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Psicoeducação

Pert. do Pânico
O que acontece?
Na perturbação do pánico há uma recorrência de síntomas intensos de ansiedade, que geram
bastante medo e desconforto à pessoa, pois podem acontecer repentinamente sem importar o local ou
situação. Quando sensações corporais intensas como falta de ar, aceleração dos batimentos cardiacos,
sensações de calor/frio, sufocamento, tonturas, suor, nauseas, dores no peito ocorrem, damos o nome de
Ataques de Panico (AP), e costumam suscitar medo: medo de morrer, ter ataque cardiaco, enlouquecer,…
Quais são as consequencias?
Estas preocupações causam prejuizos e limitações na vida do individuo, pois estes começam a evitar
lugares e situações que associam às sensações, ou acabam por só se sentir seguros acompanhados por
alguém. O medo e a consequente evitação acabam por atrapalhar a rotina: os evitamentos causam
retsrições ocupacionais, familiares e sociais e, consequentemente, prejuízos no bem-estar e na qualidade
de vida do individuo.
O que é que o individuo deve aprender sobre o assunto? (Inicio da Psicoeducação)
Todas as sensações que o sujeito experiencia no seu corpo, apesar de serem muito desconfortaveis,
não chegam a ser perigosas. Estas sensações do AP fazem parte de um sistema de defesa primordial do
nosso organismo que é acionado em momentos de ‘perigo’, cuja função é alertar o individuo e o proteger
das adversidades. No entanto, tal como tudo, tambem este sistema pode ficar “desregulado” e ativar sem
uma verdadeira necessidade (i.e. AP) e por conseguinte, trazer este desconforto tão grande. Ou seja, é um
falso alarme, que acaba por ativar na mesma o corpo todo e trás muito desconforto.

A ansiedade tem uma função adaptativa na história evolutiva


da humanidade. Assim como os nossos ancestrais precisavam de
sentir-se ansiosos para avaliar e lidar com determinados perigos
(p.e: predadores), nós também precisamos. O que acontece é que
algumas pessoas têm uma maior sensibilidade à ansiedade e isso
pode resultar numa interpretação distorcida das respostas
fisicas normais frente à perceção de um stressor!
Psicoeduc.(cont)
Como é que os próprios pensamentos influenciam a perturbação do pánico?
Atualmente sabemos que a maneira como pensamos sobre uma situação influencia diretamente os
nossos sentimentos, comportamentos e reações fisiológicas. Tendemos a considerar cada pensamento como
uma verdade absoluta, no entanto, há momentos em que nos enganamos a fazer as avaliações dos
acontecimentos. Se a interpretação da situação for irrealista ou inadequada, teremos reações emocionais,
comportamentais e fisiológicas coerentes com essa interpretação. Assim, acabamos por sofrer sem ter uma
verdadeira necessidade, pois a forma como avaliamos as sensações corporais adjacentes vai influecniar o
nivel de desconforto que se sente.
Cria-se um ciclo vicioso: Se o inidividuo estiver perante uma situação que o deixe desconfortável, e
começar a pensar nos piores cenérios perante o desconforto, vai interpretar a situação como mais perigosa
e vai-se sentir mais vulnerável do que necessário, aumentando assim ainda mais a ansiedade e por
consequencia, intensificar as sensações temidas. Ao fazer isso, toma a intensificação como uma prova de
que realmente está a correr um risco, acabando por confirmar o perigo percebido de forma equivocada.

Psicoeduc.(cont)
Como se mantem a perturbação?
Como foi dito anteriormente, existe um ciclo vicioso que leva a pessoa a acreditar que não vai
conseguir suportar novas experiências de ansiedade, que precisa de outras pessoas consigo ou de
comportamentos de segurança para ficar bem, dando uma atenção mais extrema a qualquer modificação
fisiológica. Tudo isto favorece a ocorrencia de mais pensamentos catastróficos e o aumento/manutenção da
intensidade dos síntomas. Com a repetição dos AP, surge a ansiedade antecipatória e o medo das
consequencias dos novos ataques, o que leva aos evitamentos. Obviamente, os evitamentos geram a
impressão de maior controlo sobre as sensações, infelizmente só resultam a curto prazo, pois a longo prazo
promovem a manutenção do problema.
Assim, os aspetos que parecem manter a perturbação do pánico são:
 Interpretação de perigo → sensação de ansiedade
 Evitamento → reforço negativo
 Ansiedade antecipatoria → incapacidade de sequer
chegar à situação

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