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AS PRINCIPAIS TÉCNICAS COGNITIVAS E

COMPORTAMENTAIS

Prof. Lucas Bandinelli


Técnicas são a sistematização de
intervenções com vistas a determinados
resultados diante de situações específicas
• Descrição suficientemente precisa e padronizada, de modo que
possa servir para treino e aplicação por outra pessoa.

• Resultados empiricamente comprovados a respeito de sua


efetividade
• Registro de Pensamentos Disfuncionais (RPD)
• Modelo ABC
• Continuum cognitivo
• Gráfico de participação
• Análise de Custo-benefício
• Cartões de enfrentamento
• Ensaio Cognitivo
► RPD: Registro de Pensamentos Disfuncionais

Objetivo: Monitoramento de pensamentos que geram emoções


mais intensas para posteriormente realizar análise de possíveis
distorções cognitivas. Autoconhecimento dos padrões de
pensamento.

Situação PA Emoção Intensidade (0-10) Comportamento


Situação PA Emoção Intensidade Comportamento
(0-10)
Discussão “Ela nunca faz o Tristeza Tristeza (8) Fiquei sem falar
com minha que quero”. com ela
esposa Raiva Raiva (9)
“Ela sempre
prioriza os
outros”
Situação PA Emoção Intensidade Comportamento
(0-10)
Meu chefe “O que eu fiz de Ansiedade Ansiedade (8) Acabei inventando
me chamou errado?”. uma desculpa e saí
para mais cedo
conversar “Ele vai me
criticar por algo
que eu fiz”
Situação PA Emoção Intensidade Comportamento
(0-10)
Meus amigos “Eles não gostam Tristeza Tristeza (7) Não procurei mais
saíram sem mais de mim” nenhum dos meus
me convidar amigos e me
“Não querem afastei de todos
minha
companhia”
• Registrar situações e pensamentos que
geraram emoções mais intensas.
• De preferência, realizar o registro logo em
seguida da situação, facilitando a identificação
do PA.
• Caso o paciente tenha dificuldade de
identificar o PA, realizar os registros
inicialmente junto com o terapeuta.
► Modelo ABC

Objetivo: Identificação da relação entre as situações, os


pensamentos e as consequências.

CONSEQUENCIAS
ACONTECIMENTO (ATIVADOR) CRENÇAS (BELIEFS)
(COMPORTAMENTAIS E EMOCIONAIS)
Antecedentes (evento Pensamentos (Beliefs) Conseqüências
ativador)
Primeiro encontro “Eu não sei mais me Encerra o encontro
depois de muitos anos comportar nessas logo cedo
namorando situações”

“Ela vai me achar


ridículo”
Antecedentes (evento Pensamentos (Beliefs) Conseqüências
ativador)
Professor ministra “Eu nunca vou Sai da sala e não assiste
matéria nova na aula aprender isso” mais a aula

“Eu sou muito burro!”


► Continuum Cognitivo
► Continuum Cognitivo
► Continuum Cognitivo

Objetivo: Avaliar os pensamentos extremados e diminuir a


discrepância entre eles. Mudar a perspectiva do pensamento.
Situação: Realizar uma entrevista de emprego

0 100
“Pode não dar certo dessa
“Sempre vai dar “Nunca vai dar
vez, mas gostarem do
certo” certo”
meu trabalho”
Situação: Realizar um intercâmbio e morar fora do país.

0 100
“Vai ser a melhor “Eu posso ter algumas
dificuldades, mas isso não “Eu vou acabar
experiência da minha
significará que não sei desistindo e voltando
vida e vou conseguir
fazer sozinho” antes por não
fazer tudo”
conseguir fazer nada
sozinho”
► Continuum Cognitivo

• “O que poderia acontecer entre o 0 e o 100?”

• “Qual o pior, o melhor e o mais provável de acontecer?”

• “Caso o pior ocorresse, o que você poderia fazer?”

• “Daqui há um ano, que importância isso terá em sua vida?”


►Gráfico de participação

Objetivo: Buscar explicações alternativas relacionadas a responsabilidade da


pessoa sobre determinada situação.

Meu grau de responsabilidade

nada total
Quanto isso arruinaria minha vida ou de alguém…

nada total
“Meu pai brigou com a minha mãe por minha culpa”

Meu grau de responsabilidade

nada total
Eu estava brincando e fiz
bagunça
Minha mãe gritou com ele

Ele esteva irritado por


Meu pai anda mais irritado
causa do trabalho
ultimamente
► Análise de Custo-benefício

Objetivo: Avaliar os prós e contras de determinada ação. Auxiliar o


paciente a analisar custos e benefícios a curto, médio e longo
prazo. Contribuir para a tomada de decisão.
Mudança de hábito alimentar
Continuar a comer como antes Mudar de hábito alimentar
► Cartões de Enfrentamento

Objetivo: Visa lembrar o pacientes de resoluções/conclusões/ perguntas


importantes identificadas na terapia.

Fazer cartões para:

•Perceber que o pensamento é extremado.


