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Qual a origem da ansiedade?

A primeira é que a ansiedade poderia ter uma origem genética, ou seja, a pessoa herda
de seus ancestrais uma pré-disposição para ter estes sintomas. Nestes casos, as
manifestações podem ser bastante precoces, sendo a pessoa desde cedo uma criança
agitada, às vezes hiperativa, que chora com facilidade e às vezes até com dificuldade de
dormir. A ansiedade precoce também pode se manifestar através da avidez de mamar e
numa postura mais teimosa e possessiva ainda como criança. A segunda é uma infância
carente e problemática, na qual as dificuldades dos pais, mas principalmente da mãe, de
passar afeto e suprir as carências afetivas da criança fazem com que ela se sinta insegura
e exposta e agrave e condicione um sentimento de que coisas ruins e sensações
negativas podem acontecer a qualquer momento. A terceira é a dificuldade de
incorporar fatos e intercorrências novas ou desconhecidas. O velho ou conhecido
sempre traz a sensação de segurança e controle. O novo, por sua vez, tem a capacidade
de potencializar a sensação de medo no sentido de que algo ruim ou perigoso pode vir a
acontecer. É mais ou menos assim: “Tudo que vem de mim é seguro e tudo que vem de
fora e não está sob controle é perigoso”. É a clássica postura do pessimista, como aquele
personagem dos desenhos antigos de TV, a hiena Hardy, amiga do leão Lippy, que
sempre dizia “Oh céus, oh vida, oh azar, não vai dar certo!”

Traumas de infância, grandes sustos, perdas afetivas ou mesmo materiais também


podem desencadear quadros ansiosos importantes, mas não chegariam a ser causas
específicas. A tentativa de se livrar deste mundo de sensações e sentimentos, que tenha
características desequilibradas, desajustadas, são causadoras dos seguintes transtornos:

 Transtorno Obsessivo Compulsivo


 Transtorno Ansioso
 Transtorno Hipocondríaco
 Transtorno Histérico
 Transtorno Fóbico



Como diminuir a ansiedade ;

Primeiro é preciso entender que a ansiedade é um fato normal quando não é exagerada.

 A ansiedade corresponde à excitação do neurônio e a sua necessidade de


descarregá-la. Ela, normalmente, é desencadeada quando a pessoa entra em
contato com situações novas e desconhecidas ou quando a situação contém alto
valor afetivo.
 Para poder combatê-la, o primeiro passo é identificá-la. O corpo fica tenso,
existe uma necessidade de se movimentar fisicamente (mexer pés ou mãos e
inquietação em geral), a respiração está mais acelerada e o pensamento fica
agitado (muitas ideias passam pela cabeça de forma acelerada). Algumas vezes a
cabeça fica confusa e não se sabe direito o que se quer.
 Uma vez identificado este estado deve-se focar na respiração. A frequência
respiratória precisa ser diminuída. Deve se inspirar lentamente e encher o
pulmão em mais ou menos 75%. Em seguida deve-se expirar e tirar todo o ar do
pulmão, com a ajuda do diafragma, também de forma lenta.
 Como tratar a ansiedade

 A respiração tem a capacidade de controlar o corpo e a mente. Este tipo de
exercício deve ser feito por pelo menos 10 minutos e deve-se tentar manter a
cabeça vazia.
 Os pensamentos precisam sair da mente junto com o ar expirado
 Os Yogues já sabem destas coisas há mais de 3000 anos. A ansiedade é
desencadeada por preocupações. Uma incerteza que desperta o nosso
pessimismo, e a sensação de algo muito ruim vai acontecer.
 E que é preciso fazer algo para evitar o pior.
 Atingir as nossas metas e objetivos.
 Esta é a hora de parar, quanto maior a nossa pressa para atingir o objetivo, maior
a ansiedade. Não se pode ter pressa para atingir objetivo. É como dizem os
ditados populares: “o apressado come cru”, “devagar se vai ao longe”
 É lógico que não devemos abrir mão de nossos objetivos, mas é preciso que eles
sejam atingidos quando possível e necessário no plano do real, e não na cabeça.
O que nos protege é a nossa ação, e não as nossas ideias; portanto, as ideias
servem para nos orientar, e não para nos acelerar.
 Esvazie a cabeça quando estiver ansioso e confie que, de forma lenta, você
chegará num ponto de proteção, abra mão mentalmente de sua meta e objetivo
por um tempo. Só até recuperar o equilíbrio.
 “Mente acelerada é mente desequilibrada” (Isaac Efraim).
 Se depois de cuidar da respiração e de esvaziar a cabeça você não melhorar, vá
para os remédios, talvez eles te ajudem mais.
 Existem três tipos de remédios que podem ajudar a controlar e diminuir a
ansiedade. Vou tentar falar de cada um deles de forma simples e acessível.
Todos eles só podem ser vendidos sob prescrição médica, exigem receita azul,
têm tarja preta, e podem até causar dependência. Por isso todo o cuidado é
pouco.
 O primeiro tipo são os chamados ansiolíticos (dissolução da ansiedade) ou
tranquilizantes. São substâncias que anestesiam parcialmente a sensibilidade
neuronal, diminuindo a capacidade de excitação emocional. Em altas doses, são
usados como pré-anestésicos. Também podem ser usados para induzir o sono.
Servem para combater o sintoma ansiedade, mas não mexem na sua origem.
Funcionam como a Novalgina para combater a febre: diminuem o sintoma, mas
não resolvem o problema. São muito úteis quando a ansiedade está muito alta ou
descontrolada, ou quando provocam insônia. Têm a desvantagem de que podem
causar pequena dependência física, importante dependência emocional, e o uso
prolongado pode causar tolerância. Os principais efeitos colaterais são:
sonolência, cansaço e fraqueza. Se você acha que este tipo de remédio pode te
ajudar, você deve procurar um psiquiatra. Ele é o profissional correto para lhe
prescrever este tipo de medicação. Clínicos gerais também podem prescrever em
casos de emergência. O melhor exemplo deste tipo de medicação é o Diazepan
(nome genérico).
 O segundo tipo de medicação para combater a ansiedade são alguns tipos de
antidepressivos. Este tipo de medicação tem dois efeitos sobre a mente humana:
por uma ação sobre os neurotransmissores cerebrais, ele aumenta o nível de
energia psíquica, faz a pessoa se sentir mais forte, diminui a quantidade de
preocupações e de medo, aumenta a percepção e a clareza que a pessoa tem,
fazendo-a sentir-se mais segura e, portanto, menos ansiosa. Esse efeito das
medicações antidepressivas é fascinante e, se for acompanhado de uma boa
psicoterapia, não só permite que a pessoa diminua significativamente sua
ansiedade, como também se torne uma pessoa mais produtiva e bem resolvida. O
segundo efeito é uma ação mais direta sobre a ansiedade propriamente dita. Não
causam dependência física e pouca tolerância. Podem causar alguma
dependência emocional. Só podem ser vendidos sob prescrição médica, e é
preciso ter o chamado receituário especial. Infelizmente, não têm efeito
imediato, e demoram de de duas a três semanas para fazer efeito. Devem ser
tomadas por um período mínimo de 4 meses. Têm alguns efeitos colaterais,
principalmente nos 10 primeiros dias. O efeito colateral mais chato é uma
pequena diminuição da libido e o retardo da ejaculação. Bons exemplos deste
tipo de medicação são: Cloridrato de Sertralina, de Fluoxetina e a desipramina
(nomes genéricos).
 O terceiro tipo de medicação são os chamados tranquilizantes maiores ou anti
psicóticos, que devem ser prescritos em casos mais graves, onde a ansiedade
atinge picos altíssimos e estão associados a doenças mentais mais graves, com
alteração do pensamento e até da sensopercepção, ou por estados desencadeados
por drogas alucinógenas

Como acompreender A ansiedade;

. O nosso sistema nervoso central e a nossa mente necessitam de uma situação de


conforto e de segurança para usufruir da sensação de repouso e de bem estar. Quando a
nossa percepção nos alerta para uma situação de perigo a este estado, acontece o
estado ansioso. Evolutivamente, faz muito pouco tempo que saímos dos tempos da
caverna, onde os perigos de vida e a necessidade de luta eram constantes.

A excitação do sistema nervoso central vinha como uma forma de estimular o nosso
corpo para a luta ou para a fuga.O que interpretamos como perigo hoje transcende, e
muito, o perigo de vida biológico. Perda de status, de conforto, de poder econômico, de
afetos, amizades, de privilégios, vantagens, de possibilidade de concretizar interesses,
de vaidade, são fatores mais do que suficientes em muitos casos para disparar o estado
ansioso. Em estados de desequilíbrio emocional o simples contato com o novo, com
situações inesperadas e desconhecidas são o suficiente para disparar estados ansiosos.

A principal característica psíquica do estado ansioso é uma excitação, uma aceleração


do pensamento, como se estivéssemos elaborando, planejando uma maneira de nos
livrar do perigo e da maneira mais rápida possível.

Este movimento mental, na maioria das vezes, acaba causando uma certa confusão, uma
ineficiência da ação, um aumento da sensação de perigo e de incapacidade de se livrar
dele, o que configura um círculo vicioso, pois esta sensação só faz aumentar ainda mais
o estado ansioso. “Mente acelerada é mente desequilibrada”. Este movimento impulsivo
de a mente se acelerar, de precisar ter tudo sob controle, para poder usufruir da sensação
de repouso e conforto faz com que ela se excite, e se o problema não tiver uma solução
mental imediata, como o que acontece na maioria dos casos, teremos a chamada
ansiedade patológica, que tende a se cronificar e piorar com os anos.

Emoções em Exagero: Nervosismo, Tensão e Ansiedade Podem ser Responsáveis por


Doenças Psicossomáticas
Conhecidas há mais de um século, as doenças psicossomáticas podem influir na saúde
do corpo de maneira intensa. O mecanismo que faz surgir a doença é aparentemente
simples: o cérebro possui uma região chamada hipotálamo, diretamente ligada a uma
glândula - a hipófise.

Essa glândula, localizada bem embaixo do cérebro, produz hormônios que praticamente
controlam todas as funções do organismo.

Como o hipotálamo é uma espécie de antena captadora das emoções e sentimentos mais
intensos, essas emoções acabam alterando o funcionamento do hipotálamo e sua relação
com a hipófise. O resultado é quase sempre catastrófico: doenças respiratórias, de pele,
circulatórias e gastrointestinais causadas ou agravadas pela tensão nervosa.

