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A psicologia positiva como prevenção no tratamento da


ansiedade

Resumo
Neste artigo, apresento a base teórica, através de pesquisas bibliograficas, sobre a
Psicologia Positiva, seus pilares, forças de caráter, pontos fortes, aliada a prevenção
da ansiedade que é um estado emocional normalmente compreendido como
negativo. Estar ansioso é geralmente entendido como igual a estar mal. Mas será
que a ansiedade é só isso? Temos que ter atitudes positivas para prevenir e
amenizar as consequencias que ela trás. Será que é possível que algumas pessoas
consigam controlar a ansiedade focando no lado positivo da vida? A resposta é sim
e esse é justamente isso que vamos aprender no decorrer deste artigo.

Palavras-chave: Psicologia Positiva. Ansiedade. Emoções Positivas.

1. Introdução
A vida moderna está cada vez mais corrida, cada vez menos conseguimos tirar um
tempo para relaxar nossa mente e aproveitar momentos de descanso e bem-
estar.Quase não pensamos no presente e quando pensamos normalmente é para
decidir o que faremos no futuro. Vivemos em um mundo do imediatismo, tudo
precisa ser solucionado agora e nunca temos tempo de nos programar, ou quando
decidimos programar é um esforço muito grande, pois, sempre estamos com muita
coisa para resolver, passamos o dia com o celular na mão mandando afetos através
de mensagens, mas não compartilhamos mais do afeto físico, por viver correndo e
não sabendo como desfrutar quan do estamos perto de quem amamos. Precisamos
ter sucesso na carreira, na vida conjugal, na saúde, ninguém pode falhar, temos qu e
ser “perfeitos” e estar sempre alegres, isso acaba tumultuando nossa mente com
pensamentos e preocupações, gerando quadros intensos de ansiedade.
A ansiedade é uma sensação que todo indivíduo pode ter diante de diversas
circunstâncias. Tudo depende da forma como reagimos ou como compreendemos
ela em nós mesmos. Por isso, é possível que a ansiedade se torne um grande
problema, quando ocorre de forma frequente e rotineira, e é a partir dessas
mudanças emocionais que precisamos ficar alertas para encarar o desafio de
superar o incômodo.
Estudos científicos disponíveis referentes à população brasileira reforçam a ideia de
que os transtornos de ansiedade estão entre os mais prevalentes e potencialmente
mais incapacitantes do ponto de vista da saúde pública, ocasionando importante
prejuízo funcional e social, e importante cu sto financeiro. Os transtornos de
ansiedade ainda constituem um desafio para a prática clínica. A realização de
diagnóstico mais preciso e eficaz torna-se necessário para que o tratamento possa
ser conduzido de forma correta. (Menezes; Fontenelle; Mululo; Versiani, 2007).
Segundo Drauzio Varella, médico bastante conhecido na mídia em geral, “Os
distúrbios de ansiedade são provocados por desordens do sistema nervoso
simpático, que libera, na circulação, quantidades inadequadamente altas dos
hormônios envolvidos na reação de estresse”.
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Pense que nossa mente é como um riacho alimentado por uma fonte natural, e com
uma barreira para controlar a entrada de água. Imagine que é preciso fazer
manutenções nessa barreira para que ela não se danifique. O que acontece sem
manutenção adequada? As condições dessa barreira ficam cada vez mais precárias
e, certo dia, essa barreira arrebenta e o riacho recebe mais água do que suporta.
Nossa mente não é diferente, ela necessita de manutenção e precisa ser capaz de
conter os pensamentos e preocupações para que os mesmos não acabem
ultrapassando os limites. Pois, sem a manutenção adequada a mente não aguenta,
e ela não consegue lidar com os pensamentos, preocupações e medos, que acabam
tornando-se patológicos.
E, é possível trabalhar para atingir o bem-estar e a felicidade e alterar hábitos de
que, na maior parte das vezes, não se tem consciência e que estão na base do
nosso modo anterior de reagir, sendo para isso necessário reunir algumas
condições, nomeadamente tempo, motivação e persistência. Pois, para que novos
hábitos de pensamento e de comportamento sejam adquiridos, e que tenham como
reflexo uma alteração emocional positiva e duradoura, é imprescindível ter tempo
para os praticar, estar-se motivado para efetuar essas mudan ças e, finalmente,
esperar resistência à mudança e ser-se persistente (Baptista, 2013).
A psicologia positiva pode ser compreendida como o estudo das condições e
processos que contribuem para o florescimento (saúde mental positiva) e para o
funcionamento ótimo das pessoas, grupos e instituições, não sendo o seu objetivo
negar a existência de mal-estar ou de aspetos da vida que são desagradáveis ou
negativos. Pelo contrário, é um ramo que reconhece a existência das diferentes
dimensões da experiência humana, o sofrimento humano, sistemas familiares
disfuncionais e instituições ineficazes, indo para além do sofrimento e da sua direta
redução. É o estudo das experiências positivas, pelas características individuais
positivas e instituições positivas que facilitam o desenvolvimento humano, pela
forma como as pessoas sentem alegria, mostram altruísmo, criam famílias e
instituições saudáveis. A Psicologia positiva tem sido um movimento dos
pesquisadores para o enfoque nos aspectos potencialmente sadios da pessoa.
Estuda diferentes níveis da experiência humana, sendo que, num nível subjetivo
preocupa-se com as experiências subjetivas, nomeadamente o bem-estar,
contentamento e satisfação (no passado), esperança e otimismo (no futuro) e flow e
felicidade (no presente). Por outro lado, num nível individual, foca-se nas
características individuais positivas, concretamente, a capacidade para amar, a
vocação, a coragem, as competências interpessoais, a sensibilidade, a
perseverança, o perdão, a originalidade, a espiritualidade, o talento e a sabedoria. E,
ao nível do grupo, concentra-se em aspetos como o civismo, e instituições que
promovem as características individuais (Seligman & Csikszentmihalyi, 2000).
Deste modo, o presente trabalho vem trazer, atraves de pesquisas teóricas,
entender o que é essa nova Psicologia popularmente chamada de Pscologia da
Felicidade, entender sobre a Ansiedade e compreender de que forma podemos usar
essa Psicologia Positiva para prevençao da Ansiedade. Entender que é importante
sempre fazer uma limpeza emocional, assim como, fazemos diariamente uma
limpeza no nosso corpo físico, precisamos diariamente eliminar pensamento e
sentimentos ruins. É preciso tirar um tempo para se dedicar a cuidar também do seu
interior, aprender a manter o coração e a mente leve e limpos.
Existe um provérbio anônimo que diz: “Você não pode evitar que os pássaros da
preocupação e da inquietude voem sobre sua cabeça. Mas pode impedir que façam
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um ninho em seu cabelo.” Não se contamine com tudo aquilo que não serve,
aprenda a descartar de sua mente tudo que intoxica suas emoções.

