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CURSO DE PSICOLOGIA
SERVIÇO DE PSICOLOGIA APLICADA – SPA CABO FRIO
CURSO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA ESTÁGIO PROFISSIONAL SUPERVISIONADO I
PROF.ª: ELINA EUNICE MONTECHIARI PIETRANI
POR
CABO FRIO - RJ
2023.1
ii
GUILHERME
CAVALCANTE DA SILVA
1190201493
CABO FRIO/RJ
2023.1
iii
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................................... 4
4. SUPERVISÕES ................................................................................................ 16
5. ESTUDO DE CASO.......................................................................................... 16
6. DISCUSSÃO..................................................................................................... 19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................ 27
ANEXOS................................................................................................................... 31
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INTRODUÇÃO
Este escrito visa à apresentação das atividades referentes ao Estágio Profissional
Supervisionado I, que foi realizado no Serviço de Psicologia Aplicada (SPA), da
Universidade Veiga de Almeida campus Cabo Frio. O estágio é referente ao processo de
orientação profissional, com base no que determina a abordagem Fenomenológica-
Existencial.
O estágio, dentro do campo da psicologia, auxilia bastante no que toca ao
desenvolvimento do aluno e à sua postura profissional, de tal forma que será possível
estar em contato com a abordagem escolhida para a carreira. Esta é uma etapa
fundamental para o desenvolvimento profissional em qualquer área, e a psicologia não é
exceção. Por meio do estágio, os estudantes de psicologia têm a oportunidade de aplicar
na prática os conhecimentos teóricos adquiridos durante a graduação, desenvolver
habilidades específicas da profissão e adquirir uma compreensão mais profunda sobre o
funcionamento do campo da psicologia. Ele oferece aos estudantes de psicologia a
oportunidade de aplicar na prática os conceitos teóricos aprendidos em sala de aula. Isso
permite uma integração entre a teoria e a prática, ajudando a consolidar o aprendizado e
a compreender como as abordagens teóricas se traduzem em intervenções e técnicas
eficazes. Através do estágio, os estagiários podem colocar em prática suas habilidades de
avaliação, diagnóstico e intervenção em situações reais. (ALENCAR E ANDRADE,
2017).
No que se refere à orientação profissional, ela aparece como um meio que poderá
facilitar as pessoas em suas devidas escolhas ocupacionais, como colocam Andrade,
Meira e Vasconcelos (2002). Através da orientação profissional, os indivíduos são
incentivados a explorar e compreender seus interesses, preferências e motivações
relacionadas à carreira. (SUPER, 1990).
Através da orientação profissional, os indivíduos têm acesso a informações
relevantes sobre diferentes carreiras e campos de atuação, o que facilita uma tomada de
decisão mais informada e consciente. Além disso, o processo de orientação profissional
visa ajudar os indivíduos a identificarem suas habilidades e a conectar seus objetivos
profissionais com as oportunidades disponíveis no mercado de trabalho. (ANDRADE,
MEIRA E VASCONCELOS, 2002).
Através de um trabalho contínuo, em união ao que, até então, pôde ser notado
durante as sessões, é notável que as vivências do sujeito inferem bastante em suas
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possíveis escolhas para seu futuro. Apesar disso, estas opções são passíveis de mudanças
com o decorrer do que for desenvolvido no processo.
Para a realização deste relatório, com o intuito de desenvolver um trabalho mais
completo no que se refere à orientação profissional, desenvolveu-se pesquisas com
arcabouços teóricos, como textos de autores como Feijoo (2013); Kaufman (2012);
Krawulski (2000); e Almeida e Magalhães (2011).
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1. HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO
Em 1933, através do sonho de Mário Veiga de Almeida, tem início a história
da UVA. Aos 16 anos, junto com sua irmã, Maria Anunciação de Almeida, começa a
alfabetizar crianças que, com dificuldade de leitura, não conseguiam acompanhar a
catequese junto à igreja de Santo Cristo, onde desenvolvia uma atividade voluntária.
Utilizavam como sala de aula a mesa de jantar da modesta residência onde viviam,
adotados por seus padrinhos, uma vez que perderam seus pais ainda crianças.
Em 1937, a sala de aula improvisada muda de endereço, para uma casa com
poucas salas de aula, surgindo a primeira escola, o Colégio Sagrado Coração de Jesus.
O Ensino Superior tem em 1971 seu início, com a criação da Escola de Engenharia
Veiga de Almeida, com os cursos de Engenharia Civil e Engenharia Elétrica. Em 1992, a
criação de novos cursos leva ao reconhecimento e oficialização, por parte do Ministério
da Educação e Cultura (MEC), da Universidade Veiga de Almeida, que hoje conta com
cinco campi e um centro de excelência em saúde.
O estágio em Psicologia é atividade obrigatória do Curso de Formação de
Psicólogo conforme a Lei de Regulamentação da Profissão de Psicólogo (Lei n° 4.119 de
27/ 08/1962 — Lei regulamentada pelo Decreto n° 53.464 de 21/01/1964), devendo o
aluno realizar 840 h, no mínimo, para a obtenção do grau de Psicólogo.
