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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

CURSO DE PSICOLOGIA
SERVIÇO DE PSICOLOGIA APLICADA – SPA CABO FRIO

CURSO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA ESTÁGIO PROFISSIONAL SUPERVISIONADO I
PROF.ª: ELINA EUNICE MONTECHIARI PIETRANI

RELATÓRIO SEMESTRAL DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

POR

GUILHERME CAVALCANTE DA SILVA

CABO FRIO - RJ
2023.1
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GUILHERME
CAVALCANTE DA SILVA
1190201493

RELATÓRIO SEMESTRAL DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Trabalho apresentado ao curso de Psicologia do


Instituto de Ciências da Saúde da Universidade
Veiga de Almeida, em cumprimento às exigências
do estágio supervisionado.

PROF.ª: ELINA EUNICE MONTECHIARI PIETRANI

CABO FRIO/RJ
2023.1
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................... 4

1. HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO ....................................................................... 6

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................ 8

3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS..................................... 15

4. SUPERVISÕES ................................................................................................ 16

5. ESTUDO DE CASO.......................................................................................... 16

6. DISCUSSÃO..................................................................................................... 19

CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 25

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................ 27

ANEXOS................................................................................................................... 31
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INTRODUÇÃO
Este escrito visa à apresentação das atividades referentes ao Estágio Profissional
Supervisionado I, que foi realizado no Serviço de Psicologia Aplicada (SPA), da
Universidade Veiga de Almeida campus Cabo Frio. O estágio é referente ao processo de
orientação profissional, com base no que determina a abordagem Fenomenológica-
Existencial.
O estágio, dentro do campo da psicologia, auxilia bastante no que toca ao
desenvolvimento do aluno e à sua postura profissional, de tal forma que será possível
estar em contato com a abordagem escolhida para a carreira. Esta é uma etapa
fundamental para o desenvolvimento profissional em qualquer área, e a psicologia não é
exceção. Por meio do estágio, os estudantes de psicologia têm a oportunidade de aplicar
na prática os conhecimentos teóricos adquiridos durante a graduação, desenvolver
habilidades específicas da profissão e adquirir uma compreensão mais profunda sobre o
funcionamento do campo da psicologia. Ele oferece aos estudantes de psicologia a
oportunidade de aplicar na prática os conceitos teóricos aprendidos em sala de aula. Isso
permite uma integração entre a teoria e a prática, ajudando a consolidar o aprendizado e
a compreender como as abordagens teóricas se traduzem em intervenções e técnicas
eficazes. Através do estágio, os estagiários podem colocar em prática suas habilidades de
avaliação, diagnóstico e intervenção em situações reais. (ALENCAR E ANDRADE,
2017).
No que se refere à orientação profissional, ela aparece como um meio que poderá
facilitar as pessoas em suas devidas escolhas ocupacionais, como colocam Andrade,
Meira e Vasconcelos (2002). Através da orientação profissional, os indivíduos são
incentivados a explorar e compreender seus interesses, preferências e motivações
relacionadas à carreira. (SUPER, 1990).
Através da orientação profissional, os indivíduos têm acesso a informações
relevantes sobre diferentes carreiras e campos de atuação, o que facilita uma tomada de
decisão mais informada e consciente. Além disso, o processo de orientação profissional
visa ajudar os indivíduos a identificarem suas habilidades e a conectar seus objetivos
profissionais com as oportunidades disponíveis no mercado de trabalho. (ANDRADE,
MEIRA E VASCONCELOS, 2002).
Através de um trabalho contínuo, em união ao que, até então, pôde ser notado
durante as sessões, é notável que as vivências do sujeito inferem bastante em suas
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possíveis escolhas para seu futuro. Apesar disso, estas opções são passíveis de mudanças
com o decorrer do que for desenvolvido no processo.
Para a realização deste relatório, com o intuito de desenvolver um trabalho mais
completo no que se refere à orientação profissional, desenvolveu-se pesquisas com
arcabouços teóricos, como textos de autores como Feijoo (2013); Kaufman (2012);
Krawulski (2000); e Almeida e Magalhães (2011).
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1. HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO
Em 1933, através do sonho de Mário Veiga de Almeida, tem início a história
da UVA. Aos 16 anos, junto com sua irmã, Maria Anunciação de Almeida, começa a
alfabetizar crianças que, com dificuldade de leitura, não conseguiam acompanhar a
catequese junto à igreja de Santo Cristo, onde desenvolvia uma atividade voluntária.
Utilizavam como sala de aula a mesa de jantar da modesta residência onde viviam,
adotados por seus padrinhos, uma vez que perderam seus pais ainda crianças.
Em 1937, a sala de aula improvisada muda de endereço, para uma casa com
poucas salas de aula, surgindo a primeira escola, o Colégio Sagrado Coração de Jesus.
O Ensino Superior tem em 1971 seu início, com a criação da Escola de Engenharia
Veiga de Almeida, com os cursos de Engenharia Civil e Engenharia Elétrica. Em 1992, a
criação de novos cursos leva ao reconhecimento e oficialização, por parte do Ministério
da Educação e Cultura (MEC), da Universidade Veiga de Almeida, que hoje conta com
cinco campi e um centro de excelência em saúde.
O estágio em Psicologia é atividade obrigatória do Curso de Formação de
Psicólogo conforme a Lei de Regulamentação da Profissão de Psicólogo (Lei n° 4.119 de
27/ 08/1962 — Lei regulamentada pelo Decreto n° 53.464 de 21/01/1964), devendo o
aluno realizar 840 h, no mínimo, para a obtenção do grau de Psicólogo.
Para tanto, o Serviço de Psicologia Aplicada oferece diversas modalidades de
estágios, com supervisão. O Plano de Estágio dos Setores atende à especificidade do SPA
e às ênfases dadas ao Curso de Psicologia: socioinstitucional e clínico-institucional.
O Serviço de Psicologia Aplicada – SPA da Universidade Veiga de Almeida -
tem dois objetivos fundamentais bem delineados: contribuir para a prática na Formação
de Psicólogo do aluno do Curso de Psicologia e propiciar atendimento de qualidade à
comunidade.
O SPA para fins funcionais se divide em Setores, que são subestruturas
encarregadas, primordialmente, do planejamento e da supervisão dos estágios, possuindo
a tarefa de adequar a Formação Profissionalizante às ênfases do Curso de Psicologia.
Atuam criticamente, acerca dos conteúdos e das atividades de estágio, buscando garantir
a adequação deste, ao currículo vigente no curso de psicologia.
Cada Setor referenda um campo de inserção da prática da Psicologia, assim como
as linhas teóricas que servem de fundamento para o pensamento psicológico, devendo
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estar constituído por um ou mais supervisores que formarão equipes de atendimento


