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Brasília – DF
Junho 2023
PSICOEDUCAÇÃO E FORTALECIMENTO DA REDE DE APOIO COMO
PREVENÇÃO DO SUICÍDIO EM ADOLESCENTES DO ENSINO MÉDIO DAS
ESCOLAS PÚBLICAS DO DF
Brasília – DF
Junho 2023
1. INTRODUÇÃO
De acordo com a OMS (2021), “o suicidio continua sendo uma das principais
causas de morte em todo mundo”, só em 2019, morreram mais de 700 mil pessoas, diante
desse quadro, surgiu a necessidade da OMS produzir novas orientações com o objetivos de
ajudar na criação de estratégias de atendimento e prevenção do suicidio. Segundo
afirmação de Tedros Adhanom Ghebreyesus, "não podemos e não devemos ignorar o
suicidio. cada um deles é uma tragédia."
Assim como afirma Tedros Adhanom, não podemos ignorar essa triste realidade,
pois o suicídio está entre as cinco maiores causas de morte na faixa etária de 15 a 19 anos.
Ou seja, essa é a idade crítica. Geralmente os adolescentes com essa idade encontram-se
cursando o Ensino Médio. Por isso, esse público demanda mais a nossa atenção nesse
período. Ainda sobre essa temática, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) diz
que “quanto mais expostos aos fatores de risco, maior o potencial impacto na saúde mental
de adolescentes.” E nesse período, os jovens estão expostos a uma série de desafios que
podem impactar sua saúde mental, o que muitas vezes acabam levando-os em uma tentativa
desesperada para acabar com o sofrimento, idealizando ou cometendo o suicídio.
De acordo com o Centro de Valorização à Vida (2020), a média brasileira é de 6 a 7
mortes por 100 mil habitantes, bem abaixo da média mundial – entre 13 e 14 mortes por
100 mil pessoas. Diante desse cenário alarmante, é essencial que as escolas desempenham
um papel ativo na identificação e prevenção de comportamentos suicidas. Professores, pais
e todo o corpo docente têm um papel fundamental nesse processo, pois estão em contato
direto com os jovens durante boa parte do dia. A prevenção do suicídio entre crianças e
adolescentes é de alta prioridade. Devido ao fato de em muitas regiões e países a maioria
dos adolescentes dessa idade frequentarem a escola, este parece ser um excelente local para
desenvolvermos a prevenção.
E a melhor abordagem para a prevenção do suicídio na escola consiste em uam boa
elaboração de um trabalho em grupo que inclui professores, médicos, enfermeiros,
psicólogos e assistentes sociais da própria escola, trabalhando em conjunto com agentes da
comunidade. (Organização Mundial da Saúde, 2000)
Este trabalho tem como objetivo discutir a importância da intervenção em suicídio
nas escolas, enfatizando a necessidade de envolver professores, pais e demais membros da
equipe educacional nesse processo. A intervenção busca não apenas identificar sinais de
alerta, mas também oferecer apoio adequado e encaminhamento para profissionais de saúde
especializados. Ao abordar a questão do suicídio na adolescência, é fundamental
compreender que se trata de um problema complexo, multifatorial e sensível. Portanto, a
intervenção precisa ser abordada de maneira cuidadosa, respeitando a privacidade e a
privacidade dos adolescentes, ao mesmo tempo em que oferece um ambiente seguro e
acolhedor. Ao longo deste trabalho, serão explorados os principais fatores de risco
associados ao suicídio na adolescência, assim como estratégias eficazes de intervenção.
Serão apresentados programas e recursos que podem ser implementados nas escolas.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 DEFINIÇÃO
2.2 CARACTERÍSTICAS
O suicídio é complexo e relativo a vários factores. Ele envolve causas variadas e
costuma estar relacionado a transtornos psíquicos de ansiedade, humor e personalidade,
como a depressão, borderline, bipolaridade, abuso de drogas, entre outros. Fatores como
bullying, dificuldades financeiras, perdas afetivas, problemas no trabalho, existência de
doenças crônicas ou terminais e conflitos familiares também podem dar origem ao
comportamento suicida. Apesar de existirem algumas características mais comuns em
pacientes suicidas, a verdade é que a ideação suicida pode acontecer com qualquer um.