O processo é particularmente grave nos adolescentes. Eles desenvolvem desde uma


simples acne até casos de câncer, fazendo chegar ao organismo alterações emocionais
provocadas por conflitos familiares. O problema tende a se agravar com o tempo. É
necessário o atendimento psicológico para que a pessoa reconheça e compreenda que a
origem de suas dificuldades está nos distúrbios emocionais.

Cefaléia

Entre os vários sintomas causados ou agravados por distúrbios psicológicos está a


cefaléia. A causa principal é uma contração crônica da musculatura facial e cervical
posterior.

Gastrites e Úlceras

Tanto a gastrite quanto a úlcera do duodeno são doenças profundamente ligadas ao


estado emocional da pessoa. Uma das causas do distúrbio é uma elevação da quantidade
de ácido clorídrico produzido pelo estômago, que passa a corroer a parede do próprio
órgão. Os sintomas são dor de estômago, azia, enjôo e sensação de peso na barriga.

Asma e Bronquite

A dificuldade respiratória que um asmático sente provém de um estreitamento do


calibre dos brônquios, o que impede a passagem do ar para os pulmões. A doença evolui
através de crises e quase é causada por fatores hereditários e alérgicos. O estresse
agrava o quadro.
Dermatite Seborréica, Acne e Eczemas

É difícil acreditar mas a caspa e a acne estão também relacionadas com a tensão
nervosa. Tanto uma como a outra são manifestações que fazem as glândulas da pele
produzirem secreção oleosa em excesso. Os eczemas que provocam vermelhidão e
descamação da pele, pioram muito quando a pessoa está angustiada ou ansiosa. Muitos
médicos acreditam que o estresse seja uma das principais causas do eczema.

Tensão Pré-Menstrual e Cólicas

A síndrome pré-menstrual ocorre no período de três até catorze dias antes da


menstruação. Essa fase corresponde à elevação de hormônios femininos na circulação.
Um dos sintomas mais característicos da tensão pré-menstrual é a retenção de líquidos
que dá origem a um grande mal-estar, cansaço, dores no seio e náuseas. Muitas vezes o
problema é acompanhado de depressão e de nervosismo intensos.

Para muitos estudiosos estes problemas estão ligados a fatores psicossexuais, além é
claro, das alterações hormonais.

Hipertensão Arterial

Esta pode ser a doença que mais sujeita as alterações por interferência de fatores
emocionais. A hipertensão pode ter causas desconhecidas ou origina-se de doenças dos
rins ou do coração. Este é um mal que atinge mais de 15% da população brasileira. O
perigo é o não reconhecimento do mal pois seus sintomas podem ser confundidos com
os de outras doenças.

São geralmente a dor de cabeça, tontura, zumbidos nos ouvidos, cansaço e fraqueza. Se
você se encaixa neste perfil, vive mais que intensamente as emoções, e abala por muito
pouco – procure a orientação de um médico.

Quando a doença vem da emoção. A somatização tem de ser tratada,


pois pode enfraquecer as defesas do organismo.
Basta passar por uma situação muito difícil, estressante ou problemática que o corpo
fica diferente: a cabeça dói, o resfriado aparece, a digestão se complica, a respiração
fica difícil ou a pele se enche de alergias. O fato não é uma simples coincidência, mas
um processo chamado pela medicina de somatização, ou seja, a transferência para o
corpo do que deveria ser vivido e suportado apenas na mente.
Segundo os profissionais que trabalham com a medicina psicossomática, todas as
pessoas acabam provocando mudanças no corpo ao enfrentar determinadas situações
emocionais, principalmente as que produzem stress e ansiedade. O que muda é a
intensidade e a freqüência com que isso acontece - de eventos ocasionais a transtornos
repetitivos, que acabam se tornando crônicos.

Desse modo, cada vez que uma pessoa não consegue suportar no plano psíquico uma
situação, ela acaba produzindo ou agravando sintomas e doenças que se manifestam no
corpo. Palpitações, gastrite e dores de cabeça estão entre os sintomas mais comuns, mas
a somatização pode deixar o organismo com menos defesas para doenças sérias, como
câncer, além de prejudicar a recuperação de uma cirurgia, por exemplo.

"O stress e a ansiedade são os principais fatores que acabam por influenciar no
aparecimento, na manutenção ou repetição de uma doença física, porque eles alteram o
funcionamento de vários sistemas do nosso organismo", explica o psiquiatra Carlos
Andrade, diretor-científico do Comitê de Medicina Psicossomática da Associação
Paulista de Medicina.

No entanto, é possível controlar e até mesmo evitar que isso aconteça. Mas a receita,
que não é fácil e muito menos rápida, inclui o autoconhecimento, a descoberta de
válvulas de escape e uma mudança na maneira de encarar os problemas e reagir a eles,
de preferência com acompanhamento de um psicoterapeuta.

SINAIS CEREBRAIS

Apesar de mudar de pessoa para pessoa, a somatização é explicada cientificamente.


Raiva, paixão, tristeza, medo e uma série de emoções causam alterações no organismo,
liberando ou inibindo a produção de substâncias, como adrenalina, cortisol e serotonina.

Quando a pessoa fica durante muito tempo submetida a uma situação diferente, ela
desencadeia mudanças no sistema nervoso autônomo, responsável pelos batimentos
cardíacos, pela temperatura corporal, pela digestão, pela respiração e pela sexualidade.
Além disso, provoca mudanças no sistema endocrinológico, que produz uma série de
hormônios, e no sistema imunológico, responsável pela defesa do organismo.

Desse modo, a bagunça no corpo começa e os sintomas aparecerem - o local escolhido


depende da herança genética e racial de cada pessoa. "O indivíduo tende a somatizar nas
áreas do corpo que já estão mais fragilizadas ou já tiveram um problema no passado.
Depende das reações e da composição física de cada pessoa", afirma Andrade.

Mesmo assim, os médicos afirmam que existe um perfil geral do somatizador: pessoas
extremamente ligadas ao mundo real, que dão pouco espaço para elaborações psíquicas
e em cuja vida não há muito espaço para fantasias e imaginação. Sendo assim, acabam
tendo pouco contato e tempo para suas questões psicológicas.

"Como não conseguem eliminar as tensões de uma forma natural, aparecem essas
válvulas artificiais e as pessoas desenvolvem doenças físicas que têm certamente origem
emocional. A gastrite, por exemplo, pode ser uma patologia do aparelho digestivo que
se desenvolve à medida que aumentam o stress e o desgaste do paciente", diz o
psiquiatra Leonard Verea, especialista em psicossomática.

Em algumas pessoas, o problema se acentua e aparece de uma outra maneira. Ou seja, a


pessoa sente sintomas de várias doenças, é examinada pelos médicos, faz exames, mas
não encontra nada no corpo que explique o que sente. Nesse caso, não há doença física
com o problema emocional. É o transtorno de somatização, estudado pela psiquiatria.

"O paciente sente sintomas no corpo sem que haja uma causa física que explique aquilo.
E ele sofre porque não encontra uma causa. Geralmente, são pessoas que recusam fazer
um acompanhamento psicológico", explica o psiquiatra José Atílio Bombana, do
Programa de Atendimento e Estudos de Somatização da Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp).

TRATAMENTO

Há cerca de dois anos, ao passar por problemas familiares, a estudante de administração


hoteleira Júlia Moraes Ramos, de 22 anos, começou a sentir dores do estômago e a
vomitar constantemente. Foi ao médico e teve o diagnóstico: gastrite. "Ele me receitou
remédios e um calmante natural, para eu tomar quando ficasse muito nervosa. Era muito
rápido. Eu ficava nervosa, preocupada e uma hora depois começa a doer meu estômago,
apareciam aftas na minha boca, eu chorava", conta.

Logo depois, e seguindo a recomendação do médico, Júlia procurou uma terapeuta. "Ela
falou para mim que quando tenho um problema que não consigo digerir acabo atacando
o meu estômago. Depois da terapia melhorei bastante, aprendi a não ficar fazendo mal
para mim, tento me entender e me controlar", diz.

A estudante seguiu o caminho mais recomendado pelos médicos. Segundo eles, apenas
tomar remédios para aliviar os sintomas ou curar a doença não são suficientes. Sem
mexer na origem do problema, a somatização continuará. "A pessoa precisa ter a
humildade de se olhar no espelho e dizer: eu preciso mudar. E ter a coragem para
mudar. Senão ficará se repetindo para sempre", observa o psiquiatra Verea.

"A mudança acontece quando consigo conhecer minha capacidade, incapacidade,


bondade e maldade. Aí a pessoa pode discernir o que sente, o que é dela e o que está
absorvendo do ambiente em que está", diz a psicóloga Maria Rosa Spinelli, da
Associação Brasileira de Medicina Psicossomática.
as que decorrem ainda é um pouco estranho, para muitas pessoas, aceitar que as
doenças e as emoções podem de alguma forma estar ligadas. Aceitar que uma doença
possa ser causada por distúrbios emocionais faz cada vez mais sentido e tem-se
verificado que a mudança desses padrões emocionais, atenuam a doença e podem
mesmo abolir a doença se esses padrões emocionais desequilibrados deixarem de
existir. Óbvio que à degenerações podem depois ter difícil retrocesso, no entanto são
conhecidos casos de sucesso.
Quando a boca cala…. o corpo fala!! AMAR pode CURAR

 O resfriado escorre quando o corpo não chora.