conforme sua orientação teórica e as especificidades de suas práticas.
Desta forma, as diversas propostas de atuação da Psicologia estão representadas
no SPA em Setores. Estes refletem suas especificidades através de objetivos e planos de
trabalho elaborados e tratados de forma independente.
Os diversos Setores, no entanto, integram um colegiado respaldado por um mesmo
objetivo geral e compartilham um espaço reservado à reflexão e discussão de perspectivas
voltadas para a formação do profissional psicólogo. Os Setores de Estágio são formados,
a partir de propostas aprovadas pelo Corpo Consultivo do SPA. Todos os Supervisores
de Estágio precisam ser registados no Conselho Regional de Psicologia – CRP como
Psicólogos e cadastrados no SPA como Supervisores.
O Estágio de Formação Profissional visa coerência e integração com as ênfases
do Curso de Psicologia e também a articulação de maneira eficiente entre teoria e prática.
Busca-se coerência e continuidade entre o que se passa em sala de aula e nas atividades
desenvolvidas na prática do aluno.
Desta forma, pode-se identificar como as atividades de estágio se inserem no
fluxograma do Curso de Psicologia e a procura de articulação entre as disciplinas
ministradas ao longo da formação teórica que servem de base para as atividades dos
alunos no SPA.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Até a chegada da Revolução industrial, pouco se falava, ou melhor, não havia a
possibilidade de se optar por uma escolha profissional. A partir dos ideais advindos deste
momento histórico, em que o se passou a colocar a vaga apropriada para o indivíduo
apropriado, os filhos poderiam, assim, escolher qual área seguir para seu futuro
trabalhista. Isso muito influenciado pelo modo capitalista de ser adotado pela sociedade,
com a produção em massa mais valorizada. (ALMEIDA E MAGALHÃES, 2011).
Após estudos acerca da psicologia vocacional, foi possível compreender que o
desenvolvimento humano estava diretamente ligado à escolha ocupacional. Bohoslavsky
(1993) coloca que a identidade profissional diz respeito à identidade individual do sujeito
e precisam ser compreendidas como uma parte inerente aos aspectos internos e externos
que o permeiam.
O processo de orientação profissional é uma área de estudo e intervenção que se
tornou relevante com a consolidação do sistema capitalista, em que a escolha e o
desenvolvimento de uma carreira passaram a ter um papel central na vida das pessoas.
Já no Brasil, o que marca a origem da Orientação profissional é a criação do
Serviço de Seleção e Orientação Profissional para estudantes do Liceu de Artes e Ofícios
de São Paulo, no ano de 1924. Marcada pelo ideal de que deveria ser diretivo, e a função
do profissional da área sereia o de diagnosticar e dizer exatamente a área certa para o futuro
do sujeito, o processo de orientação profissional sofreu, desde então, mudanças, como o
foco que passou a ser a escolha profissional, através das idéias da professora Maria
Margarida de Carvalho. (SPARTA, 2003).
Ao longo das últimas décadas, a orientação no Brasil tem se adaptado às
demandas contemporâneas, buscando ampliar sua abordagem e atuação para além da
escolha profissional, abrangendo aspectos como o desenvolvimento integral dos
indivíduos, a promoção da autonomia e a busca por uma vida plena. No contexto
educacional, a orientação educacional também desempenha um papel importante. Ela está
relacionada ao apoio aos estudantes no processo de aprendizagem, na escolha de cursos e
carreiras, no desenvolvimento de habilidades socioemocionais, entre outros aspectos.
(SPARTA, 2003).
É importante destacar que a orientação no Brasil é exercida por profissionais de
diferentes áreas, como psicologia, pedagogia e serviço social, entre outras. Além disso,
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existem diversas instituições, associações e órgãos que contribuem para o


desenvolvimento e regulamentação da prática da orientação no país. (SPARTA, 2003).
A orientação profissional, quando realizada de maneira adequada, oferece
oportunidades para que o indivíduo reavalie suas concepções sobre si mesmo, o mundo e
a vida. Barros,Noronha e Ambiel (2012) afirmam que a escolha de uma profissão é um
processo complexo, influenciado por fatores ambientais, familiares e pessoais. Entre
esses fatores pessoais, destacam-se características de personalidade, interesses e
habilidades.
Em consonância, Almeida e Silva (p. 75, 2011), dizem:
O processo da escolha profissional, portanto, encontra-se sobreposto
a uma complexa rede de fatores que comporta tanto uma dimensão
individual quanto social, envolvendo influências do meio familiar,
dos grupos de pares, da formação educacional, do mundo do trabalho
e mais amplamente do contexto social, político, econômico e
cultural. (ALMEIDA E SILVA, p.75, 2011).

A adolescência é marcada por diversas mudanças, seja de ordem coletiva ou


individual. No que tange à decisão de qual carreira seguir, é um momento em que, como
citado há pouco, existe uma gama de fatores influenciadores. Um destes é a família.
Levando-se em conta o término de um ciclo –o Ensino Médio-, é esperado pelos
familiares que um novo seja iniciado, como uma busca por um curso de ensino superior.
(SANTOS, 2005).
Não só do meio familiar vem a cobrança. Além dele, há a da sociedade. Em
união –mesmo que sem ter a ciência disso-, colocam sobre o indivíduo uma cobrança de
que faça uma escolha para toda a vida, já no final do 3º ano do Ensino Médio. Haja vista
que, dentro da história dessa família, há muitas características e valores que podem ser
levados em conta durante a escolha, pode-se haver conflitos neste momento. E as crises
que o adolescente poderá enfrentar podem ecoar nos que convivem com ele. Escolher um
caminho que seja rentável, socialmente aceita ou um que seja o oposto disso é capaz de
trazer aos pais conflitos passados a serem revividos no presente. (SANTOS, 2005).
Santos (2005) coloca que, de acordo com a pesquisa de Lucchiari (1997), o
projeto dos pais na criação dos filhos envolve duas lógicas opostas e complementares.
Por um lado, há a lógica de reprodução, na qual os pais desejam que seus filhos sigam os
mesmos passos e tradições familiares, perpetuando assim a história familiar. Por outro
lado, há a lógica de diferenciação, na qual os pais encorajam seus filhos a buscar caminhos
e realizações próprias, incentivando a expressão da singularidade, autonomia e oposição
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em relação aos modelos familiares. Essas duas lógicas não são necessariamente
contraditórias, mas sim complementares, e influenciam as atitudes dos pais em relação
aos filhos. Ao mesmo tempo, as ações e escolhas dos filhos também exercem influência
sobre as atitudes e expectativas dos pais. Esse processo de interação entre pais e filhos é
parte fundamental da construção da identidade e desenvolvimento dos jovens.
Santos (2005) segue dizendo ainda que, para Lucchiari (1997), os projetos de
vida estão intrinsecamente ligados às expectativas dos pais e filhos em relação ao futuro.
Essas expectativas podem envolver motivações conscientes e inconscientes, bem como
desejos em relação à escolha profissional dos filhos. A autora destaca que essas
expectativas podem refletir a substituição de escolhas não realizadas pelos pais ou a busca
pela superação da situação social da família. A escolha profissional é vista como uma
oportunidade de demonstrar lealdade à família e de cumprir não apenas uma missão
individual, mas também uma missão familiar.
Para os jovens, a escolha profissional pode estar relacionada à realização dos
desejos e expectativas dos pais, bem como à busca por um caminho que os diferencie e
os conduza à autonomia e autorrealização. Dessa forma, as expectativas dos pais e as
influências familiares desempenham um papel significativo na orientação vocacional dos
jovens, podendo moldar seus projetos de vida e influenciar suas escolhas profissionais.
Entretanto, assim como os jovens, as pessoas que estão na chamada meia-idade
também passam por dificuldades quanto à escolha de uma nova profissão a ser escolhida
e desempenhada. Adulto seria o que alcançou pleno equilíbrio emocional, financeiro e
profissional, com sua autonomia e independência garantidas – uma das definições que a
sociedade acredita, ou seja, está no senso comum. Mas, não existem as mesmas condições
para todos. Logo, não se pode esperar que cada adulto tenha seu desenvolvimento, seja
psicológico ou financeiro, ou em nas demais áreas supracitadas. (KAUFMAN, 2012).
Com o passar dos anos, a velhice aproxima – se e, assim como acontece entre a
infância e a fase adulta que apresentam a adolescência como o período de transição entre
a primeira e a segunda, acontece da vida adulta para a velhice. Porém, essa transição é
denominada senescência. Ao contrário da primeira passagem, esta é pouco discutida e,
consequentemente, as pessoas que estão ao redor de quem está nessa fase não aceitam
bem e não há compreensão, pois não é um conceito inserido na sociedade. (KAUFMAN,
2012).
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Nessa ótica, Quishada e Casado (2009) apontam que:


Diante de um contexto de imprevisibilidades e da nova dinâmica dos
mercados, as organizações não se mostraram mais capazes de manter a postura
paternalista [...].O indivíduo, que antes conseguia imprimir uma lógica à sua
carreira e projetava seu desenvolvimento no sistema de administração de
carreiras da organização, percebeu que estava perdendo seus referenciais
externos. (QUISHADA E CASADO, p.82, 2009).

Se colocada em comparação com a adolescência, a meia-idade torna-se mais


estressante, posto que para haver uma adapatação é preciso que uma reavaliação do que
se deseja seguir no profissional ocorra. A reorientação profissional nesse momento de
vida pode envolver diferentes processos, como a avaliação das competências, interesses
e valores pessoais, a identificação de novas oportunidades e possibilidades de carreira, a
aquisição de novas habilidades e conh ecimentos, e a elaboração de um plano de ação
para a transição. (QUISHADA E CASADO, 2009).
Lidar com os preconceitos quanto a envelhecer faz – se necessário cada vez mais
por conta das mudanças culturais e socias. Atualmente, a vida dos mais velhos é mais
ativa que em décadas passadas e o conceito de saúde, agora, está ligado à qualidade de
vida. Determinados pontos da sociedade precisam de renovação, por conta do aumento
da expectativa de vida, como a idade produtiva. Por isso, vemos que não temos modelos
para o envelhecimento, são tratados como “cartas fora do baralho”. (KAUFMAN, 2012).
Por isso, faz-se necessário ressaltar que a reorientação profissional durante a
meia-idade vai além da simples mudança de emprego ou profissão. Esse processo também
pode englobar a redefinição de metas, a busca pelo equilíbrio entre vida pessoal e
profissional, bem como a exploração de novas formas de trabalho, como
empreendedorismo ou trabalho autônomo.
Ribeiro (2007) ressalta a importância de entidades públicas e privadasem criar
estratégias alternativas para fornecer informações profissionais e ocupacionais,
garantindo um acesso mais amplo a esses recursos. Através da orientação profissional, os
indivíduos têm a oportunidade de explorar diferentes possibilidades de carreira, adquirir
autoconhecimento, identificar seus interesses e habilidades, e tomar decisões mais
embasadas e conscientes em relação à escolha profissional.
Segundo Ferreira et al (2018), a orientação profissional pode oferecer suporte na
elaboração de planos de ação, no desenvolvimento de estratégias de busca de emprego e
na adaptação às demandas do mercado de trabalho em constante transformação. Ademais,
através da orientação profissional, os indivíduos têm a oportunidade de explorar
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diferentes possibilidades de carreira, adquirir autoconhecimento, identificar seus


interesses e habilidades, e tomar decisões mais embasadas e conscientes em relação à
escolha profissional. Além disso, a orientação profissional pode oferecer suporte na
elaboração de planos de ação, no desenvolvimento de estratégias de busca de emprego e
na adaptação às demandas do mercado de trabalho em constante transformação.
O processo de Orientação Profissional pode ser desenvolvido tanto na
modalidade individual quanto em grupo, ambas com o mesmo propósito: auxiliar o
orientando a realizar sua escolha de forma mais autônoma e madura. A modalidade
individual permite uma atenção mais personalizada, possibilitando a exploração mais
aprofundada das características individuais do orientando. Já a abordagem em grupo pode
proporcionar um ambiente de troca de experiências, compartilhamento de dúvidas e apoio
mútuo entre os participantes, enriquecendo o processo de Orientação Profissional
(PEREIRA E BARDAGI, 2014).
Através da orientação profissional, os indivíduos têm a oportunidade de explorar
diferentes possibilidades de carreira, adquirir autoconhecimento, identificar seus
interesses e habilidades, e tomar decisões mais embasadas e conscientes em relação à
escolha profissional. Além disso, a orientação profissional pode oferecer suporte na
elaboração de planos de ação, no desenvolvimento de estratégias de busca de emprego e
na adaptação às demandas do mercado de trabalho em constante transformação.
(PEREIRA E BARDAGI, 2014).
Quanto à abordagem utilizada no processo, utilizou-se a Existencial-
Fenomenológica. Ela é um importante enfoque na psicologia que busca compreender a
experiência humana a partir da perspectiva subjetiva e da vivência pessoal. Essa
abordagem enfatiza a compreensão da existência humana em sua totalidade, incluindo a
liberdade, a responsabilidade, a busca por significado e a vivência dos aspectos
existenciais, como a finitude, a angústia, a solidão e a busca por sentido. O seu foco está
na vivência subjetiva do indivíduo e na sua relação com o mundo e com os outros. Ela
parte do pressuposto de que a realidade é construída a partir da interpretação individual e
que cada pessoa possui uma compreensão única e pessoal de si mesma e do mundo ao
seu redor. (LESSA E SÁ, 2006).
De acordo com a abordagem fenomenológica, os fenômenos são acessíveis por
meio da intencionalidade, que caracteriza a consciência humana. Essa visão é
compartilhada por diversos estudiosos, como Husserl. Porém, para Heidegger, os
fenômenos não se restringem apenas ao aspecto cognitivo-intencional, mas são acessíveis
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por meio do modo humano de ser, que abrange uma compreensão mais ampla da
experiência humana. (ROEHE, 2006).
Relacionado ao existencialismo, é fundamental que o terapeuta reconheça a
natureza indeterminada e imprevisível da existência, para que assim evite assumir uma
postura de autoridade sobre o outro. Não é apropriado fornecer orientações ou indicações
de caminhos baseados em filosofias, experiências de vida ou modelos práticos que
afirmem.
Feijoo e Protasio (2010) descrevem que, na abordagem fenomenológica, o
terapeuta adota uma postura antinatural, em que se busca se dirigir diretamente ao
fenômeno apresentado, sem pré-conceitos ou pressupostos teóricos provenientes da
ciência, do senso comum ou de sua própria experiência de vida. Para realizar uma prática
clínica fenomenológica, é necessário suspender qualquer teoria prévia sobre a existência
humana, a fim de se aproximar da questão trazida pelo cliente, ou seja, o fenômeno em
si. É fundamental detalhar e explorar como esse fenômeno se manifesta, permanecendo
atento aos aspectos específicos de como ele se apresenta e é vivenciado pelo cliente
(Feijoo, 2011).
Husserl (1929/1968) definiu a fenomenologia como um método filosófico e
descritivo que se aplica à relação entre a consciência e a experiência. A consciência é
compreendida como uma estrutura capaz de tomar conhecimento do que se manifesta na
experiência. É na experiência que o mundo se revela com a vivacidade de seus objetos,
pois a consciência depende da experiência para existir. No entanto, a consciência é
influenciada por uma história de vida, crenças e convicções passadas e presentes. Essa
rica estrutura, construída pela correlação intencional entre consciência e experiência,
define a experiência consciente e a subjetividade, mas pode ser prejudicada na ausência
de reflexão (apud Gomes e Castro, 2010).
A atitude fenomenológica na terapia busca que o terapeuta suspenda seus
pressupostos e permita que as interpretações de sentido surjam do próprio cliente, que
muitas vezes se percebe estranho a si mesmo. Nessa abordagem, o terapeuta incentiva e
solicita ao cliente uma descrição detalhada do que está acontecendo com ele. Essa
abordagem visa fazer com que a questão emerja, em última instância, para o próprio
cliente que a traz (FEIJOO, 2011).
Relacionado ao existencialismo, é fundamental que o terapeuta reconheça a
natureza indeterminada e imprevisível da existência, de maneira que se evite assumir uma
postura de autoridade sobre o outro. Não é apropriado fornecer orientações ou indicações
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de caminhos baseados em filosofias, experiências de vida ou modelos práticos que