•Distanciar da situação e verificar o pensamento
•Pensar em alternativas
► Ensaio Cognitivo

Objetivo: Auxiliar os pacientes a experimentarem as situações


temidas imaginando que elas estão ocorrendo naquele exato
momento. Ensaiar através da imaginação respostas mais
adaptativas e assertivas frente a uma determinada situação.
Uma maneira de fazer o ensaio cognitivo é pedir ao
paciente para seguir estes passos:

1. Pense sobre a situação com antecedência.


2. Identifique possíveis pensamentos automáticos e
comportamentos.
3. Modifique os PA’s fazendo um RPD ou aplicando
alguma outra técnica aprendida na sessão.
4. Ensaie o modo mais adaptativo de pensar e se
comportar em sua mente.
5. Implemente a nova estratégia.
• Experimento Comportamental
• Dessensibilização sistemática
• Role-play
• Respiração diafragmática
• Agenda de atividades
• Modelagem
• Economia de fichas
► Experimento Comportamental

• Visa colocar em práticas o teste de hipóteses


realizado cognitivamente para que o paciente
comprove empiricamente o que pensava.
“Não consigo me divertir em uma festa se eu
não beber”

• Escolha da crença;
• planeja o experimento;
• implementação;
• avaliação dos resultados
• possibilidade de modificação da crença.
► Dessensibilização sistemática

• Diz respeito a um conjunto de técnicas de


exposição/apromimação a algo aversivo para o
paciente, envolvendo três etapas básicas:

1) treinamento do cliente ao relaxamento físico


2) estabelecimento de uma hierarquia de ansiedade
em relação ao estímulo fóbico
3) contracondicionamento do relaxamento como uma
resposta ao estímulo temido
► Dessensibilização sistemática

• Criar junto com o paciente uma hierarquia de situações


temidas
• Treino em técnicas de relaxamento
• Planejamento de exposição gradual as situações temidas
• Iniciar exposição imaginária, seguida de respiração
diafragmática
• Pareamento de eventos eliciadores de ansiedade com o
relaxamento e técnicas de distração
• Permanência na situação é fundamental para a habituação.
Medo de seringas (fobia específica)
Ansiedade Situação
0 Olhar de longe uma figura de seringa
10 Olhar de perto uma foto de seringa
20 Ver uma seringa de longe
30 Ver uma seringa de perto
40 Olhar uma foro de alguém sendo picado por uma agulha

50 Olhar um vídeo de alguém sendo picado por uma seringa

60-70 Imaginar sendo picado por uma seringa


80-90 Ir até um local de coleta e ver ao vivo alguém sendo picado

100 Ser picado por uma seringa


► Role-play

• Técnica que pode ser utilizada quando paciente


racionalmente compreende a inutilidade de sua crença, mas
emocionalmente continua ligados a ela.

• Nesta técnica terapeuta propõe ao paciente que eles


dramatizem uma situação na qual o paciente inicialmente fará
a parte racional e o terapeuta a parte emocional.

• Pode estar associada a diversas técnicas e possui diferentes


maneiras de ser executada.
► Respiração diafragmática

• Padrões inadequados de respiração conduzem a


hiperventilação e a sintomas fisiológicos como:
tontura, sufocação, taquicardia.
Exercícios de respiração – treino em padrões de baixas
taxas de respiração, inspiração-expiração profundas e
amplas e respirações diafragmáticas. Esse treino distrai
o paciente, dando-lhe sensação de controle sobre o
organismo.
► Respiração diafragmática

• Período de 2 a 3 minutos.
• Respiração lenta e profunda.
• Percepção corporal.
• Utilização do diafragma.
• Colocar a mão acima do estômago para sentir a expansão e a
contração do diafragma e do abdômen.
• Inspirar lentamente pelo nariz, contando até 3 bem devagar.
• Prender a respiração, contando também até 3 bem devagar.
• Exalar lentamente o ar pela boca, contando até 6 bem
devagar.
• Fazer com que o ar passe pelo diafragma, estufando o
abdômen durante a inspiração.
• Fazer com que o ar que exalado deixe o abdômen cada vez
mais encolhido.
► Agenda de Atividades

• Consiste na programação de atividades diárias na


semana do paciente que visam aumento da sensação
de prazer e motivação.

Turno Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Dom


Manhã
Tarde
Noite
► Agenda de Atividades

• Colocar ao lado da atividade prevista uma nota de zero a 10


para prazer e habilidade esperados.
• Paciente anota as atividades que efetivamente realizou e a
nota do prazer e habilidade de fato obtidos.
• Tempo deve ser estrategicamente preenchido e monitorado.
• Tarefas de baixo custo: atividade física, ler um livro, lavar o
carro/casa, cozinhar, levar os filhos em um parque,
caminhadas, etc..
► Modelagem

• Reforçamento diferencial de respostas por


aproximações sucessivas
• Baseada nos preceitos de condicionamento
operante de Skinner.
• Visa moldar o comportamento do paciente.
Paciente com dificuldade de iniciar a conversação
durante a terapia.

• A cada aproximação do comportamento


esperado (paciente relatar a semana) o
clínico o reforça para que ele se fortifique e
se mantenha.

• Demonstrar mais atenção, preocupação e


empatia quando ele consegue relatar a
semana.
► Economia de Fichas
• Visa a modificação de comportamentos indesejáveis e aumento de
repertório comportamental desejável através do manejo de
contingências.

• Estas contingências de reforçamento geralmente são apresentadas em


forma de fichas, pontos ou qualquer outro tipo de estímulo reforçador
condicionado que possa sinalizar reforçamento em momento posterior.

• Assim, estas “fichas” podem ser trocadas por atividades, alimentos,


objetos ou outro tipo de estímulo reforçador previamente definido
(prêmios, presentes, viagens, etc.)
► Economia de Fichas

ANTES DE INICIAR:

• Realizar contratação ( também com os responsáveis pela


monitoria, se houver)
• Especificar o comportamento que se deseja mudar
• Estabelecer os comportamentos desejáveis
• Hierarquizar os comportamentos para pontuação
• Ajustar expectativas
Obrigado!
contato: lucas.bandinelli@gmail.com

(51) 3332.3249 | (51) 9523.7689


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