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MATERIAL PSICOEDUCATIVO

DO PACIENTE

ANSIEDADE

Ansiedade! Todos conhecemos este sentimento. Não há uma só


pessoa que nunca tenha experimentado algum grau de ansiedade.
Contudo, poderá ser menos conhecido algumas das suas sensações
corporais, tais como tonturas, visão desfocada, formigamento ou
dormências, músculos tensos e quase paralisados e sensação de falta
de ar que podem levar até a sensações de falta de ar ou sufocar.

Quando estas sensações ocorrem e as pessoas não entendem a razão


por que surgem, a ansiedade pode aumentar até níveis de pânico
(ansiedade extrema). Ansiedade é a reação ao perigo ou à ameaça.
Todos os seus efeitos estão diretamente voltados para lidar com o
perigo. Assim, o objetivo número um da ansiedade é o de proteger o
organismo garantindo a sobrevivência da espécie.

É vital esta reação automática para que, quando confrontados com


um perigo, sejamos capazes de uma ação de proteção imediata. Por
exemplo, imagine que está atravessando a rua quando de repente um
carro, vem a toda a velocidade, na sua direção buzinando
ruidosamente. Se você não experimentasse absolutamente nenhuma
ansiedade, provavelmente seria atropelado. Porém, com certeza, a
sua reação será de sair rapidamente do caminho para ficar em
segurança.

Como as sensações físicas estão ligadas à sua resposta protetora de


ansiedade, neste exemplo, o coração tem de bater mais rápido e a
respiração acelerar para os órgãos terem o aporte sanguíneo
necessário para a fuga. As extremidades ficam frias e suadas por
causa da liberação dos hormônios de stress, que têm como objetivo
ativar o organismo e prepará-lo para uma rápida reação.
Fundamentalmente - a função da ansiedade é proteger o organismo,
não o prejudicar! Em suma, a função primordial da ansiedade é a de
proteger o organismo.

@psi.marianeabreu
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ANSIEDADE

No caso da ansiedade, o problema não está em se sentir ansioso,


como pode parecer à primeira vista.

O problema é quando há dificuldade de reconhecer a ansiedade,


aceitá-la, tirar proveito dela quando possível e, também, continuar
a funcionar apesar dela. Por exemplo, sentir ansiedade quando a
data de uma importante prova se aproxima pode ajudar o indivíduo a
se organizar e estudar para o exame. Assim como se tornar ansioso
por estar sozinho numa rua deserta durante a madrugada pode fazê-
lo ficar mais atento e andar mais rápido.

A ansiedade começa a se tornar disfuncional quando o indivíduo


passa a subestimar a sua capacidade de enfrentamento e segurança,
e a supervalorizar a probabilidade e gravidade da possível ameaça
ocorrer, levando-o, frequentemente, à evitação de certas situações.

Um aluno com ansiedade, por exemplo, ao saber que terá uma prova
importante no final do semestre, provavelmente terá pensamentos
de conteúdo ameaçador: “Estou encrencado. Não conseguirei ir bem
e talvez seja melhor desistir desde já”.

Nesse caso, o modo de ameaça é ativado, ainda que na observação


direta não haja perigo real. Ele subestima a sua capacidade de se
preparar para a avaliação e se mantém preocupado por todo o
período, não conseguindo agir de forma produtiva.

Isto é, o estudante mostra-se hipersensível aos estímulos externos e


cria falsos alarmes, o que pode prejudicá-lo acadêmica e
socialmente.

@psi.marianeabreu
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SINTOMAS DA ANSIEDADE

Quando você se sente muito ansiosa, você é afetada de forma física,


emocional, comportamental e é claro cognitiva, talvez você não
esteja consciente disso no momentos em que está ansiosa, mas no
estado de ansiedade seu modo de pensar, sentir e se comportar é
diferente do que quando você não está ansiosa.

Eis aqui alguns efeitos da ansiedade:

Sintomas físicos

Frequência cardíaca aumentada, palpitações


Falta de ar, respiração rápida
Dor ou pressão no peito       
Sensação de asfixia        
Vertigem, tontura
Sudorese, calores, calafrios       
Náusea, estômago embrulhado, diarreia       
Tremores, estremecimento       
Formigamento ou dormência n os braços, pernas       
Fraqueza, desequilíbrio, sensação de desmaio        
Tensão muscular, rigidez       
Boca seca

Sintomas cognitivos
      
Medo de perder o controle, de ser incapaz de
enfrentar       
Medo de dano físico ou de morte       
Medo de “enlouquecer”       
Medo de avaliação negativa dos outros       
Pensamentos, imagens ou lembranças assustadoras       
Percepções de irrealidade ou alheamento      

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SINTOMAS DA ANSIEDADE

Sintomas cognitivos
        
Baixa concentração, confusão, distratibilidade       
Estreitamento da atenção, hiper vigilância para perigo
Memória fraca       
Dificuldade de raciocínio, perda de objetividade

Sintomas comportamentais
              
Evitação de sinais s ou situações de ameaça
Fuga, escape
Busca de segurança, reasseguramento
Desassossego, agitação, andar nervosamente de um lado para o
outro
Hiperventilação
Paralisia, imobilidade
Dificuldade para falar

Sintomas emocionais
        
Sentir-se nervoso, tenso, irritado
Sentir-se assustado, temeroso, aterrorizado
Apreensivo, alvoroçado
Ser impaciente, frustrado.

