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Escola de Formação de Terapeutas

INSTRUTOR E COORDENADOR :
CARLOS ANTONIO FIRMINO

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comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos
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ANSIEDADE - 1

Há autores que definem a era moderna como a Idade da Ansiedade, associando


a este acontecimento psíquico a agitada dinâmica existencial da modernidade;
sociedade industrial, competitividade, consumismo desenfreado e assim por
diante.Diz-se que a simples participação do indivíduo na sociedade
contemporânea já preenche, por si só, um requisito suficiente para o surgimento
da Ansiedade. Portanto, viver ansiosamente passou a ser considerado uma
condição do homem moderno ou um destino comum ao qual todos estamos, de
alguma maneira, atrelados.

Com certeza, até por uma questão biológica, podemos dizer que a Ansiedade
sempre esteve presente na jornada humana desde a caverna até a nave espacial.
A novidade é que só agora estamos dando atenção à quantidade, tipos e efeitos
dessa Ansiedade sobre o organismo e sobre o psiquismo humanos, de acordo
com as concepções da prática clínica, da medicina psicossomática e da
psiquiatria.

Nosso potencial ansioso sempre se manteve fisiologicamente presente e sempre


carregando consigo o sentimento do medo, sua sombra inseparável. É muito
difícil dizer se era diferente o estresse (esta revolução orgânica e psíquica) que
acometia o homem das cavernas diante de um urso invasor de sua morada
daquilo que sente hoje um cidadão comum diante do assaltante que invade seu
lar. Provavelmente não. Faz parte da natureza humana certos sentimentos
determinados pelo perigo, pela ameaça, pelo desconhecido e pela perspectiva de
sofrimento.

A Ansiedade passou a ser objeto de distúrbios quando o ser humano colocou-a


não a serviço de sua sobrevivência, como fazia antes, mas a serviço de sua
existência, com o amplo leque de circunstâncias quantitativas e qualitativas desta
existência . Assim, o estresse passou a ser o representante emocional da
Ansiedade, sua correspondência psíquica e egoicamente determinada. O fato de
um evento ser percebido como estressante não depende apenas da natureza do

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mesmo, como acontece no mundo animal, mas do significado atribuído à este
evento pela pessoa, de seus recursos, de suas defesas e de seus mecanismos
de enfrentamento. Isso tudo diz respeito mais à personalidade que aos eventos
do destino em si.

No ser humano o conflito parece ser essencial ao desenvolvimento da


Ansiedade. Em nosso cotidiano, sem termos plena consciência, experimenta um
sem-número de pequenos conflitos interpessoais ou intrapsíquicos; as tensões
entre ir e não ir, fazer e não fazer, querer e não poder, dever e não querer,
poder e não dever, a assim por diante. Portanto, motivação fisiológica para o
aparecimento da Ansiedade existe de sobra.

A Ansiedade pode se manifestar em três níveis: neuroendócrino, visceral e de


consciência. O nível neuroendócrino diz respeito aos efeitos da adrenalina,
noradrenalina, glucagon, hormônio antidiurético e cortisona. No plano visceral a
Ansiedade corre por conta do Sistema Nervoso Autônomo (SNA), o qual reage
se excitando (sistema simpáticoto) na reação de alarme ou relaxando (sistema
vagal) na fase de esgotamento. Na consciência a Ansiedade se manifesta por
dois sentimentos desagradáveis: 1- através da consciência das sensações
fisiológicas de sudorese, palpitação, inquietação, etc. e; 2- através da
consciência de estar nervoso ou amedrontado.

Os padrões individuais de Ansiedade variam amplamente. Alguns pacientes têm


sintomas cardiovasculares, tais como palpitações, sudorese ou opressão no
peito, outros manifestam sintomas gastrintestinais como náuseas, vômito,
diarréia ou vazio no estômago, outros ainda apresentam mal-estar respiratório
ou predomínio de tensão muscular exagerada, do tipo espasmo, torcicolo e
lombalgia. Enfim, os sintomas físicos e viscerais variam de pessoa para pessoa.
Psicologicamente a Ansiedade pode monopolizar as atividades psíquicas e
comprometer, desde a atenção e memória, até a interpretação fiel da realidade.

1 - TRANSTORNO ANSIOSO

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Sendo a Ansiedade uma grande mobilizadora de distonias (desarmonias) do
Sistema Nervoso Autônomo, a sintomatologia do Transtorno de Ansiedade é rica
em elementos físicos e vegetativos (internos e autônomos). Portanto, neste tipo
de transtorno encontramos não apenas uma sintomatologia psíquica mas,
sobretudo, física.

Sobre a sintomatologia geral, recomenda-se a observância de pelo menos SEIS


dos seguintes 18 sintomas, quando freqüentemente presentes:
01 - tremores ou sensação de fraqueza
02 - tensão ou dor muscular
03 - inquietação
04 - fadiga fácil
05 - falta de ar ou sensação de fôlego curto
06 - palpitações
07 - sudorese, mãos frias e úmidas
08 - boca seca
09 - vertigens e tonturas
10 - náuseas e diarréia
11 - rubor ou calafrios

12 - polaciúria (aumento de número de urinadas)


13 - bolo na garganta
14 - impaciência
15 - resposta exagerada à surpresa
16 - dificuldade de concentração ou memória prejudicada
17 - dificuldade em conciliar e manter o sono
18 - irritabilidade.

Convém sublinhar que estes sintomas costumam estar relacionados à estresse


ambiental crônico, têm um curso flutuante, variável e tendência à cronificação.
Com certa freqüência a Ansiedade está associada à Depressão, à Fobia ou à
outros sintomas emocionais mas, nestes casos, deverá ser incluída em outras
classificações.
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Dentro dos TRANSTORNOS DE ANSIEDADE, é classificado um tipo de
Ansiedade paroxístico episódica, diferente da Ansiedade Generalizada e
denominado TRANSTORNO DO PÂNICO (mais adiante). Seria, neste caso, uma
Crise Aguda de Ansiedade, com sintomatologia muito exuberante. Por tratar-se
de um quadro comum e muito característico, preferimos considerá-lo numa
classificação destacada.

Assim sendo, considerando a nossa necessidade fisiológica de nos adaptarmos


às diversas circunstâncias através da Ansiedade, falamos em Ansiedade
Normal. Por outro lado, falamos também da Ansiedade Patológica como uma
forma de resposta inadequada, em intensidade e duração, à solicitações de
adaptação. Um determinado estímulo (interno ou externo) funcionando como
uma convocação de alarme continuamente, por exemplo, pode favorecer o
surgimento da Ansiedade Patológica.

Se em outros tempos o ser humano manifestava a sua Ansiedade de maneira


muito próxima à um medo especificamente dirigido a um objeto ou situação
específicos e delimitados no tempo (animal feroz, tempestade, guerra, etc.), hoje
a maioria dos estímulos desencadeadores desta emoção são inespecíficos
(insucesso, insegurança social, competitividade profissional, frustração amorosa,
política ou religiosa, constrangimento ético, etc.); o ser humano moderno coloca-
se em posição de alarme diante de um inimigo abstratos e impalpável.

Biologicamente a etiologia da Ansiedade parece estar relacionada ao Sistema


Noradrenérgico, Gabaérgico e Serotoninérgico (da noradrenalina, serotonina e
gaba, respectivamente) do Lombo Frontal e do Sistema Límbico. Os pacientes
ansiosos tendem a ter um tônus simpático aumentado, respondendo
emocionalmente de forma excessiva aos estímulos ambientais e demorando mais
a adaptar-se às alterações do Sistema Nervoso Autônomo. Segundo Kaplan, a
Ansiedade tem uma ocorrência duas vezes maior no sexo feminino e se estima
que até 5% da população geral tenha um distúrbio generalizado de Ansiedade. As
teorias psicossociais sobre a gênese da Ansiedade são exaustivamente

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estudadas, não só pela medicina como também pela psicologia, pela sociologia,
pela antropologia e pela filosofia.

2 - TRANSTORNOS DO PÂNICO
(DOENÇA DO PÂNICO, SÍNDROME DO PÂNICO)

Por ser o Pânico considerado também como um estado de Ansiedade Paroxística


Episódica, encontra-se classificado na CID-10 dentro dos Transtornos de
Ansiedade (F41. 0). Os ataques de pânico recorrentes caracterizam
essencialmente este distúrbio; crises de medo agudo e intenso, extremo
desconforto, sintomas autossômicos vegetativos associados e medo de morte
iminente. As crises de Ansiedade no Pânico duram minutos e costumam ser
inesperada, ou seja, não seguem situações especiais (como na fobia simples, ou
na fobia social), podendo surpreender o paciente em ocasiões variadas. Não
obstante, existem alguns pacientes que desenvolvem o episódio de pânico diante
de determinadas situações pré-conhecidas, como, por exemplo, dirigindo
automóveis, diante de grande multidão, dentro de bancos, etc. Neste caso
dizemos que o Distúrbio do Pânico é acompanhado de Agorafobia.

O DSM-IV enfatiza e a CID-10 cita que, muito freqüentemente, um Distúrbio


Depressivo coexiste com o Transtorno do Pânico. Nós, particularmente, achamos
que a Síndrome do Pânico é, literalmente, uma forma atípica de doença
depressiva. O sentimento de pânico é, em essência, uma grave sensação de
insegurança e temor. Ora, quem mais, além dos deprimidos, pode sentir-se tão
inseguro a ponto de sentir a morte (ou o passar mal) iminente?

Depois do primeiro ataque de pânico, normalmente a pessoa experimenta


importante Ansiedade e medo de vir a apresentar um segundo episódio. Trata-se
ainda da extrema insegurança. É como se a pessoa ficasse ansiosa diante da
possibilidade de ficar ansiosa. Por causa disso os pacientes passam a evitar
situações possivelmente facilitadoras da crise, prejudicando-se socialmente e/ou
ocupacionalmente em graus variados. São pessoas que deixam de dirigir, não
entram em supermercados cheios, evitam aventurar-se pelas ruas

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desacompanhadas, não conseguem dormir, não entram em avião, não
freqüentam shows, evitam edifícios altos, não utilizam elevadores e assim por
diante. De qualquer forma a mobilidade social e profissional de tais pacientes
encontra-se prejudicada de alguma maneira.

O Distúrbio do Pânico habitualmente se inicia depois dos 20 anos, é igualmente


prevalente entre homens e mulheres quando desacompanhado da Agorafobia,
mas é duplamente mais freqüente em mulheres quando associado à este estado
fóbico.

O ataque de Pânico sobrevem, como dissemos, abruptamente e se caracteriza


por preocupações exageradas sobre o futuro pessoal imediato. Segundo o DSM-
IV, a característica essencial de um Ataque de Pânico é um período distinto de
intenso medo ou desconforto acompanhado por pelo menos 4 de 13 sintomas
somáticos ou cognitivos expostos na lista abaixo.

(1) palpitações ou ritmo cardíaco acelerado


(2) sudorese
(3) tremores ou abalos
(4) sensações de falta de ar ou sufocamento
(5) sensações de asfixia
(6) dor ou desconforto torácico
(7) náusea ou desconforto abdominal
(8) sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio
(9) desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (estar
distanciado de si mesmo)
(10) medo de perder o controle ou enlouquecer
(11) medo de morrer
(12) parestesias (anestesia ou sensações de formigamento)
(13) calafrios ou ondas de calor.

Os pacientes com Transtorno do Pânico podem necessitar estarem sempre


acompanhados quando saem de casa e, posteriormente, podem até se recusar a

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sair de casa devido ao tamanho medo de passar mal na rua, de morrer
subitamente ou enlouquecer de repente. Eles também citam, geralmente, um
desejo urgente de fugir de onde quer que o ataque esteja ocorrendo. Algumas
vezes podem apresentar Ansiedades antecipatórias diante da possibilidade de
terem que sair. Normalmente esses pacientes têm dificuldade em dormir
desacompanhada, procuram insistentemente o cardiologista e recorrem ao auxílio
religioso com entusiasmo exagerado.

Segundo ainda o DSM-IV, em aproximadamente um terço das pessoas com o


Transtorno do Pânico a depressão precede o início do quadro e, nos dois terços
restantes, a depressão ocorre ao mesmo tempo ou após o início do Transtorno de
Pânico. Apesar dessa constatação científica, em algumas culturas esses ataques
de Pânico envolvem intenso temor de bruxaria ou feitiçaria.
Tendo em vista a freqüentíssima associação do TRANSTORNO DO PÂNICO
COM AGORAFOBIA, será importante discorrer sobre ela aqui.

ANSIEDADE TRANSTORNOS FÓBICO-ANSIOSOS

Trata-se de um grupo de transtornos nos quais uma ansiedade é desencadeada


exclusiva ou essencialmente por situações nitidamente determinadas que não
apresentam atualmente nenhum perigo real.

Estas situações são, por esse motivo, evitadas ou suportadas com temor. As
preocupações do sujeito podem estar centradas sobre sintomas individuais tais
como palpitações ou um impressão de desmaio, e freqüentemente se associam
com medo de morrer, perda do autocontrole ou de ficar louco.

A simples evocação de uma situação fóbica desencadeia em geral ansiedade


antecipatória. A ansiedade fóbica freqüentemente se associa a uma depressão.
Para determinar se convém fazer dois diagnósticos (ansiedade fóbica e episódio
depressivo) ou um só (ansiedade fóbica ou episódio depressivo), é preciso levar
em conta a ordem de ocorrência dos transtornos e as medidas terapêuticas que
são consideradas no momento do exame.