Para tanto, o Serviço de Psicologia Aplicada oferece diversas modalidades de
estágios, com supervisão. O Plano de Estágio dos Setores atende à especificidade do SPA
e às ênfases dadas ao Curso de Psicologia: socioinstitucional e clínico-institucional.
O Serviço de Psicologia Aplicada – SPA da Universidade Veiga de Almeida -
tem dois objetivos fundamentais bem delineados: contribuir para a prática na Formação
de Psicólogo do aluno do Curso de Psicologia e propiciar atendimento de qualidade à
comunidade.
O SPA para fins funcionais se divide em Setores, que são subestruturas
encarregadas, primordialmente, do planejamento e da supervisão dos estágios, possuindo
a tarefa de adequar a Formação Profissionalizante às ênfases do Curso de Psicologia.
Atuam criticamente, acerca dos conteúdos e das atividades de estágio, buscando garantir
a adequação deste, ao currículo vigente no curso de psicologia.
Cada Setor referenda um campo de inserção da prática da Psicologia, assim como
as linhas teóricas que servem de fundamento para o pensamento psicológico, devendo
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Até a chegada da Revolução industrial, pouco se falava, ou melhor, não havia a
possibilidade de se optar por uma escolha profissional. A partir dos ideais advindos deste
momento histórico, em que o se passou a colocar a vaga apropriada para o indivíduo
apropriado, os filhos poderiam, assim, escolher qual área seguir para seu futuro
trabalhista. Isso muito influenciado pelo modo capitalista de ser adotado pela sociedade,
com a produção em massa mais valorizada. (ALMEIDA E MAGALHÃES, 2011).
Após estudos acerca da psicologia vocacional, foi possível compreender que o
desenvolvimento humano estava diretamente ligado à escolha ocupacional. Bohoslavsky
(1993) coloca que a identidade profissional diz respeito à identidade individual do sujeito
e precisam ser compreendidas como uma parte inerente aos aspectos internos e externos
que o permeiam.
O processo de orientação profissional é uma área de estudo e intervenção que se
tornou relevante com a consolidação do sistema capitalista, em que a escolha e o
desenvolvimento de uma carreira passaram a ter um papel central na vida das pessoas.
Já no Brasil, o que marca a origem da Orientação profissional é a criação do
Serviço de Seleção e Orientação Profissional para estudantes do Liceu de Artes e Ofícios
de São Paulo, no ano de 1924. Marcada pelo ideal de que deveria ser diretivo, e a função
do profissional da área sereia o de diagnosticar e dizer exatamente a área certa para o futuro
do sujeito, o processo de orientação profissional sofreu, desde então, mudanças, como o
foco que passou a ser a escolha profissional, através das idéias da professora Maria
Margarida de Carvalho. (SPARTA, 2003).
Ao longo das últimas décadas, a orientação no Brasil tem se adaptado às
demandas contemporâneas, buscando ampliar sua abordagem e atuação para além da
escolha profissional, abrangendo aspectos como o desenvolvimento integral dos
indivíduos, a promoção da autonomia e a busca por uma vida plena. No contexto
educacional, a orientação educacional também desempenha um papel importante. Ela está
relacionada ao apoio aos estudantes no processo de aprendizagem, na escolha de cursos e
carreiras, no desenvolvimento de habilidades socioemocionais, entre outros aspectos.
(SPARTA, 2003).
É importante destacar que a orientação no Brasil é exercida por profissionais de
diferentes áreas, como psicologia, pedagogia e serviço social, entre outras. Além disso,
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em relação aos modelos familiares. Essas duas lógicas não são necessariamente
contraditórias, mas sim complementares, e influenciam as atitudes dos pais em relação
aos filhos. Ao mesmo tempo, as ações e escolhas dos filhos também exercem influência
sobre as atitudes e expectativas dos pais. Esse processo de interação entre pais e filhos é
parte fundamental da construção da identidade e desenvolvimento dos jovens.
Santos (2005) segue dizendo ainda que, para Lucchiari (1997), os projetos de
vida estão intrinsecamente ligados às expectativas dos pais e filhos em relação ao futuro.
Essas expectativas podem envolver motivações conscientes e inconscientes, bem como
desejos em relação à escolha profissional dos filhos. A autora destaca que essas
expectativas podem refletir a substituição de escolhas não realizadas pelos pais ou a busca
pela superação da situação social da família. A escolha profissional é vista como uma
oportunidade de demonstrar lealdade à família e de cumprir não apenas uma missão
individual, mas também uma missão familiar.
Para os jovens, a escolha profissional pode estar relacionada à realização dos
desejos e expectativas dos pais, bem como à busca por um caminho que os diferencie e
os conduza à autonomia e autorrealização. Dessa forma, as expectativas dos pais e as
influências familiares desempenham um papel significativo na orientação vocacional dos
jovens, podendo moldar seus projetos de vida e influenciar suas escolhas profissionais.
