violência que antes, e
Jimin cedeu na mesma hora, se grudando ao maior, com medo que ele
sumisse por entre seus dedos.

—Kookie... eu te amo.

Jungkook sorriu acariciando seus cabelos suados e ruivos.

—Eu também te amo meu amor. Mais do que tudo.

Jimin lhe abraçou com lágrimas nos olhos, se agarrando totalmente a ele.

—Promete para mim que nunca mais vai me dar esse susto. -Sussurrou em
seu ombro. -Promete que nunca mais vai me abandonar.

Jungkook acariciou suas costas nuas com carinho.

—Eu prometo, bebê.

(…)
Hoseok entrou pela janela do quarto que infelizmente era no segundo
andar, esperava que o maluco não fosse lerdo e conseguisse descer na
porra da janela.

O quarto era pequeno e tinha duas camas, estava escuro porém dava para
ver que não tinha ninguém ali, graças a luz da lua.

Bufou totalmente irritado por ter que estar ali.

Tateou atrás de algum interruptor mas não encontrou nada, aquele lugar
era cheio de freiras, e umas mulheres esquisitas com roupas
brancas, definitivamente o inferno. Pensava.

Já passavam das dez da noite e nada do tal Taehyung dar as caras, estava
pensando seriamente em sumir e deixar o maluco ali, dando alguma
desculpa qualquer para Jimin.

Depois de um tempo ouviu a porta se abrir e se escondeu ao lado da


mesma. O rapaz entrou silenciosamente, fechou a porta com muita
delicadeza, como se tivesse medo de alguém o pegar chegando no quarto
essas horas.

Ele acendeu a luz e suspirou, se dirigiu até uma das camas tirando seus
tênis no caminho. Começou a tirar a camisa mas Hoseok foi mais ligeiro e
disse:

—Ei! Esquisito! —Sussurrou.

O garoto deu um pulo e se virou de olhos arregalados, ele ia gritar mas


Hoseok correu até ele e grudou sua mão a boca dele que estava estático
sem saber o que fazer, olhando para Hoseok de maneira assustada.

—Eu vim te tirar daqui, a pedido do seu amigo Jimin! —Explicou para o
garoto se acalmar. —Se eu tirar a mão você não vai gritar?

Ele pareceu aliviado e negou com a cabeça. Hoseok tirou a mão de sua
boca, observando com atenção as feições do garoto. Estava totalmente
chocado com a sua beleza.
—Quem é você? —Sussurrou com a voz grave.

Hoseok sorriu jogando todo o seu charme para ele.

—Sou seu salvador, muito prazer. —Disse risonho. —Me chamo Hoseok.

Taehyung franziu o cenho estranhando o jeito do outro, porém o achando


extremamente divertido e atraente.

Hoseok ficou meio perdido, em sua mente não se lembrava de algum dia ter
visto alguém mais bonito. Ficou totalmente tonto.

CAPÍTULO 23 – Possessão e Consequências

Jungkook e Jimin ainda estavam deitados naquela cama, completamente


agarrados e se olhando nos olhos. A perna do ruivo envolvia a cintura de
Jungkook enquanto o mesmo fazia carinho na coxa macia e arrepiada.

Jimin não conseguia parar de olhar para o moreno, ambos sorriam como
bobos apaixonados.

Não queriam sair daquela bolha só deles, mesmo que já houvessem


chamado eles várias vezes na porta. Mas Jungkook mandava todos irem
embora e pararem de lhes incomodar.

Ficaram ali se olhando, se acariciando por um bom tempo, ouvindo os


carros indo embora e as vozes dos homens sumindo com o passar do
tempo.

Todos estavam cansados.

—O que você procurava naquela gaveta? —Jungkook perguntou olhando


cada detalhe do rosto do menor.

Jimin franziu o cenho, confuso.


—Hã?

Jungkook beijou as ruguinhas de sua testa franzida e roçou os narizes em


um beijinho de esquimó, apreciando estar tão perto do seu amor
novamente.

—Quando eu entrei você falava no telefone e procurava algo nas gavetas...


aliás, você falava com quem no telefone? —Perguntou sério porém de forma
tranquila, ainda fazendo carinho em sua coxa desnuda.

Jimin engoliu em seco, ficando sem saber o que falar. Ainda mais com
Jungkook lhe encarando tão de perto com os olhos negros captando cada
reação sua.

Pela sua falta de resposta, a mão grande ainda acariciando sua coxa nua
parou abruptamente

—E-Eu estava procurando o anel que você me deu, soube que esse era o
quarto do... meu primo. —Jimin sabia o quanto Jungkook odiava que ele
falasse o nome do primo, então tentou evitar falar sobre o mesmo.

—Jimin. —Seu tom era mais sério, os seus olhos mais penetrantes. Jimin
continuou olhando-o, mas de forma nitidamente assustada, o que só
entregava que ele escondia algo. —Eu perguntei com quem você estava
falando ao telefone.

—Jungkook, para que isso agora? —Murmurou lhe olhando nos olhos. —Está
tudo tão bem, não estraga!

Jungkook estava muito mais sério agora, ele realmente começou a


desconfiar que alguma coisa estava errada.

—E vai continuar tudo bem, amor. Mas só se você não me der motivos para
eu desconfiar de nada. —Disse firme sem desviar os olhos do menor que
parecia nervoso, só aumentando mais sua desconfiança. —Com quem você
estava falando?

Jimin mordeu os lábios nervosamente, movimento que foi seguido de


imediato pelos olhos do maior.
—Com o Hoseok. —Disse com as bochechas mais coradas, desviando os
olhos para um ponto qualquer. —Só com o Hoseok.

Jungkook segurou seu queixo o virando para si rapidamente, os olhos


escuros faiscando.

—E por quê?

—Kookie... -Disse manhoso.

—Por quê, Park Jimin?

Jimin não queria falar agora do amigo Taehyung porque sabia que Jungkook
ia surtar e entender tudo errado, não queria ter aquela discussão agora.

—Conversa fiada, ele me ajudou muito nesses dias...

—Não minta para mim! —Jungkook apertou firmemente a coxa do ruivo e


encarou bem seus olhos arregalados. —Eu te conheço amor, eu te observei
por mais de um ano, todos os dias sem exceção. Eu sei quando você está
com raiva, quando está com medo, quando está feliz... —Disse se
aproximando da orelha cheia de brincos. —... sei quando está com tesão, e
com toda a certeza sei quando você mente. Não tente me enganar!

Jimin sentia o coração batendo descontroladamente.

—Eu não quero te enganar, só não quero que você entenda as coisas da
maneira errada.

—O que tem para entender errado? —Perguntou sério, fitando seu rosto
corado. —Responda, Jimin!

—Nada! —Jimin tentou levantar mas foi firmemente puxado para os braços
fortes novamente, sendo segurado ao peito forte, sentindo a respiração
pesada do maior contra seu pescoço. —Me solta, Jungkook!

Jungkook afundou o nariz no pescoço de Jimin, beijando a pele quente,


mordendo-a firmemente, fazendo com que Jimin gemesse entregue em seus
braços.
—Não vai responder, bebê? —Sussurrou em seu pescoço, vendo a pele do
ruivo toda arrepiada, ambos excitados, afinal estavam nus ainda.

—Você é bipolar? Parecia com raiva, agora parece excitado...

Jungkook sorriu, logo em seguida passando a língua na pele arrepiada do


seu pescoço, se deliciando com os suspiros sôfregos do menor.

—Eu só quero que você me responda, só isso. Eu não estou com raiva, mas
fico puto quando você me esconde as coisas. —Disse beijando todo o seu
pescoço, sentindo Jimin estremecer. —E é meio difícil não ficar excitado
com você assim... peladinho nos meus braços.

—Jungkook... —Jimin apertou os ombros largos totalmente louco de tesão.

Jimin soltou um suspiro prazeroso fechando os olhos e virando a cabeça de


lado, dando total espaço para Jungkook abusar da pele de seu pescoço, e
ele o fez.

Mordia, chupava e lambia deixando a pele branca toda cheia de roxos.


Subiu os lábios úmidos até a orelha do ruivo, passando a língua em seu
lóbulo e mordendo firmemente logo em seguida, ficando cada vez mais
duro com os suspiros e gemidinhos de Jimin.

—Fala para mim agora, por que você estava falando com o Hoseok e por
que ficou tão nervoso para me contar sobre isso. -Disse autoritário, sua mão
segurando os cabelos alaranjados com força, beijando seu maxilar. -
Hm? Por quê?

Jimin era louco por Jungkook, não tinha nenhuma força física nem
psicológica para lutar contra todo esse desejo e amor que sentia por ele.

Estava estremecendo com os toques, estava com tanto tesão... sempre


ficava. Jungkook sempre soube onde o tocar e como.

—Porque ele está me fazendo um favor ao tirar um amigo meu da clínica


em que eu fiquei internado. —Sussurrou sentindo os beijos e toques
pararem na mesma hora.
Jungkook parou de beijar seu pescoço e subiu os olhos para lhe encarar
seriamente.

Jimin ficou bem sem jeito com os olhos negros e fuzilantes olhando para si
com um misto de raiva e indignação.

—Kim Taehyung. —Perguntou de maneira irritada. —É esse garoto?

Jimin ficou genuinamente surpreso.

—Como você sabe? —O ruivo estava boquiaberto, com as duas


sobrancelhas erguidas.

Jungkook se soltou dele e se levantou, deixando-o cama. O moreno estava


irritado demais, mas não queria estragar o momento maravilhoso que
tiveram com aquilo.

Começou a vestir as roupas com pressa, sem olhar para o ruivo que ainda
estava sentado no meio da cama tentando entender o que havia
acontecido.

—Vamos embora, Jimin. Já está tarde e ainda tem o lixo do seu primo para
eu lidar amanhã. —Ditou sério colocando os coturnos.

Jimin suspirou audivelmente na cama, enquanto via Jungkook se vestir sem


direcionar o olhar para ele em nenhum momento.

O ruivo sabia que não adiantaria perguntar como ele conhecia Taehyung. E
ele não responderia de qualquer forma, então preferiu evitar mais uma
discussão e se levantou para se vestir também.

Depois que ambos saíram da mansão destruída em silêncio e chegaram ao


carro do maior, Jungkook e Jimin se sentiram pela primeira vez
desconfortáveis na presença um do outro.

Mas mesmo estando com muita raiva, Jungkook não queria isso de forma
alguma.
—Eu não gosto quando faz esse tipo de coisa. —Falou firme quando parou
em um sinal vermelho. Por mais que fosse madrugada, as ruas de Seul
estavam cheias de gente, já que era final de semana.

—Não gosta quando eu faço o quê? —Murmurou baixinho olhando para a


janela.

—Quando resolve falar que já transou com Yoongi na minha cara mesmo
sabendo o quanto eu o odeio, ou quando resolve defendê-lo pra mim! —
Falou com o tom de voz transbordando raiva. —Ou quando resolve fazer
isso de trazer um cara que você já pegou para esfregar na minha cara!

Jimin se virou para ele, indignado.

—O quê? —Gritou, a raiva subindo no sangue. —Você é completamente


louco, Jeon Jungkook? Esquece o Yoongi, eu o odeio agora! E o Taehyung é
quase como um irmão para mim, foi a única pessoa legal que eu encontrei
naquela merda de clínica!

Jungkook riu em escárnio apertando com força o volante, o carro


aumentando de velocidade.

—Desde quando irmãos se beijam? Desde quando irmãos se chupam, Jimin?


—Ele tirou os olhos negros da estrada para olhar para o menor que estava
completamente chocado ao seu lado. —É... eu vi bastante coisa naquele
quarto que vocês dividiam!

Jimin não estava só chocado, ele estava ultrajado. Aquilo havia sido só uma
vez e não deu muito certo, porque Jimin e Taehyung não se sentiam
atraídos sexualmente, tentaram uma vez mas não passaram de alguns
toques e no fim acabaram dando risada daquilo tudo.

—Você me observava a esse ponto? —Gritou com raiva. —Você não tinha
esse direito!

Jungkook freou o carro no meio da rua, fazendo um barulho alto de pneus


que chamou atenção de todos ao redor, alguns carros buzinando sem parar.

Jimin ficou assustado com a parada repentina.


—Você é meu! Eu tenho todo o direito do mundo! —Disse sério olhando-o
bem nos olhos. —Esse garoto já me irrita e eu nunca nem o vi de perto!
Você fez muito mal em mandar Hoseok tirar ele daquela clínica!

Jimin estava frustrado, indignado e se sentindo envergonhado por imaginar


que Jungkook o viu sendo chupado por outra pessoa, pensar nisso o irritou
profundamente.

O carro voltou a se movimentar, já que Jimin não disse nada.

Sua carranca era bem clara, os braços cruzados e o rosto todo contorcido
de raiva. Ficou o caminho inteiro assim até chegarem ao hotel, passarem
pelo saguão, entrarem no elevador e por fim, abrirem a porta do quarto.

—Não vai falar nada? Vai me ignorar? —Jungkook disse vendo o menor
entrar no quarto e se dirigir até suas roupas. —Jimin, eu só te digo uma
coisa, esse cara que não chegue nem perto de você!

Jimin se virou para ele e se aproximou a passos duros, parando em sua


frente. Ambos se encarando firmemente.

—Só não faça nada de mal a ele, Jungkook. —Disse lhe olhando nos olhos
escuros, cruzando os braços.

—Não ache que eu vou permitir esse garoto se aproximar de você! —Disse
firme para o menor que se aproximou mais, morrendo de raiva.

—Ele é meu amigo! É óbvio que eu vou me aproximar dele!

Jungkook agarrou seu braço com firmeza, aproximando com violência o


corpo menor se si. Ambos se encaravam mais de perto, a tensão e a raiva
dominando o ambiente.

—Só por cima do meu cadáver! —Sussurrou próximo de sua boca carnuda e
chamativa quase o beijando.

—Vamos ver então! —Jimin provocou sentindo o aperto em seu braço


intensificar e o moreno se aproximar mais roçando os lábios nos seus.
—Jimin, Jimin... não me provoque, para o bem do seu amiguinho! —Disse
com um sorriso sínico.

—Nem ouse ameaçar ele!

Jungkook ficou com uma raiva...

—Ele te chupou, bebê. Desculpa, mas não tem como não odiar ele com
todas as minhas forças!

Jimin ficou vermelho de raiva e vergonha.

—Não fala esse tipo de coisa! —Sussurrou desviando o olhar.

—Mas é a verdade, por mais que eu odeie isso... é a verdade!

Jimin revirou os olhos.

—O que você queria? Que eu permanecesse celibatário sem saber que você
existia? —Ironizou. —Me poupe!

Jungkook segurou sua cintura o apertando contra si.

—Sim, eu te queria virgem, amor. E só de saber que já encostaram em


você... me enlouquece! —Murmurou em sua orelha apertando sua cintura.

—Isso muda alguma coisa pra você? —Perguntou, chateado.

—Não muda nada amor, mas a minha vontade de matar quem te tocou
permanece forte! —Disse lhe de maneira raivosa abraçando sua cintura
com mais força.

—Não faça nada para ele Jungkook! O Tae é muito legal e me ajudou a
esquecer os problemas, me fazia rir e já me fez desistir de me cortar várias
vezes!

—E se eu só der um susto? Quebrar umas costelas ou...

Jimin lhe empurrou irritado e saiu andando a passos largos.


Jungkook soltou uma risada alta, toda a raiva do moreno se dissipara.

—Aí você vai se ver comigo Jeon Jungkook!

Jungkook encarou luxuriosamente os olhinhos castanhos que saíam faíscas.


Viu que o menor estava com raiva dele, e sua ameaça foi uma surpresa,
uma surpresa extremamente excitante.

—E o que você vai fazer, amor? —Disse excitado se aproximando do


pequeno que ia andando para trás até encostar as costas na parede sendo
encurralado.

Jungkook observou Jimin ali, com os olhinhos arregalados, a respiração


descompassada e as bochechas vermelhas, aquilo tudo só o excitava cada
vez mais. Aquele era Park Jimin, o garoto por quem ele era obcecado e
apaixonado a um ano e meio. O garoto que aparentemente é dócil e frágil,
mas possui a personalidade mais quente que o moreno já teve o prazer de
conhecer. Jimin era fogo puro, assim como seus cabelos. Ele era forte, ele
era lindo e era seu. Jimin lhe pertencia, e nada poderia deixar Jungkook
mais feliz do que esse fato.

—Eu quero ver você tentar machucá-lo! —Jimin sussurrou provocativo.

Jungkook grudou o menor na parede, erguendo suas pernas rapidamente as


envolvendo em sua cintura.

—O que você vai fazer? —Sussurrou em sua boca, mordendo o lábio


carnudo do menor. —Ein?

Jimin nem sabia mais o porque de eles estarem discutindo, só conseguia ver
aquele homem extremamente lindo e sexy o segurando de forma tão
possessiva.

—O que você vai fazer, amor? —Sussurrou suavemente descendo beijos e


mordidas em seu maxilar, lambeu através de sua orelha, logo em seguida
mordendo o lóbulo pequeno.

—E-Eu... —Jimin já não conseguia raciocinar direito, apertou suas pernas ao


redor de sua cintura tentando trazer o moreno mais pra perto. Sua
respiração já descontrolada, as mãos pequenas apertando os ombros fortes.
Jungkook sorriu ao ver seu menino tão entregue não conseguindo
pronunciar nenhuma palavra em defesa de ninguém, a voz só servindo para
gemer.

—Você me pertence amor! —Disse o moreno encostando suas testas, uma


das mãos agora em sua coxa e a outra ousou apertar a ereção marcada do
pequeno que se arqueou todo em seu colo.

—Ah...

—Você é meu! —Roçou os lábios aos do menor, apertando mais firmemente


o membro por cima da sua calça jeans.

—Kook... —Gemeu manhoso.

Jungkook rosnou com o gemido tão maravilhoso do seu amor, descendo o


pequeno de seu colo que escorregou trêmulo pela parede. Pegou o mesmo
pelos cabelos, puxando sua cintura com a outra mão. Uniu os corpos,
beijando os lábios macios e vermelhinhos com tamanha possessividade que
Jimin não conseguia acompanhar.

Logo em seguida, Jungkook pegou a mãozinha trêmula e a levou até seu


membro duro, que pulsou ainda mais ao sentir o contato.

—Olha o que você faz comigo, Jimin... —Sussurrou com os olhos negros
vidrados no ruivo, a respiração pesada, parecendo um predador. —Você me
enlouquece, me deixa fora de mim!

Jimin estava excitado demais com aquela situação.

Jungkook pegou rapidamente o menor no colo, com um braço só e o jogou


na cama ao lado, fazendo o mesmo cair de bruços com a bunda bem
empinada.

—Porra, Jimin!

Subiu em cima dele puxando com rapidez as suas calças, que saíram junto
com a boxer. Jungkook estava quase gozando só com os suspiros do menor,
e quando visualizou sua entradinha pequena e rosada, não pensou duas
vezes ao lamber o local com gosto. Excitado de uma forma que não parecia
que haviam transado algumas horas atrás.

—Jungkookie… Ah… —Jimin arqueou as costas, empinando a bunda no rosto


do moreno que lhe chupava, enfiando levemente a língua molhada e quente
no buraquinho apertado. —Meu deus...

—Você é só meu, amor! —Grunhiu enfiando um dedo devagar ali, mordeu


uma das bochechas macias de sua bunda enquanto enfiava o dedo por
inteiro sendo firmemente apertado por seu interior quente. —Meu!

Voltou a lamber e chupar as o músculo pequeno enquanto enfiava e tirava o


dedo dali, ficando fascinado com aquela visão obscena.

—Jung....Oh... gukkie... uhmm...—Jimin gemia descontrolado, mordendo seu


próprio braço para tentar conter os gemidos. As sensações prazerosas o
levando ao céu aos poucos.

—Jimin, Jungkook? —Ambos paralisaram com a voz de Hoseok do outro lado


da porta. —O Taehyung tá aqui para te ver, Jiminie.

Jimin tentou se levantar mas foi firmemente apertado contra o colchão


novamente.

—Jungkook! Eu... Ahhh... —Jungkook lhe penetrara sem aviso, de surpresa e


o membro grosso lhe atingira a próstata de primeira. As pernas de Jimin
ficaram trêmulas e ele não sabia onde estava nem qual era seu nome.

—Jiminie? —Rosnou enciumado em seu ouvido, grudando as mãos em seu


cabelo, estocando ensandecido na entradinha pequena, se deliciando com a
sensação do calor e do aperto que só Jimin tinha. —Jiminie?

—Kookie... Jung... kook! —Jimin se contorcia com violência apertando os


lençóis, enfiando seu rosto no travesseiro mordendo os lábios perdido em
sensações. —Isso!

Jungkook estava perdido, desesperado ao visualizar seu pau ser engolido


pelo cuzinho apertado do seu amor. Seus gemidos deliciosos entrando em
seu ouvido, o deixando louco.
—Você é tão gostoso amor... Nossa! —Ele dizia em alto e bom som, para
qualquer um ouvir.

—Eles definitivamente estão transando. —Ouviram a voz divertida de


Hoseok do lado de fora da porta. -Vamos, Tae!

Jungkook socou fundo e forte várias vezes seguidas, vendo deliciado Jimin
gemer e se contorcer apertando os lençóis, se empinando mais para ele.

—Jimin, quem manda aqui, bebê? —Sussurrou em seu ouvido sem parar de
lhe estocar com violência.

Jimin não conseguia lhe responder, já estava muito próximo ao orgasmo,


então Jungkook diminuiu a velocidade.

—Quem manda nessa bunda deliciosa, Jimin? —Perguntou firme dando lhe
um tapa forte em uma das nádegas.

—V-Você!

Jungkook voltou a lhe estocar enlouquecido, gemendo rouco no ouvido do


pequeno.

—Fala o meu nome amor... —Sussurrou quase gozando.

—Jungkook! —O menor lhe disse manhoso.

—Repete! —Gemeu aumentando mais ainda velocidade quase morrendo de


tesão.

—JungKook... —O som da sua voz saiu tão destruído.

—Meu deus, Jimin!

Ambos gozaram na mesma hora, junto. Se abraçando ainda mais, não


conseguindo parar de mover os corpos um contra o outro, ambos se
sentindo num pequeno paraíso só dos dois.

Jungkook ficou parado em cima do pequeno tentando controlar seu coração


e sua respiração. Beijou as costas delicadas e suadas, se retirando aos
poucos de dentro do ruivo, gemendo ao ver a entradinha ainda se
contraindo e seu gozo saindo lentamente dali. O deixando perfeito na visão
do moreno.

Se deitou sorrindo ao lado de Jimin, que continuou deitado de bruços com


os olhos fechados, sua boca vermelhinha aberta tentando trazer ar para os
seus pulmões.

Jungkook sentia o coração batendo forte enquanto observava-o, levando a


mão para o seu rosto.

—Você é meu! —Sussurrou acariciando o rosto quente do menor. —Eu te


amo tanto!

Jimin abriu os olhos levemente brilhantes e castanhos.

—Você é o único que me domina assim Kookie. —Sussurrou. —Nem minha


mãe conseguia, nem meu pai... nem ele consegue!

Jungkook se sentiu levemente desconfortável ao ter Twan citado naquela


conversa. Mordeu os lábios, nervoso.

—Você... sabe do seu pai? Eu saí de lá mas não o vi mais. —Mentiu.

Jimin fungou sentindo as lágrimas virem em abundância, os lábios trêmulos


o rosto ainda mais vermelho.

—Ele sumiu, não estava na casa. —Disse com a voz bem embargada. —
Acho que ele morreu, Kookie.

Jungkook sentiu seu coração apertar fortemente.

Puxou o pequeno corpo nu para os seus braços, tentando lhe passar


conforto, abraçou-o firmemente, sentindo Jimin chorar de uma forma que o
moreno nunca tinha visto. Se preocupou muito com isso.

—Shh... calma, amor. —Beijou lhe os cabelos ainda o abraçando forte.


—Minha mãe tinha câncer, mas ela foi morta sufocada por um travesseiro.
—Disse, com a sua voz destruída. —Meu pai não sabia que ela tava morta,
ele nem sabia que o Yoongi estava na minha casa.

Jungkook ouvia tudo aquilo com muito peso na consciência, ele agiu por
impulso ao matar Twan, e agora o seu amor estava sofrendo.

—E agora o corpo dele sumiu, mas não foi nenhum dos membros do Yoongi
ele me garantiu isso.

O coração do Jeon gelou.

—Você foi falar com ele?

—Eu o torturei Kookie com várias facas diferentes, do jeito que você me
ensinou. Mas eu não me senti bem com o sofrimento dele. —Sussurrou
trêmulo no pescoço do maior. —Ele matou a minha mãe, mas não matou o
meu pai. Foi o que ele me garantiu.

Jungkook estava bem impressionado, mas no momento estava sentindo


tanto remorso que não conseguia falar mais nada.

Jimin começou a chorar em seu pescoço e Jungkook lhe abraçou ainda mais
forte, sofrendo por ver Jimin sofrer tanto.

—E-Eu passei esses últimos dias tão aflito, não sabia se teria você de volta
e se encontraria pelo menos o corpo do papai. —Murmurou entre os
soluços, o rosto encharcado em lágrimas. -Pelo menos agora eu posso
chorar, eu estou me sentindo mais seguro com você aqui, Kookie.

Se fosse possível se sentir ainda pior, agora ele se sentia. Acariciou as


costas do seu amor, que não parava de chorar, não sabia o que fazer.

—Eu estou aqui amor, eu te amo, nunca mais vou embora. —Sussurrou
olhando em seus olhos cheios de lágrimas.

Jimin sorriu levemente, mesmo que estivesse triste.

—É só por isso que ainda estou vivo, Jungkook.


Jungkook segurou lhe mais forte.

—Como assim, bebê?

—Se não fosse sua existência eu já tinha dado um jeito de morrer logo
Kookie, eu sou fraco.

—Não fale isso Jimin, por favor. —Lhe implorou beijando todo o seu rosto. —
Você não é fraco!

—Você é o único que me restou, eu não tenho mais família. A polícia está
atrás de mim e de você, eles acham que sou seu refém, Kookie. —Fungou
olhando diretamente nos olhos negros. —Meu pai desapareceu e minha
mãe foi encontrada morta, você faz ideia de como o meu pai é importante?
O presidente era amigo dele de infância, o país todo está atrás da gente.

Jungkook estava confuso, se sentindo culpado, e pela primeira vez sentia


um medo real de perder Jimin de uma forma que não teria volta.

(...)

Namjoon entrou pela porta de sua casa com o coração quase saindo pela
boca, o apartamento elegante estava todo escuro.

Adentrou o mesmo com cautela, tateando a parede em busca do interruptor


e acendeu a luz da sala.

Levou um susto ao se deparar com Jin sentado no sofá, olhando-o com


aqueles olhos que o platinado sempre amou, mas havia algo diferente
naquele olhar, algo como mágoa e raiva.

E ele sabia que seria difícil lidar com Jin, a pessoa mais honesta e correta
que já conheceu em toda a sua vida de merda.

Se aproximou a passos lentos do sofá, e seu marido somente o olhava sério,


sem esboçar nenhuma reação.

—Quem é você? —Sussurrou olhando Namjoon nos olhos.


Namjoon olhou fixamente as feições perfeitas do seu marido, não sabia o
que dizer, não sabia como agir, nem o que falar.

—Sou eu, querido. —Se ajoelhou ao lado do sofá, levou sua mão até a dele,
mas a mesma foi rapidamente afastada. —Jin?

Os olhos de Jin estava cheios de uma mágoa tão profunda que fora capaz de
atingir a alma de Namjoon.

—Eu me refiro a quem é você de verdade! -Sussurrou com raiva, a voz


embargada. —Porque você não é o meu marido, não é a pessoa que eu jurei
conhecer durante todos esses anos!

Namjoon estava sofrendo com cada palavra, mas não tinha o que falar.

—Você é um monstro! Assim como o Jungkook que faz o que quer com o
Jimin! —Disse agora chorando. —E eu não quero ser assim, eu não quero
fazer parte disso. Eu não sou assim!

—Mas...

—Você não é a pessoa que eu achei que fosse, você não é o homem com o
qual eu casei! —Falou com o rosto vermelho cheio de lágrimas. —Por favor
some da minha vida!

—Jin...

—Vá embora! —Disse aos prantos.

E com uma dor profunda Namjoon saiu do lado dele se levantando, e


caminhando em direção a porta daquela que foi sua casa por quatro anos
desde que haviam se casado. Se virou para olhar o seu marido novamente,
este que se encontrava abraçado aos joelhos chorando copiosamente.

—Eu te amo. —Namjoon disse firme, olhando em seus olhos, antes de sair e
fechar a porta atrás de si.

—Eu também te amo. —Murmurou antes de voltar a chorar aos prantos. —


Mas eu amo mais a mim mesmo.
CAPÍTULO 24 - Cara a cara
Jimin havia chorado a noite toda, deitado nos braços protetores de
Jungkook.

Por mais que ele tivesse perdido tudo, ainda não se sentia completamente
sozinho, porque ainda tinha alguém que o amava naquele mundo, e isso de
alguma forma o deixava bem.

Mas ainda sim sentia dor por tudo o que perdera, e por saber que nada do
que ele fizesse traria sua mãe de volta. E lembrar de todas as vezes em que
a ignorou e fez questão de não dizer o quanto a amava, doía e muito.

Por sorte ele tinha Jungkook, que por mais que fosse muito possessivo e
exageradamente ciumento, sempre estava ali por ele.

Se sentia tão adulto agora, e só de pensar na possibilidade de seu pai ter


morrido também só piorava tudo, e não tê-los aqui doeria para sempre.
Eram seus pais apesar de tudo o que já fizeram, Jimin sabia muito bem o
quanto eles o amavam, e fariam de tudo por ele.

Agora que estava com Jungkook, podia finalmente chorar suas dores,
porque sabia que ele cuidaria de tudo. Jimin confiava muito nele, e o
amava.

Por outro lado... Jungkook não sabia mesmo o que fazer. Acabara de
descobrir que cometeu o maior erro de sua vida matando o pai de Jimin.

Ele não fazia ideia de que Jimin reagiria assim, afinal sua própria relação
familiar era um lixo, então não esperava que o ruivo pensasse diferente.
Afinal, ele nunca se deu bem com Park Twan, sempre discutiam, sempre
estavam com a cara virada.

No fundo Jungkook pensou que Jimin não se importaria tanto assim, mas
desde que o menor começou a desabafar sobre sua família, Jungkook notou
o quanto ele os amava, só era orgulhoso demais para admitir. Ainda mais
depois que seu pai se mostrou infiel, e as coisas desandaram na vida deles.
Porém, diferente do que Jungkook vivera, os Park apesar de tudo, se
amavam. Ainda sim existia amor naquela família e ele se sentia culpado por
ter dado aquele maldito tiro.

—Jungkook, desculpa por te atormentar com essa choradeira. —Sussurrou,


encostado no peito dele. —Você com certeza deve estar farto dos meus
dramas.

Já haviam tomado banho juntos, e estavam abraçados no escuro do quarto.


O maior lhe fazendo carinho nos cabelos, o consolando carinhosamente.

—Não há nenhum outro lugar no mundo em que eu gostaria de estar, bebê.


—Sussurrou, cheirando seus cabelos, beijando sua testa. —Você nunca me
incomoda. Eu amo estar aqui com você, mas dói o meu coração te ver
sofrendo tanto.

Por mais que Jimin estivesse sofrendo, estava feliz por estar em seus
braços. Nunca achou que se apaixonaria por alguém antes, quem dirá amar
dessa forma intensa.

O destino o fez amar Jungkook de uma forma tão forte que sabia que faria
qualquer coisa por ele.

—Por que a vida tem que ser tão cruel comigo, Kookie? —Murmurou
trêmulo, sua voz embargando novamente. —Quer dizer… tirar minha mãe e
meu pai no mesmo dia? E ainda ser estuprado para completar o pacote! Se
eu te perdesse também… acho que morreria!

—Ei… não fala isso, Jimin. —Jungkook segurou seu queixo para encostar as
testas, o abraçou fortemente. —Eu juro por deus que nada mais vai te
machucar, é uma promessa minha, amor!

Jimin acreditava totalmente nele.

Sua garganta apertou fortemente. Ele não podia controlar a vontade forte
de voltar a chorar de alívio, porque ele tinha Jungkook.
Jimin se sentiu sozinho a vida inteira, mesmo tendo toda a sua família,
então ter o sentimento forte de ter alguém que o amava e compreendia era
realmente gratificante. Ele sentiu as lágrimas quentes lhe encharcando a
face novamente, de forma incontrolável.

Sentiu os lábios quentes e firmes do moreno beijando seus lábios com uma
delicadeza que lhe tirou o fôlego.

—Você jura Jungkookie? —Sussurrou. Sua voz de choro destruindo o coração


o moreno.

—Eu juro! Juro! —Sussurrou, quase chorando também. —E se alguém tentar


te fazer qualquer mal, eu vou fazer a pessoa pagar do meu jeito. Essa
pessoa irá se arrepender até a próxima vida, meu amor.

—Obrigado. —Murmurou baixinho, olhando em seus olhos, fungando.

Jungkook beijou seu nariz vermelhinho e o abraçou com mais força ainda,
querendo tirar esse sofrimento dele de alguma forma.

—Esquece a minha raiva com o seu amigo, bebê. Só descansa.

—O Tae… eu preciso falar com ele. —Sussurrou olhando cautelosamente


para os olhos do moreno.

Jungkook suspirou mantendo a calma, e lhe deu um beijo na testa.

—Amanhã você fala com ele, desculpa o meu descontrole. Você é tão bom
pra mim, amor. Agora durma, você está exausto.

Jungkook secou suas lágrimas com as mãos, beijou suas bochechas, seu
nariz pequenino, sua testa, seu queixo e por fim, seus lábios secos e
quentes.

Jimin acalmou levemente a respiração, e então bem mais tranquilo dormiu


suavemente com a cabeça em seu peito. Todo agarrado a Jungkook.

O mais velho ouviu o barulho da chuva forte do lado de fora do quarto do


hotel. Sentiu que parecia quase poético e propício para aquele momento o
fato da chuva cair tão forte, se transformando em uma verdadeira
tempestade.

(...)

Taehyung estava morrendo de rir com Hoseok, desde que ele o tirou da
clínica até o caminho para aquele hotel. O garoto não parava um segundo
de falar, e Taehyung já dera boas risadas nesse curto período de tempo,
com a vida infernal que levava aquilo era um verdadeiro milagre.

—Eles estavam trepando violentamente! —Disse Hoseok em meio aos risos


enquanto entravam no quarto.

Taehyung ria da forma do outro falar, não se aguentava, ele era muito
divertido.

—Eu percebi Hoseok, não precisa ficar repetindo. —Falou com um sorriso
nos lábios.

Hoseok se jogou na cama em meio a gargalhadas.

—O Jungkook é bem-dotado, tadinho do Jiminie...

Taehyung revirou os olhos sem conseguir deixar de rir. Se sentou em uma


poltrona bonita do quarto enorme, fitando o tagarela deitado e rindo na
cama.

—Como você sabe isso? —Perguntou curioso. —Já transou com esse tal
Jungkook?

Hoseok se sentou na cama para o olhar para ele, fazendo uma careta de
nojo bem cômica.

—Cruzes, não! Ele é meu irmão! —Estremeceu.

Taehyung não sabia o porque de ter se sentido aliviado com essa


constatação.
—Ainda sim é estranho você saber os… dotes do seu irmão né? —Sussurrou
provocativo, com seu sorriso quadrado.

Hoseok achou seu sorriso fofo.

—Eu sei disso porque assim como o meu irmão… eu também sou bem-
dotado. —Disse sorrindo, lhe dando uma piscada. —É um lance de família
sabe.

Os olhos sorridentes de Hoseok haviam sido a coisa que mais chamara a


atenção de Taehyung. Além de seus cabelos negros um pouco bagunçados.
Ele tinha uma aura de bad boy, mas ao mesmo tempo tinha um sorriso
gigantesco e o seu bom humor contrastava com aquilo, o deixando
simplesmente único. Não era o tipo de pessoa que se via todos os dias.

—Sério? —Taehyung falou rindo, se levantando e indo em sua direção na


cama. —E agora que me tiraram daquela maldita clínica, qual é o plano do
Jiminie? Me manter nesse hotel chique?

Hoseok deu de ombros.

—Provavelmente.

—Deus me livre! Esse é tipo de lugar onde minha família me encontraria


com facilidade. —Fez um biquinho nervoso. —A última coisa que eu quero é
me deparar com qualquer um deles.

Hoseok não conseguia desviar os olhos do outro, ele era realmente muito
atraente.

Taehyung se jogou ao seu lado na cama de casal, deitando na mesma. Os


cabelos vermelhos e lisos espalhados no lençol eram absurdamente
sensuais na visão do Jung.

—Não sei qual é o plano do Jimin, mas eu te garanto que confiar nele vale a
pena. —Disse Hoseok olhando o corpo deitado do garoto de cabelos
vermelhos.
—Eu confio, e muito. —Taehyung se sentou na ponta da cama junto a
Hoseok. —O Jimin sempre foi mais inteligente do que a maioria das pessoas.

—É, ele me surpreendeu esses últimos dias. —Disse sem nunca desviar os
olhos sorridentes do ruivo. —O Jungkook tem sorte.

Taehyung fitou o rosto do outro, que ainda estava o encarando daquela


forma quase desconcertante. O ruivo lhe devolvia o olhar na mesma
intensidade, estava sentindo um clima ali.

—Só não entendi uma coisa. —Taehyung disse baixinho. —Você disse que o
Jimin fugiu de casa, e se envolveu com esse Jungkook, mas...

—Na verdade... Jungkook sequestrou ele.

O queixo de Taehyung caiu, sua expressão de choque foi muito explícita.

—QUÊ? —Gritou de olhos arregalados.

O moreno riu do susto do outro.

—Você tem que conversar com o Jimin, ele vai explicar tudo. —Suspirou. —
Digamos que agora o seu amigo está aqui de boa vontade.

—Eles são namorados? —Taehyung perguntou, estava boquiaberto.

—Jimin e Jungkook são mais que namorados, são quase uma pessoa só. —
Disse lhe sincero. —Nunca vi nada igual!

Taehyung estava incrédulo, mas não conseguia deixar de rir. Park Jimin, o
único amigo que ele conseguiu fazer naquela clínica estava namorando um
sequestrador? Nem em um milhão de anos imaginaria Jimin namorando
alguém, ele era absurdamente frio em relação a relacionamentos, nunca se
apegava, nunca se apaixonava.

As coisas estavam mudando… talvez Jimin só quisesse emoção e esse


Jungkook deu exatamente o que ele precisava. Pensou.
Taehyung e Jimin sempre se consideraram opostos, apesar de terem gostos
idênticos para filmes, músicas e livros.

Enquanto Taehyung era dado como a puta da escola, da clínica… bem, do


mundo, Jimin era tido como intocável, ninguém se aproximava muito dele.
Taehyung se mostrava, ele era alegre (aparentemente) e deixava todos
chegarem mais perto, já Jimin odiava seres humanos.

O fato era que Jimin realmente não gostava de socializar, então se afastava.
Ele sempre foi antissocial, mas quando pisavam no seu calo ele não tinha
medo nenhum de enfrentar quem quer que fosse.

Taehyung sempre teve uma imagem negativa onde quer que ele fosse, mas
Jimin sempre enxergou além dos boatos sempre negativos. Foi isso o que
fez se tornarem amigos inseparáveis naquele lugar que ambos
consideravam maldito.

Hoseok e Taehyung se encararam pensativos.

O de cabelos avermelhados havia gostado dele, mas tinha que se controlar,


ele não queria ser uma vadia novamente, odiava esse título que sempre
atribuíam a ele.

Taehyung sempre foi considerado tudo, menos um garoto normal. Seu “pai”
sempre disse que ele nunca seria um homem.

Seu “pai” abusava de si, seus professores abusavam de si e até alguns


médicos pervertidos das diversas clínicas que passou.

Mas com o passar dos anos o ruivo usava de sua fama nojenta para
conseguir as coisas que queria, por mais que odiasse cada segundo de tudo
o que tinha que fazer nos homens mais velhos. Ele também já usufruiu
muito de sua fama e experiência sexual para seu próprio prazer, como
queria fazer agora, com Hoseok.

Taehyung podia ser filho de uma família rica e tradicional, mas isso nunca
fez ninguém amá-lo. Ele era alguém quebrado, mas poucas pessoas
pareciam se importar com isso.

—Vamos dormir? —A voz de Hoseok saiu baixa, ele ainda o encarava com
os olhos alegres, ainda que seu rosto estivesse sério. —Pode ficar com a
cama, eu durmo nesse sofá.

Taehyung quis muito agarrar o moreno pela jaqueta de couro, achou-o


extremamente atraente. Mas agora que estava livre, queria ser diferente,
estava farto de ter uma vida miserável, de sempre o usarem e depois
descartarem

—Você pode dormir na cama também. —Droga! Ele pensava. Porque tinha
que ser tão impulsivo, droga! —Não vou te atacar enquanto dorme.

Hoseok riu, tirando a jaqueta de couro.

—Ok, mas não vou me importar se atacar. —Piscou para ele, sem tirar o
sorriso espetacular dos lábios.

Taehyung o atacaria sim, e estava se amaldiçoando por isso.

Ele se sentia como a vadia que todos falavam, se sentiu mal. Mas estava
muito atraído por aquele garoto que mal conhecia, ele o queria muito, muito
mesmo. Mesmo que fosse se arrepender quando ele o olhasse e visse o
quão sujo Taehyung podia ser.

