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CAPANEMA-PA
2016
CAPANEMA-PA
2016
Jesus, Elizabeth de Souza Lopes de
64 f.
CDD – 372.416
ELIZABETH DE SOUZA LOPES DE JESUS
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________
_____ Profª Ms. Geovana Nascimento Brito
______________________________________________________
_____ Profª Ms. Mariza Andrade Guedes
_____________________________________________________
_______ Profª Ms. Liliane Afonso de Oliveira
Julgado em:____/___/____
Conceito:______________
Jesus, Elizabeth de Souza Lopes de
64 f.
CDD – 372.416
AGRADECIMENTOS
Aos colegas de curso que ao longo dessa jornada constituíram conosco uma
família.
Walter Benjami
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Walter Benjami
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................. 11
3. ANÁLISE DOS
DADOS .................................................................................................................................................27
3.1 Caracterização da
escola .............................................................................................................................................27
3.2 Sujeitos da
pesquisa........................................................................................................................................29
3.3 Metodologia.............................................................................................................................. 29
CONCLUSÃO:.................................................................................................................................. 57
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................60
12
1.ORGANICIDADE DA NOVA ESTRUTURA DO ENSINO FUNDAMENTAL: Breve
Histórico
13
INTRODUÇÂO
12
1.ORGANICIDADE DA NOVA ESTRUTURA DO ENSINO FUNDAMENTAL: Breve
Histórico
13
formação básica do cidadão mediante.
cidadão mediante.
A Lei 11.274 alterou os
artigos 29, 30, 32 e 87 da
Lei 9.394/96.
I-matricular todos os
educandos
a partir dos 6 (seis)
anos de
idade no ensino
fundamental.
14
1.2 ALFABETIZAR: A ARTICULAÇÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA
B
O negrito é um destaque dado pelas autoras desta monografia.
15
Desta forma, pode-se dizer que a escrita é o instrumento que possibilita a
ampliação de nossa compreensão do mundo das relações políticas, econômicas e
sociais. Portanto, compreendemos que trabalhar a alfabetização na perspectiva do
letramento seja uma opção político-econômico-social. Dessa ótica talvez seja
possível tomar a alfabetização como letramento desde que alfabetizar não seja uma
simples aquisição de uma tecnologia, isto significa que o ato de ensinar a ler e a
escrever deve ultrapassar a possibilidade de um simples domínio de uma tecnologia.
Portanto, faz-se necessário criar condições para inserir o sujeito em práticas sociais
de consumo e produção de conhecimento em diferentes instâncias sociais,
econômicas e políticas. Essas condições podem ser criadas desde que a escola e
também seus sujeitos do ensinar e aprender estejam cientes da complexidade do
ato de alfabetizar e letrar. No caso específico do professor, este é desafiado a
assumir uma postura política que envolve o conhecimento e o domínio do que vai
ensinar, uma atitude que deve ser tomada também por diretores e coordenadores
que unidos devem buscar favorecer na escola as práticas de letramento.
Maciel, Lúcio, (in. Castanheira, 2010) advertem que o termo letramento tem sido
usado de maneira corrente no interior da escola. Entretanto, essa palavra ainda
provoca dúvidas, prova disso é a distância entre o discurso e a prática pedagógica
docente. Para exemplificar, as autoras usam as experiências docentes que tiveram
como formadoras de professores e asseguram que, durante os encontros, a maioria
dos alunos relata que muitas alfabetizações bem sucedidas são fruto de
experiências feitas sem orientação teórica.
Outro comportamento docente também destacado pelas autoras diz respeito
aos profissionais que estão iniciando sua graduação, mas que já atuam há anos no
magistério. Esses profissionais passam a questionar suas práticas e a compará-las
com o que dizem as teorias e concepções de ensino e aprendizagem, muitas vezes,
sem muita compreensão das reflexões teóricas acabam acreditando que somente
após o processo de alfabetização é que deve ser iniciado o processo de letramento,
ou seja, consideram que para que um sujeito se torne letrado, é preciso,
primeiramente, que ele aproprie-se da tecnologia da escrita. A pesquisa de Maciel,
Lúcio, (in. Castanheira, 2010) aponta ainda que, em outros casos, observa-se o
contrário: professores privilegiam a interação com textos, entretanto, não dão
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atenção aos aspectos específicos da alfabetização, o que compromete seriamente o
processo de aquisição das habilidades de ler e de escrever.
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de funcionamento e uso do código alfabético aos iniciantes no assunto (os alunos).
Portanto, ambos – professores e alunos - têm relações sociais predeterminadas: o
professor é animador, organizador e avaliador dos acontecimentos; os alunos são
respondentes, realizadores de atividades propostas. Isso no palco da sala de aula,
em uma peça teatral em que o papel de protagonista é sempre desempenhado pelo
professor e aos alunos sobra os papéis secundários, "terciários", em nossa
interpretação.
Outro conceito trabalhado por Kleiman (2013) é o de alfabetização referindo-se
também ao processo de aquisição das primeiras letras e, como tal, envolvendo
sequências de operações cognitivas, estratégias e modos de fazer. Portanto, quando
dizemos que uma criança está sendo alfabetizada, estamos nos referindo ao
processo que envolve o engajamento físico- motor, mental e emocional da criança
num conjunto de atividades e de todo tipo, que tem por objetivo a aprendizagem do
sistema da língua escrita.
Segundo Kleiman (2013), a prática de alfabetização que tem por objetivo o
domínio do sistema alfabético e ortográfico precisa do ensino sistemático, o que a
torna diferente de outras práticas de letramento. Para exemplificar a questão, a
autora pontua que um adulto que não sabe ler ou escrever não pode ser
considerado alfabetizado pelo simples fato de ir à escola e ficar acompanhando pela
janela da sala de aula o trabalho de alfabetização que a professora desenvolve com
o filho dele, mesmo que no decorrer do tempo saiba qual é função das letras. Este
exemplo ilustra muito bem, a questão do letramento, que não pode ser tratado como
uma simples habilidade, embora envolva um conjunto de habilidades (rotinas de
como fazer) e de competências (capacidades concretas para fazer algo) (KLEIMAN,
2013). Por isso, a autora considera que “ensinar o letramento é uma expressão no
mínimo estranha, pois implica uma ação que ninguém, nem mesmo especialista,
poderia fazer”. O pai do exemplo pode não ser considerado alfabetizado, mas
ninguém poderia contestar que ali naquela situação o pai estava passando por um
processo de letramento.