2. Ansiedade:
A palavra “ansiedade” tem origem no latim anxietas, que significa angústia. É uma
emoção vaga, desagradável, que traz medo e tensão. Esse sentimento deve ser
observado com cuidado: “estar ansioso” é diferente de ter um transtorno de
ansiedade. Estar ansioso é considerado uma ação pontual (curta duração) que
provoca sensações desagradáveis, mas que o indivíduo consegue lidar com os
sintomas e retomar ao seu equilíbrio.
Freud acreditava que a ansiedade tinha uma base biológica, herdada (1926). O
conceito de Freud sobre as situações traumáticas e sobre o desenvolvimento
automático da ansiedade nestas situações constitui o que podemos chamar da
primeira parte de sua nova teoria da ansiedade.
A segunda parte da nova teoria consiste em que, no decorrer do crescimento, a
criança pequena aprende a antecipar o acontecimento de uma situação traumática e
a reagir à mesma com ansiedade antes que se torne traumática. A este tipo de
ansiedade Freud chamou de ansiedade de alarme. É produzida por uma situação de
perigo ou pela antecipação do perigo, sua produção é uma função do ego, e serve
para mobilizar as forças sob o comando deste último para enfrentar ou evitar a
situação traumática iminente.
Ao distinguir três tipos de ansiedade: real ou objetiva, neurótica e moral, Freud
(1936), baseia nas fontes de onde provém a ansiedade e não em aspectos
qualitativos. Assim, a ansiedade como medo do mundo externo seria a ansiedade
objetiva, enquanto que a ansiedade neurótica teria como fonte o medo do id e a
moral o medo do superego.
Kaplan e Sadock (1993) mencionam que se pode falar de ansiedade normal quan do
se responde com ansiedade a certas situações ameaçadoras. A ansiedade
patológica, em comparação, é uma resposta inadequada a determinado estímulo,
em virtude de sua intensidade ou duração. De uma forma mais global a ansiedade
normal é aquela reação que não é desproporcional à ameaça objetiva, não envolve
repressão ou outros mecanismos de conflito intrapsíquico, não requer mecanismos
de defesa neurótica, e pode ser enfrentada construtivamente pela percepção
consciente ou pode ser aliviada se a situação objetiva for alterada.
Para Rosamilha (1971) foi Freud quem deu à ansiedade uma posição científica de
destaque. Até então, a ansiedade era discutida dentro do campo da Filosofia, não
sendo alvo de atenção científica. Freud é o explorador proeminente da Psicologia da
Ansiedade.
A ansiedade, conforme May (1980) conceitua, é um termo que se refere a uma
relação de impotência, conflito existente entre a pessoa e o ambiente ameaçador, e
os processos neurofisiológicos decorrentes dessa relação. O mesmo autor diz ainda
que a ansiedade constitui a experiência subjetiva do organismo numa condição
catastrófica, que surge na medida em que o indivíduo, frente a uma situação, não
pode fazer face às exigências de seu meio e, sente uma ameaça à sua existência ou
aos valores que considera essenciais.
A preocupação com o que ainda não fizemos ou com o que temos de fazer nos tira
do momento presente. O estado de ansiedade é caracterizado por não estar
centrado no aqui e agora. A ansiedade sempre fez parte do ser humano, esse
sentimento funciona como um instinto de sobrevivência frente a situações difíceis.
Ela é uma força extra para que possamos prosseguir. A ansiedade atrapalha e
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começa a preocupar quando se torna persistente e passa a impedir a realização dos


