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13 PASSOS PARA

ENFRENTAR A
DEPRESSÃO

NA PSIQUIATRIA, NA
PSICOLOGIA E NA RELIGIÃO

ANTONIO MASPOLI

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13 PASSOS PARA ENFRENTAR A DEPRESSÃO ANTONIO MASPOLI

SUMÁRIO

PREFÁCIO 03

COMPREENDENDO A DEPRESSÃO
NO CENÁRIO MUNDIAL 05

O QUE NÃO É DEPRESSÃO 07

PARA QUE SERVE ESTE LIVRO? 10

EMOÇÕES E SENTIMENTO 11
DA DEPRESSÃO

DEPRESSÃO NA PSIQUIATRIA 24

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SUMÁRIO

AS VÁRIAS FACES DA DEPRESSÃO 28

TREZE PASSOS PARA O 44


ENFRENTAMENTO DA DEPRESSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS 61

REFERÊNCIAS 64

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13 PASSOS PARA ENFRENTAR A DEPRESSÃO Antonio Maspoli

Prefácio
Cuidado!

Não é um livro de autoajuda


sobre depressão

A depressão tem ceifado vidas, roubado existências,


destruído famílias, arruinado carreiras. A depressão
ganhou destaque na mídia, nesses tempos de
pandemia. Escrevemos este livro para você, que sofre
de depressão, para você que, tem alguém deprimido
na família, ou até mesmo é amigo de um deprimido. E
também para você, psicólogo, psicoterapeuta,
analista, médico ou líder espiritual, que lida
diariamente com a depressão e acolhe o deprimido;
contudo, não espere um livro de autoajuda.

Depressão, a doença do século?


A depressão está na ordem do dia. Dados divulgados
pela Organização Mundial da Saúde(OMS, 2009) e
publicados pelo jornal O Estado de S. Paulo apontam
que, nos próximos vinte anos, a depressão deverá se
tornar a doença mais comum do mundo, afetando
mais pessoas do que qualquer outro problema de
saúde, incluindo câncer e doenças cardíacas.

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13 PASSOS PARA ENFRENTAR A DEPRESSÃO Antonio Maspoli

Segundo a OMS, a depressão será também a doença que


mais gerará custos econômicos e sociais para os governos
e empresas, devido aos gastos com o tratamento para a
população, faltas ao trabalho e as consequentes perdas
de produção (DEPRESSÃO, a quinta doença mais comum
no Brasil. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 31 de março de
2010).

A depressão encontra-se no topo da lista das doenças


incapacitantes do mundo. Entre tratamento, remédios,
demissões e absenteísmo no trabalho, causados pela
depressão, estima-se que é gasto anualmente um trilhão
de reais.

Trata-se de um manual fundamentado na ciência e


nos resultados das pesquisas científicas mais
atuais (BURNS, 2015).

Falando francamente, se você quer um livro de autoajuda


(e eles ajudam mesmo), sugerimos a leitura de autores
consagrados nessa importante área da psicologia positiva.
O lema deste livro, todavia, é outro: não há almoço grátis!
Logo, não espere soluções mágicas ou fáceis.
O programa que desenvolvemos é o resultado das
pesquisas mais modernas sobre depressão. E exigirá
muito de você, para alcançar algum resultado prático.
Além disso, apresentamos também um programa de
enfrentamento da depressão em 13 pontos, testado há
mais de vinte anos, em nossa clínica.

Antes de continuar a leitura, tendo passado por essas


poucas páginas, responda à pergunta: até quanto você
está disposto(a) a investir, em termos de tempo,
comprometimento e dedicação para o enfrentamento da
depressão?

Se, mesmo depois desse alerta, você ainda continuar


lendo... Boa leitura!

São Paulo, Primavera de 2021.


Antônio Maspoli
13 PASSOS PARA ENFRENTAR A DEPRESSÃO Antonio Maspoli

COMPREENDENDO A DEPRESSÃO NO CENÁRIO MUNDIAL

Depressão nas estatísticas da OMS

Atualmente, mais de 450 milhões de pessoas são


afetadas diretamente por transtornos mentais ligados à
depressão, a maioria delas nos países em
desenvolvimento, segundo a OMS. As informações
foram divulgadas durante a Primeira Cúpula Global de
Saúde Mental, realizada em Atenas, na Grécia.
Assim, em todo o mundo, os deprimidos são milhões.
As estatísticas mais recentes da OMS indicam que 5%
da população sofre de depressão, com prevalência das
mulheres (4,5 a 9,3%) sobre os homens (2,3 a 3,2%).

Aproximadamente, dois em cada dez casos de


depressão se prolongam no tempo, tornando-se
crônicos. Nas mulheres, a frequência da cronicidade é
quatro vezes maior do que nos homens. Os períodos
de prevalência da depressão são mais comuns no sexo
feminino, sendo 3,2% no feminino e 1,9% no masculino.
Estima-se que 5,8% dos homens e 9,5% das mulheres
passarão por períodos depressivos, em 12 meses.

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A depressão contínua afeta de 15% a 20% das mulheres e


de 5% a 10% dos homens. Em 20% dos casos, a
depressão segue um curso contínuo, especialmente
quando não há tratamento adequado.

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional de Saúde


2015 – Indicadores de Saúde e Mercado de Trabalho.
O levantamento contabilizava, na época, a existência
de cerca de 160 milhões de pessoas integrando a
População em Idade Ativa (PIA) do país, em um
universo de 200,6 milhões de pessoas, segundo o
Censo 2010.

Esses números cresceram assustadoramente, durante a


pandemia atual do Coronavírus. Hoje, 33% da
população sofrem com algum transtorno mental, com
prevalência de cerca de 10% para a depressão.

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O QUE NÃO É DEPRESSÃO
Depressão não é tristeza.

Tristeza é um sentimento, uma emoção e uma


condição típica dos seres humanos, caracterizada pela
falta da alegria, ânimo, disposição e outras
manifestações de insatisfação.

A tristeza pode apresentar-se em diferentes graus de


intensidade, variando desde a tristeza passageira, que
normalmente dura alguns minutos ou horas e a tristeza
profunda, a qual pode persistir por vários dias ou
semanas, além de ser um sinal de problemas mais
complexos, como a depressão.
Em Baruch Espinoza, a tristeza é definida justamente
como o ato no qual nossa potência de agir é diminuída
ou contrariada.

Toda tristeza tem uma causa bem definida, no tempo e


no espaço. O sujeito sabe exatamente quando, onde e
por que ficou triste. Já a depressão pode apresentar a
tristeza como sintoma, mas, nesse caso, a tristeza não
tem uma causa específica e conhecida. Na depressão, a
tristeza é inespecífica e sua causa é desconhecida.

Tristeza é uma situação de estresse. A tristeza é um


estresse intenso e profundo. A tristeza pode acontecer
por uma perda, por uma dor, por um trauma, por uma
doença. Às vezes, pelo envelhecimento, pelas
circunstâncias da vida. Assim, a tristeza é uma dor e
tem uma causa determinada. Reiteramos que a pessoa
sabe exatamente quando, como e por que ficou triste,
como, por exemplo, na tristeza do luto. O problema é
que, se a tristeza não se reverte num período de seis
meses a um ano, correspondente a um período natural
de luto, pode-se transformar numa depressão.
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Depressão não é angústia.

Depressão não é angústia. A angústia, todavia, pode ser


um sintoma clássico da depressão. Não existem
definições precisas da angústia. A angústia é a dor de
estar vivo. Quando você percebe que está vivo e
compreende todas as implicações de existir, de ser,
quando percebe a dor de estar no mundo como uma
pessoa, às vezes, essa consciência dói muito. Dâmaris
Cristina de Araujo Malta (2014) escreveu um texto
profundo sobre Angústia, fé e sentido da vida.

A angústia pode ser criativa. A angústia, quando não


paralisa e encontra sentido, pode se transmutar em um
motor para a realização do ser e dos mais diversos
projetos pessoais. A angústia pode gerar arte, música,
literatura, espiritualidade, produção etc.

“A angústia possibilita a movimentação do Ser em


busca de um sentido, não estamos nos referindo à
angústia paralisante presente em muitos quadros
clínicos de depressão, e sim à angústia provocativa, a
que incomoda o Ser.” (MALTA, 2014, p. 179).

Depressão e suicídio

Depressão é irmã siamesa do suicídio. Do número total


de deprimidos, 30% tentarão o suicídio pelo menos
uma vez na vida. Ademais, 10% desses 30% tentarão o
suicídio até dar cabo da própria vida. No Brasil, são
cerca de 20 milhões, 30% por cento dos 20 milhões de
deprimidos, 30% de vinte milhões, dá um total de 6
milhões. Dos 6 milhões, 10% vão tentar suicídio até
consumar o ato, ou seja, 600 mil pessoas.

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Depressão e saúde

A depressão baixa o sistema imunológico e isso


aumenta o risco do desenvolvimento de doenças
graves.