(…)

No dia seguinte Jimin foi até o quarto de Hoseok para saber de Taehyung.

Ele havia esperado Jungkook sair, já que ele tinha ido matar Yoongi. Jimin
não queria mais estar presente, aquela fase de sua vida tinha passado, o
que quer que acontecesse com o primo ele mesmo havia plantado.
Além do mais, queria ter um momento com o seu único amigo, e sabia que
o moreno poderia estragar tudo com seu ciúme exagerado.

Chegou na porta de Hoseok e bateu. Esperou, esperou e não foi atendido,


então bateu novamente, e nada.

Jimin tinha a chave do quarto dele, como também tinha chave extra do
quarto de todos os homens que trabalhavam para Jungkook.

Passou a chave na porta e a abriu, se deparando com uma cena que


definitivamente ele deveria ter previsto, conhecendo Taehyung como
conhecia.

Ambos estavam nus e dormindo profundamente, haviam garrafas de bebida


por todo o quarto, além de camisinhas.

Jimin entrou cautelosamente indo até a cama onde ambos estavam


completamente pelados com as pernas enroscadas.

O loirinho se aproximou do cinzeiro ao lado da cama com muito medo do


que poderia encontrar ali. Taehyung tinha que ter melhorado, pensava. Mas
infelizmente ele encontrou o que temia. Uma seringa usada.

—Droga, Tae! —Sussurrou, sentindo um nó na garganta.

Taehyung não havia melhorado, e agora Jimin pensava seriamente se a


ideia de tirar o amigo da clínica havia sido boa.

Encarou ambos deitados em um sono profundo, sentindo raiva de Hoseok


que havia permitido essa merda toda acontecer.

—Hoseok! —Jimin o chacoalhou com violência. —Acorda agora!

Hoseok abriu os olhos, assustado.

Taehyung nem se moveu, e Jimin nem tentaria acordá-lo. Um dos efeitos


colaterais da heroína era a sonolência após a sensação de euforia que ela
causa.
Já havia presenciado aquela cena inúmeras vezes. Kim Taehyung era
viciado e sempre conseguia contrabandear essas drogas dentro da clínica
para uso pessoal, e ele nunca lhe contara como. Mas Jimin sempre soube
que a arma secreta de Taehyung era sempre o sexo, e julgando pela
posição em que estavam a mente do loiro já concluiu tudo.

—Que susto, Park! —Hoseok cobriu suas partes íntimas rapidamente. —


Caralho! E a privacidade, como fica?

Jimin lhe deu um tapa estalado no seu rosto, deixando uma marca bem
vermelha de todos os seus dedos em sua face.

Hoseok ficou paralisado por um momento, depois virou os olhos para ele
com raiva.

—Por quê fez isso, Jimin? —Perguntou Hoseok com a própria mão no rosto,
totalmente em choque.

—Eu fiz isso para não te dar um soco, Hoseok! Ou pegar uma das melhores
facas do seu irmão e te castrar aqui mesmo! —Gritou com raiva, depois
apontou para Taehyung. —Como você pôde fazer isso? Eu confiei em você!
Era para cuidar dele e não fazer isso!

Hoseok olhava para Jimin sem entender nada, tudo isso era porque havia
transado com Taehyung? Havia sido uma das melhores noites de sua vida,
Tae era incrível na cama e foi totalmente consensual de ambas as partes.

—Mas eu cuidei dele, ele está aqui bem e livre daquele lugar!

—Bem? —Jimin foi para o lado do amigo, cobrindo seu corpo nu com a
coberta. Ele nem se mexia. —Você chama isso de estar bem? Ele te pagou
com sexo e você deu heroína para ele né? Mas que merda Hoseok!

—Claro que não! Nós só transamos, só isso! —Gritou, indignado. —Eu nem
assassino sou, quem dirá traficante!

Jimin o olhou desconfiado.


—Pergunte para o Jungkook. —Ele gritou com raiva. —Mas que merda!

Ele parecia muito sincero, então Jimin se sentiu bem culpado pelo jeito que
falara com ele e pelo tapa.

—Então… como ele conseguiu essa droga?

—Ai você têm que perguntar pra ele! —Disse irritado, se levantando da
cama e colocando suas calças com pressa. —Jungkook não vai gostar de
saber que você me viu pelado.

Jimin revirou os olhos.

—Foda-se, não muda de assunto! —Jimin estava transbordando de raiva. —


Eu quero saber onde ele conseguiu isso!

Taehyung era o único amigo que já teve em sua vida, Yoongi não contava. E
por mais que Jimin tivesse problemas em sua vida, não se comparava a
tudo o que Taehyung já viveu. Bem... agora eles podiam empatar
facilmente para ver quem tinha a vida mais fodida.

Mas apesar de ser filho de família muito rica, Tae sempre foi pobre de amor
e carinho, assim como Jimin, por isso ambos se apoiavam tanto, e ele se
importava muito com ele.

Quando Hoseok ia dizer algo, mas Taehyung começou a tossir


compulsivamente, ainda dormindo. E quando ambos olharam para ele, se
assustaram com a cena do garoto vomitando e se engasgando.

Jimin correu para o lado dele, com o coração disparado.

—Santo Deus o que está acontecendo? —Hoseok se colocou ao lado de


Jimin que tinha a cabeça de Taehyung no colo.

O coração de Jimin doía.

Quando isso acontecia era terrível. Ele precisava virar Taehyung de lado
para que o mesmo não se engasgasse com o próprio vômito e foi isso o
que fez. Deixou que vomitasse e limpou o que pôde com a coberta, logo ele
voltou a dormir pesadamente.

Ambos ficaram ali, encarando Taehyung em um sono pesado e agora longe


do perigo de morrer engasgado com o próprio vômito.

—Você não deu essa merda para ele mesmo? —Jimin perguntou, ainda
limpando com a própria coberta a boca do amigo.

—Óbvio que não! —Disse incrédulo.

—Então me desculpe pelo tapa. —Disse baixinho.

Hoseok soltou o ar e fitou preocupado o garoto que lhe proporcionou a


melhor noite de sua vida. Sentiu uma coisa estranha no peito ao ver o
garoto sorridente e cheiro de vida da noite anterior, estar parecendo tão
próximo da morte ali. Pálido e doente.

—Ele é viciado nisso? —Perguntou pegando a seringa, com nojo.

Jimin pegou o braço do amigo e mostrou a Hoseok.

—Olhe para isso. —Hoseok olhou horrorizado todas as marcas de furos no


braço do garoto lindo de cabelos vermelhos. —Tae é viciado em heroína
desde os doze anos. Ele começou com maconha para fugir dos problemas,
depois não fazia mais efeito, então ele só foi indo para drogas mais
pesadas, mesmo que nada nunca fizesse a dor parar.

Hoseok ficou paralisado.

Jimin olhou para o rosto pálido em seu colo e fez carinho nos cabelos
vermelhos.

—Eu nunca fui um amigo bom o suficiente, porque eu sou tão fodido pela
vida quanto ele. —Ergueu os olhos marejados para Hoseok. —Eu tenho
consciência que nunca vou dar o amor necessário que ele precisa, então por
favor, antes de entrar na vida de alguém assim… pensa se você vai ter
forças para não ir embora.

Jimin olhou para os próprios pulsos cheios de marcas de lâminas e sentiu


seu coração apertar.

—Costumávamos dizer que ele era perfurado e eu cortado. Sempre tivemos


um humor mórbido. —Deu um riso sem humor. —Eu quero que ele seja
feliz. Eu tenho poucas pessoas na minha vida que realmente me importo, e
que se importam comigo. Taehyung é uma dessas pessoas.

Jimin não sabia o que iria fazer, mas hoje a noite voltariam para Busan e
algumas coisas mudariam drasticamente.

Depois do resgate de Jungkook e Jin, o ruivinho ganhara muito respeito e


espaço entre os assassinos, e ele usaria isso a seu favor sim, Jungkook
querendo ou não. Queria muito ser mais resistente a ele, mas quando o
moreno estava diante de si, sabia muito bem como o fazer desistir de tudo
e ser submisso a ele.

Isso era tão errado, mas ele não conseguia evitar.

(…)

Jungkook entrou pela porta do esconderijo e foi tranquilamente andando até


seu maior inimigo que se encontrava atrás da porta de madeira do quarto
minúsculo.

Aquele pequeno quarto que já havia aprisionado Jimin, só que em condições


bem diferentes. Yoongi não comia coisas boas, e para um filhinho de papai
aquilo deveria estar sendo uma tortura.

Além de que não tomava banho desde que foi pego no mesmo dia que
havia estuprado Jimin.
Jeon tinha um pé de cabra enferrujado jogado no meio da sala do
esconderijo, pegou o mesmo e abriu a porta.

O quarto fedia a podre, e Yoongi se encontrava com as mãos e os pés


amarrados na cama, o rosto inchado o deixando irreconhecível. Entrou
batendo a porta com força, acordando o homem na cama.

—Jiminie? —Ele sussurrou rouco, provocativo.

Jungkook sentiu todo o sangue do seu corpo ferver de ódio.

—Não acredito que você ainda tem coragem de chamar ele assim.

Yoongi levantou a cabeça com um pouco de dificuldade, encarou Jungkook


com um sorriso sínico.

—Ah, é só você Jeon. Achei que eu transaria hoje. —Disse com a voz
debochada. —Estou com saudades daquela bunda.

Jungkook foi até ele no mesmo momento e segurou seus cabelos com força.

—Você não tem mesmo medo da morte Yoongi? —Jungkook perguntou


quase arrancando seus cabelos. —Ou só é burro mesmo?

Yoongi sorriu, seu rosto inchado chegava a brilhar, seus cabelos estavam
pegajosos. Sua boa aparência se fora, só restava o ser humano podre.

Ele não tinha um pingo de medo de Jungkook, nunca teria. E não pretendia
se rebaixar a ele mesmo que estivesse no último resquício de vida.

—Eu realmente estou cagando e andando para você, Jeon! Eu não vou me
humilhar, no fim das contas eu ganhei, não preciso disso.

Jungkook fitou-lhe o rosto com sua melhor expressão de tédio.

—O que você ganhou? —Perguntou. —Você tá aqui todo fodido. Acho até o
Jimin foi bonzinho com você… só arrancou suas unhas. Porque você sabe
que eu vou fazer coisa muito pior, não sabe?
Yoongi riu, não se deixando intimidar.

—Eu ganhei o Jimin. Eu sempre estive a sua frente, eu o tive muito antes de
você Jeon! —Provocou, se divertindo ao ver a expressão antes tediosa de
Jungkook agora se transformar em pura ira. —Deve ser difícil pra você...
possessivo do jeito que é. Saber que eu tirei a virgindade do Jimin e ainda
por cima o tive de volta, mesmo depois de você, pena que eu não pude
gozar, você chegou antes...

—CALA A PORRA DESSA BOCA! —Gritou bem perto do seu rosto.

Yoongi riu novamente.

—Ele gritava o seu nome, cara. —Provocou. — “Jungkook! Jungkook!” e você


não estava lá... é uma pena né?

Jungkook lhe deu um soco tão forte, que arrancou dois dentes. Foi tão
violento que quase quebrou o osso de sua mão na boca de Yoongi.

—CALA ESSA BOCA!

Mesmo com a boca sangrando, Yoongi não tirou o sorriso dos lábios, porque
sabia que aquilo deixava Jungkook louco de ódio.

—Eu meti tão gostoso nele... sabe Jeon, não existe nada mais prazeroso do
que estar dentro do Jimin. —Provocou rindo. —E só eu e você sabemos
disso, não é mesmo?

Jungkook estava vermelho de ódio, seu corpo todo tremia, ele queria a
morte dele. Mas seria do seu jeito.

Yoongi riu ainda mais com a ira do outro. Ele já sabia que morreria, não
tinha mais o que fazer, porém jogar isso na cara dele lhe dava um prazer
quase sexual.

—Eu sei que eu vou morrer Jeon, e eu não estou ligando para isso. Eu estou
tranquilo.
Yoongi já presenciara muita coisa estranha em toda a sua vida, afinal
estava no mundo do crime desde que se conhecia por gente. Mas nada foi
mais bizarro do que Jeon Jungkook rindo de forma histérica.

Foi um som assustador até mesmo para Yoongi.

Jungkook abriu sua mala de facas que sempre trazia dentro do carro, e
observou todos os tamanhos e cores diferentes, formatos estranhos.
Algumas eram feitas especialmente para ele, então o Jeon começou seu
trabalho, ele amava fazer aquilo, e prometeu que Yoongi seria sua vítima
que ficaria mais defeituosa,

Sempre odiou o fato do Min ser bonito, então essa seria uma das primeiras
coisas que tiraria dele.

—Você não vai morrer hoje, você não vai morrer por um longo tempo Min
Yoongi. —Sua voz estava assustadoramente tranquila e seu rosto sem
expressão. —Você pediu por isso.

CAPÍTULO 25 – Questionamentos
No primeiro dia Jungkook fizera um corte fundo no seu pescoço e o deixou
de cabeça para baixo, pendurado em uma corrente que o mais alto havia
instalado ali. Yoongi sentiu ao longo de minutos, o sangue escorrer pelo
pequeno ferimento, quase o matando aos poucos de forma lenta e dolorosa.

Mas quando ele estava sentindo tudo embaçar e a morte chegando, foi
tirado daquela posição. Somente para ter cada um de seus dedos da sua
mão esquerda, arrancados de forma tão dolorida que o mesmo chegou a
desmaiar várias vezes.

Ele gritava, enquanto sentia a lâmina afiada cortando tanto sua pele quanto
seus ossos com muita precisão. Era uma dor tão indescritível que jamais
havia imaginado sentir algum dia, mas tudo piorava quando Jungkook
puxava os dedos para desgrudarem de sua mão depois de cortá-los
lentamente.

Era desumano e sangrento.

E o Jeon não tirava os olhos da cena sanguinária, como se estivesse


fascinado, e como se adorasse aquilo, amando ver seus grunhidos e choros
doloridos. Não havia como aguentar aquele tipo de dor e ficar calado.

Jungkook pegou um cutelo pesado e afiado, com um olhar sinistro cortou


sem aviso a sua mão com um único golpe rápido e certeiro, separando-a de
seu braço, só a mão esquerda. No dia seguinte cortaria também a
esquerda, mas queria que ele sofresse cada dor lentamente.

O cheiro de sangue dominou o ar, os gritos do outro preenchiam o


ambiente.

Yoongi esperneava, se urinava e até defecava nas próprias calças, tamanha


a sua dor. No fim daquele dia estava completamente destruído, e Jungkook
não havia lhe dirigido se quer uma palavra, somente lhe encarava com um
brilho sinistro nos olhos e um sorriso bizarro nos lábios.

O dia por fim estava escurecendo, e Jungkook havia prometido para o seu
amor que iriam voltar para Busan. Jimin não queria mais continuar em Seul.

Eles haviam discutido novamente por causa de Taehyung, e Jimin


demonstrava uma preocupação tão genuína pelo amigo que deixava
Jungkook louco de ciúmes. Não suportava nem mesmo a ideia de ter que
falar com aquele sujeito, mesmo sabendo que o tal garoto estava doente.
Só queria Jimin longe dele e ponto final.

—Está gostando do tratamento vip? —Sussurrou ironicamente sem tirar o


sorriso cínico dos lábios.

Jungkook se agachou em sua frente o encarando com seus olhos negros


penetrantes. Yoongi levantou os olhos vermelhos para o outro, sua dor era
muito visível, mas não conseguia dizer nada, o sangue saia em abundância
por seu cotoco onde antes ficava sua mão. A dor era tanta que mal
conseguia pensar direito.

—Qual é a sensação de ter encostado no que me pertence, é boa? —


Perguntou sem deixar de lhe encarar firmemente. —É isso que acontece
com quem meche com o meu Jimin. Esse é o preço por me provocar, acho
que agora você está começando a entender.

Yoongi queria responder com alguma provocação, queria lhe dizer que Jimin
era dele, mesmo sabendo que nunca havia sido a verdade. Sempre foi
apaixonado pelo primo, sempre se sentiu atraído, desde pequeno, era algo
que sempre tivera certeza que daria certo, que ele sempre teria Jimin. Mas
a vida não quis que fosse assim, Jimin não o amava e nunca o perdoaria
pelas coisas que fez.

Min por fim aceitava esse fato.

Além de estar com uma dor terrível, ainda estava com a descrença total de
que sairia dali vivo.

Pelo que Jimin dissera, ele perdeu praticamente tudo, seus aliados, seus
parceiros, boa parte de seu dinheiro que havia sido saqueado pelos homens
de Jungkook. Ou seja, tudo que Yoongi queria mesmo era a morte rápida,
provocar o Jeon não havia sido uma boa ideia e agora ele se arrependia
amargamente.

—Um médico da minha confiança vai vir aqui cuidar dos seus ferimentos. —
Jungkook riu do olhar surpreso do outro. —Ele só vai fazer isso para que
você dure mais tempo vivo, seu lixo humano! Mas você não terá nenhum
remédio para dor. Eu sei que sua noite vai ser bem difícil… a minha eu vou
passar muito bem.

Jungkook saiu do quarto trancando bem a porta, deixou algumas pessoas


cuidando para que Yoongi não fugisse, por mais que fosse impossível isso
acontecer.

Entrou em seu carro e saiu daquele fim de mundo. A estrada ali era deserta,
ninguém conhecia aquele lugar, por isso era um esconderijo perfeito.

Jungkook achava muito prazeroso torturar Yoongi.

Quando por fim pegou a estrada, começou a se preocupar com o que faria
para sumir com Kim Taehyung, ele não o queria perto de Jimin, porém não o
mataria. Já havia cometido esse erro ao matar Park Twan e definitivamente
não cometeria o mesmo erro de novo.

Somente porque não suportava a ideia de seu bebê sofrer mais.

Todo seu autocontrole era por Jimin, porque se não fosse por ele, já teria
matado Taehyung a muito tempo, desde que o vira pagando um boquete no
seu amor.

Tinha ódio só de pensar, nunca esqueceria a cena.

Estava seguindo Jimin já faziam seis meses, ouvindo conversas por celular,
tirando diversas fotos dele, só pensava nele, já estava ficando louco de
paixão.

Só não havia matado seu primo naquela época porque tinha descoberto
tudo sobre ele, e seria mais difícil. Então se torturava todos os dias
observando a pessoa que ele considerava sua, ser tocada por outros caras.

Era um autocontrole que não teria hoje em dia, aquilo era dolorido de mais,
e sempre lhe deixava com uma raiva desumana, que descontava em outras
pessoas.

Quando finalmente havia conseguido um jeito de lhe perseguir na clínica, se


deparou com aquele garoto alto, pervertido se atracando com o seu Jimin, e
isso nunca ficaria barato.

Jungkook apertava o volante, já ficando com raiva novamente.

Amanhã de tarde, Jimin e Hoseok iriam para Busan.

Era para Taehyung ir também, pelo menos Jimin e Hoseok achavam que ele
ia, mas Jungkook não permitiria que isso acontecesse de forma nenhuma, e
ele sabia muito bem como dobrar o seu baixinho. Eles discutiriam e como
sempre acabariam na cama, e no fim ele lhe obedecia sem nem ao menos
se tocar disso.

Sempre era excitante discutir com Jimin e domá-lo na cama, ele ficava uma
delícia quando estava nervosinho.

Parou em frente ao enorme prédio do hotel e esperou o manobrista pegar


seu carro. Caminhou pelo saguão, entrou no elevador, indo diretamente
para o quarto que sabia que Taehyung estava dividindo com Hoseok.

Bateu na porta diversas vezes, sabendo que Hoseok não estava ali, já que
havia o designado para uma missão. O Kim estava sozinho, e agora teria
que lidar com Jungkook.

Taehyung não demorou muito para abrir a porta, se deparando com um


cara muito bonito parado lhe olhando de uma forma sinistra e de braços
cruzados. Seu maxilar estava trincado, como se quisesse socar algo ou
alguém.
De primeira ficou impressionado com a beleza do estranho, mas logo em
seguida ficou com medo da forma que ele lhe encarava.

—Posso ajudar? —Disse calmamente, segurando a porta, quase se


encolhendo atrás dela.

Jungkook entrou no quarto antes que Taehyung fechasse a porta.

O garoto de cabelos vermelhos até tentou fechar a porta na sua cara, mas o
outro era mais rápido e mais forte. Entrou lhe empurrando, quase o
derrubando no chão.

Jungkook fechou a porta, e a trancou, guardando a chave em seu bolso.

—Qual é a sua? —O de cabelos vermelhos tentava passar um ar de que não


estava com medo, mas sua voz tremia. Tae sempre tinha medo de que o
machucassem, porque as pessoas sempre o machucavam ou abusavam
dele de alguma forma. —Quem é você?

Jungkook se aproximou de Taehyung que se encolhia e ia andando para


trás, o moreno lhe segurou o braço fino com força e lhe lançou um olhar
duro.

—Eu sou Jeon Jungkook. E você é Kim Taehyung. Herdeiro e filho mais novo
de Kim Dong. Você tem dois irmãos mais velhos e uma irmã mais velha,
todos têm vidas acadêmicas incríveis, são bem sucedidos e casados. —Jeon
parou em sua frente, olhando nos olhos assustados de Taehyung. —Eu
conheço cada mínimo detalhe da sua vida. Sei que é viciado em heroína, sei
que foi abusado sexualmente pelo homem que você chama de pai, mas na
verdade é seu padrasto. Sei que você vendeu a si mesmo em troca de
drogas, e transou com metade dos seus professores e médicos, entre outras
coisas.

Taehyung estava completamente chocado com o que aquele homem estava


falando para si.
Não fazia ideia de como ele conhecia tanto de sua vida, mas sabia só pelo
jeito de ele se portar que era perigoso. Principalmente por também saber
que o mesmo havia sequestrado Jimin, então se manteve o mais longe que
conseguia, olhando para todos os lados menos em direção a seus olhos
escuros e assustadores.

—E-E oque… onde você quer chegar com isso?

Jungkook apertou com força exagerada o seu braço, ouvindo um leve


grunhido de dor do mesmo.

—O que eu quero dizer é que você vai manter distância do Jimin, se não eu
acabo com a sua vida! —Ameaçou. —Você não faz ideia do quanto eu estou
me controlando para não quebrar todos os seus ossos aqui mesmo!

Seu tom era tão frio e sério que foi mais do que o suficiente para
amedrontar o garoto. Ainda mais com os dedos fortes ferindo seu braço, e o
olhar penetrante e irado que o moreno lançava para si.

—Mas o que foi que eu te fiz? —Sussurrou, assustado.

Jungkook o empurrou contra a parede sem muita força.

—Você tocou no que me pertence! —Gritou em seu rosto.

Taehyung franziu o cenho confuso, olhando de relance para o outro que


ainda lhe encarava com desprezo.

—Como assim? Eu nunca nem te vi!

Jungkook se aproximou novamente e Taehyung se grudou mais ainda a


parede, tentando manter alguma distância.

O moreno segurou seu pescoço e apertou.

—Fica longe do Jimin! Não toque nele, não abrace ele, se quer olhe para ele!
Eu quero que você suma! —Sussurrou ameaçadoramente. —Eu te dou
quanto dinheiro você quiser, mas você vai sumir e nunca mais vai aparecer
por aqui. Estou sendo claro?

Taehyung não estava entendendo o porquê de Jungkook lhe odiar tanto,


não entendia nada do que ele estava falando.

—Mas por que?

—POR QUE EU ESTOU MANDANDO! —Gritou tremendo de raiva apertando


seu pescoço!

—Jungkook? —Ouviram a voz de Jimin do outro lado da porta do quarto. —O


que você está fazendo aí?

Taehyung se sentiu muito aliviado.

Jungkook sentiu o sangue gelar, só conseguia sentir que foi sorte que havia
pego a chave do quarto do Hoseok, se não o pequeno teria entrado sem
nem mesmo bater ao ouvir sua voz.

O moreno apertou mais o pescoço de Taehyung que já estava vermelho em


busca de ar.

—Se você disser um A do que aconteceu aqui, se considere morto! —Disse


largando seu pescoço e indo abrir a porta, ouvindo tosses controladas de
Taehyung atrás de si.

Abriu a porta para pequeno que não parava de bater em nenhum momento,
se deparando com a imagem de um Park Jimin absurdamente lindo, mas
com uma carranca raivosa. Seus olhos estavam semicerrados e
desconfiados, seus braços cruzados.

—Oi, amor. —Jungkook lhe ofereceu um sorriso caloroso, seu corpo


esquentava somente em ver Jimin e aquilo nunca mudaria.

—Não vem com “Oi amor” Jeon! —Jimin passou por ele, entrando no quarto,
se deparando com o amigo que parecia prestes a chorar a qualquer
momento segurando o próprio pescoço. Se tinha alguém que ele conhecia
quando estava com medo, esse alguém era Taehyung. Voltou os olhos
questionadores e irados para Jungkook. —O que está acontecendo aqui?

Jungkook sorriu de lado, tranquilo. Levando uma das mãos até os cabelos
do menor, colocando uma mecha atrás de sua orelha enquanto fitava seu
rosto nervoso.

—Primeiro de tudo o que você está fazendo nesse quarto, Jimin? Nós já não
conversamos sobre isso ontem? —Perguntou enciumando.

—Nós já conversamos e eu te disse que viria aqui sim, ele é meu amigo! —
Disparou morrendo de raiva, voltou os olhos para o amigo indo até ele. —
Tae o que ele fez com você?

Quando ambos iam se abraçar, Jungkook puxou o menor pelo braço com
tudo, chocando seu corpo ao dele.

—JUNGKOOK! ME SOLTA! —Gritou se debatendo em seus braços, assim que


foi levantado e jogado sobre o ombro do maior.

—Vamos conversar no nosso quarto amor! —Disse simplesmente. —


Estamos incomodando o Taehyung, não é?

Taehyung olhava tudo aquilo sem saber o que fazer, não sabia se o outro
era capaz de machucar Jimin, mas não parecia que era. Segundo Hoseok, os
dois tinham uma relação um tanto esquisita, então achou melhor não se
meter, só faria algo a respeito se soubesse que o amigo estava em perigo
ou se estivesse sendo machucado.

Observou a cena do moreno alto levando seu amigo baixinho dali como se
ele não pesasse menos do que uma pena, passando pela porta a deixando
aberta. Os gritos raivosos de Jimin sendo ouvidos pelo corredor.

Logo em seguida Hoseok entrou no quarto com um sorriso divertido nos


lábios.

—Meu Deus, nunca vi esses dois brigando! —Hoseok disse rindo e fechando
a porta.

Taehyung ainda estava em choque com tudo o que havia acontecido, então
não conseguiu sorrir de volta para o outro.

—O que houve Tae? Você está se sentindo melhor? —Perguntou preocupado


com o semblante cabisbaixo do garoto. —Espera aí... por que seu pescoço
está tão vermelho?

Hoseok se aproximou do ruivo tocando com delicadeza e gentileza a sua


pele do pescoço. Estava bem avermelhado, e considerando que Jungkook e
Jimin saíram dali aos berros já podia deduzir que seu irmão tinha feito algo
a Taehyung.

—N-Não é nada...

—O Jungkook veio te ameaçar? —Perguntou, subindo levemente sua mão do


pescoço até o rosto bonito, olhando fundo em seus olhos. —Eis uma coisa
que eu aprendi sobre o meu irmão, não mecha no que é dele, não o
provoque, e ele nunca fará nada para machucar ninguém.

—Eu nunca mexi em nada dele, seu irmão é louco! —Disse assustado.

—Você era amigo do Jimin, na cabeça dele isso é uma ameaça, ele é muito
possessivo. —Disse meio cansado. —Tae, se ele fizer isso de novo me fale,
Ok?

Taehyung tentava se concentrar no que o moreno dizia, mas estava ficando


muito arrepiado com as mãos do outro lhe acariciando o pescoço e rosto,
ainda mais com o jeito que ele lhe olhava.

—M-Mas isso é ridículo, eu e o Jimin não temos nada! Somos amigos, não
tem nada a ver! —Dizia indignado.

—Uma hora ele aceita a amizade de vocês, só dê um tempo.

Tae balançou a cabeça nervosamente em negação.


—Eu não vou dar tempo nenhum, eu vou embora daqui. Esse cara é louco e
assustador! Eu amo o Minnie mas pelo que eu percebi o único que corre
risco de morrer aqui sou eu! —Disse se afastando das mãos de Hoseok que
lhe segurou levemente o braço fazendo o ruivo olhar em seus olhos.

—Não vá! —Pediu, queria muito dizer que o protegeria mas sabia que não
podia contra Jungkook, mas não podia ir contra o irmão agora que ele
confiava tanto em si, afinal eram sangue do mesmo sangue e mal conhecia
Taehyung. —Fica, por favor.

Taehyung estava sentindo algo esquisito na boca do estômago, e por mais


que tentasse queria muito se lembrar da noite que tiveram, tinha certeza
que ficaria gravada para sempre em sua memória.

—Por que você quer que eu fique? —Sussurrou lhe olhando, os batimentos
aumentando.

Hoseok queria dizer que estava tendo sentimentos por Taehyung, mas era
orgulhoso demais para confessar isso a uma pessoa que só conhecia a dois
dias. Então ficou em silêncio antes de lhe responder.

—Porque... o Jimin me pediu para cuidar de você. —Soltou o braço fino de


Tae, e cruzou os braços. —Você só vai sair depois que ele permitir.

—É só por isso? —Perguntou com algum tipo de esperança.

Por mais que estivesse acostumado a ser usado e descartado, quando


conheceu Hoseok sentiu que ele podia ser diferente, não queria estar
enganado.

Hoseok não ponderou antes de dizer.

—Sim, é só por isso!

Taehyung estava enganado.

(...)
Jungkook bateu forte a porta do quarto, estava difícil não derrubar Jimin de
tanto que ele se debatia e arranhava suas costas.

O levou até a cama enorme de casal e o jogou ali, se deliciando ao ver a


imagem sensual de seu pequeno nervosinho no meio da cama que ambos
transavam todas as noites.

—EU VOU TE MATAR JEON JUNGKOOK! —Gritou o pequeno fazendo menção


de levantar.

Jungkook subiu em cima dele com uma rapidez invejável, segurou suas
mãozinhas a cima da cabeça.

—Shhh… quietinho bebê...

—Jungkook! —Gritou quando o mesmo separou suas pernas com os joelhos


sem tirar os olhos escuros do rosto contorcido de raiva. —Nós não vamos
transar hoje! Nós vamos discutir e MUITO!

Jungkook riu tentando lhe beijar os lábios carnudos donos do seu


pensamento, mas Jimin virou a cara na mesma hora, o moreno suspirou lhe
olhando seriamente agora.

—Porque você tem que ser tão rebelde, amor?

—ME SOLTA! —Jimin estava irado dessa vez.

O ruivo nunca esteve tão irritado com Jungkook, nem mesmo quando soube
de Georgiana. Porque Taehyung era seu amigo, e ele já sofrera de mais
nessa vida, iria protegê-lo até a morte.

Jimin usou toda a sua força para sair do aperto, mas as mãos do outro
parecias ferro de tão fortes, tentou lhe dar algum tipo de golpe, mas nada
dava certo.

—Se acalma bebê, vamos conversar, mas primeiro se acalma.

Jimin estava incrédulo e pela primeira vez odiou esse lado irritantemente
frio do outro.

—Cala essa boca, Jeon! Eu estou com ódio de você! —Disse lhe olhando
firme nos olhos. —Eu sei que você ameaçou o Taehyung, e você tiver
machucado ele de alguma forma eu não do que eu sou capaz! Eu nunca
mais olho na sua cara!

Jungkook ponderou suas palavras, saber que Jimin estava com ódio doeu.
Ele sabia que tinha exagerado com Taehyung, o garoto mais parecia um
grilo de tão magrinho, e Hoseok estava interessado nele pelo jeito. Não
tinha como ele ser uma ameaça, nem para o seu relacionamento nem para
Jimin, só sentiu raiva.

—Desculpa! —Disse lhe olhando nos olhos. —Por favor, amor. Me desculpa!

Jimin arregalou os olhos, a boca se abriu levemente. Não se lembrava de


Jungkook pedir desculpas por ferir alguém antes.

—Você está pedindo desculpas por Taehyung? —Estava chocado.

—Na verdade estou pedindo por você, mas se ele é realmente importante
pra você… eu me desculpo com ele pessoalmente.

—Espera aí... o que? Você está falando sério?

—Eu... ué não era isso o que você queria? —Perguntou mordendo seu
queixo. Encostou suas testas, embriagado com o cheiro do seu ruivinho. —
Se for pra você não fica bravo comigo eu posso pedir desculpas, eu faço
qualquer coisa bebê.

—Sério? —Jimin sussurrou amolecendo na mesmo hora. —Jura?

Jungkook assentiu beijando seus lábios que agora não lhe foram negados.
Jimin havia baixado a guarda e já se entregava ao moreno novamente, que
se aproveitou passando suas mãos por todo o seu corpo com desejo.

—Sério amor. —Sussurrou mordendo seu lóbulo.


—Me solta agora, Jungkook. —Disse em um tom tão sério que Jungkook lhe
soltou cautelosamente e olhou-o preocupado.

—O que houve amor?

—Eu não acredito em você! —Disse saindo de baixo do moreno e se


levantando. —Eu não acredito em uma palavra que você disse!

Ambos se encararam sérios. Jungkook preocupado com o rumo da conversa


e Jimin tentando ao máximo tomar controle das suas ações, dos seus
pensamentos, da sua vida como um todo.

Ele queria sua identidade, não queria ser só alguém que pertencia a outra
pessoa. Estava começando a questionar se aceitar ficar com Jungkook de
livre e espontânea vontade tinha sido uma boa escolha.

Seu coração dizia que sim, seu corpo também, mas em sua cabeça ele tinha
certeza que algo estava errado.

Seus sentimentos estavam estranhos, sentia falta de si mesmo.

CAPÍTULO 26 – A Fuga
—O que está acontecendo com você, amor? —Jungkook perguntou confuso.
—Eu sei cometi muitos erros, mas...

—Nossa! Pelo menos você reconhece. —Disse com a voz chateada.

Os olhos de Jungkook estavam sobre Jimin, se tinha algo que o maior tinha
certeza, eram seus os sentimentos pelo ruivinho, mas sua possessão era
algo que ele não conseguia controlar.

Sentir que estava ferindo o menor de alguma forma, o deixava triste.

Jungkook não era do tipo que ficava triste por outra pessoa, sempre havia
sido uma pedra de gelo, mas desde que Jimin entrou em sua vida, se tornou
alguém mais emotivo, irracional e impulsivo.

—Mas Jimin, no caso daquele seu amigo não tem como não ficar com
ciúmes, ele te chupou!

Jimin estava farto.

—Foda-se, Jungkook! Você não vê o quanto isso é irrelevante? Com quantas


pessoas você já transou? Ein? —Disse raivoso se aproximando dele a passos
rápidos. —Quantas, Jungkook?

Jimin parou em sua frente, olhando para cima, diretamente em seus olhos
negros.

—Isso não importa! —Disse simplesmente. —Nenhuma dessas pessoas me


importam. Eu me importo só com você!

—E por que comigo seria diferente?

Jungkook ficou sem fala, porque ele sabia muito bem que estava errado.

—Amor, eu tenho muita dificuldade em saber que outra pessoa já encostou


em você.

—Eu te perdoei por você ter transado com a Georgiana, e nunca joguei isso
na sua cara. Você foi manipulado? Foi. Mas você transou com ela! E eu te
aceitei de volta sem nenhuma objeção. —Falou com a voz embargada. —Foi
muito difícil saber que você trepou com ela, mas eu estou com você. Isso se
chama confiança, Jungkook!

—Jimin…

—Eu te perdoei por você ter me prendido em um quarto, porque por mais
errada que a nossa relação seja, eu me apaixonei por você Jungkook. Eu
quis fazer parte do seu mundo, eu quis ser como você! —Disse lhe com
lágrimas descendo levemente por seu rosto. —E eu matei pessoas por você.

Jungkook não sabia o que fazer, nem o que falar. Estava se sentindo a pior
pessoa do mundo, na verdade, ele sempre se sentiu a pior pessoa do
mundo, mas agora era muito pior. Porque agora ele realmente se importava
com alguém, e saber que tinha magoado Jimin era como um soco no
estômago.

—Eu neguei voltar para casa com o meu pai, quase não fui ver minha mãe,
e eu tenho certeza absoluta que eles estão mortos por minha causa! —
Falou soluçando, deixando as lágrimas caírem em abundância. —Mas eu
estou aqui com você não estou? Porque eu te amo, droga!

Jungkook não aguentou mais e o abraçou com toda a sua força. O ruivo
tentou se afastar dele, porque por mais que quisesse o abraço quente e
caloroso, estava triste e com raiva.

—Shhh... eu também te amo bebê, e nada disso é culpa sua. —Ele lhe
sussurrou no ouvido.

Jimin ao sentir que estava apreciando de mais o corpo do outro colado ao


seu, se afastou abruptamente.

Queria muito não ser tão apaixonado por Jungkook, não conseguia deixar de
amá-lo, mas precisava pensar em tudo o que se passou consigo até agora.
Sua cabeça estava confusa, e a volta de Taehyung na sua vida o fez
perceber que tinha que ajudá-lo. Mas Jungkook jamais permitiria, o que era
realmente triste e sem sentido.

—E-Eu preciso de um tempo sozinho. —Disse cauteloso, olhando para


Jungkook.

Jungkook tomou o rosto belo em suas mãos, beijando sua testa.

—Tudo bem amor, eu me hospedo em outro quarto para você pensar


melhor.

—Jungkook-ah você não entendeu. Eu... preciso de um tempo do nosso


relacionamento. —Disse com dor no coração, secando as lágrimas. —Eu
tenho que ficar longe de você por um tempo, entende?

Jungkook ficou estático, tentando formular em sua cabeça o que o menor


havia acabado de dizer. Não, aquilo nunca! Nunca na sua vida ele deixaria
Jimin ir.

Um certo desespero tomou conta de si, e a possibilidade real de perder o


seu amor veio a tona. Ele o pegou pelo braço o puxando com uma violência
desnecessária chocando os corpos um ao outro.

—Nunca! Você é meu! —Disse descontroladamente, apertando o corpo


menor contra si. —SÓ MEU! Nós não passamos por tudo isso para você se
afastar de mim agora, não entende?

—Para com isso! —Disse tentando se esquivar do aperto dos braços do


moreno lhe segurando, puxando sua cintura para cima quase o
machucando tamanha a força usada.

Jungkook estava com vontade de destruir algo, socar alguém, matar,


extravasar tudo o aquilo que sentia. Ele apertava o pequeno com força, com
medo do ruivo sumir por entre seus dedos, não aguentaria mais viver sem
ele.

O amava de mais, não conseguia controlar seus sentimentos, sabia que era
perturbado, não gostava de ser assim, porém era sua personalidade e não
conseguia mudar.

Jimin se assustou com o tanto que o moreno tremia e o apertava. Sabia que
era o melhor para ambos se afastarem pelo menos um tempo, também
sabia que ele não reagiria bem a isso, mas tinha que fazer. Era necessário
um tempo para pensar em sua vida, sem ter Jungkook para influenciar em
suas escolhas.

—Por favor, eu não quero te obrigar a ficar comigo. Essa é a última coisa
que eu quero fazer, meu amor! —Sussurrou segurando seu rosto com as
duas mãos. —Eu faço qualquer coisa, só não me deixa!

Jimin olhou em seus olhos que estavam ainda mais escuros e levemente
mais dilatados, um pouco mais úmidos que o normal, Jungkook estava
quase chorando?

Notar todo o seu desespero fez com que toda a estrutura do ruivo ruísse.
Abraçou-o fortemente, sentindo o quanto ele estava trêmulo.

Jungkook segurava Jimin com tamanha força que o ruivo quase perdia o ar,
seu coração batia forte dentro do peito.

Não teria como ir embora, ele não permitiria.

Jimin percebeu boquiaberto que teria que usar de outra tática que não
queria ter que usar, mentir e fugir.

Obviamente já se sentia culpado de antemão, mas não tinha outra maneira.

—Tudo bem Kookie… esquece o que eu disse, não vamos dar um tempo. —
Disse, vendo um sorriso aliviado tomar conta do rosto bonito do moreno.

—Não mesmo amor, não tem o menor cabimento. —Jungkook sussurrou


olhando fixamente seus olhos, que transpassavam todo o carinho que
sentia pelo ruivo. —Eu te amo tanto, nunca vou me cansar de dizer isso.
Jungkook beijou-lhe abruptamente e Jimin não conseguiu resistir aos seus
lábios maravilhosos.

Era sempre assim, eram viciados um no outro. O relacionamento em si era


como uma droga viciante e essa droga ia do inferno ao paraíso.

Os lábios carnudos e macios se deliciavam com os finos e mais firmes do


moreno, as respirações se misturando, os suspiros sendo engolidos em
meio ao beijo, as bocas se completavam assim como as línguas quentes e
molhadas que dançavam no ritmo do beijo. Era explosivo, quente,
apaixonante e especial, e por mais que estivessem se beijando e indo para
a cama todos os dias, parecia sempre uma experiência nova. Como uma
viajem que por mais que você já tenha visitado algum lugar, toda vez que
vai novamente é sempre diferente e único, independente do destino.

Assim eram Jimin e Jungkook, uma viajem, turbulenta, tortuosa, difícil,


apaixonante, mágica e errada.