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3 - AGORAFOBIA

A característica essencial da Agorafobia é uma Ansiedade que aparece quando


a pessoa se encontra em locais ou situações das quais sair dali (escapar)
poderia ser difícil ou embaraçoso ou, na maioria das vezes, em situações nas
quais um auxílio imediato pode ser difícil, caso a pessoa venha a passar mal. A
Ansiedade agorafóbica pode ser, inclusive, antecipatória, ou seja, aparecer
diante da simples possibilidade de ter que participar de determinadas situações.
Essa Ansiedade antecipatória pode levar ao afastamento (fuga) dessas
situações, presumivelmente causadoras de Ansiedade. Tais situações podem
incluir:

a) - estar sozinho fora de casa ou estar sozinho em casa;


b) - estar em meio a uma multidão;
c) - viajar de automóvel, ônibus ou avião, ou estar em uma ponte ou elevador.

Alguns indivíduos mais teimosos podem ser capazes de se expor às situações


causadoras de Ansiedade agorafóbica, mas enfrentam essas experiências com
considerável temor. De um modo geral essas pessoas são mais capazes de
enfrentar as situações temidas quando acompanhado por alguém de confiança.
A esquiva ou fuga dessas situações pode prejudicar, de alguma forma, o
desempenho sócio-ocupacional do indivíduo.

O DSM-IV recomenda como critérios para o diagnóstico da Agorafobia o


seguinte:

1 - Ansiedade acerca de estar em locais ou situações de onde possa ser difícil


(ou embaraçoso) escapar ou onde o auxílio pode não estar disponível, na
eventualidade de ter um Ataque de Pânico inesperado ou predisposto pela
situação, ou sintomas tipo pânico. Os temores agorafóbicos tipicamente
envolvem agrupamentos característicos de situações, que incluem: estar fora de
casa desacompanhado; estar em meio a uma multidão ou permanecer em uma
fila; estar em uma ponte; viajar de ônibus, trem ou automóvel.

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2 - As situações são evitadas (por ex., viagens são restringidas) ou suportadas
com acentuado sofrimento ou com Ansiedade acerca de ter um Ataque de
Pânico ou sintomas tipo pânico, ou exigem companhia.

3 - A Ansiedade ou esquiva agorafóbica não é melhor explicada por um outro


transtorno mental, como Fobia Social (por ex., a esquiva se limita a situações
sociais pelo medo do embaraço), Fobia Específica (por ex., a esquiva se limita a
uma única situação, como elevadores), Transtorno Obsessivo-Compulsivo (por
ex., esquiva à sujeira, em alguém com uma obsessão de contaminação),
Transtorno de Estresse Pós-Traumático (por ex., esquiva de estímulos
associados com um estressor severo) ou Transtorno de Ansiedade de
Separação (por ex., esquiva a afastar-se do lar ou de parentes).

O diagnóstico diferencial para se distinguir os quadros de Agorafobia, Fobia


Social, Fobia Específica e Transtorno de Ansiedade de Separação pode ser
difícil, uma vez que todas essas condições caracterizam-se pelo afastamento de
situações específicas. Clinica e terapeuticamente falando, entretanto, essa
dificuldade parece não ter a mínima importância, devido ao fato do tratamento
médico-psiquiátrico ser, basicamente, o mesmo para todos esses casos.

Ansiolíticos
Tratamento
Agorafobia no DSM.IV
Agorafobia na CID.10

4- FOBIA SOCIAL

(ESTADO FÓBICO, FOBIA SIMPLES E SOCIAL)

As FOBIAS SOCIAIS estão centradas em torno de um medo de expor-se


a outras pessoas e tem, como conseqüência, o afastamento e evitamento
sociais. Podem ser específicas às situações de comer ou falar em
público, mas podem ser mais difusas, envolvendo quase todas as
circunstâncias sociais fora do ambiente familiar. Neste caso, entre as

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situações fóbicas que invariavelmente resultam na evitação do objeto,
atividade ou situação socialmente temidas, destaca-se o medo de
humilhação e embaraço em lugares públicos, o medo de comer em
público, falar em público, urinar em banheiro público e, muito
freqüentemente, de assinar cheques à vista de pessoas estranhas.

A exposição à situação social ou de desempenho provoca, quase que


invariavelmente, uma resposta imediata de ansiedade, a qual pode assumir a
forma de um Ataque de Pânico ligado à situação ou predisposto pela situação.

DIRETRIZES E CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO


PARA TRANSTORNO FÓBICO SOCIAL

1- os sintomas psicológicos, comportamentais e autossômicos devem provir da


ansiedade e não secundários à outros quadros mentais;
2- a ansiedade deve ser restrita e/ou predominar à situações sociais;
3- a evitação das situações fóbicas deve ser proeminente;
4- o comportamento de evitação interfere nas atividades sociais ou no
relacionamento interpessoal;
5- a pessoa reconhece que seu medo é irracional e excessivo.

O prejuízo na atividade social de pessoas portadoras da Fobia Social pode


chegar ao extremo do isolamento. Nas situações sociais ou de desempenho
temidas, os indivíduos com Fobia Social experimentam preocupações acerca de
embaraço e temem que outros os considerem ansiosos, débeis, "malucos" ou
estúpidos. O medo de falar em público pode ser em virtude da preocupação de
que os outros percebam o tremor em suas mãos ou voz. Podem ainda
experimentar extrema ansiedade ao conversar com outras pessoas pelo medo
não saberem se expressar. Os sintomas de ansiedade que surgem nessas
situações costumam ser palpitações, tremores, sudorese, desconforto
gastrintestinal, diarréia, tensão muscular, rubor facial, etc.

Apesar da Fobia Social ter começado a atrair atenção, em termos de diagnóstico


e tratamento somente há pouco tempo, acredita-se que ela seja o transtorno de
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ansiedade mais comum atualmente. A prevalência no decorrer da vida foi de
13,3% e 14,4% em estudos americanos e europeus, respectivamente (Journal of
Affective Disorders, 1998; 50: S3-S9). Os sintomas da Fobia Social são
crônicos, não desaparecem espontaneamente sem tratamento e acabam sendo
invalidastes com o tempo.

O início ocorre precocemente no curso da vida, a idade mais comum é ao redor


dos 15 anos, e 90% dos pacientes iniciam seu quadro antes dos 25 anos
(Journal of Affective Disorders, 1998; 50: S3-S9). As características clínicas que
distinguem a Fobia Social de outros transtornos de ansiedade são: início na
adolescência (ao redor dos 14 aos 16 anos), incapacitação restrita a situações
sociais, enrubescimento facial, precipitação por situações sociais, cognições
(interpretações) únicas e distorcidas. Quanto mais precoce for o início, pior o
prognóstico. O curso tende a ser crônico e contínuo.

Sintomas

A Fobia Social é um transtorno caracterizado por medo persistente de situações


sociais, como por exemplo a exposição a pessoas que não da família ou
possíveis e a questionamentos por terceiros. Essas situações costumam ser
evitadas e, quando defrontadas, se acompanham de ansiedade intensa,
angústia e sintomas autossômicos (do sistema nervoso autônomo).

Normalmente o paciente com Fobia Social se sente como se fosse ser


humilhado publicamente ou colocado em situações embaraçosas. São exemplos
dessas situações as apresentações em público, alimentar-se em local público,
utilizar um sanitário público e conversar com pessoas. A essência da Fobia
Social é o medo extremo de ser examinado pelos outros em situações sociais
e/ou de performance pessoal, com subseqüente embaraço ou sensação de
humilhação, o que freqüentemente culmina na evitação destas situações ou
severa ansiedade com sintomas autossômicos.
Os estudos epidemiológicos identificaram 2 subtipos de Fobia Social :

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1 - O discreto, específico ou não generalizado, o qual é o mais conhecido e
usualmente restrito a poucas situações sociais, sendo a mais comum o medo de
falar em público. A Fobia Social restrita à fala, ou condições mais reservadas,
corresponde à classificação pela DSM-IV de Fobia Social não Generalizada.
2 - O outro subtipo é a Fobia Social Complexa ou Fobia Social Generalizada. Ao
contrário da anterior, esta forma complexa é, habitualmente, mais incapacitante,
familiar e de longa duração, é mais grave e corresponde à grande maioria dos
pacientes tratados em clínicas especializadas.

Existe um componente familiar na Fobia Social , como observado por estudos


epidemiológicos que mostram incidência de até 26,4% do quadro em familiares
de pacientes, contra 2,7% em grupos controles.

Apesar de ser um transtorno comum, os pacientes são muito relutantes em


buscar tratamento especializado, o que acaba acontecendo muito tardiamente
porque a maioria não acredita que possa haver cura. Assim sendo, mesmo a
Fobia Social tendo forte impacto pessoal e severo prejuízo sócio-ocupacional,
apenas de 4% a 5% dos pacientes procura o auxílio profissional especializado
precocemente. Isto se deve, provavelmente, à falta de conhecimento sobre esse
transtorno por parte dos pacientes, e mesmo por parte dos profissionais de
saúde. Um certo nível de desconforto frente a certas situações sociais pode ser
interpretado como normal pelo paciente, ou banalizado pelos familiares e
amigos, existindo ainda certo estigma social pela procura de um psiquiatra para
tratamento.

Os sintomas físicos, também chamados de sintomas autossômicos (do sistema


nervoso autônomo), podem incluir taquicardia, tremores, perda de fôlego,
sudorese e dores abdominais. Os sintomas cognitivos dizem respeito a
pensamentos de desadaptação e crenças inadequadas sobre situações sociais.
Os sintomas comportamentais incluem uma sensação de congelamento e
"paralisia", na qual o paciente não consegue reagir, e evitação fóbica da
situação ou objeto da fobia.

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A causa da Fobia Social parece ser devida à combinação de alterações
genéticas e ambientais, portanto, a etiologia parece ter padrão genético-familiar
associado a um papel familiar como modelo de resposta às situações sociais (a
angústia social dos pais pode ser aprendida e exacerbada pelos filhos, tomando-
se patológica). O ambiente influencia na medida em que os pacientes parecem
copiar os modelos de medos de seus pais ou familiares mais próximos de modo
exacerbado. Existe um risco familiar aumentado de 16% para esse transtorno.
Em termos neurobiológicos, parece haver uma disfunção do sistema
dopaminérgico estriatal, com redução dos níveis desse neurotransmissor e do
sistema serotoninérgico, com supersensibilidade do receptor pós-sináptico

Comorbidade

A concomitância de fobia Social com outros transtornos emocionais tem servido


de objeto de estudo por inúmeros pesquisadores. Alguns estudos (J Clin
Psychiatry, 1996; (57) Il: 519-522) encontraram nestes pacientes 61% de
Distimia, 28% de Transtorno de Pânico, 11% de Fobia Simples, 11% de
Transtorno Obsessivo-Compulsivo,11% de Depressão Maior, 11%de abuso ou
dependência de álcool, e 6% de ansiedade generalizada. Juntando-se a Distimia
com a Depressão Maior chega-se à 72% de comorbidade da Fobia Social com
quadro depressivo. Esses pacientes que apresentam comorbidade de
Depressão com Fobia Social têm um risco maior de suicídio e de incapacitação
social e, eles 34% deles refere que o transtorno interfere significativamente com
suas vidas (Journal of Affective Disorders, 1998; 50: S11 -S16).

Outros trabalhos apontam que 59% dos pacientes com Fobia Social também
sofrem de outro tipo de fobia, 45% tem Agorafobia, 19% de Abuso de Drogas,
17% de Depressão Maior e 17% são Alcoólatras. A tentativa de suicídio aparece
em 15,7% dos pacientes com comorbidade depressiva, contra 1,0%,
aproximadamente, quando a Fobia Social está sozinha, algo muito próximo ao
da incidência de suicídio na população geral (Journal of Affective Disorders,
1998; 50: S17-S22).

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Fobia Social e Alcoolismo

Muitas pessoas utilizam o álcool para relaxar em ocasiões sociais, entretanto,


para os pacientes com Fobia Social, a ansiedade associada com situações
sociais freqüentemente resultam em dependência ao álcool. Esses pacientes
utilizam o álcool para auxiliar em situações sociais que os deixam temerosos, e
muitos o usam deliberadamente para aliviar os sintomas da ansiedade
antecipatória.

A relação entre a Fobia Social e o alcoolismo é complexa. Os problemas com o


álcool tipicamente se desenvolvem secundariamente à Fobia Social , com
pacientes referindo que eles encontram ajuda no álcool, frente aos sintomas da
ansiedade. Contudo, o consumo excessivo de álcool pode precipitar os sintomas
ansiosos, estabelecendo um círculo vicioso de ansiedade e alcoolismo.

As taxas de prevalência de alcoolismo em pacientes com Fobia Social variam


de 14% a 40%. Por outro lado, as taxas de Fobia Social em alcoólatras variam
de 2,4% a 57%. Em estudo prévio, as taxas de uso de álcool como auxiliar em
pacientes que sofriam de Fobia Social foram as seguintes (Journal of Affective
Disorders, 1998; 50: S23-S28):

Álcool Uso
Ação como deliberado
auxiliar de álcool
Conversar com pessoas
71 57
importantes
Alimentar-se com
71 42
acompanhantes
Ser criticado 64 50
Ser visto ou
64 36
acompanhado
Falar ou agir frente ao 57 43

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público

De todos os Transtornos de Ansiedade, as fobias (simples, social ou


agorafobia ) são as que mais freqüentemente se associam ao alcoolismo, ao
contrário do Transtorno de Ansiedade Generalizada, que tende a ser posterior à
ocorrência do abuso de álcool. O Transtorno de Pânico e o Obsessivo-
Compulsivo têm uma temporalidade variável em relação ao alcoolismo. Vários
estudos encontraram taxas de cerca de 82% a 85% de ocorrência de Fobia
Social prévia ao alcoolismo.

