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FACULDADE DO MAÇICO DE BATURITÉ-FMB

CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E


INSTITUCIONAL

RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM PSICOPEDAGÓGIA INSTITUCIONAL

JOÃO CÂMARA/RN

2017
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ANA CLAUDIA DE SOUSA BEZERRA

CÉLIA MARIA BRITO

EVERSON DE ALMEIDA ALVES

MARIA DALVACY COSTA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL

Relatório apresentado à coordenação de Estágio


Supervisionado em Psicopedagogia Clínica e
Institucional da Faculdade Maciço de Baturité, como
exigência para a conclusão do Curso de Pós-
graduação Latu Sensu em Psicopedagogia Clínica e
Institucional.

Orientadora: Mestranda Maria Dantas de Lima

JOÃO CÂMARA –RN


2017
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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO .................................................................................... 04
2. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO CAMPO DE ESTÁGIO.. 05
2. 1 ESTRUTURA FÍSICA............................................................................. 05
2. 2 EQUIPE ADMINISTRATIVA E PEDAGÓGICA.................................. 06
3. OLHAR PSICOPEDAGÓGICO DA SALA DE AULA........................ 08
3.1 SALA DOS PROFESSORES.................................................................... 09
4. OBSERVANDO O PÁTIO, ENTRADA E SAÍDA DOS ALUNOS..... 10
5. PROJETO DE INTERVENÇÃO ............................................................. 11
5. 1 APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO...................... 11
5. 2 APRESENTAÇÃO DA PROBLEMATICA............................................ 12
5. 3 OBJETIVOS............................................................................................... 13
5. 4 METODOLOGIA...................................................................................... 13
5. 5 RECURSOS............................................................................................... 14
5. 6 AVALIAÇÃO ........................................................................................... 15
6. RELATO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO..................................... 16
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 17
REFERÊNCIAS ........................................................................................ 18
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1. APRESENTAÇÃO

Ao iniciar esta etapa do estágio de Psicopedagogia Institucional e Clínica, orientados


pela professora Maria Dantas, procurou-se a instituição campo de estágio e foi feita a
apresentação de proposta de estágio. Chegando à escola foi proposta a prática de atividades
que seriam apenas de observação de toda a estrutura física da escola, das salas de aula, da
hora do intervalo, sala de professores, do pátio e também os horários de entrada e de saída,
bem como a realização de entrevistas.
Pimenta e Lima (2004, p. 61) afirmam:

O estágio como campo de conhecimento e eixo curricular central nos cursos de


formação de professores possibilita que sejam trabalhados aspectos indispensáveis à
construção da identidade, dos saberes e das posturas específicas ao exercício
profissional docente.

Esclareceu-se que não haveria intervenção de nossa parte em nenhum momento dessa
observação; sendo que retornaríamos para fazermos as entrevistas necessárias de acordo com
nosso objeto de estudo. Concluída a apresentação à diretora Francisca Marques, fomos
aceitos, e foi solicitado à coordenadora Josenilda Dionísio que nos apresentasse nas salas de
aulas onde desenvolveríamos o trabalho. Os professores por sua vez mostraram-se solícitos
colocando-se à disposição para ajudar nas atividades.
Para Santos (2010, p.01), o psicopedagogo institucional é o profissional que:

A partir de uma macro visão da instituição, como um todo, proporcionada


através do diagnóstico psicopedagógico institucional que poderá tomar
decisões mais acertadas nos momentos de crise. A previsão de tais
momentos e as estratégias para evitá-los e ainda o adequado planejamento
culminarão para o alcance dos objetivos da instituição. Evidencia-se assim,
ser esta uma atividade constante,

Nos tópicos a seguir serão elencadas todas as etapas deste relatório onde se fará a
caracterização da instituição de ensino, as observações feitas nas salas de aula, sala dos
professores, no pátio durante a hora do recreio e também durante a chegada (entrada) e saída
dos alunos ao término das aulas.
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2. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO CAMPO DE ESTÁGIO