Talvez o fato de serem tão errados um para o outro só tornava tudo ainda
mais certo em seus corações perdidos e em suas mentes perturbadas.

Jimin não conseguiu evitar algumas lágrimas, porque não sabia o que viria a
seguir, mas sabia o que tinha que fazer. Ele amava Jungkook, isso era óbvio,
nunca deixaria de amar, não era possível sentir o que ele sentia agora com
outra pessoa e não conseguia mais se imaginar nos braços de outro
homem.

O pequeno seria seu para sempre, mas precisava sair de sua aba por um
tempo, e pensar com a própria cabeça, só tinha medo da sua reação que
não seria nenhum pouco controlada.

Naquela noite Jimin não se entregou a Jungkook, simplesmente não


conseguiria. Estava se sentindo muito mal, não gostaria de sentir como se
fosse uma despedida porque de fato não era, logo ele voltaria para o
moreno, só gostaria que o mesmo o entendesse.
Jimin perdeu tudo. Seu pai, sua mãe e querendo ou não seus tios e seu
primo, que ele considerava muito.

Yoongi morrera para ele no momento em que o estuprou.

E o estupro foi mais uma forma de perder algo, sua dignidade e o fim da
sua identidade. Ele só se fazia de forte, mas por dentro estava destruído, e
não gostava de ser essa pessoa, não queria ser fraco.

Quando o moreno estava quase dormindo abraçado a si, Jimin colocou seu
plano em prática. Tinha um calmante e colocou na água dele.

Jungkook sempre dormia com uma garrafa de água ao lado da cama, dessa
vez não foi diferente, e como sempre ele tomou toda a água.

Jimin seria era dono da própria vida, e Jungkook não tinha o direto de o
prender ali.

—Estou muito cansado, amor. —Murmurou lhe abraçando a cintura na


cama. —Mais do que o normal bebê...

—Dorme Kookie. —Jimin disse, calmamente acariciando os cabelos escuros


e macios.

Jungkook olhou-o fixamente nos olhos como se soubesse de tudo. Agarrou


mais desesperadamente sua cintura, afundando o rosto em seu pescoço.

—Amor, eu conheço os efeitos de um calmante… você colocou na minha


água, não é?

Jimin ficou aflito, os olhos arregalados fitando os sonolentos do Jeon.

Jungkook lhe apertou mais em desespero, as mãos grandes cravando na


cintura do menor, que deu um gemido de dor.

—Desculpa Kookie, mas não teria outro jeito de sair daqui. Você tem que
me entender, por favor me entenda!
O moreno sentiu sua cabeça rodar, e sabia o que viria a seguir, ele dormiria
por um dia inteiro, e isso o desesperou. Não tinha forças para segurar Jimin
ali, e como agora todos os seus homens confiavam no ruivo, ele sairia sem
problemas do hotel.

—Jimin, não faz isso! —Ele murmurava, vendo tudo embaçado, tentando
com todas as forças se manter acordado. —Por favor... eu te imploro… não
me deixa!

Jungkook estava quase dormindo, mas parecia usar de todas as forças que
ainda tinha para manter os olhos minimamente abertos.

Jimin sentiu o coração apertar, mesmo sabendo que estava fazendo a coisa
certa, se aproximou dele e lhe selou os lábios delicadamente.

—Eu não estou te deixando, coloca isso na sua cabeça. Eu te amo Jungkook!

E com um sentimento gigantesco de angústia, Jungkook dormiu.

Jimin correu desesperadamente pelo quarto, arrumando tudo para sair dali,
antes que desistisse.

(…)

Namjoon ligou para Hoseok naquela madrugada.

Estava a dias em Busan, organizando tudo para a volta de Jeon, e logo tudo
voltaria ao normal na “Empresa de Tecidos”, com o esquema de lavagem
de dinheiro e assassinatos. Porém algo estava errado nos arquivos da noite
em que ele sequestrara Jungkook para salvar Jin.

—Hoseok. —Falou ao telefone, enquanto procurava algum rastro de Park


Twan nos arquivos. —Está na escuta?
Jungkook e Namjoon eram absurdamente organizados, tinham os nomes e
sobrenomes de todas as pessoas que morreram por suas mãos ou em
algum confronto com eles, precisavam ter. Afinal viviam disso, e as mortes
precisavam ser registradas, até a morte menos significativa era registrada,
então por que raios Twan não estava nos arquivos?

Ele foi pesquisar sobre isso a pedido de Park Jimin, e como devia a vida do
seu amado ao ruivinho, não custava fazer um simples favor. Porém, não
encontrava nada.

—Porra, Namjoon… —Falou com a voz preguiçosa e rouca de sono. —Isso


são horas de me acordar?

—Me escute pivete… tem algo errado nesses registros.

Hoseok suspirou pesado, sentando na cama e bocejando. Estava revoltado


por ter sido acordado no meio da madrugada para falar sobre registros.

—O que? —Sussurrou com sono.

—O que aconteceu com Park Twan? —Perguntou já com medo da resposta.


—Não me diga que o Jungkook matou ele, pelo amor de deus.

O nome de Twan estava em todos os jornais importantes, quando um


homem importante desses desaparece, o país para. E como a casa dos Park
ficava em uma vizinhança muito fina e movimentada, complicava tudo,
porque os assassinos não tinham tempo de limpar todas as evidências
antes da polícia chegar.

Ou seja, quem quer que tenha sido o assassino de Park Twan, seria
perseguido pela polícia incansavelmente. Mas o que realmente estava
deixando Namjoon genuinamente preocupado, era como Jimin reagiria a
essa revelação.

Hoseok suspirou do outro lado da linha, e Namjoon já teve sua resposta.


Claro que tinha sido Jungkook, e com toda a certeza ele dera um jeito para
que sumissem com o corpo.

—Jimin já sabe que foi ele? —Namjoon perguntou exausto, passando a mão
no rosto em claro desespero.

Hoseok suspirou novamente, olhando para Taehyung que estava dormindo


serenamente ao seu lado, a luz da lua iluminando o rosto bonito do garoto,
e por um momento se perdeu ao observar sua beleza.

Jung Hoseok já podia se considerar apaixonado, e estava morrendo de


medo daquele sentimento.

—Ele não faz ideia, e não pode saber disso nunca. —Disse baixinho, com
medo que o garoto de cabelos vermelhos escutasse algo. —Jungkook deixou
bem claro, é proibido falar sobre Park Twan.

—É claro, só o Jungkook mesmo para matar o pai do namorado. —Disse


indignado. —Desculpa, mas seu irmão não bate bem!
—Só percebeu isso agora? —Riu ironicamente, observando admirado o rosto
de Taehyung dormindo profundamente.

—PUTA QUE O PARIU HOSEOK! —Gritou do outro lado da linha.

—Shhh! Fala baixo, eu não estou sozinho. —Sussurrou olhando o ruivo


adormecido ao seu lado.

—Onde ele mandou jogar o corpo? —Namjoon perguntou com medo da


resposta.

Mais um suspiro pesado.

—O Jungkook pediu que dessem um enterro decente para ele, por respeito.
Mas sinceramente acho que só jogaram o corpo em alguma vala mesmo,
isso você vai ter que investigar.

—Me diz agora, o que eu faço? O Jimin me pediu para descobrir isso, como
eu vou olhar na cara dele e defender o Jungkook?

—Ah, aí é com você Namjoon, eu não tenho nada a ver com isso. Só fiquei
sabendo de tudo muito depois, conversando com os caras, o Jungkook não é
muito acessível e você sabe disso.

Como o quarto estava em um silêncio absurdo, Taehyung conseguia


entender cada mísera palavra que ambos trocavam, e nervoso, ele fingia
dormir.

Seu coração estava disparado. “Com quem Jimin estava metido?”

Como seu amigo reagiria ao saber que seu pai havia sido morto pelo
Jungkook? Ele contava ou não? Sinceramente estava achando melhor fugir e
deixar tudo para trás, mas isso também não seria uma traição com seu
melhor amigo?

Fingir dormir era uma das melhores habilidades de Taehyung, quando era
abusado por seu padrasto, sempre fingia dormir, com esperança que ele
desistisse. E raramente ele desistia.

A porta do quarto foi aberta bruscamente e tanto Tae quanto Hoseok se


assustaram.

A luz foi acesa e Jimin adentrou o quarto com tudo, era estranho ele estar
ali essas horas da madrugada, ofegando e com os olhos arregalados.

—Jimin? —Hoseok se levantou da cama desligando o telefone rapidamente.


—O que faz aqui? Já passam das três da manhã!

O baixinho entrou no quarto de maneira afobada, parecia ter corrido uma


maratona. Seus olhos cheios de lágrimas e com uma mala em mãos.

Hoseok levantou com tudo e foi até ele.

—Vamos embora, Taehyung! —Jimin disse apressado. —Agora!


Taehyung se levantou em um pulo, não queria ouvir explicações, queria
somente ir com o amigo, afinal só confiava nele. Se vestiu na velocidade da
luz, totalmente afobado.

—O que está acontecendo, Jimin? —Hoseok perguntou preocupadamente.


—Depois eu explico, Hoseok! —Disse olhando-o nos olhos tentando o
acalmar. —Mas está tudo bem, só vamos ir mais cedo para Busan, você vai
amanhã e nos encontramos lá.

Hoseok não acreditou em uma palavra, mas não podia questionar Jimin,
então só concordou desconfiadamente com a cabeça.

Viu Taehyung e Jimin saírem rapidamente e de mãos dadas pelo quarto,


deixando-o sozinho e com um ponto de interrogação gigante na cabeça.

O que estava havendo?

(...)

Jimin e Taehyung saíram as pressas do hotel, correndo, quase tropeçando


nos próprios pés.

Jimin havia pedido um táxi que já se encontrava na porta do prédio, as


poucas pessoas presentes no saguão estranhavam os dois garotos de mãos
dadas correndo de forma desesperada pelo salão até chegar do lado de
fora.

O carro já estava a espera.

Taehyung entrou no táxi e Jimin colocou sua única mala no porta-malas,


apressado. Logo em seguida entrou no carro também.

Seu medo era que quando Jungkook acordasse, descobrisse rapidamente


onde estavam e ficasse tão furioso ao ponto de querer matar ele e
principalmente Taehyung.

Quando por fim o carro estava em movimento ambos suspiraram muito


mais aliviados.

—Posso por favor entender o motivo de tanta pressa? —Taehyung lhe


perguntou por fim.

Jimin olhou para o amigo, seus olhos cansados o semblante triste.


—Eu amo o Jungkook, Tae. —Disse quase chorando. —Mas eu acho que ele
não me ama, só tem uma obsessão por mim, algo doentio. Eu preciso de
um tempo para pensar e ele precisa de um tempo para reavaliar os
sentimentos, é mesmo amor? Ou é uma doença?

Taehyung olhava preocupado para o amigo, Jimin não era sensível assim.
Segurou suas mãos como que para passar apoio.

—Ele é... algum tipo de bandido… —Sussurrou em seu ouvido para o


motorista não ouvir. —E dos mais perigosos, não é?
Jimin assentiu, seus lábios tremiam.

—Eu não sou diferente. —Disse se lembrando de tudo o que já havia feito
por Jungkook e por si mesmo.

—Obrigado por me tirar daquele inferno. —Sussurrou novamente segurando


suas mãos e olhando em seus olhos. —Ninguém nunca fez algo assim por
mim antes.

Os dois amigos se abraçaram fortemente, se assustando com o trovão que


ecoou no céu daquela madrugada. Logo em seguida a chuva caindo em
abundância.

O carro parou em seu destino, um beco escuro e estreito.

—O que estamos fazendo aqui, chim? —Perguntou com medo daquela


escuridão.

Jimin semicerrou os olhos observando além daquela escuridão.

—Só me segue.

Jimin pagou o taxista e desceu do carro, sendo seguido por Taehyung, que
não estava entendendo nada do que estava acontecendo. Pegaram a mala
e foram andando pelo beco escuro, sendo encharcados pela chuva
abundante.

—Eu estou com medo desse lugar. —Taehyung sussurrou.


—Shhh...

Quando chegaram no fim do beco tinha um carro escuro esperando. Jimin


abriu a porta e o outro entrou, não sabia o que estava havendo mas o
baixinho parecia saber exatamente o que fazer, então Taehyung já não
estava mais com tanto medo.

—Por que trocamos de carro?

Jimin deu as instruções para o motorista e se virou para falar com o amigo.

—Nós vamos trocar de carro mais duas vezes, é necessário para que não
sejamos rastreados com facilidade, entende? —Disse. —A primeira coisa
que Jungkook vai fazer é rastrear aquele taxista.

Taehyung assentiu lentamente, o corpo sentindo calafrios só de pensar em


ser rastreado por aquele psicopata.

—Você não tem medo dele?

Jimin suspirou encostando a cabeça na janela, olhando as gostas grossas de


água batendo contra o vidro fosco.

—Não, eu sei que ele nunca me machucaria. —Sussurrou, a voz embargada.

—Mas ele me machucaria, né?

Jimin mordeu os lábios sem olhá-lo, e assentiu com a cabeça.

Taehyung ponderou sobre o que falar, e como. Soltou um longo suspiro,


pensando que Jimin precisava saber, ele era seu amigo, o salvara e devia
isso a ele.

—Chim, eu ouvi uma conversa do Hoseok com um cara no telefone hoje e...

Jimin pareceu interessado e voltou os olhos para o amigo.

—A maioria da conversa eu não entendi muito bem, mas eles falaram algo
que acho necessário você saber. —Falou cauteloso.
—O quê? —O menor perguntou curioso.

—Seu pai…

Jimin se virou bruscamente para ele.

—É sobre o meu pai?

Taehyung assentiu, preocupado como a expressão aflita do outro.

—Fale, Tae! —Disse agoniado. —Pelo amor de deus!


—Esse tal Namjoon queria saber algum arquivo relatando a morte do seu
pai, e parecia não encontrar, então ligou para o Hoseok para perguntar se
ele sabia alguma coisa.

—E… ? —Jimin estava quase tendo um ataque de nervos. Será que


finalmente saberia o que tinha acontecido com o corpo?

Taehyung estava tão aflito quanto, era horrível ter que dar essa notícia.

—A conversa foi para outro rumo, mas só sei que afirmaram que quem
matou seu pai…. foi o Jungkook.

Tudo dentro daquele carro congelou, Jimin estava paralisado, olhando para
o nada, como que digerindo a informação.

Seu peito subia e descia em um ritmo acelerado, e tudo o que havia


acontecido entre ele e Jungkook passou como um filme em sua cabeça, até
o ponto em que se encontravam ali, nesse ponto da história.

Estava com raiva… não raiva não, ódio. Muito mais do que ele já sentiu por
alguém em toda a sua vida.

Seu corpo tremia.

Escutava de longe a voz do amigo perguntando se tudo estava bem e a


chuva se tornando mais forte. Seus pensamentos estavam se
embaralhando, e nada em sua cabeça formulava direito.
Nada foi mais doloroso do que os sentimentos que se passavam dentro de
si naquele exato momento, e o que mais doía era o maldito sentimento que
mesmo se transformando em ódio, não deixava de ser forte, nunca
deixaria!

Jimin não podia mais viver assim, e ele não viveria.

CAPÍTULO 27 - Afastamento
Jungkook acordou com dificuldade, a luz forte adentrando as cortinas do
quarto iam diretamente para o seu rosto.

Abriu um pouco os olhos com cuidado, e olhou para o seu lado atrás de
Jimin como fazia todas as manhãs. Mas por incrível que pareça o baixinho
não estava agarrado a ele, o que era estranho já que ele sempre dormia
grudado em si como um coala.

O outro lado da cama estava vazio.

Franzindo o cenho, ele olhou para a porta do banheiro, que estava aberta e
não parecia ter ninguém lá dentro.

—Jimin? —Chamou sentando-se na cama.

Tudo rodava, não se lembrava de ter bebido na noite anterior, então por
que estava com tanta dificuldade em levantar? Pensou por alguns segundos
sobre que havia acontecido, se lembrando vagamente de Jimin falando que
ia embora.

Eles tinham discutido, mas tudo tinha dado certo depois, não é? Não. Ele se
lembrou que o ruivo colocara algo em sua bebida para poder fugir, então
tudo ficou claro em sua mente.

—Jimin? —O desespero tomou conta de si.

Se levantou as pressas vendo o quarto inteiro rodar.

Tinha esperanças de que tudo havia sido apenas um pesadelo, mas ao abrir
o guarda-roupas e constatar que praticamente todas as coisas de Jimin não
estavam mais ali, ele teve certeza que tinha sido bem real e que o seu amor
lhe deixara.

—Você não fez isso comigo! —Murmurou desesperado, olhando para o


guarda-roupas vazio. Todo o seu corpo foi tomado por uma adrenalina. —
VOCÊ NÃO PODE TER FEITO ISSO COMIGO!
Ele deu um soco na madeira do guarda-roupa como que para descontar
toda sua frustração. Sua garganta queimava, seus olhos ardiam, estava
irado, não acreditava que aquilo podia estar acontecendo.

—Você não pode me abandonar! —Socou repetidas vezes a madeira bonita


e decorada, vendo a mesma ruir aos pedaços e sua mão ser toda perfurada
por lascas de madeira.

Porém a dor que estava sentindo por dentro era tanta que sua mão estava
indolor.

Cego de raiva e desespero foi até o lado de sua cama atrás de seu celular.
Havia mais de noventa chamadas perdidas, quase todas de Namjoon e dos
homens que trabalhavam para eles.

Jungkook tremia tanto que mal conseguia segurar o celular direito, estava
completamente indignado. Não sabia nem por onde começar a procurar
Jimin, estava transtornado demais para pensar sobre isso.

Clicou em retornar a chamada de Namjoon e esperou na linha.

—Jungkook? —Namjoon falou do outro lado da linha. —Finalmente!

Jungkook andava de um lado para o outro sem saber o que fazer, seu
coração estava tomado de tristeza e desespero.

—Me diz por favor que o você sabe do Jimin e que ele está bem!

Namjoon suspirou pesadamente do outro lado da linha.

—Jeon, eu não tenho uma notícia muito boa para você.

—Nada pode ser pior do que perder ele, Namjoon! —Disse arrasado. —Ele
me deixou, e eu ainda não estou acreditando nisso!

—Nada é tão ruim que não possa piorar, Jungkook.

—Fale de uma vez! Não vê que eu estou desesperado?!


—Cara… o Jimin fez um terço dos nossos homens desertarem, não me
pergunte como ou porquê. —Disse.

Jungkook parou de andar pelo quarto, seu rosto branco de choque.

—Como assim? —Seu coração iria sair do peito de tanto que batia. —Por
que ele faria isso?

Jungkook estava com muita raiva do ruivo, quando o encontrasse teriam


uma conversa bem séria. Ele havia passado de todos os limites.

Tudo isso era por causa daquele amigo? Bem, então esse Taehyung seria
morto, foi o próprio Jimin que pediu por isso.

—Com certeza descobriu que você matou o pai dele, eu não tenho dúvidas.

Jungkook gelou da cabeça aos pés.

Agora sabia que perdera de vez o seu amor, e já sentia as lágrimas


descerem em abundância pelo rosto. O peito todo tomado por uma angústia
incontrolável.

—PUTA QUE O PARIU!

—E tem outra coisa.

—FALA! —Gritou desesperado.

—O Yoongi... ele matou o cara essa madrugada com um tiro na cabeça,


uma morte bem rápida, limpa e indolor. E todos os homens que estavam no
esconderijo cuidando do Min foram junto com Jimin. —Suspirou. —Seu
garoto tem uma habilidade de convencimento absurda!

Jungkook estava em estado de choque.

Ele não podia ter feito isso! Não podia!

Pela primeira vez sentiu raiva de Jimin, muita raiva.


Como ele pôde matar Yoongi sem sofrimento nenhum? Jungkook ainda tinha
muito para torturá-lo.

Estava com raiva de si mesmo por ter sido impulsivo e matado o Twan, e
com raiva de Jimin por não deixar ele explicar nada e sumir.

—Eu não acredito que ele fez isso! —Disse tremendo de raiva. —Ele está
fodido na minha mão, Namjoon! Ele simplesmente não podia ter feito isso!

—Onde você estava essa tarde? Você sumiu!

—Eu dormi a porra da tarde toda! O Jimin me deu calmantes ontem, se não
ele jamais teria fugido daqui. Eu fui burro de confiar tanto nele!

Namjoon soltou uma risada que irritou Jungkook profundamente.

—Park Jimin é um lobo em pele de cordeiro, Jungkook. Nunca em toda a sua


vida você vai domá-lo totalmente, quando fizer algo que vai irritá-lo, ele vai
devolver em dobro.

Irado, Jungkook chutou uma cadeira para longe, sentindo o peito subindo e
descendo com violência. O coração disparado, com a sensação de perda
inundando todo o seu ser e nada o desesperava mais do que aquela
sensação.

—Ele ainda não me viu com raiva Namjoon, ele não sabe no que foi mexer!

—Então, Jeon… tem mais uma coisa que eu não te falei.

Jungkook começou a se vestir as pressas.

—O que?

—Ele mandou colocar fogo na sua casa de Busan. A casa que vocês
ficavam, e bom… tudo virou poeira.

Jungkook paralisou novamente ao ouvir aquilo. O que Jimin estava


pensando?
—Meu Deus! —Sussurrou, apavorado. —Ele está com muita raiva.

—O Hoseok está o dia inteiro tentando falar com você, ele achou que você
não estava no seu quarto do hotel porque bateu várias vezes e ninguém
atendia. Ele disse que o Jimin apareceu de madrugada no quarto dele,
pegou o amigo e sumiu, desde então não viu mais ele.

Jungkook rosnou de raiva, tendo uma enorme vontade de quebrar tudo o


que via pela frente.

—É CLARO! É ÓBVIO QUE ELE IA LEVAR ESSE MALDITO JUNTO! —Jungkook


começou a ter um ataque de fúria. —EU DEVO SER ALGUM TIPO DE IDIOTA
NÃO É POSSÍVEL!

—Calma, Jeon.

—CALMA? COMO VOCÊ QUER QUE EU TENHA CALMA? —Jungkook estava


descontrolado, morrendo de ódio e ciúmes por imaginar o seu pequeno com
aquele amigo por perto. —SE ELE ENCOSTAR NO JIMIN....

—Jungkook!

—EU VOU MATAR ESSE CARA! E O JIMIN VAI PASSAR A ENTENDER QUEM
MANDA NESSA MERDA!

—Você encosta no amigo dele e então vai ter a certeza que ele nunca mais
te perdoa. —Namjoon falou, suspirando em seguida. —Se controla!

Jungkook fechou os olhos, sentindo todo o seu corpo tremer de raiva,


sentindo sede de sangue. Mas ele sabia que Namjoon estava certo, se ele
machucasse Taehyung, nunca mais teria Jimin.

—QUE MERDA!

—Foco, Jeon!

Jungkook tentou tomar seu lado racional novamente, precisava parar de


tremer um pouco.
Já sabia exatamente por onde começar a procurar o seu Jimin, e ele o teria
de volta, por bem ou por mal, nem que precisasse trazer ele arrastado pelos
cabelos, mas traria.

(…)

3 SEMANAS DEPOIS.

Jimin já havia chorado o suficiente para encher o oceano pacífico, e seu


plano de vingança não havia nem começado direito.

Ele sabia o quão arriscado era entrar em guerra com alguém como
Jungkook, ainda mais sabendo que ele tinha Namjoon ao seu lado. Ele era
muito bom no que fazia, era inteligente, sagaz, forte e simplesmente lindo…
não que isso importasse agora. Porque o odiava com todas as forças!

—Chim… toma pelo menos um café. —Taehyung sussurrou sentando ao seu


lado na cama. —Você não pode ficar desse jeito pra sempre.

Jimin fungou tomando um gole da bebida quente, mesmo que seu estômago
não quisesse aceitar nada no momento.

Eles estavam na Europa, Inglaterra para ser mais específico. Era incrível o
que podia se fazer com muito dinheiro e identidades falsas, Jimin já havia
trocado aquela identidade que Jungkook lhe dera, não era burro.

Agora comandava tudo a distância, tinha sorte por todos aqueles homens
confiarem nele, mas ainda sim tinha medo de permanecer na Coreia,
porque seria muito mais fácil de o acharem.

Lembrou do que fez com Yoongi e sentiu muita dor em todas as partes do
seu corpo e da sua alma. Era seu único arrependimento até então.
—Eu vou ficar desse jeito até acabar com ele de vez, Tae. —Disse
determinado. —Eu vou destruí-lo!

Jimin se sentou na cama, estava dolorido de tanto ficar deitado e seu rosto
estava inchado de chorar. Descobrir que o amor da sua vida matou o seu
pai por puro capricho não é a melhor notícia do mundo, e por mais que não
tivesse o melhor relacionamento com ele, ainda era o seu pai!

—Você não vai conseguir fazer isso, Chim. —Taehyung disse calmamente.
—No começo até achei que conseguiria, mas tá escrito na sua cara que
você é estupidamente apaixonado por ele.

Jimin parou de tomar seu café para olhar seriamente o rosto do amigo.

—Ele matou o meu pai, Taehyung. É o tipo de coisa imperdoável! Era o meu
pai! Meu pai! —Fungou sentindo as lagrimas quentes descerem por seu
rosto. —Por mais que ele fosse cruel com a minha mãe, um traidor, e me
tratasse como um retardado desde que eu era pequeno. Ainda sim era o
meu pai.

Taehyung soltou o ar dos pulmões.

—Lembra quando você me ajudava a fugir da freira Mary nas segundas em


que eu era obrigado a tomar diversas injeções? Eu sabia que ela veria as
marcas das picadas no meu braço, e aquilo era uma merda, se vissem que
eu tinha me drogado de novo, a minha estadia naquele inferno de clínica só
ia aumentar. Mas você me ajudava a esconder isso, mesmo sabendo que
era errado e que devia me entregar. —Taehyung disse calmamente. —Você
fazia isso por que sabia que eu sofreria, você lembra?

—Claro que lembro, mas o que tem a ver uma coisa com a outra? —
Murmurou cabisbaixo. —Não estamos mais naquela clínica.

—Esse sou eu te dando um conselho que eu sei que é errado, mas que vai
fazer bem para você. —Sussurrou pegando suas mãos, olhando Jimin nos
olhos. —Esquece esse plano de vingança, vai viver sua vida! O fato do seu
pai estar morto não transforma ele em santo, não! Porque nessa história
ninguém é santo, meu amigo.

Jimin bufou e fez um beicinho trêmulo.

—Lembra de tudo o que ele fez? Traiu sua mãe com a sua tia, disse que
você era fruto de golpe da barriga, e te internou em uma clínica depois que
você tentou se matar. Ele nem ao menos foi te visitar um dia sequer e você
ficou lá por um ano inteiro! —Taehyung pegou suas mãos pequenas e olhou
nos olhos do amigo. —É isso o que pessoas como os nossos pais fazem,
Jimin. São perfeitos por fora, mas uma podridão por dentro.

—Tae… não defenda o Jungkook! Porque se ele estivesse aqui, te mataria


sem pensar duas vezes!

—Não estou defendendo ele! —Disse sincero, ainda olhando em seus olhos.
—Mas ele já fez coisa muito pior, Jimin, e você aceitou.

O menor compreendia o que ele queria dizer. Ele sempre soube onde estava
se metendo, e já teve inúmeras oportunidades de fugir mas não o fez
porque simplesmente não quis… no fim, Jimin e Jungkook eram iguais.

—Que inferno! —Murmurou. —Por que esse maldito tem que ter tanto
efeito sofre mim?

Taehyung riu, bagunçando os cabelos do menor.

—Vocês são loucos. Mas não são tão diferentes... mas quer saber? Foda-se
a sanidade! O Jungkook é um escroto, admito, mas ele é um escroto que te
ama! —Disse dando de ombros. —É muito melhor do que tudo o que eu já
tive pelo menos, porque a vida é uma verdadeira merda Jimin.

Sim, a vida era uma verdadeira merda. Jimin pensava.

—Mesmo assim, eu não vou desistir de acabar com ele! —Se levantou da
cama se afastando de Taehyung.
Haviam alugado um apartamento no subúrbio de Londres, estavam a
semana toda comandando tudo o que fazer de longe, mas alguns homens
haviam desistido, por medo de Jungkook.

O Jeon já havia matado vários que estavam do lado do menor, e havia


prometido uma recompensa para quem trouxesse Jimin inteiro e intacto
diretamente até ele.

Por isso Taehyung e Jimin estavam sozinhos ali, ninguém mais sabia onde
estavam, e nunca saberiam, porque não tinha como, era impossível.

—Você… tem falado com o Hoseok? —Jimin perguntou enquanto via a


chuva londrina do lado de fora.

—Sim...

Todos os dias eram cinzentos, mas Jimin amava os dias nublados.

O ruivo sabia que Taehyung falava com Hoseok quase todos os dias, mas
havia pedido para nunca contar nada sobre Jungkook, ele ficava muito
afetado com qualquer coisa relacionada a ele. Não queria de forma alguma
falar com ele, haviam tomado todo o cuidado para as chamadas não serem
rastreadas.

Sabia que Jungkook sabia das ligações e pedia sempre para falar consigo
por pelo menos um minuto, mas não podia de forma alguma falar com ele,
não queria ouvir sua voz.

Tinha muito medo de alguma recaída, porque por mais que estivesse
morrendo de raiva, não queria arriscar.

—Ele não citou o Jungkook dessa vez? —Soltou no ar.

—Quer mesmo saber? —Perguntou com um olhar cômico direcionado a si.

—Só quero saber se ele pretende matar mais algum homem sem
necessidade, aquele idiota sádico!
—Ah claro, você só quer saber isso?

Jimin afirmou com a cabeça irritadamente.

—Bom, você conseguiu dar um bom prejuízo para eles, mas todos os caras
estão voltando a trabalhar com ele. —Disse indo em sua direção. —Chim,
você é muito bom, mas não é experiente o suficiente para bater de frente
com ele, e sabe disso. Ainda mais com homens que já trabalharam com ele,
e o admiram e respeitam.

—Eu sei disso, mas eu posso ser tão bom quanto ele! —Disse convicto. —Eu
vou acabar com a vida dele Tae!

—Eu estou aqui para tudo, mas me diz como vamos fazer isso? Qualquer
passo em falso e ele nos acha, e você sabe, quando ele nos achar... já era!

Taehyung recebia muitas ameaças de Jungkook, mesmo Hoseok tentando


acalmar os ânimos, o Jeon tinha muito ódio dele. E pelo que seu irmão dizia,
ele estava muito mal, não comia direito, tinha pesadelos e acordava no
meio da madrugada chamando pelo baixinho. Ele estava enlouquecendo
todos ao redor.

Hoseok tentava de tudo para que Taehyung revelasse onde estava Jimin,
porque ninguém mais estava aguentando. Se Tae falasse onde está o
amigo, Jungkook o perdoaria, mas ele nunca diria nada.

Taehyung preferia a morte do que trair seu amigo.

—Ele nunca vai nos achar. Eu vou acabar com ele, e nós vamos seguir
nossa vida longe da Coreia, Ok? Então por favor esquece o Hoseok, pare de
falar com ele.

Jimin conhecia Taehyung, então sabia que ele estava apaixonado, e se


sentia mal por fazer um pedido desses a ele.

—Ok... —Murmurou baixinho.


Naquele mesmo momento o telefone de Taehyung tocou assustando os dois
garotos. Ultimamente estavam assim, com medo de tudo, qualquer barulho
era o suficiente para matá-los do coração.

Taehyung foi até o celular, seu coração bateu forte quando viu o número
desconhecido.

—Não é o número do Hoseok... —Disse olhando Jimin nos olhos.

—Não atenda! —Falou assustado olhando fixamente para o telefone


tocando alto no meio escuro daquele quarto.

Deixaram o telefone tocando até cair na caixa postal, os corações batendo


rapidamente e os olhos arregalados encarando um ao outro.

—Que medo... quem será que era? —Tae perguntou, assustado.

Jimin tremia de nervosismo, porque algo dizia que era Jungkook, e se fosse
mesmo ele?

—E se for ele? —Taehyung começou a chorar de nervoso. —Se ele tiver


encontrado a gente?

—Ele não vai encontrar a gente nunca, calma! —Jimin foi até ele e o
abraçou tentando acalmar o amigo.

Taehyung começou a tremer.

—Ele vai me matar, me torturar, me dar para os cães!

—Ei, para com isso! —Jimin tentou confortá-lo, mas ele estava apavorado.
—Eu nunca ia deixar que isso acontecesse, Taetae!

Taehyung riu sem humor, limpando as lágrimas.

—Não é como se você tivesse muita moral com ele agora, né Chim!

Jimin olhou o amigo nos olhos e tomou sua decisão final.


Pegou o telefone da mão do seu amigo e procurou em sua agenda todos os
números importantes que eles haviam salvado, achando o número de um
dos melhores amigos do seu pai. O número pessoal do presidente da
Coreia. Ele ia ligar para denunciar Jungkook mas o telefone voltou a tocar, e
aquele mesmo número desconhecido apareceu na tela.

—Não atenda, Jimin!

Jimin olhou para o número, viu como seu amigo estava desesperado, e sem
pensar duas vezes atendeu.

Taehyung arregalou os olhos, e Jimin com o coração martelando dentro do


peito, colocou no viva voz.

Ouviram a respiração pesada do outro lado da linha.

Jimin tremia com aquilo, seu corpo inconscientemente respondendo àquela


respiração que ele reconheceria em qualquer lugar do mundo.

—Eu sei onde você está! —A voz de Jungkook se fez presente, arrepiando
todos os pelos do corpo do ruivinho, fazendo seu coração disparar, suas
pernas ficarem bambas e surgir uma vontade enorme de chorar. Chorar de
ódio, e de amor por ele. —E eu estou com muita raiva, Jimin.

Ele não o havia chamado de “amor” e aquilo soava muito frio, doeu ouvir
ele sendo tão informal. Mas eles não eram mais nada, então não tinha
motivos para ficar chateado, afinal Jimin não o queria mais. Não é mesmo?

—Ele sabe onde a gente está? —Taehyung sussurrou trêmulo e


desesperado. —Jimin, tem como ele saber?

—Shhh… —Jimin colocou um dedinho trêmulo em frente a própria boca.

—Você não quis ser meu, Jimin. —Sua voz era tão bonita, o ruivo não
conseguia não se sentir mexido, merecia o papel de trouxa do ano. —Eu te
amei tanto!
Amou? Sinal de que não ama mais? Era tudo o que se passava na cabeça
confusa e perdida do menor.

Jimin estava com uma dor forte no peito, muita vontade de chorar, queria
desligar o telefone mas, algum tipo de imã magnético fazia com que
continuasse ali.

—Não vai me responder? Eu sei que você está ouvindo.

Jimin não havia notado que estava chorando. Suas lágrimas eram quentes e
grossas, ele olhava fixamente para o aparelho em cima da cama, não
conseguia nem mesmo se mexer do lugar.

—Eu tenho outra pessoa agora, pequeno... —Disse com aquela voz que era
sedutora e ao mesmo tempo cruel. —Melhor do que você, mais obediente…
e ele quer ser meu… diferente de você não é?

Aquilo havia sido um soco em seu estômago, e as lágrimas saíram em


abundância.

Seu soluço saiu mais alto do que gostaria, então ouviu a respiração de
Jungkook ficar mais pesada e trêmula do outro lado da linha. Queria se
xingar por ter chorado alto o suficiente para ele ouvir, queria xingá-lo por
estar falando que estava com outra pessoa.

—Fale comigo, amor… Jimin! Eu quero… eu preciso ouvir sua voz!

Jungkook estava se traindo, mas Jimin estava com ódio o suficiente para
ignorar esse fato.

Chegou perto do telefone e abriu a boca para falar.

—Eu te odeio Jeon! —Sua voz saiu rouca e destruída. —Volte para sua outra
pessoa, porque você nunca mais vai me ver de novo!

Então, Jimin desligou o telefone e desabou, abraçando Taehyung, aos


prantos.
Eles tinham que sair da Inglaterra, Jungkook podia estar blefando, mas não
podiam arriscar.

Não queria mais correr riscos, então ia tirar seu time de campo. O melhor
castigo para Jungkook não era uma vingança, era ele nunca mais ver Jimin
em sua frente, e depois que conseguisse deixar Taehyung em completa
segurança, ele tiraria a própria vida, como deveria ter sido desde o começo.

(...)

Jungkook ainda olhava para a tela do celular, completamente destruído por


dentro.

Ele havia gravado a conversa, e tocava a mesma frase do seu amor


repetidas vezes, a voz suave lhe causando sensações únicas.

O amava tanto.

Ouvi-lo dizendo que nunca mais o veria foi a coisa mais difícil para o que já
escutou.

Conhecia Jimin, sabia do que ele era capaz de fazer consigo mesmo. Então
ele tinha que encontrá-lo, e iria.

Ou morreria tentando.

CAPÍTULO 28 – Novo amigo ou… inimigo.


Jungkook não estava mais suportando viver mais um dia se quer longe de
Jimin.

Não conseguia pensar em mais nada.

O cheiro doce do seu amor havia saído dos lençóis e do seu travesseiro a
muito tempo, e era a única coisa que ainda o tranquilizava um pouco, mas
agora nem isso tinha.

Sabia que estava sendo insuportável com todos ao redor, ninguém mais o
aguentava, mas não conseguia evitar ficar tão obcecado assim.

E tudo só piorou quando finalmente depois de três semanas fodidas, ele


conseguiu ouvir a voz do seu bebê. Porém ela estava tão sofrida, e as
palavras foram como facas em seu peito.

“Eu te odeio Jeon. Volte para sua outra pessoa, porque você nunca mais vai
me ver de novo!”

Ele repetia aquilo em seu celular milhões de vezes sem parar, era a única
coisa que tinha ouvido de Jimin desde quando eles discutiram naquela noite
que ele lhe deu calmantes.

Agora já fazia um mês e uma semana que havia falado com ele, e tudo o
que tinha conseguido sobre sua fuga até agora foi que ele pegou um táxi,
parou em um beco e sumiu.

Jungkook era muito bom em localizar pessoas, mas dessa vez não estava
conseguindo nada, e esse era o efeito que aquele garoto tinha sobre si. Ele
o deixava vulnerável, fora de órbita, desconcentrado, e isso era um perigo.

Jungkook nunca teve um ponto fraco em sua vida, por isso era tão bem-
sucedido sendo tão jovem, mas agora o seu maior calcanhar de Aquiles
estava perdido, qualquer um de seus milhares de inimigos sabiam de Jimin,
sabiam do seu amor doente pelo baixinho, e todos o queriam. Isso lhe
desesperava muito.
Não sabia mais quanto tempo suportaria aquilo, além do desespero e da
preocupação com a sua segurança, ainda tinha a falta que ele fazia. Sua
presença marcante, sua voz linda, sua beleza estonteante e seu cheiro...
deus do céu como Jungkook amava o perfume da sua pele. Era
naturalmente doce, era ele, somente o ruivo tinha aquele cheiro específico.
Podia ser coisa da sua cabeça, mas para ele somente Jimin era especial
daquela forma.

Sentia falta de sua risada, dos lábios carnudos, sentia falta das suas
conversas intermináveis, do modo como comia enchendo as bochechinhas
ficando absurdamente fofo, e até mesmo das brigas.

Sentia muita falta do seu corpo! Tanta que sonhava todos os dias com ele,
sonhos românticos e na maioria das vezes eróticos, mas todos, sem
exceção tinham Jimin.

Pelo menos nos seus sonhos ele o encontrava e o possuía para si


novamente, de todas as formas possíveis, mas sempre acordava excitado e
frustrado.

Jungkook suspirou colocando os pés em cima da mesa de seu escritório da


fábrica. Não aguentava mais a voz da sua secretaria, não aguentava
Namjoon falando dos casos novos que eles tinham que resolver.

Não conseguia pensar em nada, não conseguiu nem ficar feliz com o fato da
polícia não estar mais em sua cola. Só pensava em Jimin, e estava ficando
louco com isso.

Namjoon entrou a passos rápidos em seu escritório, sem nem bater na


porta. Jungkook se encontrava jogado em sua cadeira, com o celular em
mãos, repetindo a mesma frase, só para ouvir a voz de Jimin novamente.

“Eu te odeio Jeon. Volte para sua outra pessoa, porque você nunca mais vai
me ver de novo!”

—Vai ficar desse jeito até quando, Jungkook? —Perguntou o mais velho,
parando em sua frente de braços cruzados. —Já passou de um mês e você
só piora!

Droga, não devia ter mentido que tinha outra pessoa, onde estava com a
cabeça? Agora Jimin devia odiá-lo ainda mais.

—Até eu o ter de volta para mim! —Disse sem olhar em seus olhos, o
semblante completamente triste. —Mesmo que agora ele me odeie.

Namjoon foi até o canto da sala e pegou na pequena mesinha de bebidas


dois copos os enchendo de whisky, e voltou entregando um deles a
Jungkook, que aceitou de bom grado. O mais velho se sentou na cadeira em
frente a sua mesa tomando um gole da bebida forte, que desceu
queimando por suar garganta.

—Você não acha que a melhor coisa a se fazer? —Disse cautelosamente. —


Talvez deixá-lo ir seja a melhor decisão.

Jungkook finalmente voltou os olhos negros para o parceiro.

—Nunca! —Falou de forma determinada e convicta. —Ele é meu, e eu o


amo!