afirmem verdades absolutas e uma concepção preestabelecida de saúde. O analista,
adotando uma atitude fenomenológica, não realiza diagnósticos nem interfere
diretamente. Em vez disso, posiciona-se de forma a permitir que aquele que está se
expressando ganhe voz em si mesmo (FEIJOO, 2011).
A abordagem da psicoterapia existencial analisa a história de vida do cliente de
forma semelhante a outras abordagens terapêuticas. No entanto, difere ao não buscar
explicar a história de vida e as particularidades patológicas, mas sim compreendê-las
como modificações da totalidade da existência humana (Dasein). Essa abordagem clínica
não se limita a identificar onde, quando e até que ponto o indivíduo falhou em alcançar
sua plenitude humana, mas busca fazer com que o cliente experimente essa vivência de
forma mais intensa possível. Dessa maneira, o terapeuta deve explorar as estruturas
espaciais do mundo de significados do cliente (Gomes & Castro, 2010).
A análise da escolha profissional em uma perspectiva fenomenológico-
existencial é fundamentada na analítica existencial do filósofo Martin Heidegger.
Segundo Heidegger, toda interpretação está fundamentada no compreender, que se baseia
em uma posição prévia, visão prévia e concepção prévia. Essa estrutura prévia do ser-aí
é denominada de círculo hermenêutico, que expressa a compreensão como um
compreender que interpreta. (FEIJOO E MAGNAN, 2012).
No processo de análise da escolha profissional, busca-se tematizar essas
estruturas prévias, abrindo espaço para a quebra do círculo hermenêutico. Essa quebra
possibilita a desconstrução, permitindo uma interpretação diferente e abrindo caminho
para outras possibilidades além das certezas e escolhas seguras. Essa construção é
marcada pela indeterminação própria do existir. Os indicadores que guiam o processo de
análise são a reconstrução, desconstrução e construção.(FEIJOO E MAGNAN, 2012).
A reconstrução requer que o analista assuma uma postura antinatural, conforme
discutido por Husserl e adotado por Heidegger em suas investigações. Inicialmente,
reconstrói-se os pressupostos históricos, sociais e culturais que influenciam a escolha
profissional. Em seguida, promove-se a desconstrução das interpretações prévias,
questionando as certezas estabelecidas e permitindo uma abertura para novas
possibilidades. Por fim, ocorre a construção de uma nova interpretação e significado da
escolha profissional, considerando a autenticidade e singularidade do ser-aí. (FEIJOO e
MAGNAN, 2012).
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3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS


No primeiro atendimento, foi realizada a Anamnese. A primeira entrevista é de
caráter investigativo e compreensivo por parte do terapeuta, a fim de se conhecer mais a
fundo o entrevistado. A entrevista é uma técnica fundamental no método clínico,
desempenhando um papel essencial na investigação psicológica. De acordo com Bleger
(2003), as entrevistas podem ser classificadas com base em sua forma e objetivo. Quanto
à forma, existem dois tipos principais: entrevistas fechadas e entrevistas abertas. Nas
entrevistas fechadas, as perguntas, sua ordem e forma de formulação são previamente
determinadas, assim como o objetivo da entrevista (o tema a ser investigado). O
entrevistador segue rigorosamente as regras e a estrutura pré-estabelecida. Por outro lado,
nas entrevistas abertas, o entrevistador tem maior liberdade e flexibilidade na aplicação
das perguntas, não sendo necessário seguir uma sequência definida. (ARAÚJO ET AL,
2013). No estágio em orientação profissional, foi utilizada a entrevista aberta.
Ademais, foi realizado na primeira sessão o exercício dos quatro quadrantes.
Este tem como objetivo, segundo Nazar et al (2018), a identificação e descrição das
peculiaridades do paciente, bem como tomar conhecimento de suas habilidades e
atividades de interesse.
Já no segundo encontro, foi lido o texto “Viagem longa, destino incerto”, de
Rubem Alves. Com o objetivo reflexivo, foi trazido para que não só o estagiário pudesse
compreender um pouco mais das colocações do paciente, mas também para que este possa
adquirir mais consciência de como poderão ser as escolhas para o futuro.
Além disso, foi realizado o exercício das inteligências múltiplas. Elas servem
para reconhecer e valorizar a diversidade de habilidades e potenciais humanos. Essa
abordagem amplia a compreensão da inteligência, levando em consideração outros
aspectos além das habilidades acadêmicas tradicionais. Ela permite que sejam
reconhecidas e desenvolvidas diferentes formas de inteligência, como habilidades
artísticas, físicas, interpessoais, entre outras. (GÁSPARI E SCHWARTS, 2002).
No terceiro encontro, foi realizado o Questionário de Avaliação Tipológica
(QUATI). O QUATI é um instrumento utilizado para identificar e categorizar os tipos
psicológicos de uma pessoa com base em uma determinada teoria ou modelo de
personalidade. Esse questionário inclui uma série de perguntas ou declarações que os
participantes devem responder, por meio do fornecimento de informações sobre suas
preferências, comportamentos e características pessoais. Conforme o manual do
questionário: “Este Questionário pretende avaliar a personalidade através das escolhas
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situacionais que cada sujeito faz. Duas respostas são possíveis, o que definirá uma entre
duas possibilidades opostas de atuação ou escolha.” (ZACHARIAS, 2003).
Ainda no terceiro atendimento, foi o paciente fez o exercício das frases
incompletas. Assim como o texto “Viagem longa, destino incerto”, adquire caráter
reflexivo, através das próprias palavras do paciente, diante de certas situações impostas
em cada questão. Nas palavras de Pinto e Castanho (2012),
As Frases Incompletas basearam-se em procedimento sugerido por
Bohoslavsky (1977) e reiterado por González Rey (2005) como instrumento
apto a analisar a subjetividade do sujeito, que deve complementar as frases
com a primeira ideia que lhe venha à mente. (PINTO E CASTANHO, p. 398,
2012).