Nesse sentido, a relação entre depressão e saúde é


muito profunda. O risco de uma pessoa com depressão
enfartar é quatro vezes maior do que uma sem
depressão. A depressão afeta o sistema cardiovascular,
o sistema respiratório e, principalmente, o sistema
imunológico. Os deprimidos são mais susceptíveis a
alergias, a inflamações, a infecções relacionadas às
doenças autoimunes, como lúpus, por exemplo.
Existem inúmeras doenças autoimunes
(hipotireoidismo, hipertireoidismo, lúpus,
reumatismos, artrites, artroses etc.).

Algumas pessoas com depressão potencializam o risco


de desenvolver outras enfermidades, porque o sistema
imunológico permanece severamente afetado pela
depressão. Uma queda no sistema imunológico
prejudica todo o sistema de defesas do organismo.

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Para que serve este livro?

Este livro, Treze Passos Para Enfrentar a Depressão,


foi escrito para esclarecer o leitor sobre os principais
aspectos associados com a depressão. A depressão. O
que caracteriza uma pessoa deprimida? Quais os
sentimentos de um deprimido? Existe cura para a
depressão? Como tratar o deprimido? Quais os
sintomas da depressão? Quais as estratégias para o
enfretamento da depressão? Como o suicídio se
relaciona com a depressão?

A fim de responder a essas e a outras perguntas


inquietantes, escrevi este livro. Esta obra nasce da
experiência do autor, de mais de dez anos como
professor de Psicopatologia na Faculdade de Psicologia
do Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação
(IBMR), no Rio de Janeiro, e na Faculdade de Psicologia
da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Nasce também da vivência do autor, nos mais de trinta
anos de experiência na clínica psicológica, o
atendimento direto com pessoas deprimidas.

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EMOÇÕES E SENTIMENTOS
DA DEPRESSÃO

Os sintomas da depressão são muito


variados. Os mais comuns são: humor
deprimido, irritabilidade, ansiedade e
angústia, desânimo e cansaço, apatia e
desinteresse, medo e insegurança, vazio
e desesperança, dificuldade em sentir
prazer em atividades anteriormente
prazerosas, autoestima baixa, ideias
desproporcionais de culpa, alterações de
sono, alterações de peso, dificuldade de
concentração e atenção, esquecimentos
frequentes, vontade de deixar de viver,
ideias de suicídio.

Outros sintomas que podem vir


associados aos sintomas centrais são:
pessimismo, dificuldade de tomar
decisões, dificuldade para começar a
fazer suas tarefas, irritabilidade ou
impaciência, agitação, achar que não
vale a pena viver, desejo de morrer,
chorar sem motivo, boca ressecada,
perda do desejo sexual. Se o sujeito
apresenta cinco ou mais desses
sintomas, pode estar deprimido.

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Ausência de amor

O deprimido sofre pela ausência de amor. Ele não se


sente amado e não ama. Não ama a Deus, não ama a si
mesmo e, na maioria das vezes, sente medo e
ansiedade diante do amor demonstrado pelo outro. O
deprimido também não consegue amar o próximo.
Vive aprisionado aos próprios medos, angústias,
ansiedades, desilusões e decepções reais ou
imaginárias. A depressão é a imperfeição no amor.
Para podermos amar, temos que ser criaturas capazes
de se desesperar ante as perdas, e a depressão é o
mecanismo desse desespero.

Quando estão bem, alguns indivíduos deprimidos


amam a si mesmos, alguns amam outros, alguns amam
o trabalho e alguns amam a Deus: qualquer uma dessas
paixões pode fornecer o sentido vital de propósito, o
qual é o oposto da depressão.

O amor nos abandona, de tempos em tempos, e nós


abandonamos o amor. Na depressão, a falta de
significado de cada empreendimento e de cada
emoção, a falta de significado da própria vida torna-se
evidente. O único sentimento que resta, nesse estado
despido de amor, é a insignificância.

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Depressão é solidão

Não aquela solidão natural a todo ser


humano. É uma solidão maior. Trata-se
daquela solidão diante do outro, o
próprio Inferno de Dante. “É a solidão
dentro de nós que se torna manifesta, e
destrói não apenas a conexão com os
outros, mas também a capacidade de
estar apaniguadamente apenas consigo
mesmo.” (SOLOMON, 2002, p. 15).

A depressão destrói a paz, o amor-


próprio e a segurança pessoal. Abala a
fé e a esperança no futuro. É a mais
segura das prisões humanas.

O deprimido desacredita no amor, na


fé e na esperança, mergulhando no
mais silencioso e terrível dos
desesperos humanos: o desespero
acompanhado, aquele que não acredita,
não suporta e nem aceita a ajuda de
outrem.

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Depressão é tristeza infinita

O deprimido sente uma tristeza infinita. Uma espécie


de banzo. Não sabe por que está triste. Não tem
controle sobre a própria tristeza. Está triste... e pronto!
Ter-se uma boa razão para a tristeza é bom; se não se
tiver motivo, melhor. O depressivo chora. Chora
profundamente. Soluça! Não sabe por que chora.
Chora com motivo ou sem motivo.

O choro é acompanhado de uma dor profunda, a qual


nasce no fundo da alma. Dor que dilacera o coração,
que derrama a vida como um balde despejado. O
sorriso desaparece no rosto do deprimido. A face do
deprimido é uma máscara de dor e sofrimento. Às
vezes, é somente uma cara inexpressiva, neutra, sem
sentimento, a cara da depressão.

Depressão é monotonia

A vida do deprimido é monótona. Parece mais um


sonho em preto e branco, ou melhor, um filme em
branco e preto. O tempo arrasta-se em uma sucessão
de eventos sem lógica, sem sentido, aprisionado no
chronos. A vida não tem sentido. O trabalho não faz
sentido. O dia parece apenas uma sucessão de fatos
marcados pelos atos rotineiros de comer, beber,
dormir e acordar. Acordar para fazer tudo novamente!

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Depoimento do Sujeito A (mulher, 35 anos)

“Depressão. É cinza, sem sabor, sem cor, sem


brilho, sem vida... É o que sentimos. Nada faz
sentido, nada tem valor, nada é bonito, nada
importa. A sensação da morte presente, sim, é
algo muito real, porque a gente se sente
morto-vivo e vivo-morto. E tudo que lembra
a morte é mais familiar e mais desejado que
qualquer outra coisa.

Sintomas? Dores terríveis, sensação de fim,


uma tristeza inexplicável, apatia total às coisas
da vida, não se tem vontade de fazer
absolutamente nada. Só de morrer,
devagarinho, pedindo que o mundo nos deixe
em paz. Um sofrimento sem razão de ser, mas
com feridas profundas. De onde vem? Não sei
explicar. Não tem explicação. Tudo é tristeza,
tudo é um vão, vazio. Um poço sem fundo...”

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Depressão é fracasso

O fracasso é o melhor
companheiro daquele que padece
de depressão. Sente-se fracassado o
tempo todo. Acaricia o fracasso
como a um amigo íntimo. Não
divide possibilidade alguma de
sucesso. Este mais parece uma
miragem! Não tem autoconfiança.
A vida é uma areia movediça. E
parece esvair-se aos seus pés.
Parece que Deus se diverte em
culpá-lo, castigá-lo, feri-lo,
humilhá-lo.

Depressão é baixa autoestima

O amor-próprio desaparece. Em
seu lugar, fica aquele sentimento
de vazio que todo deprimido
conhece. A depressão gera
insônia. O deprimido troca o dia
pela noite. O sujeito deprimido
passa a ter hábitos noturnos.
Quando a noite cai, principia a
acordar; quando o dia amanhece,
começa a dormir.

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Depressão é irritação

O deprimido é irritadiço. Neurastênico, mesmo. Não


tem domínio sobre as próprias emoções. Não tem
paciência. Perde a cabeça com facilidade. Explode à
toa! Não sabe a origem da própria irritação e nem
precisa. Está sempre irritado... e isso basta!

Depressão é fadiga crônica

O melhor lugar do mundo, o mais aconchegante, o


mais macio, o mais confortável, o mais confiável é a
cama. O deprimido tem a cama presa às suas costas.
Ele e a cama são irmãos siameses. Quando consegue
dormir, não quer mais acordar. O sono aparece como
o último refúgio. E a insônia gera irritação.

A depressão esparrama a concentração e fragiliza a


vontade. O deprimido não consegue se concentrar nas
atividades mais simples da vida cotidiana. Também
não sente vontade de fazer nada. Sua concentração é
dispersa e sua vontade é frouxa, difusa, nula. Ele
começa inúmeros projetos, contudo, não persevera em
nenhum. Tem muita dificuldade em levar um projeto
até o fim. Sua sexualidade torna-se descontrolada.
Geralmente, não tem vontade de manter relações
sexuais, o interesse pelo sexo praticamente desaparece.
Quando a vontade ressurge, entretanto, é exagerada,
sem limites... O deprimido, às vezes, pode oscilar entre
dois extremos: da pureza à libertinagem.

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Depressão culmina no namoro com a morte

A depressão culmina no namoro com a morte, a qual


aparece, na maioria das vezes, como a única saída. O
deprimido sabe que alguma coisa está morrendo em si
mesmo. Não sabe o que é e, por isso, acredita que a
morte pode acabar com tudo o que está errado de uma
só vez. Finalmente, o risco de suicídio não deve ser
subestimado. Em torno de 25% dos deprimidos, que
não são devidamente tratados, tentam pôr termo à
vida, e cerca de metade consegue levar a cabo os seus
intentos.