—Não me leve a mal Jungkook, eu gosto do Jimin, ele me surpreendeu


salvando o Jin e nós dois. Mas cara... se ele não te quer de jeito nenhum, o
mais sensato a se fazer é aceitar isso.

Jungkook suspirou de maneira irritada, e bebeu todo o whisky em um gole


só, ficou tonto por alguns segundos. Se levantou indo encher mais uma
dose da bebida forte, virando quase tudo de uma vez.

—Eu não sou sensato e eu não quero ser sensato! A única coisa que eu
quero é o Jimin, comigo, só comigo! Na minha vida e na minha cama! —
Disse meio alterado, enchendo mais um copo. —E… eu também quero mais
whisky!

Namjoon se levantou e foi até Jungkook tentar impedi-lo de beber mais,


sabia que o mais novo ficava mais violento e descontrolado do que o normal
quando bebia. E no seu atual estado de espírito, aquilo seria uma bomba
relógio. Mas infelizmente ele já havia bebido mais uma dose, e já enchia
mais um copo.

—Ok, chega Jungkook! —Tentou se aproximar, mas teve seu braço


bruscamente afastado.

Os olhos do Jeon estavam vermelhos, cansados e irados ao olhar para


Namjoon.

—Não se aproxima! Me deixa beber a porcaria da minha bebida na porra da


minha sala! —Falou seriamente, virou mais aquele copo da bebida, seu
rosto contorcido de raiva, os olhos vermelhos e nublados. —Não tente me
dar lição de moral porque você não manda aqui!

Não tinha muito o que fazer, então Namjoon viu o amigo bebendo metade
de uma garrafa de whisky, ficando ainda mais embriagado.

Jungkook já estava transtornado de tão bêbado. Se jogou no sofá de couro


do escritório, de barriga para cima, os olhos tristes e perdidos fitando o
teto, muito brilhantes. Ele parecia estar visualizando algo ou alguém.

Namjoon viu seu maxilar trincar, ele morder o lábio inferior e algumas
lágrimas descerem por seu rosto bonito enquanto o olhar continuava
destruído.

Namjoon achou aquilo foi muito bizarro, porque qualquer pessoa que
conhecia Jungkook e sua personalidade, sabia o quão cruel e frio ele podia
ser. Chorar nunca foi uma coisa comum a ele.

O mais velho só conseguia pensar que ele devia estar muito bêbado
mesmo, foi até a porta e chamou a secretária Jisoo.

—Mandem trazer um café para o Jeon, e bem forte!

—Sim senhor. —Ela assentiu.


Fechou a porta e esperou o cara do cafezinho aparecer por ali, sabia que
aquele garoto tranquilizava um pouco o Jeon, porque ele lembrava muito o
Jimin. Foi por isso que Namjoon o contratara, para ver se tinha um pouco de
paz naquela empresa, porque Jungkook estava impossível de lidar.
Maltratando todos os empregados, matando homens que desertaram a
sangue frio. Estava simplesmente descontrolado.

Shin bateu timidamente na porta, entrando logo que Namjoon abriu a


mesma. Estava com uma bandeja com o café, e um sorriso radiante por ter
sido chamado até aquela sala, a sala de Jeon Jungkook.

Como Shin recebia um pouco de atenção do Jeon por se parecer com Jimin,
ele acabava por se sentir muito confortável em sua presença.

—Com licença... —Disse timidamente.

Ele tinha a mesma estatura de Jimin, os eram cabelos loiros, as feições um


pouco mais infantis, seus lábios eram bem mais finos, mas a sua
determinação para ser igual a ele era admirável, além de ser muito bonito.

—Cuide dele. —Murmurou Namjoon. —Eu preciso resolver algumas coisas!

O garoto assentiu freneticamente, sorrindo enquanto o maior se retirava da


sala. Quando a porta foi fechada ele largou a bandeja na mesa e foi em
direção ao corpo espetacular e bêbado jogado no sofá, Shin achava
Jungkook o homem mais bonito que já tinha visto na vida, ele era perfeito.

Parou em sua frente, vendo Jeon virar a cabeça com dificuldade para o
encarar. Seus olhos vermelhos estavam focados em Shin, e o garoto se
sentia eufórico com essa constatação.

—Jimin? —Jungkook sussurrou o olhando de maneira apaixonada. —É você?

Metade de sua animação passou, mas Shin voltou os olhos para as coxas
musculosas do moreno, doido para sentar sobre elas. Ele se importava sim
por ser chamado de Jimin, mas tinha esperanças que Jeon esquecesse de
uma vez por todas daquele nome e se apaixonasse por ele.

—Senhor Jeon… eu posso me sentar com você? —Murmurou olhando o


moreno bonito nos olhos. Jungkook tinha uma aura perigosa, que
amedrontava de um jeito que deixava tudo excitante, realmente era um
homem muito interessante.

—Você pintou o cabelo, amor? —Jungkook não tirava os olhos de Shin, ele
visualizava Jimin ali e ele o queria mais do que tudo. —Você está loiro de
novo?

Shin não entendia o que ele estava falando, mas se aproximou rapidamente
do moreno, sentando sobre suas coxas, apreciando a beleza de Jungkook de
perto. Confirmando que sim, Jeon Jungkook era ainda mais bonito visto bem
de perto, ele o queria muito.

Quando “Jimin” sentou sobre si, Jungkook perdeu o controle e inverteu as


posições ficando por cima do garoto entre suas pernas, e lhe beijou os
lábios desesperadamente, com paixão por Jimin, porém não sentiu nada,
mesmo bêbado pôde notar as diferenças gritantes. Os lábios eram
diferentes, mais secos, frios, e não eram carnudos. O cheiro de perfume de
camelô invadiu suas narinas, a pele era completamente diferente e os
cabelos não eram iguais, não tinham sua maciez e seu perfume.

Quando saiu do seu devaneio, fitou novamente o rosto do garoto que


estava corado de excitação, e não viu mais o seu Jimin ali e sim o carinha
do café que vivia jogando charme para si.

—Que merda! —Levantou cambaleando indo para longe do garoto. Estava


mesmo muito bêbado, sua visão estava turva, e mal conseguia andar até
sua cadeira. —Esqueça isso, eu estou muito bêbado!

O garoto continuou deitado no sofá, tentando se recuperar, respirando


rápido e pesado. Se sentou no sofá e viu Jungkook andar com dificuldade
até sua mesa, se apoiando nela, tentando se manter em pé.
—Senhor Jeon... eu não me importo de você estar bêbado. —Disse se
levantando e indo até o mais alto que estava de costas para si, se apoiando
na mesa. Parou atrás dele admirando suas costas largas na jaqueta de
couro, e se atreveu a acariciar ali.

Jungkook se afastou rapidamente, como se tivesse sido queimado, e se


virou para olhar o garoto baixinho que era bem atrevido, sempre entrava na
sua sala jogando charme, se empinando todo, o provocando. O tal Shin
dissera que queria ser dele, era muito parecido com Jimin, realmente, mas
não era ele. E nunca seria.

—Saia daqui, quero ficar sozinho! —Disse se sentando desajeitadamente


em sua poltrona atrás da mesa.

O garoto ficou receoso de sair dali, queria muito que o moreno pedisse para
que ficasse, queria muito ser dele, queria que o maior esquecesse o Jimin,
mas faria isso aos poucos, não iria pressioná-lo.

—Garoto… —Disse com a voz enrolada, mas firme. —….eu mandei sair!

Shin saiu da sala deixando Jungkook sozinho com seus pensamentos, que
sempre vagavam para a mesma pessoa, que não saia dos seus
pensamentos.

(...)

Jimin e Taehyung estavam no aeroporto de Londres esperando o voo que ia


para Amsterdã.

Eles viveriam lá agora, tinham medo de Jungkook não estar blefando e


saber mesmo que estavam em Londres. Taehyung queria até mesmo trocar
de identidade de novo, mas Jimin teve que lhe explicar que não era assim
tão fácil conseguir identidades falsas, ainda mais perfeitas como aquelas.

—Jimin, sério, eu estou achando tudo isso mágico, viajar pela Europa e tal...
mas eu tenho ataque de pânico e você sabe! —Taehyung morria de medo
de avião.

Jimin o abraçou de lado, tentando acalmá-lo.

—Daqui até Amsterdã é coisa rápida, sei que é difícil pra você Tae mas você
vai ter que ser forte. Temos que sair daqui o quanto antes.

Eles foram tomar um café enquanto esperavam o horário do voo. Jimin não
queria ter que tirar o capuz e os óculos escuros, porém estava ficando bem
suspeito, então os tirou para comer pelo menos.

—Então me conte, como você se apaixonou pelo Jungkook? —Disse com um


sorriso antes de tomar o café. —Te conhecendo como eu te conheço, aposto
que foi a pegada!

Jimin riu e revirou os olhos tomando seu café preto com adoçante.

—Eu não quero falar dele, Taehyung!

Jimin mordeu um croassaint de chocolate e bebericou café, tentando não


pensar no Jeon, mas só o nome dele já lhe causava borboletas no estômago,
e seu coração já batia mais rápido.

—Mas não é justo, eu te contei tudo sobre o Hoseok! —Disse emburrado.

—Não tem muito o que contar sobre o Hoseok né Taetae. É meio óbvio o
que aconteceu entre vocês!

Taehyung riu enquanto comia os doces, e logo seu semblante ficou triste.

—Mas eu não posso mais falar com ele né?

Jimin estava como as bochechas cheias de comida, o olhando. Taehyung riu


na mesma hora da expressão fofa do amigo.

—Você tem certeza que matou várias pessoas? Olhando pra sua cara não
parece.

Jimin engoliu a comida e bebeu café.


—Tae, eu estou te pedino pra se afastar dele porque não quero arriscar de
nos encontrarem. Vamos para Amsterdã porque sempre foi seu sonho
morar lá, mas até eu resolver tudo isso com… você sabe quem, é melhor se
manter afastado do Hoseok.

Taehyung assentiu triste. Jimin lhe falou que depois que se resolvesse com
Jungkook ele podia voltar para a Coreia se quisesse, podia até voltar para
Hoseok caso ele o quisesse. Mas quando Tae perguntou o que é que Jimin
faria depois que terminasse tudo, ele só falou que não precisava se
preocupar.

—Eu sei, e ele sempre insistia para o Jungkook falar com você, disse que o
irmão está muito difícil, mais do que o comum.

Jimin ficou trêmulo, não queria e não podia ouvir falar dele.

—Não me passe informações sobre ele que não serão úteis, Tae, por favor!
—Disse. —Saber dele… não faz bem pra mim.

—Eu só acho ridículo vocês não conversarem direito e já partirem para a


agressão, só isso. As coisas não precisam ser resolvida matandos um ao
outro.

—Ele partiu para agressão antes, quando matou o meu pai e te ameaçou!

Taehyung desistiu de falar sobre isso com Jimin, ele era muito cabeça dura.

—Tudo bem chim, não está aqui quem falou!

Jimin e Taehyung ficaram em silêncio esperando serem chamados para o


voo.

—Além do mais, ele já está com outra pessoa… —Sussurrou olhando para
suas mãos.

Tae observou o amigo, e logo ouviram o voo deles ser chamado.

—Só na sua cabeça que isso é verdade Jimin! Ele queria mexer com você,
só isso!

Bufando Jimin se levantou e Taehyung o acompanhou.

Jimin deixou o dinheiro em cima da mesa, e saíram para pegar o voo, porém
estava ouvindo alguns barulhos esquisitos enquanto andavam.

Se virou para trás, mas não tinha quase ninguém, o aeroporto estava quase
vazio. Franziu o cenho e voltou a andar.

Taehyung já estava mais na frente, bem distraído, mas Jimin continuou


ouvindo aquele barulhinho. Era o som de flashes.

Ele sentia que estava sendo seguido e ficou instantaneamente aflito,


preferiu não falar nada para o amigo porque ele surtaria, então continuou
com a expressão pacifica, mas por dentro estava quase morrendo de
ansiedade.

Quando Tae entrou primeiro, ele voltou a olhar para ver se via alguém e
finalmente viu. Um homem tirando fotos de si.

Ignorou a mulher que estava o chamando, e foi até ao rapaz a passos


rápidos. Ele continuou tirando fotos suas e quanto mais se aproximava mais
ele fotografava, diretamente seu rosto.

Jimin colocou a mão em cima da câmera a abaixando para olhar bem o


rosto do homem.

—Quem é você e por que está me fotografando? —Perguntou de maneira


bem irritadiça. —Quem te mandou aqui?

Ele era alto e coreano, então obviamente Jimin sabia quem tinha mandado
ele ali para lhe fotografar.

—Sou contratado para te achar. —Disse.. —E eu já consegui o que eu


queria. Então, com licença.

Ele se virou para sair, mas Jimin segurou em seu braço o virando para si
novamente.

—Me dê essa câmera. Agora!

Ele riu olhando para a cara de Jimin.

—Eu tenho dois clientes que pagariam uma verdadeira fortuna por qualquer
informação sua Park Jimin. —Ele sussurrou para falar em seu ouvido. —Você
realmente é bem interessante, é o motivo de uma verdadeira guerra estar
começando… sabe disso não sabe?

Jimin estava irritado. Dois clientes? Jungkook… e quem mais?

—Olha aqui, eu cubro qualquer valor que você tenha recebido, eu pago o
dobro do valor! Mas me devolve as fotos e me diga quem são seus clientes!
E rápido, eu não posso perder meu voo.

O rapaz soltou um riso olhando o menor da cabeça aos pés.

—Você é mesmo uma cobrinha não é, Park? Muito interessante! A única


coisa que eu posso lhe dar são os nomes dos clientes, porque não é
informação secreta, de resto mais nada. As fotos já foram mandadas para
os dois homens, pelo menos a maioria delas.

Jimin cruzou os braços olhando ameaçadoramente para ele.

—Me diga quem são! —Pediu.

O rapaz estendeu a mão esperando o dinheiro. Jimin revirou os olhos e abriu


sua bolça pegando um bolo de notas de cem, entregando a ele, ali tinha
pelo menos cinco mil dólares.

—Jeon Jungkook e...

—E… ?

—Lee Taemin. —O coração do pequeno parou naquele momento.

Ele conhecia aquele nome vagamente, também era um assassino, um dos


melhores, ele era tão poderoso ou até mais do que Jungkook. Na verdade
ambos disputavam quem era o melhor nesse ramo, o encontrara uma vez
em uma festa com Jungkook e bom… eles não foram muito gentis um com o
outro, mas o tal Taemin nem mesmo falara com Jimin, então estava
achando bem estranho o interesse repentino.

—O quê? —Estava totalmente confuso. —Mas por quê?

—Você vai perder seu voo.

Ele se assustou, tinha que avisar Taehyung que não poderia ir. Ele não
podia ir para Amsterdã agora Jungkook sabia onde estava, e Taemin
também. Se fosse junto com o amigo estaria levando o perigo até ele.

Mas sabia que ia ter que tomar suas medidas drásticas para se livrar para
sempre do Jeon, e isso incluía estar sozinho.

(…)

Jungkook abriu seu celular naquela manhã de domingo, estava com muita
ressaca, dor de cabeça e enjoo.

Se deparou com milhares de mensagens importantes, mas uma chamou


muito sua atenção, era de um dos vários detetives que contratara. Seu
coração já começou a disparar quando abriu a mensagem e se viu várias
fotos do seu amor no aeroporto de Londres, eram muitas fotos, mais de
duzentas.

Ele estava indo para Amsterdã, estava simplesmente lindo, os cabelos


pareciam mais ruivos, estava todo de preto, sua postura elegante como
sempre. Seu peito se aqueceu ao vê-lo tão bem e belo, o queria agora
mesmo, nesse exato momento, e agora que finalmente sabia onde estava
Jungkook iria atrás dele.

Ligou para o detetive, se levantando as pressas em estado de euforia, a


alegria tomando seu peito. Fazia mais de um mês que não sabia de nada, já
desconfiava mesmo que ele podia não estar na Coreia.

Agradeceu aos céus por ter pensado em contratar homens para ficarem
vigiando as cidades mais óbvias que Jimin iria, ele sempre disse que amava
a Europa, principalmente Paris e Londres, e que um dia queria morar em
uma delas.

Precisava de Jimin consigo, já não conseguia mais viver assim, não


conseguia mais viver sem ele. Estava doente de saudades.

—Alô? Jeon, que surpresa! —O detetive falou alegremente do outro lado da


linha. —Na verdade não é uma surpresa, eu sabia que ligaria.

—Mais alguma informação dele? —Jungkook perguntou.

—Que ele não viajou, preferiu ficar em Londres. —Disse. —Mas Jimin é bem
discreto, não consegui segui-lo até onde ele está hospedado.

Jungkook suspirou feliz, já estava arrumando seus documentos para viajar,


com telefone grudado ao ouvido.

—Isso é o de menos. Mais alguma coisa?

—Ele ofereceu o dobro pra eu não mandar as fotos para o senhor e Taemin.

Jungkook parou os movimentos na mesma hora, franziu o cenho, sentindo


uma irritação subindo.

—O que o diabos o Taemin tem a ver com isso?

—Lee Taemin está a procura de Jimin também, mas ele tem a vantagem de
já estar em Londres.

Jungkook começou a sentir muito mais do que uma simples irritação, já


estava sentindo ódio.

Como ele era desgraçado! Iria matá-lo se ele fizesse alguma coisa a Jimin.

—Ele pretende machucá-lo para me atingir? Ele não seria louco de fazer
isso!

O detetive riu, de maneira que irritou mais ainda o moreno, que já não
estava em seus melhores momentos.

—Na verdade ele disse que não pretende usar de força bruta para ter Jimin,
ele tem outros artifícios. —O detetive estava seguindo perfeitamente as
ordens de Taemin, ele estava sendo pago para isso, queria provocar o Jeon
o máximo que podia. —E que… Jimin seria dele ainda essa noite.

—O QUÊ? —Jungkook gritou. —ISSO NUNCA VAI ACONTECER!

Nada mais se ouviu na linha do telefone, Jungkook havia atacado o aparelho


na parede em meio a sua fúria, antes de destruir todo o quarto, que ficou
inabitável.

(...)

Jimin se sentia bem burro naquele momento, e olha que era considerado
uma pessoa bem inteligente, ainda mais para sua idade, mesmo que fosse
impulsivo e insensato. Porém nesse momento ele não sabia o que fazer.

Estava escondido no mesmo apartamento que dividiu com o amigo durante


essas semanas.

Preferiu mandar Taehyung para Amsterdã, de lá ele iria para outro lugar.
Estar perto de Jimin o colocava em risco, e agora que havia sido localizado,
a melhor coisa a se fazer era se afastarem.

Jimin estava no quarto escuro, olhando o dia chuvoso, sem saber lidar com
seus sentimentos, estava com medo.

Não queria ver Jungkook, e sabia que ele poderia aparecer ali a qualquer
momento, qualquer mísera pista faria com que ele o achasse com a maior
facilidade. Não sabia o que mais tinha medo, de o ver agora em sua frente,
ou de nunca mais vê-lo de novo.
Olhou bem para os pulsos ainda marcados das últimas tentativas, pensando
se faria isso antes ou depois de vê-lo de novo. Podia usar sua arma
também… e essa era a sua maior dúvida.

Ouviu batidas leves na porta. E seu coração que já estava disparado quase
saltou do peito.

Sabia que não era Jungkook, se fosse o mesmo tinha invadido a casa e já
estaria nesse quarto. Com esse pensamento se tranquilizou mais, podia ser
a vizinha que sempre pedia açúcar emprestado.

Desceu as escadas tremendo, estava só de meia e um pijama de flanela. E


a noite estava congelante.

Abriu a porta e deparou com ninguém mais ninguém menos do que Lee
Taemin, parado de modo intimidante de braços cruzados.

Quando Jimin olhou em seu rosto, o homem bonito instantaneamente sorriu.

—Em que posso ajudar? —Disse o mais firme que conseguia.

Ele soltou um sorriso de canto, seus olhos devorando Jimin dos pés a
cabeça.

—Ah, você pode me ajudar em muitas coisas! —Disse-lhe num tom


malicioso que Jimin não gostou nem um pouco.

Jimin tinha uma pistola calibre trinta e oito carregada em sua mão
esquerda, que se encontrava atrás do seu corpo. Não tinha medo nenhum
daquele cara, estava pouco se fodendo para a existência dele.

—Primeiro, não insinue nada aqui! Fale diretamente o que você quer.
Segundo, não aja como se tivesse qualquer tipo de intimidade comigo, nós
dois sabemos que isso não é verdade. Terceiro, se explique, o que você
queria mandando um cara me fotografar?

Taemin sorriu olhando o menor com um claro interesse que intensificou


depois de suas palavras.

—Posso entrar? Está frio aqui fora.

—Não, você não pode entrar. Jungkook pode chegar aqui a qualquer
momento, acho que não vai ser muito bom para nós dois se ele chegar e te
ver aqui. —Suspirou impaciente. —Diga logo o que quer e vá embora!

—Você morre de medo dele, né? —Disse debochado. —Todo mundo morre
de medo dele!

—Só um idiota não teria medo dele!

—Ah, aí está algo em que concordamos. Me deixe entrar Jimin, eu quero te


fazer uma proposta irrecusável. Eu te garanto que não vai se arrepender.

Jimin estava impaciente, mas deixou o outro entrar.

Ele passou por si, olhando o da cabeça aos pés, em um olhar de desejo
desconcertante.

Fechou a porta e caminhou até a sala de estar que estava com a lareira
acesa.

—Sente, mas por favor, seja breve. —Jimin disse.

—Não vai me oferecer um chá? Um café? Que falta de respeito…

—Fale de uma vez!

Taemin sorriu olhando o rosto do mais novo, com um interesse descarado.

—Eu estou disposto a te ajudar. Eu soube… quer dizer, todo o mundo do


crime sabe que o queridinho do Jeon se voltou contra ele, e todos te querem
Jimin, você é muito valioso. —Ele apoiou os cotovelos nos joelhos,
aproximando-se um pouco mais do menor que se sentou ao seu lado. —
Você sabe muita coisa que pode destruir ele, e eu estou aqui para te
oferecer proteção.
—Você quer que eu te dê informações sobre o Jungkook e em troca você me
protege dele?

Taemin sorriu afirmando, mordendo os lábios e levando sua mão até a coxa
do ruivo, apertando a carne sem nunca desviar os olhos dos dele.

—E também quero que seja meu troféu, quero que fale para todos que você
é meu. Quero que isso chegue aos ouvidos do Jeon, quero que o desgraçado
fique louco com isso!

Jimin franziu o cenho, não sabendo o que responder. Estava com medo do
que Jungkook poderia achar, mas lembrou-se que ele matou seu pai, e
estava com outra pessoa, melhor e mais obediente que ele…

O objetivo não era fazê-lo pagar e sofrer?

—Eu aceito.

CAPÍTULO 29 – Lee ou Jeon?


Taemin avançou em sua direção, e Jimin que não esperava o “ataque”
repentino, ficou preso embaixo dele no sofá.

O homem se encaixou no meio de suas pernas e tentou lhe beijar, mas Jimin
virou o rosto e o empurrou com toda a sua força.

—Ei, espera aí! Eu topei ser seu troféu, em nenhum momento eu te dei essa
liberdade! —Disse raivoso, as mãos espalmadas em seu peito tentando o
afastar. —Eu nem te conheço direito, nós só estamos fazendo um acordo!

Taemin olhou desejoso para a boca do Park, assentiu e se afastou com um


sorriso cafajeste nos lábios.

—Eu adoro quando se fazem de difícil. —Disse se levantando, fechando o


único botão de seu blazer preto, ainda olhando para Jimin encolhido no sofá.
—É raro me rejeitarem, mas quando acontece só me instiga mais!

—Eu não estou me fazendo de difícil. Vou deixar uma coisa bem clara, se
quer trabalhar comigo vai se manter afastado. —Disse com raiva, se
levantando logo em seguida. —É um acordo, e se você não colaborar eu não
colaboro.

O mais velho riu sarcástico com a atitude de Jimin. Não era muito comum
que alguém não quisesse ficar com ele, ainda mais com tanta convicção, e
isso deixava o ruivo ainda mais atraente do que ele já era.

—Ok. Trato é trato. —Disse lhe estendendo a mão para que o pequeno
apertasse, como um selo de contrato.

Jimin apertou a mão do homem com certo receio, e a puxou rapidamente


quando viu que ele se demorara muito segurando sua mão sem tirar os
olhos maliciosos de si.

Não estava se sentindo muito confortável em sua presença, mas para quem
já estava cogitando finalmente encarar Jungkook, aquilo já era uma fuga e
tanto. Pelo menos agora tinha mais opções, porque realmente não sabia o
que seria dele quando visse Jungkook.

—Ok, então arrume suas coisas e vamos embora comigo.

Jimin franziu o cenho.

—Já?

—Você precisa ficar por perto até destruirmos o Jeon. Eu vou te levar para o
meu apartamento, aqui de Londres mesmo, é um apê grande, lá você está
seguro.

Destruir Jungkook... Por que essas palavras foram como um soco em seu
estômago? Era isso o que ele queria, não era? Devia ser isso.

Mas o maldito amor que sentia por Jeon Jungkook era tão forte que não
queria destruí-lo, por mais que tudo o que ele tenha feito esses últimos
tempos tenha sido lhe magoar.

—E-Eu vou pegar minha mala, eu ia viajar para Amsterdã, ela já está feita.
—Murmurou. —Só um minuto.

—Perfeito. Pegue e vamos, antes que seu ex namorado maluco chegue


aqui. —Falou muito contente por ter o bem mais precioso de Jeon Jungkook
tão facilmente em suas mãos.

Não era como se Taemin quisesse machucar Park Jimin, longe disso. Ele não
era sádico como Jeon, mas adorava provocá-lo, e ter esse garoto por perto
era a melhor de suas provocações, nada o deixaria mais louco do que isso.
Pelo que conhecia da reputação do baixinho, mesmo sendo tão novo, foi ele
quem foi o responsável pela morte de Min Yoongi, e isso não era pouca
coisa.

Além de ele ser muito bonito… não se lembrava de ele ser tão belo. Taemin
o foderia sim, pelo menos uma vez, e assim que conseguisse isso estaria
com uma vantagem enorme sobre o Jeon.
Ele tinha que se vingar por Jungkook já ter transado com sua ex noiva uma
noite antes do seu casamento. Realmente é o tipo de coisa que não se
esquece facilmente, e agora ele pagaria na mesma moeda, porque é assim
que as coisas funcionam.

Jimin foi rapidamente para o andar superior, pensando em sua cabeça se


estava fazendo a coisa certa. Jurava para si mesmo que se vingaria de
Jungkook porque ele matou seu pai, ameaçou matar Taehyung e disse que
estava com outra pessoa bem melhor do que ele. Mas por que seu coração
fraco batia tão descontrolado somente em pensar nele?

Por que não podia amar alguém normal, que não fosse possessivo, que não
fosse tão assustador e violento? Por que Jungkook não podia ser um cara
comum?

Pegou sua mala e saiu bufando do quarto. Desceu as escadas com a mala
de rodinhas fazendo barulho pelo caminho.

—Vamos? —Jimin murmurou.

Taemin sorriu vitorioso para o garoto ruivo e bonito vestindo de pijamas, e


assentiu seguindo até a porta.

(...)

Quando chegaram ao apartamento de Taemin, Jimin não ficou tão


impressionado como o mais velho achou que ficaria. Era realmente um
apartamento de luxo, mas nada além do que o ruivo já estava acostumado.

A única coisa que esperava era encontrar muitos homens armados por ali,
um verdadeiro exército para evitar que Jungkook se aproximasse de si, mas
não parecia um lugar tão seguro assim quanto achava que seria.

Depois que foi apresentado a cada canto do lugar, Jimin ficou sem jeito
parado em meio a sala enorme, olhando em direção a escada sem saber o
que fazer. Ele não conhecia aquele homem, não sabia se podia confiar nele,
e tinha receio de sua presença, mas estava fugindo com tanta veemência
de Jungkook, que preferiu confiar minimamente em Taemin.

—Então, o que achou? —Perguntou ao ruivo, interessado em sua resposta.

—Legal.

—Achou um lixo né, comparado a sua antiga casa deve realmente ser um
lixo.

Jimin ficou tímido.

—Não é isso, eu só estou estranhando que não tem ninguém cuidando da


sua casa, só isso!

Taemin cruzou os braços e deu uma risada alta.

—Sério isso, Jimin? O seu medo é tanto que acha mesmo que ele vai
conseguir te encontrar aqui? —Disse se aproximando do ruivo, louco para
beijar o garoto nos lábios.

Jimin ficou levemente irritado, dando um discreto passo para trás.

—Bem...

—E mesmo que ele ache, eu te garanto que eu mesmo dou conta dele.
Estamos na Inglaterra, Jungkook não pode trazer todos os homens dele aqui
para alvejarem o prédio. Agora as coisas são mais pessoais, se ele te achar
aqui... só vai ser ele!

—Ele não precisa de todos os seus homens para continuar sendo


assustador! —Jimin afirmou. —Eu te garanto que ele sozinho dá até mais
medo!

—Eu dou conta dele, Jimin! —Agora Taemin estava irritado pelo garoto
duvidar de suas capacidades. —Eu sei o que eu estou fazendo, não se
preocupe.
Jimin duvidava muito. Se Jungkook o encontrasse ali, não teria mais o que
fazer ou para onde fugir.

A segurança antes que estava sentindo que seria “protegido” não existia
mais, agora estava inseguro novamente. Realmente não sabia como
Jungkook estava agora em relação a si, mas sabia que não era mais a
mesma coisa de antes, isso o assustava porque realmente não tinha ideia
do que ele faria quando o lhe visse novamente.

Pelo menos Taehyung estava longe dessa confusão, só esperava que o


amigo não gastasse todo o dinheiro que tinha em drogas.

—Ok.

—Vou te acompanhar até seu quarto. —Taemin sorriu, e Jimin admitiu para
si mesmo que ele era muito bonito. Mas não conseguia sentir nada por ele,
nem mesmo atração, porque Jungkook ainda parecia estar sobre seu corpo
e mente.

—Não precisa, eu já sei onde é. —Jimin disse rapidamente, vendo o sorriso


do outro se alargar. —Vou sozinho.

—Tudo bem, amanhã nós iremos em um jantar importante encontrar outros


assassinos, fazer parcerias... as coisas de sempre. —Disse se aproximando
ainda mais. —E eu quero você bem bonito ao meu lado, como um perfeito
troféu… essa notícia não vai demorar a chegar para o maldito!

—Mas se eu for em algo assim… vou estar muito na vista do Jungkook, ele
vai me achar!

Taemin revirou os olhos, cansado.

—Jimin eu já estou ficando irritado com isso! Já disse que dou conta dele,
ponto final! —Disse alto, quase gritando. —Se prepare para nos passar
informações preciosas amanhã. Para mim e meus sócios, e nunca jamais
fale que nós não transamos. Todos tem que pensar que você é a minha
cadela!

Jimin soltou o ar irritadamente, não gostando do seu tom, mas engolindo


tudo aquilo.

—Tudo bem.

—Perfeito.

(…)

Taehyung não queria mais ir embora dessa cidade.

Se sentia mal ao pensar nisso, mas o fato de Jimin não estar com ele o fazia
se sentir mais seguro. Porque sabia que estava de fato mais seguro longe
do amigo baixinho, longe do drama dele e Jungkook.

Estava tendo ataques de pânico, era muito assustado e se sentia


imensamente preocupado com Jimin. O amigo lhe mantinha informado
sobre seu bem-estar, então isso o tranquilizava muito. ele lhe disse que
estava bem e seguro, e Taehyung também estava.

Seu telefone tocou pela milésima vez naquele dia, Hoseok estava sendo
bem insistente, e Taehyung muito firme em não o atender, afinal ele amava
conversar com o garoto de topete e sorriso largo. Mas Jimin disse que a
melhor coisa era não atender porque podia acabar passando alguma
informação mesmo que sem querer, e acabar se entregando ou entregando
o amigo. Então, deixou o aparelho tocar até cair na caixa postal de novo.

Bufando, andou pelo pequeno quarto de hotel que havia alugado. Estava
entediado, então pensou seriamente em turistar por Amsterdã, mas ainda
estava com medo de ficar andando por ai sozinho.
Precisaria de um tempo para acostumar a viver ali.

Pegou seu celular, e viu que Hoseok havia deixado uma mensagem de voz
em sua caixa postal. Eufórico clicou para ouvir.

“Tae, eu não sei porque você não me atende mais. Não sei se você está em
perigo, ou se só está me evitando, caso esteja com raiva de alguma coisa
que eu tenha feito me avise por favor. Estou preocupado.”

Sentiu seu coração apertar dentro do peito, mordeu os lábios e sua mão
coçou parar ligar para ele. Não tinha o mesmo autocontrole de Jimin, então
não se aguentando mais ligou o notebook e achou melhor ligar para ele de
um aplicativo.

Não foram necessários dois toques para que ele o atendesse, Taehyung não
ligou a webcam e Hosoek também não.

—Tae... o Jungkook já deve estar aí! —Disse rapidamente.

Na mesma hora seu coração gelou com as palavras.

—Ele está em Amsterdã? —Disse com a voz bem mais alta, apavorado.

—Você não tá em Londres?

Havia acabado de se entregar… devia ouvir mais Jimin.

—Hoseok...

—Jungkook está em Londres agora. Ele não nos ouve, está cego de ódio. —
Disse, parecendo exausto. —Eu percebi… que não quero mais fazer parte
disso. Não é pra mim, entende?

O ruivo suspirou lentamente, sentindo coisas estranhas na boca de seu


estômago.

—Hoseok, eu preciso desligar.

—NÃO! —O outro praticamente gritou do outro lado. —Eu saí, Tae. Me passa
seu endereço, eu vou ficar com você, quero recomeçar minha vida.

O coração de Taehyung disparou ao ouvir aquilo, realmente não esperava.


Porque nunca, ninguém jamais quis ficar com ele, sempre foi a mercadoria
usada e jogada fora.

—Claro que não! H-Hoseok, não fale besteiras!

—Por favor, me ouve. —Pediu, parecendo ridiculamente sincero. —Eu já


falei com Jungkook e com o Namjoon. Eu não nasci para matar, e foi por isso
que meu irmão nunca deixou que eu matasse… ele sabia que eu não
conseguiria viver com isso.

Taehyung ouviu aquilo com o coração disparado.

—Como eu vou saber que você não está mentindo? Como vou ter certeza
que você não está dizendo isso para me achar e… me entregar para o seu
irmão?

O outro suspirou, trêmulo.

—Você acha que eu faria isso?

Taehyung fechou os olhos, segurando as lágrimas.

—E por que você quer me ver?

—Não está mais do que óbvio que eu gosto de você?

Taehyung quis chorar de emoção naquele momento, não tinha sido apenas
uma noite, então? Não queria ser iludido, mas não conseguiu evitar ficar
absurdamente feliz ao saber que seus sentimentos eram correspondidos.

—Você está falando sério? —Murmurou.

—Muito sério. —Disse com aquele riso na voz. —Não adianta fingir, eu sei
que você sente o mesmo.

—Convencido…
—Vamos nos afastar deles Taehyung. Eu sei que você ama seu amigo e eu
também amo meu irmão, mas… vamos viver nossa própria história, longe
deles, vamos viver por nós.

Taehyung sempre foi solitário, a ovelha negra de uma família muito


tradicional e perfeita. Nunca tinha sido o centro das atenções de ninguém,
estava acostumado a ser sempre a segunda opção, talvez Hoseok não
tivesse notado o peso de sua confissão para ele, mas foi muito mais forte do
que ele podia imaginar.

—Vamos! —Disse o ruivo lhe sorrindo ao telefone.

—Me passa seu endereço, eu estou indo. Eu quero você, Taehyung.

(…)

O salão estava lotado de homens e mulheres elegantes, sorridentes e bem


vestidos. Quem entrasse naquela festa jamais diria que era um salão cheio
de pessoas capazes dos crimes mais cruéis, nunca ninguém imaginaria isso.

Ainda mais com as risadas altas, o tilintar das taças de champanhe, o


líquido sendo absorvido por todos com naturalidade, enquanto conversavam
alegremente, como se não estivessem planejando assassinatos, mutilações
entre outras “brincadeiras” bem comuns naquele meio.

Taemin exibia-o para todos com orgulho, Jimin vinha a caráter como havia
prometido. Estava muito bem vestido com um terno inteiro vermelho, e
bem colado ao corpo. Sabia que estava chamando atenção, seus cabelos
alaranjados brilhavam, se era para ser exibido teria que estar apresentável
de acordo, e bem chamativo.

Ninguém em momento algum ousou perguntar de Jungkook, mas era óbvio


pela cara de curiosidade que todos faziam ao ver Taemin passeando para lá
e para cá sem nunca tirar sua mão firme da cintura do mais novo, que todos
achavam que estavam juntos.

Jimin também notou que olhavam descaradamente para si com um olhar do


mais puro interesse, realmente não sabia que era tão popular entre essa
gente.

—Está gostando da atenção, lindo? —Taemin murmurou em seu ouvido.

Jimin estava muito irritado com esse jeito de Taemin. Ele era sim muito
atraente, mas não parava um segundo de tentar alguma coisa a mais com o
menor, mesmo ele deixando bem claro que o acordo era manter distância.

—Estou adorando o champanhe! —Disse lhe com um sorriso, tentando


disfarçar sua irritação.

—Não faz ideia de como eles estão com inveja… —Taemin apertou sua
cintura, olhando nos olhos dos outros homens ali presentes.

Jimin estava realmente se sentindo um pedaço de carne e aquela não era a


melhor sensação do mundo. Eram homens velhos, pelo menos maioria. E
também haviam sim alguns jovens e bonitos, mas mesmo assim não se
sentia minimamente atraído.

—Era isso que você queria né? —Jimin disse, baixinho, dando de ombros. —
Então…

Taemin estava muito próximo, olhando dos seus olhos para sua boca.

—Na verdade eu queria muito mais. Queria ficar com você por pelo menos
uma noite, Jimin…

Jimin tentou se afastar, mas Taemin o segurou mais firmemente possível


pela cintura, grudando os corpos.

Todos estavam olhando para eles e Jimin estava desconfortável, olhando


para todos os lados menos para o homem que o segurava. Estava
arrependido, não devia ter aceitado isso.

—Se você continuar fazendo isso pode esquecer o nosso acordo. —Falou
firme, ainda sem o olhar nos olhos. —Estou falando sério!

Notou que todos encaravam descaradamente e com interesse a cena que


se desenrolava entre os dois.

Taemin deu uma risada sarcástica e divertida.

—Você ainda não entendeu, Jimin? Eu estou sendo gentil com você, não
quis te machucar e acredite, nem quero. —Sussurrou para que só ele
ouvisse, os olhos das pessoas ficaram ainda mais curiosos com os
cochichos. —Mas você não vai sair desse acordo, nem fodendo! Se você
quiser rompê-lo, você não vai poder. Entendeu?

Jimin semicerrou os olhos, não estava intimidado.

—Veremos. —Disse olhando-o, se sentindo completamente irritado.

O maior deu um sorriso, puxando mais a cintura do garoto.

—Você não tem medo do perigo, né?

Na verdade, Jimin tinha sim medo do perigo, só não se sentia amedrontado


com aquele homem. Já tinha visto coisa muito pior.

—Me solta, eu quero andar um pouco.

Taemin negou com a cabeça, ainda sorrindo.

—Estão todos nos olhando, me dê um beijo!

Jimin olhou-o com cara de poucos amigos. Pensando que se arrependimento


matasse, estaria morto e enterrado.

—O acordo era manter a distância! —Falou baixo. —E você está me


irritando com essa insistência!
Taemin também estava irritado, seu ego estava sendo massacrado pelo
Park, parecia até que ele não sentia o mínimo interesse.

—O acordo era você ser meu troféu, e falar para todo mundo que está
comigo. Então pare de frescuras e me dê um beijo bem gostoso na frente
de todas essas pessoas que conhecem o Jeon!

—Eu não vou te beijar! —Disse irritado, tentando se soltar. —E nosso acordo
está desfeito!

—Só estará desfeito quando eu disser! —Disse, apertando com força o seu
braço.

Jimin empurrou-o com toda a força e saiu andando rápido, bufando. Todos o
seguiram com o olhar, mas ele evitou levantar os olhos para qualquer um.

Saiu do salão a passos rápidos e abriu uma porta que dava para a varanda,
então decidiu ficar ali para esfriar a cabeça.

Não tinha como sair dali, todas as entradas eram vigiadas.

Foi burro! Se envolveu com outro Jungkook. Jeon ou Lee... Era quase a
mesma coisa!

Ele devia se afastar dessa gente. Mas agora Jungkook saberia que estava
junto com outro em uma festa, e jamais o perdoaria.

A quem queria enganar? Não era medo dele, era preocupação com o que
ele fosse pensar! Não deveria se importar com as opiniões do Jeon mas era
inevitável, se importava e muito mais do que deveria.

Sua garganta apertou muito ao pensar nele e em como estaria, se sentia


sua falta ou se estava feliz com o outro.

Instantaneamente sentiu as lágrimas quentes descerem por seu rosto.


Apoiou as mãos na sacada olhando para baixo, estavam provavelmente no
último andar daquela mansão. Seria muito mais fácil se ele se jogasse dali...
se veria livre de tudo e de todos, não sofreria mais. Encontraria seus pais,
diria a sua mãe que a amava e teria paz… ou não.

Seu choro estava muito mais alto do ele mesmo imaginava, mas como
estava sozinho na enorme sacada, ninguém podia ouvi-lo. Ninguém nunca o
ouvia.