5 - TRANSTORNO FÓBICO-ANSIOSO.

(ESTADO FÓBICO, FOBIA SIMPLES E SOCIAL)

A diferença entre a Fobia sintoma e o Transtorno Fóbico, deve serconsiderada


como a diferença que se faz entre o sintoma e a doença. A Fobia, como sintoma
faz parte da alteração do pensamento, aparece como um medo imotivado e
patológico, ilógico e especificamente orientado para um determinado objeto ou
situação. Normalmente é acompanhada de intensa ansiedade e outros sintomas
autossômicos. O Transtorno Fóbico-Ansioso se caracteriza, exatamente, pela
prevalência da Fobia sintoma entre os demais sintomas de ansiedade, ou seja,
um medo anormal, desproporcional e persistente diante de um objeto ou
situação específica.
Dentro dos quadros fóbicos-ansiosos destacam-se três tipos:

1 - Agorafobia;
2 - Fobia Social e;
3 - Fobia Específica.

A AGORAFOBIA pode ser vista nesta página. A FOBIA ESPECÍFICA


(anteriormente Fobia Simples) tem como característica essencial o medo
acentuado e persistente de objetos ou situações claramente discerníveis e
circunscritos. A exposição ao estímulo fóbico provoca, quase invariavelmente,
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imediata resposta de ansiedade com muitos sintomas físicos. A FOBIA SOCIAL
também é um quadro fóbico-ansioso e está nesta página.

Em todos os Transtornos Fóbico-Ansiosos pode ocorrer uma ansiedade de


antecipação, fazendo com que o quadro ansioso apareça antes mesmo da
pessoa deparar-se, de fato, com a situação de medo, ou seja, no caso do
indivíduo pressentir a necessidade de se deparar com a situação de sua fobia.
Essas situações fóbicas são, freqüentemente, evitadas forma franca ou
dissimulada.

Invariavelmente, até para uma questão de se firmar o diagnóstico, o paciente


fóbico deve reconhecer a irracionalidade e o absurdo de seu medo, concorda
com a anormalidade de seus sentimentos mas, mesmo assim, percebe-se
impotente em combatê-los.

Normalmente os objetos de fobia na Fobia Específica são animais, não


necessariamente peçonhentos e as situações são aquelas que dizem respeito
ao escuro, à altura, ao abafamento de ambientes fechados, à água dos rios e
mares.

O DSM-IV recomenda os seguintes critérios para o diagnóstico de Fobia


Específica:

A. Medo acentuados e persistentes, excessivos ou irracionais, revelado pela


presença ou antecipação de um objeto ou situação fóbica (por ex., voar, alturas,
animais, tomar uma injeção, ver sangue).
B. A exposição ao estímulo fóbico provoca, quase que invariavelmente, umas
respostas imediatas de ansiedade, que pode assumir a forma de um Ataque de
Pânico ligado à situação ou predisposto pela situação.
Nota: Em crianças, a ansiedade pode ser expressa por choro, ataques de raiva,
imobilidade ou comportamento aderente.
C. O indivíduo reconhece que o medo é excessivo ou irracional.
Nota: Em crianças, esta característica pode estar ausente.
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D. A situação fóbica (ou situações) é evitada ou suportada com intensa
ansiedade ou sofrimento.
E. A esquiva, antecipação ansiosa ou sofrimento na situação temida (ou
situações) interfere significativamente na rotina normal do indivíduo, em seu
funcionamento ocupacional (ou acadêmico) ou em atividades ou
relacionamentos sociais, ou existe acentuado sofrimento acerca de ter a fobia.
F. Em indivíduos com menos de 18 anos, a duração mínima é de 6 meses.
G. A ansiedade, os Ataques de Pânico ou a esquiva fóbica associados com o
objeto ou situação específica não são melhor explicados por outro transtorno
mental, como Transtorno Obsessivo-Compulsivo (por ex., medo de sujeira em
alguém com uma obsessão de contaminação), Transtorno de Estresse Pós-
Traumático (por ex., esquiva de estímulos associados a um estressor severo),
Transtorno de Ansiedade de Separação (por ex., esquiva da escola), Fobia
Social (por ex., esquiva de situações sociais em vista do medo do embaraço),
Transtorno de Pânico Com Agorafobia ou Agorafobia Sem História de
Transtorno de Pânico.
Especificar tipo:
Tipo Animal.
Tipo Ambiente Natural (por ex., alturas, tempestades, água).
Tipo Sangue-Injeção-Ferimentos.
Tipo Situacional (por ex., aviões, elevadores, locais fechados).
Outro Tipo (por ex., esquiva fóbica de situações que podem levar a asfixia,
vômitos ou a contrair uma doença; em crianças, esquiva de sons altos ou
personagens vestidos com trajes de fantasia).

ANSIEDADE - 5
ESGOTAMENTO

É muito longa a discussão entre loucura e desrazão. A expressiva maioria dos


Transtornos Afetivos, onde se incluí a Depressão, proporciona atitudes
psicoemocionais não alienantes, ou seja, proporcionam um descontrole da crítica e
do juízo muito mais próximo da desrazão que da alienação. As patologias

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alienantes são as esquizofrenias, demências, deficiências mentais, psicoses
orgânicas e surtos de mania.

Devemos considerar o estresse uma ocorrência fisiológica e normal no reino


animal. O estresse é a atitude biológica necessária para a adaptação do organismo
à uma nova situação. Em medicina entende-se o estresse como uma ocorrência
global, tanto do ponto de vista físico quanto do ponto de vista emocional. As
primeiras pesquisas médicas sobre o estresse estudaram toda uma constelação de
alterações orgânicas produzidas no organismo diante de uma situação de
agressão.

Fisicamente o estresse aparece quando o organismo é submetido à uma nova


situação, como uma cirurgia ou uma infecção, por exemplo, ou, do ponto de vista
psicoemocional, à uma situação entendida como de ameaça. De qualquer forma,
trata-se de um organismo submetido à uma situação nova (física ou psíquica), pela
qual ele terá de lutar para adaptar-se, conseqüentemente, sobreviver. Portanto, o
estresse é um mecanismo indispensável para a manutenção da adaptação à vida,
indispensável pois, à sobrevivência.

O que popularmente (e corretamente) se conhece por esgotamento teria origem


em duas ocasiões (Figura 1): primeiro, quando a situação à qual a pessoa terá
que se adaptar (estímulo externo ou interno) for suficientemente importante e
duradoura para gerar forte tensão. Nesse caso haverá esgotamento por falência
adaptativa, devido aos esforços (emocionais) para superar uma situação de forte
tensão, normalmente considerados provocativa do ponto de vista subjetivo ou
objetivo (situação b da Figura 1). Isso quer dizer que o estímulo necessário para
desencadear o estresse seria ameaçador tanto para a pessoa que a ele está
reagindo, quanto para outras pessoas submetidas à mesma situação.

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Figura 1 - Situação de estressores.
Condição a: pessoa com estrutura normal
suportando estressores normais da vida (valor 1).
Menores chances de ruptura.
Condição b: pessoa com estrutura normal
suportando estressores muito mais pesados (valor
3). Maiores chances de ruptura.
Condição c: pessoa com estrutura afetiva mais
frágil suportando estressores normais da vida (valor
1). Maiores chances de ruptura.

Em segundo lugar, o esgotamento ocorre quando a pessoa não dispõe de


estabilidade emocional suficientemente adequada para adaptar-se a vários
aspectos da vida cotidiana. Os estímulos estressores, nesse caso, são
estressores exclusivamente para essa determinada pessoa, portanto,
objetivamente falando, são estímulos não tão traumáticos (situação c da Figura
4). Isso quer dizer que a pessoa sucumbiria emocionalmente a situações não
tão aversivas para outras pessoas colocadas na mesma situação mas, não
obstante, particularmente agressivas a ela. Seria uma ameaça subjetivamente
representada.

Digamos, então, que o esgotamento ou a ansiedade crônica e patológica


poderiam surgir em duas circunstâncias: 1 - decorrente daquilo que o mundo
traz à pessoa (seu destino) e; 2 - decorrente daquilo que a pessoa traz ao
mundo (sua sensibilidade pessoal).

O assunto poderia ser tratado dessa forma simples e prática, sem mistérios, se
não fosse o ditado popular de que "cachorro mordido por cobra tem medo de
lingüiça". Isso sugere a idéia de que o destino pode, não obstante, modular ou
condicionar determinada forma de valorizar a realidade, a tal ponto que os fatos
poderiam, dependendo das vivências de cada um, significar estímulos de maior
ou menor capacidade estressora.

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Assim sendo, podemos supor que nossos filtros afetivos tenham, não apenas
uma natureza constitucional ou biológica, mas, sobretudo, uma natureza bio-
psíco-dinâmica. Nesse caso, a serotonina, o GABA, os neuroreceptores
variados, a adrenalina e as vias neuronais, representariam a porção constituição
da personalidade que reage à vida, de maneira específica e pessoal. A vida ou o
destino em si, por outro lado, representariam o elemento circunstancial da
personalidade que reage à vida.

Assim sendo, a situação conhecida por esgotamento não se limita às


questões adaptativas de natureza eminentemente emocional, como acreditam
muitos. Fisicamente há no esgotamento alterações significativas em todo
organismo, a começar pelas glândulas supra-renais (de adrenalina e cortisona).
Por causa das alterações hormonais produzidas nessas glândulas no
"esgotamento", poderá haver dificuldades no controle da pressão arterial,
alterações do ritmo cardíaco, alterações no sistema imunológico e no controle
dos níveis de glicose do sangue, entre muitas outras modificações orgânicas.
Psiquicamente, a ansiedade crônica do "esgotamento" acaba levando a um
estado de apatia, desinteresse, desânimo e uma espécie de pessimismo em
relação à vida.

Organicamente, no esgotamento, há alterações significativas nas glândulas


supra-renais (de adrenalina e cortisona), há dificuldades no controle da pressão
arterial, há alterações do ritmo cardíaco, alterações no sistema imunológico, no
controle dos níveis de glicose do sangue, entre muitas outras. Psiquicamente a
ansiedade crônica ou esgotamento leva à um estado de apatia, desinteresse,
desânimo e uma espécie de pessimismo em relação à vida. Se hoje sabemos
muito sobre o estresse e a ansiedade, tanto do ponto de vista comportamental
quanto neuroquímico, pouco sabemos ainda sobre seu aspecto principal ou
primordial.

Estamos falando sobre esse tal estímulo desencadeador. É por aí onde tudo
começa, ou seja, todas as reações orgânicas, as atitudes, emoções,

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comportamentos, alterações químicas fisiológicas, etc e tal, começam sempre à
partir do tal estímulo.

Transtorno de Estresse Pós-Traumático

Conceituar e discutir o Transtorno por Estresse Pós-Traumático (TEPT) é


bastante atraente para o estudo antropológico e sociológico do mundo
contemporâneo. Esse é, talvez, o maior prejuízo não-material que a violência da
sociedade moderna impõe ao cidadão. A pessoa vítima de um assalto, por
exemplo, pode amargar um prejuízo emocional muito maior e mais durável do
que a querela material com que todos se preocupam. E esses prejuízos
emocionais não aparecem nas estatísticas políticas, sociais ou policiais.

A diferença entre o Transtorno por Estresse Pós-Traumático e o Transtorno de


Adaptação se resume a dois aspectos:

1. - Quanto ao tipo de estressor. O Transtorno de Adaptação ou de Ajustamento


é uma resposta emocional aos estressores mais comuns do cotidiano, enquanto
no Transtorno por Estresse Pós-Traumático o estressor deve ser extremamente
intenso, deve ter uma natureza excepcionalmente ameaçadora ou catastrófica, e
que provocaria sintomas evidentes de perturbação na maioria dos indivíduos
submetidos a ele.
2. - Quanto ao tempo da reação. O Transtorno de Adaptação ou de Ajustamento
é uma resposta emocional crônica aos estressores que se sucedem no
cotidiano, como se fosse uma somatória de várias circunstâncias diante das
quais as pessoas vão, paulatinamente, apresentando alterações emocionais;
mudança de cidade, mudança de emprego, revés econômico, perda do
emprego, etc. No Transtorno por Estresse Pós-Traumático o estressor é único e
a reação é aguda, o quadro todo aparece em pouco tempo (dias), imediato ou
medianamente ao estresse vivido.

Quando a mídia noticia a violência do cotidiano, em todas as esferas, há um


zelo especial em informar bem sobre os prejuízos diretos da violência,
principalmente, sobre os danos físicos e os prejuízos materiais envolvidos nessa
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comoção da vida moderna. Mas isso não reflete o total dos prejuízos que sofre a
pessoa.

Nas últimas décadas tem havido um aumento da prevalência do Transtorno por


Estresse Pós-Traumático para a população em geral, com taxas mais altas
ainda entre adolescentes e adultas jovens. O aumento da prevalência implica
num aumento real da possibilidade de ocorrência de Transtorno por Estresse
Pós-Traumático durante o tempo de vida da pessoa.

Ainda que, por definição, a vivência traumática para produzir um Transtorno de


Estresse Pós-Traumático se centralize em experiências humanas consideradas
"fora do normal", como por exemplo, combates militares, torturas e desastres
naturais, seqüestros, terrorismo, etc, também a agressão urbana cotidiana e
desmedida, bem como o diagnóstico de uma doença potencialmente mortal, a
ameaça de falência econômica e, conseqüentemente existencial, atualmente
também tem sido suficiente agente estressante para produzir reações
igualmente traumáticas (DSM-IV).