(Wenzel, 2010)
2.5 ESTATÍSTICAS
3. OBJETIVOS
3. PLANO DE PREVENÇÃO
Justificativa
Lima e Silva (2020), reforçam ainda mais essa ideia ao citarem Netto & Souza
(2015), que dizem que “A escola é um local que por ser onde as crianças e os adolescentes
passam parte considerável de seu tempo, torna-se um espaço no qual podem manifestar
suas frustrações e condutas suicidas”. Ramos (2017), reitera a importância da família no
processo quando diz que os fatores que podem predizer um menor risco de suicidio passam
pela existência de um bom suporte familiar, onde a pessoa se sente ouvida, compreendida e
acolhida. Portanto, afirmamos que juntamente a intervenção com os adolescentes, incluir a
escola e a família em nosso projeto é uma medida imprescindível para bons resultados.
1. Etapas do projeto
1.1 Corpo docente
Objetivos:
Preparação:
Antes mesmo de iniciar a formação, criar um espaço de fácil acesso na Instituição de
Ensino para o acolhimento e orientação aos pais e/ou responsáveis;
Recursos Humanos
● Psicólogos
● Profissionais da Instituição de Ensino
● Psiquiatra
Recursos Materiais
Atividades:
Formação: 2 encontros.
1º encontro:
- Primeira palestra: Psicoeducação sobre o suicidio (O que é o suicidio, Enfatizar os
fatores de risco), e por que os adolescentes são tão afetados.
- Segunda palestra: Por que a escola é importante no processo de prevenção (enfatizar
os fatores de proteção).
- Terceira palestra: Como identificar os sinais de alunos com potencial suicida e como
a escola pode intervir.
2º encontro:
- Primeira palestra: O que fazer em situações de potencial risco de suicidio.
- Segundo momento: roleplay de uma situação parecida com uma crise suicida
no espaço escolar para terem contato com a prática.
- Terceira palestra: Como fortalecer os fatores de proteção dos alunos e como
ser uma rede de apoio para eles, e entre si.
- Quarta palestra: Quais serão as medidas após a formação, como manter a
continuidade do projeto. Disponibilização do material de avaliação do risco
de suicidio (Anexo A) e instruções de aplicação.
Suporte semanal:
Ainda na formação será passada instruções da continuidade do projeto durante o semestre.
1º Cada professor deve ficar responsável por uma turma, e destinar um momento da sua
aula para criar uma espaço onde os alunos possam ser ouvido, e incentivados a se abrirem
2º Alunos que apresentarem sinais de comportamento suicida, devem receber cuidados
específicos, onde não os cause nenhum tipo de constrangimento.
3ª uma vez por mês, no horário da coordenação os professores terão um espaço para
conversar com um psicólogo responsável, momento de dar feedback, e também de tirarem
suas dúvidas.
Duração
O projeto ocorrerá durante todo o semestre. Sendo a primeira parte a formação, que
ocorrerá nos dois primeiros sábados do semestre, durante toda manhã, onde cada palestra
terá duração de 30 min, com intervalo de 10min entre elas. E a segunda parte com maior
prazo, a intervenção dos professores na sala, e nos demais espaços, com o encontro mensal
com os profissionais de psicologia.
Resultado
Espera-se que a equipe da escola esteja preparada para identificar e manejar, de forma
satisfatória, adolescentes com comportamentos de tendências suicidas. E também promover
um espaço de escuta a fim de diminuir possíveis riscos de suicidio.
1.2 A família
Sensibilização da família
Objetivos:
Atividades
● Reuniões online em horários e dias que contemplam a maioria (fazer uma pesquisa com
os pais, com dia e horário)
● Palestras online realizadas por profissionais especialistas em prevenção.
Palestras online:
4º Palestra: Fortalecimento dos laços afetivos como fator de proteção para os filhos.