Os deprimidos que se suicidam têm baixos níveis de


serotonina no cérebro, e a carência desse
neurotransmissor pode favorecer comportamentos
depressivos e agressivos, potencializando o risco de
suicídio. Com tratamento correto, 70% a 90% dos
pacientes deprimidos se recuperam.

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Depoimento do Sujeito B (mulher, 28 anos)

“Há pouco mais de um ano, comecei a


conviver com uma assustadora melancolia. O
primeiro sintoma foi o isolamento. Quem me
conhecia desconfiava da minha ausência em
festas e reuniões de amigos. Ficar em casa
ouvindo músicas tristes era o que me
satisfazia. Sentia tanta dor, inclusive física,
pela somatização de angústias, que, no início,
mesmo com a ajuda de um terapeuta, uma
psiquiatra e vários medicamentos, não
conseguia me ver longe daquele abatimento.

Acreditava que minha vida era como um


teatro, no qual eu inventava meus
personagens e apresentava uma péssima
atuação. Passei por tantos estágios de aflição
que cheguei a ponto de tentar suicídio e ser
internada em uma clínica psiquiátrica. Minha
família sofreu junto comigo.”

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Depressão é transtorno alimentar

Há alterações do apetite (mais comumente, a perda do


apetite, podendo também ocorrer o seu aumento).
Muitas vezes, a pessoa precisa esforçar-se para comer,
ou ser ajudada por terceiros a se alimentar. Algumas
formas específicas de depressão são acompanhadas do
aumento de apetite (hiperfagia), o qual se mostra
caracteristicamente aguçado por açúcar e doces.

Depressão é ansiedade

A depressão é entremeada por estados de ansiedade, os


quais não têm hora para aparecer. Esta é um inimigo
oculto e comum a todo deprimido. A ansiedade, às
vezes, produz exaltação, irritação, fome, paralisação.
Todo estado de ansiedade generalizada esconde uma
depressão, escamoteia um luto. As crises de ansiedade
geradas pela Síndrome do Pânico obnubilam
geralmente um quadro depressivo grave.

Metaforicamente, a depressão é um túnel do qual


parece impossível sair; um abismo cinzento, que
engole a vontade de viver; o vazio, a angústia, que
aperta a garganta; uma solidão sem fim. Um poço sem
fundo que teima em atrair o deprimido para o seu
interior desconhecido.

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Depressão é culpa

Culpabilidade – consiste em ideias de falta, de


mancha, de pecado. Tais ideias se manifestam por
meio de um sentimento de indignidade perante Deus e
a vida. No campo religioso, predomina o sentimento
de ter ofendido a santidade de Deus, de impureza
moral e espiritual, de ter infringido as leis do Criador.

Este pesquisador acompanhou alguns religiosos com


essa disfunção, os quais acreditavam que haviam
cometido um pecado mortal, ou seja, um pecado que
não tem perdão. Nesse caso, essa convicção de pecado
e a sensação de punição iminente da parte de Deus são
causadas pela depressão e não por um ato moral.

Depressão é frustração

Ideias de frustração – geralmente apresentam


sentimentos de ruína, de desgraça real ou imaginária.
O deprimido pressente que o infortúnio, a doença, a
ruína o espreitam. No campo religioso, prevalece o
sentimento de desamparo divino. Deus o abandonou.
Encontra-se à mercê da sua própria sorte, e esta
certamente não lhe sorri.

Quando a depressão é acompanhada de crises de


pânico, o deprimido tem a sensação de morte
iminente. Pressente que vai morrer a qualquer hora,
em qualquer lugar. Tal sensação se acentua, quando o
deprimido experimenta qualquer vislumbre de
felicidade; nesse caso, os pensamentos e ideias
delirantes de morte surgem, para acabar com qualquer
possibilidade de alegria de viver.

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Depressão é hipocondria
Ideias hipocondríacas – o deprimido, às vezes, sente-
se doente, vive a expectativa de adquirir uma doença
quase sempre incurável. Busca constantemente o
médico. Solicita diversos exames. Seus intestinos estão
afetados, sua respiração é problemática, seu coração
pode sofrer um colapso. O deprimido pressente a
morte. A morte o espreita e trama contra ele, com uma
enfermidade que, a qualquer momento, o acometerá.
Se surge uma doença nova, esta já está crescendo em
suas entranhas. Se um amigo morre de alguma
enfermidade, esta certamente também o levará desta
para a outra vida.

Este pesquisador ouviu de um hipocondríaco a


seguinte narrativa: “Doutor, sofro de muitas doenças.
Asma, bronquite, rouquidão. Problemas de fígado.
Problemas nos rins. Problemas do coração. Basta surgir
uma doença nova e eu pego.” [sic].

Depressão é sentimento de possessão


Ideias de influência e possessão – o deprimido se
sentem vazio e possuído por alguma força ou
influência maligna. Às vezes, acredita estar possuído
pelo demônio. Em algumas versões do cristianismo, a
depressão é o resultado da possessão demoníaca e deve
ser tratada com o exorcismo. Se o sujeito não está
possesso, encontra-se pelo menos oprimido, o que dá
no mesmo.

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Depressão é negacionismo

Ideias de negação - As ideias culminam quase sempre


com o tema da negação. Negação do mundo, negação
do corpo, negação da vida e da morte. Negação da
realidade.

O deprimido mergulha em uma espécie de caverna


emocional. Lá, vivencia toda a sua dor e sofrimento. É
um lugar de refúgio contra o mundo e seus males,
contra a realidade e seus ataques (1 REIS 19: 1-9).

Depressão é sentimento de inutilidade

Pode-se afirmar que, para alguns deprimidos,


descrever a sensação de inutilidade, tristeza, angústia é
quase inútil, porque tal vivência no interior da alma do
deprimido significa que qualquer coisa se rompe
subitamente e faz cair a vida em pedaços, sem deixar
qualquer saída. E, ao mesmo tempo, o sofrimento é tão
grande que o isola quase completamente do mundo
exterior, a ponto de parecer que os outros não
conseguem compreender o tormento interior que
dilacera a sua existência. A depressão, nesses casos,
produz aquele sentimento de estranhamento diante do
mundo e do outro, que todo deprimido conhece muito
bem. Episódios depressivos e quadros de depressão
podem acontecer em todas as fases do
desenvolvimento humano.

Quando uma pessoa apresenta conjuntamente e, ao


mesmo tempo, seis ou mais desses sintomas acima,
certamente estará deprimida.

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DEPRESSÃO NA PSIQUITARIA

A depressão é uma enfermidade classificada


pelo CID-10 (CID-10, 1993) na categoria dos
transtornos do humor, e deve ser considerada
uma doença.

O tempo de duração do surto, sua intensidade


e persistência variam de acordo com o tipo de
depressão classificada. É uma enfermidade
marcada por crises episódicas, ou seja, tende a
se repetir, produzindo, por isso, frequentes
recaídas e recidivas. Consiste, no século XXI,
em uma das doenças mais comuns da era
moderna, embora seja conhecida desde a
antiguidade.

A transição entre a concepção mágico-


religiosa da doença para uma compreensão
da enfermidade como fenômeno natural foi
longa e ocorreu no Mediterrâneo,
especialmente no Egito e na Grécia.

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O QUE É DEPRESSÃO

Depressão (do latim depressione) é uma palavra


frequentemente utilizada para descrever uma gama
imensa de sentimentos negativos e sombrios. Em
primeiro lugar, depressão não é um estado de tristeza
profunda, nem desânimo, preguiça, estresse ou mau
humor. A depressão é diferente da tristeza, pois a
tristeza geralmente tem uma causa conhecida e
duração determinada no tempo e no espaço. Já a
depressão envolve uma gama de sentimentos difusos
de longa duração, no tempo e no espaço, geralmente
relacionados à angústia.

A depressão, enquanto evento psiquiátrico e


psicológico, é algo bastante diferente da tristeza. O
grande problema na diferenciação da tristeza em
relação à depressão consiste na prevalência da tristeza
como sintoma da depressão. Metaforicamente, a
depressão é um túnel do qual parece impossível sair;
um abismo cinzento que engole a vontade de viver; o
vazio, a angústia que aperta a garganta; uma solidão
sem fim. Um poço sem fundo que teima em atrair o
deprimido para o seu interior desconhecido.

A depressão tem muitos nomes, todos terríveis. Eu


prefiro denominá-la eclipse da alma. Nunca despreze
as pessoas deprimidas. A depressão é o último estágio
da dor humana.

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Depressão, a evolução do conceito

A psiquiatria, tal como a conhecemos hoje, começou


com a Stultifera Nave, em fins da Idade Média. O
Renascimento considerava a melancolia uma espécie
de loucura parcial, em oposição aos transtornos gerais
da inteligência, o que não implicava, forçosamente, a
ocorrência da tristeza. Esquirol distinguia, no grupo de
loucuras parciais ou monomanias, uma monomania
propriamente dita, com um elemento de tristeza. Esta
era denominada lipemania.