nossos objetivos, deixando-nos sem forças para cumprir nossas tarefas. De acordo
com uma pesquisa realizada em Abril de 2013 pelo IPOM (Instituto de Pesquisa e
Orientação da Mente), estima-se que 12% da população do país sofre de ansiedade,
o que representa quase 24 milhões de brasileiros com ansiedade patológica (e não
meramente ansiosos). Esse dado é comprovado pela psicoterapeuta holística e
hipnóloga, Myriam Durante. De cada 10 pessoas que procuram a especialista, 9 se
queixam desse transtorno. Segundo a psicoterapeuta, esse número cresceu em
média, 55% nos últimos cinco anos em função do crescente cansaço físico e men tal
que deixa as pessoas cada vez mais ansiosas.
Kinrys e Wygant (2005) apontam que mulheres apresentam um risco significativo
maior, quando comparadas com homens, para o desenvolvimento dos transtornos
de ansiedade ao longo da vida. Além disso, diversos estudos sugerem maior
gravidade de sintomas, mais cronicidade e maior prejuízo funcional dos transtornos
de ansiedade entre as mulheres.
Não se sabe ao certo por que uma pessoa pode ter mais disposição a uma crise de
ansiedade do que outra, existe diversos fatores que podem estar envolvidos, como:
genética, eventos traumáticos, situações estressantes geradas por expectativa,
doenças físicas, distúrbios hormonais, trauma de infância. No livro Ansiedade de
Augusto Cury, ele fala sobre o sistema educacional clássico, “é falho e está
formando pessoas para uma sociedade estressante, pois leva os alunos da pré-
escola à pós-graduação a conhecer milhões de dados sobre o mundo em que
vivemos, mas nada sobre nós mesmos, ou seja, o mundo psíquico” (Cury,2014,
p11), ele ainda fala sobre a importância de saber administrar a psique, pois,
aprendemos a lhe dar com tudo na vida mas esquecemos de olhar para as nossas
emoções, a cuidar dos nossos pensamentos.
A ansiedade não é considerada um fenômeno necessariamente patológico, mas
uma função natural do organismo, que permite que ao mesmo estar preparado, ou
preparar-se para responder, da melhor forma possível, a uma situação nova e
desconhecida, bem como a uma situação já conhecida e interpretada como
potencialmente perigosa (Silva, 2010).
Em níveis normais, a ansiedade pode nos ajudar. É ela que nos faz traçar planos
alternativos e nos cercar de cuidados para que tudo saia bem, mesmo diante de
imprevistos. Em situações estressantes, ela nos faz reagir com mais rapidez e foco.
Ela não é em si um problema. É, na verdade, o primeiro passo para resolver um
problema. Por maior que seja o sofrimento causado por ela, não estaríamos numa
situação melhor sem a ansiedade. Antes de mais nada, ela é uma reação positiva,
um botão vermelho, uma urgência para agir e fazer a diferença para que as coisas
mudem. No conforto, ficamos parados, estáticos, sem motivação para transformar
nossa vida.
Um sentimento pertinente que faz parte da crise de ansiedade é a preocupação (qu e
no latim quer dizer ocupação previa). A ansiedade afeta o nosso corpo, mente e
desempenho de várias formas, causando sintomas emocionais, fisiológicos,
comportamentais e cognitivos, como, tristeza, irritabilidade, coração acelerado, falta
de ar, agressividade, dificuldade de concentração, mas alem disso, dependendo do
nível de ansiedade em que a pessoa se encontra ela pode acabar sendo afetado em
outros aspectos, como nas relações conjugais, relações sociais, desempenho
acadêmico, desempenho profissional.
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Ansiedade não se limita a nos atrapalhar em momentos importantes como provas,


entrevistas e apresentações. Quando descontrolada a ansiedade pode ser a porta
de entrada para estados negativos mais sérios e doentios como:
• Ansiedade Generalizada (TAG): é a combinação de uma preocupação excessiva
com o estresse recorrente e que passam a interferir na rotina. É de difícil
controle, que perdura por seis meses no mínimo e vem acompanhado por três ou
mais dos seguintes sintomas: inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de
concentração, tensão muscular e perturbação do sono.
• Transtornos fóbicos : é um dos tipos de ansiedade mais comuns e a acontecem
sempre em situações públicas. Os sintomas variam de um desconforto a uma
sensação de pavor, podem causar tonturas, sensação de desmaio, palpitações,
tremores, suor, mãos frias, entre outros. O medo de morrer, enlouquecer ou
perder o controle frequentemente
• Obsessivos-compulsivos: é um distúrbio psiquiátrico que implica o medo de
perder o controle ou ser responsável por algo terrível para si ou para os outros,
como a culpa. Esse problema mental também é caracterizado por movimentos
repetitivos e comportamentos compulsivos. Envolvem alterações do
comportamento (rituais ou compulsões, repetições, evitações), dos pensamentos
(preocupações excessivas, dúvidas, pensamentos de conteúdo impróprio ou
“ruim”, obsessões) e das emoções (medo, desconforto, aflição, culpa,
depressão).
• Síndrome do Pânico: é um transtorno de ansiedade, em que a pessoa sente
fortes sensações de que está para morrer e perdendo o controle como se
estivesse tendo um ataque do coração, mesmo que não haja um verdadeiro sinal
de perigo.
Biologicamente a ansiedade se trata de um mecanismo de defesa e preparação para
enfrentamento ou fuga frente a um perigo eminente.

3. Psicologia Positiva:
Quando a psicologia nasceu, suas missões a principio eram: curar doenças mentais,
tornar a vida das pessoas mais felizes e identificar e cultivar talentos humanos, mas
depois da segunda guerra ela focou mais em curar as doenças mentais, então,
Martin Seligman veio resgatar as outras duas missões que são as missões mais
Positivas, nascendo a Psicologia Positiva. Esse novo ramo da Psicologia pode ser
definido como o estudo científico de emoções positivas, forças e virtudes humanas
(Bacon, 2005; Seligman & Csikszentmihalyi, 2000; Sheldon & King, 2001).
A Psicologia Positiva tem como fundador o psicólogo americano Martins Seligman,
professor da Universidade da Pensilvânia, qu e, em 1998, escreveu o artigo intitulado
“Ciência Social Positiva”, colocando a necessidade de uma psicologia social positiva
no século XXI, que pudesse desenvolver forças e virtudes humanas, para que
atuasse protegendo de doenças mentais, assim como também encontrasse motivos,
coisas, que fizessem a vida valer a pena.
A Psicologia Positiva é a ciência que estuda o bem-estar subjetivo (busca real pela
felicidade). Tem como principio o trabalho preventivo, com base nos seus princípios
– emoções positivas, traços de caráter positivos, relacionamentos positivos e
instituições positivas.Segundo Myers e Diener (1995), artigos psicológicos referentes
a estados negativos excedem aqueles que estudam estados positivos em uma
proporção de 17 artigos para um.
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A felicidade não é simplesmente o resultado de um giro da roleta genética. Há