Outra forma de se compreender o letramento seria interpretá-lo como
compreensão do sentido de um texto ou qualquer outro produto cultural escrito e
usado para uma determinada situação. Desse ponto de vista, uma prática de
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letramento escolar poderia implicar um conjunto de atividades visando ao
desenvolvimento de estratégias ativas de compreensão da escrita, de ampliação do
vocabulário e das informações para aumentar o conhecimento do aluno e sua
fluência na sua leitura, produção e interpretação de textos. Portanto, segundo
Kleiman (2013), pode-se cogitar que a alfabetização tem características específicas
diferentes das pertencentes ao letramento, embora essa seja parte integrante do
letramento. Como Prática escolar, a alfabetização é essencial: todos _ crianças,
jovens ou adultos _ precisam, via de regra, ser alfabetizados para poder participar,
de forma autônoma, das muitas práticas de letramento de diferentes instituições.
19
Soares (2010) refere-se à questão do letramento no ensino aprendizagem da
criança como um processo que tem início quando a criança começa a conviver com
as diferentes manifestações de escrita na sociedade se prolongando por toda a vida,
com crescente possibilidade de participação nas práticas sociais. A autora define o
letramento como um estado ou codificação de quem não apenas sabe ler e escrever,
mas cultiva e exerce as práticas sociais. O que significa que a alfabetização,
entrelaçada com a proposta do letramento, tende a fornecer ao educando
capacidades diversas, habilidades e competências para que o educando seja
proficiente na prática da leitura e da escrita. É nesse sentido que Kleiman (2013) diz
que a alfabetização é uma das etapas do letramento.
21
2.2 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: FATORES ANTECEDENTES À VIDA
ESCOLAR
22
regem as aulas. O reflexo disso pode ser visto nas próprias dificuldades de muitas
crianças das séries iniciais do Ensino Fundamental com relação à leitura e à escrita.
24
Salmeron (2013) enfatiza a questão do professor que por vezes não tem a
sensibilidade de perceber que sua maneira de ensinar não é a mais apropriada, ou
encontra-se preso a métodos ou à proposta pedagógica da escola, sem condições
de se atualizar ou, ainda, continua resistente às mudanças, fazendo assim, sofrer o
aluno por não rever sua prática de ensino. Ressalta ainda a autora que uma das
maiores dificuldades dos educadores é encontrar prematuramente os elementos
corretos que indiquem que a criança tem efetiva dificuldade de aprendizagem, o que
pode retardar um processo de alteração na proposta pedagógica para resgatar o
aprendizado.
Salmeron (2013) salienta que a inabilidade ou lentidão do professor em
identificar o que o aluno necessita implicará no encaminhamento de alunos para
consultórios alegando que os mesmos têm algum tipo de transtorno, quando o
problema poderia ter sido sanado em sala de aula.
Segundo Salmeron, um grande número de alunos não consegue acompanhar a
proposta pedagógica, causando uma lacuna de aprendizagem e impossibilidade de
continuar a aprender pela dificuldade na leitura e escrita e salienta que o professor
precisa estar devidamente capacitado para o entendimento das relações
biopsicossociais envolvidas na ocorrência do desenvolvimento acadêmico do aluno.
Conclui a autora que tal capacitação propiciará um diagnóstico mais acurado e
precoce das dificuldades de aprendizagem, permitindo uma adaptação de
metodologia de ensino, ou encaminhamento a um profissional especializado em
transtorno de aprendizagem, se houver suspeita de problema neurológico. Portanto
de acordo com a autora, a escola, o professor e a família devem estar em
consonância para uma melhor estratégia de resgate do potencial cognitivo do aluno
que se encontra com dificuldade de aprendizagem, sendo que a família deve estar
conscientizada sobre a importância de ambiente estimulador, com o devido
acompanhamento do desenvolvimento escolar de seu filho.
25
conhecimento” (p.66). Por isso, o autor argumenta ser preciso ajudar os/as alunos/as
a desenvolver capacidades que possibilitem atender diferentes finalidades de leitura,
presentes na escola e fora dela.
Nesta linha de raciocínio, ele coloca a questão de que a:
“Leitura e a escrita se fazem presente nas linhas e entrelinhas de diferentes
contextos, pois, ambas também são praticadas sem que seja nas letras,
visto que estão em toda parte: num gesto, na música, nas paisagens, nos
rótulos das mercadorias.” (SILVA, 2013. p.62).
Neste sentido, o autor enfatiza que a criança chega à escola com esse
conhecimento, precisando ser aprimorado nesse ambiente. Entretanto, segundo ele,
isso acaba não acontecendo e, então, a criança na sala de aula são estimulados a
fazer leitura usando textos convencionais e muitas vezes descontextualizados da
realidade da criança.
Reforçando sua argumentação, Silva enfatiza a importância de o/a professor/a
estimular nas crianças processos interativos que envolvam reelaboração e recriação
de leitura do mundo e, consequentemente, da escrita. E desse modo, evitar que “as
experiências com essas formas de linguagem tendam a ser marcadas por
reprodução de texto com significados desvinculados das experiências discursivas
cotidianas do aluno” (p. 78).
Para o autor, essas ações didáticas, além de provocativas, estimulam a
desenvolver autonomia na leitura e consolidam o ensino da escrita, especialmente
em se tratando das crianças nos anos iniciais do ensino fundamental, quando se
inicia o processo de sistematização de conceito e formalização dos conteúdos. O
autor conclui que estes desenvolvimentos adquiridos aos olhos dos professores são
um meio para identificar, assim as dificuldades e o trabalho sendo centrado no
aprimoramento desses desenvolvimentos, mas também proporcionando aos alunos
uma reflexão sobre os mesmos, oferecendo-lhes alternativas de mudanças que
facilitem e colaborem com um melhor aprendizado.