 A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
 O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
 O diabetes invade quando a solidão dói.
 O corpo engorda quando a insatisfação aperta.
 A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.
 O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.
 A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
 As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
 O peito aperta quando o orgulho escraviza.
 A pressão sobe quando o medo aprisiona.
 As neuroses paralisam quando a criança interna tiraniza.
 A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.
As Doenças, as emoções e a genética
É muito comum ouvirmos falar em doenças herdadas genéticamente, o certo é que
quando estamos no ventre materno estamos já expostos aos padrões emocionais vividos
no ambiente familiar. Estes padrões emocionais vão ser parte integrante também da
educação da criança e mais tarde manifestar-se fisicamente se não forem transformados
em potencialidades e sabedoria.
Padrões emocionais e crenças negativas – causam doenças
As mudanças de padrões emocionais passam pela mudança das crenças e padrões de
pensamento que alimentamos desde que existimos. Através da mudança de pensamentos
é possível curar doenças e as emoções.
Mostramos a seguir algumas doenças e os padrões e crenças negativas que os sustentam
e as respectivas afirmações positivas que devemos dizer para mudar os padrões e
crenças e assim libertar-nos das doenças e emoções negativas (Poder das afirmações
positivas)
Acidentes – Rebelião contra autoridade. Crença em violência, raiva.
Afirmação positiva – Paz e segurança. Eu amo e aceito tudo na vida como uma fonte de
sabedoria.
Acne – Não se aceitar; desamor de si.
Afirmação positiva – Eu amo-me e  aceito-me tal como sou. Eu sou maravilhoso e
amado por todos (causas emocionais das doenças)
Adenóides – Atritos familiares, discussões. Criança se sente mal querida.
Afirmação positiva – A criança é querida e bem-vinda.
Alcoolismo – Sentimentos de futilidade, inadequação, culpa e auto-rejeição.
Afirmação positiva – Eu relaxo e liberto o passado. Eu tenho valor, amo-me e aceito-me
tal como sou agora.
Alergias – A quem você é alérgico? Falso ego e sensibilidade.
Afirmações positivas – Eu estou em Paz. O mundo é seguro e amigo.
Amigdalite – Emoções reprimidas e medo; raiva reprimida.
Afirmação positiva – Nada impede o bom em mim. Eu permito a liberdade de
expressão, das idéias divinas, que fluem e ganham significado em mim.
Anemia – Falta de prazer; desinteresse da vida (causas emocionais das doenças)
Afirmação positiva – Meu mundo é cheio de alegria e estou interessado em tudo.
Apendicite – Medo da vida; bloqueio do fluxo das sensações.
Afirmação positiva – Alegria; eu relaxo e deixo minhas sensações fluírem.
Arteriosclerose – Resistência; tensão; abertura mental estreita.
Eu estou completamente aberto para a vida e a alegria. A vida é boa.
Artrite – Amargura, ressentimento, crítica, sentimentos de desamor.
Afirmação positiva – Amor e perdão. Eu deixo os outros serem eles mesmo. Eu sou
livre.
Asma – Super sensibilidade; amor sufocado; supressão do choro, sentimentos
sufocados.
Afirmação positiva – Eu sou livre. Eu me encarrego da minha própria vida. Eu posso
expressar meus sentimentos como eles são.
Ataques, golpes, congestão – Rejeição da vida; auto-violência, resistência extrema
(causas emocionais das doenças)
Afirmação positiva – Eu aceito a vida passada, presente e futura. Vida e alegria.
Bexiga (problemas) – Ansiedade; resistência contra novas idéias.
Afirmação positiva – Eu abandono o passado, despreocupo me do futuro. Eu aceito o
que é novo, agora.
Boca (problemas) – Incapacidade de engolir idéias; fixação de opiniões e mente
fechada.
Afirmação positiva – Eu dou boas-vindas a idéias e conceitos novos.
Bronquite – Ambiente familiar inflamado.
Afirmação positiva – Paz. Ninguém consegue irritar-me.
Bursite – Raiva reprimida, vontade de bater em alguém.
Afirmação positiva – Eu relaxo a raiva de maneira que ela não cause mal. O amor
relaxa.
Câimbras – Tensão; segurar-se; oprimir-se.
Afirmação positiva – Eu relaxo e deixo a vida fluir.
Cancro – Profundos segredos ou aflições corroendo o Eu; retenção longa dos
ressentimentos;ferimentos profundos.
Afirmação positiva – Não existem segredos. Eu deixo que o passado se vá. Meu
presente é preenchido com alegria.
Catarata – Futuro pouco claro; inabilidade de ver a frente (causas emocionais das
doenças)
Afirmação positiva – Eu sou livre. A vida é eterna e cheia de alegria.
Ciática – Medo do dinheiro e do futuro.
Afirmação positiva – Eu me movimento no melhor de tudo. Meu bem está em todo
lugar e eu estou seguro.
Coceira – Desejos insatisfeitos, remorso; punição e culpa.
Afirmação positiva – Tudo que eu precisar estará sempre aqui. Eu aceito tudo de bom
sem sentimentos culposos.
Colesterol – Entupimento dos canais do prazer; medo de aceitar o prazer.
Afirmação positiva – O prazer é normal. Meus canais estão largamente abertos. Eu amo
a vida.
Colite – Pais super-excitados; opressão, menosprezo; necessidade de afeto.
Afirmação positiva – Eu sou livre-pensador. Eu estou em paz na minha mente.
Contensão, (machucaduras, esgotamento) – Pequenos impactos da vida.
Afirmação positiva – Não existe razão para eu bater na vida. Eu estou ajo com amor.
Coração – Problemas emocionais sérios longamente suportados; falta do prazer,
rejeição da vida. Crença nas pressões e no esforço.
Afirmação positiva – Alegria, alegria, alegria, amor e paz. Eu prazerosamente aceito
tudo na vida.
Corcunda – Raiva atrás de você, ressentimento conservado (causas emocionais das
doenças)
Afirmação positiva – Eu vejo o passado com alegria. Ninguém jamais me fez mal.
Crescimento – Nutrir ferimentos emocionais, falso senso de valores e orgulho.
Afirmação positiva – Perdão. Eu amo a mim mesmo. Não irei fazer-me mal.
Dedos – Super exagerar os detalhes da vida (unhas- super analisar).
Afirmação positiva – Eu relaxo conscientemente de que a sabedoria da vida cuida dos
detalhes.
“Defeitos” de nascença – Necessidade de reencarnação; você pediu para vir assim.
Não se sinta culpado. Você e seus pais, têm algo a aprender.
Dentes – Sustentar longas indecisões; incapacidade de derrubar idéias por análise ou
decisão.
Afirmação positiva – Eu faço minhas decisões baseado nos princípios da verdade e fico
seguro com o resultado.
Deslocamento de disco
Indecisão; não se sentir emocionalmente amparado pelos outros (causas emocionais das
doenças)
Afirmação positiva – Eu sou corajoso e independente. Eu sou amparado pela vida.
Desmaios – Medo; não poder conviver ou enfrentar; apagar-se de tudo.
Afirmação positiva – Eu tenho poder, força e conhecimento para lidar com tudo na vida.
Diabetes – Profundo sentimento de mágoa; falta de açúcar na vida.
Afirmação positiva – Eu permito que a vida seja gostosa. Eu deixo o passado ser apenas
passado. Eu aceito que o prazer e a alegria sejam as bases da minha vida.
Doenças venéreas – Culpa sexual; crença de que os órgãos genitais são pecaminosos e
sujos; necessidade de punição.
Afirmação positiva – Eu amorosa e prazerosamente aceito minha sexualidade e sua
expressão. Não há culpa sem punição.
Dor – Congestão, bloqueio; crença em barreiras; punição, culpa.
Afirmação positiva – Eu descanso minha necessidade de punição. Eu deixo a vida fluir.
Dor de Cabeça – Tensão, revolta, contrariedades emocionais. Sentimentos feridos.
Afirmação positiva – Paz, amor, alegria, relaxamento. No meu mundo tudo está bem.
Dor de ouvidos – Causa emocional da doença – Raiva; não querer ouvir (causas
emocionais das doenças)
Afirmação positiva – Eu ouço com amor e prazer. Sempre escuto o bom de tudo.
Edema – Super sensibilidade, individualidade machucada. Personalidade ferida.
Afirmação positiva – Eu sou seguro, ninguém ameaça minha individualidade.
Enjoar no carro – Medo-dependência, sentimento de ser pego em armadilhas.
Eu ando facilmente no tempo e espaço. Não existe o medo.
Enjoar no mar – Medo; medo da morte.
Afirmação positiva – A vida continua. Não existe a morte. Somente mudanças.
Enlouquecer – Reter amor e consideração (causas emocionais das doenças)
Afirmação positiva – Eu respondo à vida, reparto meus sentimentos e meu amor. Eu
sinto… eu amo…
Envelhecer – Crença social; velhos pensamentos.
Afirmação positiva – Eu me amo e me aceito em todas as idades; cada idade é perfeita.
Eu sou espírito. Eu sou eterno.
Enxaqueca – Resistência ao fluir da vida; medos sexuais. Desperdícios emocionais.
Afirmação positiva – Eu descanso no fluxo da vida. Deixo-a fluir através de mim.
Epilepsia – Rejeição da vida; sensação de perseguição; violência contra si.
Afirmação positiva – Eu amo a mim mesmo e a toda a vida. A vida é uma eterna
alegria.
Esclerose múltipla – Dureza mental, coração endurecido, vontade de forra;
inflexibilidade.
Afirmação positiva – Eu não tento me controlar. Eu me solto com alegria na vida.
Espinhas – Crença na feiúra, culpa, ódio de si (causas emocionais das doenças)
Afirmação positiva – Eu não propago pensamentos feios. Eu amo todo o meu corpo.
Não há culpa.
Estomago (problemas) – Incapacidade de assimilar idéias. Medo de novas idéias.
Afirmação positiva – Eu assimilo novas idéias facilmente. A vida concorda comigo.
Excesso de peso – Insegurança; auto-rejeição; procura de amor. Medo de perda, sufocar
sentimentos.
Afirmação positiva – Eu aceito-mr e me amo-me tal como eu sou. Eu sou sempre seguro
no caminho espiritual.
Face (doenças) – Representa individualidade, reconhecimento (causas emocionais das
doenças)
Afirmação positiva – Reconheço meus verdadeiros valores. Minha individualidade.
Fadiga – Resistência, aborrecimento; falta de amor pelo que faz.
Afirmação positiva – Estou entusiasmado com a vida. Cheio de Energia.
Febre – Queimar-se com alguém ou algo; raiva.
Afirmação positiva – Eu sou calmo, exprimo amor e paz.
Febre do Feno – Congestão emocional; confusão nas crenças; medo do moralismo.
Afirmação positiva – Eu nego qualquer moralismo. Eu sou uno em tudo na vida.
Gagueira – Insegurança; falta de auto-expressão (causas emocionais das doenças)
Afirmação positiva – Eu permito-me falar por mim e  comunico-me com amor.
Garganta – Repressão de raiva; ferimentos emocionais engolidos.