A instituição campo de estágio foi a Escola Municipal Prefeito Francisco Barbosa da


Câmara, situada na Rua Gilberto Belarmino Nunes, nº 57, Centro, na cidade de Jardim de
Angicos – RN, inscrita no CNPJ 01.973.151/001-99, mantida pelo poder público e
administrada pela Secretaria Municipal de Educação e da Cultura, iniciou suas atividades
educacionais no dia 23/05/1997. Atualmente estão matriculados 461 alunos.
A escola acima identificada funciona nos 03 turnos sendo o matutino com o ensino
fundamental menor ( 1º ao 5ºano ), o vespertino e o noturno funcionam com fundamental
maior ( 6º ao 9º ano ).

2.1. ESTRUTURA FÍSICA

As instalações físicas da escola são compostas por 06 salas de aula (sendo ocupadas
apenas 05 no turno matutino), 01 cantina com despensa para armazenamento da merenda
(cozinha onde é preparada a merenda), 01 pequeno almoxarifado para materiais diversos, 01
sala de leitura que é também utilizada como sala de professores, 01 sala de informática, 01
sala onde funciona a direção e a secretaria escolar conjuntamente, 01 banheiro masculino com
pia, 01 banheiro feminino com pia, 01 banheiro exclusivo para professores e funcionários e 02
pequenos pátios. Do total de salas de aula existentes, 02 estão climatizadas juntamente com a
sala de informática.
Quanto à questão da acessibilidade para alunos com necessidades especiais de
locomoção, o estabelecimento de ensino dispõe de rampas de acesso para as salas em
desnível. Observou-se a ausência de corrimões nessas rampas o que poderia acarretar
eventuais dificuldades principalmente nos movimentos ascendentes. Vale frisar que a falta
desses corrimões não chega a impedir que um cadeirante se locomova tendo o devido auxilio
no aclive. Nos banheiros observaram-se algumas adaptações que atendem minimamente às
demandas de cadeirantes ou portadores de outras necessidades especiais.
Quando se fala de acessibilidade no ambiente escolar para alunos com necessidades
especiais, os principais empecilhos e barreiras dizem respeito à edificação e a utilização dos
equipamentos escolares e aqueles referentes à comunicação e informação. Para Manzini, “É
necessário ofertar às escolas as condições de acessibilidade em: edificações, meios de
comunicação e informação e recursos didáticos.” (MANZINI, 2008, p.286)
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As áreas comuns de convivência são compostas por dois pequenos pátios, o que limita
bastante as brincadeiras dos alunos na hora do recreio, pois em um desses espaços é servida a
merenda, visto que a Escola não dispõe de refeitório. Os alunos merendam em pé ou sentados
em alguns bancos de alvenaria existentes e que não oferecem espaço suficiente para todos.

2.2 EQUIPE ADMINISTRATIVA E PEDAGÓGICA

Nº QUANTIDADE FUNÇÃO FORMAÇÃO


01 10 Professor Pedagogia
02 01 Professor Licenciatura em Física
03 03 Professor Licenciatura em Matemática
04 02 Professor Educação Física
05 01 Professor Licenciatura em História
06 01 Professor Licenciatura em Letras
07 01 Professor Licenciatura em Ciências Biológicas
08 01 Professor Esp. em Psicopedagogia
09 02 Coordenador Esp. em Psicopedagogia
10 01 Diretora Pedagogia