O significado do termo melancolia, na Antiguidade


Clássica, difere muito do que se utilizou no campo
psiquiátrico, desde o século XX. Naquela época,
melancolia significava o rompimento da harmonia
entre os humores do organismo, tendo como
predomínio a bile negra (Melanio Chole). O termo
histórico não se referia aos sintomas afetivos, como
ocorre atualmente.

Na atualidade, o descobrimento de medicamentos


antidepressivos colocou a medicação em primeiro
plano, no tratamento da depressão. Outro passo
significativo para o tratamento da depressão, após o
aparecimento, por volta dos anos 1950, dos primeiros
fármacos antidepressivos, deve-se a um Prêmio Nobel,
o americano Julius Axelrod, o qual, em 1960, descobriu
as substâncias que permitem a transmissão dos
impulsos nervosos (neurotransmissores).

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Graças a essa descoberta, deu-se um passo à frente no


conhecimento da noradrenalina e da serotonina, e
foram desenvolvidos outros fármacos (tricíclicos e
inibidores das monoaminoxidases), até se chegar aos
modernos, inibidores seletivos da recaptação da
serotonina (SSR)I, aos inibidores seletivos da
recaptação da noradrenalina (NSRIs) etc.

Depressão como desordem cerebral

A psiquiatria moderna compreende a depressão como


uma desordem cerebral que afeta e compromete o
funcionamento normal do organismo, com reflexos ou
consequências na vida pessoal, em seus aspectos
emocionais ou psicológicos, familiares e sociais. A
doença depressiva deve, portanto, ser examinada sob o
ponto de vista biológico, genético, cognitivo, social,
econômico, espiritual e da história pessoal.

A depressão corresponde a um estado de doença no


qual o cérebro e a mente têm seu funcionamento
normal alterado, de sorte que a personalidade do
paciente sofre as consequências. Dizendo de outra
forma, a depressão tem sua base biológica nas
alterações bioquímicas e depende de condições
psicológicas do meio ambiente, para ser desencadeada.

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AS VÁRIAS FACES DA
DEPRESSÃO
A depressão é uma medusa de muitas faces. Se não, vejamos.

Uma classificação mais completa é aquela oferecida


por Henry Ey (1965, p. 184-226 (apud ALVARENGA;
ANDRADE, 2008, p. 141-190), em que as depressões são
identificadas a partir do curso da melancolia aguda
simples e dos estados de mania, nos seguintes quadros:
Transtorno Bipolar, Depressão Melancólica Simples,
Depressão Maior, Melancolia Estuporosa, Melancolia
Ansiosa, Distimia, Melancolia Delirante. A classificação
dos transtornos depressivos segue abaixo descrita:

Transtorno bipolar

Basicamente, existem as depressões monopolares (este


não é um termo usado oficialmente) e a depressão
bipolar (termo oficial). O transtorno afetivo bipolar se
caracteriza pela alternância de fases depressivas com
fases maníacas, de exaltação, alegria ou irritação do
humor. A depressão monopolar só possui uma fase, a
melancolia. Aparece como uma forma depressiva da
doença bipolar, anteriormente chamada de psicose-
maníaco-depressiva. Os pacientes depressivos
bipolares são aqueles que alternam episódios de mania
ou agitação com estados de melancolia, geralmente na
mesma intensidade.

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13 PASSOS PARA ENFRENTAR A DEPRESSÃO Antonio Maspoli

Assim, o transtorno bipolar, antiga psicose maníaco


depressiva (PMD) alterna episódios de melancolia com
estados alterados de mania. No entanto, pode ocorrer
transtorno bipolar apenas com o estado de mania,
segundo o DSM-IV. Durante a fase de depressão ou
melancolia, o sujeito apresenta todos os sintomas e
sentimentos da depressão. Ao longo da fase de mania,
os sentimentos se apresentam alterados, com
prevalência de agitação, irritação, raiva, ódio,
hostilidade e, às vezes, até agressividade. Vejamos as
principais características da mania, no transtorno
bipolar:

Onipotência simbólica
Nesse estado, o sujeito pode tudo. Sente-se igual a
Deus. Torna-se uma personalidade forte, enérgica,
cheia de força e vitalidade. Apresenta um otimismo
exagerado. E uma força descomunal.

Os processos cognitivos estão alterados. O sujeito


pensa o tempo todo e raciocina com rapidez. Ao
mesmo tempo, é tomado pela fuga de ideias.

O paciente fala com rapidez e loquacidade. O desejo


sexual fica alterado. Os comportamentos compulsivos
são frequentes: jogar, sem avaliar os riscos; comprar e
gastar, sem avaliar as consequências: comer
exageradamente; autoestima exagerada; insônia sem o
sentimento da necessidade física de dormir; distração e
perda da atenção; fixação em atividades compulsivas, o
trabalho, por exemplo; atividade sexual em excesso.

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13 PASSOS PARA ENFRENTAR A DEPRESSÃO Antonio Maspoli

Depressão Melancólica
Caracteriza-se pelo surgimento de crises de tristeza e
escassez de dor moral profunda. Geralmente, as crises
ocorrem em intervalos de seis a sete meses. Na
Antiguidade, esse quadro era denominado melancolia
com consciência. O “buraco negro” da depressão pode
manifestar-se sob diversas formas, pois não existe uma
depressão, porém, depressões. Compete ao psiquiatra
identificar os vários tipos e prescrever o tratamento
adequado. O sujeito se mostra apático, neurastênico,
fatigado. Apresenta ainda impotência diante da vida,
improdutividade intelectual. O indivíduo sente-se
enfermo e tem necessidade de conforto.

Depressão Maior

Essa modalidade é marcada por humor deprimido,


quando o indivíduo comunica, por meio da fala, da
mímica e do comportamento, uma vivência de dor e
abatimento (manifesta um aumento da irritabilidade,
acessos de cólera, frustração, tristeza etc.). Essa
vivência é diferente da tristeza normal, a que cada um
pode estar sujeito, nas situações desfavoráveis da vida,
tanto em intensidade e duração como pela sua
natureza; além disso, contrariamente ao que sucede na
tristeza normal, o indivíduo atingido por essa forma de
depressão se conserva insensível ao encorajamento, à
amizade e ao amor.

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Outros sintomas associados a esses são: diminuição ou
desaparecimento do interesse e do prazer em todas, ou
quase todas, as atividades habituais, com a presença do
companheiro ou dos filhos – o desporto, a música, os
hobbies. Acontece o abrandamento da atividade
psíquica e motora, a qual leva o deprimido a falar
pouco e a mover-se pouco, lentamente e com
dificuldade; falta de energia; sentimento de
inadaptação, inutilidade, desespero, sentimento de
culpa; falta de apetite e perda de peso; perturbações do
sono (sofre de insônia quase total ou de despertar
matinal precoce); pensamentos de morte e, por vezes,
ideias ou tentativas de suicídio.

Os períodos de depressão têm início e fim, mais ou


menos identificáveis, e, entre um período e outro, o
indivíduo deprimido se sente bem. Cada episódio pode
manifestar-se espontaneamente ou após determinados
momentos de estresse.

Melancolia Estuporosa ou Catatônica

Esse tipo alcança seu ápice na total inibição psicomotora. O


deprimido fica absolutamente imóvel, na chamada
imobilidade cérea: não fala, não come, não produz nenhum
gesto, nenhum movimento. Sua face permanece fixa, em uma
expressão de dor e desespero. Essa mímica de tristeza facilita o
diagnóstico diferencial dos outros quadros depressivos

Na esquizofrenia catatônica o paciente pode permanecer


sentado, imóvel, com as mãos sobre os joelhos, dorso e cabeça
curvados, na posição fetal ou como múmia.

Na catatonia, o paciente mostra uma expressão facial vazia,


mas com rápida circulação e batimentos cardíacos, sugestivo
de medo, enquanto o olhar pode mover-se rapidamente, como
de maneira persecutória.

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Melancolia Ansiosa

Essa modalidade se caracteriza pelo predomínio da


agitação ansiosa, pela intensidade do medo, o qual é
vivenciado, às vezes, como Síndrome de Pânico. O
sujeito, nesse estado, tem necessidade de mudar de
lugar, mexe as mãos, lamenta-se, soluça, geme, suplica.
Geralmente, a ideia de que vai morrer ou de algo
terrível está para acontecer acompanha esses
sentimentos. Essa forma de depressão tem
frequentemente origem em traumas e disfunções, no
seio da família.

A depressão ansiosa é muito sensível aos fármacos e à


psicoterapia. A ansiedade pode ser uma das
manifestações da melancolia.

Distimia

O termo “distimia” indica uma espécie de depressão


ligeira, crônica, a qual perdura por um período mais
longo. Embora qualquer um possa sentir-se
desmoralizado, desmotivado, triste ou inadaptado,
quem sofre de distimia tem sintomas depressivos
quase diariamente e durante grande parte do dia, por
um período mínimo de dois anos.

Esses indivíduos podem ainda demonstrar baixa


autoestima; comer e dormir mais ou menos do que o
habitual; sentir-se fatigados; ter dificuldade em se
concentrar ou tomar decisões e experimentar uma
sensação de desespero. Tais sintomas, porém, são
menos graves do que os da depressão maior.