coisas que as pessoas podem fazer para levar uma vida melhor. A boa vida é uma
tarefa frequente e não há atalhos para a felicidade constante.
A Psicologia Positiva vem com a tentativa de romper o viés negativo sobre o
desenvolvimento humano através do estudo dos aspectos positivos presentes no
indivíduos. Ela vem para exaltar na pessoa comum a forma mais proveitosa de viver,
em vez de se concentrar num processo de cura de pessoas perturbadas, mudando a
tendencia da psicologia clinica, de se concentrar na patologia.Tendo como um dos
conceitos a resiliencia. A Psicologia Positiva propõe-se a explicar como situações
boas do dia-a-dia das pessoas beneficiam o melhor da vida e de si mesmas, com a
intenção de amplificar as forças, em vez de corrigir fraquezas.
A Psicologia Positiva veio abrir novas perspectivas para a investigação e
intervenção. Apoia os esforços para diminuir os problemas sociais, tai s como a
toxicodependência, a criminalidade e a doença mental.
É um campo de conhecimento multidisciplinar, no qual existem psicólogos,
sociólogos, antropólogos, biólogos e neurocientistas pesquisando sobre o potencial
humano.
Há uma grande aposta na prevenção em vez do tratamento. A Psicologia Posi tiva
procura mudar o foco do tratamento para a prevenção. Ela acredita que é possivel
ajudar mais pessoas prevenindo antes de acontecerem ou intervir antes que piorem.
Segundo Seligman, a psicologia convencional nasceu para tentar entender o que
torna alguém neurótico, deprimido, ansioso, de mal com o mundo. Durante mais de
duas décadas dedicou-se a esse tipo de estudo. Mas, depois de vários anos, achoou
melhor procurar entender o que faz alguém feliz. Descobriu que os homens e
mulheres satisfeitos têm vida social mais rica e produtiva. Os mais felizes passam o
minimo de tempos sozinhos e mantêm ótimos relacionamentos.
Seligman, considera que a investigação cientifica da Psicologia Positiva deve
envolver os seguintes aspectos:
• Estados positivos de bem-estar subjetivo (satisfação com a vida, felicidade,
otimismo)
• Caracteristicas individuais (criatividade, coragem, compaixão, integridade,
sabedoria, auto-controle, espiritualidade)
• Instituições Positivas (famílias saudáveis, comunidade, escola, ambientes de
trabalho).
Fredrickson (2001) considera que compete a Psicologia Positiva entender a
promover os fatores que permitam aos indivíduos, comunidades e sociedades,
florecer. Vivemos numa época em que não podemos evitar experimentar emoções
negativas. São úteis, porém, quando prolongadas ou em contexto impróprio podem
disparar graves problemas para o indivíduo e para a sociedade.
Atualmente, o médico alopata mais cético concorda que as emoções negativas -
como ansiedade e raiva - estão fortemente associadas com maior incidência de
doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes e até derrames. Outras pesquisas
têm demonstrado maior incidência de gripes, resfriados, doenças da pele, dores-de-
cabeça, doenças gastrointestinais, etc. Uma explicação seria porque os hormônios
liberados durante o stress – como cortisol e adrenalina – em quantidades
frequentes, prejudicam o funcionamento do sistema imunológico, deixando o
organismo mais vulnerável a doenças. O que a Psicologia Positiva vem
comprovando é que o inverso também é verdadeiro: as emoções
positivas fortalecem a saúde física e mental e trazem maior longevidade,
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pesquisadores em vários lugares do mundo têm encontrado uma associação entre


emoções positivas e aumento de alguns anos expectativa de vida, chegando a até
10 anos mais.
Martin Seligman passou anos desenvolvendo uma teoria de bem-estar que ele
chamou de modelo PERMA. O modelo compreende 5 elementos, que criam a base
de uma vida florescente: Positive Emotion (Emoção Positiva); Engagement
(Compromisso/Engajamento); Relationship (Relacionamentos); Meaning (Significado
ou Propósito); Accomplishment (Realizações). Em cada um desses elementos está
presente as 3 propriedades seguintes: contribuem para o bem-estar, as pessoas
buscam cada um deles por si mesmos, não apenas para alcançar os outros
elementos, cada um deles é medido e definido independentemente dos outros
elementos.

3.1.Emoções Positivas :
Os cientistas têm se preocupado com as emoções negativas e como prever e tratar
as doenças e sofrimentos gerados por elas. Porém, agora Fredrickson, da
Universidade de Michigan, mostra uma nova visão: utilizar as emoções positivas
como alegria, o interesse e a satisfação, para prevenir ou resolver os problemas das
emoções negativas. Existe variedade de definições para emoção, o consenso é que
a emoção é uma resposta intensa e breve a algum evento que provoca uma
mudança psicológica e da expressão facial. A emoção é associada a uma especifica
tendência a ação, assim como, o medo é motivador da fuga, a raiva ao ataque,
assim, as emoções são relacionadas ás necessidades evolutivas para sobreviver.
Reduzir o pensamento ajuda a agir rapidamente. Ao que parece, enquanto as
emoções negativas conduzem necessariamente a uma ação física, as positivas
conduzem a ações de pensamento.
Num artigo para a American Scientist, Fredrickson menciona pesquisas que
sugerem que as emoções positivas promovem a longevidade, o funcionamento
individual e coletivo, o bem-estar psicológico e a saúde física.
As emoções positivas promovem a saúde física, intelectual e psicossocial, que
perdura “muito depois de a emoção positiva haver desaparecido”, sugere
Fredrickson. Esse efeito positivo prevê um aumento da capacidade de recuperação
e do otimismo, que podem ajudar a desfazer os efeitos danosos das emoções
negativas sobre a mente e o corpo. As emoções poositivas podem ser consideradas
como fatores de proteção contra as doenças, uma vez que, de uma forma complexa,
fortalecem o sistema imunitário (sistema responsável pela proteção do organismo
contra qualquer fenômeno estranho ao mesmo).
• Alegria: provém do vocábulo latino alecritas (fogo, ardor, vivacidade). Trata-se de
um sentimento de contentamento e satisfação interior provenientemente de
algum fato positivo que a pessoa vivenciou. Segundo Senise (1950) a alegria é
“um estado de ânimo particular que se forma a partir de um prazer físico, moral
ou intelectual e se exterioriza habitualmente com o riso”
• Amor: é uma emoção essencial, certamente a mais poderosa e misteriosa da
vida humana. É uma emoção particular, que não prescinde da cognição e qu e se
expressa numa grande variedade de comportamentos. O amor satisfaz as
necessidades fundamentais porque a necessidade fundamental é o amar.
• Bem-Estar: apresenta-se como uma filosofia que tem como base o desejo de
uma vida mais sã e serena, permitindo ultrapassar as dificuldades da vida co
leveza. Pode ser considerado um tipo de medicina preventiva associada ao estilo
de vida de cada um. O bem-estar subjetivo é uma dimensão positiva da saúde.
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• Contentamento: traduz um alargamento da perspectiva sobre si e o mundo.