No quarto atendimento, deu-se início ao exercício de critérios de escolhas


profissionais e no quinto continuou a realizá-lo. Enquanto fazia, relatou que eu poderia
encontrar uma divergência. Pergunto o porquê, diz que ter escolhido o “trabalhar
intensamente” e também o “trabalhar em meio período”. Pergunto por que seria uma
contradição pra ele, e responde que até daria pra fazer, mas não consegue dizer
exatamente como. Também apontou outros durante o processo.

4. SUPERVISÕES
As supervisões são efetuadas semanalmente, às quartas-feiras, no horário das
13h até as 16h, dentro da universidade. Aborda-se correlações teóricas, discussões sobre
os casos e práticas, nos tópicos da abordagem Fenomenológica-Existencial.

5. ESTUDO DE CASO
O caso em questão, para o processo de orientação profissional, que aqui será
abordado é o do cliente Caio (nome fictício), a fim de que se preserve a confidencialidade
dele, bem como exige o Artigo 9 do Código de Ética, que trata de proteger, por meio da
confidencialidade, a intimidade das pessoas usuárias dos serviços de psicologia. Caio
tem18 anos e já terminou o Ensino Médio.
O primeiro contato realizado com Caio aconteceu no dia 10 de maio de 2023,
por meio do telefone que se encontra no Serviço de Psicologia Aplicada (SPA), da Veiga.
Foi sugerido que acontecesse no dia seguinte, e o, agora, cliente prontamente aceitou.
Em seu primeiro atendimento (11/05/2023), Caio, após meus questionamento
sobre como estava chegando, relatou estar bem, apesar de cansado, pois andou bastante
para chegar. Disse que optou pelo serviço de orientação profissional, por estar perdido.
Além disso, afirma esperar que consiga ter uma ideia de quais profissões poderia escolher.
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Dentre tantas, alguma que utilize a fala para palestrar, que é o que gosta de fazer. Trabalha
com questões relacionadas ao meio ambiente e por este não tomar muito do seu tempo –
apenas alguns finais de semana -, trabalha de jovem aprendiz no supermercado Extra.
Mora com o pai, irmão e madrasta. Sua mãe faleceu em 2018. Ele diz ser mais quieto em
casa, não fala muito. Isso, então, faz com que eu tenha uma fala, acerca de sua vontade
de querer exercer uma profissão ligada à fala, mas não se comunicar muito em casa. Ele
me interrompe e confirma. Afirma não precisar sair do seu quarto, pois tem tudo que
precisa nele e que só sai quando precisa olhar o seu irmão, que é portador de deficiência.
Questiono como tem sido olhar esse irmão. Disse ser tranquilo. Porém, de vez em quando,
precisa se sentir livre. Por isso, apesar de preferir ficar em casam quer sair às vezes.
Sobrou tempo, e fizemos o exercício dos quadrantes. Através dele, foi possível conhecer
os hobbies do paciente: jogar basquete, que não tem feito muito, pois está desmotivado;
ouvir música; jogar no computador; ver anime; e, lutar que, assim como no basquete, não
tem feito, pela desmotivação.
No segundo atendimento (18/05/2023), falei sobre o texto do Rubem Alves que
seria utilizado na sessão e perguntei a maneira que gostaria de seguir. Preferiu que eu
lesse em voz alta. Após a leitura, perguntei se havia alguma parte que o tinha chamado
atenção. Disse que não. Por isso, sugeri uma. A que fala sobre a possibilidade de reiniciar
a caminhada foi a selecionada e, em seguida, ele mencionou a parte final, em que é dito
que “A coisa não está nem na partida e nem na chegada, mas na travessia...". Ele coloca
que seria tranquilo mudar de caminho, se precisasse. Além disso, diz que durante a
juventude, há muitos caminhos que pode seguir e que, mais ao final da vida, apenas um:
a morte. Então, escolher outra profissão que o agrade mais não seria uma tarefa difícil.
Além disso, foi realizado o exercício das inteligências múltiplas. Para ele, a inteligência
social é a mais fácil de ser desenvolvida, uma vez que consegue entender com mais
facilidade o que as pessoas pensam. A mais difícil seria a motora. Para ele, é complicado
realizar alguns movimentos em esportes.
No terceiro atendimento (26/05/2023), expliquei que, hoje, seria realizado o
QUATI e o instruí antes de começar. Durante a realização, ele comentou que, na correção,
eu poderia notar uma incoerência. Perguntei qual seria, e ele diz que, na parte “Festa”, é
por ter escolhido ficar em casa como resposta a uma das questões e, para outra, escolher
conversar com quem estava à sua volta. Perguntei por que isso seria uma incoerência pra
ele. Disse que prefere estar sozinho em seu quarto, mas, se estiver na festa, aproveitaria
da melhor maneira. Ao terminar, perguntei se houve alguma opção que o chamou mais
18

atenção. Falou que a que está relacionada a si. Foi a que mais ficou em dúvida. Como um
segundo exercício, ele realizou o das frases incompletas. Logo antes de dar início, afirmou
que este seria mais interessante, pois poderia escrever. Assim que terminou, questionei
como havia sido fazer e se houve alguma preferência entre os dois. O paciente diz que
preferiu o Quati, porque o das frases foi mais difícil. Houve momentos em que sabia o
que gostaria de dizer, mas lhe faltou vocabulário, para colocar em palavras.
No quarto atendimento (01/06/2023), apresentei o resultado do Quati, e lemos
sobre. Dessa vez, ele preferiu ler sozinho. Perguntei se algo chamou mais atenção. Ele
diz que concorda com o fato de que, assim como no seu resultado diz, trabalha melhor
quando se interessa pelo assunto e deu um exemplo de quando estava na escola e tirava
notas boas na matéria de história. Também em concordância com o resultado, citou gostar
de escrever e que já havia dado início à escrita de um livro de romance. Perguntei como
foi escrever, e ele coloca que foi bom e interessante, mas que ainda não terminou. Falou
sobre o excesso de culpa e de carga que colocava sobre si em algumas questões de sua
vida, mas que aprendeu que nem tudo depende dele. Como no resultado, falou sobre
aprender novas línguas, como o francês e o alemão. Mencionou que a língua inglesa é
essencial, e o perguntei o porquê. Falou que é importante no mercado de trabalho. Das
três, ele diz que a alemã é a mais difícil. Entretanto, em discordância com o resultado, ele
diz que não seria professor, nem pedagogo, pois não gostaria de lidar com pessoas. Eu,
então, trago o questionamento sobre as possíveis escolhas citadas por ele nas últimas
sessões, como no caso da própria psicologia, que afirma poder ser um caminho a ser
seguido, bem como das missões e perguntou como acha que seria. Ele diz que na escola,
as pessoas não querem ser ajudadas, não querem estar ali, já nas missões e nas sessões de
terapia, sim. E acha que dessa forma é mais fácil de lidar. Pergunto se nas missões as
pessoas não quiserem ajuda, como seria pra ele. Diz que tudo bem, que há outras que vão
querer. Após isso, deu-se início ao exercício de critérios profissionais, mas não deu tempo
de o terminar.
No quinto atendimento (15/06/2023), deu-se continuidade à realização do
exercícios de Critérios profissionais. Enquanto fazia, relatou que eu poderia encontrar
uma divergência. Pergunto o porquê, diz que ter escolhido o “trabalhar intensamente” e
também o “trabalhar em meio período”. Pergunto por que seria uma contradição pra ele,
e responde que até daria pra fazer, mas não consegue dizer exatamente como. Também
apontou outros durante o processo.
19