A busca de objetividade da psiquiatria sobre aquilo que, exatamente, poderia ser


considerada uma vivência traumática suficiente para justificar grave estresse,
tem sido uma atitude muitas vezes insensata. Seria o medo da morte, o medo
da doença, do sofrimento, seria o componente econômico, familiar, social,
ocupacional...? Enfim, como e o quê seria, exatamente, um motivo vivencial
suficientemente estressante para ocasionar o desenvolvimento do Transtorno
por Estresse Pós-Traumático ou mesmo de algum outro transtorno emocional?

Talvez seja o peso da somatória de uma série de estressores não tão grandes
mas, em seu conjunto, suficientemente fortes para uma grande solicitação
emocional adaptativa. Às vezes tem sido difícil identificar um determinado e
específico estressor, dentro da constelação de vivências múltiplas que
constituem a experiência da vida moderna, definitivamente associada às
manifestações do estresse. Mas isso não quer dizer que teremos de "inventar"

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uma outra denominação para transtornos emocionais só porque não houve
terremoto, guerra ou outra grande catástrofe.

O quadro do Transtorno por Estresse Pós-Traumático revive o antigo problema


das relações entre acontecimentos traumáticos da vida e a eclosão de doenças
emocionais. Dependendo de cada região ou país do mundo, os agentes causais
do Transtorno por Estresse Pós-Traumático têm características e incidências
próprias. Em alguns países o terrorismo é uma das principais manifestações da
violência que contribui para a patologia pós-traumática, em outras regiões têm
sido as catástrofes naturais, as guerras, etc (Medina, 2001). Em nosso caso,
parece ser a violência urbana e a insegurança a que se submetem os cidadãos,
os principais promotores do Transtorno de Estresse.

O Transtorno de Estresse Pós-Traumático se diagnostica quando uma pessoa


volta a experimentar uma emoção traumática com evocações, lembranças,
sonhos, cenas retrospectivas, ou até alucinações perturbadoras e intrusivas,
tempos depois da ocorrência de um acontecimento fortemente estressor.

Ao experimentar o traumatismo o paciente costuma apresentar pesadelos e


pensamentos invasivos (que independem se sua vontade) muito negativos,
pessimistas e trágicos, ao evitar recordações do trauma faz com que ele evite
situações relacionadas e afins (sair de casa, falar com estranhos, caminhar no
escuro, ficar sozinho, etc). Havendo aumento da excitabilidade, apresentará
perturbações do sono, hipervigilância, ansiedade e irritabilidade. Outras
respostas emocionais, comumente associadas com tais traumatismos, são o
desespero, os sentimentos de culpa por medidas tomadas ou evitadas e
angustia.

Até certo ponto, o Transtorno por Estresse poderia ser considerado uma reação
normal do organismo à um acontecimento anormal. Nesse caso o "defeito" seria
mais do destino que da pessoa. Pensando assim, poderíamos tirar duas
conclusões:

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a - O trauma estressor é a causa exclusiva do Transtorno por Estresse Pós-
Traumático e;
b - Esse estado mórbido pode ocorrer facilmente a qualquer pessoa, pois, de
acordo com o conceito do CID-10 (Classificação Internacional de Doenças), para
que um paciente seja classificado como portador de Transtorno De Estresse
Pós-Traumático, deve ter vivenciado um estresse de tal magnitude que seria
traumático para qualquer pessoa.

Apesar do conceito da CID-10, existe uma grande controvérsia quanto à


possibilidade de uma vivência traumática ter como conseqüência,
automaticamente, um transtorno emocional. É por isso que as pesquisas atuais
estão dando mais importância ao aspecto subjetivo da vivência traumática capaz
de produzir o estresse, do que ao estresse, propriamente dito. Os fenômenos
psicofisiológicos do estresse são basicamente os mesmos entre as pessoas
estressadas mas, diferentemente, as experiências traumáticas vivenciadas por
essas pessoas podem ser bem diferentes.

Tendo em vista o fato de que, nem todas as pessoas expostas ao mesmo


trauma desenvolvem algum transtorno emocional, podemos afirmar que o
acontecimento traumático seria necessário mas não suficiente para o
desenvolvimento do Transtorno por Estresse Pós-Traumático. Isso quer dizer
que, embora o agente estressor esteja sempre associado ao desenvolvimento
do Transtorno por Estresse Pós-Traumático, ele pode não ser o único elemento
a contribuir para seu desenvolvimento.

A atual literatura tem sugerido que o desenvolvimento do Transtorno por


Estresse Pós-Traumático não depende só da gravidade do trauma em si,
parecendo evidente que a sensibilidade afetiva e as experiências subjetivas de
cada um são, no mínimo, tão importantes quanto ao trauma em si.

Nos últimos anos, estudos cada vez mais exaustivos do Transtorno por Estresse
Pós-Traumático e dos possíveis mecanismos patogênicos envolvidos em sua
eclosão, têm revelado um número de agentes estressantes continuamente

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crescente. Incluem-se, entre esses agentes estressores capazes de desenvolver
o Transtorno por Estresse, desde conflitos bélicos, onde se descreveu
inicialmente esse transtorno (antiga neurose de guerra), até os desastres
naturais ou humanos, passando pela violência urbana, abuso físico ou sexual e
as enfermidades ou acidentes com grave risco de vida

ANSIEDADE - 7

ANSIEDADE & DEPRESSÃO, correlação entre elas

Muito embora os atuais manuais de classificação de doenças mentais tratem


separadamente os quadros ansiosos dos afetivos, pesquisas e autores têm se
preocupado em estabelecer relações entre esses dois estados psíquicos. Kendell
(1974), ao longo de cinco anos de observação constata que o diagnóstico de
Depressão passa para Ansiedade em 2% dos casos e, no sentido contrário, da
Ansiedade para a Depressão em 24% dos casos. Pode-se constatar também que
antigos quadros ansiosos costumam evoluir no sentido da Depressão (Roth e
cols. 1972 1982). Lesse (1982) sustenta ainda a idéia da evolução do estresse
para Ansiedade e em seguida para Depressão.
São conhecidos os expressivos sintomas depressivos em doentes com
transtornos ansiosos e parece não se justificar, simplesmente, falar em
Depressão secundária. Fawcet (1983) encontra sintomas depressivos em 65%
dos ansiosos e Roth (1972), detecta em grande número de pacientes,
simultaneamente irritabilidade, agorafobia, Ansiedade, culpa e agitação.
O medo, por exemplo, seja de características fóbica ou não, reflete sempre uma
grande insegurança e pode aparecer tanto nos Transtornos de Ansiedade quanto
nos Transtornos Afetivos de natureza depressiva.
A associação da Depressão com crises de pânico foi encontrada, inicialmente, em
proporções que variam de 64 a 44% dos casos (Clancy e cols. 1979) . Os
quadros ansiosos com ou sem Depressão secundária, não diferem do ponto de
vista da idade de instalação, duração, tentativas de suicídio, história familiar, para
esses dois autores.
O estudo de, Stavrakaki e Vargo (1986), onde reavalia-se pesquisas dos últimos
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15 anos, sugere três tipos de abordagem da questão Ansiedade versus
Depressão:
1- Ansiedade e Depressão diferem qualitativamente;
2- Ansiedade e Depressão diferem quantitativamente e;
3- Ansiedade se associa à Depressão.

ANSIEDADE e DEPRESSÃO: comorbidade causa ou conseqüência?

Atualmente tem-se enfatizado muito as teorias unitárias, pela qual a Ansiedade


e a Depressão seriam duas modalidades sintomáticas da mesma afecção. As
atuais escalas internacionais de Hamilton para avaliação de Depressão e de
Ansiedade, não separaram nitidamente os dois tipos de manifestações. Outras
escalas anteriores também mostravam a mesma indiferenciação entre os dois
quadros emocionais (Johnston e cols, 1986, Mendels, 1972).

A tendência unitária Ansiedade-Depressão se reforça ainda na eficácia do


tratamento com antidepressivos, tanto para quadros ansiosos, como é o caso do
Pânico, da Fobia Social, do Transtorno Obsessivo-compulsivo e mesmo da
Ansiedade Generalizada, quanto para os casos de Depressão, com ou sem
componente ansioso importante.

O número de autores que não acreditam na Ansiedade e Depressão como


sendo a mesma coisa, aos quais nos juntamos, é expressiva maioria, entretanto,
quase todos reconhecem existir alguma coisa em comum nesses dois
fenômenos. Acreditamos, pois, na necessidade quase imperiosa de um
substrato afetivo e de caráter depressivo para que a ansiedade se manifeste
patologicamente. O mesmo requisito afetivo não se necessita para a ansiedade
normal e fisiológica. Talves seja por isso que os quadros ansiosos respondem
tão bem à terapêutica antidepressiva.

CAUSA OU CONSEQÜÊNCIA ?

Saber com certeza se a Ansiedade pode ser uma das causas de Depressão ou
se, ao contrário, pode surgir como conseqüência desta ou, ainda, se uma nova
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entidade clínica independente se constitui quando ambos fenômenos coexistem
num mesmo paciente tem sido uma questão aberta à pesquisas e reflexões.

Strian e Klicpera (1984) consideram um quadro unitário de Depressão e


Ansiedade e Clancy e cols (1978) constata que o humor depressivo antecede
com freqüência ao primeiro ataque de pânico. Há observações do Transtorno
Ansioso aparecer em pessoas com caráter predominantemente depressivo
(Lader, 1975), considerando o paciente ansioso como portador de um tipo de
Depressão endógena (Salomon, 1978). Ansiedade e Depressão são cogitadas
também como aspectos diferentes do mesmo Transtomo Afetivo por Downing e
Rikels (1974).

O atual Transtorno Depressivo Persistente (Distimia), com ou sem a


sintomatologia somática, foi cogitado como sendo reflexo de sintomas
depressivos mais francos e profundos, enquanto os quadros ansiosos seriam os
casos onde o afeto depressivo se manifestaria atipicamente (Gersh e Fowles,
1979).

Mineka (1998) estuda a base cognitiva da Ansiedade e Depressão sob o


enfoque da percepção humor-congruente dos estados ansiosos. De fato, a
insegurança típica dos estados ansiosos podem ser melhor entendida à luz de
uma auto-percepção pessimista e de uma representação temerosa da realidade,
ambos de conotação depressiva. Monedero (1973), inclui no capítulo
Afetividade, com igual destaque, as reações vivenciais anormais, Depressão,
mania e angústia. Considera a angústia como um temor de algo que vai
acontecer e a Ansiedade como um temor atual, caracterizado pela procura e
impaciência apressada. Nota-se o componente humor-congruente depressivo da
Ansiedade.

Há ainda autores que admitem a Depressão como uma complicação freqüente


dos transtornos ansiosos ou que os sintomas ansiosos são comuns nas doenças
depressivas primárias (Rodney, 1997). Causa ou conseqüência? Aceitam o fato
de pacientes com Depressão primária apresentarem estados ansiosos graves

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(Cunningham, 1997). A maioria dos autores, entretanto, afirma que pacientes
com pânico primário, com pânico complicado pela Depressão, com Depressão
Primária complicada por pânico ou com Depressão Primária, oferecem sérias
dificuldades clínicas para se delimitar nitidamente os estados ansiosos e os
depressivos.

Uma terceira posição há tempos cogitada é a ansiosa-depressiva como


unidade nosológica e emancipada, quer da Ansiedade Generalizada, quer da
Depressão Maior (Stavrakaki, 1986). Esta postura unitária, mas diferente
daquela que consiedera Ansiedade e Depressão como faces de uma mesma
doença, também era sustentada por Paykel (1971) e por Downing e Rikels
(1974). Schatzberg e cols (1983) dizem que os pacientes com quadros mistos
de Ansiedade e Depressão, exigem terapias diferentes dos grupos isolados.
Observa que quando as duas síndromes coexistem, a evolução é mais crônica,
a resposta é menor às terapias convencionais e o prognóstico é pior.

Sonenreich e cols (1991) afirmam que Ansiedade e Depressão combinadas


representam um quadro separado, quantitativa e qualitativamente em muitos
aspectos importantes, quer do transtorno ansioso, quer do transtorno afetivo.

COMPONENTE GENÉTICO

Geneticamente se constata que pacientes com Depressão Maior associada ao


pânico tinham, entre os parentes de primeiro grau, uma percentagem muito
aumentada de pessoas com Depressão Maior associada à transtornos ansiosos
(fobias, transtorno de pânico, Ansiedade generalizada) e de pessoas alcoolistas
em comparação com os parentes de portadores de Depressão Maior mas sem
distúrbios ansiosos. A presente observação sugere que a Depressão Maior e o
Transtorno do Pânico podem ter em comum uma diátese subjacente. Entre os
pacientes com Depressão Maior e Ansiedade Generalizada aumenta a
freqüência de parentes com Transtorno Ansioso, em comparação com os
controles normais. Mas essa relação não acontece em relação aos pacientes

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com Depressão Maior sem ansiedade. A mesma coisa no caso da Depressão
Maior associada com fobias (Sonenreich, Corrêa e Estevão, 1991).

Vários estudos são contraditórios no que diz respeito aos estudos genéticos dos
depressivos e dos ansiosos. Parte desses estudos apontam relações fenotípicas
entre os casos de Ansiedade e os de Depressão, outros separam a Ansiedade
da Depressão e outros ainda, identificam um subgrupo de Depressão Ansiosa.
Para complicar, alguns desses estudos contestam haver maior número de
distúrbios afetivos entre os parentes de ansiosos do que na população geral
(Leckman e cols, 1984).