• Esperança: é a expectativa quanto ao futuro, mais ou menos justificada,
atendendo um acontecimento agradável ou favorável.
• Felicidade: a emoção que não tem uma explicação certa, a felicidade é vista e
sentida através da perspectiva de cada um.
• Otimismo: é visto como uma característica cognitiva em relação ao futuro
desejado e sentido como sucesso. Segundo Peterson (2000) o otimismo
“promete ser um dos importantes tópicos de interesse para a ciência social
positiva”.
• Perdão: é sinônimo de paz, alegria, libertação. É interpretado como capacidade
de ultrapassar a magoa, o ressentimento ou a vingança que o ofensor merecia,
através da compaixão ou da benevolência (North,1987).
• Sabedoria: pode ser um nivel superior de conhecimento e julgamento,
capacidade de dar sentido á vida, sinergia entre a inteligência e a vida.
• Sentido de Vida: embora não seja considerado uma emoção ou sentiment, este
constitui um processo de crescimento spiritual do homem, só em busca do
significado para a vida é que o homem pode ser feliz e realizado.

3.2 Forças de Carater:


É um grande estudo desenvolvido pelos psicólogos Martin Seligman e Christofer
Peterson – publicado em 2004, eles identificaram na história virtudes em comum
das pessoas nas mais diversas religiões, tradições, filosofias e culturas.
Durante 3 anos de projeto eles procuraram coincidências na Bíblia, no Alcorão, no
Bushido (código samurai), nas culturas do Ocidente e do Oriente, nas filosofias de
Platão e Aristóteles. Também leram sobre Santo Agostinho, Buda, Benjamin Franklin
e diversos outros pensadores.
Com isso, 6 virtudes foram identificadas em todos o planeta :
• Sabedoria e Conhecimento
• Coragem
• Humanidade
• Justiça
• Transcendência
E existem 24 forças de carater , que são, o caminho para atingir essas virtudes.
Pode se entender as forças de carater como uma ação ou atitude que é observada
em várias situações, ela geralmente trás consequências boas, não são feitas por
motivos externos (dinheiro ou reconhecimento), ela inspira e motiva os demais a
fazerem o mesmo. São elas :
• Criatividade : pessoas que não se contentam em fazer as coisas de maneira
convencional e seus comportamentos ou ideias se adaptam as circunstâncias.
• Curiosidade : está relacionada a novidade e variedade das experiências
• Julgamento: analisa com cuidado as questões, procurando evidências e
informações racionais e objetivas no momento das decisões. Favorece a si
mesmo e aos outros de maneira justa.
• Amor por aprendizagem: valorização e admiração pelo conhecimento
• Perspectiva: A sua visão de mundo faz sentido para você mesmo e para os
outros. Assim, as pessoas o procuram para ou vir conselhos e ajudá-las na
resolução de problemas.
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• Bravura : alguém que não recua na frente de ameaças, desafios, dores ou


dificuldades.
• Perseverança: É responsável pelos projetos difíceis e os leva até o fim, apesar
dos obstáculos. Também os faz com prazer e bom-humor.
• Integridade : É uma pessoa verdadeira com os outros e consigo mesma, sem
fingimentos.
• Entusiasmo: Tem bastante energia e pique, contagiando e inspirando as pessoas
ao seu redor.
• Amor: valoriza os relacionamentos próximos e íntimos, sobretudo aqueles em
que o sentimento de cuidado e afeto são recíprocos. Esta força representa mais
que a noção de amor romântico.
• Bondade: prática boas ações voluntariamente e coloca o interesse dos outros
como prioridade, as vezes acima das suas próprias necessidades.
• Inteligência Social: No nível social está ligado à empatia – ter consciência dos
sentimentos, temperamentos, intenções e motivos alheios. Facilitando e
respondendo bem em diferentes situações sociais. Já no nível individual,
consiste no acesso, entendimento e avaliação dos próprios sentimentos para
guiar comportamentos e atitudes.
• Cidadania: alguém que tenha facilidade em trabalhar em grupo.
• Igualdade: trata as pessoas de maneira igual, deixando de lado sentimentos
pessoais nas suas decisões sobre outras pessoas.
• Liderança: o líder encoraja o grupo a fazer as coisas acontecerem. E, ao mesmo
tempo, mantém e cria boas relações, administrando-as através de attitudes.
• Perdão: perdoa aqueles que a machucaram ou que lhe fizeram mal. Também
sempre dá uma segunda chance.
• Humildade: Não necessita de reconhecimento exagerado e não dá muita
importância sobre suas aspirações pessoais, vitórias e derrotas, entendendo que
as mesmas não impactam de forma significativa nos acontecimentos em geral.
• Prudência: é cauteloso e ponderado, pensa antes de falar e agir para não se
arrepender depois.
• Autocontrole: Entende o que acontece com si mesmo, ameniza emoções
negativas e continua com ânimo para atingir seus objetivos.
• Apreciação da Beleza e Excelência: Está ligada a algo maior que a própria
pessoa. Além disso, a apreciação intensa pode ser acompanhada por admiração
e reverência.
• Gratidão: Ter consciência e ser agradecido pelas coisas boas que acontecem.
• Esperança: Acredita que as melhores coisas vão acontecer e, ao pensar assim,
planeja e se esforça para alcançar os objetivos propostos.
• Bom Humor: Gosta de rir e trazer sorrisos as outras pessoas.
• Espiritualidade: Uma pessoa que possui essa força apresenta crenças sólidas e
coerentes sobre o propósito maior e o significado do universo.