6. DISCUSSÃO
O cliente chegou ao primeiro atendimento dizendo que estava chegando bem,
apesar de ter andado bastante para chegar até o local do atendimento. Após meu
questionamento sobre como havia sido para ele andar tudo isso, Caio diz estar
acostumado e que já havia andado 8km, em outra ocasião, da sua casa até a unidade da
Universidade Veiga de Almeida. Além disso, disse gostar de andar, enquanto ouve
música em seus fones de ouvido.
Dando continuidade, perguntei o que o fez optar pelo serviço de Orientação
Profissional e o que pensa sobre. O cliente disse estar perdido, quanto à escolha do que
seguir em sua carreira. Por isso, escolheu o serviço em questão. Afirmou que gostaria de
ter uma ideia de quais profissões que estão relacionadas à fala poderia escolher, pois gosta
de palestrar e é uma pessoa falante. A fim de entender um pouco mais sobre o caso,
consoante ao que diz Feijoo (2011) que afirma que, no ato fenomenológico, o terapeuta
solicita e incentiva o cliente a descrever o que está acontecendo consigo mesmo. Essa
abordagem é adotada para permitir que a questão emerja, no final das contas, para o
próprio cliente que a traz. O terapeuta busca criar um espaço seguro e acolhedor para que
o cliente possa explorar e expressar suas experiências, pensamentos e sentimentos sem
julgamento ou influências externas. Ao estimular a narrativa do cliente, o terapeuta
facilita o processo de autoconhecimento e autoconsciência, permitindo que o cliente se
aproprie de sua própria jornada terapêutica e encontre respostas significativas para suas
questões. Nesse sentido, peço exemplos do que gostaria de palestrar sobre. Ele diz que
poderia ser sobre algo que goste, como o meio ambiente, que é um tema que já tem contato
por trabalhar na área, como também história, visto que gostava da matéria quando ainda
estava estudando. Caio disse que, em um dos projetos que participou, palestrou na própria
Veiga, no projeto Albatroz. Pergunto como foi para ele experienciar isso, já que é algo
que afirma gostar de fazer. Ele diz: “foi bom! Eu gostei, porque estava seguro e senti que
falei bem.” E eu pergunto: “Então, você está em dizendo que, para se sentir bem nessas
situações, você precisa estar seguro do que vai falar?”, e ele responde: “Sim. Quando
não vou totalmente seguro, me cobro bastante depois, porque sei que poderia falar
melhor.” Além de trabalhar no projeto de questões ambientais, trabalha no Supermercado
Extra, como jovem aprendiz.
Sobre o que pensa do serviço, Caio disse: “pode ser um meio para me ajudar a
clarear minhas escolhas”. No tocante ao processo de orientação profissional, Pereira e
Bardagi (2014) informam que através da orientação profissional, os indivíduos têm a
20

oportunidade de realizar uma exploração mais aprofundada das diferentes possibilidades


de carreira disponíveis para eles. Isso envolve a análise de seus interesses, valores,
habilidades e personalidade, a fim de identificar as áreas profissionais que se alinham
melhor com suas características individuais, de forma mais embasada e consciente em
relação à escolha profissional.
Seguindo a anamnese, pergunto com quem mora. Caio diz que com o pai, irmão
e a madrasta. Menciona que sua mãe faleceu em 2018. Perguntei como foi, para ele, ter
vivido este momento de perda. O cliente fala que foi difícil, pois era muito apegado à
mãe, que gostava de estar em situações simples com ela, como as do cotidiano, em casa.
O luto vivido em decorrência da morte de um ente querido não é somente uma
experiência dura e profunda de perda, mas também a evocação de nossa
condição mortal, assim como da inevitabilidade e irreversibilidade da morte.
Seus aspectos ontológicos podem tornar seu enfrentamento mais árduo, além
de se apresentarem como situações potencialmente reveladoras de conflitos
anteriormente já vividos na história do enlutado que encontram no processo de
luto espaço para (re)significação. (FREITAS, p.98, 2013).

Agora, quando está em casa com seus familiares, diz ser mais na dele. Sendo assim, falo:
“Você me diz que é uma pessoa falante e que gostaria de seguir numa profissão que
utilizasse da fala para realizar palestras, mas em casa não fala muito;”. Ele diz, já me
interrompendo: “Sim, não preciso de muita coisa, o que preciso está no meu quarto.”
Questiono o que há em seu quarto. Caio diz que o computador, onde joga e vê animes,
cama, lixeira. Por isso, só sai dele às vezes, quando precisa olhar seu irmão, que é uma
pessoa com deficiência. Pergunto como tem sido olhar o irmão. Ele diz que é tranquilo,
mas que, de vez em quando, precisa se sentir livre. “Ah, eu nem gosto muito de sair,
prefiro ficar em casa, mas às vezes quero sair um pouco, para me sentir livre, fazer o que
eu gosto.”
Ainda no primeiro atendimento, foi realizado o exercício dos quadrantes. Nele,
Caio escreve no quadrante “gosto e faço”, que gosta de ver anime, jogar no computado e
ouvir música; no quadrante “gosto, mas não faço”, diz que gosta de lutar, jogar basquete
e ir à academia, mas não os faz pois está desmotivado. O que me leva a perguntar de que
maneira surge essa desmotivação. Ele responde que, quando pensa em fazê-los, desiste,
porque não tem companhia. Assim, pergunto: “então, o que você está me dizendo é que,
se tiver uma companhia para fazer essas atividades, você faria?” Caio responde que sim:
“Prefiro ter gente para me chamar para ir. Por exemplo, se tiver de ir a uma festa, não
irei. Mas, se a minha amiga me chamar e insistir, eu iria.” Nazar et al (2018) colocam
21

que o exercício dos quadrantes possibilita a identificação e descrição das peculiaridades