Segundo Silva (2013), é através dos desempenhos de educadores que ainda
continuam crescendo diversificadamente os métodos utilizados. Ainda segundo ele,
ao pensar no incentivo à leitura, na possibilidade de que o professor e o aluno juntos
desenvolvam a prática da leitura por meio de atividades concretas, que o
aprendizado tornar-se-á mais prazeroso. De acordo com o autor, tanto o professor
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quanto a instituição de ensino deve se questionar sobre os propósitos a serem
atingidos como: o sistema de incentivo à leitura e a valorização das ideias e opiniões
apresentadas pelos alunos. Tendo atenção e estímulo de todas as pessoas
envolvidas tais como: os pais, a comunidade, os professores, a escola, o estado e
outros, o aluno se sentirá mais seguro, consequentemente se envolverá mais com o
próprio aprendizado. Dessa forma, é importante ver que a prática da leitura é uma
aprendizagem escolar responsável pelo desenvolvimento da sociedade.
Silva (2013) assevera, ainda, que a população em geral responsabiliza a escola
do papel de preparar as novas gerações, demonstrando e apresentando técnicas
que estejam envolvendo os alunos ao hábito de ler, formando-os críticos e criativos
em sala de aula. Preparando-as para exercer o seu papel diante da sociedade, como
verdadeiros leitores, pessoas que gostam de aprender por meio da prática. A família
precisa entender que é no seio dela que o aluno/criança começa a dar os primeiros
passos rumo à descoberta da leitura e da escrita. Portanto, quanto mais estímulo
essa criança tiver em seu lar, mais fácil será a aquisição da escrita e a compreensão
do mundo que o cerca.
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com dependência municipal, regulamentada/autorizada no conselho ou órgão municipal
estadual ou federal de educação em tramitação.
A escola atende a programas como Mais Educação, Pacto (Programa Nacional
pela Alfabetização na Idade Certa), PDDE, PAE (Programa Atleta na Escola), dentre
outros programas. Quanto à parte física da escola, ela tem quatro (4) banheiros sendo
que 01 (um) é acessível aos alunos com deficiência física, uma (1) varanda acessível,
uma (1) copa, duas (2) salas de aula, uma (1) sala de professores, uma (1) sala de
tecnologia na qual os alunos têm acesso à pesquisa de seus trabalhos.
Na referida escola não tem nenhum caso de aluno com necessidades
especiais, no entanto a escola apresenta condição física para o ingresso desses
alunos. Portanto a escola Emílio Garrastazu Médici é de boa estrutura física no que se
refere à parte interna. Está ampliada, conservada e limpa. A diretora responsável é do
polo ao qual a escola é anexa, tem um coordenador que trabalha com o preenchimento
dos boletins e fichas dos alunos e uma coordenadora pedagógica que atende a todos
os professores. Porém, a parte externa da escola não transmite segurança aos alunos,
uma vez que não é murada, não tem área de lazer, e fica situada nas proximidades da
rodovia PA-124, o que muitas vezes coloca em risco a segurança dos alunos.
3.3 METODOLOGIA
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Dificuldades de aprendizagem da leitura e da escrita nas serie iniciais no contexto
escolar, analisada a partir do ponto de vista dos próprios entrevistados.
Professor 1 Sim, livros, pouco leio em média uns dois -Livros, jornais, artigos da internet
livros, pois gosto de ler jornais, e artigos da e revistas.
internet e revistas diariamente.
Professor 2 Gosto muito de ler e este foi o ano que eu -Livros dos acervos do Programa
mais li. Contando os livros que leio para os biblioteca na escola e do Programa
meus alunos, dão mais ou menos uns 40 Pacto.
livros.
Professor 3 Gosto de ler sim. Gosto muito de ler jornal e -Jornal e revistas.
revistas de informações.
Professor 4 Gosto muito de ler livros de literatura infantil, -Literatura infantil, revistas, jornais,
revistas, jornais, romances e livros romances e livros científicos.
científicos.
Professor 5 Sim, leio livros de literatura, histórias, gibis -Literatura, histórias, gibis e
jornais. jornais.
Fonte: Questionário aplicado aos professores da Escola Municipal Emílio Garrastazu Médici em 05/ 11/2015.
31
para o professor está nas dificuldades enfrentadas pelos alunos em interpretar textos
variados.
Consideramos que, para que a criança se torne um leitor competente, crítico
e autônomo, o trabalho com texto deve basear-se, principalmente, nas atividades de
leitura, interpretação, escrita e reescrita de textos de gêneros variados (notícias,
HQ’s, reportagens etc.). Essa é uma prática que cada professor deve reconhecer e
compreender para que ele possa lidar melhor com a postura do aluno diante da
leitura e produção textual.
Podemos dizer que a interpretação de um texto está interligada com as
experiências de vida de cada criança, os conhecimentos que eles têm no cotidiano,
e é louvável que o professor estimule essa dinâmica. Ao se tratar de leitura e escrita
é preciso que se pense em um planejamento para que a aula não seja
desmotivadora para os alunos, a aula precisa ser direcionada no sentido de fazê-los
interagirem com textos literários, visto que a leitura faz parte da vida social de cada
pessoa. Carvalho (2010) compreende que isso é necessário, pois:
32
Valem ressaltar que hoje muitas crianças das escolas de zonas rurais já tem
certo contato com um mundo tecnológico tendo acesso à internet, computadores.
Portanto não podemos considerar que as crianças que moram no campo não são
inseridas na leitura e escrita. Pode não ser da mesma maneira que uma criança da
cidade que quando chega à escola já viram muitas coisas escritas em cartazes,
placas de ruas, lojas, ou suas famílias mantem contato direto com a leitura e escrita
por meio de bilhetes, jornais, listas de compras, dentre outros. Para a criança do
campo esse tipo de acesso é mais difícil.
A segunda pergunta formulada aos professores objetivava saber o ponto de
vista destes acerca da leitura e se esses achavam possível se construir uma
educação de qualidade. As respostas a essa pergunta foram sistematizadas abaixo
no quadro 3.
Quadro 3: A importância da leitura na prática docente
Professor 1 Com certeza sim. É possível construir uma educação -Leitura como uma
de qualidade pela leitura, pois, pra mim, a leitura abre passagem infinita para o
uma passagem infinita para o conhecimento, pois conhecimento.
considero a leitura a base da aprendizagem.