Afirmação positiva – Eu expresso-me com alegria e ninguém me pode magoar.
Gastrite (gases) – Reter idéias indigestas; sufocar o ar por medo.
Afirmação positiva – Eu deixo a vida fluir através de (gases) mim.
Gengivas (problemas) – Inabilidade de levar avante as decisões uma vez que elas
sejam tomadas.
Afirmação positiva – Eu sou uma pessoa decidida. Eu deixo-me ir pela vida.
Glândulas (problemas) – Desequilíbrio; falta de ordem; distribuição insuficiente.
Afirmação positiva – Eu estou em equilíbrio total. Meus sistemas estão em ordem.
Glaucoma – Pressão emocional por sustentar por longo tempo sentimentos feridos.
Afirmação positiva – Ninguém pode jamais me ferir. Eu vejo com amor e ternura.
Gota – Impaciência, raiva, dominação.
Afirmação positiva – Eu deixo o ego e sentimentos de superioridade irem-se. Deixo .
os outros serem o que são.
Gripe – Respostas a negatividade e crença geral; medo, crença em estatísticas.
Afirmações positivas -Eu não sou governado pelas crenças de grupos ou preconceitos.
Eu sou livre de todas influências.
Hemorróidas – Carga, pressão, tensão, medo de deixar acontecer.
Afirmação positiva – Eu descanso todo o peso e as cargas. Eu vivo na alegria do
presente.
Hepatite – Medo, raiva, ser odiado. O fígado é o local da raiva e emoções primitivas.
Afirmação positiva – Eu deixo ir agora tudo que não preciso mais, minha consciência
esta limpa, cheia de vida.
Hérnia – Carga, resistência mental, autopunição; raiva; expressões criativas incorretas.
Afirmação positiva – Minha vida é calma e harmoniosa. Eu me amo com ternura.
Herpes – Prolongada suspensão nervosa (causas emocionais das doenças)
Afirmação positiva – Descanso agora tranquilamente de todos os meus pensamentos e
de todas actividades que exercem pressão sobre mim.A paz está em mim.
Hipoglicemia – Desequilíbrio no sistema.
Afirmação positiva – A aceitação do prazer equilibra o meu sistema.
Impotência – Pressão sexual, tensão, culpa; crenças sociais; rancor contra um antigo
parceiro.
Afirmação positiva – Eu permito que todo poder dos meus princípios sexuais opere com
facilidade e prazer.
Inchaços (verrugas) – Auto-rejeição, medo, falta de amor.
Afirmação positiva – Eu só adiciono amor em mim. Nada terá mais poder em mim.
Indigestão – Medo, ansiedade, pavor.
Afirmação positiva – Eu recebo o novo e assimilo.
Infecções – Irritação, raiva, chateação.
Afirmação positiva – Nada tem o poder de irritar-me. Eu sou pacífico e harmonioso.
Insanidade – Escapismo, recolhimento; violenta separação da vida.
Ressentimentos familiares.
Afirmação positiva – Minha mente sabe sua verdadeira identidade e eu sou um ponto
criativo da expressão divina.
Insónia – Tensão, culpa, medo.
Afirmação positiva – Eu descanso do dia e mergulho num sono perfeito, pacífico.
Laringite – Medo de verbalizar opiniões; raiva. Ressentimento da autoridade.
Afirmação positiva – Eu posso falar por mim. Eu me expresso livremente.
Mãos – A habilidade de segurar e deixar as idéias escaparem; medo de novas idéias
Afirmação positiva – Eu lido com todas as idéias com amor e facilidade.
Mau hálito – Atitudes podres, pensamentos estúpidos.
Afirmação positiva – Eu falo com amor. Eu expiro o que é bom.
Menopausa (problemas) – Medo de não ser mais querido, auto-rejeição. Modo de
envelhecimento.
Afirmação positiva – Eu sou equilibrado em todos os ciclos da mudança, abençoo meu
corpo com amor.
Nervos e nervosismo – Comunicação, luta, pressa; medo, ansiedade. Pensamentos
confusos.
Afirmações positivas – Eu estou na interminável jornada pela eternidade. Que a paz.
esteja conosco. Não existe nenhum lugar para o qual devamos nos apressar.
Olhos (problemas) – Não gostar do que vê em sua vida. Medo do futuro; não ver a
verdade.
Afirmações positivas – Eu vejo com olhos amorosos, eu vejo, a verdade, eu vejo
claramente.
Ombros – Suportar carga, excesso de carga.
Afirmação positiva – A vida é alegria e liberdade; tudo o que aceito é bom.
Ossos (problemas) – Revolta contra a autoridade (os ossos são a estrutura do universo).
Afirmação positiva – Eu estou em paz com a autoridade. Em meu mundo, sou minha
própria autoridade.
Paralisia – Medo, escapismo, resistência, choque.
Afirmação positiva – Eu sou uno com a vida. Eu bendigo minhas experiências.
Pele (problemas) – Sentir-se ameaçado na individualidade; falta de segurança,
impaciência; assadura; maneira de ganhar atenção.
Afirmações positivas – Eu aceito minha individualidade. Eu sou emocionalmente
seguro.
Eu ganho atenção de maneira positiva.
Pernas (problemas) – Medo do futuro (as pernas carregam você para frente).
Afirmação positiva – Eu me movo com confiança e alegria.
Pés (problemas) – Medo do futuro
Afirmações positivas – Eu paro na verdade. Vou adiante com prazer. Tenho
compreensão espiritual.
Pescoço (problemas) – Inflexibilidade, recusa em ver outros lados da questão;
teimosia.
Afirmação positiva – Eu sou flexível. Aceito outros pontos de vista.
Pneumonia – Desespero; cansaço da vida, preocupações emocionais; distúrbios
internos.
Afirmação positiva – Eu recebo livremente ideias divinas, impregnadas com o hálito da
vida.
Pressão sangüínea
ALTA: manter por longo tempo problemas insolúveis; BAIXA: depressão, mágoa,
derrotismo, raiva.
ALTA: eu sou alegria e deixo o passado dissolver-se. BAIXA: eu vivo com mais alegria
agora; a vida é alegria.
Prisão de ventre (intestinos) – Recusa de relaxar sobre velhas idéias; mesquinhez.
Afirmação positiva – Eu relaxo o passado, generosamente permito que a vida flua
através de mim.
Próstata (problemas) – Desistência, derrotismo sensualidade excessiva com
sentimento de culpa; crença na velhice
Afirmação positiva – Eu aceito minha masculinidade; eu sou eternamente poderoso.
Sexo é prazer.
Psoríase (pele) – Insegurança emocional.
Afirmação positiva – Eu sou pacífico e seguro. Eu estou em paz com tudo na vida.
Pulmões – Medo de receber e dar-se à vida.
Afirmação positiva – A respiração flui através de mim.
Quadris (problemas) – Medo de ir avante em decisões importantes.
Afirmação positiva – Sigo com alegria, amparado e sustentado pelo poder da vida.
Queimaduras – Raiva; queimar-se com os outros.
Afirmação positiva – As pessoas não tem poder contra mim. Eu tenho paz no meu
ambiente.
Quisto – Crescimento falso; fomentação de choques e machucados emocionais.
Afirmação positiva – Eu dissolvo velhas raivas. Nada pode ferir-me.
Raquitismo – Desequilíbrio emocional; falta de amor e segurança.
Afirmação positiva – Eu sou seguro e nutrido pelo amor do Universo.
Resfriados – Confusão, desordem, pequenos machucados; família e crenças
estereotipadas.
Afirmação positiva – Eu sou livre-pensador; estou em paz com minha mente.
Retenção (líquidos) – O que é que você tem medo de perder?
Afirmação positiva – Eu descanso com alegria, e espontaneidade.
Reumatismo – Falta de amor; ressentimento; amargura crônica; vingança.
Afirmação positiva – Eu tenho compaixão com os outros e comigo. Eu aceito
sentimentos prazerosamente.
Rins (problemas) – Crítica, sensibilidade, desapontamento.
Afirmações positivas -Eu vejo somente o bom em tudo. Ações corretas sendo
tomadas. Eu estou realizado.
Roer unhas – Separação dos pais, pedaço de si que se recalca.
Afirmação positiva – Eu sou indivíduo criativo. Aceito, sou seguro em minha
maturidade.
Sangue (problemas) – Falta de alegria; faltas de circulação das idéias; pensamentos
estagnados.
Afirmação positiva – Alegria. Com alegria as novas idéias circulam livremente.
Sinusite – Presença de pessoas que o irritam.
Afirmação positiva – Ninguém tem o poder de me irritar a menos que eu permita. Paz e
harmonia.
Surdez – O que você não quer escutar? Rejeição, teimosia, isolamento.
Afirmação positiva – Eu escuto Deus. Eu escuto o prazer e a vida, sou parte dela.
Tórax (Quisto) – Super dimensão de atitudes e propósitos na vida. Super proteção.
Afirmação positiva – Eu sou livre e permito liberdade a todos.
Tosse – Nervosismo, amolação, crítica.
Afirmação positiva – Eu expresso-me pacificamente e falo com amor.
Tuberculose – Egoísmo; possessão; crueldade.
Afirmação positiva – Eu não me sufoco na vida. Meus pensamentos desenvolvem
ótimas idéias. Todos momentos da vida são cheios de sentido.
Tumor – Crescimento falso; ferimentos e choques emocionais.
Afirmação positiva – Descanso e perdão. O amor dissolve ferimentos.
Tumor no cérebro – Crenças incorretas computadas; teimosia; recusa em mudar os
velhos padrões.
Afirmação positiva – Tudo na vida é mudança. Meus padrões são sempre novos.
Úlceras – Algo se corrói em você; ansiedade, medo, tensão. Crença em pressões.
Afirmação positiva – Nada pode irritar-me; sou pacífico, calmo e feliz.
Urinar na cama – Medo dos pais (normalmente do pai).
Amor, compreensão e compaixão.
Urticária – Pequenos medos escondidos; exagero de pequenos problemas.
Afirmação positiva – Eu estou em paz com as pequenas coisas da vida.
Vaginite – Culpa sexual; sentimento de perda de alguém ou algo amado.
Afirmação positiva – As formas e as vias podem mudar. O amor nunca se perde. Todas
as partes do meu corpo são bonitas.
Varizes – Negatividade, resistência; remoer emoções; sustentar um trabalho que você
odeia; circulação entravada, atulhada de idéias; desencorajamento.
Afirmação positiva – Eu me movimento e vivo com prazer. Eu amo a vida e circulo
livremente.
Vesícula (pedras na) – Amargura; pensamentos dolorosos que você não encontra meios
de evitar.
Afirmação positiva – Jubilosamente deixo o passado ir-se. A vida é boa. Eu sou bom.
Cada vez há mais abertura a acreditar que por trás de uma doença ou de um acidente
existe sempre um pensamento ou crença negativa alimentada pela pessoa. Todos nós
criamos uma realidade no nosso mundo mental, que se materializa em nosso corpo ou
realidade numa realidade concreta concreta. As doenças e as emoções fazem parte dessa
manifestação concreta materializada por pensamentos, crenças e padrões de
comportamento que podem ser alterados por uma auto-responsabilização diária sobre a
forma como vemos  e sentimos a vida e a forma como a vivemos. Para ver outras
afirmações ir a Afirmações positivas para a auto-estima.
Da Emoção à Lesão
Um guia de Medicina Psicossomática; os efeitos orgânicos
causados pelas emoções e vice-versa.
| Psicossomática |