Observa-se pelo que está demonstrado no quadro acima, que essa escola dispõe de
profissionais qualificados para o exercício da docência e que o corpo técnico está
teoricamente qualificado para o suporte pedagógico.
De acordo com a “Política de valorização dos trabalhadores em educação”, documento
publicado pela Secretária de Educação Básica do Ministério da Educação do Brasil,
“compreende-se por formação todo o processo educativo, formal ou não, que permite a
intervenção do sujeito no universo, agindo crítica e responsavelmente, primando pela ética
nas relações, refletindo, avaliando e reformulando suas atitudes.” A formação profissional, de
modo intrínseco e complementar à primeira, “consiste de todas as formas pelas quais o
profissional ganha mais competência pessoal, teórica, técnica, social” (LIBÂNEO, 1998)
Analisando-se a formação dos profissionais da instituição campo de estágio e tendo
convivido com os mesmos durante o estágio, percebeu-se que se eles tivessem melhores
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condições estruturais e instrumentais do ponto de vista didático pedagógicos, seu rendimento


profissional e a satisfação dos educandos seriam potencializados.
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3. O OLHAR PSICOPEDAGÓGICO DA SALA DE AULA

Quanto à regência, verificou-se que todos os professores têm a autoridade necessária


na condução de suas turmas e fazem uma boa mediação de conflitos. As turmas observadas
mostraram-se bastante heterogêneas quanto ao desenvolvimento intelectual e da
aprendizagem em geral. Os desníveis observados referem-se principalmente à evolução
quanto à leitura, escrita e retirada dos conteúdos da lousa.
Percebeu-se que em algumas ocasiões os conteúdos expostos na lousa funcionam mais
como uma maneira de controle comportamental dos alunos do que propriamente a exploração
didática do conteúdo quanto à aquisição do conhecimento.

[...] o psicopedagogo é alguém que convoca todos a refletirem sobre sua atividade, a
reconhecerem-se como autores, a desfrutarem o que têm para dar. Alguém que
ajuda o sujeito a descobrir que ele pensa, embora permaneça muito sepultado, no
fundo de cada aluno e de cada professor. Alguém que permita ao professor ou à
professora recordar-se de quando era menino ou menina. Alguém que permita a
cada habitante da escola sentir a alegria de aprender para além das exigências de
currículos e notas". (FERNANDEZ, 2001, p. 45)

Ainda foi observado a presença de crianças com necessidades especiais diversas sem
um acompanhamento especializado. Notou-se também a falta de afetividade e aproximação
aos alunos por parte de alguns profissionais em sala de aula. Em algumas turmas foi
observado uma indisciplina acentuada que interfere na autoridade do professor, no processo
de aprendizagem e também na questão da harmonia da sala de aula, causando danos ao
relacionamento professor aluno.
Na série final do ensino fundamental foi detectado que alguns alunos estão fora da
faixa idade série, e outros sem estímulo e apoio da família segundo informações obtidas junto
aos profissionais da escola.
Como declara Bassedas (1996, p. 78):

A escola, como instituição social, pode ser considerada de forma ampla e, de acordo
com a teoria sistêmica, como um sistema aberto que compartilha funções e que se
inter-relaciona com outros sistemas que integram todo o contexto social. Entre esses
sistemas, o familiar é o que adquire o papel mais relevante à educação e assim, na
atualidade, vemos a escola e a família em inter-relação contínua, mesmo que nem
sempre sejam obtidas atuações adequadas, já que, muitas vezes, agem como
sistemas contrapostos mais do que como sistemas complementares.
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Inferiu-se em virtude do que foi relatado anteriormente, que os alunos que apresentam
um nível de desenvolvimento e aprendizagem satisfatórios têm seu desempenho
comprometido devido a influência contrária de alguns colegas.

3.1 SALA DOS PROFESSORES

A sala dos professores também é usada como sala de leitura e espaço para hora
atividade por parte dos docentes e coordenação, não sendo observado durante o turno um
espaço de convivência e interação entre os professores.
A estrutura física dos espaços da escola tem seus significados e servem de referência
para docentes e discentes no convívio e na exploração desses espaços. Referindo-se a
exploração dos espaços, o professor e geógrafo Nilton Santos diz:

[...] o espaço deve ser considerado com um conjunto indissociável de que participam
de um lado, certo arranjo de objetos geográficos, objetos naturais e objetos sociais,
e, de outro, a vida que os preenche e os anima, seja a sociedade em movimento. O
conteúdo (da sociedade) não é independente, da forma (os objetos geográficos), e
cada forma encerra uma fração do conteúdo. O espaço, por conseguinte, é isto: um
conjunto de formas contendo cada qual frações da sociedade em movimento as
forma, pois têm um papel na realização social. (SANTOS, 1988, p.10).