Jimin não era um objeto, não era um prêmio. Ele era um ser humano, e não
suportava mais ser tratado daquela forma por todos.

A noite estava fria, seu terno vermelho sangue não esquentava nada, suas
lágrimas estavam quase congelando em seu rosto.

No meio de suas lágrimas e seu devaneio, Jimin escutou um tumulto dentro


do salão, assustando-o.

Era um barulho de coisas quebrando, socos, gritos de apoio e uivos de


homens enlouquecidos. Estremeceu.

Ficou paralisado olhando para a porta de correr fechada.

Os gritos eram escandalosos e haviam, claro, muitas gargalhadas. Algum


idiota bêbado devia estar brigando, era só isso.

Jimin ignorou os barulhos e voltou os olhos para a noite fria. O jardim dava
para ser visto ali da sacada, e estava fracamente iluminado por lanternas
românticas, era tudo de muito bom gosto. Era bom olhar as coisas dali, mas
a noite estava mesmo muito fria, tinha que entrar, por mais que não
estivesse sem vontade de ter que encarar Taemin.

Também não queria dizer a ele nada sobre Jungkook, e decidiu que não
diria nem sob tortura. Não sabia por que tinha aceitado isso, na verdade
nunca trairia o ex namorado daquele jeito, se fosse para se vingar seria por
suas próprias mãos, jamais entregaria isso a Taemin.

Talvez quisesse atingi-lo de alguma forma, porque o mesmo esfregou em


sua cara que estava com outro. E Jimin podia ser bem possessivo quando
queria.

Ouviu dois tiros de pistola dentro do salão agitado, logo em seguida mais
gritos animados e mais som de briga. Aquilo o fez acordar um pouco e
começou a cogitar que não era uma simples briga, por mais que barulhos
de tiros nessas festas fossem comuns.

Sempre tinha alguma briga, as vezes alguma morte, mas o salão estava
muito barulhento mesmo.

Ele se mordeu de curiosidade. Secou as lágrimas e ia se dirigir para dentro


quando escutou em alto e bom som, logo atrás da fina porta em que estava:

—Tem certeza que ouviram ele entrar aqui? —Aquela voz, aquela maldita
voz!

—Sim, todo mundo viu ele entrando ali. —Uma voz desconhecida falou.

Jimin ficou em choque, toda sua tranquilidade e serenidade havia sumido.


Começou a tremer da cabeça aos pés.

Olhou para todos os lados sem ter nenhuma alternativa de fuga. Jungkook
estava ali, e não tinha para onde fugir.

A porta foi aberta com uma rapidez absurda, quase sendo arrebentada,
tamanha a força usada. Jimin ficou paralisado, não conseguiu nem mesmo
se mover do lugar, não teve tempo de pensar.

O coração parecia explodir dentro do peito, não levantou os olhos, não


conseguia. Estava apavorado.

Sentiu o mesmo se aproximar de si parando bem em sua frente, a aura


forte e protetora que só ele trazia a si estava de volta.

Ficou parado por um tempo em sua frente, fazendo as pernas de Jimin


virem gelatina. E quando por fim, seus dedos frios tocaram seu rosto, não
conseguiu mais evitar as lágrimas, os arrepios, o desejo de mais do que
aquele simples toque. Era muito mais forte do que ele, era algo que nunca
em sua vida poderia fugir, por mais distante que estivessem.

Jungkook acariciou seu rosto com tanta delicadeza, parecia com medo que
o pequeno quebrasse, segurou seu queixo o fazendo ter que olhar em seus
olhos. Mas mesmo assim ele manteve-os fechados.

—Olha para mim! —Sussurrou, observando atentamente o rosto do menor.


O rosto mais lindo do mundo, céus, como podia ser tão louco assim por
alguém? —Olha nos meus olhos!

O caos continuava do lado de fora, mas nenhum dos dois pareciam


perceber.

Jimin abriu os olhos e encarou os olhos negras mais brilhantes do mundo,


era intimidante e apaixonante. Jungkook parecia ainda mais bonito, alto e
forte do que antes, e seu olhar transmitia raiva, desespero, paixão e amor.
Tudo em uma mistura de sentimentos capaz de causar tremedeiras no
garoto menor.

Jimin não desviou mais os olhos de si, não conseguia mais se concentrar em
nada que não fosse Jeon Jungkook parado em sua frente, o olhando daquela
forma única.

—Você vai ir embora comigo agora mesmo… não vai olhar na cara
desfigurada do Taemin, e então iremos para casa, ter uma conversa muito
séria! —Sussurrou firme se aproximando mais.

Jimin estava tão perfeito, ele sempre estava, mas agora parecia ainda mais.
Ele teve que se aproximar, não podia não fazê-lo, tocou em sua cintura,
ouvindo um suspiro desesperado e audível do menor.

Os olhos dos dois não desgrudavam, Jungkook aproximou os corpos fazendo


com que se tocassem finalmente. Ambos já estavam loucos um pelo outro,
precisavam daquele contato, cada um sentindo o quão errado e certo era
aquilo.
—Se afasta! —Jimin sussurrou fracamente, olhando em seus olhos. Por fora
ele estava firme e por dentro estava quase morrendo de tão forte que
estava sendo reencontrá-lo. Jungkook lhe apertou contra si com muito mais
propriedade, arrancando um suspiro pesado e trêmulo de Jimin. —Se afasta
de mim Jungkook!

—Nunca! —Disse lhe com a voz forte, olhando apaixonadamente os


olhinhos castanhos marejados.

E não aguentando nem mais um segundo, roubou os lábios do seu amor


para si novamente. Notando sem nenhuma surpresa que havia valido a
pena cada segundo de espera, só para vivenciar isso novamente.

CAPÍTULO 30 – Tudo ao mesmo tempo agora

Jimin cedeu apaixonado ao beijo de Jungkook, não pensou direito, estava


morrendo de saudades.

Por mais que todo o seu coração explodisse com a presença do outro, ainda
sim pensava que poderia resistir, mas não foi forte o bastante.

Jungkook lhe devorava os lábios com urgência, sua língua adentrando a


cavidade quentinha e saborosa do menor, ele necessitava disso. Precisava
sentir o gosto da boquinha carnuda em seu paladar novamente, necessitava
sentir o corpo perfeito colado a si mais uma vez.

Jeon lhe apertava com força contra seu corpo, louco de tesão, paixão e
saudade. Estava se sentindo perdido, desesperado, necessitado, louco e
apaixonado. Jimin havia sido feito para ele, e a saudade que tinha daquele
garoto não podia ser descrita em palavras.

Jimin mal havia se recuperado do choque de vê-lo novamente, e já estava


se sentindo nas alturas com menos de dois minutos de reencontro. Esse era
o efeito que Jungkook tinha sobre si, era devastador e maravilhoso ao
mesmo tempo.
O moreno estava impaciente, parecia querer fundir os dois corpos ali na
frente de todos. Toda a festa havia se dirigido para a sacada da mansão,
para presenciar tal cena. E Jimin pareceu acordar para isso, parando o beijo
com muita dificuldade, tendo seu lábio inferior mordido suavemente,
enquanto se encaravam.

Olhou nos olhos de Jungkook que o fitava com toda aquela intensidade que
lhe era tão familiar. Só ele tinha aquele olhar tão penetrante, tão lindo e
intenso que fazia com que Jimin até mesmo esquecesse das coisas.

Mas o menor havia notado, por alto, que havia uma comoção ao redor
deles.

—Estão todos olhando... —Jimin sussurrou envergonhado, enfiando o rosto


no peito do maior.

Jungkook estava sério, muito mais do que o normal. E o ruivo estava


sentindo um leve constrangimento.

—Vamos embora daqui, Jimin. —Disse firme, lhe puxando pelo braço.

Jimin puxou o braço de volta, revoltado.

—Eu não vou com você! —Sussurrou, olhando seriamente nos olhos escuros
e raivosos do Jeon.

—Sim, você vai! —Disse, se aproximando, furioso.

Todos perceberam a tensão entre o casal, ninguém se meteu.

—Você não manda em mim, Jungkook! —Jimin também estava irritado.

Jungkook respirou fundo tentando controlar toda sua frustração e raiva. Não
queria e nem iria humilhar Jimin ao ponto de arrastá-lo a força, mas ele não
estava lhe deixando escolhas.

—Vamos, agora Park Jimin! —Falou sem paciência.

—Eu já disse que não vou! —Cruzou os braços irritado, ele não iria de boa
vontade. —O que mais me tira do sério é o fato de você simplesmente
querer mandar em mim, como se fosse eu fosse uma criancinha de sete
anos!

—Jimin, nós precisamos conversar, e de preferência não na frente dessas


pessoas! —Falou pegando seu braço novamente. —Vamos, agora!

Lee Taemin entrou sorridente, observando o casal interagir. Seu rosto


estava inchado, e ainda tinha dores por todo o corpo, mas não perderia a
oportunidade de irritar Jungkook ainda mais.

—Jeon... largue o meu namorado, ele não quer ir com você! —Taemin disse
entrando e olhando nos olhinhos agora arregalados do Park. —Não é mesmo
querido?

Jimin sentiu o sangue gelar. Olhou em choque para o rosto machucado de


Taemin, pensando no que Jungkook estaria pensando. Ficou desesperado.

Jungkook ameaçou avançar para cima do outro, mas Jimin parou em sua
frente, olhando-o em completo desespero e medo.

—Você não apanhou o suficiente? —Jungkook só não tinha matado o


desgraçado porque teve medo de Jimin fugir dali novamente, mas o outro
estava provocando sua ira, e isso não seria nada bom para ele. —E
namorado é o seu cu! O Jimin é meu, todo mundo sabe disso! Eu ainda
estou com o meu limite de paciência, seria bom para você não esgotar o
restante.

Taemin olhou para ele e sorriu largamente. Provocar Jungkook sempre foi
seu hobbie favorito, afinal ambos sempre disputaram tudo desde a época
que moravam e trabalhavam em um bordel. Sempre se odiaram, ainda mais
porque Taemin era cliente especial e favorito da senhora Jeon, a mulher que
Jungkook mais odiava na vida.

—O Jimin não é seu, ele veio para esta festa comigo, então ele vai voltar
comigo. —Disse sorridente, olhando diretamente nos olhos do pequeno. —
Não é mesmo... meu amor?

Jimin não teve tempo de responder, já que Jungkook entrou em sua frente,
tapando totalmente seu campo de visão.
—CHAMA ELE DESSA FORMA DE NOVO PRA VER O QUE ACONTECE COM
VOCÊ! —Gritou já se aproximando do outro. Seu corpo tremendo, o rosto se
contorcendo de raiva.

Todos ali estavam em um silêncio absurdo, observando a briga de


camarote. Jimin queria morrer... a cena que desenrolava era ridícula em sua
opinião, estavam discutindo por coisas tão inúteis.

—Você não acha que está um pouco alterado demais, Jungkook? —Disse
Taemin. O rosto machucado esboçando seu deboche. —Agora sai de perto
do meu Jimin porque nós vamos para a nossa casa, e para a nossa cama.

Foi muito rápido, Jimin não teve tempo de tentar segurar o moreno, mas
sabia que não teria forças para fazer isso de qualquer forma. Jungkook foi
para cima de Taemin com tudo, e ninguém tentou apartar, pelo contrário, a
platéia que antes parecia congelada, agora vibrava com a cena do Jeon
esmurrando o rosto já ferido do outro no chão.

De alguma forma muito rápida Taemin inverte as posições e fica por cima
de Jungkook, dando-lhe vários socos seguidos.

O desespero de Jimin era palpável.

—TAEMIN, PARA! —Jimin gritou tentando chamá-lo.

Taemin está por cima de Jungkook socando seu rosto, o barulho era
horrível, o coração do pequeno se acelera, não sabia o que fazer, ninguém
ajudava e eles iam se matar.

Rápido novamente, Jeon passa o braço entre eles e acerta um soco com a
mesma força na mandíbula de Taemin, que acaba diminuindo a pressão
dele sobre Jungkook. Em segundos Jungkook lhe empurra saindo debaixo do
outro e ambos se embolam no chão novamente.

Jimin perdera a noção de quantos socos foram trocados, o som era muito
alto e assustador, não tinha como saber quem estava ganhando. Era
grotesco.
—ALGUÉM FAÇA ELES PARAREM! —Gritou desesperado olhando para as
pessoas que não lhe deram ouvidos. Tentou se aproximar dos dois, mas não
tinha nem como chegar perto, ambos estavam quase se matando.

—A regra é clara, garoto. Ninguém pode se meter entre uma briga de dois
assassinos. —Um homem falou para Jimin. —Todos aqui são amigos ou tem
alguma parceria com os um dos dois, ninguém pode se meter entre eles!

—MAS ELES VÃO SE MATAR! —Gritou em desespero.

—Isso não é problema nosso.

Jimin ignorou o que o homem disse e foi até os dois de novo. Era difícil até
chegar perto, mas tentou puxar a jaqueta de couro de Jungkook que agora
está por cima do outro totalmente cego de raiva lhe socando sem parar.

—Jungkook... pare! —Implorou, mas não foi ouvido.

O cheiro de sangue já estava presente, e a fúria sanguinária com que


Jungkook batia em Taemin era assustadora. Ambos estavam machucados,
cheios de sangue mas nenhum dos dois parecia disposto a parar, mesmo
que o Lee já estivesse quase ao ponto de um desmaio.

—JUNGKOOK! —Jimin tentava lhe chamar de volta, mas ele não lhe dava
ouvidos.

Jeon ficou batendo na cara de Taemin sem parar, não parecia ficar cansado
e muito menos satisfeito, era animalesco demais. O som causava calafrios
no ruivo.

Jimin observou a cena sem ter o que fazer, o Lee já estava ficando
desfigurado, seu rosto bonito inteiro cheio de sangue. O ruivo achava que
Taemin já não poderia enxergar de tão inchados que estavam seus olhos,
agora claramente Jungkook estava ganhando.

Jimin viu na cintura do moreno uma pistola quase caindo, e no momento só


foi até eles, não pensando muito. Pegou rapidamente a arma que estava
presa na cintura do moreno, apontando para ambos. Jungkook nem ao
menos sentira que haviam pego sua arma já que estava concentrado em
bater mais e mais no outro.
—PAREM! —Jimin apontou para eles. —CHEGA, JUNGKOOK!

Jungkook finalmente parou, e subiu os olhos escuros para o pequeno, que


tinha a arma apontada diretamente para ele.

O rosto do moreno estava todo salpicado de sangue e cheio de ferimentos


na área do nariz e da boca principalmente, o cenho franzido de raiva.
Estava olhando para Jimin que estava apontando a arma diretamente para
ele.

Foi a cena mais estranha do mundo, ver Jimin lhe apontando uma arma,
definitivamente é o tipo de coisa que ele não imaginava ver nunca. Então
uma cena que definitivamente o acordou foi quando o pequeno apontou a
arma para o próprio pescoço.

Jungkook se levantou na mesma hora de olhos arregalados, se aproximando


aos poucos.

—O-O que você está fazendo? —Perguntou assustado tentando se


aproximar do ruivo. —Tira essa arma do seu pescoço, Jimin!

Taemin tentava se levantar com a ajuda de outras pessoas, e olhava


intrigado para a cena que se desenrolava, assim como todos presentes.

—Eu não ligo de morrer, e você sabe muito bem disso! —Jimin falou
colocando a arma na própria cabeça, os olhos encharcados de lágrimas que
só agora ele notara.

—Amor... calma! O que você está fazendo? —Jungkook ia se aproximando


devagarinho. —Abaixe essa arma, vamos conversar bebê... por favor!

Jungkook estava com muito medo que Jimin puxasse o gatilho, conhecia o
pequeno bem demais, sabia que ele era capaz de fazer isso na
impulsividade, e não podia permitir que isso acontecesse, jamais.

Foi se aproximando do ruivo que estava aos prantos, com a arma


firmemente apontada contra sua têmpora, enquanto os olhos marejados de
lágrimas fitavam os do Jeon.
—Por que você tem que ameaçar o meu amigo? —Falava com a voz
embargada do choro, olhava para o rosto de desesperado de Jungkook. —
Por que você teve que matar o meu pai?

O coração do moreno estava tão disparado que ele não tinha dúvidas que
poderia sair do peito, se aproximou parando bem em frente ao pequeno,
aproximando levemente a mão da arma, sem nunca desviar os olhos dos
dele.

—Me perdoa, eu nunca me arrependi tanto de algo, amor. —Sua mão se


aproximando bastante da arma.

O pequeno estava com sentimentos confusos, não sabia mais o que queria,
se queria viver ou morrer. Não sabia se queria perdoar Jungkook ou não, a
vida era muito complicada. Então Jimin puxou o gatilho... olhando nos olhos
escuros de Jungkook, que os arregalou na mesma hora, com o coração
falhando.

Ficou trêmulo até notar que Jimin não tinha lembrado de destravar a arma.

Jungkook arrancou rapidamente e com fúria a pistola das mãos do menor a


guardando no bolso com as mãos trêmulas.

—OLHA PRA MIM! —Segurou em desespero o braço do pequeno que


soluçava de chorar. —VOCÊ SABIA QUE ESSA PORRA ESTAVA TRAVADA?

Jimin não respondeu, somente o olhava com aquela carinha de choro, então
Jungkook teve sua resposta, era óbvio que ele não sabia. Claro que ele
realmente tentou se matar, bem na sua frente.

—POR QUE VOCÊ IA FAZER ISSO COMIGO? —Gritou bem em frente ao seu
rosto, apertando seu braço, quase chorando de raiva, por Jimin fazer isso
consigo. —PELO AMOR DE DEUS JIMIN...

—E-Eu não sei... —Soluçava.

—VOCÊ FAZ IDEIA DO QUANTO EU TE AMO? —Gritou olhando em seus


olhinhos molhados puxando o corpo pequeno para um abraço forte. —FAZ
IDEIA DO QUE SERIA A MINHA VIDA SEM VOCÊ?
O menor apenas ficou em silêncio, olhando-o enquanto soluçava. O rosto
lavado de lágrimas, enquanto sentia o corpo ser esmagado contra o de
Jungkook.

—VAMOS EMBORA, AGORA!

Jimin tremia sobre os braços do maior, e quando ele começou a andar em


direção a saída, simplesmente o seguiu, não teria mais como fugir disso.

Não olhou no rosto das outras pessoas, não precisava, estava sendo
firmemente apertado contra o corpo do maior.

Taemin não estava mais lá, havia ido embora.

Jungkook e Jimin foram em direção ao carro do moreno em um silêncio


quase frio, não se falaram por nenhum momento até o caminho do hotel em
que Jungkook estava hospedado, que era diga se de passagem, bem melhor
do que o apartamento que o menor alugara com Taehyung. Ficava bem no
centro de Londres, e era de luxo.

Jimin não conseguia falar nada, nem dentro do carro, muito menos no
elevador, e quanto mais se aproximavam do quarto, mais nervoso o
pequeno ficava.

Jungkook estava tão sério, não falava com ele, não lhe dirigia olhares, e isso
era estranho.

Claro que Jimin se arrependia da cena que fizera, porque se tivesse


lembrado de destravar a arma, não estaria mais vivo, simples assim. Mas
sinceramente não sabia o porque de ter feito aquilo, no momento só queria
sumir.

Entraram em um quarto enorme, bem maior do que o de Seul, e Jimin se


sentiu pequeno ali, ainda mais quando Jungkook fechou a porta e ambos se
encontraram completamente sozinhos, se encarando.

—Nunca mais faça isso! —Disse o moreno, ainda o olhando da porta. —


NUNCA MAIS JIMIN. EU NÃO VIVERIA MAIS SE VOCÊ TIVESSE MORRIDO!

O pequeno assentiu se sentindo idiota por ter feito o que fez, foi impulsivo.
—Olha nos meus olhos e me prometa que você nunca mais vai fazer isso! —
Implorou, os olhos firmemente aos seus.

—E-Eu prometo. —Sussurrou, constrangido e arrependido.

Jimin notou que o rosto dele estava ferido, como podia ser tão bonito até
machucado? Não teria como saber, mas sinceramente, ele era lindo demais,
não tinha como não se sentir minimamente atraído. A área dos olhos não
estava machucada por incrível que pareça, só o maxilar e o canto dos
lábios.

—Eu te amo tanto que chega a doer. —Jungkook admitiu, com a voz
sôfrega, embargada. —As vezes sinto que posso explodir ou morrer de
amor!

Jimin estava com as pernas bambas, o coração disparado, o estômago


embrulhado como se estivesse cheio de borboletas.

Olhar para ele depois de mais de um mês de mágoa deveria ser difícil, mas
não era. Também devia assustá-lo, mas não assustava. Sentia
falta, muita mesmo.

—Eu não consigo imaginar uma vida sem você! —Disse se aproximando, o
olhar quente decaindo dos seus olhos para a sua boca. —Eu não consigo
mais ficar longe dos seus lábios, do seu cheiro, do sabor da sua pele... não
suporto mais a distância!

O pequeno ficou tonto com as suas palavras.

—Eu não ligo se você me odiar ainda! —Sussurrou parando em sua frente,
tocando seu queixo, erguendo o rosto, olhando diretamente em seus olhos.
—Pode me chamar de louco, maníaco e psicopata. Eu errei em matar o seu
pai, eu errei em ameaçar seu amigo, errei em muitas coisas. Mas eu nunca
deixei de te amar, por nenhum segundo sequer!

Jimin estava tão estupidamente apaixonado. Essas palavras foram capazes


de aquecer seu peito em um nível absurdo, de uma forma que não
deveriam mas simplesmente faziam.
Tremia da cabeça aos pés, sentindo o calor do corpo do moreno tão
próximo de si, enquanto os olhos o aqueciam ainda mais.

Queria voltar para o Jeon, mas não queria ser para ele apenas um garotinho
para ele proteger, queria ser mais do que isso, queria ter valor. E mais do
que tudo necessitava do seu respeito, da sua admiração.

O ruivo precisava pensar em tudo, mas não perdoaria a morte de seu pai.

—Eu também sou bom em matar pessoas Jungkook, não tanto quanto você.
—Disse baixinho. —Mas você sabe bem que eu sou melhor do que a maioria
em estratégia e em como manipular pessoas.

Jungkook sorriu para o menor, acariciou sua boca carnuda com devoção.

—Eu sei disso. —Sussurrou, seu hálito batendo contra a boca do pequeno.
—Sei muito bem disso, amor.

Jimin estremeceu.

—Eu tenho a melhor pontaria dos aprendizes... —Sussurrou novamente, as


testas se encostando, ambos com os olhos fechados.

—Eu sei.

—Então por que não me dá o devido valor? —Perguntou. —Por que acha
que eu tenho que ser tratado como um objeto sexual que está ali para o seu
bel prazer, para discutir, transar, e para trocar juras de amor e transar
novamente?

—Você nunca foi um objeto sexual pra mim, e você sabe muito bem disso!
—Disse indignado. —Eu te amo, sempre deixei isso bem claro, para você e
para todo o mundo!

—Se você me amasse como sempre diz, me deixaria ter amigos e confiaria
em mim!

—Eu confio. —Disse lhe segurando o rosto.


—Diga isso ao Taehyung, que nunca fez nada a você e tem pavor até
mesmo do seu nome!

Jungkook lhe fitou seriamente.

—Desculpa, mas eu sempre terei ciúmes dele. Faz parte de quem eu sou. —
Jimin bufou irritado tentando sair de perto dele, mas sem sucesso.—Mas eu
prometo que nunca mais o ameaço. —Disse sincero. —Nunca mais faço
nada a ele, e nem a qualquer um que você não queira!

Jimin o encarava de volta, não sabia se podia acreditar em suas palavras,


mas queria muito acreditar e confiar nele. Porque o amor que sentia era
forte demais para se manter afastado dele de novo.

—Se você quebrar essa promessa, eu nunca mais olho na sua cara,
Jungkook!

Jungkook abraçou o corpo pequeno, simplesmente precisando daquilo mais


do que tudo na sua vida. A falta que sentiu de Jimin era muito pior que
abstinência, era quase como a morte, uma morte muito lenta, sofrida e
dolorosa.

—Desculpa pela sua casa. —Jimin disse sem se sentir nenhum pouco
arrependido. —Eu estava irritado.

Jungkook riu, por incrível que pareça.

—Foram só alguns milhões que foram para o lixo... —Disse com um sorriso.
—E mais todos os documentos importantes que viraram poeira, sem contar
o dinheiro investido na propriedade, nada de mais.

Jimin realmente não sentia remorso, porque o que fez a Jungkook não se
comparava ao que ele tinha feito para ele.

—Você mereceu e ainda merece muito mais, eu ainda estou com muita
raiva!

Jungkook lhe encarava daquela forma única, que fazia com que suas pernas
ficassem tremendo. E simplesmente o beijou novamente, o lábio
machucado do maior não foi o suficiente para impedir o ato.
Mas mal pudera aproveitar um segundo, já que bateram na porta do quarto.

—Jungkook... —Jimin parou o beijo excitante com dificuldade, sentindo as


mãos fortes vagarem por todo o seu corpo. —Quem será... ?

—Shhh... —Jungkook o calou com seus lábios e sua língua, devorando com
gosto a boca do pequeno que suspirou entregue.

Jimin sabia que não era hora, que não deveria se entregar assim tão rápido,
mas não conseguia resistir a ele. Jungkook passou ou braços nas pernas de
Jimin de forma afoita, fazendo o mesmo entrelaçar as pernas fartas em sua
cintura, ambos gemeram com o contato tão próximo novamente.

O maior estava ao ponto de enlouquecer, Jimin estava muito gostoso


naquele terno vermelho, mas sabia que ficaria muito melhor sem ele.
Caminhou com o pequeno no colo em direção a cama, seu membro já duro
com o contato delicioso de um Park Jimin muito delicioso em seu colo.

Jogou-o na cama, logo em seguida caindo sobre ele se apoiando nas mãos
para poder finalmente apreciar o dono do seu coração bem ali, entregue
para ele.

Jimin havia sido feito para si, tudo nele o enlouquecia. Seus lábios, seu
rosto, cada mínimo detalhe do seu corpo, sua voz, seu cheiro magnífico, o
jeito que agia, a forma que se entregava a ele, o som dos seus gemidos,
tudo... absolutamente tudo nele havia sido feito para lhe enlouquecer.

Enfiou o rosto em seu pescoço, inalando o cheiro doce, totalmente excitado.


Lambeu a pele quente logo em seguida mordendo com força,
impulsionando o quadril contra ele, gemendo ao sentir o contato do seu pau
contra o dele.

Mais uma vez bateram na porta, várias vezes seguidas.

—Jungkook... é melhor atender... ah! —Jungkook lhe apertara o membro já


sedento por cima da calça social vermelha, observou o rostinho perfeito de
Jimin se contorcer em prazer.

—O melhor a se fazer agora, é ter você de volta, meu amor. —Sussurrou


tirando o blazer vermelho do corpo do pequeno, rasgando a camisa preta
que ficava por baixo, com fúria e desejo ao mesmo tempo. —Foi ele que
comprou essa roupa pra você?

Jimin estava muito excitado, não queria responder, estragaria tudo.

—Foi, não foi? —Questionou com raiva, terminando de rasgar a roupa, se


deparando com seu tronco branquinho.

O Jeon se arrepiou inteiro ao ver os mamilos arrepiados de frio, rosadinhos e


pequenos. Não aguentou mais um segundo e caiu de boca no mamilo
esquerdo, lambendo o botãozinho com gosto.

—Ah... Jungkook... —Jimin levou a mão até a cabeleira negra dele,


apertando os fios com gosto.

—Ele faz você se sentir assim, amor? —Sussurrou mordendo o mamilo.

Jimin mordia o lábio inferior, estava de olhos fechados aproveitando as


sensações.

—Ele já tocou assim em você? —Perguntou, abrindo com violência o botão


da calça do menor, puxando a para baixo com uma pressa desesperada.
Estava com raiva, tesão e ciúmes de só imaginar que Taemin tivesse tocado
em um fio de cabelo de Jimin.

Jungkook se deliciou com a visão das coxas do menor, passou as mãos


nelas vendo a pele macia ficar toda arrepiada. Logo em seguida apertou a
carne, deixando-as marcadas, e ainda mais belas aos seus olhos.

—Ele te faz ficar tão entregue assim, bebê? —Sussurrou, olhando em seus
olhos.

Jimin negou com a cabeça, totalmente louco por ele.

—Eu sei que não! —Jungkook sorriu ladino, e arrancou a boxer do menor
com autoridade. Escancarou as pernas de Jimin rapidamente, desesperado
para o ver lá embaixo de novo, olhando excitado para o membro duro e sua
entradinha rosada. —Gostoso...
Estava tudo indo tão rápido, Jimin não teve tempo de pensar muito,
Jungkook tinha muito efeito sobre si, sobre as reações em seu corpo e
principalmente em seu coração.

—Jung... ah... c-céus! —Jungkook enfiara o membro de Jimin na boca


rapidamente, enquanto seu dedo rodeava a entradinha apertada. —Deus!

Jungkook aumentou a pressão dos seus lábios, se deliciando com o gosto


em seu paladar. Precisava que ele gozasse, morria de saudades de
visualizar a cena, e ouvir seus gemidos desesperados... sentia falta do seu
gosto.

—Jungkook-ah... —O gemido de Jimin fez com que ele aumentasse mais a


velocidade. Enfiou seus dois dedos com tudo no pequeno, vendo o mesmo
dar um berro assustado e prazeroso, o corpo pequeno se arqueou na cama.
Aquela era sinceramente a visão mais linda do mundo, na visão de
Jungkook. —Awnnn... Koookie... tão bom!

Jimin estava muito próximo, e Jungkook estava dolorido de tanto tesão,


sentia que podia gozar só visualizando aquela cena linda de um Jimin
completamente perdido de tesão. O corpo menor já suado, os dedinhos
grudados em seus cabelos, o pênis quente em sua língua estava pulsando,
os gemidos excitantes preenchendo seus desejos eróticos, deixando-o na
borda do precipício do mais profundo prazer.

Jimin gemia manhosinho, se impulsionava mais para cima, tentando se


controlar, mas estava totalmente inquieto. Sua respiração estava pesada,
os gemidos mais e mais escandalosos, o pequeno foi se esquecendo onde
estava, esqueceu da raiva, da mágoa e de qualquer outra coisa. Sua mente
estava longe, só conseguia sentir a boca quente envolvendo seu pau e os
dedos indo fundo dentro de si, fazendo-o ter a sensação de chegar perto do
paraíso.

Tirou o membro do menor da boca, e permaneceu com os dedos dentro


dele, indo fundo. O moreno tinha os olhos negros fixos em cada detalhe
daquela cena, famintos, estava quase gozando só com a cena do seu bebê
totalmente louco, não sabendo o que fazer, gemendo alto, se contorcendo,
agarrando seus braços com força. Jungkook observava tudo, vendo com
deleite os seus dedos sendo engolidos pelo cuzinho apertado e delicioso.
Gemeu rouco, grave ao observar tudo aquilo, Jimin era perfeito.
Tirou seus dedos de dentro dele, ouvindo um gemido desesperado e
frustrado.

Jungkook somente abriu o zíper de sua calça, a arrancando em desespero


chutando para longe, puxou sua jaqueta e jogou-a longe, passou a camisa
escura pela cabeça, no mais completo desespero. Os olhos escuros
observando a cena do pequeno com as pernas abertas para ele, enquanto o
moreno tirava com pressa as roupas.

Mas então viu que Jimin estava enfiando seus dedinhos em sua entrada
enquanto o observava. Jungkook foi a loucura, subindo em cima dele, no
meio de suas pernas, fitando de perto o rosto próximo ao seu.

—Porra... como você consegue ser tão gostoso, Jimin? —Perguntou antes de
se enfiar com tudo em seu buraquinho quente e apertado, grunhindo de
prazer. Apertando os lençóis ao lado de sua cabeça, tremendo, gemendo,
querendo mais, muito mais dele. —Jimin... Jimin!

Passou a estocar violentamente o pequeno, sem conseguir mais se


controlar, estava muito excitado, nunca esteve tão desesperado antes. Só
se concentrava naquele garoto que o enlouquecia mais do que tudo, não
conseguia parar de se mover e gemer, estava além de suas capacidades.
Jungkook não sabia mais quem era, e os gemidinhos manhosos e
escandalosos de Jimin preenchiam seus ouvidos, o fazendo ir ainda mais
rápido dentro dele.

Jimin já havia visto Jungkook muito excitado, mas igual agora, nunca. Ele
estava muito gostoso daquela forma descontrolada, o pau dele indo fundo
dentro de si, tomando seus pontos mágicos, o fazendo delirar. O cheiro de
sexo preenchendo o ambiente.

—Hmm... ah....Jungkookie...isso!

—Meu! —Jungkook lhe estocava com violência, indo forte, rápido e fundo.

—Kook... awnn... —Jimin simplesmente não aguentou mais, gozou


deliciosamente, gemendo alto, ainda sentindo o membro lhe invadindo com
força e rapidez, prolongando a sensação, lhe causando arrepios. Sua
entrada se contraindo com violência, a sensação era maravilhosa.
Jungkook urrou, lhe estocando mais algumas vezes, mordendo seu pescoço
e gozando em jatos quentes dentro dele, totalmente perdido em sensações,
tremendo inteiro. Não conseguia parar de se mover por um tempo, as
respirações se misturaram quando o moreno aproximou os rostos
novamente para roubar seus lábios para si em um beijo sedento.

—Eu te amo tanto! —Jungkook dissera, sentindo o coração disparado. —


Tanto, tanto!

Ele ainda estava dentro do pequeno, olhando em seus olhinhos agora


cansados.

A porta voltou a ser batida, mas ambos ignoraram. Estavam perdidos em


meio aos beijos molhados, as pernas entrelaçadas e corações que tanto
sentiam falta um do outro.

—Nunca mais fuja de mim... —Disse, beijando sua testa, seu nariz, por fim
seus lábios carnudos.

Jimin agora se encontrava deitado sobre seu peito, tendo as costas


acariciadas com carinho. Seus olhos estavam perdidos, o coração um pouco
aflito, estava receoso demais com algumas coisas.

A porta não estava mais sendo batida e sim esmurrada. Jungkook bufou
impaciente e se levantou colocando a calça para ir atender, era um dos
homens que havia trazido junto consigo para Londres.

—O que aconteceu? —Perguntou irritado.

O rapaz apenas lhe entregou o celular.

—Namjoon disse que você não atende o seu. Pediu para eu te falar que era
uma emergência.

Jungkook revirou os olhos pegando o telefone do outro, colando-o a orelha.

—Fale de uma vez, Namjoon! —Disse fechando a porta, na cara do rapaz.

—Jeon... —Sua voz saíra receosa.


—Fale de uma vez!

Jungkook parou no meio do quarto, olhando para Jimin simplesmente


perfeito e nu na cama. Sorriu.

—Park Twan está vivo. —Namjoon disse, fazendo o sorriso satisfeito sumir
do rosto de Jungkook.

CAPÍTULO 31 - Dúvidas
—Ok, Namjoon, me mantenha informado sobre tudo. Obrigado. —Jungkook
desligou o telefone e voltou os olhos para Jimin sentado em meio aos
lençóis, ainda completamente nu.

Jimin viu Jungkook se aproximando de si novamente, e o nervosismo voltou.


Depois que todo o clima sexual havia passado, ficou aquele clima pesado de
duas pessoas que tinham muito o que conversar e se resolver, por mais que
se amassem.

Jeon se sentou na ponta da cama de casal, um pouco distante do ruivinho,


olhou-o seriamente nos olhos.

—Nós temos que resolver isso tudo de uma vez por todas Jimin, eu não
aguento mais viver assim. —O moreno disse, estava arrasado com o que
tinha acabado de ouvir no telefone. —Sou possessivo, sou teimoso, violento,
gosto de matar e sempre admiti isso, nossa relação nunca vai ser normal.
Mas eu te amo, isso não conta?

Jungkook o olhava fundo nos olhos, e se perguntava como não havia


conhecido esse ser humano espetacular que era Park Jimin antes. Por que a
vida tinha que ser tão cruel ao ponto de colocar duas pessoas que se amam
tanto em uma vida dessa? Por que Jungkook não nasceu rico e de boa
família como Jimin? Assim quem sabe, poderia ter o conhecido de outra
forma mais… normal.

—Conta, claro que conta. —Jimin estava se sentindo tão mal por ver
Jungkook com aquela expressão triste. —Mas… eu menti quando disse que
podia te obedecer, eu nunca, jamais poderia. Eu não sou assim, e com tudo
o que passei percebi o quão forte eu posso ser.

—E isso só te faz ficar ainda mais perfeito para mim.

Jimin corou fortemente ao notar o jeito com que ele falou, ainda sentia tudo
o que ele causara ao seu corpo a uns minutos atrás, sua pele ainda tinha
seu cheiro gostoso, seu corpo ainda tinha suas marcas e roxos, feitos pelas
mãos enormes e a boca de Jungkook.

Jeon o olhava com uma expressão tão admirada que fez com que o pequeno
sentisse seu corpo nu se arrepiar sob os lençóis de seda. Jimin sempre se
sentia despido somente com os olhares que Jungkook lhe lançava, mesmo
que agora estivesse coberto por um fino lençol, ainda sim se sentia
completamente exposto aos seus olhos, as orbes escuras e mais
penetrantes que ele já conhecera.

—Eu achei que podia confiar em você, e sem mais nem menos você sumiu
da minha vida, sem a mínima intenção de voltar! —Jungkook falava tudo,
magoado e com raiva, não desviava os olhos do ruivo, que também não lhe
abaixava a cabeça.

—Você matou o meu pai Jungkook, a pessoa que me deu a vida! —Jimin
acusou.

—E você nunca vai me perdoar por isso?

—Nunca! —Disse baixinho com a voz embargada. —Eu nunca vou te


perdoar por isso, Jungkook!

Um silêncio ensurdecedor tomou conta do recinto, enquanto Jungkook


olhava-o pensativo.

—E eu nunca irei te perdoar por matar Yoongi de forma tão misericordiosa!

Jimin arregalou os olhos e abriu a boca, o coração disparou, as mãos


suaram. Um nervosismo tomou conta dele, por muitas razões que guardava
para si.

—S-São coisas totalmente diferentes!

—Não são, amor. Você não tinha o direito de me tirar esse prazer! E sabe o
que é pior? Eu sei que você fez isso para me atingir, por pura vingança!
Mesmo sabendo que seu pai nunca foi um pai de verdade para você,
querendo ou não, até seu tio Hansol foi mais presente do que ele.
—Isso não justifica o que você fez! —Disse com raiva. —Sendo ou não bom,
ele ainda era o meu pai!

—Min Hansol pelo menos te tratava com decência!

Jimin havia pesquisado mais sobre a vida militar de Min Hansol, e descobriu
que havia várias denúncias contra ele que nunca iam para frente porque ele
comprava todo mundo. A maioria dos seus crimes eram de pedofilia, e
aquilo era muito nojento.

—Não fala o nome desse homem, me dá calafrios! —Jimin disse. —Não o


compare ao meu pai, pelo menos ele nunca foi um criminoso!

Jungkook e Jimin se encararam de um jeito constrangedor, afinal, Jungkook


era um criminoso. Não que o pequeno se importasse, na verdade isso até o
atraía, porém na raiva soltou isso.

—Você também é um criminoso Jimin... e dos bons, dos muito, muito bons!
—Disse com um sorriso malicioso.

—E-Eu sei… mas eu nunca fiz nada de ruim para quem não merecesse, não
tem como comparar ao meu tio que fazia mal a crianças.

Jungkook engatinhou até onde o corpo do pequeno estava, e se sentou ao


seu lado, olhando-o de cima a baixo. Era incrível como só a presença do
ruivo fazia tudo ficar melhor e mais feliz no seu mundo que normalmente
era tão cinzento.

—Eu te amo, Jimin. —Sussurrou olhando bem fundos em seus olhos. —Amo
demais!

O menor ficou desconcertado com aquilo, porque foi bem aleatório ao


assunto que eles discutiam. Mas nada foi capaz de evitar os batimentos
fortes do seu coração.

Jungkook era completamente bipolar, assustador e possessivo, mas era tão,


mas tão apaixonante, que Jimin simplesmente não resistia, não havia como.
Esses sentimentos eram mais fortes do que tudo que já tinha sentido, além
de que ele nunca fora tratado com tanta devoção por ninguém antes.

—Eu sou louco, não sou? —O menor sussurrou, olhando em seus olhos.
Estava tão apaixonado que tinha se esquecido do por que fugira dele e do
por que estava com tanto ódio. —A última coisa que eu queria era te
encontrar de novo, e quando encontro, isso acontece de novo.

—Como assim, bebê? —Jungkook não conseguia tirar os olhos dos olhinhos
castanhos brilhantes do menor.

—Eu sou louco por te amar dessa forma tão forte. —Disse, baixinho. —Me
entregar a você foi a atitude mais burra que eu já tomei na minha vida, mas
também foi a melhor!

Jungkook estava hipnotizado, como sempre ficava, e aquilo já não era


novidade. Mas aquelas palavras aqueciam muito seu coração.

Park Jimin era a palheta de cores do mundo cinzento de Jeon Jungkook, e


Jungkook era o suporte e o amor que Jimin jamais tivera em sua vida.

Ambos permaneceram sentados se olhando. Jimin estava deliciosamente


corado, cheio de marcas em seu pescoço, esculpidas pela boca do maior, e
Jungkook se excitava só em olhar aquelas marcas no corpo do ruivo.