Do ponto de vista psicológico, existem emoções naturais, fisiológicas, que aparecem em


todas as pessoas e conseqüentes a um importante substrato biológico. Elas podem ser a
alegria, o medo, a ansiedade ou a raiva, entre outras. Essas emoções podem ser
agradáveis ou desagradáveis, capazes de nos mobilizar para a atividade e de influir na
comunicação interpessoal. Portanto, essas emoções atuam como poderosos motivadores
da conduta humana.
Além dessas emoções serem capazes de mobilizar o Sistema Nervos Autônomo,
juntamente com outros órgãos e sistemas diretamente, não obstante, elas podem ter um
importante papel na qualidade de vida psicológica. Portanto, as emoções influem sobre
a saúde e sobre a doença não apenas em decorrência da psico-neuro-fisiologia, mas
também através de suas propriedades motivacionais, pela capacidade de modificar as
condutas saudáveis, tais como os exercícios físicos, a dieta equilibrada, o descanso, etc.,
conduzindo muitas vezes para condutas não saudáveis, como o abuso do álcool, tabaco,
sedentarismo, etc.
Ansiedade, Tristeza e Raiva; complicações na saúde
O termo emoções negativas se refere às emoções que produzem uma experiência
emocional desagradável, como por exemplo, a ansiedade, a raiva e a tristeza. As
emoções positivas são aquelas que geram uma experiência agradável, tais como a
alegria, a felicidade ou o amor.
Hoje em dia há dados suficientes para podermos afirmar que as emoções positivas
potencializam a saúde, enquanto as emoções negativas tendem a comprometê-la. Por
exemplo, em períodos de estresse, quando as pessoas desenvolvem muitas reações
emocionais negativas, é mais provável que surjam certas doenças relacionadas com o
sistema imunológico, como por exemplo, a gripe, herpes, diarréias, ou outras infecções
ocasionadas por vírus oportunistas. Em contra partida, o bom humor, o riso, a
felicidade, ajudam a manter e/ou recuperar a saúde (veja Bom Humor e Saúde, na seção
Psicossomática).
Dentro das emoções negativas, uma das reações emocionais que mais se tem estudado é,
sem dúvida, a ansiedade. Este é um estado emocional reconhecidamente associado a
múltiplos transtornos. Uma segunda emoção negativa que está sendo muito estudada é a
raiva, por sua estreita relação com os transtornos cardiovasculares. Finalmente, a
tristeza e sua representação psicopatológica, a Depressão, até pelo fato desta se
acompanhar, em geral, de altos níveis de ansiedade.
A ansiedade pode ser considerada como uma reação natural que se produz diante de
certos tipos de situações nas quais a pessoa necessitaria de recursos adaptativos extras.
As situações onde se desencadeiam a reação de ansiedade têm em comum, em geral, a
previsão subjetiva de possíveis conseqüências negativas para o indivíduo. Esta reação
supõe uma mobilização de diferentes recursos cognitivos, tais como a atenção, a
percepção, a memória, o pensamento, a linguagem, etc., de diferentes recursos
fisiológicos, como a ativação do sistema nervoso autônomo, da ativação motora, da
atividade glandular, etc., e de diferentes recursos de conduta, como estar alerta, evitação
do perigo, etc. Tais recursos teriam como objetivo o enfrentamento das possíveis
conseqüências negativas.
Apesar da ansiedade ser uma emoção natural, de caráter essencialmente adaptativo,
quando excessiva ela pode estar na base de muitos processos que podem levar à doença.
Dissimular Emoções Negativas
Quando a pessoa experimenta altos níveis de ansiedade, durante tempo prolongado, seu
bem estar psicológico se encontra seriamente prejudicado, seus sistemas fisiológicos
podem se alterar por excesso de solicitação, seu sistema imunológico pode ser incapaz
de defender seu organismo, seus processos cognitivos podem estar prejudicados
provocando uma diminuição do rendimento e, finalmente, a evitação das situações que
provocam essas reações ansiosas pode comprometer sua vida sócio-ocupacional.
Há pessoas que se regozijam de saberem controlar suas emoções. Mas, o fato de não se
comportarem de acordo com esses sentimentos negativos não significa,
automaticamente, que não estão experimentando as tais emoções negativas. Pode não
bastar a essas pessoas o controle das manifestações das emoções negativas, pois, mesmo
controlando as reações de ansiedade, pode haver níveis elevados da ativação fisiológica
global, de alterações do sistema nervoso autônomo, de mudanças no sistema imune, etc.
Ao invés de se imunizarem contra as emoções negativas, que seria o ideal, as pessoas
que se dizem controladas, podem não estar reconhecendo os estados emocionais
negativos que estão experimentando. Podem estar dissimulando a raiva, a ansiedade, o
medo ou a tristeza.
As tentativas de livrar-se (dissimular) dessas emoções negativas nem sempre têm êxito,
pois algumas pessoas que aparentam uma certa tranqüilidade, podem estar
desenvolvendo uma alta reatividade fisiológica. São pessoas obrigadas, pelo papel
social que desempenham, a dissimular sentimentos diuturnamente, mas nem por isso
significa que não estão experimentando intimamente tais emoções. Ou seja, o desgaste
psicossomático proporcionado pelo esforço em dissimular emoções pode ser muito alto,
vindo daí o conceito popular (e sensato) de que as emoções que não são manifestadas
livremente acabam eclodindo em outro lugar do organismo.
Acredita-se, atualmente, que os transtornos psicossomáticos ou psicofisiológicos, como
algumas dores de cabeça, das costas, algumas arritmias cardíacas, certos tipos de
hipertensão arterial, algumas moléstias digestivas, entre tantas outras doenças, podem
ser produzidas por uma excessiva ativação das respostas fisiológicas do órgão ou
sistema que sofre a lesão ou disfunção (cardiovascular, respiratório, etc.). Seria uma
espécie de disfunção do órgão ou do sistema orgânico por trabalhar em excesso por
muito tempo.
A ansiedade apesar de ser considerada uma reação emocional normal e que surge como
resposta do organismo diante de determinadas situações, quando tem sua freqüência,
intensidade ou duração excessivas, passa a se tratar de uma ansiedade patológica.
Psiquiatricamente a presença de forte estado ansioso, não somente pode ser a base dos
denominados Transtornos de Ansiedade, mas também estar associada freqüentemente à
depressão.
DA EMOÇÃO À LESÃO
O livro Da emoção à Lesão, do mesmo autor desse site (veja na seção Livros), diz
respeito às doenças com verdadeiro componente orgânico, detectável por exames
clínicos e não à somatização ou conversão, que são quadros onde existe a queixa mas
não se encontra alterações orgânicas.
Clinicamente, uma ampla variedade de transtornos psicofisiológicos pode estar
associada à ansiedade, entre eles os transtornos cardiovasculares, digestivos, cefaléias, 
síndrome pré-menstrual,  asma, transtornos dermatológicos, transtornos
sexuais, dependência química, transtornos alimentares, debilidade do sistema imune etc.
As classificações tradicionais dos transtornos psicofisiológicos descrevem as seguintes
doenças relacionadas com variáveis psicológicas.
DOENÇAS PSICOFISIOLÓGICAS (algumas)
Transtornos cardiovasculares
- doença arterial coronariana, hipertensão arterial, arritmias

Transtornos respiratórios
- asma brônquica, síndrome de hiperventilação, rinite alérgica

Transtornos endócrinos
- hiper ou hipotiroidismo, doença de Addison, Síndrome de Cushing, alterações das
glândulas paratireóides, hipoglicemia, diabetes

Transtornos gastrintestinais
- transtornos esofágicos, dispepsia, úlcera péptica, síndrome do cólon irritável, colite
ulcerosa, Doença de Crohn

Transtornos dermatológicos
- prurido, hiperhidrose, urticária, dermatite atópica, alopecia areata, psoríase, herpes,
vitiligo