Professor 3 Sim, em meu ponto de vista a leitura é algo que ajuda -Prática da leitura e da
muito no desenvolvimento dos alunos e a prática da escrita
escrita ajuda muito na concentração.
Professor 4 No meu ponto de vista a leitura é fundamental para o -A leitura como fonte
desenvolvimento dos alunos, pois é por meio da leitura fundamental para o
que o ser humano aprende a conviver melhor com a desenvolvimento
sociedade e também é por aí que se faz educação de
qualidade.
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Professor 5 Uma educação de qualidade se constrói de fato -O significado do estudo na
quando as crianças ou adolescentes, ou qualquer vida do ser humano
outra pessoa aprende realmente o significado do
estudo. Porque estão estudando, o que estão
aprendendo, etc.
Fonte: Questionário aplicado aos professores da Escola Municipal Emílio Garrastazu Médici em 05/11/2015.
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Quadro 4: A importância da leitura na sala de aula
Professor 1 Sim, gosto de ler e contar histórias que tenham -Despertar o interesse pela leitura
abordagem sobre o conteúdo que irei trabalhar
com eles em sala. Gosto sempre de ler histórias
infantis, contos, lendas, entre outros, fazer a
leitura é muito é muito significante, pois
desperta neles o interesse pela aula.
Professor 3 Eu não tenho costume de ler muitos livros com -Silabação rítmica
os alunos. Mas em sala dou um conteúdo
chamado de silabação rítmica, que usamos
palavras dividindo as sílabas e formando ritmos
com as sílabas. Essa atividade musical é muito
legal.
Professor 5 Eu leio todos os dias para os meus alunos e -Histórias, notícias de jornais e
costumo variar muito os textos, são textos sobre poemas.
histórias, notícias de jornais, poemas, em fim eu
procuro sempre variar os textos. O significado
de ler para os meus alunos é fazer com eles
estejam em contato constante com todo tipo de
texto.
Fonte: Questionário aplicado aos professores da Escola Municipal Emílio Garrastazu Médici em 05/11/2015.
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Foi perguntado aos professores se eles costumavam ler para os alunos. Que
obras liam e o que significava ler para eles. Para alguns, a leitura é como rotina
diária. Geralmente, esses professores utilizam textos dos livros do PNDE que
compõem o acervo do programa Pacto (Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade
Certa), notícias de jornais e textos reflexivos para desenvolver a aprendizagem das
crianças. Um dos professores relata que costuma contar histórias relacionadas à
abordagem do conteúdo trabalhado em sala de aula. O professor coloca que gosta
de contar/ler histórias infantis como contos, lendas, dentre outras histórias. Segundo
ele a leitura é significante, porque desperta nos alunos o interesse pela aula. As
respostas dos professores, nos leva a perceber que os docentes inquiridos
reconhecem a importância fundamental da leitura para o desenvolvimento cognitivo
dos alunos.
Silva (2013) argumenta que é preciso ajudar os alunos a desenvolver
capacidades que possibilitem atender diferentes finalidades de leitura, presentes na
escola e fora dela. Por meio dessa reflexão, entendemos que há um esforço por
parte dos professores em estimular o gosto pela leitura em seus alunos. O ato de ler
para os alunos é de suma importância, pois o exercício da leitura faz com que ela se
torne prazerosa e, dependendo dos recursos utilizados, até divertida. Histórias
contadas com recursos visuais e boa entonação fazem com que as crianças
participem do mundo encantado da leitura. Portanto essa prática deve ser bem
planejada para que a criança se interesse, escute e participe.
A quarta pergunta feita aos professores objetivava saber se esses costumavam
escutar seus alunos quando eles queriam contar histórias. Assim foi feita a seguinte
pergunta: Você costuma escutar os seus alunos quando estes querem contar
histórias? Por quais motivos?
36
Quadro 5: Falar e escutar: um processo dinâmico para o desenvolvimento da
aprendizagem
Professor 1 Sim, eu costumo ouvi-los, acho que é importante para o -Histórias contadas pelos alunos
desenvolvimento deles, acho que isso os torna confiante e
incentiva-os a serem pessoas comunicativas, em alguns
momentos peço que eles contem suas histórias para toda a
turma uma forma de encorajá-los.
Professor 2 Gosto muito de escutar meus alunos, pois eles têm muitas -Interação dentro da sala de aula
histórias para contar e isso faz com que eles se expressem e
interajam dentro de sala de aula.
Professor 3 Sim, eu escuto tudo o que eles querem me contar. Os motivos -A criatividade dos alunos nas
são as histórias engraçadas e cheias de criatividade. histórias contadas
Professor 4 Adoro ouvir meus alunos quando eles querem contar suas -Planejamento baseado na
histórias, suas realidades, pelo motivo de que é nesse momento realidade dos alunos
que conhecemos a vida das crianças e muitas vezes fazemos
nosso planejamento com base nessa realidade.
Professor 5 Costumo ouvir meus alunos para que eles possam desenvolver -Oralidade
a oralidade e vencer o medo de se expressar em público.
Fonte: Questionário aplicado aos professores da Escola Municipal Emílio Garrastazu Médici em 05/ 11/2015.
37
um precisa esperar a sua vez de falar para que o grupo entenda o que está sendo
dito.
No momento em que o aluno começa a contar a sua história ou uma história
de um livro ele está construindo um texto oral que pode servir de base para o
professor começar sua aula. Por esse motivo é fundamental que o professor escute
o seu aluno, estimulando-o a expressar sua criatividade. “Gosto de escutar meus
alunos, pois eles têm muitas histórias pra contar e isso faz com que eles se
expressem e interajam dentro de sala de aula”. (P2)
A interação do professor com o aluno dentro de sala de aula é muito importante
no sentido de oportunizar a criança vivenciar situações cotidianas de leitura e
escrita. Dessa forma o professor cria, na escola, uma oportunidade que, muitas
vezes, a criança não tem em sua casa que é o momento da livre expressão.
A quinta pergunta direcionada aos professores objetivava saber se esses se
sentiam motivados em estimular nos alunos o gosto pela leitura. Fora feita a
seguinte pergunta: Você enquanto professor sente-se motivado em estimular nos
alunos o gosto pela leitura? De que maneira?