—Eu matei a minha mãe. —Jungkook soltou ainda olhando-o. —Foi tão
bom… eu me senti livre do meu passado, Jimin.

Jimin sentiu o coração apertar, Jungkook não costumava falar muito sobre
seu passado, ele era fechado para esse assunto. A única coisa que ele
nunca segurava era dizer que o amava, porque de resto, o moreno era bem
fechado. E o ouvir admitindo isso assim, era inédito e curioso ao mesmo
tempo… mas foi assustador.

—Ela me vendia para uns ricaços desde que eu era criança, e bem… eu
sempre soube em quem iria descontar todo o meu ódio quando tivesse
recursos e a idade suficiente. Porém o que sempre me deixou mal, não
eram os pedófilos que gostavam de me usar, mas o fato da minha mãe me
vender assim, era ela quem devia me amar e proteger sabe? —Disse sério,
os olhos escuros revelando o quanto aquilo ainda o atormentava, e Jimin se
sentiu tão mal por ele. —Eu não dormi com muitos homens e mulheres
nessa época, na verdade eu sempre era o prostituto exclusivo de alguém
por meses, as vezes anos, e… isso me dá nojo até hoje. Eu tenho nojo de
mim mesmo.

Jimin segurou sua mão firmemente ainda olhando em seus olhos.

—Não fala isso Kookie, por favor!

—Toda vez que eu mato um desses homens, eu me sinto vingado. —Disse,


agora com um pequeno sorriso psicótico. —Por isso uso facas, elas tiram a
vida das pessoas em camadas, e a morte é tão lenta quanto dolorosa. —Seu
olhar escuro parecia quase brilhar ao dizer aquilo para Jimin. —Sabe por que
eu amo causar a morte lenta e dolorosa em pessoas ruins? Porque eles me
mataram lentamente, Jimin. Lenta e tortuosamente.

Com o coração dolorido, o peito subindo e descendo em uma frequência


absurda, Jimin o abraçou com toda a força que conseguia. Sentindo seu
corpo ser apertado pelo moreno, ambos quase se fundindo um ao outro.

—Você foi a única coisa boa que aconteceu na minha vida. —Jungkook
nunca havia sido tão sincero em sua vida. —Eu não tenho mais ninguém, e
quando você foi embora… foi o fim para mim.

Jimin se perguntava como Jungkook lhe causava tantas sensações em um


único dia.

—Não fale isso, você tem seu irmão e tem o Namjoon.

Jungkook deu uma risada sem humor, rancorosa.

—Hoseok foi em busca do Taehyung, ele disse que ia embora e realmente


foi. Meu irmão sempre foi muito vulnerável e piedoso, eu sempre soube que
ele não servia para o mundo do crime. —Suspirou. —E o Namjoon… foi a
maior decepção da minha vida.

Jimin franziu o cenho completamente confuso.

—Como assim?

O moreno suspirou.

—Ele acaba de me ligar me contando que seu pai está vivo e bem. —Falou
olhando o pequeno. —Mas isso é impossível.

Jungkook sabia que era impossível, ele deu um tiro na cabeça do homem,
viu seus miolos explodindo, não era coisa da sua cabeça. O que ele
estranhava era o fato de Namjoon inventar uma história sem pé nem
cabeça, de que o homem estava internado e muito vivo. Park Twan não
tinha sequer 1% de chance de estar vivo. O cérebro dele abriu, não foi um
tiro a distância, foi a queima roupa.

—Eu não tenho como saber, Jungkook.

—Mas eu tenho. Foi logo em seguida que eu te salvei e chegaram os


homens do Yoongi, saí pela porta dos fundos e entrei no carro com Suhoo
um dos meus assassinos. Eu sofri um acidente e fui pego por Namjoon, mas
antes eu matei seu pai, me desculpa. Mas não tem a menor possibilidade
dele estar vivo.

Jimin nada disse, isso era algo que dentro de si nunca estaria perdoado. Ele
ainda tinha raiva, porém achava que poderia conviver com isso, pelo menos
esperava que sim. Nada estava garantido em seu coração.

—Então, por que ele estaria mentindo? —Perguntou.

—É isso que eu preciso descobrir. —Mas Jungkook já tinha certeza,


infelizmente ele tinha.
—Jungkook, eu acho que...

Jungkook colou a mão nos lábios de Jimin para que ele se calasse, estava
ouvindo algo estranho do lado de fora,

Jimin lhe olhava com um claro sinal de interrogação em sua expressão.

—Shhh... —Sussurrou tirando a mão de seus lábios e pegando o celular. Não


havia se quer uma mensagem de aviso de seus homens, mas o problema é
que infelizmente só pôde levar quatro consigo para Londres, e isso tinha um
preço. Ele olhou os olhos de Jimin que também ouvia o barulho agora. —
Têm alguém rondando o corredor, muito provavelmente procurando esse
quarto.

Jimin arregalou os olhos e se levantou rapidamente colocando sua roupa


novamente as pressas. E Jungkook pegou uma de suas armas e foi até a
porta encostando sua orelha na mesma tentando ouvir o que se passava do
lado de fora.

Conseguia ouvir alguns múrmuros de conversa, pelos passos pareciam duas


pessoas e estavam se aproximando da porta.

—Quem será que é? —Jimin sussurrou já vestido com seu terno vermelho.
Não usava nenhuma camisa por baixo já que Jungkook rasgou a mesma,
seu peito ficou desnudo.

Jungkook fez sinal para que ele fizesse silêncio. Os passos estavam cada
vez mais próximos da porta.

—Vá para o banheiro e se esconda lá! —Jungkook sussurrou.

—Eu não vou me esconder, não preciso disso! —Jimin bradou.

—Shhh... —Jungkook estava ficando irritado e preocupado com os passos


próximos. —Eu fico mais tranquilo se você estiver lá!

Jimin revirou os olhos pegando uma das armas de Jungkook e se colocando


do outro lado dele, esperando alguém entrar, encarando seriamente o
moreno.

—Então trate de se acostumar a me ter nos momentos de ação, eu sei me


virar Jungkook! —Disse bem firme. —Eu não vou me esconder, pode
esquecer!

Os passos pararam em frente a porta e Jungkook estava a beira de um


ataque de nervos.

—Não seja teimoso, Jimin! —Jungkook estava irado e admirado ao mesmo


tempo, mas o maior de seus sentimentos no momento era a preocupação.
—Me obedeça e vá para o banheiro, eu deixo você matar eles depois, mas
primeiro eu tenho que desarmar…

—Você ainda não entendeu que você não tem que deixar mais nada
Jungkook? Eu não tenho mais que te obedecer! —Disse o baixinho de forma
segura. —Eu vou ficar, você querendo ou não!

Jungkook o queimava com os olhos.

—É assim então, Park?

—É assim, Jeon! —Disse firme.

Ambos se encaram profundamente, Jungkook não sabia se ficava bravo ou


excitado, no fim ficou os dois.

O moreno começou a ouvir as pessoas do lado de fora fuçando no painel


que abria a porta do quarto, e lhe bateu um certo desespero quando ele viu
Jimin destravando a arma. Ele realmente queria lutar, mas Jungkook jamais
permitiria. Então rapidamente abriu a porta saindo para o lado de fora e a
fechando em seguida, para que o pequeno não pudesse sair.

Jimin ficou totalmente indignado e tentou abrir a mesma, porém não tinha a
chave e ela automaticamente se trancava sozinha.
—Jungkook! —O baixinho socou a porta enquanto ouvia o outro
rapidamente agir do lado de fora. Isso não era justo, ele queria ajudar. —
Não acredito que fez isso!

Do lado de fora haviam dois homens que Jungkook nunca tinha visto.
Largou a arma no chão e pegou uma faca de cano curto e com uma longa
lâmina curvada, foi para cima dos dois quando viu que só um deles estava
armado.

Os homens ficaram tão surpresos por ele ter saído do nada do quarto, que
não tiveram muito tempo para pensar. E uma habilidade que Jungkook tinha
era ser muito mais rápido que a maioria dos homens, por isso era muito
bom e habilidoso com facas, elas eram fatais quando estavam em suas
mãos, também eram práticas e muito silenciosas.

Antes que eles pudessem se quer reagir e levantar a arma em sua direção,
o moreno já havia socado o rosto do mais baixo deles, e tomando com
facilidade a arma de suas mãos, segurou sua cabeça e bateu com violência
contra a parede várias vezes, fazendo o mesmo desmaiar. Isso foi questão
de segundos até sentir o outro tentando lhe dar uma chave de braço muito
mal treinada. Jungkook não deixou que o fizesse, somente torceu o braço do
homem que deu um grito que Jeon teve que abafar com sua mão, puxou o
pescoço do mesmo para o lado com força, até ouvir um estalo alto,
garantindo que havia quebrado o mesmo.

No fim, nem mesmo precisou usar sua faca, foi fácil demais.

Guardou a faca no bolso e pegou a arma, que um deles tentou usar, era
uma boa pistola, iria ficar com ela.

—JUNGKOOK! —Jimin socava a porta com raiva. —Abre isso agora!

Jimin estava bem revoltado por ter sido deixado para o lado de dentro.
Sabia que Jungkook daria conta, mas queria provar para ele que podia se
virar, isso era bem irritante.
Jungkook pegou o homem desmaiado e jogou sobre seu ombro, abriu a
porta dando de cara com Jimin que estava bem irritado, passou por ele
entrando e fechando a porta.

—Desculpa amor, mas eu precisava fazer isso sozinho. —Disse jogando o


homem no chão, voltando o olhar para Jimin que estava absurdamente puto
da cara. —Eu sei que você pode muito bem se virar sozinho, mas eu prefiro
que não faça se eu estou aqui para te proteger, Ok?

Jimin queria discutir mas ao mesmo tempo queria o beijar. Jungkook podia
ser bem fofo quando queria, por mais que essa palavra não defina nem um
pouco sua personalidade.

—Prenda ele, eu tenho algemas na minha mala, tape bem a boca, você
sabe o que fazer né, meu amor? —Perguntou carinhoso, e Jimin assentiu
desnorteado com tamanha gentileza do moreno para consigo. —Eu tenho
que mandar alguém tirar aquele corpo lá de fora, enquanto isso você sabe o
que tem que fazer, lindo!

—O-Ok...

Jungkook sorriu quando viu Jimin todo coradinho, perfeito e lindo.


Agradeceu aos céus por ter rasgado sua camisa social, agora podia admirar
seu tronco branquinho. Era um inferno porque queria passar mais tempo
abusando daquele corpinho, porém sempre o atrapalhavam, eles nunca
tinham sossego.

Foi até lado de fora e arrastou o corpo sem vida para dentro do quarto,
antes que mais alguém visse, e fechou a porta. Jimin já havia prendido o
homem desmaiado em uma cadeira, ele já estava amordaçado, os pés e as
mãos muito bem presas. Era um trabalho perfeito.

Jimin queria o orgulhar, sempre quis. Porque nunca em sua vida tinha se
sentindo tão bem com outra pessoa, Jungkook lhe tratava com uma
importância que o pequeno sabia que não tinha, era algo exagerado, mas o
moreno o fazia se sentir mais especial do que realmente era, e isso era algo
tão bom.

—Está perfeito, amor. —Disse com um sorriso.

Jungkook pegou uma garrafa de água, e despejou todo o conteúdo no rosto


do rapaz até ele acordar com os olhos estalados, olhando de Jungkook para
Jimin, a expressão obviamente apavorada. A respiração dele estava rápida,
ele tentava dizer alguma coisa, mas a mordaça não permitia.

—Primeiramente, vou me apresentar. —Disse parando em frente ao


homem. —Sou Jeon Jungkook, e sim, você sabe o que isso significa, não é?
Eu acabei de te dar meu verdadeiro nome, e você conhece meu rosto, ou
seja, não tem nenhuma chance de você sair daqui com vida. Se você estava
me seguindo deve ter alguma noção que tipo de pessoa eu sou, e te
garanto que não adianta implorar, só quero que me diga quem te mandou,
então terá uma morte rápida, indolor.

O homem tinha lágrimas nos olhos, e Jimin assistia de longe hipnotizado


com a cena.

—Se você não me disser quem te mandou, ou gritar quando eu tirar sua
mordaça, eu garanto que sua morte vai ser prolongada e sofrida. Eu vou
arrancar sua pele, seus dedos, todos os membros do seu corpo, eu vou te
castrar. E só depois de tudo isso eu vou te matar, então o que você prefere?

O homem apenas ficou paralisado sem dizer nada, os olhos encharcados.

—Quem te mandou aqui foi Kim Namjoon?

Ele demorou um pouco mas negou.

—Lee Taemin?

Negou novamente.

—Você está mentindo para mim? —Perguntou mais perto.


O homem negou freneticamente e assustado.

—Você sabia quem eu era antes de eu lhe falar?

O homem lhe encarou assustado observando atentamente o rosto de


Jungkook e assentiu fracamente.

—Vou tirar sua mordaça, acho que já entendeu o recado caso tente fazer
qualquer coisa.

Jungkook desamarrou o pano o tirando do rosto dele e voltou a lhe encarar.

—Quem é você? —Perguntou.

O homem suspirou pesado, tomando coragem.

—Kim Juhoo, sou policial. —O homem disse fracamente. —Recebemos uma


denúncia. Você é o assassino de Park Twan, Min Hansol, entre pelo menos
duzentos homens muito importantes da Coreia e fora dela.

Jungkook não estava surpreso, muito menos assustado, nem um pouco.

—E quem fez a denúncia? —Perguntou calmamente.

—Não sei, eu só cumpro ordens.

—Tudo bem, agora você vai morrer em paz, Ok? —O moreno perguntou
pegando sua faca.

—P-Por favor, eu tenho duas crianças para criar, eu… sou sozinho no
mundo, não precisa fazer isso! —Disse, aos prantos. —Eu sumo do mundo,
eu não te denuncio, por favor!

Jungkook não lhe deu ouvidos, só pegou a faca e direcionou para o seu
pescoço. Ele sabia muito bem lidar com aquele tipo de gente , e aquele era
o tipo de coisa que sempre se falava para amolecer o coração das pessoas,
falar que tinha filhos, que ficariam órfãos e blá, blá, blá. Pelo menos 90%
das pessoas falavam esse tipo de coisa na hora do desespero, mas a grande
gigantesca maioria mentia.

—Jungkook, acho que ele não representa perigo. —Jimin sussurrou


amolecido pelo falatório do outro.

—Nunca se prenda a esse tipo de coisa, amor. Você não pode nunca baixar
a guarda se quiser continuar vivo. —Disse lhe entregando a faca. —Mate
ele, você sabe o que fazer.

O homem começou a chorar copiosamente, os soluços eram altos e Jimin


ficou com o coração apertado.

—Jungkook, ele é inocente! —Disse lhe olhando nos olhos.

Não, não é. Foi o que o maior pensava.

—Ele vai me entregar se você não o matar.

Jimin não queria matar um policial inocente, pai de dois filhos, que
implorava por sua vida.

—Mata você então, eu não tenho coragem! —O ruivo disse trêmulo lhe
entregando a faca de volta.

Jungkook continuou de braços cruzados, sem pegar a faca das mãos de


Jimin.

—Se eu o matar você só vai ter mais raiva de mim né? Você me acha cruel!

Jimin olhou-o com os olhos faiscando, foi até o homem que o olhava pedindo
ajuda. Enfiou a faca na jugular do mesmo, vendo o sangue sair em
abundância, e os olhos arregalados ficarem paralisados.

Voltou os olhos raivosos para Jungkook.

—Está satisfeito? —Disse.

—Bom garoto! —Jungkook respondeu com um sorriso.


Bateram na porta do quarto, e Jimin sentiu o coração gelar. Haviam dois
corpos ali, de dois policiais, o que só complicava ainda mais a situação.

—O que faremos? —O pequeno ainda estava com a mão cheia de sangue.

—O que sempre fazemos, saímos da situação.

Jungkook foi até a porta para ver de quem se tratava, abriu um pouco e se
surpreendeu ao dar de cara com Lee Taemin, com a cara toda desfigurada e
ainda sim com um sorriso no rosto.

—O que você está fazendo aqui, seu lixo? —Jungkook já perguntou irado,
escancarando a porta. —Não apanhou o suficiente? O que você quer?

Jimin apareceu atrás de Jungkook.

—Eu quero ele! —Taemin disse provocativo apontando para Jimin.

Jungkook foi com tudo para cima dele o segurando pelo colarinho o
empurrando contra a parede do corredor.

Taemin gemeu ao ter suas costas esmagadas pela parede, mas o sorriso
vitorioso não saía do seu rosto machucado.

—EU VOU TE MATAR! —Jungkook rosnou tremendo inteiro de raiva.

—Kookie... —Jimin sussurrou atrás de si com a voz trêmula.

Jungkook apertou mais o pescoço do outro que sorria.

—Acho melhor ouvir o que o ruivinho lindo tem a dizer… Kookie! —Disse
debochado.

Então Jungkook olhou para o lado, se deparando com no mínimo uns vinte
homens ali. Todos com as armas apontadas para si, não eram amadores,
eram assassinos profissionais.

—Eu vou levar o ruivinho comigo, Ok Jeon? —Disse se soltando de Jungkook,


olhando bem nos olhos arregalados do Park. —Eu disse que te protegeria
dele, Jimin.

—Protegeria ele de mim? —Jungkook disse indignado.

—Foi ele que pediu, Jeon! Só estou cumprindo a minha promessa! —Taemin
disse sorridente. —Vamos, Jimin?

—ELE NÃO VAI! —Jungkook entrou em sua frente, não deixando Taemin
nem olhar Jimin.

—Você não tem o que querer, Jeon. —Disse, com o sorriso lento. —O Jimin
me pertence, você querendo ou não.

O que houve ali no momento, Jimin não foi capaz de prever, muito menos
de impedir.

Foi tomado pelo mais profundo desespero.

CAPÍTULO 32 – Só Hoje
Taemin estava a anos tentando acabar com a vida de Jeon Jungkook, mas o
desgraçado era tão inalcançável, que nunca em sua vida conseguiu chegar
nem perto.

Jeon planejou sua vida desde que era pequeno, mentindo para sua mãe
sobre a quantidade de dinheiro que ganhava com aquele velho Chung-Hee.

Jungkook matou Jeon Sook, uma mulher maravilhosa na visão do Lee. Ele
simplesmente tirou a vida da própria mãe, e Taemin ainda se vingaria por
isso, também queria sua vingança pela sua noiva.

Jungkook sumiu junto a Namjoon logo depois que matou a mãe, demorou-se
anos até Taemin descobrir onde ambos estavam, e quando ele soube já era
tarde demais, o Jeon crescera absurdamente rápido no mundo dos
assassinos. Não era mais tão fácil acabar ele.

Jungkook acumulou milhões em pouco tempo, viajou pelo mundo e com a


ajuda de Namjoon construiu um império. Matou pessoas que a muitos anos
estavam juradas de morte por assassinos muito mais velhos e experientes
no ramo, e que não conseguiam mais acompanhar o jovem assassino
sanguinário que Jeon se tornou. Ele era muito mais temido do que podia se
imaginar, poucas pessoas tinham coragem de enfrentá-lo.

Namjoon e Jungkook estavam ficando cada vez mais ricos, e Taemin mais
distante da vingança que tanto desejava.

Então apareceu Min Hansol e Min Yoongi, que foram um dos poucos que
quiseram fazer parceria com Taemin. Foi justamente nessa época que
descobriu sobre a existência de Park Jimin, mas não levou muita fé de que
Jungkook fosse tão obcecado pelo garoto como todos diziam. Até estar
finalmente presente entre casal e ver com os próprios olhos todo o ciúme e
fúria que Jungkook exalava.

Bem ali ele teve certeza que queria muito foder Park Jimin, já tinha vontade
antes porque ele era realmente gostoso, mas depois de ver como Jeon
reagiu, ficou ainda melhor.

O que esse Jimin tinha de tão interessante? Sabia que Yoongi morrera de
burrice por causa desse garoto e Jungkook se mostrava seguir para o
mesmo caminho. Taemin se sentia atraído só por toda essa atenção que o
ruivinho recebia, mas ele era realmente lindo, e provavelmente a pessoa
mais desejada do mundo do crime. Todos queriam o garotinho do Jeon, só
porque era o garotinho dele, o único que mexeu com a cabeça doentia de
Jungkook.

Mas então vem a melhor parte, Kim Namjoon. Taemin em todos esses
meses havia convencido o Kim a vir para o seu lado, foi difícil, mas depois
de tamanho descontrole que Jungkook vinha demonstrando com o passar
dos meses, Namjoon finalmente cedeu. Nas com a condição de não matar o
Jeon, e claro que Taemin aceitou essa condição, ele queria que Jungkook
sofresse o resto de sua vida, não era maníaco por sangue, só tinha cede de
vingança, e essa vingança tinha nome e sobrenome. Park Jimin.

(...)

Jimin foi para a frente de Jungkook antes que ele partisse para cima de
Taemin, sabia que se não o fizesse o moreno seria morto bem em sua
frente, nunca poderia permitir isso. Ele amava Jeon Jungkook, ele era o seu
amor, sua vida, querendo ou não.

—Você não dá conta sozinho, Taemin? —Jungkook provocou com um sorriso


cínico olhando por sob o ombro do pequeno que tentava a todo custo
segurar o Jeon, com suas mãozinhas em seu peito. —Você é mesmo um
bosta!

—Cala a boca, Jungkook! Eu só vim pegar o que é meu sem ter o risco que
ele saia com algum arranhão, nossos problemas nós resolvemos só nós
dois!

—O QUE É SEU? —Jungkook berrou. —VOCÊ SÓ PODE ESTAR DELIRANDO!


Jungkook tentou ir para cima dele novamente, mas Jimin estava em sua
frente, olhando em seus olhos tentando impedir que alguma tragédia
acontecesse.

—Jungkook, para! Por favor, eles vão te matar! —Jimin tentava acalmá-lo.

—Como se você se importasse né ruivinho? —Disse com um sorriso irônico.


—Não era você que fugia dele como o diabo foge da cruz?

Jimin se virou para olhar Taemin nos olhos.

—Eu te agradeço muito, mas não tem necessidade disso tudo. —Falou
olhando para os homens com as armas todas apontadas para eles. —Aliás,
não tem necessidade deles estarem com as armas apontadas para cá.

Taemin sorriu para o menor, irritando profundamente Jungkook.

—Tem toda a necessidade do mundo, ruivinho. Eu conheço esse desgraçado


a muito mais tempo que você, te garanto que ele tentaria me matar até
mesmo se eu estivesse com uma arma apontada para a cabeça dele! Eu
não vou arriscar.

—Saia daqui antes que se arrependa! —Jungkook disse apontando bem na


cara do outro. —E você sabe que não demora muito para se arrepender!

—Eu só saio com o Jimin. —Disse, olhando-o com tranquilidade. —Vamos,


ruivinho?

Aquela forma que o Lee estava chamando-o fez com que todas as células
do corpo de Jungkook tremessem do mais puro e profundo ódio, mas tinha
que reunir toda a sua pouca paciência para não cometer mais nenhum erro,
tudo tinha que ser calculado.

Infelizmente só tinha uma pistola consigo, mas Taemin também estava


armado, podia notar que havia um coldre preso ao seu cinto guardando
uma pistola. Sem contar os agora muito bem contados quatorze homens ali
presentes, todos eles esperando qualquer movimento de Jungkook,
Não teria como, não tinha o que fazer. A não ser que fosse muito mais
rápido do que já estava acostumado a ser, e ele até arriscaria se Jimin não
estivesse ali.

—Ele não vai com você, pare de ser um maldito covarde e me encare
sozinho, só eu e você! —Jungkook disse irritado. —Ou sente tanto medo
assim?

—Jungkook, eu vou com ele! —Jimin falou tentando acalmar os ânimos. —É


o melhor.

—Não! —Disse, lhe segurando pelo braço o puxando para trás de si. —De
jeito nenhum, nunca!

—Jeon eu não quero ter que te matar, você sabe o quanto de prejuízo isso
me traria? —Taemin disse com um sorriso, cruzando os braços. —Todos os
seus milhares de sócios viriam atrás de mim e bom… a última coisa que eu
quero é mandar que atirem agora. Sei que é difícil pra um egocêntrico como
você entender mas entenda que não há o que você possa fazer, o Jimin é
importante, ele sabe muita coisa, então ele vai comigo.

Jungkook e Taemin se encaravam seriamente, o Jeon não deixava com que


o pequeno saísse de trás de si, mas Taemin sabia que não precisava de
Jimin, ele tinha Namjoon agora ao seu lado, porém ele precisava muito ter o
ponto fraco do seu rival consigo. Não faria não a força, seria muito fácil
assim, ele faria o Park se apaixonar por ele, e esquecer completamente da
existência de Jungkook, só depois o mataria, Jeon com certeza
enlouqueceria.

—Por que você não me leva então? —Jungkook perguntou. —Eu sei muito
mais coisas do que o Jimin, são incontáveis, e você sabe disso!

Os olhos de Taemin sorriram, assim como sua boca.

—Você sabe muito bem porque. Seus sócios iriam atrás de mim, além de
que o ruivinho é muito interessante… —Provocou.
—E se eu for de boa vontade? E se… —Iria doer dizer aquilo, mas Jungkook
não deixaria Taemin ficar se quer mais um segundo com o seu pequeno.
— ...e se nós fizéssemos uma parceria? Eu posso te contar como derrubar
muitos dos homens que você planeja matar a anos!

Taemin olhou chocado para Jungkook, depois soltou uma gargalhada


incrédula, estava completamente surpreso pela proposta. Jungkook e
Taemin era um caso muito pior do que uma simples intriga, eles se
odiavam.

Taemin era namorado da mãe dele no passado, a mesma que o prostituía


desde criança, e Jungkook matara a própria mãe, que Taemin dizia
realmente amar. Também tinha a história da noiva, então só havia raiva e
rancor envolvido.

—Meu Deus… você gosta mesmo dele! —Taemin disse com um sorriso
irônico. —Eu não acredito nisso. Quem diria, Jeon Jungkook apaixonado? O
mesmo cara que não se importou em assassinar todos os amigos do bordel
queimados, o mesmo cara que matou a mãe a facadas, o mesmo cara que
se quer chorou ao saber da morte do próprio pai!

Jungkook continuou olhando-o sem demonstrar qualquer sentimento com


aquelas lembraças, mas Jimin tinha seu coração disparado dentro do peito.

—Temos um acordo? —Jungkook perguntou, sério. —Eu te ajudo, e você não


machuca o Jimin e deixa ele em paz.

Taemin soltou novamente aquela risada irritante, olhando irônico para o


moreno e para o ruivinho que se encontrava atrás dele. Não existe ninguém
na terra que Taemin gostaria de derrotar mais do que Jungkook.

—A última coisa que eu planejo fazer com esse garoto, é machucá-lo. —


Disse malicioso, porque nada lhe dava mais prazer do que ver Jungkook
com tanto ódio. —A não ser que no meio do ato ele me peça, é claro.

Jungkook respirou fundo novamente, não conseguindo evitar ficar com tanto
ciúme só do jeito dele falar. Sua vontade era de quebrar todos os ossos
daquele cara, cada um deles e lentamente, adoraria ver o sangue
escorrendo por todo o corpo dele, mas não podia fazer nada agora.

—Eu sei que você está fazendo isso para me provocar.

Taemin sorriu abertamente.

—E está funcionando, não está?

Jungkook travou o maxilar e cruzou os braços, olhou para os homens com


armas apontadas para si e revirou os olhos.

—Você é mesmo patético. Temos um acordo ou não?

—O que te faz acreditar que eu confiaria em qualquer palavra vinda de


você? —Taemin perguntou.

—E por que você acha que o Jimin não mentiria para você?

Novamente o desgraçado sorriu.

—Eu tenho outras maneiras de fazer com que ele me ajude.

—Parem de falar de mim como se eu não estivesse aqui. —Jimin disse


irritado. —Já está ficando ridículo.

Taemin sorriu largamente para o menor. Claro que ele queria provocar
Jungkook mais do que tudo no mundo, mas estaria mentindo se dissesse
que não estava nem um pouco interessado no Park, afinal o garoto era um
pedaço de mal caminho. Ter o ruivinho em seus lençóis seria uma forma de
vingança deliciosa contra Jungkook, seria ainda melhor se fosse na frente do
mesmo, mas Taemin não sonhava tão alto.

Ainda tinha muitos homens para convencer a ficar contra Jeon, alguns
viravam a casaca mas a grande maioria infelizmente ainda era muito fiel a
ele, por medo e admiração. E infelizmente para si, ele pagava um salário
que Taemin ainda não podia pagar, porém seria questão de tempo, com
Namjoon ao seu lado Jungkook perderia metade da empresa, e
consequentemente metade de seus homens.

—Vamos ruivinho, agora!

Jimin queria tanto se estapear por ser tão burro e ter caído na armadilha de
Taemin, e agora óbvio que tinha que ir com ele. Jungkook já estava
surtando novamente, mas não podia fazer nada naquele momento.

—Ele não vai com você! —Jungkook praticamente rosnou.

Jimin saiu de trás do moreno para se encaminhar até Taemin, mas foi
segurado pela mão firme do moreno que apertou com força seu pulso.

—Jungkook… —Jimin sussurrou, apavorado com qualquer atitude destrutiva


que ele pudesse tomar agora. —É o melhor!

Jungkook olhou raivoso para o outro que ria da sua crise.

—Eu… faço qualquer coisa! —Jungkook disse a Taemin. —Mas deixa ele fora
disso!

Taemin sorriu largamente com isso. Nunca em toda sua vida imaginou ouvir
isso dele, e com certeza foi a melhor das sensações, podia finalmente se
vingar.

—O Jimin vai comigo, mas eu não encosto nele se você me trouxer a cabeça
seu irmão e… me contar aonde sua mãe está enterrada. —Mentiu, pegando
o braço de Jimin e o puxou para si. —Se você fizer qualquer coisa eu acabo
com o ruivinho, depois de me aproveitar bastante dele, claro.

Jimin ouvia tudo aquilo incrédulo. Taemin definitivamente não o conhecia.

—Só não o machuque, não encoste nele! —Jungkook exigiu, vendo o


pequeno saindo devagarinho na frente do Taemin que não deixou de sorrir
nenhum momento o encarando cinicamente. —Saiba que se encostar nele
eu acabo com você, Lee Taemin. Pedaço por pedaço!
Jungkook estava desesperado ao ver seu pequeno sair dali com Taemin,
mas sabia que era melhor deixar eles irem, não tinha o que fazer. O teve
por somente algumas horas, e já levaram seu ele de si novamente.

Mas Jungkook jamais deixaria que isso acontecesse para sempre, tinha que
agir, e saber exatamente em quem podia ou não confiar. O engraçado
daquilo tudo, era que Jungkook sabia exatamente quem.

(...)

Jimin entrou novamente naquele mesmo apartamento, com Taemin logo


atrás. Dessa vez haviam homens protegendo todo o apartamento do lado
de dentro e de fora.

O outro fechou a porta e sentiu braços envolvendo sua cintura, o deixando


completamente pálido e sem reação.

—Eu não dou duas horas para o Jungkook planejar alguma coisa e já estar
aqui, então tenho que ser rápido. —Sussurrou em seu ouvido, se
encaixando atrás de si, deixando o ruivo absurdamente nervoso. —Eu quero
muito te provar, Jimin, saber que mel é esse que você tem!

Jimin tentou se afastar mas foi firmemente segurado, olhou ao redor para
todos os vários seguranças que não tiravam os olhos da cena que se
desenrolava. Eles pareciam interessados, só deixando-o ainda mais
incomodado e constrangido.

Jimin o empurrou e saiu de seus braços, virou-se para olhar para Taemin
que o fitava com um misto de diversão e desejo, descendo os olhos pelo
pescoço todo cheio de chupões e seu peito branquinho também marcado.
As marcas de Jungkook.

—Já, Park? Não chegou a dar três horas que ele te levou de volta! Você
estava desesperado e cheio de medo do Jungkook te pegar… —Disse se
aproximando do baixinho novamente como um predador. —Mas tudo o que
você mais queria é que ele te pegasse… não é?
Jimin abriu a boca sem que saísse algum som dela, logo em seguida passou
a língua entre os lábios, totalmente nervoso. O outro seguiu o movimento,
se sentindo desejoso.

Jimin não tinha medo de Taemin, mas não sabia como reagir nesse tipo de
situação.

—Você está todo marcadinho pelo seu homem. Não é, Park? —Sorriu
parando em sua frente. —Você gosta disso?

—Não te interessa!

Taemin sorriu, segurou sua cintura aproximando seu corpo do menor, mas
Jimin colocou as mãos sobre seu peito, o afastando o máximo que
conseguia. Aquilo além de incômodo, era extremamente vergonhoso.

Taemin podia até ser bonito, mas era chato, irritante, e definitivamente não
era o seu Jungkook. Não era o homem que ele amava e o único que ele
queria.

—Você realmente gosta dele ou só usa a paixão doentia dele para se


beneficiar? —Perguntou com um leve riso na voz. —Não precisa fingir
comigo, Park.

Jimin se sentiu ofendido, mas se segurou para não dizer nada, preferiu ficar
em silêncio.

—Qual seu objetivo na vida, Jimin? Ser a foda do Jeon e nada mais?

—Cala essa boca! —Jimin falou irritado, sentindo sua cintura ser segurada
mais firme.

—Eu soube o que você fez com seu primo. Eu também soube que você
salvou o Kim e o Jeon em uma noite, e sozinho. —Disse, falando baixinho só
para ele ouvir. —Você tem muito talento, Park. Só precisa de alguém que
saiba valorizar isso.
Jimin ficou boquiaberto, o encarou com desconfiança.

—Eu posso te ajudar, eu posso fazer você ser muito mais do que é agora, e
é só esquecer completamente da existência daquele cara.

O menor esperava qualquer coisa, menos que ele quisesse mesmo que
fosse para o seu lado.

—Qual é Jimin, que futuro você tem com ele? —Perguntou se aproximando
de sua boca. —Jungkook é doente, e todo esse egocentrismo dele vai ser o
responsável por sua queda, todos já estão se voltando contra ele.

Jimin franziu a testa, se sentindo confuso. Quem estava se voltando contra


Jungkook?

—Todos… quem?

—Jimin, até ontem você me pediu ajuda e eu te ajudei, você está livre dele.
Mas cabe a você agora decidir se quer me ajudar também.

Jimin mordeu os lábios de forma nervosa. Todos estavam se voltando contra


Jungkook?

—Eu repito a pergunta, o que você quer ser da sua vida? Você pode ser o
que quiser longe dele, pode ser até muito maior do que o Jungkook, talento
e vontade eu sei que você tem.

—Por que você está me falando tudo isso?

Taemin sorriu, aproximando Jimin e selando rapidamente a boca bonita,


levando o ruivo a se assustar rapidamente.

—Por que só falta você, olha aqui. —Taemin levantou seu queixo para que o
ruivo o olhasse nos olhos. —O Jeon vai estar aqui em menos de duas horas,
eu não tenho dúvidas. Mas nós vamos voltar para a Coreia, lá está tudo
perdido para ele, pelo menos quase tudo perdido.

—O que?
—As pessoas estão se voltando contra ele, porque nesse último mês ele
enlouqueceu e não conseguia fazer mais nada, ele não é mais a mesma
pessoa.

—Como assim? —Jimin estava chocado.

—Jungkook é completamente insano, e não é mais confiável. —Taemin deu


de ombros.

—Você está mentindo!

Jimin estava indignado, Jungkook era um ótimo líder, e muito respeitado por
todos, e aquilo não fazia sentido. Olhou bem para o outro, suspirando e
semicerrando os olhos, estaria ele mentindo?

—É a verdade, Park. Mas você não precisa se afundar com ele, você pode
ficar ao meu lado. —Sussurrou colocando uma mecha de cabelo laranja
atrás de sua orelha, olhando-o nos olhos com um sorriso que nunca tirava
do rosto. —Você acha que Yoongi era burro? Eu conheci seu primo, ele era
um amigo próximo. Antes de ser pego pelo Jeon naquela enrascada, ele já
havia movido muita gente contra o Jeon, gente que o mesmo demorou anos
para se aliar, ainda têm mais homens grandes do meu lado, políticos que
eram muito amigos de Georgiana, parceiros dela. Aquela vadia conhecia
muita gente, assim como muitas pessoas mortas pelas mãos do seu
assassino favorito. Sabe, Jungkook acumulou muitos inimigos, e o mal que
ele causou está se voltando contra ele.

Jimin estava embasbacado.

—Mas...

—Hoseok se foi, ele está namorando seu amigo Taehyung, porém não estão
mais em Amsterdã, simplesmente sumiram. —Continuou falando,
pressionando seu corpo ao do garoto com aquele terno vermelho digno de
matar qualquer um do coração. —Namjoon não consegue mais trabalhar
com Jungkook… ele está do meu lado agora, e o Jeon ainda não sabe.
Jimin estava de olhos arregalados, o coração batia forte quase saindo do
peito. Ele precisava avisar Jungkook.

Sentiu um aperto forte em seu peito, queria protegê-lo de alguma forma.

—Até o Namjoon? —Falou com raiva, completamente indignado. —Até ele?

Taemin sorriu novamente, beijando seu maxilar. Jimin se contorceu em seus


braços, tentando se afastar.

—P-Para! —Rosnou, tentando o empurrar.

Taemin parou e sorriu.

—Um dia você ainda vai implorar. —Sussurrou em seu ouvido.

Jimin ainda estava uma confusão de sentimentos, não sabia o que fazer,
mas tinha um objetivo. Alertar Jungkook.

—Sabe aquele médico bonito, Jin? —Jimin voltou os olhos para ele
novamente. —É, fizeram um estrago com ele. Sofreu todo o tipo de coisa, e
quando foi salvo por você, a primeira coisa que fez foi denunciar todo o
sistema de assassinos secretos que nós temos. Sabe o que é isso, Jimin?
Você faz ideia de quanta gente ele fodeu? Não, você não faz. Porém todos
arrumamos uma solução bem genial. Colocar toda a culpa no Jeon, porque
ele é o maior de nós mesmo.

Jimin sentia o coração apertado, não querendo acreditar naquilo.

—Algumas provas do que ele realmente fez aqui, outras pistas falsas ali, e
pronto. Jungkook é o homem mais procurado da Coreia, e devo dizer, do
mundo. É com esse tipo de homem que você quer estar? Se ele pisar na
Coreia ele será preso, e você vai junto.

—Você está mentindo! —Gritou, com lágrimas nos olhos.

—Ele matou seu pai, Jimin. E Park Twan era um amigo íntimo do presidente.
Como sei disso tudo? Alguns desertores me contaram, e vários o
denunciaram em troca de uma pequena fortuna que foi oferecida por toda a
sociedade de assassinos.

Jimin só permanecia de boca aberta, com o coração martelando dentro do


peito. Estava desesperado, apavorado.

—Mas nada disso vai afetá-lo de verdade, porque conheço e odeio Jeon
Jungkook, mas sei que o desgraçado sabe dar a volta por cima. E mesmo se
não der, já que não se foge da justiça para sempre, eu sei que só há uma
coisa no mundo que o deixaria completamente sem chão.

Jimin também sabia.

—Perder você, Jimin.

—O que você quer de mim? —Disse entre lágrimas. —Que inferno!

—Quero que você venha comigo. E então eu não denuncio onde ele está,
porque eu não quero que ele seja preso, seria fácil de mais, eu o quero aqui
do lado de fora para resolvermos nosso acerto de contas como deve ser
feito!

—Eu não posso!

—Sim, você pode, vamos lá Jimin é só dizer sim. Tudo fica melhor pra mim,
pra você e para o Jeon. —Disse. —Você fica comigo, e eu não denuncio ele.

Jimin fungou.

Seu coração doía, ele achava que só teria que dar um jeito de fugir de
Taemin, mas o buraco era muito mais embaixo, as coisas tomaram
proporções absurdas. Poderia dizer não, mas então ele falaria para polícia
onde Jungkook está e ele seria preso.

Decidiu optar pela única alternativa.

—O-Ok, eu vou com você. —Sussurrou, baixinho.


—E você vai transar comigo.

Jimin arregalou os olhos e abriu a boca sem ação.

—Não! —Respondeu, indignado.

—Eu não vou te estuprar, Jimin. —Sussurrou abaixando a cabeça até sua
orelha bonita, mordeu o lóbulo. —Qual é, eu sei que sou atraente, não sou
nenhum velho nojento, e vou fazer direito de um jeito que sei que você vai
adorar.

Jimin corou fortemente, pensando no que faria. Definitivamente não queria


isso, não mesmo!

Teria outra saída? Pensou muito, e finalmente encontrou uma em sua


cabeça.

—Só hoje, Jimin. Eu quero te provar como um homem de verdade faz!

Jimin olhou nos olhos de Taemin sem saber o que dizer, e assentiu. Estava
exausto de tudo aquilo.

—Só hoje…

CAPÍTULO 33 – A Inconsciência
Taemin jogou Jimin no sofá com brutalidade, o menor não esperava aquele
ato repentino, então ficou assustado.

Foram cerca de segundos até o homem estar em cima de si, como um


animal louco, apalpando todo o seu corpo de forma que Jimin achou
absurdamente esquisita e nada excitante, pelo menos não para ele.

Taemin não era Jungkook, simples assim.

—Agora eu vou te beijar, Park. —Disse próximo a sua boca.

O coração de Jimin disparou ainda mais. Ele estava tão nervoso e


desconfortável, principalmente por estar cheio de homens na sala, olhando
diretamente para os dois com interesse.