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Melancolia delirante

Esse quadro depressivo apresenta as seguintes


características: a) uma tonalidade afetiva penosa e
sofrida; b) ideias monótonas – o sujeito repete sempre
as mesmas ideias, de forma repetitiva; c) as ideias
delirantes são fracas e geralmente são mais ricas em
emoções do que em intelecção; d) as ideias exibem
conteúdos passivos – o sujeito aceita sua tragédia
pessoal como uma sina, um destino, uma
predestinação; e) os delírios evidenciam referência ao
passado (recriminações, remorsos etc.) ou ao futuro
(temor, ansiedade etc.).

Os temas das ideias delirantes mais frequentes são:


mania de perseguição, ideias da morte de alguém ou
do próprio sujeito, destruição e autodestruição etc.

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13 PASSOS PARA ENFRENTAR A DEPRESSÃO Antonio Maspoli

Outros tipos de depressão


Ciclotimia

A ciclotimia pressupõe uma clivagem no estado de


humor. Nenhum de nós possui um humor totalmente
retilíneo ou estável.
Todos apresentam flutuações, as quais dependerão de
inúmeras variáveis, como as condições do meio
exterior, clima, estresse, excesso de informações,
problemas circunstanciais, oscilações hormonais,
condições de sono, perdas, ganhos, idade etc.

Uma pessoa portadora de um quadro de ciclotimia


apresentará instabilidade persistente de humor, que
pode variar do estado de exaltação do humor ou
euforia ao estado de depressão e mau humor. São
sintomas típicos da ciclotimia: aceleração mental,
euforia, irritabilidade, tagarelice, sentimentos de
onipotência e grandiosidade, insônia e diminuição do
senso crítico, alternados com sintomas do espectro
depressivo. Um diagnóstico de ciclotimia, por sua vez,
deve basear-se nos seguintes critérios:

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13 PASSOS PARA ENFRENTAR A DEPRESSÃO Antonio Maspoli

a) humor deprimido, referido pelo próprio indivíduo


ou observado por outros, quase todos os dias e durante
grande parte do dia, ao longo de dois anos.

b) pelo menos dois dos seguintes sintomas, durante os


momentos de depressão: falta ou excesso de apetite;
mais ou menos sono em relação ao habitual; perda de
energia ou fadiga; diminuição da autoestima;
dificuldade em se concentrar ou tomar decisões;
sensação de desespero; nenhum episódio maníaco ou
hipomaníaco; ausência de outras perturbações mentais
(por exemplo, esquizofrenia);
os sintomas não são imputáveis ao uso de substâncias
químicas (drogas ou fármacos) ou a doença (por
exemplo, hipotireoidismo); profundo sofrimento ou
comprometimento das atividades quotidianas.

Depressão traumática ou reativa

Essa espécie de depressão é marcada pela existência de


uma razão concreta, geralmente a perda de um ente
querido, a perda do emprego, a perda de um amor, as
perdas naturais das crises de desenvolvimento da vida
adulta etc. A melancolia, nesse caso, expressa o luto do
sujeito pela dor que está sentindo. A dor e o luto são
reações naturais, as quais podem desaparecer, ao longo
do processo de elaboração da perda.

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Sua duração é diretamente proporcional ao sentido e
ao valor do objeto perdido, para o sujeito. Registra-se,
todavia, que um luto natural não deve passar de um
ano.

Quando isso ocorre, a depressão reativa neurótica já


afetou aquelas estruturas neurais responsáveis pela
produção e captação de serotonina e endorfina e
torna-se necessário, pois, buscar ajuda. Esse é o único
caso em que a depressão pode ser tratada apenas pela
psicoterapia. Recomenda-se, todavia, para apressar a
recuperação do paciente, o atendimento
multidisciplinar.

A depressão também pode se dar por fatores


climáticos. Nos países nórdicos, no inverno, registram-
se mais casos de depressão e suicídio do que no verão.
Tal ocorrência é chamada de transtorno de humor
sazonal.

O transtorno de humor sazonal é uma depressão que


se inicia no outono ou inverno e se caracteriza por
sintomas depressivos, como ter menos prazer, menos
interesse, ficar triste. Todavia, nela também se tem
muito sono, mais apetite e uma predileção por
carboidratos.

A falta de luminosidade pode afetar regiões do cérebro


responsáveis pelo relógio biológico. Banho de luz ajuda
a solucionar o problema. Em tais casos, pesquisas
precisam ser ainda efetivadas, a fim de se verificar se o
clima gera ou simplesmente potencializa a depressão.

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POSSÍVEIS CAUSAS DA
DEPRESSÃO
Depressão é genética? Ou adquirida?

As duas coisas. A depressão tanto pode ser genética


quanto adquirida.

A depressão pode ter um componente hereditário. A


depressão seria então decorrente de fatores ambientais
sobre indivíduos geneticamente predispostos. “Estima-
se que a carga genética contribua com
aproximadamente 40% do impacto da predisposição
individual à depressão (a concordância entre gêmeos
monozigóticos é de 40 a 50 %, e a transmissibilidade
genética é estimada em 33% a 42%).” (ALVARENGA;
ANDRADE, 2008, p. 151).

A depressão de grande mal, o transtorno bipolar, tem


raízes profundas na genética do sujeito. Os aspectos
biopsicossociais envolvidos são fatores precipitadores
da doença. Quando um dos avós ou progenitores do
sujeito sofre de depressão, o risco da incidência da
doença varia entre 25 e 50%. A existência de
deprimidos na família é um fator importante, inclusive
no diagnóstico da depressão.

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De fato, verificou-se que essa doença tende a
se apresentar mais frequentemente no seio
dos elementos de uma mesma família. Essa
teoria foi confirmada por vários estudos
realizados em filhos de pais que sofriam de
perturbações de humor, criados por pessoas
não afetadas por esses problemas; observou-se
que tais indivíduos revelavam perturbações de
humor que nunca tinham se manifestado nos
pais adotivos.

Pode-se afirmar que, para todos eles, a


sensação descrever a inutilidade, tristeza,
angústia é quase nula, porque tal vivência no
interior da alma do deprimido significa que
qualquer coisa se rompe subitamente e faz
cair a vida em pedaços, sem deixar qualquer
saída. E, ao mesmo tempo, o sofrimento é tão
grande que o isola completamente do mundo
exterior, a ponto de parecer que os outros não
conseguem compreender o tormento interior
que dilacera a sua existência.

A depressão, nesses casos, produz aquele


sentimento de estranhamento diante do
mundo e do outro, o qual todo deprimido
conhece muito bem. Episódios depressivos e
quadros de depressão podem acontecer em
todas as fases do desenvolvimento humano.

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13 PASSOS PARA ENFRENTAR A DEPRESSÃO Antonio Maspoli

Existe uma causa para a depressão?

Depressão é um transtorno multicausal. A causa exata


da depressão permanece desconhecida. A explicação
mais plausível aponta para um desequilíbrio
bioquímico nas sinapses dos neurônios responsáveis
pelo controle do estado de humor. Na depressão, bem
como em todas as psicoses, em geral, o sujeito sofre de
alterações nas estruturas dos neurônios, mormente no
funcionamento das sinapses. Tal afirmação baseia-se
na comprovada eficácia dos antidepressivos. O fato de
ser um desequilíbrio bioquímico não exclui
tratamentos farmacológicos e psicológicos.

A medicação apropriada restaura o equilíbrio


bioquímico e a psicoterapia faz recuperar o equilíbrio
psicológico, podendo levar a pessoa a obter uma
compensação bioquímica (KAPLAN; SADOCK;
GREBB, 1997, p. 80-85).

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A depressão manifesta-se, quando determinados
sistemas de transmissão entre as células do cérebro, ou
seja, as sinapses e os mediadores químicos, se alteram.
Com efeito, para que o sistema nervoso funcione bem,
é necessário que a transmissão das mensagens elétricas
de um neurônio para outro ocorra por intermédio do
ponto de contato entre uma célula e outra, o qual se
designa por sinapse.

Quando uma mensagem elétrica enviada por um


neurônio chega à sinapse, provoca a liberação de
determinadas substâncias químicas, os
neurotransmissores, que funcionam como
mensageiros, depois de passarem ao neurônio
seguinte, onde provocam a saída de um novo sinal
elétrico. Consequentemente, quando a atividade de
alguns neurotransmissores se altera, pode haver
transmissões perturbadas. Especificamente no
aparecimento da depressão, são três os
neurotransmissores principalmente implicados: a
serotonina, a endorfina e a noradrenalina.

Esses neurotransmissores são responsáveis pela


sensação de bem-estar e podem estar envolvidos em
todas as funções que se mostram alteradas, durante a
depressão, as quais provocam os seus sintomas
característicos (DAMÁSIO, 2011).

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O estresse como gatilho da depressão

Parece existir correlação entre certos acontecimentos


estressantes, na vida das pessoas, e o início de um
episódio depressivo. Contudo, tais eventos não podem
ser responsabilizados pela manutenção da depressão.
Trabalhos recentes demonstram que mais do que a
influência genética, o ambiente familiar, durante a
infância, pode ser um dos fatores responsáveis pelos
surtos depressivos.