Quadro 6: Desenvolvimento da prática da leitura na escola
Professores Resposta Estimular nos alunos o gosto pela leitura
38
Professor 3 Sim, pelo fato de trabalhar com música é -Utilização da música na leitura e na
sempre bom ouvir música e também escrita
escrever e ler também música.
Fonte: Questionário aplicado aos professores da Escola Municipal Emílio Garrastazu Médici em 05/ 11/2015.
39
3.4.2 Questionário aplicado à gestora
1- Como gestora, quais ações que você vem desenvolvendo para a melhoria do
ensino na escola?
3 - Você se considera um (a) bom leitor (a)? Quantos livros você lê por ano?
“Não, mas costumo pedir para os alunos fazerem bastante leituras, dou
exemplos de relatos de alunos que não tinham o hábito da leitura e foram
desenvolvendo seus conhecimentos com clareza e facilidade (Guimarães,
Rosa, Vinicius de Moraes)”. (G1)
42
Ler para a criança significa um passo importante para vencer essas
dificuldades que são encontradas em relação aos alunos que não conseguem
interpretar ou até mesmo escrever um texto. Muitas vezes os alunos não valorizam
esse conceito de leitura e escrita ou não gostam de ler por que não são estimulados
em sala de aula, não têm oportunidade de demonstrar seus conhecimentos prévios
ou seu capital cultural. Se o professor abrir espaço para discussões e vivências
concretas em sala de aula será possível aliar reflexões sobre os usos da língua oral
e escrita à reflexões sobre a importância da leitura para o desenvolvimento
intelectual do aluno. A partir do momento em que o professor utiliza estratégias de
leituras de textos, interpretação de músicas e contar histórias para os alunos,
certamente está abrindo espaço para que o aluno se expresse oralmente e por
escrito.
Constatamos, com base nas respostas da gestora, que ela não tem costume de
ler para os alunos em suas visitas à sala de aula, mas que procura sempre incentivá-
los a realizar leituras, chamando sempre a atenção com exemplos reais de alunos
que não tinham esse hábito, mas que foram tomando gosto pela leitura e acabaram
desenvolvendo aos pouco seus conhecimentos. Além disso, observa-se o quanto é
urgente um olhar mais atencioso em relação à qualificação dos profissionais que
trabalham com a gestão escolar. Fala-se bastante na qualificação de professores,
deixando em segundo plano a qualificação de profissionais de fundamental
importância para o funcionamento e organização de uma escola: os diretores. É
necessário se pensar em estratégias para qualificar constantemente esses
profissionais a fim de aperfeiçoar o trabalho escolar como um todo.
43
leitura e a produção textual. Propusemos alguns questionamentos importantes para
serem analisados a partir do ponto de vista dos entrevistados.
Aluno 5 Sim eu gosto de ler porque eu -Contos dos livros que vem pra
me desenvolvo mais na leitura, escola
gosto de ler os contos dos livros
da escola.
Fonte: Questionário aplicado aos alunos da Escola Municipal Emílio Garrastazu Médici em 05/ 11/2015.
44
compreender o que lê assimilar diferentes tipos de textos e estabelecer relações
entre eles.
Quando perguntado aos alunos se estes gostavam de ler e quais gêneros eram
mais lidos por eles, todos os alunos responderam que sim, gostavam de ler. E
completaram afirmando que gostam de ler histórias, contos de livros, de acervos da
escola, literatura infantil, textos variados e histórias sobre o folclore. Entretanto,
contatamos que há certos erros na escrita, alguns iniciam a frase com letra
minúscula, escrevem letra maiúscula no meio de minúsculas, também não
concluíam o que queriam dizer.
A segunda pergunta formulada aos alunos objetivava saber se eles gostavam
quando o professor lia para eles e que tipo de história eles gostavam de ouvir. Nesse
sentido, fizemos a seguinte pergunta: Você gosta quando o professor lê história para
você? Caso positivo, que tipo de história você gosta de ouvir?
Fonte: Questionário aplicado aos alunos da Escola Municipal Emílio Garrastazu Médici em 05/ 11/2015.
45
Nas respostas dos alunos podemos analisar que é trabalhado muito o folclore
brasileiro na escola tanto que a maioria dos alunos se interessa mais por contos,
lendas relacionadas ao folclore, como as lendas do lobisomem, curupira, etc. São
textos que os alunos estão em contato constante dentro da sala de aula. Os alunos
1, 2, 3 e 7, por exemplo, citam diretamente o folclore, destacando o interesse por
essas histórias.
A aluna 5 ao ser inquirida diz que: “Sim, eu gosto de ouvir quando o professor
ler uma história e a minha história preferida é a Árvore Generosa.” (A5)
A fala da aluna leva-nos a refletir sobre o fato de que é importante que a
seleção dos textos a serem lidos pelo professor reflita a diversidade cultural
brasileira. Vale ressaltar, que o texto pode tanto trazer representada a cultura local,
quanto trazer elementos de outras culturas, contemporâneas ou passadas,
semelhantes ou estranhas ao modo de vida da comunidade.
A terceira pergunta objetivou saber dos alunos se esses compreendiam os
textos lidos pelo professor. Neste sentido fora feita a seguinte pergunta: Você
compreende os textos lidos pelo professor? Como você consegue saber disso?
Quadro 9: Leitura contextualizada
Alunos Resposta Compreensão de textos
Aluno 3 Sim porque ele ler muito bem os textos e eu presto muita -Leitura clara e compreensiva
atenção na leitura que ele faz.
Aluno 4 Porque ele ler bem para nós. - Leitura clara e compreensiva
Fonte: Questionário aplicado aos alunos da Escola Municipal Emílio Garrastazu Médici em 05/ 11/2015.
46
Constatou-se nas respostas dos alunos que há compreensão da leitura feita
pelo professor, na maioria dos casos. Muitos dizem que o professor realiza uma boa
leitura, outros prestam atenção. A atenção é um fator importante para o aluno, uma
vez que o objetivo central da leitura é fazer com que ele tenha contato com o autor
do texto, é uma espécie de diálogo entre os dois no momento da leitura.