3.3 Organizações Positivas:


A Psicologia Positiva, movimento criado em 2000 tenta compreender os aspectos
positivos de ser humano e o que o leva a sentir-se bem e fornece significado à sua
vida. Como é natural este conceito chegou às empresas e organizações e ofereceu
achados importantes. O afeto positivo consiste num domínio muito importante na
construção do bem-estar e satisfação com a vida, pois envolvem estados mentais
como afeição, amizade, solidariedade, entre outros. Aqueles que apresentaram
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maior marca destas características obtiveram melhores avaliações de seus


superiores e remunerações diferenciadas. A presença de emoções positivas nas
organizações está associada com maior satisfação do cliente, maior lucro e menos
rotatividade.
Nas organizações em que vigora a gestão positiva há equilíbrio entre as
necessidades econômicas e as práticas de um coletivo social saudável, como,
encorajamento aos mais fracos, recompensa da lealdade, estimulo da competição
justa, gestão apropriada do stress.

3.4 Estado de Fluxo (FLOW):


Mihalyi Csikszentmihalyi, um dos principais pesquisadores envolvidos na
organização inicial do movimento da psicologia positiva. Estudava temas como
criatividade, o que seria uma vida boa, entre outros. A partir de seu s estudos sobre
criatividade, o pesquisador começou a se interessar pela motivação intrínseca,
envolvida nas chamadas atividades autotélicas (atividades cujo objetivo principal de
sua realização é a satisfação em realizá-las). Ao entrevistar indivíduos que
realizavam atividades autotélicas diversas, o pesquisador percebeu que algumas
características dessa vivência estavam presentes no discurso deles, independente
da natureza da mesma. Do resultado desses estudos qualitativos, nasceu a teoria de
flow. O estado de flow é vivenciado quando o individuo experimenta as nove
dimensões que compõem. As nove dimensões que compõe o modelo de flow são:
• Equilíbrio entre desafio e habilidades
• Fusão entre ação e consciência
• Objetivos claros
• Feedback
• Concentração na tarefa
• Senso de controle
• Perda da autoconsciência
• Alteração da percepção do tempo
• Experiência autotélica
O estado de flow, segundo a teoria, ocorre quando essas dimensões,
conjuntamente, são vivenciadas pelo indivíduo durante uma atividade.
Flow (1990) explora como podemos experimentar o prazer em nossas vidas
controlando nossa atenção e fortalecendo nossa determinação. Isso acontece
quando estamos imersos em uma atividade ou assunto que não nos deixa ansioso
(se é muito difícil), nem entediado (se é muito fácil).
Uma maneira de entrar em um estado de fluxo é definir recompensas pessoais (ou
seja, não motivadas por incentivos em dinheiro ou poder externo), como tentar
superar seu nível de normal desempenho ou aprender o máximo possível sobre o
trabalho.
O Estado de Fluxo é um estado que podemos dizer terapêutico, pois enquanto
ocorre limpa a mente e as emoções de pensamentos e frustrações da vida diária.
Além do prazer momentâneo aquele instante intenso irradiará emoções positivas
para outras áreas da personalidade combatendo a depressão e usando a ansiedade
de maneira positiva.

3.5 Savoring:
É a capacidade de desfrutar e intensificar os acontecimentos positivos que
experienciamos, sendo o processo que interliga os acontecimentos positivos e as
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emoções positivas. Este processo pode dirigir-se para dentro, para estados
afectivos, ou para fora para outras pessoas, para a natureza, para um vinho, uma
sobremesa... O processo de savoring requer, assim, atenção e esforço e envolve
uma dinâmica instável de meta consciência e auto-reflexão. Para além disto, o
processo de savoring não é só centrado no presente, também se pode desfrutar o
passado através da nostalgia ou da reminiscência, e do futuro por antecipação. É
um potencializador de experiências positivas.
3.6 Propósito:
Para Seligman, o propósito é aquilo que nos conecta a algo maior, o que dá sentido
à nossa existência e nos faz querer ir além. Como tal, é algo que preenche o nosso
ser e que, inclusive, pode nos prevenir de distúrbios como a depressão, por
exemplo. Neste sentido, suas pesquisas mostram que os indivíduos com seu lado
espiritual mais bem desenvolvido e aflorado, acabam tendo também uma vida com
mais significado. Quando não há um propósito, a rotina entra no automático e a vida
fica sem direção. Precisamos nos conectar a algo maior que dê significado à nossa
existência e nos afaste da tristeza, depressão e ansiedade.
4. Ansiedade de forma positiva:
A Ansiedade é um estado emocional desencadeado por alguma sensação de
ameaça. Seja consciente ou inconsciente. Uma espécie de bioenergia que a
princípio tem o propósito de nos preparar para uma situação difícil, mas que quando
não controlada se torna extremamente prejudicial para a saúde como um todo. Por
isso saber lidar com a ansiedade de maneira positiva é uma das chaves para ser
mais resiliente (transformar experiências negativas em aprendizados). As pessoas,
em geral, têm condições de lidar com as situações antes que elas se transformem
em sintomas. Existe muito a ser feito antes que se chegue ao estado sintomático.
Mas sempre tenha em mente que controlar a ansiedade e transformá-la em uma
energia positiva é uma arte diária de busca por disciplina, autossuperação e
autoconhecimento. Como sabemos o autoconhecimento é uma receita contra muitos
males, inclusive a ansiedade.
Práticas Integrativas são técnicas e métodos que visam a promoção da saúde, bem-
estar e longevidade do ser humano, considerando mente, corpo e alma como um
todo integrado e não como um conjunto de órgãos ou partes isoladas. As Terapias
Integrativas consideram que a doença não possui uma causa única, mas são
causadas por fatores físicos, emocionais, sociais e ambientais em conjunto, e que a
saúde e o bem-estar resultam do equilíbrio e da harmonia entre todos esses fatores.
A Psicologia Positiva é um instru mento poderoso nessa empreitada, pois, em
nenhum momento ela minimiza as dificuldades, com isso segue algumas ações
relacionadas a Psicologia Positiva que podem ser tomadas para a prevenção da
ansiedade e de seus sintomas:
• Autoconhecimento: é a base para o desenvolvimento de qualquer habilidade
psicológica ou emocional. Sempre temos nosso próprio jeito de fazer as coisas e
compreendê-lo é a melhor maneira para uma boa adaptação a novos ambientes
e situações. Buscando entender a própria personalidade entendemos como
funciona a ansiedade.
• Pratique alguma forma de meditação: A prática de qualquer forma de meditação
ajuda tanto a aprender a relaxar, respirar melhor e esvaziar a mente de
preocupações e pensamentos desnecessários quanto na organização
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mental. Uma mente desorganizada se torna autosabotadora, perde metas e não