Segundo Stavrakakis e Vargo, os trabalhos de Koth identificam mais neuróticos


nas famílias dos ansiosos, Valkenburg identifica mais deprimidos nas famílias
dos pacientes com transtornos afetivos primários e Crowe encontra mais
Transtornos do Pânico nas famílias de pacientes com neurose ansiosa.

ANTECEDENTES PESSOAIS

Para Raskind e cols (1982), os pacientes com crises de pânico tiveram uma
infância vivida em ambiente mais difícil e, freqüentemente, sofreram mais
distúrbios depressivos. Os quadros de Ansiedade de Separação na Infância
aparecem como antecedentes pessoais da Síndrome do Pânico em trabalhos de
Klein (1974). Ele separa tais pacientes daqueles com Ansiedade Generalizada e
Antecipatória, sem ataques de pânico.

Confirmando o aspecto contraditório das tentativas em diferenciar ou igualar a


Ansiedade à Depressão, Hoehn-Saric (1982), por sua vez, não constata
diferença alguma entre os dois grupos do ponto de vista da história infantil.

RESPOSTA À TERAPÊUTICA

A posição unitária da Ansiedade e Depressão pode ser defendida pelo fato dos
ansiosos respondem muito bem ao tratamento antidepressivo (Kelly e cols,
1970; Sargant, 1962 in. Kelly). Alguns autores enfatizam o fato de certos

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antidepressivos terem melhor efeito do que os benzodiazepínicos nas
depressões e nas ansiedades (Johnstone e cols, 1986) e é clássico o fato das
neuroses fóbicas e obsessivas responderem à terapia antidepressiva.

As obsessões que respondem à terapia antidepressiva são consideradas


secundárias a um desequilíbrio tímico de natureza depressiva (Duhais, 1984).
Angst (1974) constata entre a Depressão e a Ansiedade uma forte identidade.
"Pensamento recente favorece a hipótese de que os transtornos depressivos e
ansiosos têm origem comum", A sobreposição não se dá apenas nos sintomas
depressivos e ansiosos mas, também, através de um espectro comum de ação
dos antidepressivos e ansiolíticos.

Para Stavrakaki e Vargo (1986), a posição unitária entre Ansiedade e Depressão


é baseada na superposição da sintomatologia das duas síndromes, na falta de
estabilidade do diagnóstico clínico entre elas, na similaridade de pacientes
ansiosos com os sem Depressão secundária em diversas variáveis, na
tendência dos pacientes com estados ansiosos prolongados para desenvolver
sintomas depressivos, no fracasso em se achar dimensões nitidamente
separadas de Ansiedade e Depressão pelas escalas de auto-avaliação e de
avaliação e na falta de respostas específicas ao tratamento medicamentosos.

A constatação do envolvimento dos receptores 5HT, conhecidamente implicados


na Depressão, na sintomatologia da Ansiedade parece ser um importante ponto
de partida para a identidade dos dois fenômenos psíquicos como tendo uma raíz
comum (Bromidge e cols, 1998, Kennett e cols, 1997), seja do ponto de vista
etiológico, seja terapêutico.

Apesar de estudos eletroencefalográficos e sonográficos apontarem, na década


passada, diferenças entre os quadros depressivos e ansiosos (Akiskal, 1986),
onde a fase REM se instala mais cedo na Depressão que na Ansiedade,
continua havendo uma identidade muito grande entre estes dois estados
emocionais no que diz respeito ao tratamento farmacológico.

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O estudo de Kahn e cols (1986), que também separa estados ansiosos de
depressivos com base nas escalas de Hopkins Symptom Checklist, Hamilton,
RDC, Escalas Covi, Raskin, reconhece a superioridade dos antidepressivos aos
ansiolíticos tanto no tratamento da Ansiedade, quanto da Depressão. Por outro
lado, apesar dos estados ansiosos responderem signficativamente aos
antidepressivos, da mesma forma com que respondem aos ansiolíticos
benzodiazepínicos, estes últimos não se prestam ao tratamento dos estados
depressivos com eficácia (Cunningham LA, 1997). Kuzel (1996) também
reconhece a eficácia dos benzodiazepínicos para o tratamento da Ansiedade
Aguda mas recomenda antidepressivos para o tratamento dos estados ansiosos
de longa duração.

CONCLUSÃO

A revisão sobre esse tema acaba sempre contrapondo trabalhos de autores que
defendem três tendências diversas; a unidade dos distúrbios ansiosos e
depressivos como sendo o mesmo fenômeno, a dualidade entre esses dois
estados afirmando tratar-se de distúrbios diferentes e as formas mistas como
uma entidade específica com sintomas depressivos e ansiosos.

Tais diferenças são, sem dúvida, decorrentes das diversas maneiras de se


conceituar esses estados emocionais e das diversas metodologias dos trabalhos
científicos. As diferenças vão da conceituação semântica, calcada na
multiplicidade de conceitos de Ansiedade e Depressão, até a interpretação
metodológica das observações.

As diferentes pesquisas têm demonstrado não existir até agora uma posição
inequívoca para o problema das relações entre Depressão e Ansiedade. Diante
dessa polêmica vamos encontrar sempre circunstâncias onde estes quadros se
associam.

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Embora não possamos saber ainda, com certeza, se Ansiedade e Depressão
são a mesma doença, ao menos tem sido consensual o fato dos antidepressivos
atuarem satisfatoriamente nos quadros ansiosos tanto quanto nos depressivos
(Feighner, 1996). Ainda que o termo comorbidade de Ansiedade e Depressão
satisfaça uma postura politicamente correta, a pouca diferença de resultados no
tratamento desses quadros com antidepressivos, notadamente os ISRS, aponta
para uma satisfatória solução clínica (Rodney e cols, 1997, Kuzel RJ, 1996).

VEJA SOBRE ESGOTAMENTO

ANSIEDADE e DEPRESSÃO: comorbidade causa ou conseqüência?

Atualmente tem-se enfatizado muito as teorias unitárias, pela qual a Ansiedade


e a Depressão seriam duas modalidades sintomáticas da mesma afecção. As
atuais escalas internacionais de Hamilton para avaliação de Depressão e de
Ansiedade, não separaram nitidamente os dois tipos de manifestações. Outras
escalas anteriores também mostravam a mesma indiferenciação entre os dois
quadros emocionais (Johnstone e cols, 1986, Mendels, 1972).

A tendência unitária Ansiedade-Depressão se reforça ainda na eficácia do


tratamento com antidepressivos, tanto para quadros ansiosos, como é o caso do
Pânico, da Fobia Social, do Transtorno Obsessivo-compulsivo e mesmo da
Ansiedade Generalizada, quanto para os casos de Depressão, com ou sem
componente ansioso importante.

O número de autores que não acreditam na Ansiedade e Depressão como


sendo a mesma coisa, aos quais nos juntamos, é expressiva maioria, entretanto,
quase todos reconhecem existir alguma coisa em comum nesses dois
fenômenos. Acreditamos, pois, na necessidade quase imperiosa de um
substrato afetivo e de carater depressivo para que a ansiedade se manifeste
patologicamente. O mesmo requisito afetivo não se necessita para a ansiedade
normal e fisiológica. Talves seja por isso que os quadros ansiosos respondem
tão bem à terapêutica antidepressiva.

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CAUSA OU CONSEQÜÊNCIA ?

Saber com certeza se a Ansiedade pode ser uma das causas de Depressão ou
se, ao contrário, pode surgir como conseqüência desta ou, ainda, se uma nova
entidade clínica independente se constitui quando ambos fenômenos coexistem
num mesmo paciente tem sido uma questão aberta à pesquisas e reflexões.

Strian e Klicpera (1984) consideram um quadro unitário de Depressão e


Ansiedade e Clancy e cols (1978) constata que o humor depressivo antecede
com freqüência ao primeiro ataque de pânico. Há observações do Transtorno
Ansioso aparecer em pessoas com caráter predominantemente depressivo
(Lader, 1975), considerando o paciente ansioso como portador de um tipo de
Depressão endógena (Salomon, 1978). Ansiedade e Depressão são cogitados
também como aspectos diferentes do mesmo Transtomo Afetivo por Downing e
Rikels (1974).

O atual Transtorno Depressivo Persistente (Distimia), com ou sem a


sintomatologia somática, foi cogitado como sendo reflexo de sintomas
depressivos mais francos e profundos, enquanto os quadros ansiosos seriam os
casos onde o afeto depressivo se manifestaria atipicamente (Gersh e Fowles,
1979).

Mineka (1998) estuda a base cognitiva da Ansiedade e Depressão sob o


enfoque da percepção humor-congruente dos estados ansiosos. De fato, a
insegurança típica dos estados ansiosos podem ser melhor entendida à luz de
uma auto-percepção pessimista e de uma representação temerosa da realidade,
ambos de conotação depressiva. Monedero (1973), inclui no capítulo
Afetividade, com igual destaque, as reações vivenciais anormais, Depressão,
mania e angústia. Considera a angústia como um temor de algo que vai
acontecer e a Ansiedade como um temor atual, caracterizado pela procura e
impaciência apressada. Nota-se o componente humor-congruente depressivo da
Ansiedade.

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Há ainda autores que admitem a Depressão como uma complicação freqüente
dos transtornos ansiosos ou que os sintomas ansiosos são comuns nas doenças
depressivas primárias (Rodney, 1997). Causa ou conseqüência? Aceitam o fato
de pacientes com Depressão primária apresentarem estados ansiosos graves
(Cunningham, 1997). A maioria dos autores, entretanto, afirma que pacientes
com pânico primário, com pânico complicado pela Depressão, com Depressão
Primária complicada por pânico ou com Depressão Primária, oferecem sérias
dificuldades clínicas para se delimitar nitidamente os estados ansiosos e os
depressivos.

Uma terceira posição há tempos cogitada é a ansiosa-depressiva como unidade


nosológica e emancipada, quer da Ansiedade Generalizada, quer da Depressão
Maior (Stavrakaki, 1986). Esta postura unitária, mas diferente daquela que
considera Ansiedade e Depressão como faces de uma mesma doença, também
era sustentada por Paykel (1971) e por Downing e Rikels (1974).

Schatzberg e cols (1983) dizem que os pacientes com quadros mistos de


Ansiedade e Depressão, exigem terapias diferentes dos grupos isolados.
Observa que quando as duas síndromes coexistem, a evolução é mais crônica,
a resposta é menor às terapias convencionais e o prognóstico é pior.

Sonenreich e cols (1991) afirmam que Ansiedade e Depressão combinadas


representam um quadro separado, quantitativo e qualitativamente em muitos
aspectos importantes, quer do transtorno ansioso, quer do transtorno afetivo.

COMPONENTE GENÉTICO

Geneticamente se constata que pacientes com Depressão Maior associada ao


pânico tinham, entre os parentes de primeiro grau, uma percentagem muito
aumentada de pessoas com Depressão Maior associada à transtornos ansiosos
(fobias, transtorno de pânico, Ansiedade generalizada) e de pessoas alcoolistas
em comparação com os parentes de portadores de Depressão Maior mas sem
distúrbios ansiosos. A presente observação sugere que a Depressão Maior e o
Transtorno do Pânico podem ter em comum uma diátese subjacente. Entre os
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pacientes com Depressão Maior e Ansiedade Generalizada aumenta a
freqüência de parentes com Transtorno Ansioso, em comparação com os
controles normais. Mas essa relação não acontece em relação aos pacientes
com Depressão Maior sem ansiedade. A mesma coisa no caso da Depressão
Maior associada com fobias (Sonenreich, Corrêa e Estevão, 1991).

Vários estudos são contraditórios no que diz respeito aos estudos genéticos dos
depressivos e dos ansiosos. Parte desses estudos apontam relações fenotípicas
entre os casos de Ansiedade e os de Depressão, outros separam a Ansiedade
da Depressão e outros ainda, identificam um subgrupo de Depressão Ansiosa.
Para complicar, alguns desses estudos contestam haver maior número de
distúrbios afetivos entre os parentes de ansiosos do que na população geral
(Leckman e cols, 1984).

Segundo Stavrakaki e Vargo, os trabalhos de Koth identificam mais neuróticos


nas famílias dos ansiosos, Valkenburg identifica mais deprimidos nas famílias
dos pacientes com transtornos afetivos primários e Crowe encontra mais
Transtornos do Pânico nas famílias de pacientes com neurose ansiosa.

ANTECEDENTES PESSOAIS

Para Raskind e cols (1982), os pacientes com crises de pânico tiveram uma
infância vivida em ambiente mais difícil e, freqüentemente, sofreram mais
distúrbios depressivos. Os quadros de Ansiedade de Separação na Infância
aparecem como antecedentes pessoais da Síndrome do Pânico em trabalhos de
Klein (1974). Ele separa tais pacientes daqueles com Ansiedade Generalizada e
Antecipatória, sem ataques de pânico.

Confirmando o aspecto contraditório das tentativas em diferenciar ou igualar a


Ansiedade à Depressão, Hoehn-Saric (1982), por sua vez, não constata
diferença alguma entre os dois grupos do ponto de vista da história infantil.

RESPOSTA À TERAPÊUTICA

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A posição unitária da Ansiedade e Depressão pode ser defendida pelo fato dos
ansiosos respondem muito bem ao tratamento antidepressivo (Kelly e cols,
1970; Sargant, 1962 in. Kelly). Alguns autores enfatizam o fato de certos
antidepressivos terem melhor efeito do que os benzodiazepínicos nas
depressões e nas ansiedades (Johnstone e cols, 1986) e é clássico o fato das
neuroses fóbicas e obsessivas responderem à terapia antidepressiva.