O professor deve ter muito cuidado, ao realizar uma leitura para o aluno, esse
momento exige todo um processo de preparação. Primeiro por que é importante que
o texto escolhido pelo professor seja lido antes, para que ele possa fazer a leitura de
forma clara e o aluno se interesse pelo texto. Segundo que o texto escolhido não
deve ser muito extenso, textos muito longos cansam o aluno e facilmente eles
desinteressam-se pela leitura. A escolha do momento propício à leitura é um detalhe
importante, pois ler num momento importuno como, por exemplo, no final da aula
desmotiva o aluno, uma vez que todos estão ávidos pela saída. É sempre bom ler o
texto no início da aula fazendo um pequeno exercício físico para relaxar e o mais
importante de tudo para uma boa leitura com os alunos é deixar que eles se
expressem na hora da interpretação, porque o aluno que tem essa oportunidade de
expressar suas opiniões tem um motivo a mais para produzir um bom texto escrito.
A quarta pergunta formulada aos alunos objetivou saber se esses costumavam
contar histórias na sala de aula. Então fora feita a seguinte pergunta: Você conta
história na sala de aula para os seus colegas e professor? Caso positivo, que tipo de
história você costuma contar?
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Aluno 5 Sim eu gosto de contar história, mas eu não tenho -Não tem oportunidade
oportunidade, mas eu sempre tenho vontade de
contar.
Fonte: Questionário aplicado aos alunos da Escola Municipal Emílio Garrastazu Médici em 05/ 11/2015
De acordo com as respostas dos alunos constatamos que a maioria não gosta
de contar histórias para os colegas por conta da timidez, por não saber falar em
público ou, ainda, por não ter oportunidades, como comprova o relato da aluna 5: “eu
gosto de contar história, mas eu não tenho oportunidade, mas eu sempre tenho
vontade de contar” (A5).
Na fala da aluna 5 há uma questão a ser discutida em relação ao trabalho
com a oralidade. Constata-se que, na escola, há um descaso em relação ao trabalho
com a linguagem oral. Geralmente os educadores não consideram importante
trabalhar com a oralidade. Talvez por que essa linguagem esteja presente no
cotidiano do aluno, então o professor não vê a necessidade em trabalhá-la do ponto
de vista formal. Mas, esse tipo de concepção precisa ser modificado, pois o aluno
necessita desenvolver-se, também, na oralidade, uma vez que em sua vida escolar
precisará apresentar trabalhos, participar de entrevistas, etc. Desse modo, quanto
mais às crianças puderem falar em situações diferentes de comunicação, como por
exemplo, contar histórias, contar o que aconteceu em sua casa, dar um recado,
dentre outras coisas mais poderão desenvolver suas capacidades comunicativas de
maneira significativa.
Alguns alunos responderam que têm timidez na hora de falar, não gostam de
falar em público e essa é uma dificuldade que pode ser superada com realizações
de atividades como rodas de conversa, através das quais, após a leitura, o professor
deixa o aluno livre para falar, dar opiniões, contar fatos que acontecem durante o
dia, dentro e fora da escola. Salmeron (2013) considera que a relação professor-
aluno poderá ser um elemento estimulante ou incapacitante, porque segundo a
autora depende do direcionamento do professor, da metodologia, como ele age
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dentro da sala de aula com o aluno. Ainda segundo a autora, se o professor tratar o
aluno como incapaz este não será bem sucedido. Tal postura, não permitirá que
esse aluno se desenvolva plenamente.
A quinta pergunta objetivava saber se os alunos acreditavam na construção
de novos conhecimentos por meio da leitura. Fora feita a seguinte pergunta: Você
acredita que por meio da leitura pode se construir novos conhecimentos? Justifique
sua resposta.
Quadro 11: Construir conhecimentos por meio da leitura
Aluno 2 Sim eu acredito porque a nossa aprendizagem -A leitura como fonte de conhecimento
começa a partir da leitura.
Aluno 3 Sim, eu aprendi muita coisa depois que aprendi ler. -A leitura como fonte de conhecimento
Aluno 4 Sim porque eu me desenvolvi muito depois que - A leitura como desenvolvimento na
aprendi ler. aprendizagem
Aluno 5 Sim, porque quando eu leio parece que faço uma -A leitura como fonte de imaginação e
viagem e a leitura me ensina me expressar mais. expressão
Aluno 6 Sim, acredito porque é por meio da leitura que -A leitura como fonte de conhecimento
aprendemos a nos expressar e aprender coisas
novas.
Aluno 7 Acredito porque eu aprendo muitas coisas novas e - A leitura como conhecimento de
conheço um novo mundo. mundo
Fonte: Questionário aplicado aos alunos da Escola Municipal Emílio Garrastazu Médici em 05/ 11/2015
Verificamos, pela análise dos dados, que a maioria dos alunos entrevistados
concorda que a leitura constrói novos conhecimentos, por acreditarem que a leitura
os ajudou, os desenvolveu depois que aprenderam a ler, outros justificaram que a
leitura faz com que viajem e ensina a se expressarem melhor, ou seja, os alunos
relatam que aprendem muito com a leitura.
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Verificamos também nas respostas de alguns alunos que eles ainda não
dominam a mecânica da escrita, o que torna difícil a produção de textos, visto que
estando no 5º ano do ensino fundamental, esses alunos poderiam dominar um
pouco mais os mecanismos de escrita. Observamos em um dos questionários que
um aluno não conseguiu responder às questões feitas a ele. O motivo está
relacionado à falta de compreensão desse aluno em relação ao texto escrito.
Para Salmeron (2013) a aprendizagem escolar é considerada um processo
natural da criança, porém muitos alunos sentem grandes dificuldades com relação à
leitura e a escrita nas primeiras séries do Ensino Fundamental. Segundo a autora a
aprendizagem escolar envolve diferentes aspectos com relação à atividade mental
na qual o pensamento, a percepção, as emoções, a memória, a motricidade e os
conhecimentos prévios estão envolvidos, assim o professor precisa envolver a
criança de modo que ela possa sentir prazer em aprender.
Por todas as considerações feitas, observamos que a questão da qualidade
com que os alunos escrevem está relacionada à forma como ocorre a aquisição da
leitura e da escrita, pois quanto maior for o contato do aluno com situações de leitura
e escrita de textos de gêneros variados, maiores serão as condições de apropriação
e uso dessas habilidades no dia a dia. Portanto, trabalhar na perspectiva do
letramento ganha ainda mais relevância, pois essa perspectiva permite com que as
crianças entrem em contato com a escrita em situações reais de uso da língua.