5º Palestra: Posvenção
● Toda reunião terá um espaço para que os pais tirem suas dúvidas.
Recursos Humanos
● Palestrantes
● Pais/ responsáveis pelos adolescentes.
Recursos Materiais
Duração
Será realizada uma atividade (reunião com palestra) uma vez por mês durante o primeiro
semestre. A duração da atividade será de 1 hora e 30min, usaremos o google meet, e
deixaremos a disposição a chamada no drive para que eles possam rever se preciso.
1.3 Adolescentes
Objetivos:
● Atividades
Palestras:
2º Palestra: Minhas emoções (o que são as emoções, como elas interferem no meu
dia, como posso identificá-las); Após a palestra executar a dinâmica psicodramática
(Solicitar a plateia, que aquele que se sentir à vontade descreva uma emoção que
está sentindo naquele momento, em seguida a equipe do psicodrama representar a
emoção).
3º Palestra: Minha saúde mental (como cuidar da saúde mental, onde procurar
ajuda, com quem falar e a resiliência como medida de enfrentamento).
4º Palestra: Uma mão amiga (como ajudar um amigo e como fazer parte da rede de
apoio).
Recursos Humanos
Recursos Materiais
Duração
Serão realizadas palestras mensais, durante o semestre. Cada palestra terá duração de 1 hora
e 30 minutos aos sábados pela manhã.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABP. (2019, março 1). Fatores de risco para o suicídio: como identificá-los e o que fazer.
Setembro Amarelo. https://www.setembroamarelo.com/post/suicidio-fatores-de-risco
Botega, N. J. (2015). Crise suicida: avaliação e manejo. Artmed.
Centro de Valorização da Vida (2020). Falando abertamente sobre suicidio. Recuperado 1o
de junho de 2023, de
https://www.cvv.org.br/wp-content/uploads/2017/05/Cartilha-Falando-Abertamente-2020-v
ers%C3%A3o-impress%C3%A3o-A4.pdf
Figueiredo, I. A. (2022). O nexo de causalidade entre suicídio e sociedade.
Lima, B. B., & Silva, F. D. S. D. (2020). O papel da escola na prevenção do suicídio
juvenil: desafios contemporâneos.
Maruco, F. D. O. R., & Rampazzo, L. (2020). O Suicídio no Contexto Escolar: o complexo
e emergente fenômeno através do bullying e dos desdobramentos do jogo virtual baleia
azul. Atena Editora.
Ministério da saúde. (2017). Prevenção do Suicídio: Manual dirigido a profissionais das
equipes de saúde mental. Recuperado 29 de maio de 2023, de
https://www.cvv.org.br/wp-content/uploads/2017/05/manual_prevencao_suicidio_profissio
nais_saude.pdf
Netto, N. B., & dos Santos Souza, T. M. (2015). Adolescência, educação e suicídio: uma
análise a partir da psicologia histórico-cultural. Nuances: estudos sobre educação, 26(1),
163-195.
Orientações para a atuação profissional frente a situações de suicídio e automutilação.
http://conselho.saude.gov.br/images/CRPDF-Orientacoes_atuacao_profissional.pdf
Organização Mundial da Saúde (2000) Prevenção do suicidio: um manual para
profissionais da atenção primária. Gov.br. Recuperado 1o de junho de 2023, de
http://www.saude.niteroi.rj.gov.br/CSM/suicideprev_phc_port.pdf
Ramos, V. A. B. (2017). Como prevenir o suicídio. Psicologia PT, 10(68), 1-15.
https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A1068.pdf
Relatório de atividades CVV 1º trimestre de 2023. Disponível em:
https://www.cvv.org.br/wp-content/uploads/2023/05/CVV-_-Relatorio-de-Atividades-_-1-tr
imestre-2023.pdf. Acesso em: 30 maio 2023.
Sganzerla, G. C. (2021). Risco de suicídio em adolescentes: estratégias de prevenção
primária no contexto escolar. Psicologia escolar e educacional, 25.
https://www.scielo.br/j/pee/a/cSRRLBHpxrsKghmcNWMWctJ/