Os eventos estressantes, oriundos do meio,


provavelmente disparam a depressão reativa nas
pessoas predispostas, vulneráveis. Citamos, como
exemplo, o assédio moral no trabalho, o qual tem sido
um fator desencadeante da depressão. A relação entre
etiologia, sintomas, processos bioquímicos, resposta ao
tratamento e evolução dos transtornos de humor ou
afetivos ainda não é suficientemente bem
compreendida, para permitir sua classificação, de
forma a receber aprovação universal (BAHLS, 1999).
Até o momento, nenhum marcador biológico
definitivo para os distúrbios afetivos foi encontrado,
permanecendo a questão de sua classificação ainda
aberta e campo de acirradas discussões.

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Depressão altera o sistema imunológico

Existe uma forte evidência de que a depressão envolve


alterações em vários aspectos da imunidade, os quais
podem não só contribuir para o desenvolvimento ou
exacerbação de um número de distúrbios médicos,
como também para a patofisiologia da doença em si.
Nesse sentido, a gestão agressiva de transtornos
depressivos em populações clinicamente doentes ou
indivíduos em situação de risco para a doença podem
contribuir para a evolução da doença ou prevenir o
desenvolvimento da doença.

Por outro lado, à luz dos dados que sugiram que os


processos imunológicos poderão interagir com vias
patofisiológicas, de sorte a cooperar para a depressão,
novas abordagens para o tratamento da depressão
podem atingir os aspectos relevantes da resposta
imune. Tomados em conjunto, os dados fornecem
evidências convincentes de que um quadro
psicoimunológico de referência pode ter implicações
profundas sobre as consequências e tratamento da
depressão.

O funcionamento alterado do sistema imunológico


pode colaborar para a mortalidade de pacientes
depressivos, incluindo o risco de doença infecciosa e
distúrbios inflamatórios. Algumas pessoas com
depressão evidenciam reduções celulares e as respostas
imunológicas associadas com a susceptibilidade à
doença infecciosa. Conforme mencionado acima,
outros estudos relatam que a depressão está
relacionada com a ativação imunológica em pacientes
com certos distúrbios inflamatórios, tais como a artrite
reumatoide.

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13 PASSOS PARA ENFRENTAR A DEPRESSÃO Antonio Maspoli

A depressão também pode representar a perda da


energia vital reprimida, orientada contra o próprio
self, trazendo em si uma tendência para o suicídio,
tristeza, fuga das pressões da realidade, depressão –
incapacidade de viver e mesmo de morrer, bloqueio da
ira, da sexualidade e da agressividade, medo de
responsabilidades, fuga da realidade, fuga da vida, fuga
da morte.

Essa perda de energia se reflete no organismo como


um todo. Na depressão, a força muscular diminui, pois
os músculos não mais comportam tônus algum. O
peristaltismo intestinal fica reduzido; o rendimento
cardíaco permanece comprometido e a sexualidade
diminui; a respiração fica mais lenta e mais difícil. A
depressão afeta, sobretudo, a imunidade do sujeito.

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AGORA, VOCÊ TERÁ ACESSO AOS:

TREZE PASSOS PARA


O ENFRETAMENTO DA
DEPRESSÃO
A depressão, segundo Carl Gustav Jung, pode ser a
melhor condição do sujeito dentro das circunstâncias
e dos relacionamentos em ele vive (JUNG, 1980).

Andrew Solomon, na obra O demônio do meio-dia,


uma anatomia da depressão (2002), lista inúmeras
formas de tratamento existentes. O tratamento da
depressão, atualmente, recomenda a utilização de
algumas estratégias conjugadas: a) tratamento
psicofarmacológico; b) tratamento psicoterápico ou
psicológico; d) qualidade de vida; c) acolhimento do
grupo família e da comunidade d) atividade física.

A partir de mais de vinte anos de pesquisa e da


análise de uma vasta bibliografia, este autor resumiu
os trezes passos para um programa essencial no
enfretamento da depressão.

ANTÔNIO MASPOLI
PRIMEIRO PASSO

ACEITAR A DEPRESSÃO COMO UMA


CONDIÇÃO HUMANA NATURAL.

As pessoas adoecem, sofrem e se deprimem e, às


vezes, morrem, porque são pessoas humanas.

Todo ser humano é passível de sofrimento e de


enfermidades. No mais das vezes, a própria depressão
pode representar uma estratégia de adaptação às
mudanças naturais da vida adulta, como doenças,
desemprego, perdas, transformações bruscas da vida
cotidiana etc.

Para muitos deprimidos, a depressão é um último


lugar de refúgio – aquele castelo sombrio, frio e
tenebroso, porém, conhecido, que sobrou, onde o
indivíduo se sente, seguro diante das lutas e exigências
da vida cotidiana de uma sociedade cada vez mais sem
alma e sem coração.

SEGUNDO PASSO

MUDE SEU MODO DE PENSAR PARA


MUDAR O SEU MODO DE AGIR.

Se você já tentou de tudo e não superou a depressão,


mude radicalmente a sua forma de pensar sobre você
mesmo e sobre a vida. Mude como você se sente,
mudando o modo como você pensa.

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Existe uma ligação profunda entre sentimentos e
pensamentos e entre pensamentos e sentimentos. Os
sentimentos influenciam sua maneira de pensar, e os
pensamentos afetam seu modo de sentir. Por exemplo:
você se sente péssimo e fica pensando em coisas ruins.

Os seus sentimentos serão modulados por esses


pensamentos negativos e seu humor se tornará
negativo. Se você aprender a pensar de modo
diferente, seguramente se sentirá também de outro
modo. O próprio processo de pensar, o hábito de
pensar, as coisas nas quais pensamos alteram o humor
e são alterados pelo humor. O problema consiste em
que o mau humor traz como consequência mais
pensamentos negativos, que, por sua vez, agravam os
sentimentos, formando um círculo vicioso com os
pensamentos negativos, num processo contínuo de
retroalimentação (GREENBERGER; PADSDESKY,
2017).

Por isso, brinque com os pensamentos pessimistas da


depressão. Se puder, zombe especialmente daqueles
pensamentos que o deprimem. O deprimido
desenvolve a tendência de considerar seus
pensamentos poderosos e mágicos. Pensamentos são
apenas pensamentos: eles não têm tanto poder como o
deprimido imagina.

Existem métodos e técnicas apropriadas para mudar a


maneira de pensar, como a imaginação ativa, o diálogo
interno, o transe ericksoniano, a ressignificação etc.

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TERCEIRO PASSO

BUSQUE AJUDA PSIQUIÁTRICA

O terceiro passo no tratamento é consultar o médico


psiquiatra ou neurologista, que irá estabelecer as
causas e o tratamento da depressão.

O médico precisa reconhecer os sintomas e saber por


quanto tempo você tem se sentido deprimido. A visita
pode incluir um exame físico e testes laboratoriais.
Assim, os problemas físicos podem ser descartados, e o
médico poderá fazer um plano de tratamento efetivo.

Atendimento médico, medicação antidepressiva,


psicoterapia, apoio da família e amigos são meios
eficazes no tratamento. Orientação, entendimento e
cuidados nas dosagens das medicações são os passos
fundamentais. Seu médico e/ou psicólogo poderá fazer
algumas perguntas, tais como: alguém em sua família
sofre de depressão? Você está tomando algum
medicamento? Você sofreu alguma alteração ou perda
importante em sua vida? Você tem tido alterações no
sono ou no apetite? Você tem pensado em morte ou
suicídio? Você tem dificuldade de se concentrar no
trabalho? Você tem sentido mudanças no desejo
sexual?

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A depressão é uma doença a não subestimar, mas que
se pode tratar, com ótimos resultados, recorrendo-se
aos meios mais seguros e eficazes. O diagnóstico de
depressão é, de fato, um primeiro passo, quando deve
buscar a identificação exata do tipo de depressão e a
reconstrução da história do doente, a fim de que o
problema seja devidamente enquadrado. Só quando o
médico está na posse desses dados pode prescrever o
tratamento.

Os fármacos antidepressivos atuam sobre os sistemas


do cérebro que regulam a transmissão nervosa e,
concretamente, sobre os neurotransmissores
serotonina e noradrenalina, os quais estão diretamente
envolvidos na origem da depressão. O princípio que
está na base do seu funcionamento é o de aumentar o
nível desses mediadores químicos, potencializando os
seus efeitos em nível cerebral e reequilibrando, no
tempo, os mecanismos neuronais alterados pela
doença.

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QUARTO PASSO

PROCURE A AJUDA DE UM
PSICOTERAPEUTA

A depressão muda a forma de autopercepção e de


percepção do mundo. Um psicoterapeuta pode ajudá-
lo a resgatar a autoestima e o que há de colorido na
existência humana.

A depressão produz alterações neurológicas,


bioquímicas e psicológicas. Na crise de depressão, o
paciente deve ser encaminhado para a psiquiatria
(KAPLAN; SADOCK; GREBB, 1997, p. 320-324).
Após a necessária e devida medicação, deve ser
conduzido também para o tratamento psicológico. Este
é recomendado especialmente quando o remédio
começa a produzir seus efeitos e o paciente começa a
melhorar. Fierz afirma: “Ademais, o problema
psicológico ligado à depressão não é solucionado com
drogas, sendo, com frequência simplesmente
reprimida, o que naturalmente, não pode ser bom para
o prognóstico de longo prazo.” (FIERZ, 1997, p. 374).