Dessa forma, a língua é vista não apenas como um código a ser decifrado, mas
como um universo de possibilidades para interagir socialmente.
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respeito e o melhor desenvolvimento dos alunos no âmbito familiar. Dentre as várias
possibilidades em desenvolver a pesquisa, optamos por inquirir os pais de alunos
que demonstraram envolvimento tanto no aprendizado de seus filhos, quanto nas
atividades desenvolvidas na escola, principalmente àquelas centradas no
desenvolvimento da leitura e da escrita. Buscamos, por meio de perguntas
direcionadas aos pais, entender como a leitura e a escrita vêm sendo trabalhadas,
no contexto familiar, a partir do ponto de vista dos próprios pais. A análise dos dados
aponta que a maioria dos entrevistados ajudam seus filhos na tarefa da escola.
Dessa forma, a primeira pergunta feita aos pais objetivava saber se eles gostavam
de ler. Fora feita a seguinte pergunta: Você gosta de ler? Caso positivo, que tipos de
obras?
Quadro 12: A importância da leitura no âmbito familiar
Pai 2 Sim eu gosto de ler romances, poesias e de contos -Romances poesias e conto de
de fadas. fadas
Pai 4 Sim eu gosto de ler os livros que os meus filhos -Livros didáticos
trazem da escola que tem umas histórias muito
boas.
Fonte: Questionário aplicado aos pais de alunos da Escola Municipal Emílio Garrastazu Médici em 05/ 11/2015
De modo geral, as respostas foram positivas, pois a maioria dos pais diz gostar
de ler. Dentre os livros apontados como os preferidos estão: a Bíblia, histórias em
quadrinhos, revistas, livros, jornais, romances, poesias e contos de fadas. Porém um
dos pais precisou ser auxiliado na escrita, pois ressaltou que não lê por que é
analfabeto. Outros relataram que gostam de ler livros que os filhos trazem da escola
e dizem que nesses livros didáticos têm leituras muito boas.
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Segundo Salmeron (2013) as dificuldades em aprender não significam
necessariamente um transtorno, podendo ser causada por vários fatores, como
problemas na proposta pedagógica, capacitação do professor, entre outros, mas
segundo a autora há um fator importante que pode interferir na vida escolar: a vida
família. A autora considera que um ambiente familiar é importante para o
desenvolvimento da criança uma vez a que base da educação é a família. Partindo
desse pressuposto foi formulada a segunda pergunta aos pais com o objetivo de
saber se eles costumavam ler para seus filhos. Fora feita a seguinte pergunta: Você
costuma ler para seus filhos? O que você gosta de ler para eles?
Pai 4 Sim eu costumo ler para os meus filhos algumas -Leitura bíblica
passagens da bíblia.
Pai 6 Não como eu sou analfabeto e a mãe do meu filho é - Não tem contato com a leitura
deficiente visual, nós não temos contato com livros.
Fonte: Questionário aplicado aos pais de alunos da Escola Municipal Emílio Garrastazu Médici em 05/ 11/2015
Na pergunta feita aos pais constatou-se que alguns pais têm o costume de ler
para os filhos poemas, história que falem sobre desenvolvimento da aprendizagem,
historias infantis. Segundo o relato de um dos pais, que é analfabeto, ele não tem
contato com a leitura, porque além de não dominar a leitura, sua esposa é deficiente
visual, o que torna difícil a arte de ler e ajudar seu filho nas tarefas escolares.
Podemos considerar que a prática da leitura deve iniciar-se em casa. Quando
os pais leem para seus filhos estão os incentivando a levar essa prática para a escola.
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A leitura de história é rica em aprendizagem e contribui para aquisição de novos
vocabulários. Nesse sentido, evidencia-se que ler não é apenas decifrar palavras, ler
é um processo em que o leitor realiza um árduo trabalho para construir os significados
de um texto. Na atividade de leitura, o leitor apoia-se em estratégias de ativação de
conhecimentos prévios sobre o assunto, sobre o autor e o texto em questão. Desta
forma é importante que se faça uma leitura prévia das histórias, dos textos a serem
lidos para os alunos.
A terceira pergunta feita aos pais objetivava saber se eles contavam histórias
para seus filhos. Neste sentido fora feita a seguinte pergunta: Você conta histórias
para seu (a) filho (a)? Caso positivo, que tipo de historias você gosta de contar?
Pai 1 Sim, contos, branca de neve, o pequeno príncipe. -Contos, branca de neve, o pequeno
príncipe.
Pai 2 Sim, costumo contar contos como Alice no país das -Alice no país das maravilhas, os
maravilhas, os três porquinhos, a pequena sereia. três porquinhos e a pequena sereia.
Fonte: Questionário aplicado aos pais de alunos da Escola Municipal Emílio Garrastazu Médici em 05/ 11/2015
De acordo com as respostas dos pais com relação às histórias contadas por
eles para os filhos, percebe-se que há um número grande de pais que contam
histórias do passado, conto de fadas como Alice no país das maravilhas, os três
porquinhos, a pequena sereia, Branca de Neve, o Pequeno Príncipe, entre outros.
Foi relatado, também, que eles gostam muito de contar histórias do povo antigo,
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sobre o folclore, como a mula sem cabeça, sereia encantada, lobisomem e outras.
São histórias que são passadas de geração a geração, que muitas vezes eram
contadas a eles e, hoje, estes contam a seus filhos. Como mostra o relato de um dos
pais: “Sim eu gosto de contar as lendas do povo antigo sobre mula-sem-cabeça,
seria encantada e outras histórias.” (P6)
Contar história para uma criança é um momento especial na vida dela, pois ela
pode conhecer a forma de viver, pensar, agir e o universo de valores e
comportamentos de outras culturas situadas em outro lugar, em outro tempo que
não é o seu. Bem como contar ou recontar uma história é uma atividade que pode
ser feita junto com a criança, servindo como troca de experiências cotidianas. Muitas
vezes, os pais contam histórias que a criança já ouviu na escola, contada pelo
professor, mas esse aluno não teve oportunidade de dialogar com essas histórias
em sala de aula. Em casa, a criança encontra oportunidade, quando os pais
estimulam, em recontar as histórias que escutou.