Dor crônica
- lombalgias, cefaléias, dor pré-menstrual, fibromialgia

Reumatologia
- artrite reumatóide

Transtornos imunológicos
- lúpus, depressão imunológica inespecífica
Mas, com o crescente reconhecimento da implicação de fatores psicológicos ou
emocionais no desencadeamento e/ou agravamento da maioria das enfermidades
orgânicas, as tabelas como acima acabam perdendo totalmente o valor. Quanto mais
avançam os meios de investigação da patologia, mais se evidencia relevância dos
fatores psicológicos na etiologia e desenvolvimento de um grande número de doenças
até então não consideradas como psicofisiológicas.
Esses transtornos englobam desde doenças neurológicas, como a Esclerose Múltipla, até
enfermidades infecciosas, como a tuberculose, passando por enfermidades
imunológicas, como a leucemia (Wittkower y Dudek, 1973).
Desta forma, em muito pouco tempo, ao se descreverem os transtornos
psicofisiológicos, não mais se fará referência a um determinado grupo distinto de
enfermidades (como a lista acima), mas sim às alterações físicas que são precipitadas,
agravadas ou prolongadas por fatores psicológicos. A psicossomática preocupar-se-á
com as diversas categorias de reações orgânicas, utilizando-as para compreender
qualquer transtorno físico nos quais os fatores psicológicos sejam importantes. Por
exemplo, no caso do Lúpus Eritematoso Sistêmico, a psicossomática estará preocupada
em estudar as alterações das emoções sobre a imunidade, sobre os linfócitos T, ou sobre
as imunoglobulinas. Se, daí em diante, aparecerá Lúpus ou Artrite Reumatóide não será
mais tão importante.
DA EMOÇÃO À EMOÇÃO MESMO
As emoções negativas podem, por sua vez, determinar não apenas uma repercussão
orgânica, como de vê em psicossomática, mas, sobretudo, repercussões psico-
emocionais. Neste caso, o excesso de ansiedade poderia se traduzir por Transtornos de
Ansiedade. Vejamos os casos onde a ansiedade patológica "se converte" em quadros
psiquiátricos definidos pelas classificações internacionais (CID.10 e DSM.IV):
- Ataque de Pânico: caracteriza-se por crise súbita de sintomas de apreensão, medo
intenso ou terror, acompanhados habitualmente de sensação de morte iminente.
Aparecem também durante estes ataques, sintomas como palpitações, opressão ou mal
estar torácico, sensação de sufocamento, medo de perder o controle, de ficar louco.
- Agorafobia: caracteriza-se pelo aparecimento de ansiedade ou comportamento de
evitação de lugares ou situações de onde escapar pode ser difícil ou complicado, ou
ainda de onde seja impossível conseguir ajuda no caso de se passar mal.
- Fobia específica: caracteriza-se pela presença de ansiedade clinicamente
significativa, como resposta à exposição a determinadas situações e/ou objetos
específicos temidos irracionalmente, dando lugar a comportamentos de evitação.
- Fobia social: caracteriza-se pela presença de ansiedade clinicamente significativa
como resposta a situações sociais ou atuações em público, e também podem dar lugar a
comportamentos de evitação.
- Transtorno obsessivo-compulsivo: caracteriza-se por obsessões que causam
ansiedade e mal estar significativos, e/ou compulsões, cujo propósito é neutralizar a
ansiedade. As obsessões são idéias involuntárias, recorrentes, persistentes, absurdas e
geralmente desagradáveis que aparecem com grande freqüência sem que a pessoa
possa evitá-las. As compulsões são comportamentos repetitivos e litúrgicos que se
realizam em forma de rituais.
- Transtorno por estresse pós-traumático: caracteriza-se pela recorrência de
experiências ou de acontecimentos altamente traumáticos, e comportamento de
evitação dos estímulos relacionados com a situação vivida como traumática.
- Transtorno por estresse agudo: caracteriza-se por sintomas parecidos com o
transtorno por estresse pós-traumático que aparecem imediatamente depois de um
acontecimento altamente traumático.
- Transtorno de ansiedade generalizada: caracteriza-se pela presença de ansiedade e
preocupações excessivas e persistentes durante pelo menos seis meses.
- Transtorno de ansiedade devido a enfermidade médica geral: caracteriza-se por
sintomas proeminentes de ansiedade que se consideram secundários a efeitos
fisiológicos diretos de uma enfermidade subjacente.
- Transtorno de ansiedade induzido por sustâncias: caracteriza-se por sintomas
proeminentes de ansiedade secundários aos efeitos fisiológicos diretos de uma droga,
fármaco ou tóxico.
- Transtorno de ansiedade não especificado: existe para encaixar aqueles transtornos
que se caracterizam por ansiedade ou evitação fóbica proeminentes, que não reúnem os
critérios diagnósticos dos transtornos de ansiedade já mencionados.
Fatores Predisponentes
A relação entre as respostas fisiológicas e os transtornos psicofisiológicos tem sido o
ponto de partida de muitas teorias explicativas. Entre as diversas emoções com
respostas fisiológicas importantes devemos destacar a ansiedade e a raiva.
Supõe-se, em geral, que para se desenvolver e manter um transtorno psicofisiológico,
são necessários dois fatores:
O primeiro fator será de predisposição individual, pelo qual a pessoa tende a
experimentar maior reação fisiológica diante da emoção. Significa que essa pessoa tem
uma certa excitabilidade exagerada do sistema nervoso autônomo, bem como
endócrino e imunológico.
O segundo fator levará em conta a própria reação fisiológica ao estímulo emocional,
sua duração e intensidade. Ela deve ser suficiente para manter níveis altos de
ansiedade ou raiva. Portanto, um fator é predominantemente fisiológico e o outro de
personalidade.
Há anos se estudam as características do perfil de resposta de pessoas com diferentes
transtornos psicofisiológicos, tais como a hipertensão arterial, asma, a úlcera digestiva,
as dores de cabeça, vários tipos de dermatites, etc. Os resultados indicam que as pessoas
que apresentam tais transtornos costumam ter níveis mais altos de ansiedade do que
outras pessoas da mesma idade e sexo.
A mesma emoção negativa pode, ainda, se apresentar com características internas ou
externas, variando de acordo com a capacidade de controle e dissimulação da pessoa.
Assim, segundo Cano (Cano-Vindel & Fernández Rodríguez, 1999), as pessoas com
hipertensão essencial têm níveis maiores de raiva interna que os grupos controle, sem
hipertensão. Os pacientes com asma, por exemplo, apresentam níveis maiores de raiva
externa do que as pessoas sem asma. A raiva, neste caso, ajudaria a manter níveis altos
de ativação fisiológica.
A maioria das pessoas com estilo repressivo de enfrentamento de suas emoções
negativas não costuma ter consciência de sua alta ativação fisiológica e, inclusive,
podem referir-se a si mesmos como pessoas relaxadas, calmas e tranqüilas. Na realidade
não são bem assim.
Embora essas pessoas apresentem baixas pontuações nos testes para ansiedade,
apresentam uma alta ativação fisiológica. Esta alta ativação fisiológica continuada será
um fator de vulnerabilidade para o desenvolvimento de transtornos psicofisiológicos.
Segundo Cano, em testes de laboratório, submetidos à tarefas estressantes, os indivíduos
com maiores tendências para ocultação e dissimulação das emoções apresentaram maior
reatividade cardiovascular com uma resposta de aumento da pressão arterial diastólica.
O estilo repressivo de enfrentamento das emoções negativas também é um fator que
pode introduzir um certo grau de imunodepressão (Cano-Vindel, del Rosal, Sirgo, Pérez
Manga e Miguel-Tobal, 1999). Uma alta ativação fisiológica mantida ao longo do
tempo pode provocar alterações no Sistema Imunológico que tornam a pessoa mais
vulnerável à enfermidades infecciosas ou à doenças auto-imunes. Assim, por exemplo,
pacientes com câncer que apresentam estilo repressivo de enfrentamento das emoções
têm uma menor expectativa de vida (Cano-Vindel, Sirgo y Díaz-Ovejero, 1999).
Deve ser destacado que as emoções são reações naturais, universais e têm uma
finalidade adaptativa mas, não obstante, quando demasiadamente intensas e/ou
freqüentes, essas mesmas reações podem provocar alterações patológicas na saúde.
Se essas emoções não podem ser relacionadas diretamente ao desenvolvimento de
doenças, no mínimo elas provocam uma alteração no nível e qualidade de vida que
favorecem o desenvolvimento patológico. A ansiedade, a tristeza e a raiva, quando em
níveis demasiadamente intensos ou freqüentes, quando se mantêm por um tempo longo,
tendem a determinar mudanças na conduta, ao ponto de determinar atitudes não sadias,
como por exemplo, o consumo de fumo, álcool, sedentarismo, apatia, falta de
exercícios, transtornos alimentares (hipo ou hiperfagia), etc.
Hoje, a medicina psicossomática tem se interessado, mediante técnicas cognitivas,
comportamentais e, se necessário, farmacológicas, em ajudar pessoas a diminuir sua
ativação fisiológica, a reduzir o mal estar psicológico e a facilitar uma expressão
emocional mais sadia. Com isso pretende-se melhorar a qualidade de vida e a saúde das
pessoas.
As pessoas reagem diferentemente ao estresse, inclusive em termos de eventuais
doenças psicossomáticas. Ao estudarmos o Afeto, entendemos que parece haver uma
espécie de filtro exemplificados como lentes de óculos hipotéticos) através do qual os
fatos e eventos são percebidos pelo indivíduo. Isto faria distinguir situações percebidas
como estressantes por alguns e não por outros (veja em Afetividade, na seção
Psicopatologia).
Tal sensibilidade pessoal diante da vida exerce um efeito atenuante ou agravante aos
eventos, efeito este que depende mais da própria personalidade que das circunstâncias.
Isso definirá o modo de ser, de reagir, de enfrentar e de se adaptar ao estresse.
Assim sendo, podemos dizer que a elevação da pressão arterial diante do estresse, por
exemplo, parece depender mais da avaliação pessoal (subjetiva) que o indivíduo faz de
sua situação do que da própria situação em si, objetivamente considerada. Alguns
observadores notaram que os hipertensos tendem ao pessimismo, antecipando
conseqüências negativas dos fatos e a interação interpessoal e social é por eles vivida
como fonte de ansiedade e estresse.
A Opção Somática das Emoções
É no Sistema Límbico que tem início nossa função avaliadora da situação, dos fatos e
eventos de vida. Esse modo de avaliação sempre leva em consideração vários
elementos, tais como, a personalidade prévia, a experiência vivida, as circunstâncias
atuais e as normas culturais.
É devido a esse aspecto multifatorial que uma dada situação vivida pelo indivíduo
sofrerá um processamento interno envolvendo sua avaliação quanto à natureza do
evento e sua possível ameaça, bem como um processamento interno acerca da escolha
ou decisão da melhor maneira de enfrentamento, resultando, finalmente, numa dada
resposta. Tanto os fatores constitucionais de personalidade, quanto as experiências
anteriores de vida representariam o núcleo desse sistema de avaliação.
Desde a década de 60, Selye já dizia que a "preferência" de um agente estressor por um
determinado órgão ou sistema, bem como a intensidade dessa resposta, parece ser
determinada por fatores condicionantes internos e externos ao indivíduo, ou seja,
depende de características herdadas e adquiridas.
De acordo com esse aspecto extremamente pessoal da resposta do sujeito ao
objeto estresse, podemos entender porque diante de situações semelhantes, os diversos
indivíduos reagirão de forma diferente. Isso refletirá sempre o modo peculiar de cada
um avaliar as situações, e o que é estressante para um, pode não ser para outro.
Da mesma forma, também o modo de enfrentar cada situação é peculiar e particular a
esse determinado indivíduo, conforme sua história, circunstâncias, aptidões e
personalidade. Essas aptidões personais (de personalidade) são quem nos oferece
maiores ou menores "opções" de enfrentamento da situação.
E a palavra "opções" foi colocada entre aspas por tratar-se de uma atitude intencional e
involuntária. Pode-se dizer, então, que a opção mais elaborada de enfrentamento seria
aquela de encarar a situação conscientemente, objetivamente, podendo falar sobre ela,
discutir, refletir, superando-a conforme as características e os recursos à nossa
disposição.
Quando não é possível encarar a situação objetivamente, seja porque o problema não
está sendo consciente, seja porque faltam recursos disponíveis à personalidade, a
tendência será lançar mão de outras formas mais atípicas de enfrentamento.
A forma mental de enfrentar a situação seria, por exemplo, fantasiar, racionalizar, negar,
rezar. A maneira emocional atípica de enfrentamento seria deprimir-se, agredir, culpar
os outros ou culpar-se, chorar, gritar. Outras atitudes de enfrentamento atípico, seriam
isolar-se, exibir-se, brincar, arriscar-se, comer, beber, transar, fumar, trabalhar,
tudo excessivamente e, finalmente, de particular interesse à psicossomática, surge uma
maneira somática de enfrentamento, representada pelo adoecer.
Eis algumas "opções" de enfrentamento adotadas pela maioria das pessoas*:
1. Olhar o problema objetivamente.
2. Buscar alternativas para enfrentar a situação.
3. Falar sobre o problema.
4. Ter esperança de que as coisas melhorem.
5. Procurar apoio com familiares e amigos.
6. Agitar-se fisicamente.
7. Fumar, beber e usar drogas.
8. Comer e dormir em excesso.
9. Adoecer fisicamente.
10. Gritar e agredir.
11. Meditar e relaxar.
12. Isolar-se e ficar só.
13. Esquecer o problema.
14. Resignar-se.
15. Sonhar e fantasiar sobre o problema.
16. Rezar.
17. Ficar nervoso.
18. Preparar-se para o pior.
19. Deprimir-se.
20. Dedicar-se excessivamente ao trabalho.
*MELO FILHO J – Psicossomática Hoje – Artes Médicas, 1992