@psi.marianeabreu
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COMO MEUS PENSAMENTOS


INFLUENCIAM NA ANSIEDADE?

A forma de você pensa afeta o modo ou a maneira como você se


sente. Muitas vezes a experiência intensa e incontrolável da
ansiedade faz com que o indivíduo não seja capaz de reconhecer que
os pensamentos ajudam a manter as emoções (Clark & Beck, 2012).
Todavia, é importante entendermos que nossos pensamentos têm
uma função mediadora entre uma situação e nossos sentimentos.

Os indivíduos geralmente supõem que são as situações, e não as suas


interpretações, que geram ansiedade. Por exemplo, uma mulher vai
ao médico, que lhe solicita um exame de mamografia. Diante disso,
ela vai para casa pensando que está passando uma fase muito difícil,
o que a faz se sentir ansiosa, e conclui que o médico descobriu
alguma alteração grave no seu corpo e não quis comunicar. Ela crê
que o exame gera ansiedade.

E possível que, quando questionada sobre o que está passando em


sua cabeça, afirme que acredita que o exame irá constatar o pior e
não há nada que ela possa fazer. O que talvez ela não saiba é que não
é o pedido médico, mas sim o que ela pensa sobre a solicitação que
causa ansiedade e medo.

Na verdade, um pensamento relacionado à ameaça ou algum tipo de


dano gera reações emocionais, fisiológicas e comportamentais
de ansiedade

@psi.marianeabreu
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COMO MEUS PENSAMENTOS


INFLUENCIAM NA ANSIEDADE?

Exemplo:

Situação Pensamentos Sentimentos

Comportamentos

A situação desencadeia um pensamentos, que desencadeia um


sentimento e posteriormente um comportamento. 

Pensa comigo, será que na mesma situação as pessoas podem pensar


de forma diferente? Ou será que há apenas um modo de se pensar em
uma situação? Certamente existem diversas maneiras de pensar e,
consequentemente, de sentir e agir.

Na próxima página você irá ver como as pessoas podem reagir de


diferente maneira a uma mesma situação, e que o pensamentos tem
grande influência como você se sente e reage.

@psi.marianeabreu
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Pense nessa situação, e analise como você reagiria.

Situação

Realizar uma apresentação (na escola ou no trabalho)

Pensamento (pessoa 1) Pensamento (pessoa 2) Pensamento (pessoa 3)

E se eu gaguejar? Não Que bom que foi Ah, tudo bem! Já estou

estou preparada? Todo escolhida para acostumada com essa

mundo vai apresentar! Vou me situação! Vou arrasar!

rir de mim... dedicar, vou conseguir...

Reação emocional Reação emocional Reação emocional

Ansiosa, angustia, Confiante Tranquilidade

preocupação

Reação física Reação física Reação física

Coração acelerado,
Calma Nenhuma
sudorese, tensão...

Reação Reação Reação

comportamental comportamental comportamental

Desistir de fazer a Se preparar para Apenas aguardar a

apresentação apresentação apresentação

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COMO MEUS PENSAMENTOS


INFLUENCIAM NA ANSIEDADE?

É possível que uma pessoa que se preocupa com um apresentação


pense: “Estar preocupada me prepara para o pior” ou “a
preocupação me motiva a me preparar” ou até mesmo “a
preocupação vai me ajudar a encontrar uma solução para o meu
problema”. Pensamentos com significados positivos sobre manter-
se preocupada ajudam a pessoa a manter um círculo vicioso de
pensamentos negativos e sensações de ansiedade e an gústia. Isto é,
essas formas de pensar acabam servindo como justificativa para
manter-se preocupado, e são comumente vistas em pessoas com
ansiedade.

Os indivíduos com ansiedade também costumam ter dificuldade em


tolerar incertezas e, com isso, pensam que devem controlar ao
máximo as situações, que os fazem buscar por segurança grande
parte do tempo. Muitas vezes, por não se sentirem totalmente
seguros, esses indivíduos deixam de agir em situações importantes
da vida. Nós sabemos que não temos como prever vou controlar o
que ainda não aconteceu, e a busca incessante e infrutífera por
certezas absolutas relacionadas ao futuro acaba por gerar mais
angústia e ansiedade, o que leva a comportamentos de evitação em
situações nas quais o esperado seria agir, mesmo sem total garantia
do resultado.

Ainda no exemplo da apresentação, o resultado incerto do


apresentação, somado ao fato de a pessoa pensar que é importante
estar preparada para o pior, faz com que ela comece a sofrer
antecipadamente por uma respos ta negativa que ela não tem (e pode
nunca vir a ter).

@psi.marianeabreu

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