Na instituição campo de estágio, verificou-se que a sala dos professores não


proporciona um espaço agradável que sirva como ambiente de trabalho ou de convivência. É
muito comum nas escolas a falta de cuidado que existe com esse local. Qualquer sala ou
cubículo sem uso pode ser transformado em “sala dos professores” que corriqueiramente
também guarda coisas inservíveis. Interpretando o autor citado acima, observou-se nessa
instituição que além do espaço físico reduzido, o arranjo geográfico da sala, por ser exíguo,
não permite que os professores interajam partilhando seu cotidiano sobre o fazer escolar. Não
é um lugar onde se possa realizar atividades complementares como: realização de pesquisas
na internet, correção de atividades dos alunos ou simplesmente conversar e trocar informações
e experiências.
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4. OBSERVANDO O PÁTIO, ENTRADA E SAÍDA.

A direção e o corpo docente chegam à escola minutos antes da entrada dos alunos. A
entrada dos alunos pode ser considerada tumultuada por não haver um ordenamento efetivo
pelos funcionários que controlam o portão. Esses agentes de portaria até tentam organizar
entrada por turma, mas os alunos entram em disparada podendo ocorrer acidentes causados
por empurrões das crianças maiores sobre as menores.
O intervalo (recreio) é dividido em dois momentos pois, há o escalonamento por
turmas: de 09:00h as 09:15h, saem do 1º ao 3º ano; e no segundo momento de 09:15h as
09:30h, saem o 4º e o 5º ano. Verificou-se que não há um acompanhamento das ações dos
alunos durante o intervalo no sentido de prevenir ocorrências advindas de brincadeiras
potencialmente perigosas, tendo em vista que o pátio não apresenta condições adequadas para
a recreação visto que existem muitas barreiras físicas tais como degraus e piso escorregadio.
Lopes e Pereira (2006, p.272), pautados em Marques et al (2001) relatam que:

As características dos espaços de recreio condicionam os acontecimentos, se está


vazio de estruturas e materiais, as crianças brincam com seus próprios corpos
(lutam, correm e perseguem-se) e frequentemente inventam conflitos. Se existem
materiais, as suas relações são mediadas pelos materiais e as regras dos jogos,
ajudando a resolver conflitos.

No horário da saída ao final do turno constatou-se uma situação semelhante à entrada


porém com maior nível de risco. Os alunos saem em disparada da sala não respeitando a
presença do professor e ao chegarem ao portão tem acesso direto à rua onde os ônibus por
vezes ainda estão estacionando. Em vista disso, é interessante que a escola desenvolva
projetos de Educação para o Trânsito e, nesse caso particular tendo foco na movimentação dos
alunos durante os momentos de entrada e de saída da escola. Também não se exclui a
presença de funcionários da escola orientando e ou organizando a travessia segura da rua
nesses horários.
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5. PROJETO DE INTERVENÇÃO