As obsessões que respondem à terapia antidepressiva são consideradas


secundárias a um desequilíbrio tímico de natureza depressiva (Duhais, 1984).
Angst (1974) constata entre a Depressão e a Ansiedade uma forte identidade.
"Pensamento recente favorece a hipótese de que os transtornos depressivos e
ansiosos têm origem comum", A sobreposição não se dá apenas nos sintomas
depressivos e ansiosos mas, também, através de um espectro comum de ação
dos antidepressivos e ansiolíticos.

Para Stavrakaki e Vargo (1986), a posição unitária entre Ansiedade e Depressão


é baseada na superposição da sintomatologia das duas síndromes, na falta de
estabilidade do diagnóstico clínico entre elas, na similaridade de pacientes
ansiosos com os sem Depressão secundária em diversas variáveis, na
tendência dos pacientes com estados ansiosos prolongados para desenvolver
sintomas depressivos, no fracasso em se achar dimensões nitidamente
separadas de Ansiedade e Depressão pelas escalas de auto-avaliação e de
avaliação e na falta de respostas específicas ao tratamento medicamentosos.

A constatação do envolvimento dos receptores 5HT, conhecidamente implicados


na Depressão, na sintomatologia da Ansiedade parece ser um importante ponto
de partida para a identidade dos dois fenômenos psíquicos como tendo uma raíz
comum (Bromidge e cols, 1998, Kennett e cols, 1997), seja do ponto de vista
etiológico, seja terapêutico.

Apesar de estudos eletroencefalográficos e sonográficos apontarem, na década


passada, diferenças entre os quadros depressivos e ansiosos (Akiskal, 1986),
onde a fase REM se instala mais cedo na Depressão que na Ansiedade,

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continua havendo uma identidade muito grande entre estes dois estados
emocionais no que diz respeito ao tratamento farmacológico.

O estudo de Kahn e cols (1986), que também separa estados ansiosos de


depressivos com base nas escalas de Hopkins Symptom Checklist, Hamilton,
RDC, Escalas Covi, Raskin, reconhece a superioridade dos antidepressivos aos
ansiolíticos tanto no tratamento da Ansiedade, quanto da Depressão. Por outro
lado, apesar dos estados ansiosos responderem signficativamente aos
antidepressivos, da mesma forma com que respondem aos ansiolíticos
benzodiazepínicos, estes últimos não se prestam ao tratamento dos estados
depressivos com eficácia (Cunningham LA, 1997). Kuzel (1996) também
reconhece a eficácia dos benzodiazepínicos para o tratamento da Ansiedade
Aguda mas recomenda antidepressivos para o tratamento dos estados ansiosos
de longa duração.

CONCLUSÃO

A revisão sobre esse tema acaba sempre contrapondo trabalhos de autores que
defendem três tendências diversas; a unidade dos distúrbios ansiosos e
depressivos como sendo o mesmo fenômeno, a dualidade entre esses dois
estados afirmando tratar-se de distúrbios diferentes e as formas mistas como
uma entidade específica com sintomas depressivos e ansiosos.

Tais diferenças são, sem dúvida, decorrentes das diversas maneiras de se


conceituar esses estados emocionais e das diversas metodologias dos trabalhos
científicos. As diferenças vão da conceituação semântica, calcada na
multiplicidade de conceitos de Ansiedade e Depressão, até a interpretação
metodológica das observações.

As diferentes pesquisas têm demonstrado não existir até agora uma posição
inequívoca para o problema das relações entre Depressão e Ansiedade. Diante
dessa polêmica vamos encontrar sempre circunstâncias onde estes quadros se
associam.

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Embora não possamos saber ainda, com certeza, se Ansiedade e Depressão
são a mesma doença, ao menos tem sido consensual o fato dos antidepressivos
atuarem satisfatoriamente nos quadros ansiosos tanto quanto nos depressivos
(Feighner, 1996). Ainda que o termo comorbidade de Ansiedade e Depressão
satisfaça uma postura politicamente correta, a pouca diferença de resultados no
tratamento desses quadros com antidepressivos, notadamente os ISRS, aponta
para uma satisfatória solução clínica (Rodney e cols, 1997, Kuzel RJ, 1996).

MEDO

Definição no dicionário PsiqWeb:


Definição de Fobia

1 - Medo patológico (Fobias) em quadros ansiosos:


No Transtorno Fóbico-Ansioso
Medos, Fobias e Outros Bichos
Transt. de Ansiedade (DSM.IV)
Transt. de Ansiedade (CID.10)
Fobias (DSM.VI)
Fobias (CID.10)
No Estresse

2 - Medo como conseqüência da vida moderna:


Ações Violentas contra o Psiquismo

3 - Medo nos Transtornos da Personalidade:


Transt. de Personalidade (DSM.IV)

4 - Medo de morrer, passar mal... No Pânico


Pânico (PsiqWeb)
Pânico (CID.10)
Pânico (DSM.VI)
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5 - Medo na Infância:
Ansiedade de Separação (DSM.IV)
Atrapalhando o rendimento escolar
Maus tratos e rendimento escolar

6 - Medo de engordar:
Nos Transtornos Alimentares

7 - Medo de voar:
Notícias

8 - Medo sexual:
Na Aversão Sexual (DSM.IV)
Na aspiração sexual (Desejo...)
Medo da punição (em Reich)

9- Medo no relacionamento:
Quem sou eu

10 - Outros medos:
Câncer e Ansiedade
Na representação da Realidade
Dissimular emoções negativas
Medo no doente das coronárias

QUEIXAS SEXUAIS

1 - Principal:
Transtornos da Sexualidade
Transt. Sexuais Personalidade(CID.10)

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2 - Transtornos Sexuais:
Transtornos Sexuais (DSM.IV)
Transtornos Sexuais (CID.10)
Disfunções Sexuais (CID.10)
Compulsões Sexuais, Parafilias (DSM.IV)
Ejaculação Precoce
Frigidez Sexual
Impotência
Hipersexualidade no Episódio Maníaco
Hiposexualidade no Esquizóide
Hiposexualidade no Esgotamento
Hiposexualidade no Estresse
Exploração sexual no sociopata
Delírio sexual no paranóico
Síndrome de Don Juan

3 - Outros:
O Sexo depois dos 65 anos
Perfil Sexual do Brasileiro
O Desejo Sexual
Abuso sexual e Personalidade Múltipla
Desejo sexual feminino
Depressão na mulher
Violência sexual doméstica
Estresse e alterações reprodutivas
O que é normal em sexualidade
Delitos da Sexualidade
Sexualidade em Reich
Repressão sexual em Reich
Fantasias sexuais no TOC (DSM.IV)

TIMIDEZ
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1 - Estudando a Tonalidade Afetiva Básica:
Alterações da Afetividade

Transtornos Emocionais:
Na Personalidade Introvertida
Na Personalidade Esquiva (DSM.IV)
Como Falsa Timidez no Transtorno Paranóide
No Mutismo Seletivo (DSM.IV)
Na Fobia Social
Transtorno de Adicção à Internet - PsiqWeb

TRISTEZA

No dicionário:

Na definição de Afetividade

Psicopatologia:
Afetividade (texto de PsiqWeb)
Alteração da Afetividade

Transtornos Emocionais:
Transtornos do Humor - DSM.IV
Depressão (texto de PsiqWeb)
Como sintoma de esgotamento
No Episódio Bipolar Misto (DSM.IV)
Tristeza Pós-Parto
Nas Neuroses em geral
Na Depressão do Idoso
Na Doença de Alzheimer

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Outros:
Câncer e Depressão
Na representação da realidade
Não confunda tristeza e depressão
Ansiedade, Raiva e Tristeza
A morte por tristeza
O Humor como Terapia
Como sentimento anímico

Em crianças:
Na Depressão Infantil
Crianças deprimidas
Crianças deprimidas 2
No mal trato infantil
Transt. depressivo de conduta (DSM.IV)
Na criança de orfanato
Na Ansiedade de Separação

MAU HUMOR

São comuns as queixas de pessoas pouco, relativamente ou muito insuportável.


Filhos que se queixam de pais muito mau-humorados, ou de namorados,
esposas, amigos, enfim, conviver com uma pessoa mau-humorada é difícil e
desagradável.

Trazer o mau humor para a psiquiatria não é nenhum absurdo, pois, como se vê
em critérios de diagnóstico, o mau-humorado destaca-se da maioria (critério
estatístico) e produz sofrimento, nele e/ou nos demais (critério valorativo),
portanto, perfeitamente possível de uma classificação psiquiátrica.

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O caminho é considerar mau humor como um dos sintomas do mal humor, sendo
mal com U uma qualidade contrária ao bem humorado e mal com L uma
característica de doença, contrária ao humor sadio.

Em grego, Mal Humor (mau assim, com L e não com U) significa Distimia. O
filósofo Sêneca tentou desprezar o termo Distimia por crer que o latim não
necessitava importar palavras de outra língua e escreveu um belíssimo trabalho
intitulado “A Tranqüilidade da Alma”. Mas, a despeito da belíssima descrição do
tipo psicológico depressivo e melancólico, Sêneca não conseguiu expressão
latina que completasse a idéia de Distimia.

Na psiquiatria o quadro mais relacionado ao Mau Humor é, de fato, a Distimia.


Trata-se de um estado depressivo crônico, normalmente atípico e dissimulado
através do mau humor, chatice, birra, implicância, desânimo, irritabilidade, de
mal com a vida, etc. Esses estados depressivos crônicos, apesar de
universalmente reconhecidos, têm seus sintomas e sua classificação ainda
muito confusos e algo discordantes entre as várias tendências.

Há autores que classificam a pessoa mau humorada dentro dos distúrbios de


personalidade, outros como se tratassem de neuroses, muitos como Distimia
(Transtorno Persistente do Humor) e alguns, ainda, como distúrbios psíquicos
meramente funcionais. Tudo isso é uma questão de conceitos.

De modo geral, preferimos classificar a maioria das pessoas consideradas mau-


humoradas como sendo portadoras de Distimia.

Distimia é um quadro depressivo crônico, incluído na CID.10 (Classificação


Internacional das Doenças) nos Transtornos Persistentes do Humor. Ela se
apresenta com sintomas de intensidade leve, se inicia em idade jovem e
precoce e traz sofrimento e/ou prejuízos significativos para o paciente e para
pessoas de seu convívio normalmente familiar e ocupacional.

Mau Humor e Personalidade

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Sendo o mau humor um estado crônico e persistente, estando ele relacionado à
afetividade, poderíamos atribuí-lo à algum traço de personalidade. Um traço de
personalidade é um atributo estável e persistente da personalidade que acaba
se refletindo em seu comportamento e atitude diante da vida, do mundo e da
realidade. Os traços da personalidade caracterizam a maneira da pessoa SER
e não da pessoa ESTAR.

Na personalidade, o que se considera “temperamento” seria oatributo mais


relacionado ao mau humor, logo, à Distimia. O termo "temperamento"diz
respeito ao componente genético ou constitucional que define ascaracterísticas
dos impulsos e do afeto (procure por temperamento emAlterações
daAfetividade).

Um outro atributo da personalidade seria o "caráter", consideradopor muitos


autores a parte responsável pela capacidade da pessoa formar juízos ecríticas
sobre as questões éticas ou morais, também igualmente responsável
pelavontade (controle davolição).

Se o mau humor pode ser considerado um traço da personalidade e,mais que


isso, um traço capaz de fazer sofrer, então ele preenche os critériosde
Transtorno da Personalidade. Esses Transtornos de Personalidade são
definidoscomo padrões persistentes de comportamento que se apresentam de
maneirainflexível diante de várias situações pessoais ou sociais e devem
satisfazer, principalmente, 4 características básicas:

1.início precoce, seja na infância ou na adolescência;


2.persistem ao longo do tempo;
3.se manifestam através de um padrão de comportamento não-normal em
variadassituações pessoais e sociais;
4.produzem prejuízo ou sofrimento pessoal e/ou social e/ou ocupacional.

(vejaTranstornos dePersonalidade)

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Existem dois Transtornos do Humor que podem perfeitamente serincluídos
como Transtornos de Personalidade; são eles a Distimia e a Ciclotimia.Esses
dois estados crônicos e persistentes de afeto (ou humor) alteradopreenchem os
quatro critérios acima para Transtornos de Personalidade. O mauhumor pode
ser um sintoma em qualquer um desses dois “tipos” de personalidade.

A Distimia normalmente é acompanhada de sentimentos deinadequação,


perda generalizada do interesse ou prazer, retraimento social,sentimentos de
culpa ou preocupação acerca do passado, sensações subjetivas deirritabilidade
ou raiva excessiva. Essas são características também das pessoasmau-
humoradas.

Existe ainda o Transtorno Anancástico (ou Obsessivo-Compulsivo) da


Personalidade, onde o mau humor se destaca entre seus principais sintomas
esinais.

Há, neste Transtorno Obsessivo-Compulsivo da Personalidade, umpadrão


generalizado de perfeccionismo e inflexibilidade. As pessoas assimpreocupam-
se com a observância das normas, das regras, com a organização e comos
detalhes. Estas pessoas são incapazes de suportar tudo aquilo que
consideramcomo infração às suas próprias determinações de organização, por
isso sãoinflexíveis consigo próprios e com os que lhes são mais próximo na
observânciade suas leis. O exagerado perfeccionismo, a precisão meticulosa na
arrumação dascoisas e a constante repetitividade para que tudo saia da forma
obsessivamenteidealizada tornam estes indivíduos muito enfadonhos, chatos e
desagradáveis,portanto mau-humorados (vejamais).