Tal movimento é extremamente importante para o desenvolvimento cognitivo da
criança.
A quarta pergunta feita aos pais objetivava saber se esses ajudavam seus
filhos nas atividades de casa e como se dava essa ajuda. Neste sentido fora feita a
seguinte pergunta: Você ajuda seus filhos (as) nas atividades de casa? Como você
os ajuda?
Quadro 15: Ajudar os filhos em casa é um passo importante para o desenvolvimento
na escola
Pai 2 Sim lendo quando eles não conseguem entender e explicando as -Leitura e explicação
atividades que são difíceis.
Pai 3 Às vezes eles me perguntam e eu vou explicando o que eu sei. -Explica as atividades
Pai 4 Ajudo sim com pesquisa, eu vou lendo e explicando para eles. -Leitura explicativa
Pai 5 Ajudo, ensino elas fazerem os deveres de casa explico como elas -Explica as atividades.
devem fazer.
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alunos apontam que há necessidade de uma mudança de estratégia com relação a
como o professor deve trabalhar nas produções textuais e interpretações,
evidenciando que a relação entre esses dois termos leitura e escrita é uma
dificuldade nítida na classe.
Pelas análises feitas podemos verificar a dificuldade em escrever as respostas
das perguntas feitas, em estabelecer até mesmo a interpretação da pergunta. Na
verdade o que se percebe na turma é que são alunos que aprenderam apenas o
mecanismo da escrita, mas não dominam a compreensão. Importa salientar que é
preciso que os professores estejam mais focados no desenvolvimento dessas
crianças, uma vez que esse desenvolvimento objetiva inseri-los em meio à
sociedade. Talvez os professores envolvendo-se um pouco mais com o processo de
elaboração de textos, possam não só compreender melhor as produções escritas de
seus alunos, como também aprimorá-las sem que percam a sua expressividade,
fazendo do trabalho com textos uma atividade dinâmica e produtiva.
Várias bibliografias recentes tratam sobre as dificuldades de aprendizagem da
leitura e escrita nas séries iniciais, mostrando, cientificamente, a complexidade
desse fenômeno e o quão são diversos os campos de possibilidades de
intervenções sócio- educacionais e políticas, que podem contribuir para agravar ou
solucionar o problema.
Com base nas considerações teóricas estudadas, constatamos que, na escola,
por exemplo, precisam-se planejar situações que levem os alunos a desenvolver
estratégias de leituras diversificadas e conhecimentos apropriados para diferentes
contextos de interação. Com base nos dados da pesquisa constatamos que a leitura
é uma ação inclusiva, pois possibilita ao indivíduo a participação em eventos sociais
de letramento. Colabora, portanto, para a construção da identidade cidadã dos
alunos. Desse modo, é preciso possibilitar aos alunos o acesso às práticas diversas
de leitura que auxiliem em sua atuação na escola e fora dela.
Analisando os dados coletados nos questionários, o que se percebe, muitas
vezes, é que, há certa desvinculação entre leitura e prazer. Na verdade, não se
defende que ler na escola seja sempre um ato de fruição. No entanto, é fundamental
que possa ser, também, deleite, para que essa instituição passe a se constituir, de
fato, como um espaço de formação de leitores. Ao longo do trabalho foram feitos
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comentários de alguns pontos de vista dos autores consultados sobre o tema,
relacionando essa discussão com o que temos observado sobre as dificuldades de
aprendizagem da leitura e escrita, em nossa prática docente nas séries iniciais.
A pesquisa feita sobre dificuldades de aprendizagem da leitura e da escrita nas
séries iniciais levou a compreensão de que a alfabetização sendo uma etapa do
letramento possibilita o desenvolvimento de várias habilidades referentes à leitura e
à escrita. Mediante o que foi exposto no quadro teórico e na análise dos dados desta
monografia sobre a leitura e a escrita que envolveu os questionários feitos aos
professores, gestora, alunos e aos pais, temos como ponto de vista que muitos dos
entrevistados atuam como peças importantes no desenvolvimento de uma criança.
Fazendo um comparativo com o que temos observado em nossa prática
docente, ressaltamos a urgência de mudanças pedagógicas neste sentido, haja vista
a perda de especificidade do processo de desenvolvimento da leitura, limitando às
causas de natureza pedagógica, como também a reorganização do tempo escolar
devido à implantação de ciclos- este item é preocupante, pois algumas crianças são
matriculadas em escolas onde funcionam multisséries ou em escolas do campo em
que os/as professores/as atendem concomitantemente alunos/as do ensino
fundamental e do ensino infantil, o que tem dificultado desenvolver um bom trabalho
visto que o processo de aprendizagem da leitura e escrita se inicia nessa base.
Podemos dizer que a causa maior da dificuldade do aprendizado da leitura e da
escrita, diz respeito às classes multisseriadas que são comuns nas escolas do
campo ficando evidente a diversidade de alunos na sala de aula por concentrarem
em um mesmo tempo e espaço crianças bastante diferenciadas no tocante à idade,
tempo de escolarização, nível de conhecimento, enfim são várias as dificuldades
encontradas quando se trabalha com multisseriado. E dentre esse fator é comum
dizer que este seja o responsável pelo fracasso escolar nas escolas do campo.
Assim, esperamos que o presente trabalho possa trazer reflexões sobre a
importância da leitura e da escrita no contexto escolar e familiar. Servindo, quem
sabe, de instrumento de pesquisa para quem deseja investigar sobre dificuldades de
leitura e escrita no contexto escolar.
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REFERÊNCIAS
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SUGESTÕES DE AÇÕES
No que sejam comprometidas com o
caso de contrato, contratar pessoas
ensino aprendizagem dos alunos.
Reconhecer os direitos e deveres de cada pessoa.
Interagir com o meio.
avaliações aspectos que faça com que o aluno reconheça a sua
Envolver nas
dificuldade.
com o intuito de
Avaliar, não só no aspecto da escrita mecânica, mas sim
investigar o potencial no aluno no letramento de mundo.
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