5.1 APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO

O presente projeto de intervenção psicopedagógico institucional visa apresentar


reflexões e possibilidades de intervenções para amenizar a indisciplina em sala de aula, tendo
em vista que a mesma se mostrou como um fator agravante para o processo
ensino/aprendizagem e no relacionamento professor/aluno. Neste sentido, a intervenção será
direcionada para aqueles alunos que mais tem carência de uma educação disciplinar.
A disciplina é um conjunto de regras que devem ser obedecidas tanto pelos
professores quanto pelos alunos para que o aprendizado escolar tenha êxito. Portanto, trata-se
de uma qualidade de relacionamento humano entre o corpo docente e os alunos. A
indisciplina é hoje um dos maiores obstáculo para os educadores desenvolverem as suas
atividades pedagógicas em sala de aula.
De acordo com Parrat-Dayan (2008, p. 21), os conflitos em sala de aula caracterizam-
se pelo descumprimento de ordens e pela falta de limites, como por exemplo: falar durante as
aulas o tempo todo, interromper o professor, gritar, andar pela sala, dentre outras atitudes que
impedem os docentes de ministrar suas aulas com mais qualidade.
Silva (2008), afirma que a família e a escola, são duas instituições diretamente ligadas
ao ser humano em desenvolvimento, por isso se faz necessário à parceria entre ambas para
que o indivíduo seja educado com parâmetros que regem princípios éticos, valores, cidadania
e uma educação de qualidade.
Através deste projeto espera-se deixar um ato de reflexão e mudança pessoal visando o
grupo como todo no sentido do respeito ao próximo e principalmente compreender que a sala
de aula é lugar de convivência e aprendizagem mútua. Onde o professor (a) está para ajuda-
los em suas dificuldades e não somente como uma pessoa que lhe transmite ideias e regras a
serem cumpridas. Conforme Parrat-Dayan (2008, p. 64), “[...] é mais eficaz se aproximar
calmamente de um aluno e pedir-lhe para retomar seu trabalho, do que chamar a sua atenção
em voz alta na frente de todos”. [...]. A forma como acontece à relação professor-aluno é a
base para o enfrentamento dessas questões que permeiam a afetividade, o respeito e a
autoridade do professor nesta interação cotidiana.
É fundamental também que os pais se solidarizem com as regras da escola e atuem em
conjunto orientando seus filhos a obedece-las atentando para questões disciplinares e dos
limites. Pais e professores atuando juntos dão um suporte essencial para que os educandos
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possam ter uma postura crítica e responsável diante das mais variadas situações que exijam
decisões assertivas no dia a dia.

5.2. APRESENTAÇÃO DA PROBLEMÁTICA

O tema escolhido a ser desenvolvido, fala sobre a “indisciplina em sala de aula:


possibilidades de intervenção”. A opção para trabalhar esse assunto foi direcionada devido às
observações realizadas no cotidiano escolar e principalmente nas salas de aulas, onde se
observou que a indisciplina é bastante acentuada por boa parte do alunado, dificultando o seu
próprio desenvolvimento com relação ao progresso no processo de aprendizagem. Também se
pôde registrar a inquietude dos professores relacionada à ausência da família na prática
escolar dos filhos como um fator agravante para a indisciplina escolar dos mesmos.
A partir dessa realidade surgiu a necessidade de estudar o problema, a fim de se buscar
conhecimentos e possíveis intervenções focando a melhoria da disciplina em sala de aula e
consequentemente o incremento do desempenho no processo ensino-aprendizagem. Diante
disso, desenvolveu-se um estudo voltado para a compreensão da indisciplina escolar
enfatizando alternativas de ações para o enfrentamento de conflitos na sala de aula por motivo
da indisciplina.
O ato indisciplinar ainda vem permeado da falta de interesse do alunado nas aulas e
do desrespeito ao professor. Isso é um fator preocupante e real no cotidiano escolar.

5.3. OBJETIVOS:

5.3.1 OBJETIVO GERAL


 Refletir sobre a indisciplina escolar e suas consequências como um fator agravante
para o processo ensino/aprendizagem e no relacionamento professor/aluno,
enfatizando a disciplina como essencial para o crescimento individual, social e
profissional do indivíduo.

5.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:


 Incentivar o respeito mútuo entendendo que é essencial para uma convivência
harmoniosa;
 Promover momentos em que os alunos repensem sobre sua postura indisciplinar em
sala de aula;
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 Valorizar a disciplina enfatizando a sua importância para o desenvolvimento do


indivíduo, quer seja na vida pessoal ou profissional.
 Refletir a respeito de ética, valores e princípios morais, visando uma compreensão e
uma mudança de comportamento.