O problema prático mais contundente desses transtornos (do Humorou da


Personalidade) é em relação à possibilidade da pessoa ter ou não umacrítica
sobre sua situação existencial de mau-humorado. Além da crítica, éfundamental
que a pessoa portadora de qualquer um desses “traços” esteja ou nãosatisfeita
com sua maneira de ser.

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Quando a pessoa sofre com sua maneira “mala” de ser, lamenta peloseu mau
humor, e gostaria até de melhorar, dizemos que ela é ego-distônica comsua
personalidade ou descontente consigo mesma. Ao contrário, quando
mesmodiante do apelo de todos para que mude sua maneira de ser, quando
opiniões sobresua chatice são unânimes e ela própria não se considera mau
humorada, chamamosde ego-sincrônico à sua maneira de ser.

Assim como tem sido extremamente raro a pessoa reconhecer serpessimista


(quase todos pessimistas se acham realistas), também os mau-
humoradoscostumam negar sua chatice crônica, buscando justificar no cotidiano
e nascircunstâncias as causas para seu azedume. Essas justificativas vão
desde umasimples dor de dentes até um pneu furado, mas os clínicos que têm
experiência emserviços de emergência sabem que o estado de humor varia de
pessoa para pessoa, mesmo quando diante da mesma dor, mesmo quando
ambas são acometidas de cólicarenal. Existem pessoas que sofrem a dor em
sua exata proporção (evidentementenão estão felizes), e aquelas que procuram
distribuir seu infortúnio ao ambientem sua volta.

Segundo Taki Cordás, em seu livro “do Mau Humor ao Mal doHumor”, na Grécia
antiga, o filósofo Theofrasto descreve uma tipologia de 29"caracteres" que
incluía arrogância, distraibilidade, grosseria e teimosia,entre outras. Em sua
descrição não caracterizava essas pessoas como doentes, masapenas como
diferentes do normal. Essa mesma distinção, enfatizando serempessoas
desagradavelmente diferentes das demais, está presente nas culturasasiática,
árabe e celta. Assim sendo, pessoas mau-humoradas, desagradáveis echatas
estão arqueológicamente presentes na espécie humana.

Schneider, em 1958, apresentou uma descrição de personalidadedepressiva,


atualmente incluída no diagnóstico de Distimia. Para ele, taispessoas que
deploram o passado e temem o futuro (expressão usada muitos séculosantes
por Sêneca emA Tranqüilidade da Alma), apresentam seiscaracterísticas
fundamentais. Elas são:

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1.pessimistas, tristes, sérios, incapazes de prazer ou relaxamento;
2.ansiosos;
3.sempre preocupados;
4.cumpridores do dever;
5.céticos;
6.autocríticas ferrenhos.

O próprio DSM IV, embora não tenha um código exclusivo para Apersonalidade
Depressiva, reconhece que os critérios de diagnóstico paraDistimia se
equivalem à eventual Personalidade Depressiva. O mesmo ocorre naCID.10,
que inclui no diagnóstico de Distimia também a sinonímia dePersonalidade
Depressiva.

Ao se tratar do chamadoTranstorno de PersonalidadeDepressiva, segundo


artigo de Bagby, Ryder Schuller (na coluna ao lado),quatro estudos, contudo,
usaram o método do histórico familiar para estudartaxas por toda a vida de
transtornos de personalidade em parentes de indivíduosestudados com ou sem
Transtorno de Personalidade Depressiva.

Klein descobriu que parentes em primeiro grau de pacientesambulatoriais com


Transtorno de Personalidade Depressiva tinham taxassignificativamente mais
altas de Transtorno Bipolar e Depressão Maior, mas nãode outros Transtornos
Bipolar do Humor, de alcoolismo ou de PersonalidadeAnti-Social.

Enquanto isso, Klein e Miller descobriram que parentes emprimeiro grau de


estudantes de graduação com Transtorno de PersonalidadeDepressiva, mas
não necessariamente com transtorno do humor, tinham taxas maisaltas de
depressão maior. Cassano e colaboradores relataram que os parentes
dospacientes com Transtorno de Personalidade Depressiva e Depressão Maior
estudadostinham taxas mais elevadas de transtorno do humor, comparados
àqueles com apenasdepressão maior. Finalmente, Kwon e colaboradores
demonstraram que alunos degraduação com apenas Transtorno de
Personalidade Depressiva tinham probabilidadesignificativamente maior de ter

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um histórico familiar de Transtornos do Humor, quando comparados a
indivíduos-controle saudáveis.

Dois outros estudos avaliaram a ocorrência de Transtorno dePersonalidade


Depressiva em parentes dos indivíduos estudados com e semTranstornos de
Humor. Klein encontrou maior prevalência de Transtorno dePersonalidade
Depressiva nos filhos adolescentes e adultos jovens de pacientesinternados
com Depressão Maior, comparados aos filhos de pacientes internadoscom
enfermidades clínicas crônicas ou aos filhos de indivíduos controlesaudáveis.

Finalmente, e mais importante, Klein encontrou uma taxa maior deTranstorno de


Personalidade Depressiva nos parentes em primeiro grau depacientes com
Distimia de surgimento precoce, comparados a parentes de pacientescom
Depressão Maior episódica ou parentes de indivíduos-controle normais.

Na psiquiatria o quadro mais relacionado ao Mau Humor é, de fato, a Distimia.


Trata-se de um estado depressivo crônico, normalmente atípico e dissimulado
através do mau humor, chatice, birra, implicância, desânimo, irritabilidade, de
mal com a vida, etc. Esses estados depressivos crônicos, apesar de
universalmente reconhecidos, têm seus sintomas e sua classificação ainda
muito confusos e algo discordantes entre as várias tendências.

Há autores que classificam a pessoa mau humorada dentro dos distúrbios de


personalidade, outros como se tratassem de neuroses, muitos como Distimia
(Transtorno Persistente do Humor) e alguns, ainda, como distúrbios psíquicos
meramente funcionais. Tudo isso é uma questão de conceitos.

De modo geral, preferimos classificar a maioria das pessoas consideradas mau-


humoradas como sendo portadoras de Distimia.

A Distimia é um quadro depressivo crônico, incluído na CID.10 (Classificação


Internacional das Doenças) nos Transtornos Persistentes do Humor. Ela se
apresenta com sintomas de intensidade leve, se inicia em idade jovem e

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precoce e traz sofrimento e/ou prejuízos significativos para o paciente e para
pessoas de seu convívio normalmente familiar e ocupacional.

Mau Humor e Personalidade

Sendo o mau humor um estado crônico e persistente, estando ele relacionado à


afetividade, poderíamos atribuí-lo à algum traço de personalidade. Um traço de
personalidade é um atributo estável e persistente da personalidade que acaba
se refletindo em seu comportamento e atitude diante da vida, do mundo e da
realidade. Os traços da personalidade caracterizam a maneira da pessoa SER
e não da pessoa ESTAR.

Na personalidade, o que se considera “temperamento” seria oatributo mais


relacionado ao mau humor, logo, à Distimia. O termo "temperamento"diz
respeito ao componente genético ou constitucional que define ascaracterísticas
dos impulsos e do afeto (procure por temperamento emAlterações
daAfetividade).

Um outro atributo da personalidade seria o "caráter", consideradopor muitos


autores a parte responsável pela capacidade da pessoa formar juízos ecríticas
sobre as questões éticas ou morais, também igualmente responsável
pelavontade (controle davolição).

Se o mau humor pode ser considerado um traço da personalidade e,mais que


isso, um traço capaz de fazer sofrer, então ele preenche os critériosde
Transtorno da Personalidade. Esses Transtornos de Personalidade são
definidoscomo padrões persistentes de comportamento que se apresentam de
maneirainflexível diante de várias situações pessoais ou sociais e devem
satisfazer,principalmente, 4 características básicas:

1.início precoce, seja na infância ou na adolescência;


2.persistem ao longo do tempo;
3.se manifestam através de um padrão de comportamento não-normal em
variadassituações pessoais e sociais;
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4.produzem prejuízo ou sofrimento pessoal e/ou social e/ou ocupacional.

(vejaTranstornos dePersonalidade)

Existem dois Transtornos do Humor que podem perfeitamente serincluídos


como Transtornos de Personalidade; são eles a Distimia e a Ciclotimia.Esses
dois estados crônicos e persistentes de afeto (ou humor) alteradopreenchem os
quatro critérios acima para Transtornos de Personalidade. O mauhumor pode
ser um sintoma em qualquer um desses dois “tipos” de personalidade.

A Distimia normalmente é acompanhada de sentimentos deinadequação, perda


generalizada do interesse ou prazer, retraimento social,sentimentos de culpa ou
preocupação acerca do passado, sensações subjetivas deirritabilidade ou raiva
excessiva. Essas são características também das pessoasmau-humoradas.

Existe ainda o Transtorno Anancástico (ou Obsessivo-Compulsivo)da


Personalidade, onde o mau humor se destaca entre seus principais sintomas
esinais.

Há, neste Transtorno Obsessivo-Compulsivo da Personalidade, umpadrão


generalizado de perfeccionismo e inflexibilidade. As pessoas assimpreocupam-
se com a observância das normas, das regras, com a organização e comos
detalhes. Estas pessoas são incapazes de suportar tudo aquilo que
consideramcomo infração às suas próprias determinações de organização, por
isso sãoinflexíveis consigo próprios e com os que lhes são mais próximo na
observânciade suas leis. O exagerado perfeccionismo, a precisão meticulosa na
arrumação dascoisas e a constante repetitividade para que tudo saia da forma
obsessivamenteidealizada tornam estes indivíduos muito enfadonhos, chatos e
desagradáveis,portanto mau-humorados (vejamais).

O problema prático mais contundente desses transtornos (do Humorou da


Personalidade) é em relação à possibilidade da pessoa ter ou não umacrítica
sobre sua situação existencial de mau-humorado. Além da crítica, éfundamental

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que a pessoa portadora de qualquer um desses “traços” esteja ou nãosatisfeita
com sua maneira de ser.

Quando a pessoa sofre com sua maneira “mala” de ser, lamenta peloseu mau
humor, e gostaria até de melhorar, dizemos que ela é ego-distônica comsua
personalidade ou descontente consigo mesma. Ao contrário, quando
mesmodiante do apelo de todos para que mude sua maneira de ser, quando
opiniões sobresua chatice são unânimes e ela própria não se considera mau
humorada, chamamosde ego-sincrônica à sua maneira de ser.

Assim como tem sido extremamente raro a pessoa reconhecer serpessimista


(quase todos pessimistas se acham realistas), também os mau-
humoradoscostumam negar sua chatice crônica, buscando justificar no cotidiano
e nascircunstâncias as causas para seu azedume. Essas justificativas vão
desde umasimples dor de dentes até um pneu furado, mas os clínicos que têm
experiência emserviços de emergência sabem que o estado de humor varia de
pessoa para pessoa,mesmo quando diante da mesma dor, mesmo quando
ambas são acometidas de cólicarenal. Existem pessoas que sofrem a dor em
sua exata proporção (evidentementenão estão felizes), e aquelas que procuram
distribuir seu infortúnio ao ambienteem sua volta.

Segundo Taki Cordás, em seu livro“do Mau Humor ao Mal doHumor”, na Grécia
antiga, o filósofo Theofrasto descreve uma tipologia de 29"caracteres" que
incluía arrogância, distraibilidade, grosseria e teimosia,entre outras. Em sua
descrição não caracterizava essas pessoas como doentes, masapenas como
diferentes do normal. Essa mesma distinção, enfatizando serempessoas
desagradavelmente diferentes das demais, está presente nas culturasasiática,
árabe e celta. Assim sendo, pessoas mau-humoradas, desagradáveis echatas
estão arqueológicamente presentes na espécie humana.

Schneider, em 1958, apresentou uma descrição de personalidadedepressiva,


atualmente incluída no diagnóstico de Distimia. Para ele, taispessoas que
deploram o passado e temem o futuro (expressão usada muitos séculosantes

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por Sêneca emA Tranqüilidade da Alma), apresentam seiscaracterísticas
fundamentais. Elas são:

1.pessimistas, tristes, sérios, incapazes de prazer ou relaxamento;


2.ansiosos;
3.sempre preocupados;
4.cumpridores do dever;
5.céticos;
6.autocríticos ferrenhos.

O próprio DSM IV, embora não tenha um código exclusivo para aPersonalidade
Depressiva, reconhece que os critérios de diagnóstico paraDistimia se
equivalem à eventual Personalidade Depressiva. O mesmo ocorre naCID.10,
que inclui no diagnóstico de Distimia também a sinonímia dePersonalidade
Depressiva.

Ao se tratar do chamadoTranstorno de PersonalidadeDepressiva, segundo


artigo de Bagby, Ryder Schuller (na coluna ao lado),quatro estudos, contudo,
usaram o método do histórico familiar para estudartaxas por toda a vida de
transtornos de personalidade em parentes de indivíduosestudados com ou sem
Transtorno de Personalidade Depressiva.

Klein descobriu que parentes em primeiro grau de pacientesambulatoriais com


Transtorno de Personalidade Depressiva tinham taxassignificativamente mais
altas de Transtorno Bipolar e Depressão Maior, mas nãode outros Transtornos
Bipolar do Humor, de alcoolismo ou de PersonalidadeAnti-Social.