Para entendermos de forma mais clara, os processos da somatização devem ser


considerados os tipos de resposta emocional resultante da avaliação que fazemos da
realidade (e dos estressores) e nossos mecanismos pessoais e particulares de
enfrentamento da situação. A escolha somática para eclosão das emoções parece
depender de uma série de fatores ou mecanismos, desde os mais somáticos aos mais
psíquicos.
Observando-se tanto os animais quanto as pessoas, notamos a presença de dois
componentes no processo emocional de adaptação do sujeito às exigências da realidade.
Existe o componente expressivo ou sinalizador e o componente comportamental ou de
enfrentamento, propriamente dito.
As manifestações fisiológicas e/ou somáticas resultantes do estresse adaptativo,
chamadas de somatizações, podem ser entendidas como uma forma não verbal de se
expressar. E quanto menos eficientes são os mecanismos mentais ou cognitivos de
sentir, falar e agir, mais o sistema somático será utilizado para expressar emoções. Isso
significa que quanto mais "puras" forem as emoções, menos somáticas se tornarão.
A Síndrome Geral de Adaptação, descrita por Hans Selye e posteriormente identificada
como o próprio estresse, é um conjunto de reações fisiológicas e eminentemente
somáticas, de cunho sobretudo emocional, que surge quando o organismo é compelido
adaptar-se à alguma situação alarmante. O processo que vai do estresse até o resultado
somático final será sempre um processo fisiológico e biológico, atrelado às
características da espécie mas, identificar ou considerar um estímulo como sendo
estressante ou não, será sempre uma atribuição emocional e particular do sujeito (não
mais e exclusivamente da espécie).
Na realidade, não será errado chamar o estresse de "extrema ansiedade", uma vez que é
produto de uma avaliação emocional acerca do potencial estressante dos estímulos. Será
de natureza ansiosa, na medida em que aparece cada vez que o organismo se percebe
ameaçado em sua integridade. Podemos, então, afirmar que a ansiedade é um estado de
tensão interna do indivíduo no sentido da adaptação, diante de algo que o ameaça.
A resposta ao estresse envolve um nítido componente somático e a localização dessa
resposta neste ou naquele órgão, neste ou naquele sistema dependerá, primeiramente, da
natureza e intensidade do agente estressante, em segundo, da participação da estrutura
orgânica do indivíduo e, finalmente, da possível hipersensibilidade ou fragilidade
constitucional que tornaria tal estrutura menos resistente.
Somatização desde criança
Em se tratando de seres humanos, e considerando sua possibilidade de pensar, desde
cedo tal atividade racional exerce um papel fundamental na avaliação e enfrentamento
das situações com que se depara o indivíduo. A influência da pessoa que cuida da
criança (em geral a mãe) é decisiva nesse processo de identificação de estressores e
escolha dos modos de enfrentamento.
Na verdade, geralmente é a mãe que nomeia e valoriza para a criança tudo o que ocorre
à sua volta. Havendo discrepâncias nesse relacionamento, seja por abandono, maus
tratos, omissão, etc., a criança ficará à mercê de si mesma, lançando mão então do seu
próprio corpo ou de suas fantasias para resolver a maioria dos conflitos que
experimenta.
Nos casos de abandono na infância, é como se a criança voltasse a reagir de maneira
primitiva, somática, a qualquer situação ameaçante. Provavelmente o que ocorre, nesse
momento, é que somente através de reações físicas a criança consegue despertar o
interesse, a atenção e os cuidados que necessita. Assim sendo, a criança aprende a usar
o corpo como um meio de comunicação ee de defesa. E sempre que o comportamento
dos demais privilegia essa somatização, acaba reforçando-a. Além da opção somática, a
criança tem ainda como recurso adaptativo suas próprias fantasias e aprenderá a usá-las
eficientemente.
Autores mais psicodinâmicos incluem como recursos intermediários entre o corpo e a
fantasia, certas atitudes tais como comer, beber, fumar, usar drogas, manter atividade
sexual ou atividade física de uma forma aditiva, etc.
Somatização como complexo de culpa
A prática clínica tem mostrado que grande parte das manifestações somáticas pode ter
como componentes básicos, uma forma primitiva de expressão e de defesa que é a
culpa. O indivíduo, como vimos, aprende a falar e se defender com o corpo. Com o
corpo ele obtém atenção e cuidados que necessita, com o corpo ele exprime desejos e
fantasias, com o corpo ele enfrenta as situações estressantes e, muito provavelmente,
com o corpo ele se recrimina e se culpa.
A utilização do corpo como meio de autopunição merece um destaque especial por sua
característica psicodinâmica. Essa situação representa uma reação e defesa ao estresse
interior proporcionado por algum conflito íntimo. É assim que o sujeito se impõe o
sofrimento.
Muitas vezes ficam evidentes as condutas mórbidas e autodestruidoras de pacientes
politraumatizados, portadores de diabetes melito, doença pulmonar obstrutiva crônica,
hipertensão arterial, úlceras varicosas, como se eles agissem de forma a agravar suas
doenças. Costumam ser descuidados, abusam da dieta, fumam, comem salgado e andam
demais conseqüentemente.
Isso não quer dizer que todos os portadores dessas afecções exibem tal comportamento
autodestrutivo, mas seus freqüentes "deslizes" em relação aos cuidados terapêuticos que
deveriam tomar, apontam para uma forma inconsciente de perpetuar a doença, como
forma de manter o autoflagelo.
A Desistência Depressiva
Outro tipo de situação capaz de gerar ou agravar doenças físicas é a desistência
depressiva de viver. Trata-se de um estado de espírito típico dos deprimidos, onde o
indivíduo "desiste" de viver, permitindo assim que a doença física o acometa. Situações
de perda familiar, perda de situação econômica e social ou outras perdas que dêem ao
indivíduo a sensação de não ter saída, parecem estar na base desse estado depressivo de
auto-abandono.
Existem, principalmente, dois Mecanismos de Defesa capazes de gerar somatização.
São eles a identificação e a conversão. Identificar-se é sentir-se como o outro. É tornar
seu algo que é do outro. Na identificação, sentir-se doente pode ser uma forma de
identificar-se com alguém que está ou esteve doente. Assim, por exemplo, o transtorno
menstrual conhecido por dismenorréia pode ser conseqüência da identificação de uma
adolescente com sua mãe, a qual apresentou ou apresenta esse quadro. As identificações
também assumem importantíssimos papéis na dinâmica das patologias relacionadas aos
estados histéricos e hipocondríacos.
Na conversão, por sua vez, o hipocondríaco é capaz de se sentir e acreditar-se doente e
o histérico é capaz de expressar exuberantemente essa doença. Ele desmaia, paralisa,
arma a cena e exibe seu sintoma. Parece ter uma ação mais expressiva que o
hipocondríaco. Mas, mesmo assim, seus sintomas expressam seus conflitos reprimidos.
É uma forma simbólica (e somática) de falar que utiliza o corpo como meio de
comunicação.
ESTRESSE, SISTEMA IMUNOLÓGICO e INFECÇÃO
Um tema que diz respeito diretamente à psiconeuroimunologia é o relacionamento entre
os fatores psicológicos e o estresse com as doenças infecciosas. Uma das mais
importantes funções do equilíbrio do organismo (homeostasia) é protegê-lo das
agressões infecciosas, ou seja, impedir a multiplicação de agentes infecciosos e a
formação de colônias em seu interior, bem como proporcionar resistência às infecções
(veja Psiconeuroimunologia 1 e 2, na seção Psicossomática).
Como mecanismos inespecíficos desse sistema de defesa existem a integridade das
barreiras naturais, compostas pela pele, pelos cílios e pelos, pela presença de ácidos nas
superfícies, substâncias inibidoras da proliferação dos germes nos humores e outros. Os
mecanismos específicos de nossas defesas estão representados por um combate muito
mais eficaz conduzida pelo sistema imunológico.
Os anticorpos do Sistema Imunológico, por exemplo, facilitam extremamente a atração,
a aderência e a fagocitose dos germes invasores pelas células brancas e macrófagos,
participando também da neutralização de partículas virais circulantes. Graças à
participação celular da resposta imunológica, as células infectadas por vírus ou por
outros parasitas intracelulares podem ser destruídas e isso se dá às custas das células
chamadas Linfócitos T.
O estresse desempenha importante papel no Sistema Imunológico, inibindo ou
estimulando seus componentes, ou seja, aumentando a morbidade e mortalidade, por
excesso ou por falta desses mecanismos. Plaut e Friedman (1981) reportam uma
tremenda variabilidade da morbidade e mortalidade por invasão de germes em animais
de laboratório, dependendo da natureza do organismo patogênico, da qualidade e
quantidade do estresse e de fatores genéticos e ambientais.
Depois de enfatizar a natureza multifatorial das doenças infecciosas, Amkraut e
Solomon (1975) escrevem: "Pequenas mudanças no processo imunológico podem
causar alterações iniciais para permitir o estabelecimento de infecções, alterar o curso
da doença depois da infecção instalada, ou mesmo, permitir a invasão de organismos
não patogênicos, como acontece no caso da gengivite aguda necrozante, a qual é
fortemente associada com o estresse emocional".
Esses autores também ilustram sua posição dando como exemplo o caso da infecção
pneumocócica, lembrando que este germe costuma estar naturalmente presentes no trato
respiratório de pessoas normais e nem atravessam a mucosa ou entram nos pulmões em
número significativo. Em condições normais a natureza da mucosa, as secreções desta e
a flora normal impedem a proliferação e penetração dessas bactérias. Entretanto, essas
condições normais da mucosa e a flora normal que aí se encontra podem ser
modificadas pelo estresse, permitindo a multiplicação e passagem de microrganismos.