O mais velho beijou Jimin de forma rápida, enfiando sua língua na boca dele
sem pedir passagem. Seus lábios eram frios, e sua boca não tinha o mesmo
gosto com o qual Jimin estava acostumado, ele queria se afastar, mas
Taemin devorou seus lábios com gula, enquanto apalpava suas coxas.

O maior abriu o blazer vermelho de Jimin, revelando a pele maculada cheia


de marcas avermelhadas e roxas, seus mamilos rosados também marcados
por dentes e chupões. Só de ver o estado do corpo dele podia se notar
como Jungkook era possessivo, e gostava de marcar o seu território.

Jimin era muito bonito, mas estava absurdamente quieto, sem reações e
isso nunca aconteceu a Taemin, normalmente as pessoas ficavam afoitas
em seus braços. Não ficavam completamente estáticas com os olharares
perdido assim como ele estava estava.

—Vamos para o quarto. —Murmurou beijando os lábios carnudos. —Eu não


quero plateia.

Taemin saiu de cima dele, observando o menor se levantar com o mesmo


olhar de antes, deixando claro o quanto não estava gostando e não estava
querendo aquilo. De certa forma isso irritou o Lee, mas ele queria fazer ele
gostar, afinal ele era muito melhor do Jeon Jungkook em todos os aspectos,
com e com Jimin não seria diferente.

Ele fez sinal para que o ruivinho subisse as escadas e o pequeno o fez em
silêncio, dando lhe uma visão privilegiada da sua bunda avantajada e
durinha enquanto subia os degraus em sua frente. Taemin falou para os
cinco seguranças estarem devidamente preparados para qualquer invasão,
porque ele tinha que comer aquele garoto agora, se não enlouqueceria de
tão duro que estava. Sem tirar os olhos de Jimin subindo a escada, subiu em
seguida.

Jimin seguiu seu caminho até o quarto de solteiro do Lee, no final do


corredor.

Taemin entrou no cômodo logo atrás do menor, fechando a porta e a


trancando. Observou o ruivo analisar o quarto e abraçar o próprio corpo em
claro sinal de nervosismo.

—Tira essa roupa, Park! —Taemin disse se dirigindo até sua cama de casal,
sem tirar os olhos do garoto.

Se sentou de pernas aberta olhando desejoso para o ruivo parado no meio


do quarto, com suas bochechas vermelhinhas, a boca rosada, o rosto
absurdamente angelical o deixando tão… Taemin não sabia explicar, só
sabia que queria ver e sentir tudo nele. Park Jimin era extremamente
intrigante.

—Nós… não podemos ir direto ao ponto? —Jimin olhou-o com os olhos


sérios… quase frios. Queria acabar com aquilo de uma vez por todas, não
queria enrolar. —Sem preliminares.

Taemin negou lentamente com a cabeça e fez um barulhinho com a boca


que indicava que não, ele não queria ir rápido.

—Eu quero ter tudo com você ruivinho, assim como o Jungkook também
teve. —Disse com um pequeno sorriso. —Tira essa maldita roupa, eu quero
te ver.

Jimin ficou mais vermelho ainda, não conseguiu se mover, não conseguiu se
despir. Só ficou encarando-o com a boca entreaberta e o coração disparado.

Ele não ia conseguir fazer isso.

O que mais o paralisou foi quando viu Taemin pegar seu celular e apontar
para si, filmando-o descaradamente.

—Você tem duas opções, Park. A primeira delas é me deixar te comer e te


gravar, eu te garanto que vai ser bem gostoso, e então eu vou mandar isso
para o Jungkook. —Disse com um sorriso o olhando. —A segunda opção é
não me deixar te comer, e então eu vou ligar para a polícia de Londres,
alertando exatamente onde o Jeon está. Vai por mim, será pior para todos
nós. Qual vai ser?

Jimin o encarou, perplexo.

Soltou o ar, assentindo devagarinho.

Mordeu os lábios para não deixar o choro sair, e tirou o blazer vermelho,
ficando nu da cintura para cima. Olhou para Taemin que com uma mão
apertava a própria intimidade encarando-o, excitado. E com a outra tinha
seu celular apontado para o ruivo, ele ostentava um sorriso largo.

—Diz que você é meu, fala para o Jungkook que você me pertence! —Ele
disse, gravando tudo. —Olha para o celular e fala para ele aqui, que eu vou
foder você hoje porque você quer!

Jimin não ia dizer isso, não mesmo, nem que aquilo nunca chegasse a
Jungkook. Havia limites para sua humilhação.

—Não vai dizer, ruivinho? —Disse olhando em seus olhos, exalando malícia.
Bateu em sua coxa e chamando-o. —Vem aqui, eu vou te dar motivos para
ficar de boca calada.
Jimin hesitou por alguns segundos, mas vendo que não tinha mais jeito foi
até ele, até parar em sua frente.

Taemin o puxou pela cintura trazendo Jimin para o meio de suas pernas,
beijando sua barriga marcada, passando a língua e abrindo o botão da sua
calça vermelha. Olhou em seus olhinhos que estavam perdidos.

Largou o celular de lado e com as duas mãos puxou a calça de Jimin para
baixo.

Taemin ficou admirado com as coxas fartas. Passou suas mãos ali, desejoso,
apertando a carne, observando as faltas de reações do menor, que ainda
estava estático.

Totalmente irritado pela falta de excitação de Jimin, ele o fez se ajoelhar em


sua frente com brutalidade, pegou o celular de novo e apontou para o seu
rosto.

—Abre a minha calça e me chupa, ruivinho! —Disse, segurando com força


os cabelos macios e alaranjados entre os dedos. —Me engole inteirinho para
eu mostrar para o Jungkook!

Jimin estava com nojo, mas precisava fazer com que tudo desse certo. Não
o chupou, na verdade ele se levantou e sem mais nem menos se sentou no
colo do outro que gemeu surpreso com o contato inesperado.

Taemin não esperava essa atitude do ruivo que não parecia estar gostando
de nada até agora. Ia dizer alguma coisa, mas não conseguiu, assim que
Jimin começou a rebolar deliciosamente em seu colo, o levando a loucura.

O Lee estava tão entretido que nem ao menos percebeu quando o pequeno
jogou seu celular longe, estava em êxtase. A bundinha farta se movendo
com precisão sobre ele, quase o fazendo gozar nas próprias calças, como
um adolescente inexperiente.

—Q-que isso ruivinho… assim que eu gosto! —Disse com um sorriso perdido
em sensações, apertando suas nádegas com força.

Jimin fez sua melhor cara de safado e mordeu o lóbulo da sua orelha,
enjoado com o cheiro adocicado do seu perfume. O de Jungkook era sem
comparações, era forte, másculo, como que feito para ele.

—Você não disse que queria tudo o que o Jungkook tinha? —Sussurrou em
sua orelha, sem parar de rebolar em seu colo.

Taemin apertou com mais força suas nádegas, investindo contra sua bunda
marcada pela cueca boxer apertada.

—Mas eu vou te dar tudo o que Jungkook nunca teve! —Jimin sussurrou
provocante.

—Ah é? —Perguntou com um sorriso malicioso. —E o que seria? O que o


Jeon nunca teve de você ruivinho?

Jimin parou de rebolar e com um sorriso malicioso se aproximou da boca do


outro que estava enlouquecido de tesão.

—Meu ódio, o meu desprezo, o meu nojo! —Falou calmamente, olhando no


fundo dos seus olhos. —Por que eu o amo! E você não chega nem aos pés
dele… eu não consigo nem ficar excitado com você, só sinto repulsa!

Taemin ficou chocado e com muita raiva, porém não teve tempo de falar ou
agir assim que teve seu pescoço perfurado por uma minúscula faca afiada
que estava na mão do menor.

Rápido, tão rápido que mal deu tempo para notar que ele estava armado
aquele tempo todo.

Taemin não teve tempo de reagir, porque Jimin sabia exatamente onde o
perfurar. Afinal, havia aprendido com o melhor.

Lee Taemin nunca esperaria isso do ruivo, afinal ele o considerava


pequenino, angelical e aparentemente frágil. Era só um adolescente, pelo
amor de deus.

Ele tentou empurrar o garoto, mas a dor que sentia na área do pescoço já o
estava deixando tonto. Estava perdendo muito sangue, e até tentou
levantar mas foi firmemente segurado pelas coxas do ruivo.

Taemin foi empurrado para trás caindo de costas na cama, com o garoto
por cima de si, suas mãozinhas estavam encharcadas de sangue. Jimin
puxou a faca minúscula que ele sempre levava presa ao tornozelo, para
emergências como essa. Ela estava gravada no pescoço do Lee e não
estava saindo com facilidade, principalmente pela quantidade absurda de
sangue que saía por ali.

Puxou com mais força e a faca finalmente se soltou da carne. O som que
saiu do ferimento era viscoso, o sangue descia em abundância, como
sempre saia quando o ferimento era nesse local em específico.

O outro tentou gritar, mas Jimin colocou sua mão cheia de sangue em sua
boca, empurrando mais o corpo que se debatia na cama.

—Vai para o quinto dos infernos! —Ele sussurrou com a voz delicada. —Seu
porco nojento!

Pegou a faca escorregadia do líquido grosso e quente com dificuldades.


Estava muito escorregadia e era realmente pequena, porém absurdamente
afiada. Olhou nos olhos encharcados do Lee, e desferiu um golpe em seu
peito, mas não conseguiu puxar a faca de novo por estar muito molhada de
sangue, então ela ficou cravada no peito do homem que gemia de dor.

Em questão de segundos sentiu a mão grande e não tão firme segurando


seu cabelo com força, puxando-o fazendo com que Jimin caísse na cama ao
lado de Taemin.

Jimin sufocou um grito quando o outro veio para cima de si, mesmo cheio
de sangue e todo fraco pela alta perda de sangue.
—Eu vou te matar seu putinho de quinta! —Falou com dificuldades em cima
de Jimin segurando seu pescoço e o apertando. —Você está fodido!

Jimin se debateu embaixo dele, tentando o empurrar, mas ele ainda era
mais forte. Sua vantagem era que ele estava todo ferido.

Perdendo o ar aos poucos, Jimin conseguiu puxou a faca do peito do outro,


conseguindo finalmente tirá-la dali. Ouviu um grito alto do outro que não se
aguentou nos próprios braços caindo em cima de si quase o esmagando,
enchendo-o de sangue.

Jimin respirou aliviado, jogando o corpo pesado para o lado com


dificuldades. Ele ainda estava vivo, mas faltava pouco para morrer.

O ruivo se levantou com as pernas bambas, olhou para a cama


ensanguentada e o corpo dando solavancos, enquanto o sangue expelia
pelos ferimentos. O homem ainda lutava pela vida e olhava para ele com
ódio, mas mal conseguia falar.

—S-Senhor Lee… ouvimos gritos, está tudo certo? —Uma voz masculina se
fez presente do outro lado.

Um som oco de batidas fez Jimin paralisar e quase perder o ar, olhou e
direção a porta.

O que faria? A única coisa que passou por sua cabeça, claro.

—OOOOHHHHHH, IIIIISSSSSOOOOOOO, OOOOOH Taemiiiiin! —Fingiu um


gemido e começou a chutar a madeira da cama. —MAAIS RÁPIDO! MAIS
RÁPIDO, ASSIM!

—É… desculpe. —Ouviu os passos se afastando.

Riu, nervoso e aliviado.

O apartamento infelizmente estava cercado de homens. Não teria como ele


sair por essa porta, e passar pela entrada normal do prédio, simplesmente
não conseguiria passar despercebido por tantas pessoas. E não tinha como
enfrentar todos aqueles homens experientes com uma faca pequena.

Olhou para todos os lados daquele quarto, era grande mas a cama de casal
nem tanto. Tinha decorações em tons de vermelho-escuro, parecia mais um
quarto de boate do que qualquer outra coisa.

Foi até a cama e vasculhou os bolsos de Taemin, que ainda estava


agonizando.

Então, viu uma arma caída no piso, não havia nem notado que ele estava
armado. Sorriu e caminhou até ela, pegando-a do chão e analisando a
pistola calibre trinta e dois, pequena e com o cano curto, bem velhinha. Mas
seria muito útil, principalmente porque Jimin olhou o pente da mesma
vendo que estava carregada.

Olhou assustado o rosto aflito do outro que já estava praticamente em seus


últimos segundos de vida. Secou as mãos ensanguentadas nos lençóis
escuros da cama, colocou sua faca de volta em seu tornozelo para caso
precise dela novamente.

Foi até os grandes armários e escolheu uma roupa de Taemin, uma calça de
moletom e uma camisa preta normal. A calça ficou muito larga mas graças
ao elástico não estava caindo, mas de resto tudo ficou bem. Precisava sair
dali, mas antes, ia procurar provas dos crimes dele para livrar Jungkook
daquelas acusações.

Ainda analisando o quarto com os olhos, viu o telefone do desgraçado na


cama e sorriu ao ver que estava desbloqueado com a câmera ainda ligada.
Pegou-o e tirou da câmera, apagou o vídeo que ele havia feito e discou o
número de Jungkook que sabia decorado de cabeça, esperou chamar.
Foram necessários dois toques e ele atendeu.

—Seu desgraçado! Eu acho muito bom que você não tenha encostado nele,
eu te mato você ainda não sabe do que eu sou capaz Lee Taemin! Eu vou
arrancar cada...

—KOOKIE! —Quase gritou para que o mesmo se acalmasse. —Sou eu,


calma!

Jungkook demorou alguns segundos para processar aquilo.

—Jimin? —Seu tom de voz mudou bruscamente de irado para calmo e


preocupado. —Amor, você está bem? Ele está do seu lado?

Jimin assentiu sorrindo. A voz de Jungkook era tão boa, o acalmava.

—Sim, do meu lado e… —Sussurrou, olhando o corpo agora sem vida de


Taemin sobre a cama. — …morto.

Jungkook soltou uma risa alta, alíviada, que aqueceu seu peito.

—Esse é o meu garoto! —Disse alegre. —Eu te amo, Jimin!

—Eu também te amo, Jungkook! —Jimin sorriu todo bobo.

—Agora você tem que sair daí, amor. Eu já estou chegando, pode me
obedecer só dessa vez e se esconder? —Perguntou, amoroso. —Estou com
em média dez homens. Eu sei que eu dou conta de todos bebê, mas eu não
quero arriscar a sua segurança.

Jimin sorriu largo novamente.

—Tá bom, Jungkookie.

—Que bom ouvir isso, amor. Não sabe como eu estou aliviado por você
estar bem, mas com a morte do Taemin formamos ainda mais inimigos,
sabe disso, né? —Jungkook falava calmamente, como se não fosse uma
grande preocupação, mesmo sabendo que era.

—Eu sei Jungkookie! O Namjoon está traindo você, e vários de seus homens
também, a polícia está atrás de você... Taemin me disse

—Eu sei disso amor, na verdade eu sempre soube, mas me fingia de cego,
nunca quis acreditar. Mas agora não dá mais para evitar. —Suspirou. —
Quanto a polícia, bem… acho que Taemin pode ter aumentado um pouco as
coisas para te abalar, estão atrás de mim mas se quer tem provas ou
sabem o meu rosto.

Jimin quis bater e si mesmo.

—As vezes eu consigo ser bem burro! —Murmurou.

—Shhh… você não é burro amor, é só inexperiente. Mas vamos mudar isso,
eu tenho que ir, acabei cheguei bebê, já nos falamos!

Jimin ouviu barulhos de tiros do lado de fora do prédio, levou um susto. Foi
até a janela do quarto e olhou para baixo, estava no segundo andar, mas
conseguiu ver vários carros em frente ao prédio, vários homens disparando
uns contra os outros.

Quando conseguiu enxergar Jungkook entrando pelo prédio, sozinho seu


coração se alegrou. Queria sair para ajudar, prometeu que ia ficar ali mas
queria fazer alguma coisa.

Olhou para Taemin e decidiu que a parte mais difícil ele já havia feito.

Bateram na porta incansavelmente, tinha pelo menos uns cinco caras


dentro da casa, então seu coração gelou.

—Senhor Lee? Estamos sendo atacados, eu chamo reforços?

O coração do pequeno palpitou, então sem pensar muito, correu até a porta
com a arma na mão. Quando abriu a mesma não deu tempo do outro reagir
e atirou bem em sua cabeça, o corpo do homem caiu em sua frente como
um saco de batatas.

—Ei! Está tudo bem ai em cima? —Um outro perguntou, correndo escada a
cima.

Jimin viu ali que não tinha o que fazer, teria que enfrentar a situação.
Quando o outro terminou de subir as escadas e se virou para se encaminhar
até o quarto, Jimin já estava preparado e deu dois tiros em seu peito, o
corpo do homem surpreso caiu escada a baixo, rolando.

O pequeno já sentia seus ouvidos apitarem tamanha a altura dos disparos.

—Ei, ei, ei, o que tá pegando? —Uma voz assustadora começou a falar,
enquanto passos de pessoas subindo se faziam presentes novamente. —
Que merda é essa?

Jimin tinha a sorte de ser pequeno. Então se escondeu dentro de um


armário de chão que ficava bem no final do corredor extenso, não tinha
nem como desconfiar que cabia alguém ali.

Seu coração palpitava enquanto ouvia passos, ainda tinha três homens
vivos ali dentro do apartamento, mas Jungkook estava chegando.

Permaneceu em silêncio, todo esmagado dentro daquele pequeno lugar.


Estava sentindo muito medo, mas sabia que seria muito difícil o acharem
naquele lugar.

—Caralho… merda! Lee Taemin está morto! —Ouviu o grito da mesma voz
assustadora. —Que porra tá acontecendo aqui?

Se encolheu dentro do armário de chão, haviam duas frestas em que ele


conseguia enxergar os pés dos homens passando próximos a ele, o fazendo
tremer de medo.

—Como? —Um outro perguntou. —Impossível!

—O Jum e o Yoong também! Olha que estrago que aquele pirralho fez!

—Cale a boca e fica de olho! Ele ainda está por aí, fiquem atentos.

—Vocês vão para o andar de baixo ajudar os companheiros, e eu procuro o


garoto aqui! VÃO!

Ouviu passos rápidos dos homens correndo e se encolheu em silêncio


dentro do pequeno móvel.

(...)

Jungkook entrou silenciosamente no apartamento.

Ouviu toda a gritaria no andar de cima, e se escondeu embaixo da escada


vendo os dois idiotas descendo quase correndo pela escada e indo em
direção a porta. Levantou sua arma e atirou rapidamente nos dois, de
costas, na cabeça, vendo seus corpos caírem ali mesmo.

—Idiotas… —Murmurou.

Saiu de baixo da escada e subiu lentamente as escadas, recarregando a


arma. Chegando ao topo ele se encostou em uma parede, olhou
rapidamente o corredor, notando que não parecia ter ninguém, mas ele não
podia arriscar.

—Jimin! —Falou com a voz firme.

Não teve respostas, então ele ainda estava escondido.

Jungkook ouviu passos, tinha mais alguém ali. Olhou para os dois lados do
corredor, e decidiu arriscar e ir, caminhou devagar, com a arma erguida na
altura dos olhos.

Haviam várias portas abertas naquele corredor, então não sabia em qual
entrar, até que na última porta viu um cara surgir com uma arma, ele deu
dois tiros, Jungkook entrou rápido em outra porta quase sendo atingido.

Respirou fundo e depois de alguns longos segundos voltou a olhar o


corredor e atirou na mesma direção que o cara, mas sem o atingir. Ele era
rápido.

Um dos dois teria que sair da zona de conforto, e no momento não seria
Jungkook. Sorriu ao ver que o idiota resolveu sair antes e veio com tudo
tentando atirar em si, Jeon rapidamente saiu de trás da porta e seguiu ao
corredor também atirando.

Finalmente acertou o homem que caiu de joelhos no meio do corredor,


finalizou-o rapidamente com um tiro na cabeça. Foi tão a queima-roupa que
seus miolos estouraram, fazendo espirrar uma pequena quantidade de
sangue no rosto de Jungkook.

Se perguntou se tinha mais alguém, mas tinha quase certeza que não. Seus
ouvidos eram muito treinados para ruídos e não ouviu mais nenhum passo.

Entrou de quarto em quarto, vasculhando cada canto da casa, e não


encontrou mais ninguém, muito menos Jimin. O que o preocupou muito,
muito mesmo.

—Jimin! —Chamou. —Sou eu, meu amor, onde você está?

Ouviu algumas batidinhas fracas e parou de andar para ouvi-las.

Caminhou lentamente pelo corredor, sentindo a sola do seu coturno ficar


cada vez mais grudenta e ensanguentada. Escutava o barulho de batidas
leves ficar mais alto, e notou que vinha de dentro de um armário pequeno e
marrom que ficava no chão.

Se ajoelhou em frente a ele e as batidinhas que vinham dali de dentro não


paravam. Puxou sua portinha de correr e se surpreendeu por ver Jimin ali,
todo encolhidinho.

Seu coração aqueceu de tal forma, que não conseguiu não sorrir, ele
parecia cansado, os cabelos alaranjados estavam grudados em sua testa.

—Meu deus, meu amor, que esconderijo é esse? —Perguntou, divertido. —


Eu jamais te acharia aqui!

Puxou carinhosamente o pequeno dali, sentindo que sua pele estava tão
gelada e que ele tremia. Quando por fim colocou-o em pé o Jimin deu um
gemido de dor e se apoiou em Jungkook.
—Jungkookie... —Ele murmurou sofrido, puxando sua jaqueta enfiando o
rosto em seu pescoço. —Dói!

Então Jungkook notou em completo choque, que no meio do tiroteio Jimin


havia sido atingido na altura do tronco. E a camisa preta que usava estava
encharcada de sangue.

—Santo deus… Jimin! —Desesperado, pegou Jimin no colo e passou a correr


naquele corredor ensanguentado. —Calma, por favor, pelo amor de deus,
eu vou cuidar de você meu amor!

Jungkook estava desesperado. Desceu as escadas correndo com ele em seu


colo, sabendo que ele estava perdendo muito sangue, e murmurando coisas
sem sentido.

—Eu estou com sono… —O ruivo sussurrou em seu pescoço. —Eu vou
dormir, tá?

—NÃO! NÃO DORME, OLHA PRA MIM, OLHA PRA MIM!

Jimin queria tanto continuar olhando em seu rosto bonito, preocupado e


protetor. Mas o sono estava tão forte, não sabia se ia resistir e cair na
inconsciência.

CAPÍTULO 34 – Eu morro por você? Eu vivo por você!


Jungkook saiu correndo do prédio com Jimin em seu colo.

O menor tentava se manter acordado, mas estava quase cedendo a


inconsciência, o que só o desesperava mais.

Jungkook nunca sentiu tanto medo em sua vida, pavor de perder Jimin
definitivamente.

—Acordado amor… não dorme! —Pediu amoroso e ao mesmo tempo


desesperado. —Por favor fica acordado!

Mesmo que por dentro estivesse quase morrendo de preocupação, tentava


ao máximo não passar aquele desespero para Jimin.

—Acordado, acordado… —Jungkook sussurrava segurando firme o corpo


molinho em seus braços fortes. —Você consegue, amor.

Levou-o até o carro que havia alugado, estava estacionado do outro lado da
rua.

A rua estava repleta de corpos e só haviam restado quatro dos dez homens
que Jungkook havia levado para Londres, quando o viram desesperado
carregando o pequeno, já ajudaram abrindo a porta do carro e apenas um
deles se ofereceu para dirigir enquanto os outros iam em outro carro.

Jungkook achou melhor já que não tinha condições psicológicas de dirigir.


Se sentou no banco de trás com Jimin em seu colo e logo que o carro se pôs
em movimento ligou para um de seus contatos de emergência, que o
instruiu a levar Jimin ao hospital usando um nome falso e com outra
nacionalidade. Ele precisava pedir por um médico em específico que era de
confiança.

—Olha para mim, amor! —Ele pediu preocupado, olhando para seus
olhinhos quase fechados, vendo a boca sempre tão rósea estando agora
totalmente sem cor. Os cabelos ruivos bagunçados, o corpo totalmente
mole.
Ele estava tão frágil…

O ruivo não se mexia mais, seu rosto pálido deixou Jungkook com o coração
na mão. Os olhos não mais o fitavam, estavam fechados, completamente
apagado.

O moreno tremeu com essa constatação, abraçando-o mais forte, juntando


suas testas e selando suas bocas.

—Não faz isso comigo, bebê… —Levantou a cabeça olhando desesperado


para o homem que dirigia. Jungkook se quer lembrava o nome dele. —PELO
AMOR DE DEUS, VAI MAIS RÁPIDO!

—Não podemos chamar a atenção senhor Jeon, eu…

—FODA-SE SE CHAMAMOS OU NÃO A ATENÇÃO! —Esbravejou. —É DO JIMIN


QUE ESTAMOS FALANDO!

Ele apenas assentiu e pisou no acelerador.

Jungkook voltou seus olhos para o dono do seu coração, deitado em seus
braços. Não sabia como o próprio coração aguentava o sentimento forte
que nutria por Jimin, só sabia que era a melhor coisa que já sentira na vida,
e nunca deixaria isso escapar.

Sua vida sempre foi infeliz, até encontrar uma fotografia de Park Jimin no
escritório daquele psiquiatra e tudo mudar dentro de sua mente e de seu
coração.

Não se considerava mais um assassino frio e calculista, ele agora tinha


sentimentos bons dentro de si, diferente do Jeon Jungkook antes de Park
Jimin que só tinha ódio e rancor para entregar ao mundo.

Acariciou devoto seu rosto bonito e meigo, se perguntando como um garoto


de quase dezoito anos podia ter feições tão delicadas e ao mesmo tempo,
marcantes.
Não havia ninguém mais perfeito do Park Jimin, não para Jungkook.

Segurou firmemente as lágrimas que ameaçavam descer. Não quis ver seu
ferimento, não aguentaria se visse que era muito grave, Jungkook tinha
experiência com ferimentos e ele saberia facilmente dizer a gravidade
deles, até mesmo quanto tempo é necessário para a pessoa morrer. Mas
não veria esse ferimento agora, tinha medo da resposta imediata que sua
mente viria a criar.

(…)

Jungkook estava sozinho na sala de espera fria, andando de um lado para o


outro sem conseguir ficar calmo. Tudo o que se passava em sua cabeça
agora, era se Jimin ficaria bem, ou não. Se ele não ficasse, Jungkook
morreria, literalmente tiraria a própria vida.

Suas roupas estavam manchadas com o sangue dele, e isso era como uma
faca perfurando seu peito. Seu coração não estava só apertado, era muito
pior do que isso, ele doía, se contorcia dentro do peito, era algo
inexplicável.

No meio da troca de tiros com um daqueles homens no corredor que Jimin


foi atingido, não havia como saber que ele estava dentro daquele pequeno
armário de chão. O tiro que o atingiu pode muito bem ter sido dado pelo
próprio Jungkook, e isso só o fazia se sentir muito pior.

Nunca devia ter sequestrado Jimin, a culpa era toda sua. Devia ter
continuado a observá-lo de longe, pelo menos amá-lo a distância feria só a
si, e não ao seu amor. Mas tinha que ser egoísta e querê-lo para si… se
sentia um lixo naquele momento.
Desde que capturara o ele para si, Jimin sofria de uma forma ou de outra. E
agora o pior podia acontecer, se não fosse tão egoísta de querer o seu amor
debaixo de seu teto e em sua cama só para ele… isso tudo não estaria
acontecendo, tinha certeza.

Continuou andando de um lado para o outro, nervoso demais para ficar


parado. O calmante que uma enfermeira lhe deu não estava mais fazendo
efeito, porque pensar em perder Jimin para sempre era muito mais do que
desesperador.

Seu coração batia forte e desenfreado dentro do peito, suas mãos suavam,
nunca em toda sua vida esteve tão aflito. Porque nunca em sua vida tinha
se importado tanto com alguém.

Ficou ali por horas, não soube quanto tempo, mas parecia uma maldita
eternidade.

Quando já estava ao ponto de realmente arrancar os próprios cabelos o


cirurgião apareceu para lhe dar notícias. Então se levantou com uma
velocidade exagerada e caminhou até o homem.

—Como ele está? Me diz se ele tá bem! Ele… está bem?

—Acalme-se. Ele vai ficar bem não se preocupe, mas sente-se por favor. —O
médico pediu.

Assim que ouviu que ele ficaria bem, soltou um longo suspiro aliviado e se
sentou.

—A bala não ficou alojada, ela entrou e saiu, isso foi um problema a menos.
Seus órgãos não foram prejudicados, mas ele perdeu muito sangue, e vai
precisar ficar de repouso por alguns dias.

Jungkook sabia que ele estava bem, um alívio imensurável tomou conta de
si.

—Quando ele está liberado? —Jungkook perguntou se sentindo muito


melhor.

O médico suspirou.

—Então… nesse caso, em no mínimo quatro dias. —Disse cauteloso. —Não


podemos ficar por muito mais tempo com ele nesse hospital, ele está com
documentos falsos, além de que é menor de idade e está sendo procurado
por um país inteiro.

Jungkook perdeu a fala, realmente Jimin era procurado pela Coreia como o
filho e herdeiro de Park Twan que desapareceu.

—O que importa é que ele fique bem. —Sussurrou.

—Ele vai ficar, mas precisa de repouso absoluto, e claro, depois que sair
daqui, nenhum exercício que exija esforço físico por dois meses. —Disse
anotando alguma coisa em uma prancheta. —Nada de esportes, tarefas
domésticas, e nada de… relações sexuais.

Jungkook afirmou com a cabeça.

—Eu posso ver ele? —Perguntou ansioso.

—O melhor a se fazer agora é deixá-lo descansar...

—Eu quero… não, eu preciso ver ele agora! —Disse se levantando. —Vai ser
rápido. Onde ele está?

O médico suspirou.

—No último corredor, última porta a direita. Não passe de cinco minutos, é
o melhor para ele, Ok?

Jungkook mal esperou o homem terminar de falar e já estava quase no final


do corredor, foi a passos tão rápidos que quase derrubava as pessoas que
estavam em sua frente, empurrou a porta do quarto, entrando rapidamente.

Quando viu Jimin ali dormindo de forma tão serena, sentiu como se um peso
tivesse sido tirado de seus ombros. Ele estava bem, estava mais corado,
estava saudável.

Se aproximou de sua cama, admirando cada pedacinho do rosto do seu


pequeno, e sem se conter tocou seu rosto macio, acariciando a pele com
delicadeza, passando o carinho para seus cabelos alaranjados e lisos. Se
abaixou dando um beijo em sua testa com carinho, logo em seguida dando
um beijo casto em seus lábios bonitos e carnudos.

—Eu vou fazer todos pagarem por tudo o que fizeram contra você, amor. —
Sussurrou como se ele pudesse lhe ouvir, sem deixar de acariciar seus
cabelos macios, admirando o rosto sereno. —Namjoon e os parceiros dele
ainda não viram do que sou capaz, eu vou matar todos meu anjo, antes
mesmo de você sair daqui. Eu prometo a você.

Jimin continuou com a expressão totalmente serena, dormindo


profundamente. O ruivo não fazia mesmo idéia do que se passava dentro de
seu coração, era realmente um turbilhão de sentimentos sem fim, e tudo
era tão forte que Jeon simplesmente não sabia como expressar tamanho
amor.

—Eu te amo tanto… —Disse baixinho olhando seu rosto com devoção. —Eu
nunca mais vou cometer os erros que eu cometi, nós somos uma equipe
meu amor, eu finalmente aprendi isso. Eu não posso viver sem você!

Jimin estava totalmente anônimo naquele hospital, ninguém sabia seu nome
verdadeiro, então Jungkook poderia sair dali sem se preocupar. E foi o que
ele fez, ele saiu dali, deixou seu amor sozinho porque ele precisava
descansar.

Estava com sede de vingança, por cada uma das pessoas que ousaram
machucar Jimin, ou que resolveram se voltar contra ele.

Namjoon era a sua maior decepção, ele vinha estranho a um tempo,


reclamando do quanto Jeon andava perdido, pois realmente ficou mal
depois que Jimin desapareceu, mas nada justificava aquela traição.
Jungkook queria o seu sangue, assim como o de todos os outros, e ele não
seria piedoso, não mais.

Jimin sabia se cuidar, essa era a verdade, mas Jungkook nunca quis aceitar
de fato. O baixinho mesmo em pouco tempo nessa vida de crimes, evoluía
de uma forma absurdamente rápida para alguém tão jovem, ainda mais
alguém que sempre teve tudo na vida. Jungkook se sentia muito orgulhoso,
porque ele era a pessoa mais incrível do mundo, e ele era seu, assim como
Jeon era dele, ponto final. Eles se pertenciam, foda-se quem dissesse o
contrário.

Quando Jimin estivesse melhor, Jungkook lhe ensinaria coisas que iam muito
além do que matar e torturar. Ele lhe ensinaria como crescer e ser temido,
como amedrontar tantas pessoas sem nem mesmo estar presente. Como
ter milhares de pessoas temendo somente seu nome, mesmo que nunca
tenham te visto. Queria ensiná-lo como se defender de homens mais fortes
do que ele, e como ganhar muito dinheiro com tudo isso. Jimin seria muito
superior a ele daqui uns anos, não tinha dúvidas disso, porque ele teria
alguém para o orientar, diferente de Jungkook que teve que se virar sozinho
até encontrar em Namjoon um parceiro que lhe ensinou algumas coisas,
mas a grande maioria ele aprendera sozinho.

Jungkook queria fazer de Park Jimin seu maior desafio, queria que o
pequeno aprendesse tudo o que tinha para aprender, sem mais restrições.

Era tudo muito difícil para ele, porque em sua cabeça Jimin devia ser
protegido do mundo, ele alguém que deveria estar sempre perto dele para
que o mesmo o pudesse defendê-lo sempre. E sempre o faria, até o último
dia da sua vida ele protegeria o ruivo de tudo e de todos, mas não era isso
o que o pequeno queria. Ele queria ser mais, ele queria lutar, queria matar,
queria viver… e se isso o fizesse mesmo feliz, era isso que Jungkook daria,
mesmo que fosse tão difícil ver o seu amor enfrentando pessoas perigosas
que poderiam machucá-lo.
Todos esses sentimentos de aceitação rondavam em sua cabeça e em seu
coração que se apertava. Mas seu ódio por todos os outros era grande
demais no momento.

Jungkook passou o dia seguinte inteiro organizando uma emboscada para


Namjoon. Não confiava em mais ninguém para nada, só em alguns de seus
homens, que nunca o traíram, e os mesmos só organizaram os galões de
gasolina de longe e ficaram a espera de qualquer sinal seu.

Jeon Jungkook era conhecido por ser rápido em tudo o que fazia, até mesmo
crescer nessa “carreira” de crimes ele foi extremamente rápido. Demorava
segundos para derrotar outras pessoas em alguma luta, ou quando ia matar
alguém, por isso era tão temido, as pessoas tinham medo de lhe enfrentar
cara a cara. E no fundo ele sabia que era bom que tivessem muito medo
mesmo, porque não costumava ser piedoso.

Haviam pessoas na Coreia, em vários países da Europa e nos Estados


Unidos esperando por uma ordem sua. Jungkook tinha muito mais contatos
do que dizia a Namjoon, justamente por não confiar inteiramente no ex-
parceiro. Tinha muito respeito pelo Kim, mas ambos sabiam que ele nunca
foi páreo para Jeon, era assim que as coisas funcionavam, essa era a grande
verdade.

Porém Kim Namjoon era esperto, Jungkook precisava admitir, muito mais do
que a maioria dos seus inimigos. Ele quisera derrubá-lo na fase mais frágil
de sua vida, quando sequestrara Jimin o seu pequeno simplesmente o
tornou muito mais suscetível a qualquer erro, afinal passava a maior parte
de seu tempo preocupado com Jimin do que com qualquer outra coisa.
Porém as coisas mudariam e nem mesmo Park Twan ressurgindo dos
confins do inferno seria forte o bastante para lhe derrubar, tamanho o seu
ódio.

Aliás a ideia de falar que Park Twan estava vivo somente para atraí-lo de
volta para a Coreia foi realmente péssima, nem mesmo que o diabo
estivesse lhe chamando ele teria voltado. Nunca deixaria Jimin em Londres,
ainda mais ao saber que Taemin estava atrás dele, e pensar em Taemin o
fez rir sozinho naquela sala escura em que se encontrava, seu amor lhe
dera uma lição realmente maravilhosa, e não se cabia de orgulho.

Estava sentado na mesa antiga do escritório de um de seu grande “amigo”


de Londres, Matt. Ele não era assassino, só era parceiro de assassinos.
Tinha vinte e seis anos, sempre tivera um certo carinho por Jungkook,
sempre lhe passando informações preciosas sobre pessoas que Jeon estava
encarregado de matar. Em troca ganhava muito bem por cada uma dessas
informações, e muitas vezes ganhava o prazer de sua companhia, em sua
casa e em sua cama, já que o mesmo sempre fora apaixonado por
Jungkook.

Agora Matt estava ali novamente, como sempre o “ajudando”. Afinal ele
sempre era bem pago para isso, e fazia quase dois anos que não via o
moreno pessoalmente.

—Qual exatamente é o seu plano, Jungkook? —Matt lhe perguntou. —


Realmente estou confuso com o desenrolar dos acontecimentos.

Matt observava com deleite as costas do moreno, ele parecia ter malhado,
estava muito mais forte do que sempre fora e mais bonito ainda. Porém
sabia que ele estava apaixonado, e pelo que todos diziam era muito sério. O
fato é que nunca imaginou um cara como Jungkook apaixonado, mas para
tudo tinha sua primeira vez.

—Tudo o que você precisa saber é que eu quero todos esses quatrocentos e
trinta e três homens que me traíram, mortos! —Disse simplesmente sem
olhar Matt nos olhos. —Cada um deles vai queimar, em cada uma das cedes
da nossa maldita empresa! Eu quero que todos os que ainda continuam ao
meu lado longe desses lugares, só os traidores queimarão!

Matt não desviava os olhos do moreno. Não o via fazia tanto tempo que
havia se esquecido de como ele podia ser atraente somente falando de
forma banal como e quando mataria várias pessoas ao mesmo tempo.

Com toda a certeza Jungkook era a pessoa mais interessante do mundo do


crime, e a mais desejada também. Queria muito ver a cara do sortudo do tal
Park Jimin, e ver se ele era tudo isso mesmo que falavam.

—Todos os homens solicitados estão nas cedes a espera de qualquer


informação sua. —Disse Matt confirmando tudo pelo Ipad. —Nenhum deles
sabe de nada, estão esperando que você renuncie ao seu cargo e passe a
sua parte para Namjoon.

—Todos mesmo? —Jeon perguntou se virando para olhar o seu antigo quase
namorado. —Não tem ninguém faltando?

Matt sentiu as pernas bambas somente em olhar nos olhos negros,


timidamente desviou os olhos para o aparelho em suas mãos, confirmando
pela tela que todos os homens estavam nas cedes. Em Londres, nos
Estados Unidos e principalmente na Coreia.

—Sim, cada um deles. Com exceção de...

—Namjoon.

—Ele ainda não chegou. Mas você não me disse em qual cidade exatamente
ele ia chegar.

—Aqui, em Londres. —Jungkook disse. —Bem aqui onde estamos.

Matt baixou o Ipad e arregalou os olhos azuis.

—Aqui? —Perguntou em um fio de voz.

—Sim, no seu escritório. Você sabe que me deve essa Matt.

Sim ele devia, por todas as vezes em que Jungkook o salvara da morte,
mesmo a distância, só o poder do seu nome já era o suficiente. Mas não
queria dizer a Jungkook que queria um assassinato sangrento dentro de sua
sala preciosamente limpa.
Jeon Jungkook era mesmo louco.

—Acho bom que eu não encontre uma gota de sangue aqui. —Murmurou
baixinho. —Eu odeio cheiro de sangue!

Jungkook sorriu, ele simplesmente sorriu para ele. Daquela forma


destruidora que só ele fazia, o rapaz loiro não conseguiu evitar um sorriso
involuntário. Sabia que nunca mais teria Jeon de forma alguma, nem dentro
de si muito menos para qualquer outra coisa além disso, e era realmente
melhor assim, por mais que doesse.

Jungkook pertencia a outra pessoa, sempre pertenceu.

—Pode deixar. —Disse irônico. —Eu trago alguém para limpar sua sala.

Depois de alguns minutos Jungkook lhe mandou dar a ordem para todos os
homens explodirem todas as cedes em que estavam todos os homens
traidores que aguardavam pelo pronunciamento. Eles estavam esperando
por qualquer sinal do Jeon, mas antes é claro, ele fez uma transmissão ao
vivo, tão tranquilo e sorridente. Disse calmamente todos os motivos pelos
quais todos eles morreriam naquele dia, e que deviam ter pensado muito
melhor qual lado escolher na próxima encarnação. Claro que foi gerado um
caos, muitas pessoas morreram pisoteadas antes mesmo de o fogo chegar
até elas tamanho o desespero.

Jungkook assistia tudo aquilo com o mais singelo sorriso, afinal estava
fazendo história. Deixando claro que não tolerava traição, ainda mais
quando se colocava a vida de Jimin em risco.

Mais de quatrocentas pessoas morreram agonizando, aos berros, suas peles


sendo derretidas pelo fogo. Virando pó.

Ele simplesmente não tinha um pingo de remorso, porque cada uma delas
mereceu aquilo.

