Os transtornos alimentares são caracterizados por uma perturbação
persistente na alimentação ou no comportamento relacionado à alimentação
que resulta no consumo ou na absorção alterada de alimentos e que compromete significativamente a saúde física ou o funcionamento psicossocial. Tipos: Transtorno de Pica Transtorno de Ruminação (F98.21) Transtorno Restritivo/Evitativo (F50.8) Anorexia Nervosa Bulimia Nervosa (F50.2) Transtorno de Compulsão Alimentar (F50.8) Caracterizado como é a ingestão de uma ou mais substancias não nutritivas, não alimentares, de forma persistente durante um período mínimo de um mês, grave o suficiente para merecer atenção clínica. As substancias típicas ingeridas tendem a variar com a idade e a disponibilidade e podem incluir papel, sabão, tecido, cabelo, fios, terra, giz, talco, tinta. PREVALÊNCIA A prevalência de PICA é pouco estudada. Entre indivíduos com deficiência intelectual, a prevalência de pica parece aumentar com a gravidade da condição. A característica essencial do transtorno de ruminação é a regurgitação repetida de alimento depois de ingerido durante um período mínimo de um mês (Critério A). O alimento previamente deglutida que já pode estar parcialmente digerido é trazido de volta à boca sem náuseas aparente, ânsia de vomito ou repugnância. O alimento pode ser remastigado e então ejetado da boca ou novamente deglutido. PREVALÊNCIA Dados de prevalência do transtorno de ruminação são inconclusivos, mas o transtorno é comumente mais relato em certos grupos, como indivíduos com deficiência intelectual. A manifestação inicial do transtorno de ruminação pode ocorrer em lactantes, na infância, na adolescência ou na idade adulta. A idade da manifestação inicial geralmente fica entre 3 e 12 meses. SINAIS E SINTOMAS A regurgitação no transtorno de ruminação devera ser frequente, ocorrendo pelo menos várias vezes por semana, em geral todos os dias. O transtorno alimentar restritivo/Evitativo substitui e amplia o diagnóstico do DSM-IV de transtorno da alimentação de primeira infância. A principal característica diagnosticada do transtorno alimentar restritivo/Evitativo é esquiva ou a restrição da ingestão alimentar manifestada por fracasso clinicamente significativo em satisfazer as demandas de nutrição ou ingestão energética insuficiente, por meio da ingestão oral de alimentos. PREVALÊNCIA Manifesta-se mais comumente em crianças do que adultos, e pode haver uma grande demora entre a manifestação inicial e a apresentação clínica. SINAIS E SINTOMAS Perda de peso significativa (ou insucesso em obter o ganho de peso esperado ou atraso de crescimento em crianças); Deficiência nutricional significativa; Dependência de alimentação enteral ou suplementos nutricionais orais; Interferência marcante no funcionamento psicossocial. É a restrição de ingestão calórica em relação às necessidades, levando a um peso corporal significativamente baixo no contexto de idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde física, medo intenso de ganhar peso ou de, comportamento persistente que interfere no ganho de peso, mesmo estando significativamente baixo, perturbação no modo como o próprio peso ou a forma corporal são vivenciados, influencia reconhecimento da gravidade do baixo peso corporal. PREVALÊNCIA A prevalência de 12 meses de anorexia nervosa entre os jovens do sexo feminino é de aproximadamente 0,4%. Pouco se sabe a respeito da prevalência entre indivíduos do sexo masculino, mas o transtorno é bem menos comum no sexo masculino do que no feminino, com populações clínicas em geral refletindo uma proporção feminino-masculino de aproximadamente 10:1. SINAIS E SINTOMAS Humor deprimido I; Isolamento social,; Irritabilidade; Insônia; Diminuição da libido. Existem três aspectos essenciais na bulimia nervosa: episódios recorrentes de compulsão alimentar, comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes para impedir o ganho de peso e autoavaliação indevidamente influenciada pela forma e pelo peso corporal. PREVALÊNCIA A prevalência de 12 meses de bulimia nervosa entre jovens do sexo feminino é de 1 a 1,5%. A prevalência-ponto é maior é maior entre adultos, já que o transtorno atinge seu pico no fim da adolescência e inicio da idade adulta. SINAIS E SINTOMAS Ingestão, em um período de tempo determinado de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria dos indivíduos consumiria, comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes a fim de impedir o ganho de passo, como vômitos autoinduzidos; uso indevido de laxantes, diuréticos ou outros medicamentos, jejum; ou exercício em excesso. A compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios inapropriados ocorrem, em média, no mínimo uma vez por semana durante três meses. PREVALÊNCIA A prevalência de 12 meses do transtorno de compulsão alimentar entre mulheres e homens adultos norte-americanos (com idade igual ou superior a 18 anos) é de 1,6% e 0,8%. Esse transtorno é tão prevalente em mulheres de minorias raciais e étnicas quanto em mulheres brancas e é mais prevalente entre indivíduos que buscam tratamento para emagrecer do que na população em geral. SINAIS E SINTOMAS Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio (não conseguir parar de comer ou o controlar enquanto está sendo ingerido); Comer mais rapidamente que o normal; Comer até se sentir desconfortavelmente cheio; Comer grandes quantidades de alimento na ausência da sensação física de fome; Comer sozinho por venho do quanto está comendo; Sentir-se desgostoso de si mesmo, deprimido ou muito culpado em seguida; Spitzer, R. L., & Williams, J. B. (1980). Diagnostic and statistical manual of mental disorders. In American Psychiatric Association. Washington, 2013; Morgan, C. M., Vecchiatti, I. R., & Negrão, A. B. (2002). Etiologia dos transtornos alimentares: aspectos biológicos, psicológicos e sócio-culturais. Revista Brasileira de Psiquiatria.