5.4. METODOLOGIA

O projeto de intervenção partiu de um planejamento visando atividades lúdicas e


dramatizações que proporcionassem aos educandos vários momentos de reflexões e ações
voltadas para o tema disciplina versos indisciplina. A intervenção iniciará com a busca dos
alunos na Escola Prefeito Francisco Barbosa, em que sairão de ônibus da mesma,
acompanhados dos estagiários em psicopedagogia institucional, até a Escola Estadual Cel
Miguel Teixeira, onde será desenvolvido o projeto com os alunos selecionados do 3º ao 5º
ano. Esses alunos foram apontados pelos professores como necessitados de orientações
disciplinares e de motivação aos estudos visando uma perspectiva de melhoria
comportamental e do rendimento escolar. Este grupo é composto de vinte e cinco estudantes
dispostos a participarem do projeto, o qual foi explicado e aceito por todos eles.
A pauta do projeto teve início com uma vídeo-mensagem de motivação, e em seguida
a apresentação do grupo de estágio e do projeto de intervenção através de slides nos quais será
apresentada toda a programação a ser executada no desenrolar das atividades. Na sequência,
organiza-se a dinâmica (Não ser induzido ao erro), para uma melhor interação uns com os
outros, visto que são alunos do 3º ao 5º ano, ou seja, de turmas diferentes. Após a dinâmica se
fará uma profunda reflexão sobre ouvir e obedecer ordens cruciais para o desempenho de
atividades com sucesso das mesmas, ou seja, momento de refletir sobre o erro por não saber
ouvir e apreender uma simples mensagem.
No quarto momento, é a vez da dramatização de sala de aula, onde se fará a
representação do professor e da professora feita por alunos e alunas do 3º ao 5º ano. De modo
que todos participarão, pois, os outros representarão a si próprios, como alunos. Esta
dramatização será realizada em uma sala de aula. As ordens para o início da apresentação: que
os alunos se comportem do mesmo modo que são em sala de aula. Quando todos se
apresentarem se fará mais uma reflexão para que os alunos repensem a sua postura, avaliando
se está adequada para o seu bom desempenho em sala de aula. Essa reflexão será útil para que
eles percebam como se sentem seus professores ao serem menosprezados em suas atividades
pedagógicas na sala de aula.
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Na sequência da intervenção acontecerá outra dinâmica (amigo secreto dos sonhos)


que objetiva trabalhar a visão de mundo e de futuro dessas crianças, e ainda, o respeito ao
próximo e a disciplina. Quando todos acharem o seu sonho, falarão o que é preciso para
alcança-lo. Em seguida, cada um se expressará com uma frase a respeito do trabalho
desenvolvido com sua participação neste Projeto de Intervenção, o que ficou para relembrar,
ou ainda que lição irão levar para sua vida.
Ao final das atividades de intervenção psicopedagógica, será oferecido um lanche
para alunos participantes e o grupo de intervenção ao som da música natalina: Quero ver você
não chorar. Neste momento final e de confraternização, os alunos receberam o agradecimento
dos estagiários por se disporem a participar desta atividade psicopedagógica, essencial para o
estágio do curso de Psicopedagogia Institucional.

5.5 RECURSOS:

 Datashow;
 Tela de projeção;
 Pendrive;
 Vídeo;
 Música natalina;
 Slides;
 Caixa de som amplificada;
 Microfone;
 Escola Miguel Teixeira;
 Ônibus escolar;
 Lousa
 Papel ofício;
 Lápis;
 Balões;
 Palitos pequenos de pontas;
 Pipocas;
 Pirulitos;
 Bombons;
 Sonhos de noiva;
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 Salgadinhos;
 Suco de fruta;
 Guardanapos;
 Copos descartáveis;