do paciente, bem como tomar conhecimento de suas habilidades e atividades de interesse.
No segundo encontro, apresento ao Caio o texto “Viagem longa, destino incerto”,
de Rubem Alves. Pergunto-lhe se prefere ler sozinho ou se gostaria que lêssemos juntos.
Ele diz que gostaria que eu lesse, assim o fiz. Após a leitura, pergunto o que mais o
chamou atenção, e diz que nada em específico. Por isso, sugiro a seguinte parte: “Mas a
viagem para a qual vocês estão comprando passagens dura cinco anos, pelo menos. E se
depois de chegar lá vocês não gostarem? Nada garante...Vocês nunca estiveram lá. E se
quiserem voltar? Não é como no casamento. É complicado. Leva pelo menos outros cinco
anos para chegar a um outro lugar, com esse bilhete que se chama vestibular e essa
ferrovia que se chama universidade. E é duro voltar atrás, começar tudo de novo. Muitos
não têm coragem para isso, e passam a vida inteira num lugar que odeiam, sonhando com
um outro.” E pergunto em seguida: como é para você ouvir isso?”, e ele responde: “Ah,
eu acho que tranquilo.” Eu questiono o que seria tranquilo. Ele diz que, se precisasse
recomeçaria do zero uma graduação, por exemplo. Eu digo: “Então, o que você está me
dizendo é que, como diz o texto, iniciaria um novo caminho, mesmo que demore mais um
tempo, caso não estivesse gostando do curso?” Ele confirma e diz que na linha da vida,
durante a juventude, há vários caminhos a serem seguidos. Mas, que no final, só haverá
um: a morte. Sendo assim, é melhor fazer o que puder enquanto é jovem.
Em relação às mudanças de carreira, Krawulski et al (2000), elucidam que o
processo de Reorientação profissional objetiva o “clareamento” acerca da escolha que foi
feita anteriormente, sobre a até então melhor carreira para o indivíduo. Ademais, o
reorientador ajudará o paciente a entender os possíveis motivos que o levaram a refazer
o que havia sido escolhido, de tal forma que se possa identificar onde reside a insatisfação
com a primeira opção.
Além do texto, foi aplicado os exercícios de múltiplas inteligências. Para o cliente,
dentre todos os tipos de inteligência, a que mais se identifica é a social, diz ser mais fácil,
pois consegue entender com mais facilidade o que as pessoas pensam. A que encontra
mais dificuldade é a motora. Caio diz ser complicado realizar alguns movimentos em
esportes. Segundo Gardner (1999), o reconhecimento e desenvolvimento das múltiplas
inteligências têm impacto no desenvolvimento pessoal e profissional. Ao identificar as
próprias habilidades e talentos, as pessoas podem fazer escolhas de carreira mais
alinhadas com suas inteligências dominantes, de modo a proporcionar uma vida mais
satisfatória e significativa.
22

No terceiro atendimento, foi aplicado o questionário de avaliação tipológica


(QUATI). Enquanto realizava o exercício, Caio falou que, durante a correção, eu poderia
encontrar uma incoerência. Eu perguntei: “Incoerência como?”; e a resposta dele foi:
“Aqui na parte ‘Festa’, eu escolhi ficar em casa, mas também que conversaria com quem
estivesse à minha volta.” E eu continuo: “Mas, por que isso seria uma incoerência para
você?” A resposta do cliente foi: “Eu prefiro ficar em casa, mas se estiver na festa, vou
aproveitar da melhor maneira que der, né.” E voltou a fazer o exercício. Neto et al.
(2021) dizem que o QUATI é um instrumento que avalia a personalidade e como funciona
a subjetividade humana. Dessa maneira, é possível que diferentes características, mesmo
que opostas, estejam presentes nas definições de como o indivíduo poderá ser definido
psicologicamente.
Ao finalizar o questionário, perguntei ao Caio se havia tido algo que o mais
chamou atenção. O cliente disse que a parte que fala sobre si, pois houve mais vezes que
ficou em dúvida sobre o que marcar.
Ainda no quarto atendimento, realizamos o exercício das fases incompletas.
Assim que expliquei como funcionava, o cliente afirmou: “Esse vai ser mais
interessante”. Perguntei por que ele pensava assim. Caio responde, então: “Porque vou
poder escrever”. E deu início. Assim que finalizou, indaguei como foi fazer e qual dos
dois ele gostou mais de fazer. Ele disse que preferiu o Quati, posto que o das frases foi
mais difícil. Pergunto: “Difícil como?”, e ele diz que houve momentos em que sabia o
que queria dizer, mas lhe faltou vocabulário, para que conseguisse colocar em palavras.
Pinto e Castanho (2012) colocam que o exercício das frases incompletas adquire caráter
subjetivo.
Gomes e Castro (2010), sobre a definição de Husserl (1929/1968), dizem que a
experiência é o ponto de encontro entre a consciência e o mundo, onde os objetos se
apresentam com vivacidade. Através da experiência, a consciência é despertada e torna-
se consciente de si mesma. Essa rica estrutura da consciência, que surge da correlação
intencional entre a consciência e a experiência, é responsável por definir a experiência
consciente e a subjetividade de cada pessoa. No entanto, é necessário destacar que a
reflexão desempenha um papel fundamental nesse processo. Por meio da reflexão, a
consciência pode se tornar consciente de suas próprias estruturas, questionar suas crenças
e convicções, e expandir sua compreensão sobre si mesma e sobre o mundo. A ausência
de reflexão pode limitar a capacidade da consciência de se abrir para novas perspectivas,
de maneira que restrinja, assim, a experiência consciente e a subjetividade.
23