Quando essas bactérias invadem a mucosa em pequeno número, podem ser eficazmente
atacados por células da defesa, os macrófagos. Mas, não obstante, a vigilância dos
macrófagos pode ser afetada por hormônios ou pelo estresse, possibilitando o início da
doença. Macrófagos alterados pelo estresse podem ser menos eficientemente.
Também devemos levar em conta que as proteínas capsulares dos pneumococos
estimulam os linfócitos B diretamente e, por causa do estresse, uma leve diminuição da
atividade destes, pode levar a uma produção inadequada de anticorpos. Também,
lembram os autores, que esta inibição da capacidade de remover as bactérias
encharcadas de anticorpos dos macrófagos pode diminuir significativamente as defesas
imunológicas.
Contribuindo ainda para a deficiência da vigilância imunológica, a redução dos níveis
de complemento do paciente (proteínas que se ligarão aos agressores) ou de um
particular componente do sistema de complemento, pode aumentar a severidade da
doença infecciosa.
Tem sido muito observado por aqueles que lidam com a tuberculose, as relações entre
melhoras e pioras dos pacientes e seus problemas emocionais. Já em 1919, Ishigami,
citado por Schindler, escreveu sobre isso quando, estudando a fisiopatologia da
tuberculose, observou a diminuição da atividade fagocitária das células imunológicas
durante episódios de excitação emocional, atribuindo-os ao estresse da vida.
Wittkower, já na década de 1950, escrevia que "algumas vezes pode ser mais adequado
firmar o prognóstico do paciente na base de sua personalidade e conflitos emocionais
que na base das imagens de suas radiografias". Por causa dessas observações é que se
firmou o ditado, segundo o qual, na doença, "a agressão depende mais do agente
agredido que do agente agressor".
A própria psicoterapia de grupo nasceu, na década de 30, para o atendimento de
pacientes tuberculosos em pequenos grupos, para possibilitar um processo educativo em
relação a suas enfermidades, bem como a perspectiva de melhor lidarem com elas,
favorecendo a alta e a reabilitação.
Também servem de exemplo da influência das emoções no curso e evolução das
doenças, os famosos trabalhos de Renée Spitz, sobre crianças internadas em instituições.
Várias situações mórbidas descritas pelo autor, como por exemplo a Depressão
Anaclítica, marasmo e hospitalismo, ele constatava também um expressivo aumento da
mortalidade por maior suscetibilidade a infecções. Em suas preciosas observações, Spitz
descreveu como a simples presença da mãe, junto à criança internada, fazia reverter o
curso, evolução e prognóstico das doenças.
Jacobs, em 1969, propôs-se a estudar os problemas psicossomáticos da pneumologia, e
constatou que as pessoas em situações de mudança de vida, que estavam usando mal
seus mecanismos psicológicos de adaptação adoeciam, sobretudo, de infecções das vias
aéreas superiores. De fato, tanto os médicos quanto os leigos, sabem que as situações de
resfriado, gripe ou bronquite ocorrem em pessoas fatigadas emocionalmente ou mesmo
deprimidas.
Para sistematizar academicamente as antigas suspeitas da influência das emoções sobre
a recuperação de doenças infecciosas, Greenfield e cols, em 1959, realizaram um
interessante trabalho experimental. Aplicaram um inventário de avaliação psicológica, o
Minnesota Multiphasic Personality Inventory (MMPI), em 38 pessoas que estavam em
recuperação de um processo de mononucleose infecciosa.
Eles dividiram os pacientes em dois grupos: os de longa recuperação e os de curta
recuperação. O grupo que se recuperou mais rapidamente apresentava significativos
escores de maior força de ego do que o grupo que se recuperou mais lentamente. Na
discussão desse trabalho, escrevem, "... parece-nos que há uma substancial evidência
empírica para a assertiva de que a saúde psicológica e a somática são separáveis
apenas arbitrariamente.”. Bioquimicamente é importante também o trabalho de
Gruchow (1979), que conseguiu detectar elevações de catecolaminas três dias antes de
episódios infecciosos.
Oliveira, na área da Hanseníase em 1988, por várias vezes constatou uma recorrência
dos sintomas e das lesões cutâneas durante ou após episódios traumáticos ou conflitivos
intrafamiliares. Após três anos de psicoterapia grupal,  mantida a medicação que já
faziam uso anteriormente, praticamente todas as pacientes se mostraram beneficiadas
por este processo, fosse através de uma melhoria de suas enfermidades, fosse por uma
atitude menos hipocondríaca, culpada ou submissa. E as exacerbações das lesões
cutâneas que se seguiam aos estresses praticamente desapareceram.
O Herpes Simples é uma das viroses que mais tem estimulado estudos psicossomáticos.
Amkraut e Solomon (1975) recordam que os anticorpos contra o vírus do Herpes
coexistem tanto com a infecção aberta quanto com a inaparente (veja melhor o Herpes
em Psiconeuroimunologia, Emoção e Imunidade 1, na seção Psicossomática). A doença
se dissemina por transferência do vírus, célula a célula. Trata-se de uma falência da
vigilância imunológica dos linfócitos T, os quais deveriam estar diuturnamente
monitorando as células infectadas. Esses linfócitos podem destruir os vírus diretamente,
por ação citotóxica, ou através da ativação de macrófagos da vizinhança.
Pois bem. O estresse perturba o equilíbrio presença de vírus-defesa do organismo,
possibilitando a proliferação do vírus, o que também se dá por febre ou radiação
ultravioleta. Um dos alvos sabidos do estresse são as células NK, ou células matadoras
(natural killers) de vírus e de outras células neoplásicas.
Na prática médica, qualquer clínico experiente constata, facilmente, a interação entre
situações de estresse e crises herpéticas. Até mesmo os próprios pacientes, com o
tempo, aprendem a diagnosticar as situações de estresse que serão capazes de
desencadear a recaída da doença. Não é raro encontrarmos crises de herpes genital
relacionadas com a situação conjugal.
Atualmente a AIDS tem sido outro terreno muito fértil para a pesquisa psicossomática.
Além de tratar-se de uma doença infecciosa, de uma virose, ela provoca várias situações
somatopsíquicas. Desde o estresse representado por seu diagnóstico até as angústias
sócio-culturais atreladas à doença.
Atualmente muito se tem pesquisado sobre as implicações do abuso de drogas, do
excesso de parceiros e do coito anal na incidência da AIDS. Outro grupo procura
estabelecer relações sobre o estresse cultural do homossexual, o qual vive numa
sociedade homofóbica, e das comorbidades emocionais dos usuários de drogas, embora
não se negue, de forma alguma, a capacidade imunossupressora dos opiáceos exógenos
intravenosos. Se um sistema imunológico já está comprometido por opiáceos ou por
infecção virótica, é compreensível que o estresse possa ser mais imunossupressor
agravante.
DOENÇAS AUTO-IMUNES
Doenças Autoimunes ou de auto-agressão são aquelas em que se desenvolvem certas
reações imunológicos contra constituintes naturais do organismo (self), levando a lesões
localizadas ou sistêmicas. Fazem parte deste grupo de doenças a artrite
reumatóide, lúpus eritematoso sistêmico, esclerose sistêmica progressiva, polimiosite-
dermatomiosite, tireoidite autoimune, miastenia grave, colite ulcerativa e outras, como
por exemplo, a esclerose sistêmica progressiva, polimiosite-dermatomiosite, tireoidite
autoimune, a miastenia grave.
Essas doenças ocorrem devido à formação de anticorpos contra constituintes do próprio
organismo passando. Nesse caso, tais constituintes passam a significar, erroneamente,
agressores (antígenos) ao Sistema Imunológico. E quando o anticorpo adere ao antígeno
há ativação de proteínas plasmáticas que estimulam uma cadeia de reações, a qual
culmina na destruição celular e necrose do tecido, com muitas conseqüências sobre a
função do órgão e sobre o próprio organismo.
Muitas indagações têm sido feitas no sentido de se determinar por que, de repente, um
constituinte orgânico próprio do organismo passa a ser reconhecido como “corpo
estranho”. Supõe-se este tipo de reação anômala seja facilitada por uma atividade
diminuída de células imuno-supressoras. Assim sendo, a falência da atividade imuno-
supressora explicaria o surgimento de certas doenças autoimunes e, como já vimos ao
tratar das infecções e emoções, o estresse pode perfeitamente ser capaz de modificar as
atividades das Células T, incluindo a atividade supressora.
Sabe-se também que os fenômenos autoimunes tendem a aumentar com o
envelhecimento, e este fato tem, inclusive, sido aventado como de importância na
etiologia do câncer. Outro aspecto já muito estudado diz respeito ao condicionamento
genético destas doenças. Quando estudamos as causas das chamadas doenças
autoimunes, veremos que se tratam de doenças tipicamente multifatoriais, de múltiplos
fatores envolvidos em sua etiologia, e aqui se inserem o estresse e os fatores
psicossociais no desenvolvimento, evolução, agravamento.
Pessoas resistentes à idéia da relação das emoções com essas doenças autoimunes
poderiam citar que algumas pesquisas atuais consideram, dentro desta multifatoriedade,
algumas ações virais. Neste sentido, lembram, já se sabe que o antígeno da panarterite
nodosa, doença do grupo das colagenoses, é o vírus da hepatite B e, quanto à artrite
reumatóide, já se sabe que vírus do tipo Baar-Epstein, o mesmo da mononucleose
infecciosa, ao parasitarem os linfócitos tipo B, produziriam o fator reumatóide, uma
gamaglobulina presente no sangue destes pacientes. Também foi evidenciado a
importância dos vírus HIV e outros tipos do tipo Picorna na poliomiosite, doença na
qual os vírus Coxakie parecem desempenhar um papel patogênico em casos de crianças.
Mas esses argumentos não excluem, em absoluto, o envolvimento emocional, pois,
como vimos acima, as emoções estariam fortemente presentes na vulnerabilidade
imunológica e na suscetibilidade a infecções.

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