Enquanto isso, Klein e Miller descobriram que parentes emprimeiro grau de


estudantes de graduação com Transtorno de PersonalidadeDepressiva, mas
não necessariamente com transtorno do humor, tinham taxas maisaltas de
depressão maior. Cassano e colaboradores relataram que os parentes
dospacientes com Transtorno de Personalidade Depressiva e Depressão Maior
estudadostinham taxas mais elevadas de transtorno do humor, comparados
àqueles com apenasdepressão maior. Finalmente, Kwon e colaboradores

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demonstraram que alunos degraduação com apenas Transtorno de
Personalidade Depressiva tinham probabilidadesignificativamente maior de ter
um histórico familiar de Transtornos do Humor,quando comparados a indivíduos-
controle saudáveis.

Dois outros estudos avaliaram a ocorrência de Transtorno dePersonalidade


Depressiva em parentes dos indivíduos estudados com e semTranstornos de
Humor. Klein encontrou maior prevalência de Transtorno dePersonalidade
Depressiva nos filhos adolescentes e adultos jovens de pacientesinternados
com Depressão Maior, comparados aos filhos de pacientes internadoscom
enfermidades clínicas crônicas ou aos filhos de indivíduos controlesaudáveis.

Finalmente, e mais importante, Klein encontrou uma taxa maior deTranstorno de


Personalidade Depressiva nos parentes em primeiro grau depacientes com
Distimia de surgimento precoce, comparados a parentes de pacientescom
Depressão Maior episódica ou parentes de indivíduos-controle normais.

Curso e Origem do Mau Humor

O Mau Humor é, decididamente, um estado crônico e persistente; seja


decorrente de Distimia, seja conseqüente ao Transtorno Obsessivo-Compulsivo
da Personalidade.

Tomando o Mau Humor como reflexo de uma Distimia, a forma mais


característica deste transtorno do humor é aquela que se inicia insidiosamente
na infância ou adolescência e se mantém sintomática a maior parte do tempo,
podendo existir períodos não muito longos de estado de humor normal.

De acordo com Keller (citado por Saulo Castel e Mônica Scalco no livro Do Mau
Humor ao Mal do Humor), 71% dos pacientes com Distimia virão a ter algum
outro diagnóstico psiquiátrico, particularmente do tipo depressivo. Em nossa
experiência, em alguns mau-humorados são comuns também os agravamentos
de traços obsessivo-compulsivos da personalidade.

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Ainda de acordo com Saulo Castel e Mônica Scalco, os pacientes com Distimia
são descritos como "aristocratas do sofrer", pelo fato de alguns se apresentarem
de modo arrogante (e citam a referência de Bougerol, Lançon e Scotto).

O sintoma mais marcante do Mau Humor é, sem dúvida, a pouca tolerância com
o ambiente; seja com as pessoas, com os acontecimentos, com os objetos, com
o clima, com a política, com a sociedade, com a economia, com o trânsito, com
as filas, enfim, com o mundo.

No caso do Mau Humor ser resultante da Distimia, sendo esta um estado crônico
e persistente de humor rebaixado, ou seja, uma depressão leve, dissimulada e
quase contínua, a pessoa se torna muito mais sensível à tudo com o que
interage. É como se tratasse de uma pessoa alérgica à tudo, só que, ao invés de
reagir às coisas do ambiente com crises alérgicas, reagiria aos acontecimentos
com mau humor.

Por conta da Distimia a pessoa é naturalmente aborrecida, e qualquer evento


que não a satisfaça plenamente terá um efeito avassalador sobre seu estado de
humor. Como a vida em sociedade e em família implica em reciprocidade de
comportamentos, não tardará que as outras pessoas, de fato, motivadas pela
chatice e azedume do mau-humorado, adotem comportamentos preventivos e
evitativos, agravando ainda mais a vida de relação dos mau-humorados.

De outra forma, se o Mau Humor é conseqüente à um Transtorno Obsessivo-


Compulsivo da Personalidade, a incompatibilidade entre a pessoa e o mundo se
deve às características de perfeccionismo e inflexibilidade desse tipo de
transtorno. Essas pessoas obsessivas se preocupam exageradamente com a
observância das normas e das regras (normalmente SUAS normas e regras) e
acabam se escravizando com a organização e com os detalhes. Quando a
ordem das coisas não ocorre de acordo com sua previsão e desejo, tais pessoas
tornam-se muito desagradáveis.

A preocupação dos obsessivos com a ordem geral das coisas é tanta que, não
raras vezes, é impossível conciliar o sono se vier-lhes à mente a impressão de
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que os chinelos estão desarrumados, ou que há uma gaveta semi-aberta, ou que
talvez a porta não esteja trancada e assim por diante. A implicância se relaciona
desde com a arrumação de seus pertences pessoais (guarda-roupas, gavetas,
mesas), até a organização extremamente cuidadosa de coisas relacionadas à
ocupação e profissão. Pode haver também um zelo exagerado para com a
arrumação do banheiro, desencadeando mau humor se este se encontrar
respingado, com uma torneira gotejante, o creme dental apertado pelo meio do
tubo ou com qualquer coisa fora de lugar.

Estas pessoas são incapazes de suportar tudo aquilo que consideram infração
às suas próprias determinações de organização, por isso são inflexíveis consigo
próprios e com os que lhes são mais próximo.

O Que Fazer

A Distimia, assim como outros tipos mais clássicos de depressão, tem


tratamento eficaz às custas de antidepressivos e terapia. Quanto à isso, a
medicina está bem preparada. Entretanto, a maior dificuldade está em fazer o
paciente entender e aceitar que é mau-humorado e, mais que isso, que deve
submeter-se a tratamento. E este tratamento não servirá apenas ao próprio
paciente, com objetivo de melhorar sua qualidade de vida, mas, sobretudo, às
demais pessoas que com ele convivem.

Culturalmente parece ser mais aceito que a pessoa tome insulina continuamente
para controle da diabetes, por exemplo, ou que use remédios para hipertensão,
óculos ou marcapasso cardíaco, do que tenha que usar antidepressivos para
melhora de si e dos demais. Essa parece ser uma barreira cultural quase
intransponível para o tratamento de muitos casos de Mau Humor.

Os mesmos antidepressivos são de valor inestimável para atenuação dos


rompantes obsessivos-compulsivos. Nesses casos, onde o Mau Humor se deve
à personalidade obsessiva, além dos antidepressivos, a psicoterapia tem um
peso maior ainda.

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Tratamento

Há falta de estudos que avaliem a eficácia da farmacoterapia ou da psicoterapia


no tratamento do Transtorno de Personalidade Depressiva como definido no
DSM.IV. Embora não haja estudos mostrando que algum medicamento ou
psicoterapia específicos sejam eficazes no tratamento do Transtorno de
Personalidade Depressiva, pode-se especular que a terapia cognitivo-
comportamental seja adequada.

Além disso, estudos recentes indicaram que tais medicamentos antidepressivos


podem realmente alterar a percepção da realidade pessimista e negativista do
mau-humorado.

Irritabilidade

1 - Como um traço (patológico) da Personalidade:


Transt. Explosivo Intermitente da Personalidade

2 - Como sintoma de outros Transtornos de Personalidade


Na Personalidade Anti-Social
Na Personalidade Borderline

3 - Nas Crianças e Adolescentes


Violência e Agressividade em Crianças
No Transtorno de Conduta
Na Depressão Infantil

4 - Como sintoma da Afetividade alterada


Na Alteração da Afetividade

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No Episódio Maníaco
No Episódio Depressivo
Na instabilidade e labilidade afetiva

Em outros transtornos emocionais:


Epilepsia e irritabilidade
Na Ansiedade Generalizada
No Estresse Pós-Traumático
Na Síndrome Orgânica Pós-Traumática
No Jogo Patológico
Como sintoma da TPM
Como conseqüência do estresse
Como sintoma do estresse
Na falta de cálcio
Na convivência com o próximo

Irritabilidade

1 - Como um traço (patológico) da Personalidade:


Transt. Explosivo Intermitente da Personalidade

2 - Como sintoma de outros Transtornos de Personalidade


Na Personalidade Anti-Social
Na Personalidade Borderline

3 - Nas Crianças e Adolescentes


Violência e Agressividade em Crianças
No Transtorno de Conduta
Na Depressão Infantil

4 - Como sintoma da Afetividade alterada

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Na Alteração da Afetividade
No Episódio Maníaco
No Episódio Depressivo
Na instabilidade e labilidade afetiva

Em outros transtornos emocionais:


Epilepsia e irritabilidade
Na Ansiedade Generalizada
No Estresse Pós-Traumático
Na Síndrome Orgânica Pós-Traumática
No Jogo Patológico
Como sintoma da TPM
Como conseqüência do estresse
Como sintoma do estresse
Na falta de cálcio
Na convivência com o próximo

INSEGURANÇA

1 - Na Psicopatologia, a insegurança aparece como alteração da Afetividade:


Na Afetividade alterada

2 - A insegurança pode ser também um traço de personalidade:


Personalidade Ansiosa (CID.10)
Personalidade Esquiva (DSM.IV)

3 - Pode ainda ser sintoma de algumas alterações emocionais:


No Ataque de Pânico
Veja o Transtorno do Pânico em outros locais:

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Transtorno do Pânico (PsiqWeb)
Transtorno do Pânico (DSM.IV)
Transtorno do Pânico (CID.10)

Em outros estados:
Como sintoma do Estresse
Nos tipos de estressores
Nos estímulos do Estresse
Como causa emocional de impotência
Relacionado à Violação e Estupro
No Ciúme Patológico
Nos sentimentos em relação aos outros
Nas emoções primárias
Na emoção Somatizada
Objetivos de Vida (Adler)
No coronariano ou infartado
Na criança adotada

ESGOTAMENTO

1 - Definição no Dicionário de PsiqWeb:


Esgotamento

2 - Tópicos onde se encontra o Esgotamento:


Ansiedade (texto de PsiqWeb)
Na Afetividade alterada
Ansiedade, Estresse e Esgotamento

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Ansiedade, Estresse e Esgotamento 2
Sintomas do Esgotamento

3 - Em outros estados que se acompanham de Esgotamento:


Na Síndrome de Burnout
Morte por Sobrecarga no Trabalho
Nas alterações imunológicas
Na Impotência
Na Neurose (neurastenia)

DESINTERESSE

1 - Para saber sobre afetividade veja no dicionário PsiqWeb:


Definição de Afetividade

2 - Como sintoma da afetividade, veja em Psicopatologia:


Apatia, em Alteração da Afetividade

3 - Como falta de vontade ou desânimo, também um sintoma da afetividade, veja


em alterações da atividade voluntária:
Hipobulia, em Atividade Voluntária

4 - Pode estar presente como sintoma do Esgotamento:


Perda de Energia no esgotamento

5- Pode estar também como sintoma de alguns Transtornos Emocionais:


Transtornos do Humor - DSM.IV
Depressão (texto de PsiqWeb)
Na Depressão Pós-parto
Nas Neuroses em geral

6 - Na esfera sexual o Desinteresse pode ser visto em:

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Na frigidez sexual
No desejo sexual hipoativo
Como efeito da prolactina
7- Nas crianças o Desinteresse pode estar em::
Na Depressão Infantil
Crianças deprimidas

DESINTERESSE

1 - Para saber sobre afetividade veja no dicionário PsiqWeb:


Definição de Afetividade

2 - Como sintoma da afetividade, veja em Psicopatologia:


Apatia, em Alteração da Afetividade

3 - Como falta de vontade ou desânimo, também um sintoma da afetividade, veja


em alterações da atividade voluntária:
Hipobulia, em Atividade Voluntária

4 - Pode estar presente como sintoma do Esgotamento:


Perda de Energia no esgotamento

5- Pode estar também como sintoma de alguns Transtornos Emocionais:


Transtornos do Humor - DSM.IV
Depressão (texto de PsiqWeb)
Na Depressão Pós-parto
Nas Neuroses em geral

6 - Na esfera sexual o Desinteresse pode ser visto em:


Na frigidez sexual
No desejo sexual hipoativo
Como efeito da prolactina

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7- Nas crianças o Desinteresse pode estar em::
Na Depressão Infantil
Crianças deprimidas

DELÍRIO

1 - A definição na Psicopatologia:
Definição de Delírio

2 - Delírios, como sintoma no curso de Psicopatologia:


Delírios
Alterações do Pensamento
Outras alterações do Pensamento

3- Podem aparecer como sintoma das Psicoses:


Nas Psicoses (DSM.IV)
Nas Psicoses (texto de PsiqWeb)

4- Como alteração da consciência:


Delírio Oniróide

5 - Na Dermatologia, um delírio muito especial:


Delírio Parasitário

6 - De causa orgânica, nas Demências:


Delírio Orgânico

7 - No Ciúme Patológico:
Delírio de Ciúme

8 - Nos casos graves de Depressão:

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Episódio Depressivo Grave
Episódio Depressivo Maior - DSM.IV
Episódio Depressivo Grave - CID.10

9 - Nos casos de euforia grave ou Mania Grave:


Delírio de Grandeza (DSM.IV)

10 - Recursos de PsiqWeb para o tema:


Índice Geral de Delírio

ALUCINAÇÕES

1 - Como está no dicionário PsiqWeb:


Definição de Alucinação
2 - Texto PsiqWeb
Alucinações
3 - Pode ser sintoma de quadros psicóticos:
Na Esquizofrenia
Esquizofrenia e outras Psicoses
4 - Pode aparece em quadros orgânicos:
Delírium
5 - Na sensopercepção na Psicopatologia:
Alteração na percepção da realidade
Sensopercepção
6 - Na Depressão pode aparecer em casos graves:
Episódio Depressivo Grave
Episódio Depressivo Maior - DSM.IV
Episódio Depressivo Grave - CID.10

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