O terapeuta precisa transmitir calma e tranquilidade


ao seu paciente que sofre de depressão, encarando ele
próprio a depressão como um fenômeno tipicamente
humano. Só as pessoas inteligentes e sensíveis sofrem
dessa enfermidade. O paciente necessita restabelecer e
seguir a rotina em seu dia a dia.

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A depressão desorganiza o sentido e a percepção do
tempo. A rotina é importante para lhe devolver esse
sentido. Deve ser fixado um programa cotidiano,
durante o tratamento, se possível em série com a
terapia ocupacional. Em sua depressão desestruturada,
o paciente “caiu fora” do tempo, por assim dizer, e é
por isso que as horas que dividem o dia precisam se
tornar novamente visíveis.

Em uma atitude absolutamente compreensiva, o


paciente deve compreender cada sintoma que se
apresenta, à luz da sua depressão. A compreensão dos
sintomas como próprios do quadro depressivo auxilia
o paciente e pode minorar o seu sofrimento psíquico.

O paciente precisa ser repetidamente examinado, e os


sintomas observados devem ser descritos e explicados
para ele, várias vezes. Por exemplo, se o paciente
descobrir que o terapeuta sabe como os deprimidos
podem se sentir fisicamente fracos, ele sentirá que é
compreendido. Em geral, através de exames e
explicações, é imperioso tentar fazer com que o
paciente perceba os aspectos comuns e típicos do seu
estado, visto que ele se sente ameaçado por algo
estranho e incompreensível.

Existem formas de comunicação não violenta para se


tratar do deprimido, como, por exemplo, o
historytelling.

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QUINTO PASSO
ADERIR AO TRATAMENTO

Aqui é onde mais da metade dos pacientes


deprimidos fracassam. É necessário paciência com o
tratamento.
Feito o diagnóstico de depressão, é importante fazer
compreender ao doente que os medicamentos não têm
um efeito imediato, mas que é preciso esperar pelo
menos duas ou três semanas até se obterem os
primeiros benefícios. É necessário, sobretudo,
encorajá-lo a buscar tratamento adequado e motivá-lo
a não abandonar o tratamento, devido ao desconforto
eventualmente provocado.

Colaborar com o médico para o êxito da terapêutica


pode ser útil. De fato, frequentemente, o doente não
tem sequer a capacidade de concentração necessária
para seguir as suas indicações. É preciso ter paciência
com o doente e compreender que o seu
comportamento não é voluntário. É conveniente
estimulá-lo a não permanecer inativo, a cultivar
interesses, mesmo que não se mostre entusiasmado.

Aplique a fórmula de redução de danos. Se você ainda


considera o tratamento um mal, considere-o um mal
necessário. Abrace o tratamento como uma tábua de
salvação, mesmo

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SEXTO PASSO
PRATIQUE E ACEITE O ACOLHIMENTO
FAMILIAR E COMUNITÁRIO.

Acolher a dor do deprimido parece mais eficaz que


negá-la ou cobrá-lo pela depressão.
É natural que muitos familiares se desesperem em face
da depressão de um membro da família. Nesse sentido,
tentam ajudar como sabem e como podem.
Geralmente, cobram uma atitude do deprimido.
Cobram força, cobram ânimo, cobram fé, exigem
atitude, esperam ação, essas coisas.

Precisa ficar claro, para os familiares, que falta ao


deprimido aqueles mediadores químicos que geram a
atitude, a coragem, a ação, a esperança, a motivação,
como oxitocina, serotonina, endorfina, adrenalina etc...

Convenhamos; para muitos deprimidos só lhes resta o


apoio, o acolhimento e o aconchego familiar, como
fonte de amparo e de afeto.

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SÉTIMO PASSO

“NÃO EXISTE ALMOÇO GRÁTIS”.


PRATIQUE ATIVIDADES FÍSICAS.

Comece da condição em que se encontra e como se


encontra. “Não existe almoço grátis.”

Comece por onde for possível. Se só consegue


caminhar cem metros, inicie pelos cem metros.
A prática da atividade física deve ser prioritária, na
rotina do deprimido. O exercício físico libera
endorfina, o qual, por sua vez, tem importância no
aumento da biodisponibilidade da serotonina

Aqui, entretanto, há uma dificuldade adicional: um


deprimido não tem vontade ou energia nem para as
pequenas coisas ou atividades; não é possível, portanto,
cobrar do paciente atividades físicas relevantes, no
início do tratamento. É necessário esperar por uma
melhora e, então, é possível começar a incentivá-lo.

O sol é bastante benéfico, pois age no organismo,


estimulando a liberação de hormônios, como aqueles
produzidos pela suprarrenal, essenciais para o
equilíbrio dos mediadores químicos cerebrais. E até
substâncias específicas, como a melatonina,
importantes neuro-hormônios liberados ao anoitecer,
pela glândula pineal. A melatonina age como um
antidepressivo natural e é fundamental na
regularização do sono, além de possuir propriedades
imunológicas.

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OITAVO PASSO

ENFRENTE A SOLIDÃO DA
DEPRESSÃO.

Em termos psicológicos, uma melhor conceituação de


solidão deve considerar pelo menos os seguintes
aspectos: falta de significado e objetivo de vida;
reação emocional; sentimento indesejado e
desagradável; sentimento de isolamento e separação;
deficiência nos relacionamentos. (TAMAYO, 1984).

O que caracteriza a solidão é o seu aspecto puramente


psicológico. É o sentimento de estar só, acompanhado
da constatação da separação emocional do outro. É a
falta de interação e de comunicação emocional entre
um indivíduo e outro ser humano. O outro pode,
inclusive, estar próximo geograficamente; no entanto,
a solidão impede qualquer aproximação psicológica,
afetiva, conforme se dá com o solitário, em meio à
multidão: todos estão presentes e, ao mesmo tempo,
tão distantes; próximos e, todavia, separados. “A
solidão não é a mesma coisa que estar só. A solidão é
sentir-se só”.

Assim, a solidão pode produzir um sentimento de


alheamento do indivíduo em relação aos demais seres
humanos, levando-o a um questionamento sobre as
origens e o sentimento da existência.
"De onde vim? Para onde vou..."
São perguntas que podem surgir nessas circunstâncias.
Geralmente, o sentimento psicológico de isolamento é
que distingue a solidão.

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Ora, a solidão, às vezes, pode ser acompanhada do
sentimento de angústia, produzindo um sofrimento a
mais naquele que está privado de relacionamentos
íntimos mais duradouros. A solidão da depressão
provoca deficiência nos relacionamentos. Essa é uma
das características de grande parte dos solitários, a qual
culmina por produzir uma espécie de feedback em
todo o processo de solidão, de sorte a realimentá-lo.

NONO PASSO
PARTICIPE DE ATIVIDADES
COMUNITÁRIAS CONSTRUTIVAS.

A solidão e o isolamento podem retroalimentar a


depressão; por isso, é necessário sair do isolamento
imposto pela depressão.

O deprimido deve se esforçar para participar de


atividades lúdicas acompanhado: estar com amigos;
brincar com os filhos; estar com as crianças da família;
travar novos conhecimentos; desenvolver uma
atividade política; desenvolver uma atividade de
voluntariado; jogar cartas; damas; xadrez; comer;
beber; participar de cerimônias; criticar; elogiar
alguém; dar a sua própria ajuda; dar um conselho;
discutir; conversar; falar; cantar em coro; recitar; dar
um presente; visitar um amigo enfermo; participar das
atividades comunitárias da igreja ou da sua religião etc.

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Além disso, é imperioso possibilitar atividades
comunitárias e construtivas, para o deprimido realizar
sozinho: andar a pé; dar um passeio; ir a um
espetáculo; ir a um parque; ir a um museu; assistir a
um acontecimento desportivo; praticar desporto;
correr; ir a uma conferência; fazer uma viagem; ir a
uma festa; ir a uma manifestação; comprar qualquer
coisa para si próprio; falar sozinho; cantarolar;
projetar; programar atividades espirituais, sociais e de
lazer; praticar determinados jogos, como videogames,
palavras cruzadas; ocupar-se de animais; fotografar;
filmar; refletir, pensar, meditar; contemplar; rezar;
estudar; tocar um instrumento; colecionar qualquer
coisa; tratar do próprio corpo; relaxar.

DÉCIMO PASSO

NÃO SE FIXE NA DEPRESSÃO


Dar atenção à depressão é como agasalhar uma
serpente congelada debaixo do casaco.

O calor do corpo vai aquecê-la e fortalecê-la, e ela irá


mordê-lo em primeiro lugar. Portanto, não a negue,
mas não a faça se sentar no trono de seu ser como
senhora de seus sentimentos. Você não é o único
deprimido no mundo. Somente no Brasil são mais de
10% da população. Sinta-se unido a todos os
deprimidos do mundo. Sinta-se pertencente a essa
comunidade: isso diminuirá a sensação de isolamento
própria do deprimido.