A falsa fabrica de tecidos sumiu, virou poeira, e Namjoon não teria mais
com o que se sustentar. Jungkook achava difícil que o seu ex-amigo
conseguisse se erguer depois disso.

Jungkook realmente não quis ferir Seokjin, por algum motivo preferiu não
fazer nada contra ele.

Matt não ficou horrorizado, ele estava acostumado a ver pessoas morrendo,
querendo ou não era parte de seu trabalho. Só nunca havia visto nada
daquela proporção, Jungkook não estava para brincadeira mesmo.

Namjoon não apareceu naquele dia, sabia que não deveria se encontrar
com Jungkook agora e sair com vida. Obviamente ficou sabendo das
notícias, e depois que Jungkook mandou destruírem a casa dele também, as
coisas devem ter ficado mais complicadas.

Saíram em todos os jornais, os lugares que pegaram fogo


instantaneamente, e todos sabiam que havia um responsável por tudo
aquilo, e que aquele responsável era ele. A coisa tomou proporções tão
gigantescas que todos os assassinos e seus parceiros passaram para o seu
lado instantaneamente, porque no fim das contas Jeon Jungkook ganhou,
como ele sabia que ganharia.

Não era questão de se achar superior a homens como Namjoon, Yoongi ou


Taemin... era saber que era.

Aprendeu que jamais baixaria a guarda de novo, e isso incluía ter Jimin ao
seu lado em tudo isso. Precisava torná-lo experiente naquilo tudo se
quisesse manter os dois vivos e fora de perigo naquele submundo perigoso.

Jimin sairia do hospital naquele mesmo dia, e fazia dias que não via
Jungkook, estava chateado por estar com muita saudade e se sentindo
sozinho. Mesmo sabendo pela enfermeira que o mesmo ia vê-lo todos os
dias, mas sempre estava dormindo e por isso nunca conseguiam se ver.

O pequeno andava mesmo mal, as dores eram muito fortes, e odiava mais
do que tudo trocar o maldito curativo. Em sua cintura estava coberto o
ferimento que ele se recusava a ver, doía como o inferno toda vez que se
movia.

Tudo o que se lembrava daquele dia era de ter matado Taemin e de ter se
escondido, não se lembrava nem mesmo de ter sido salvo por Jungkook. Por
isso foi extremamente horrível acordar em um lugar desconhecido, sem ter
ele ao seu lado.

—Agora eu vou colocar seus tênis, Ok? —A enfermeira dizia delicadamente


se abaixando em sua frente, colocando um tênis vans em seu pé. Aliás,
nunca tinha visto esse tênis antes, era novo.

Aquela mulher havia sido contratada para cuidar especialmente dele, e


agora o ajudava a se vestir, com algumas roupas bem mais discretas do
que Jimin costumava usar hoje em dia. Pareciam as roupas que ele usava
na época que morava com seus pais, todas escuras e exageradamente
soltas.

—Foi o Jungkook que comprou isso? —Jimin perguntou arrancando as


etiquetas ainda presas no tecido da camisa nova.

—Foi ele quem deixou aqui para você.

Ela terminou de amarrar seu tênis e o ajudou a se levantar.

—Onde ele está? —Perguntou apreensivo. —Tem certeza que o homem que
te contratou e que sempre vem aqui é mesmo o Jungkook?

Jimin estava com medo, e se não fosse Jungkook? Havia passado por tantos
traumas que o seu maior medo era que tudo isso fosse uma enganação e
que no fim não era Jungkook e sim outra pessoa, querendo usá-lo
novamente.

Ouviu a porta abrir suavemente e a cabeleira negra mais linda do mundo se


colocar para dentro, com um sorriso absurdamente lindo, fazendo todo o
medo e apreensão ir embora e trazer os melhores sentimentos do mundo
no mesmo instante.

—Oi meu amor. —Perguntou entrando no quarto. —Está acordado?

—Jungkookie... —Jimin se tornou manhoso no mesmo instante, queria correr


e pular em seus braços, mas mal conseguia andar.

Ele esticou os braços para Jungkook pedindo colo, e o moreno demorou


menos que dois segundos para entrar no quarto e lhe abraçar com tudo
quase erguendo o pequeno do chão. A sensação era tão gostosa, nada se
comparava a estar nos braços um do outro, nunca se cansariam disso.

—Ai… —O ruivo gemeu de dor ao ser apertado mais forte, foi como uma
facada, doeu muito.

—Meu Deus! —Ele ia lhe soltar mas Jimin se prendeu mais ao moreno. —Me
desculpa, amor.

—Não, por favor não me deixa! —Sussurrou deitando sua cabeça em seu
peito. —Não solta nunca mais!

—Bom… eu vou saindo. —A moça dizia meio envergonhada com o casal. —


Suas roupas já estão guardadas na mala e...

—Toma. —Jungkook lhe entregou um bolo de dinheiro realmente


considerável. —Muito obrigado por seus serviços.

A garota ficou chocada com tanto dinheiro, era realmente muita coisa.

—Mas… uau, é muito!

Jimin abraçou mais fortemente Jungkook, sentindo seu cheiro confortante


que lhe trouxe segurança e paz.

—É o necessário. —O moreno falou acariciando as costas do menor com


carinho.

A enfermeira não questionou mais, afirmou com a cabeça ainda atordoada e


saiu, deixando os dois a sós.

—Vamos embora, bebê? —Jungkook sussurrou beijando seus cabelos. —Eu


quero sumir com você por um tempo, até você estar melhor… porque
quando voltarmos, teremos muito trabalho.

—Teremos? —Jimin levantou a cabeça para lhe olhar nos olhos. —No plural?

—Sim amor, somos uma equipe. —Esfregou os dois narizes com carinho. —
Trabalharemos lado a lado para sempre!

Os olhos de Jimin brilharam com aquilo.

—Para sempre? —Sussurrou com um sorriso. —Sério mesmo?

—Sério. —Jungkook murmurou ainda acariciando o nariz do pequeno com o


seu, juntando suas testas. —Só nós dois no comando de tudo, como sempre
deveria ter sido.

Jimin lhe olhou emocionado. Não aguentava mais um segundo se quer sem
tocar seus lábios finos, então foi o que fez, se ergueu na ponta dos pés e lhe
beijou com tamanha doçura que fez com que toda a estrutura de Jungkook
ruísse e ficasse entregue como sempre ficava.

Os lábios se uniram perfeitamente, se complementando, as línguas


dançavam em suas bocas, quentes, molhadas do jeito certo, era um ritmo
tão gostoso que somente se tinha com ele. O ruivo não sabia se era porque
o amava, mas para ele até um beijo se tornava único e especial, mesmo
que tenham se beijado milhares de vezes e feito muito mais.

Por que aquilo parecia tão absurdamente certo? O pequeno se perguntava.


Jungkook era ruim ou era bom? E ele próprio, Park Jimin, era ruim ou bom?
Nunca saberia responder a isso, nunca mesmo. Mas de uma coisa tinha
certeza, Jungkook fora feito para si e vice e versa, não tinha a menor
possibilidade de se manterem afastados.

Eram mesmo tão loucos? Podia até ser que sim, mas se tratando dos dois,
era certo. Sim, era isso o que o pequeno sentia. Não tinha mais nenhuma
dúvida dentro de si, porque nada no mundo podia ser comparado aquilo.

Com Jungkook, a vida errada se tornava certa para Jimin. Era uma loucura,
mas era isso o que sentia.

Jimin não era mais um suicida, e se Jungkook era mesmo maluco, Jimin
viveria dessa loucura com ele para sempre.

CAPÍTULO 35 – Tudo se trata de nós dois


1 MÊS DEPOIS

Hoseok estava dirigindo pelas ruas de Nova Iorque, Taehyung havia tido
mais uma crise de abstinência e ele estava levando o mais novo para o
hospital.

O garoto de cabelos avermelhados não usava droga a um tempo


considerável, e isso estava afetando seu corpo.

—Hobi, eu preciso… só dessa vez e depois eu paro. Tudo dói! —Ele


sussurrava no banco do motorista. —Eu não sei se vou aguentar…

—Você vai! —Ele disse confiante. —Você já aguentou todo esse tempo,
estou muito orgulhoso!

Taehyung mesmo agonizando no banco, soltou um sorriso quadrado.

—Está?

—Muito.

Taehyung se calou, preferindo ficar calado. Hoseok era tão bom pra ele, e
agora que estavam livres de todo o drama que envolvia Jungkook e Jimin,
tudo parecia mais leve.

Se mudaram definitivamente para os Estados Unidos sem previsão de volta.


Estavam apaixonados, queriam viver juntos mas do jeito certo, sem
envolvimento com crimes ou qualquer coisa ilegal.

—Não me leva para o hospital… eu vou ficar bem!

Taehyung tinha pavor de hospital porque todas as vezes que foi para um,
sofreu de alguma forma. Ou era abusado, ou o mandavam para uma clínica
aonde não veria o lado de fora do mundo por um longo tempo.

—Querido, eu te disse que eu não vou deixar ninguém fazer nada a você.
Não se preocupe com nada, eu vou ficar com você o tempo todo. —Disse
segurando em uma de suas mãos. —Confia em mim!
Taehyung estava tão acostumado a ser tratado como lixo por tudo e todos,
que era estranho para si que Hoseok fosse assim tão perfeito. Ele era
carinhoso, bem humorado, e até na hora do sexo era delicado, ia devagar
até que estivesse acostumado, se preocupava se ele estava sentindo prazer
e o tratava com um respeito com o qual não estava acostumado. Além de
que tinham muita química, em todas as áreas de suas vidas.

Por esses motivos Taehyung se apaixonou perdidamente, como nunca


antes. Tinha medo de ser rejeitado, porque Hoseok era bom demais para
ser verdade.

Taehyung era todo errado, como uma vadia muitos diziam, e tudo o que
sempre quis na sua vida era ser amado e respeitado.

—Você é tão bom pra mim, Hobi. —Disse carinhoso.

Hoseok se virou para ele e sorriu, aquele sorriso tão largo e bonito,
iluminava todo o seu rosto. Ele também sorria com os olhos, seu rosto todo
era tomado pela alegria e bom, isso fazia com que Taehyung se sentisse
ainda mais apaixonado.

—Eu te amo! —Hoseok disse pela primeira vez, tão naturalmente.

Taehyung ficou tão surpreso que não soube o que falar ou como agir, sua
boca secou e ele continuou olhando estático para o trânsito a sua frente.
Sentia uma falha no coração, o tempo pareceu parar. A garganta fechou,
uma emoção grande tomou conta de si, mal pode notar as lágrimas que
desceram por seu rosto, indo até o pescoço, deu um leve soluço chamando
atenção do moreno de cabelos arrepiados.

—Tae? Está chorando? —Ele parou o carro em uma vaga qualquer, estava
surpreso pelas lágrimas do garoto. Passou preocupado as mãos em suas
bochechas secando as lágrimas. —Foi por que eu disse que te amo?

Taehyung mordeu os lábios e assentiu.


—Nunca ninguém me disse isso.

Hoseok aproximou os rostos dando um beijo carinhoso em seus lábios.

—Eu estou dizendo agora, porque é a verdade!

Ele deu um sorriso quadrado encantador, preenchendo o coração de


Hoseok.

—Obrigado.

Hoseok piscou sem entender.

—Está me agradecendo por dizer que te amo? Eu é que agradeço por você
existir e aparecer na minha vida!

Taehyung era muito importante para Hoseok, ele mesmo sem saber o tirou
de uma vida que na verdade nunca quis levar. E sua companhia era tão
boa, estava tão apaixonado que se sentia meio bobo quando ficava olhado
o nada e se lembrando das noites quentes que tinham todos os dias.

—E-Eu também te amo Hobi… muito!

Hoseok sorriu para Taehyung, daquela forma que ia até os seus olhos. E foi
daquela forma que sempre terminavam suas conversas, um sorrindo para o
outro.

(...)

O frio de Busan estava realmente cruel naquele ano, Jimin estava enrolado
nas cobertas cobrindo-se até a cabeça.
Já eram seis da manhã, ele e Jungkook tinham que levantar mas o moreno
estava desmaiado e não parecia querer acordar tão cedo.

Estava tão frio que só de tirar os pés para fora do cobertor, certamente
congelaria. Ambos esqueceram de ligar o aquecedor e se aqueceram
apenas com o calor da lareira e dos seus corpos.

Jimin tinha que tomar seus remédios, então se levantou a contragosto indo
na ponta dos pés até o armário do quarto, pegando um moletom de lã bem
fofinho. Abriu a porta para ir até a cozinha pegar os comprimidos e um copo
de água.

O frio fazia seu nariz parecer uma pimenta de tão vermelho, assim como
suas bochechas que estavam rosadas como se ele estivesse corado de
vergonha.

Jungkook havia alugado uma casa absurdamente menor do que a anterior,


mas não menos elegante e confortável. Jimin lhe dissera que não queria
viver em casarões porque não era a sua cara, já viveu em mansões de mais
em sua vida e elas sempre lhe pareceram muito solitárias.

Estava ali fazia uma semana e já tinham milhares de coisas a resolverem,


muitos clientes com pedidos inusitados. Um em especial queria que
matassem o presidente.

Tanto Jungkook quando Jimin ficaram chocados com aquilo, até porque não
era uma tarefa fácil. Pelo jeito o querido presidente estava devendo muito
dinheiro a muitas pessoas.

Jimin falou ao moreno que era melhor não, ainda mais agora que a polícia
não desconfiava mais dele, toda a culpa dos crimes caiu sobre Taemin e os
assassinos entraram em acordo com aquilo. Os policiais comprados e
muitos assassinos colaboraram para que isso acontecesse, Lee Taemin era
conhecido como o monstro do país.

O ruivo tomou rapidamente seu remédio e bebeu a água que estava tão fria
que desceu congelando. Ligou o aquecedor e se dirigiu novamente ao
quarto. Jungkook não dava nem sinal de que ia acordar tão cedo, então se
enfiou embaixo das cobertas grossas novamente, olhando o rosto tão bonito
e sereno dele.

Como aquele homem conseguia ser tão bonito? Jungkook parecia em um


sono profundo, seu cenho estava franzido, ele estava deitado de bruços
com a cabeça virada para seu lado, os braços nus abraçando o travesseiro.

Jimin estava excitado, queria muito se aproximar, mesmo sabendo que o


moreno o afastaria até dar os malditos dois meses de absoluto repouso.

Mordeu os lábios, gemendo baixinho em frustração, Jungkook não o tocava


intimamente desde o acidente a um mês atrás.

Jimin não podia fazer movimentos bruscos, seu ferimento eram graves e se
ele se lesionasse mais, poderia complicar muito. Nas primeiras semanas o
pequeno até preferia mesmo, já que sentia muita dor, mas agora, seu corpo
implorava pelo moreno, estava com tanta saudade.

—Jungkook… —Sussurrou ansioso olhando em seu rosto, esperando alguma


reação. —Kookiee…

Jungkook tinha o sono muito leve, mas agora parecia dormir tão
profundamente.

Jimin se aproximou mais, sentindo mais do calor quente que o moreno


exalava.

Ele era tão gostoso, tão másculo e forte. Sentia seu corpo todo se arrepiar
só com o modo como ele abriu os olhos escuros, as sobrancelhas negras
franzidas, incomodadas com o sol.

Jungkook estava olhando-o tão fundo nos olhos que Jimin tinha certeza que
ele enxergava sua alma.

—Diga, amor. —Sua cabeça deitada sobre seus braços, o cabelo liso e negro
bagunçado a voz tão rouca e sensual.

Jimin ficou tão atordoado e tímido, que o pedido que ia fazer morreu na
garganta.

Mas ele queria tanto que resolveu ao menos tentar mais uma vez.

—E-Eu…

Jungkook ergueu uma sobrancelha esperando ele continuar.

—Eu te quero muito Kookie...

O moreno ficou lhe encarando descaradamente, fazendo Jimin se sentir


meio ridículo e tímido por ter falado aquilo em voz alta. Logo em seguido
Jeon sorriu de lado um tanto sacana, mas não fez menção de se mover.

—Dois meses, bebê. Têm que completar dois meses. —Ele disse em tom
sério, por mais que sua expressão estivesse safada e divertida. —Eu não
quero te machucar.

Jimin bufou irritado, olhando em seus olhos.

—Por favor Kookie... —Pediu novamente.

Jungkook mordeu os lábios se controlando muito para não fazer tudo o que
queria. Sabia que não podia, não ainda.

—Nós não podemos, bebê. Aguenta mais um pouco, huh? —Sussurrou,


apertando o travesseiro com força.

Só o menor lhe pedindo isso já o deixava tão excitado.

—Eu quero agora! —Disse corado, os olhinhos exalando desejo. —Eu preciso
disso agora!

—Jimin…

O ruivo se aproximou mais do corpo seminu do maior, amava o fato de ele


dormir sempre só de cueca. A coberta pesada quase cobria a cabeça de
ambos. Quando ele tocou em sua pele, Jungkook imediatamente se virou
para o lado de Jimin que se aproveitou para se aproximar ainda mais,
ambos se colando. O maior passou os braços em sua cintura fina temendo
machucá-lo.

—Por favoor... —Murmurou olhando em seus olhos, sentindo a respiração


dele ficar trêmula quando seus olhos escuros pararam em sua boca.

Jimin beijou seu queixo sentindo com prazer a ereção do moreno cutucando
sua barriga, o aperto em sua cintura ficar mais firme. Sentindo suas
reações, desceu os beijos por seu maxilar, dando mordidinhas que tiravam
suspiros pesados do Jeon. Passou a acariciar seu peitoral desnudo passando
as unhas curtas com força nos músculos do moreno, marcando o seu
território.

Jungkook soltou o ar, totalmente trêmulo, descendo rapidamente sua mão


até abrigar em sua palma boa parte da carne farta de suas nádegas,
apertando com muita vontade e força. Jimin gemeu manhosamente em seu
ouvido de propósito.

—Isso Kookie… com força! —Jimin estava louco para sentir mais da força
daquelas mãos que tanto amava, queria que ele o jogasse com violência na
cama e o tomasse com todo o desejo que sabia que o moreno estava
sentindo agora. —Me come por favor Jungkookie...

—Porra, Jimin! —Jungkook já não estava mais se aguentando de tão


excitado, apertou novamente sua bunda maravilhosa. —Eu… eu não posso
te machucar bebê!

—Eu estou bem, Jungkook! —Sussurrou manhoso se roçando nele, erguendo


sua perna a envolvendo na cintura do moreno o puxando para ainda mais
perto. —Olha pra mim, eu preciso tanto de você!

Jungkook imediatamente segurou sua coxa, deliciado com a visão de seu


amor totalmente necessitado, implorando por ele.

Ambos deitados de lado se olhando com tanto desejo, capaz de queimar o


quarto, tamanho era o calor. Jimin não aguentando mais a dúvida no olhar
de Jungkook decidiu tomar a atitude, se moveu vagarosamente embaixo
das cobertas, e se sentou no colo do moreno, bem em cima de seu pau
duro.

—Caralho, Jimin. —Grunhiu, jogando a cabeça pra trás.

Jimin deu um gemidinho ao senti-lo tão excitado assim.

—Amor...

Park Jimin era sua perdição, sempre foi e sempre seria.

Quando ele começou a rebolar devagarinho a bunda gostosa em cima de


seu pau que já latejava foi o fim, não conseguiria mais resistir.

—Ah, Jungkookie... —Jimin gemeu, tirando o moletom que usava, e a


camiseta de pijama logo em seguida, já não sentia mais frio. Rebolou
sentindo o membro duro entre as nádegas, ouvindo um gemido baixo do
moreno. —Você é tão gostoso! Eu já disse isso pra você, Kookie?

Jungkook não respondeu nada, apenas apreciava com deleite o seu amor
rebolando em cima de si, sem nenhuma vergonha.

—Amor, você está acabando comigo!

Jimin sorriu, sem parar de rebolar. Sentiu o moreno segurar suas duas
nádegas com as duas mãos apertando-as com força, dando tapas fortes e
doloridos, fazendo o ruivo gemer em apreciação.

—Eu te quero dentro de mim, Kookie! —O pequeno disse colocando as duas


mãos no colchão ao lado da cabeça do maior, olhando em seus olhos,
empinando mais a bunda em suas mãos fortes, fazendo os membros duros
se roçarem com força, fazendo ambos gemerem sem deixarem de se olhar.
—Eu preciso tanto te sentir de novo...

—Você está tão safado, amor. —Sussurrou com um sorriso malicioso,


mordendo os lábios. —Está com tanta saudade do meu pau?
—Sim… muita saudade! —Murmurou para o moreno que já rosnava abaixo
de si. —Seu pau é tão grande, grosso, vai sempre tão fundo… eu sou seu,
amor... me usa? Eu vou ter que implorar?

Jungkook rosnou enlouquecido e na mesma hora inverteu as posições


ficando por cima do pequeno, separando as pernas grossas, se enfiando
entre elas.

Sim, era isso o que Jimin queria, o seu Jeon dominante de novo.

Tremeu inteiro quando o maior tomou seus lábios com urgência, enfiando a
língua na sua cavidade quentinha. As línguas se deliciando uma com a
outra, os lábios se mexendo com volúpia e desejo. Jungkook era dominante
até quando beijava, o ruivo mal podia acompanhar e era bom demais. Ele
mordeu seu lábio inferior com violência, arrancando um filete de sangue do
pequeno.

Jimin enfiou as mãos em seus cabelos pretos puxando-o mais para si,
retomando o beijo desesperado e barulhento cheio de línguas, estalos e
gemidos.

—Eu vou ter que poupar minha criatividade e te comer bem devagar, meu
amor! —Disse ofegante arrancando a única peça que ainda cobria a
intimidade do pequeno. —Se não eu destruo você!

—Por favor me destrói Kookie…

Jungkook arfou, enlouquecido.

—Você não sabe o que está pedindo… —Sussurrou, rente ao seu ouvido.

Depois, fitou o ruivo sem nenhuma peça de roupa. Ele sentiu água na boca
ao visualizar o pau duro de Jimin e a entradinha num mesmo tom de rosa,
tão pequena, mas o abrigava tão bem.
—Vai só admirar, Kookie?

Jimin estava mesmo terrível, então Jungkook lhe deu um tapa estalado na
coxa, e o pequeno gemeu melodioso.

—Quietinho amor… sou eu que mando aqui! —O moreno disse em seu


ouvido mordendo o lóbulo delicado de sua orelha, sentindo o pequeno se
remexer e ofegar. —Abre essa boquinha deliciosa só pra gemer!

Jimin não conseguiu proferir se quer uma palavra, já que teve seu membro
inteiro envolvido pela boca do moreno que ao mesmo tempo enfiou dois
dedos dentro de si com tudo. Ele estava tão apertado que sentia que seus
dedos iriam partir no meio.

Jimin se arqueou inteiro na mesma hora, não estava preparado para isso, de
jeito nenhum. Fazia um mês que não transava então doeu, mas ele sempre
adorou a dor mesclada com o prazer e Jungkook sabia disso.

Os olhinhos reviravam e a cabeça se jogou com tudo para trás, os


movimentos da boca quente e molhadinha no seu pau eram tão rápidos e
os dedos dentro de si iam mais devagar, não sabia nem mais seu próprio
nome. Ousou olhar para o moreno, que lhe chupava de forma tão perfeita,
sabendo exatamente o que fazer, o encarando com aqueles olhos escuros
observando suas reações.

Jimin segurou seu cabelo liso em busca de apoio para tanto prazer que
estava sentindo.

—Jungkookie-ah … isso é tão bom!

Jungkook aumentou a velocidade das chupadas, adorando ouvir os


gemidinhos roucos e arrastados, tão manhosinho… tão delicioso. O gostinho
do pequeno colorindo seu paladar, queria muito que ele gozasse em sua
boca.

—Oh...Ah...Kook... —Jimin estava a beira da loucura, se Jungkook


continuasse com aquele ritmo ele não aguentaria mais.

Jungkook continuou com o ritmo rápido, sentindo o pênis do seu amor


latejando dentro de sua boca, a entrada começar a se contrair fortemente
ao redor de seus dedos. A respiração do pequeno ficou muito mais
acelerada denunciando que ele estava perto.

Jimin puxou fortemente os cabelos do moreno, em desespero. Jungkook se


sentiu absurdamente excitado com isso, ainda mais com todos os barulhos
de resmungos e gemidinhos que o menor soltava, levando-o a loucura.

Não demorou muito até que o pequeno se desfizesse dentro de sua boca
soltando um gemido demorado, se contorcendo, puxando o cabelo do
moreno com força, tendo sua próstata acariciada pelos dedos enormes. Se
não bastasse o recente orgasmo, ficou ainda mais louco com a visão do
moreno “limpando” seu membro, engolindo cada gota do seu prazer
prolongando ainda mais a sensação.

Jimin ainda tremia enquanto o maior subia lentamente beijos molhados e


demorados por suas coxas, sua barriga, seu peito, pescoço se demorando
ali, mordendo a pele com delicadeza. Dando vários beijos no pequeno que
agora se encontrava ofegante tentando se recuperar.

—Melhor, bebê? —Sussurrou, beijando sua boca. —Acho que é melhor


pararmos por aqui.

Jimin puxou lhe pela nuca, não se importando com nada roubando os seus
lábios em desespero, envolvendo sua cintura com as pernas. Queria muito
mais do que isso.

—Eu quero você, Kookie! —Sussurrou em sua boca.

Jungkook prometeu a si mesmo que não faria isso, por mais que Jimin
implorasse. Olhou para a pequena cicatriz do pequeno ainda não totalmente
curada, e se sentiu culpado por não estar resistindo nenhum pouco.
Ele estava tão excitado com o desespero do menor, porque Jimin era tão
perfeito, e seu corpinho nu roçando no seu que estava coberto apenas por
uma boxer não estava ajudando muito em sua situação.

—Eu vou devagar, Ok amor? —Sussurrou já completamente fora de si,


arrancando sua boxer com tudo.

Jimin ficou eufórico, assentindo freneticamente, apreciando o corpo maior


em cima de si se movendo e se ajeitando para o penetrar, o pau dele
pincelando sua entrada. Jungkook não estava mais se aguentando de
desejo, só de sentir a quentura da entradinha rosada já se sentia louco,
apertou os lençóis ao lado da cabeça do pequeno, para não apertar sua
cintura que ainda estava ferida.

Enfiou só a cabecinha e já era o necessário para sentir muito prazer, ele era
tão quente e apertado. Jimin começou a se empurrar contra ele, então teve
que se segurar muito para não o foder com tudo.

—Jimin... —Ele falava com dificuldade. —Com calma, amor…

Jimin segurou sua bunda durinha do moreno, puxando-o para cima de si,
fazendo ele entrar inteiro. Jungkook gemeu rouco e selvagem em seu
ouvido.

Olhou para o rosto do ruivo que observava atentamente suas reações se


tocando, mordendo aquele maldito lábio carnudo que era o ponto fraco do
moreno. Aliás, Jimin inteiro era seu ponto fraco.

—Eu… não aguento mais… —Jungkook lhe estocou com tudo soltando um
gemido que mais saiu como um rosnado.

Ele queria tentar se segurar, mas Jimin provocava, rebolando, gemendo e


olhando para ele com aquela cara. Já não estava mais aguentando então
passou a lhe estocar profundamente, indo fundo, e a cada estocada Jimin
gemia mais alto, enfiando as unhas em suas costas, se remexendo inquieto
embaixo de si. Estava completamente excitado com o fato de Jungkook
estar dentro de si, pulsando, indo tão fundo, duro e rápido, mordendo e
beijando seu pescoço, gemendo seu nome, totalmente fora de controle.

—Ah...Jungkook… Jungkook...

—Você é meu! —Ele falou tão autoritário em seu ouvido, sem parar de se
mover indo fundo dentro do pequeno.

—SIM! —Jimin já sentia os primeiros sinais de que iria gozar de novo, era tão
bom.

—Isso é meu! —Ele disse segurando sua bunda, estocando forte ali dentro,
gemendo ao ver seu pau entrando com tudo. —Isso é meu! —Disse
segurando o pênis do ruivo que gemeu quando o moreno começou a
bombeá-lo. —Isso é meu! —Sussurrou passando a mão em suas coxas e sua
barriga que se contraiu sob seus dedos ágeis. —Isso aqui também é meu,
amor! —Falou passando a língua em seus mamilos entumecidos e rosados,
mordendo levemente, vendo Jimin gemer e se contrair ao seu redor
deliciosamente. —Isso aqui é deliciosamente MEU! —Rosnou mordendo sua
boca, enfiando a língua na cavidade do menor que já era uma confusão de
gemidos.

Jungkook devorou sua boca com gosto, aumentando ainda mais a


velocidade que ia dentro do menor, gemendo desesperado com o aperto
que ficou ainda maior.

—Kook... —Jimin gemeu alto jogando a cabeça para trás, em puro deleite.

Jungkook gemeu beijando o pescoço totalmente exposto, estocando


firmemente, fazendo um barulho absurdo de pele contra pele se chocando,
tornando tudo ainda mais obsceno e excitante.

—Porra... —Jungkook revirou os olhos de tanto prazer, sem parar de se


mover.

Jimin gemeu alto chegando ao ápice violentamente sentindo o pau do maior


indo fundo em si, enquanto ele se contorcia, totalmente perdido em
sensações, melando ambos os abdomens com seu gozo.

Foi o fim para Jungkook visualizar aquela cena linda. Jimin gemendo e se
contorcendo, chamando seu nome de forma arrastada, manhosa e tão
perfeita. Ele era tão dele.

Estocando o menor com uma violência capaz de fazer a cama bater com
força contra a parede causando um barulho absurdo, seus gemidos e
rosnados estavam descontrolados e altos. Não conseguia parar de olhar
Jimin, o seu Jimin destruído abaixo de si, com os cabelos ruivos grudados na
testa. Ele ainda gemia rouquinho toda vez que o moreno entrava em si, saia
e entrava com tudo de novo e de novo, e mais uma vez.

Jungkook perdia de vez toda a sanidade, estocando fundo a bundinha


apertada do seu amor, sem tirar os olhos negros de sua expressão acabada
em nenhum momento. Jimin era tão lindo, estava louco com tanta
perfeição.

—Jimin… AH… JIMIN! —Ele gozou tão forte, gemeu alto, perdido nas
sensações de desejo, prazer, loucura, carinho, paixão, mas acima de tudo
amor. Muito amor por aquele garoto ruivo abaixo de si.

Jungkook quase caiu em cima do pequeno, mas teve forças para se jogar ao
seu lado, respirando pesado, tentando acalmar sua respiração e seu
coração. Olhou para o lado e Jimin também lhe olhava, com um sorriso
cansado no rosto.

Depois de alguns segundos o moreno puxou-o para seus braços, os corpos


nus se complementando, se abraçando com carinho. Ficaram assim por um
bom tempo, aos beijos e as juras de amor que sempre trocavam, as
promessas, e a vontade de repetir tudo de novo que sempre voltava.

Até que o celular do pequeno tocou com alguma mensagem. Estavam


deitados de conchinha, o pequeno teve se esticar para pegar o aparelho na
cômoda ao lado da cama.

—Quem é? —Jungkook murmurou beijando suas costas.

Jimin estranhou ao ver aquele nome na tela, Jin.

Eles não se falavam fazia um bom tempo, por mais que se dessem muito e
o mais velho fosse muito agradecido a tudo o que Jimin fez por ele. Mas
nunca chegaram a ser amigos.

—É o Jin! —Jimin disse franzindo o cenho.

—O jin?

Jimin assentiu abrindo a mensagem.

“Jimin, eu sei que faz tempo que não nos falamos, mas eu preciso mesmo te
falar onde o Namjoon está. Ele anda me perseguindo agora que estou
tentando me relacionar com outras pessoas, me ajuda por favor.”

Jungkook ficou inquieto no mesmo instante se sentando na cama, soltando


o ar.

—Acho que devemos ir. —O pequeno disse lhe olhando nos olhos. —Mas
primeiro precisamos saber se é mesmo o Jin que está falando.

Jungkook assentiu.

—Concordo.

O moreno se levantou indo atrás de seu rastreador, dando aquela visão


privilegiada ao pequeno. Não demorou até ele voltar com o aparelho, então
ficaram um tempo verificando pelo notebook onde estava aquele celular, e
estava na casa do Seokjin mesmo.

Decidiram que o melhor a fazer era ligar e marcar em outro lugar para se
encontrarem, era mais seguro.

—Ligou para ele, amor? —Jungkook perguntou saindo do banho de toalha,


se vestindo todo de preto como sempre.

—Sim, vamos nos encontrar aqui. —O menor mostrou no ipad para o


moreno era tipo um morro afastado da cidade.

Ambos já estavam vestidos, precisavam muito pegar Namjoon. Mas


querendo ou não ele era um atirador de elite e um excelente assassino, não
podiam arriscar mais um segundo se quer com o um traidor tão perigoso
vivo.

—Vamos, meu amor! —Jungkook disse olhando em seus olhos, beijando


seus lábios. —Vamos achar o desgraçado, eu quero matar aquele traidor.

Haviam combinado com Jin de chegar lá a uma da tarde, e já era meio dia e
meio. Saíram de casa, já era quase meio dia.

Jungkook dirigiu rápido, estava com pressa de encarar o ex parceiro e


amigo novamente. Saber onde ele estava era um passo realmente grande a
ser dado para assassiná-lo.

Não precisava terminar assim, não mesmo, porém foi Namjoon que pediu
por isso. Eles eram amigos acima de tudo, antes de serem parceiros e
sócios, eles eram amigos.

E era triste para Jungkook pensar que ele não se lembrara disso em nenhum
momento.

Jimin ficou muito nervoso quando finalmente chegaram no morro que dava
vista para a praia, era de tirar o fôlego.

O carro fazia muitos movimentos bruscos e o pequeno se sentia enjoado,


talvez pelo nervosismo.

O carro subiu cerca de meia hora sem parar.

Jimin e Jungkook estava em um silêncio absoluto. O ruivo sentia suas mãos


tremerem, estava com muita raiva de Namjoon.
Já podia ver Jin de longe, sozinho ao lado do seu carro, o rosto molhado em
lágrimas. Devia ser muito difícil para ele entregar o amor de sua vida para a
morte.

Quando SeokJin viu que eles se aproximavam, rapidamente entrou em seu


carro e deu ré fazendo muita fumaça preencher o ar. Jimin estranhou aquela
atitude repentina, mas Jungkook não, porque com seus olhos experientes
ele pôde notar em volta, pelo menos dez carros de polícia, cercando os dois.

Lentamente soltou o ar, e socou o volante, sua vontade era de gritar o quão
burro ele foi de ter trazido Jimin ali. Estava tudo perdido.

“Jeon Jungkook, você está preso pelo assassinato de Georgiana Baker, Min
Hansol, Min Yoongi, Park Sue, Park Twan, e pelo menos mais dois mil
homens ricos e importantes nos últimos anos de sua vida.” —Um homem
falou no microfone do carro da polícia. “E também pelo sequestro de Park
Jimin. Saia com as mãos ao alto, e mantenha-se longe da vítima!”

O dia estava tão frio, mas nada foi mais congelante para o pequeno do que
perceber que dessa vez não tinha mesmo nenhuma saída. Eles estavam
cercados.

Se Jungkook fosse preso, poderia ser condenado a morte, porque a maioria


dos seus assassinatos haviam sido em países que tinham essa lei. Jimin
sentiu a súbita vontade de chorar, porque jamais conseguiria viver sem ele
novamente.

—Amor. —Jungkook sussurrou. —Escuta tudo o que eu disser, com calma,


Ok?

Jimin se virou para ele, vendo que Jungkook parecia calmo, ele era tão bom
para si. Sabia que o moreno também estava destruído, mas ainda sim
tentava lhe passar calma.

—Você vai sair daqui e me deixar nesse carro, nenhum dos crimes vai cair
sobre você, bebê. Você é a vítima, Ok? —Murmurou lhe olhando nos olhos.
—Eu te garanto isso, eu cuidei para que cada um dos nossos crimes sempre
caísse em mim!
—Não! —Jimin chorou. —Se você foi preso, eu também vou!

Jungkook sorriu, apaixonado, olhando os olhos do seu garotinho perfeito,


tão dele.

—Eu não vou ser preso, amor. —Jungkook sussurrou. Ele pretendia pisar no
acelerador e descer ladeira abaixo, preferia a morte do que a prisão. —Eu
preciso que você saia daqui e diga a eles o quanto eu fui cruel com você, o
quanto você me odeia, tá bom?

Jimin já estava aos prantos.

—NÃO! —Disse convicto. —Eu nunca vou fazer isso!


Jungkook sorriu secando suas lágrimas.
—Você é tão perfeito, amor. —Beijos suas mãozinhas pequenas, precisavam
ser rápidos. —Você precisa sair agora bebê… vai e seja feliz! Por favor, seja
feliz!

—Jungkook… eu não vou sair! —Jimin disse sem nenhuma dúvida no olhar,
nem em suas palavras. —Eu te amo, somos uma equipe, se for para morrer,
nós vamos juntos! Por que nos pertencemos!

Jungkook não desviava os olhos do seu amor, e nem Jimin desviava os olhos
dele.

Era isso, nenhum dos dois viveria sem o outro. Por mais que o moreno não
quisesse que o seu pequeno virasse comida de peixe como ele, sabia pelos
seus olhinhos molhados pelas lágrimas que não tinha o que fazer, Jimin iria
com ele.

Assim como Jungkook, Jimin morreria também por ele, e nada do que ele
falasse mudaria isso.

Eles já não tinham mais tempo.

—Eu te amo. —Disseram em uníssono.


Era tão louco amar dessa forma, mas era uma loucura tão boa, que Jimin
não foi capaz de fugir dessa aventura que era estar apaixonado por
Jungkook.

Ambos juntaram as bocas, que sempre se uniam da mesma forma.


Perfeitas.

Deram as mãos e Jungkook pisou com tudo no acelerador, ouvindo tiros


atrás de si, muitos e muitos tiros. Mas seu olhar não deixava de se fixar no
dono do seu coração, Park Jimin.

Suas almas estariam unidas, isso era eles, era paixão, amor, loucura,
adrenalina. Até o fim.

O barranco se aproximava mais, porém ambos se encaravam, com os sons


dos tiros atrás de si. Tão apaixonados, tão perto do fim, não precisavam
mais de nada. Contanto que estivessem juntos.

Quando por fim os tiros pararam repentinamente, Jungkook e Jimin uniram


as bocas como se fosse a última vez, as mãos se apertando com força. O
ruivo tinha lágrimas nos olhos e o moreno beijava cada uma delas.

”PAREM!” —Ouviram a voz de ninguém menos do que Kim Namjoon no


microfone da polícia.

Jungkook não soube o porque, mas se assustou e se surpreendeu com


aquela voz tão famíliar. Pisou no freio, fazendo um grande barulho de
derrapada, levantando poeira no ar, pararam na ponta do penhasco.

Seus corações batiam forte. Olharam para trás simultaneamente, se


deparando com todos os carros da polícia alvejados. Não havia sobrado
nem mesmo um para contar a história, os barulhos de tiros eram dele, a
polícia não tinha o mesmo preparo que um atirador do porte de Namjoon.

Jungkook não estava surpreso por ele ter matado tantos sozinho e a
distância, e sim porque ele estava ali.
“Eu precisava quitar minha dívida com o Jimin, e pedir perdão a um grande
amigo.” Namjoon disse simplesmente. “Agora parem com esse show,
sumam daqui, antes que os reforços cheguem. Sinceramente… eu não
aguento esse drama de vocês!”

Jungkook e Jimin se olharam com um pequeno sorriso. Não precisavam dizer


mais nada, só precisavam sair dali.

Então Jungkook deu a ré com tudo, se afastando do penhasco e dando meia


volta. Parando ao lado de Namjoon, os dois ex-sócios se encararam
fixamente.

—Você é melhor do que isso, Jeon. —Namjoon disse. —Desculpa.

—Até mais Namjoon. —Jungkook disse, não precisava falar mais nada.
Aquilo já bastava, todo o seu agradecimento estava com os olhos e o
perdão também.

Jungkook pisou no acelerador, e Jimin ainda chorava, mesmo sabendo que


estavam indo embora e que agora tudo ficaria bem, o susto havia sido
grande. Jungkook olhou para o seu pequeno de coração totalmente
apertado.

—Não chora, amor. —Disse segurando sua mão. —Está tudo bem agora!
Eles sairiam do país para sempre, não tinha mais possibilidade de voltarem.
Nenhum dos dois queria mais viver ali e correr esses riscos, Jungkook agora
seria um homem procurado de fato.

—A primeira vez que eu tentei me matar foi para aliviar minha dor Kookie…
eu não me sentia mais vivo, realmente não ligava, mas agora… tudo o que
eu mais quero é viver. Por isso foi tão assustador! —Fungou. —Quero estar
ao seu lado para sempre, porque eu estou feliz e porque eu te amo!
Jungkook sorriu tão sinceramente, emocionado com suas palavras.
—Você vai viver, amor e eu vou viver. —Disse. —E estaremos juntos para
sempre!
—Para sempre! —O ruivinho disse com um sorriso fofo.

Jungkook e Jimin foram embora de Busan.


Ninguém nunca mais ouviu falar deles por ali, porque no submundo usavam
nomes completamente diferentes, mas estavam juntos em todos os lugares
do mundo.

Cometendo loucuras, tendo experiências novas, como casar e decidirem ter


filhos. Sim, essa com certeza foi a maior loucura de suas vidas, superava
todas… de longe!

Fim… da primeira temporada.

Escrito por @tytydelicate.

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