busca por evolução por não saber o que fazer. Assim acumula problemas
mentais para resolver e gera ansiedade. Já uma mente determinada não escolhe
temas negativos para pensar. Mantém foco no positivo, nos objetivos e
propósitos. Sem foco não há controle de ansiedade.
• Desenvolva sua inteligência emocional: Ter inteligência emocional é saber
identificar e gerenciar emoções em si mesmo e em outras pessoas. É saber se
automotivar e motivar outras pessoas evitando que emoções negativas como a
ansiedade se generalizem.
• Tenha metas definidas: Quando temos metas definidas deixamos claro para
nosso organismo para onde direcionar a energia; quando não temos a energia
fica a deriva, fazendo com que os sin tomas da ansiedade aparecem, pois, não se
tem clareza de onde se quer chegar.
• Cuide do de sono e alimentação: O sono é um regulador natural do nosso
organismo. Quando dormimos bem atingimos estados de sono profundo
causando um efeito como reiniciar o sistema. O sono é responsável por
atividades importantes como fixação da memória; pela liberação de substâncias,
neurotransmissores, que regulam o humor. A alimentação está totalmente ligada
ao nosso estado emocional, por isso deve se atentar ao que se come, pois
dependendo do seu estado de ansiedade, é possível descontar na comida com a
esperança de que vá ajudar de alguma forma, nesses momentos em de
ansiedade é melhor que procure outra atividade que possa fazer ao invés de
comer: Desenhar, tocar um instrumento, beber um suco de frutas, praticar um
esporte ou dança, ou outra coisa que sinta motivação.
• Focar no lado positivo das coisas: Ver a vida como uma oportunidade é
essencial para a automotivação. Um depressivo tende a se
entregar aos problemas e a ansiedade que esses trazem resumindo o mundo
aos seus pontos negativos. Quando sabemos dar vazão a ansiedade pode se
tornar em algo benéfico, uma fonte de motivação. Foco em atividades e
pensamentos positivos, pois em última instância tudo é uma escolha, inclusive
a ansiedade.
• Mindfulness: é um conjunto de técnicas práticas, possíveis e cientificamente
comprovadas que te ajudam a focar no momento presente, sem deixar o
passado ou o futuro te afetarem, tornando sua mente mais desperta e
saudável, sendo sua aliada a combater a ansiedade.
Pessoas com o bem-estar elevado parecem ter melhores relações sociais do que
pessoas que apresentam o bem-estar rebaixado. Relações sociais positivas
mostram-se necessárias para o bem-estar.
A Psicologia Positiva tem a capacidade de proteger os indivíduos do surgimento de
patologias como por exemplo a depressão e podem prevenir uma recaída. Quanto
mais positivas as pessoas se sentem, melhor conseguem lidar com a adversidade,
dado que o raciocícnio expandido proporcionado pela positividade permite identificar
mais soluções para os problemas (Akhtar, 2012).
Desde 2000, o chamado de Seligman para um maior foco no positivo na vida tem
sido respondido por pesquisadores em todo o mundo, provocando milhares de
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estudos sobre fenômenos positivos e estabelecendo uma base para a aplicação de


princípios positivos ao coaching, ensino e relacionamentos.
Assim como a Psicologia Tradicional, a Psicologia Positiva é tambem feita através
de atendimentos clinicos. A Psicologia Positiva traz, tanto ao atendimento clínico
quanto ao trabalho de coaching, um importante diferencial que é o foco nas
potencialidades do indivíduo e não na simples cura do sofrimento (no caso da
psicoterapia) ou na mera superação de GAPs (no caso do coaching).
Objetivos da psicologia positiva no coaching são os seguintes: Impactar
positivamente a vida do cliente, aumentar a experiência do cliente com emoções
positivas, ajudar os clientes a identificar e desenvolver seus pontos fortes e talentos
exclusivos, incentivar o cliente a manter uma visão otimista.
O nome intervenções positivas não implica que as restantes psicoterapias são
negativas ou que os aspetos negativos são negados ou minimizados. As
intervenções psicológicas positivas referem-se a uma abordagem sistemática que
visa ultrapassar obstáculos/desafios utilizando as forças e qualidades (Rashid,
2009).
As intervenções psicológicas positivas inclui intervenções de autoajuda,
intervenções em grupo e terapia individual.
O grande objetivo é dar apoio para que os pacientes possam experimentar emoções
positivas. Ou seja o foco não é nos sentimentos depressivos do indivíduo, mas sim
em formas de despertar felicidade e gratidão, além de esperança em relação ao
futuro, através de técnicas científicas.
Num estudo experimental realizado por Sheldon e Lyubomirsky (2006), de quatro
semanas com 67 estudantes de Psicologia foram avaliados os preditores
motivacionais e resultados emocionais positivos de uma prática regular de três
exercícios mentais positivos: contar bençãos (gratidão) e visualizar o melhor eu
possível e prestar atenção aos detalhes da vida (exercício de controlo).