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Use a depressão. Não a deixe usar você. Você deve
saber, entretanto, que quem tem depressão de natureza
química ou neurológica deverá tomar medicação, com
o mesmo carinho e simplicidade prática com a qual
um diabético toma insulina. Muitas vezes, quando se
detecta quais são os elementos químicos que estão
faltando no cérebro, faz-se suplementação deles por
via médica. A depressão tende a desaparecer, à medida
que os neurotransmissores vão se reequilibrando com
a medicação apropriada. Temos visto pessoas que
sofriam de depressão crônica, por décadas, ficarem
completamente boas de seus desconfortos, apenas
fazendo reposição de elementos químicos que
faltavam no corpo.

DÉCIMO PRIMEIRO PASSO


SEJA AUTÊNTICO E ENFRENTE A SUA
A AUTOPIEDADE.

Seja você mesmo. Procure conhecer a si mesmo.


Respeite seus limites. Estabeleça limites para si mesmo.
Busque a natureza, o ar livre, a praia, a piscina, o sol, o
pé no chão, a grama, a terra, as fontes de água, as
atividades físicas, o toque, o amor, o sexo saudável, a
companhia de amigos, os papos diferentes e,
sobretudo, descanse no amor de Deus. Uma pessoa
deprimida quer se prender dentro do quarto, fechar a
janela e se enterrar na escuridão, noite e dia, mas há
vida lá fora esperando para acontecer!

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Não fique com pena de si mesmo. Depressão ama
autopiedade. Olhe para a depressão como uma
condição humana, e não como algo paralisante. A
depressão consome uma grande quantidade de
energia. Logo, ela concentra uma grande quantidade
de energia.

Tome os remédios próprios, sem culpa e sem


julgamento moral e espiritual acerca do estado para o
qual eles são receitados. Aprender a lidar com a
depressão é um exercício de sabedoria espiritual. Caso
não se sinta confortável com a medicação para
depressão, ore pela medicação, em seguida, tome os
remédios passados pelo médico.

T é uma senhora de 63 anos de idade.


Relata que ficou deprimida aos 40,
quando teve seu filho. Uma típica
depressão puerperal agravada pela morte
abrupta do pai. T nunca tratou de
depressão. Afirma que a depressão
arruinou a sua vida pessoal e profissional.
O casamento e a carreira acabaram com
a depressão. T vive na mais absoluta
solidão, imposta pela depressão. T passa
a fazer sessão de psicoterapia. Depois de
muita resistência, T aceita visitar um
psiquiatra. Seis meses depois, T está
outra mulher. Renasceu das cinzas,
segundo ela. Recuperou a alegria de
viver. Reaprendeu a sorrir. T lamenta ter
ficado tanto tempo sem tratamento. Ela
se mostra confiante e resolve
permanecer mais tempo no tratamento.

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DÉCIMO SEGUNDO PASSO

CRIE UMA ROTINA, GERE DISCIPLINA,


IMPONHA-SE A UMA ROTINA.

Existem métodos e técnicas adequadas de planejamento


estratégico para a vida e a retomada daquele que está
saindo da depressão.

A mente humana consome até 20% do oxigênio


produzido pelo corpo. Isso explica por que a mente é
absolutamente econômica. O estado desejado da mente
é a preguiça. A mente busca sempre a inércia e o
repouso absoluto, para economizar energia.

Criar uma agenda, porque seguir uma agenda,


submeter-se voluntariamente a uma agenda é uma
forma natural de colocar a mente e a vida em
movimento. “Quem fica parado é poste”.

Um dia tem 24 horas: se você


usar oito para dormir, ainda
sobram 16 horas. O tempo é
um milagre que não se repete.
Hoje, trata-se do valor mais
caro do mercado. O tempo é
mais caro. Mais caro até mesmo
do que o ouro e o dólar. Outras
commodities, quando perdidas,
podem ser recuperadas. O
tempo não. O minuto que
passou já não é mais.

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DÉCIMO TERCEIRO PASSO
EXERÇA A FUNÇÃO TRANSCENDENTE
DO SEU CÉREBRO.

A mente humana não suporta os limites de tempo e de


espaço impostos pela realidade da vida.

E, especialmente, o fato de que a vida tem prazo de


validade, isto é, o homem nasce, vive e morre, em um
espaço de tempo determinado. Por isso, a mente
desenvolveu a função transcendente, cujo objetivo
central é romper com os limites do tempo e do espaço
e criar uma sensação de transcendência e liberdade.

A função transcendente se confunde com a


espiritualidade.

A prece, a reza e a oração, bem como as artes, de um


modo geral, podem ser utilizadas de forma terapêutica,
como tratamento paliativo para a depressão.
Atividades espirituais e/ou artísticas regulares
produzem o aumento da endorfina e da serotonina no
cérebro e podem aliviar os sintomas da depressão.
(KOENIG, 2001).

Os mesmos efeitos benéficos da meditação sobre a


produção de serotonina podem ser encontrados na
prática da oração intensa. Pesquisas realizadas
demonstram que as orações aumentam os níveis de
serotonina no cérebro (DANUCALOV; SIMÕES, 2006,
309-310).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Jung postula que a doença mental é a melhor condição
da mente humana diante da realidade. A mente
adoece, a fim de preservar sua própria psique e
sobreviver. A depressão está ligada à repressão, em
seus aspetos regenerativos e enriquecedores. A energia
psíquica volta-se para o próprio indivíduo, em um
processo forçado de introversão. A energia introjetada
fica represada e precisa ser consumida no sofrimento,
na dor, na angústia.

A depressão é causada por fatores bioquímicos; sabe-


se que são os mediadores químicos do cérebro que
provocam a depressão. Nesse caso, ou o cérebro
consome mais do que produz desses mediadores, ou
ele não produz o suficiente para o consumo. Os
mediadores químicos, como a endorfina, a serotonina,
a ocitocina, dentre outros, são os responsáveis pela
sensação de bem-estar e prazer.

Quando esses mediadores químicos não são


produzidos adequadamente, por alguma razão (por
exemplo, por um estresse muito forte), a perda de um
ente querido ou mesmo a perda de um emprego de
que você gosta, o sujeito pode desenvolver uma
depressão profunda. Por outro lado, às vezes, a
depressão tem causas genéticas; em outras, trata-se de
uma depressão reativa como resposta ao estresse. Por
conseguinte, podemos concluir, com base na
neurociência, que a depressão é uma doença.

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13 PASSOS PARA ENFRENTAR A DEPRESSÃO Antonio Maspoli

A boa notícia é que a depressão tem tratamento,


controle e até mesmo cura. Além disso, o deprimido
precisa de um bom neurologista ou de um bom
psiquiatra. Atualmente, existe ainda, no mercado,
medicações eficazes contra depressão, alguns dos quais
não são mais tarja preta, como a Fluoxetina e a
Paroxetina. Todos eles têm poucos efeitos colaterais.

O deprimido precisa de psicoterapia, porque o mundo


do deprimido é em preto e branco, um mundo
congelado, parado. O deprimido vê a vida em preto e
branco. E uma depressão que demora mais de seis
meses altera a percepção que essa pessoa tem de Deus,
a percepção que ela tem de si mesma e a percepção do
mundo. Ademais, altera a percepção que ela tem das
outras pessoas. Por isso, a psicoterapia pode ser eficaz
para ressignificar o sistema de relações do sujeito
deprimido.

Nesta obra, apresentamos também um programa de


enfrentamento da depressão, em 13 pontos, testado há
mais de vinte anos, em nossa clínica.

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REFERÊNCIAS

ALVARENGA, Pedro Gomes de; ANDRADE, Arthur


Guerra de. Fundamentos em psiquiatria. Barueri, SP:
Manole, 2008.

BURNS, David D. Antidepressão. A revolucionária


terapia do bem-estar. São Paulo: Cienbook, 2015.
CID – 10. Classificação de transtornos mentais e de
comportamento da CID-10. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1993.

DAMÁSIO, Antonio R. E o cérebro ciou o homem.


Tradução de Laura Teixeira Mota. São Paulo:
Companhia das Letras, 2011.

DANUCALOV, Arcello Árias Dias; SIMÕES, Roberto


Serafim. Neurofisiologia da meditação. Investigações
científicas no Yoga e nas experiências mítico-religiosas:
a união entre ciência e espiritualidade. São Paulo:
Phorte, 2006.

DEUS, Pérsio Ribeiro Gomes de. A depressão no


contexto da psiquiatria e da religião. In: GOMES,
Antonio Máspoli de Araújo. Eclipse da alma. A
depressão e seu tratamento sob o olhar da psicologia,
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2. ed. São Paulo: Fonte, 2014.

GOMES, Antonio Máspoli de Araújo. Eclipse da alma.


A depressão e seu tratamento sob o olhar da psicologia,
da psiquiatria e do aconselhamento pastoral solidário.
São Paulo: Fonte, 2010.

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GREENBERGER, Denis; PADSDESKY, Christiane A. A
mente vencendo o humor. Mude como você se sente,
mudando o modo como você pensa. São Paulo:
ABP/Artmed, 2017.

GUS, Isaac. Depressão: o que é e como se trata. São


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