No quarto atendimento, apresentei ao cliente o resultado do QUATI. O que


resultou foi, no campo Atitude, Introversão; na função principal, Sentimento; e na função
auxiliar, Intuição. Dessa vez, preferiu ler sozinho. Assim que terminou a leitura, perguntei
o que mais havia lhe chamado atenção. Caio disse que concordava com o fato de que
trabalha melhor quando se interessa pelo assunto e deu um exemplo de seu tempo de
escola, quando conseguia tirar notas boas na matéria de história. Outrossim, diz concordar
com o que diz o livro, acerca do gostar de escrever. Comenta que já iniciou a escrita de
um livro de romance, mas ainda não o terminou. Zacharias (2003) diz que o Sentimento
Introvertido com Intuição Auxiliar preocupa – se com idiomas. Em relação a isso, Caio
diz que gostaria de aprender diferentes línguas. Menciona a língua inglesa e diz que é
uma universal. Além dela, fala sobre as línguas francesa e alemã. Para ele, a francesa
seria mais fácil de aprender do que a alemã. Pergunto, então: “Para você, por que uma
seria mais difícil do que a outra?”, e ele responde com um exemplo de palavra em alemão
e de outra em francês. O paciente afirma que a entonação da primeira é mais complicada
de se replicar.
Entretanto, ao contrário do que o Quati fala sobre o seu tipo psicológico, o cliente
diz que não seria professor, nem pedagogo. Ele afirma: “eu não gostaria de trabalhar
com quem não quer ser ajudado e é assim que vejo os alunos nas escolas”. Eu coloco:
“Uma das suas possíveis escolhas para o futuro é a de fazer missão. Lá, você não teria
de lidar com pessoas também?” Ele responde: “Sim, mas lá as pessoas querem ser
ajudadas.” Eu replico: “Mas, não poderia haver quem não quisesse?” Ele diz que sim,
mas que a maioria quer ser ajudada, diferente dos alunos, nas escolas.
Zacharias (2003) propõe que o questionário seria capaz de direcionar e contribuir
teoricamente, para que se possa guiar e identificar uma situação da melhor forma possível.
É um instrumento que pode ser aplicado em diversos contextos e bastante utilizado na
clínica, na identificação de características tanto de comportamento quanto de
personalidade. Na orientação profissional, poderá auxiliar no direcionamento da
descrição comportamental voltada à escolha de uma possível carreira.
Ainda durante essa sessão, deu-se início ao exercício de critérios profissionais.
Mas, pela falta de tempo, não foi possível que o terminasse. Assim, no quinto e, até então,
último atendimento, pôde dar continuidade. Durante a realização, Caio disse que eu
poderia achar uma incoerência durante a correção. Pergunto o porquê, ele fala:” Ah, eu
escolhi ‘trabalhar intensamente’ e também ‘trabalhar meio período’. Eu questiono se
não daria para trabalhar intensamente, mas em meio período, e ele diz que até daria para
24

fazer, mas que não sabia dizer como. Assim que terminou, pedi para que excluísse
algumas de suas escolhas.
O exercício dos critérios para novas escolhas profissionais coloca em xeque
alguns pontos que o indivíduo poderia encontrar pela frente. Sua aplicação,
primeiramente, é para que ele possa escolher com o que gostaria de trabalhar, o período,
a intensidade como desempenhará, sua rotina, o ambiente e quais atividades gostaria de
realizar. Ele objetiva conseguir destrinchar quais os principais valores que o paciente tem,
em relação ao que espera de sua carreira e comparar com as profissões que tem em mente,
a fim de que entenda se o que tem de opção de carreira se encaixaria com o que se espera
de um emprego.
25

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio do que foi executado nas supervisões, bem como do que foi exercido
nos atendimentos no SPA, em união à toda pesquisa bibliográfica, obteve-se um maior
entendimento acerca do que se trata a orientação profissional, os seus benefícios, os
exercícios utilizados e suas possíveis consequências para a escolha profissional do cliente,
baseado na abordagem Fenomenológica-Existencial.
A partir do estudo da psicologia vocacional, compreendeu-se que a escolha
ocupacional está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento humano. A identidade
profissional é uma parte inerente aos aspectos internos e externos que envolvem o
indivíduo, e a orientação profissional tornou-se relevante no contexto do sistema
capitalista, em que a carreira passou a desempenhar um papel central na vida das pessoas.
No Brasil, a origem da orientação profissional remonta a 1924, com a criação do
Serviço de Seleção e Orientação Profissional para estudantes do Liceu de Artes e Ofícios
de São Paulo. Inicialmente, o processo de orientação profissional tinha um caráter
diretivo, com o profissional diagnosticando e direcionando a escolha do indivíduo.
Porém, Ao longo do tempo, houve mudanças nesse enfoque, destacando-se a abordagem
da escolha profissional e o desenvolvimento integral dos indivíduos.
Atualmente, a orientação profissional no Brasil busca ampliar sua abordagem,
através de não apenas a escolha profissional, mas também aspectos como o
desenvolvimento pessoal, a promoção da autonomia e uma vida plena. A escolha
profissional é um processo complexo influenciado por fatores ambientais, familiares e
pessoais. Nesse sentido, a personalidade, interesses e habilidades são alguns dos fatores
pessoais que desempenham um papel significativo na escolha profissional. Dessa
maneira, a família exerce uma influência importante nesse processo, com expectativas e
projetos de vida que podem tanto reproduzir tradições familiares quanto encorajar a busca
por caminhos próprios.
Sobre a abordagem utilizada, é factível dizer que enfatiza a compreensão da
experiência humana a partir da perspectiva subjetiva e da vivência pessoal. A
Fenomenologia-Existencial reconhece a importância da compreensão da existência
humana em sua totalidade, incluindo aspectos como a liberdade, a responsabilidade, a
busca por significado e a vivência dos aspectos existenciais, como a finitude, a angústia,
a solidão e a busca por sentido.
26

Ela considera que a realidade é construída a partir da interpretação individual e


que cada pessoa possui uma compreensão única e pessoal de si mesma e do mundo ao
seu redor. Essa linha teórica se baseia na intencionalidade da consciência humana e busca
acessar os fenômenos por meio do modo humano de ser, ampliando a compreensão da
experiência humana para além do aspecto cognitivo-intencional. Na prática clínica
fenomenológica, é fundamental que o terapeuta suspenda seus pressupostos e pré-
conceitos teóricos e busque se dirigir diretamente ao fenômeno apresentado pelo cliente,
sem impor orientações ou indicações baseadas em filosofias, experiências pessoais ou
modelos práticos.
Destarte, No contexto da escolha profissional, a análise fenomenológico-
existencial se baseia na compreensão prévia do ser-aí, de tal forma que reconhece a
importância das interpretações prévias na formação das escolhas individuais.
27

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ZACHARIAS, José Jorge de Morais. QUATI: questionário de avaliação tipológica


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31

ANEXOS
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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA


CURSO DE PSICOLOGIA
SERVIÇO DE PSICOLOGIA APLICADA - SPA

Coordenação: Elina Pietrani

Ficha de Avaliação Semestral de Estágio


(PREENCHIDO PELO SUPERVISOR)

Nome do Estagiário: Guilherme Cavalcante da Silva


Matrícula: 1190201493
Equipe: Orientação Profissional Supervisor: Elina Eunice Montechiari Pietrani
Estágio Profissional Supervisionado: I Ano/Semestre 2023/1

Critérios de Avaliação

Supervisão Excelente Muito Bom Bom Regular Insuficiente


(10,0) (8,0 a 9,0) (7,0) (5,0 a 6,0) (inferior a 5,0)
Assiduidade nas supervisões
Pontualidade nas supervisões.
Qualidade da relação com os demais estagiários
da sua equipe, participação nas discussões
suscitadas
Clareza na exposição de seus
atendimentos/atuações
Empenho na leitura e estudo do material teórico
e/ou técnico
Disponibilidade no enfrentamento das
dificuldades encontradas em sua prática
Capacidade de associar a prática da atuação/do
atendimento com a abordagem proposta do
campo de estágio
Postura ética e profissional
Relatórios Excelente Muito Bom Bom Regular Insuficiente
Clareza, coerência e organização do pensamento
Empenho no estudo, leitura e compreensão do
material
Articulação da prática com a teoria
Emprego da língua portuguesa (gramática e
sintaxe) e das normas de formatação
Pontualidade na elaboração e na entrega

Obs:________________________________________________________________________ Nota:

Data: ...../....../2022 Carimbo e assinatura do supervisor: ............................................

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