5. Praticas da Psicologia Positiva que ajudam a amenizar a ansiedade


A Psicologia Positiva é um novo estilo de vida, aqui veremos algumas formas de
usar a Psicologia Positiva no dia-a-dia:
• Download mental: Em uma folha de papel e faça um download de tudo que você
tem que fazer numa lista. Coloque tudo, tanto as tarefas acadêmicas como as
pessoais. Quando terminar, fale mentalmente: “Cérebro, acabou o dia de
trabalho. Até amanhã”. Como nossa mente não está acostumada a isso, pode
acontecer uma negação, mas deve insistir.
• Técnica do Perdão: Em um caderno, escreva a palavra “perdão” e liste o que
deve ser perdoado.
• Técnica da Gratidão: Em um caderno, escreva a palavra “gratidão” e liste coisas
que merece sua gratidão. No começo esse exercicio pode te demanadar mais
tempo ou ser dificil, pois não estamos condicionados a olhar as coisas boas que
acontecem a nossa volta, mas com o tempo se tornará prezeroso.
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• Carta de gratidão: Pense em três pessoas que fizeram a diferença na sua vida,
não poupe palavras, o objetivo é que a gratidão circule, faça com que elas
saibam que você é grato a elas.
• Tecnica do Espelho: Pare na frente do espelho e tente entender quem é essa
pessoa para você, o que você sente em relação a ela, relacione e reflita o que ja
realizou. Essa tecnica é para dar uma dose extra de au toconfiaça e otimismo.
• Pratique o bom humor: Durante o dia sempre que for possível, dê um belo
sorriso, o objetivo é valorizar o que há de melhor na sua rotina e permitir que seu
humor seja leve.
• Seja gentil com um desconhecido: quando alguém pedir uma informação ou caso
tenha a oportunidade de ajudar alguém ajude, a gratidão que esse pessoa
sentirá vai fazer diferença.
• Aprecie os detalhes: na busca pela felicidade há quem foque no objetivo e
esquece a trajetória, busque perceber sua trajetória e enchergar o que ela te
oferece.
• Tenha pessoas positivas por perto: Pessoas positivas exalam otimismo e
positividade e isso é algo contagiante.

6. Conclusão
A Psicologia Positiva é a ciência que estuda o bem-estar subjetivo (busca real pela
felicidade). Tem como princípio o trabalho preventivo, com base nos seus princípios
– emoções positivas, traços de caráter positivos, relacionamentos positivos e
instituições positivas. Ela sustenta as seguintes ideias, o que é bom na vida é tão
genuíno quanto o que é ruim e o que é bom na vida não é simplesmente a ausên cia
do que é problemático.
A ansiedade é uma emoção normal no ser humano, é um sinal de alerta, que
adverte sobre perigos iminentes e que cumpre a função de mediar à interação do
individuo com o meio ambiente; portanto, é uma reação natural e necessária para
autopreservação.
O estado de ansiedade é caracterizado por não estar centrado no aqui e agora, que
é um dos pontos mais importante em que a Psicologia Positiva trás, através das
práticas de meditação, savoring e o mindfulness que é justamente a percepção de
aqui e agora, do viver a trajetória ou invés de só viver o objetivo.
Conforme estudado no presente artigo, concluísse que a Psicologia Positiva, vem
como um movimento bastante promissor, fazendo a diferença, quebrando
todos os paradigmas estudados na Psicologia Tradicional, pensar de forma positiva
em relação a vida é o caminho contrário do que somos ensinados a viver e do que
estamos contumados a ver. A Psicologia Positiva considera que as coisas
acontecem de acordo com as nossas percepções, se acreditar que algo é ruim,
aquilo de alguma forma vai te afetar negativamente, por isso ela trás a importancia
do positivo, de olhar o lado bom das situações, das pessoas, acredita tambem no
poder da palavra, por isso o autoconhecimento é um ponto tão importante da
Psicologia Positiva. Olhar para as doenças sem focar no negativo dela e procurar
sentimentos e atividades positivas que tiram desse estado é algo extraordinário.
Com o cenário atual em que vivemos, todos estão vulneraveis a passar por uma
crise de ansiedade ou acabar tendo algum tipo de transtorno de ansiedade e após o
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estudo da Psicilogia Positiva vemos que existem maneiras de viver uma vida mais
leve, através do propósito, do perdão, da gratidão, do conhecimento de quais são
suas forças de carater mais em evidêntes e com isso aumentar o autocenhecimento
para com isso evitar as crises de ansiedade.
A adoção de um estilo de vida saudável é altamente recomendado para prevenir e
reduzir a ansiedade, assim como a mudança de hábitos diários. Compreender que o
perfeccionismo traz mais desvantagens do que ganhos. Aprender a manejar as
variáveis incontroláveis em relação ao futuro.
Quanto mais positivas as pessoas se sentem, melhor conseguem lidar com a
adversidade.
Por fim, espera-se que o presente estudo possa contribuir para a ampliação do
conhecimento acerca da Psicologia Positiva como aliada a prevenção da ansiedade.

Referências

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savoring em adultos: Um estudo exploratório. Disponivel em :
https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/20731/1/ulfpie047460_tm.pdf. 2015

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16

SELIGMAN, Martin. Felicidade autêntica: usando a nova psicologia positiva


para a realização permanente. Rio de Janeiro: Objetiva 2004

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https://super.abril.com.br/saude/uma-breve-historia-da-ansiedade/. 2017

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Um Estudo de Caso. Psicologia Ciência e Profissão.

STAMATEAS, Bernardo. Emoções Tóxicas. Thomas Nelson Brasil. 2010

TRENTIM, Mario. Resumo do livro: Flow de Mihaly Csikszentmihalyi. Disponivel:


https://gestaoeprodutividade.com.br/flow-de-mihaly-csikszentmihalyi/ . 2017

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