5.6 AVALIAÇÃO:

No desenvolver deste projeto os alunos serão observados e analisados em vários


aspectos tanto comportamentais, quanto sociais e cognitivos. E ainda será enfatizada a visão
de mundo dos mesmos, promovendo a realização de várias reflexões que provoquem uma
mudança de pensamento e consequentemente, uma mudança de atitude positiva dentro e fora
da sala de aula.
Percebeu-se que a avaliação do ponto de vista psicopedagógico é de fundamental
importância para a tomada de decisões quanto a identificação das ações de intervenção que
visem sanar as possíveis dificuldades enfrentadas pelos alunos. Para COLL, MARCHESI e
PALACIOS, (2007, p. 279) a avaliação Psicopedagógica é:

Um processo compartilhado de coleta e análise de informações relevantes acerca dos


vários elementos que intervêm no processo de ensino e aprendizagem, visando
identificar as necessidades educativas de determinados alunos ou alunas que
apresentem dificuldades em seu desenvolvimento pessoal ou desajustes com respeito
ao currículo escolar por causas diversas, e a fundamentar as decisões a respeito da
proposta curricular e do tipo de suportes necessários para avançar no
desenvolvimento das várias capacidades e para o desenvolvimento da instituição.

Para avaliar, o professor deve se valer de instrumentos diversos que possibilitem ao


profissional monitorar e diagnosticar do início ao fim do processo avaliativo, tudo o que foi
detectado de positivo para prosseguir no processo didático de ensino e aprendizagem e
retomar o que não foi satisfatório para os aprendentes (educandos).
Observa-se no cotidiano que muitas vezes o professor pressionado pelo sistema
escolar não avalia de forma qualitativa e continua, mas de maneira meramente classificatória
onde só o que importa o valor da nota.
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6. RELATO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO

O Estágio Psicopedagógico Institucional contribuiu e possibilitou para o


desenvolvimento dos conhecimentos adquiridos durante o curso de psicopedagogia, além
disso, conseguiu-se realizar a observação identificando as dificuldades encontradas em cada
sala de aula: falta de interesse pelas aulas, falta de motivação e falta de disciplina dos alunos.
Com base nesses problemas detectados durante o estágio, buscou-se entender e compreender
o objeto de estudo, levando em consideração o lado social, emocional e afetivo.
Em comum acordo com os professores das salas observadas, selecionou-se 25 alunos
de 03 salas (3º, 4º e 5º anos) do ensino fundamental, para participarem do projeto de
intervenção. Como forma de não causar discriminação ou algum trauma nas turmas, optou-se
por apresentar o resultado dessa seleção como se tivesse havido um sorteio de acordo com a
lista de chamada. Porém, direcionaram-se as escolhas entre aqueles alunos que apresentaram a
problemática já referida acima.
Assim recorreu-se às atividades que comtemplavam situações análogas as vivenciadas
por esse alunos na sala de aulas, porém com uma diferença marcante: agora os alunos estavam
assumindo o papel de seus professores e reflexionando sobre suas próprias práticas durante as
aulas. O desenvolvimento da intervenção foi realizado através de atividades grupais onde
aconteceram interações que permitiram ao aluno reconhecer seus valores, direitos e
obrigações no espaço escolar, respeitando as diversidades, os diferentes estilos e ritmos de
aprendizagem.
Ao serem estimulados a falar sobre a experiência que estavam vivenciando, foram
bastante sinceros ao afirmarem que perceberam através daquelas atividades recreativas das
quais estavam participando, o quanto seu comportamento durante as aulas estava afetando os
colegas e causando situações de estresse em seus professores.
Nesse momento de partilha das experiências e emoções vividas durante a intervenção
alguns alunos participantes se emocionaram ao relatarem o que tinham sentido; de forma que
se depreendeu ter-se alcançado os objetivos propostos para essa intervenção Psicopedagógica.
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com fito nos objetivos propostos neste trabalho considera-se que os mesmos foram
atingidos. Durante o estágio institucional supervisionado I, pôde-se constatar a partir das
observações nas salas de aulas do 3º ao 5º ano, um conflito bastante acentuado entre
professor/aluno. Esse conflito ocorre devido à indisciplina, a falta de limites e o desinteresse
por parte de alguns alunos, de tal modo que está afetando o processo ensino/aprendizagem em
toda a turma. E para o enfrentamento do problema se buscou, fundamentando-se nos
pensadores nomeados neste trabalho, realizar este projeto de intervenção abordando a
indisciplina e a falta de limites em sala de aula, direcionado às crianças e aos jovens
observados. Com isso, visou-se conscientiza-los sobre as consequências da indisciplina dentro
e fora da sala de aula, como um fator agravante para o seu fracasso escolar e profissional.
Ainda na fase de observação percebeu-se a angústia dos professores quanto a
manutenção da disciplina e da ordem na sala de aula, bem como o esforço dos mesmos para
que os alunos ficassem atentos ao que estava sendo exposto na aula. Ao se estabelecer um
diálogo inicial com os alunos, verificou-se a necessidade de também abordar-se o lado afetivo
e parceiro na relação ensinante e aprendente, de modo a criar-se um vínculo de confiança em
que os saberes fossem partilhados sem a necessidade de cobranças de lado a lado.
Considerando que sendo o lado afetivo parte importante na vida do ser humano, eis aí a chave
para a conhecer-se as emoções e a percepção das ansiedades, frustrações e aflições por que
passam os alunos.

[...] Um afeto inclui, em primeiro lugar, determinadas inervações ou descargas


motoras e, em segundo lugar, certos sentimentos; estes são de dois tipos: percepções
das ações motoras que ocorreram e sensações diretas de prazer e desprazer que,
conforme dizemos dão ao afeto seu traço predominante. Não penso, todavia, que
com essa enumeração tenhamos chegado à essência de um afeto [...] (FREUD, 1916-
1917, pág. 461).

Ao término da semana de observação nas salas de aula, já se tinha construído esse


vínculo de confiança e afeto com os alunos. Isso foi fundamental para o êxito da execução das
ações de intervenção onde foram realizadas atividades lúdicas, porém de cunho reflexivo e
com o olhar psicopedagógico em todos os momentos. De acordo com o que já foi mencionado
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anteriormente, ao final de 02 horas de atividades foi possível verificar pelos relatos dos
participantes que os objetivos os quais pretendia-se alcançar foram satisfeitos.
O grupo de estagiários ficou bastante surpreso com a resposta positiva obtida ao serem
avaliados os resultados. O que ficou bastante claro durante o período de observação e
intervenção Psicopedagógica é que o cotidiano escolar da instituição campo de estágio precisa
incorporar mudanças que proporcionem ao aluno o prazer de estarem na escola. Evidenciou-
se também que esse aluno tem necessidade de sentir-se acolhido e tratado com afeto, dando-se
a ele responsabilidades, cobrando resultados, mas valorizando e reforçando os resultados
positivos e ou satisfatórios por ele alcançados em quaisquer das atividades propostas intra ou
extraclasse.
Foi possível durante o período de duração desse estágio acrescentar-se à formação,
respostas às perguntas que estavam sempre presentes no fazer diário da sala de aula, no que
concerne a percepção por parte do aluno de que ele tem plena capacidade para refletir e emitir
opiniões desde que sejam oportunizadas situações em que possam se expressar livremente
sem o temor de repreensões.
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REFERÊNCIAS

Bassedas E et al. Intervenção educativa e diagnóstico psicopedagógico. Tradução: Neves BA.


3ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas; 1996.
Brasil. Ministério da Educação.
Por uma política de valorização dos trabalhadores em educação : em cena, os funcionários de
escola / Secretaria de Educação Básica. – Brasília : MEC, SEB, 2004. 72 p. : il.
1. Valorização do Trabalhador. 2. Formação Profissional. 3. Perfil Profissional
I. Título. II. Brasil. Secretaria de Educação Fundamental.
COOL, MARCHESI, Álvaro; PALACIOS, Jesús. Desenvolvimento psicológico e
educação: transtornos do desenvolvimento e necessidades educativas especiais. 2. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2007.
FREUD, Sigmund. Conferências introdutórias sobre psicanálise, 1916 – 1917. Edição
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