Entretanto, assim como os jovens, as pessoas que estão na chamada meia-idade
também passam por dificuldades quanto à escolha de uma nova profissão a ser escolhida
e desempenhada. Adulto seria o que alcançou pleno equilíbrio emocional, financeiro e
profissional, com sua autonomia e independência garantidas – uma das definições que a
sociedade acredita, ou seja, está no senso comum. Mas, não existem as mesmas condições
para todos. Logo, não se pode esperar que cada adulto tenha seu desenvolvimento, seja
psicológico ou financeiro, ou em nas demais áreas supracitadas. (KAUFMAN, 2012).
Com o passar dos anos, a velhice aproxima – se e, assim como acontece entre a
infância e a fase adulta que apresentam a adolescência como o período de transição entre
a primeira e a segunda, acontece da vida adulta para a velhice. Porém, essa transição é
denominada senescência. Ao contrário da primeira passagem, esta é pouco discutida e,
consequentemente, as pessoas que estão ao redor de quem está nessa fase não aceitam
bem e não há compreensão, pois não é um conceito inserido na sociedade. (KAUFMAN,
2012).
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por meio do modo humano de ser, que abrange uma compreensão mais ampla da
experiência humana. (ROEHE, 2006).
Relacionado ao existencialismo, é fundamental que o terapeuta reconheça a
natureza indeterminada e imprevisível da existência, para que assim evite assumir uma
postura de autoridade sobre o outro. Não é apropriado fornecer orientações ou indicações
de caminhos baseados em filosofias, experiências de vida ou modelos práticos que
afirmem.
Feijoo e Protasio (2010) descrevem que, na abordagem fenomenológica, o
terapeuta adota uma postura antinatural, em que se busca se dirigir diretamente ao
fenômeno apresentado, sem pré-conceitos ou pressupostos teóricos provenientes da
ciência, do senso comum ou de sua própria experiência de vida. Para realizar uma prática
clínica fenomenológica, é necessário suspender qualquer teoria prévia sobre a existência
humana, a fim de se aproximar da questão trazida pelo cliente, ou seja, o fenômeno em
si. É fundamental detalhar e explorar como esse fenômeno se manifesta, permanecendo
atento aos aspectos específicos de como ele se apresenta e é vivenciado pelo cliente
(Feijoo, 2011).
Husserl (1929/1968) definiu a fenomenologia como um método filosófico e
descritivo que se aplica à relação entre a consciência e a experiência. A consciência é
compreendida como uma estrutura capaz de tomar conhecimento do que se manifesta na
experiência. É na experiência que o mundo se revela com a vivacidade de seus objetos,
pois a consciência depende da experiência para existir. No entanto, a consciência é
influenciada por uma história de vida, crenças e convicções passadas e presentes. Essa
rica estrutura, construída pela correlação intencional entre consciência e experiência,
define a experiência consciente e a subjetividade, mas pode ser prejudicada na ausência
de reflexão (apud Gomes e Castro, 2010).
A atitude fenomenológica na terapia busca que o terapeuta suspenda seus
pressupostos e permita que as interpretações de sentido surjam do próprio cliente, que
muitas vezes se percebe estranho a si mesmo. Nessa abordagem, o terapeuta incentiva e
solicita ao cliente uma descrição detalhada do que está acontecendo com ele. Essa
abordagem visa fazer com que a questão emerja, em última instância, para o próprio
cliente que a traz (FEIJOO, 2011).
Relacionado ao existencialismo, é fundamental que o terapeuta reconheça a
natureza indeterminada e imprevisível da existência, de maneira que se evite assumir uma
postura de autoridade sobre o outro. Não é apropriado fornecer orientações ou indicações
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situacionais que cada sujeito faz. Duas respostas são possíveis, o que definirá uma entre
duas possibilidades opostas de atuação ou escolha.” (ZACHARIAS, 2003).
Ainda no terceiro atendimento, foi o paciente fez o exercício das frases
incompletas. Assim como o texto “Viagem longa, destino incerto”, adquire caráter
reflexivo, através das próprias palavras do paciente, diante de certas situações impostas
em cada questão. Nas palavras de Pinto e Castanho (2012),
As Frases Incompletas basearam-se em procedimento sugerido por
Bohoslavsky (1977) e reiterado por González Rey (2005) como instrumento
apto a analisar a subjetividade do sujeito, que deve complementar as frases
com a primeira ideia que lhe venha à mente. (PINTO E CASTANHO, p. 398,
2012).
4. SUPERVISÕES
As supervisões são efetuadas semanalmente, às quartas-feiras, no horário das
13h até as 16h, dentro da universidade. Aborda-se correlações teóricas, discussões sobre
os casos e práticas, nos tópicos da abordagem Fenomenológica-Existencial.
5. ESTUDO DE CASO
O caso em questão, para o processo de orientação profissional, que aqui será
abordado é o do cliente Caio (nome fictício), a fim de que se preserve a confidencialidade
dele, bem como exige o Artigo 9 do Código de Ética, que trata de proteger, por meio da
confidencialidade, a intimidade das pessoas usuárias dos serviços de psicologia. Caio
tem18 anos e já terminou o Ensino Médio.
O primeiro contato realizado com Caio aconteceu no dia 10 de maio de 2023,
por meio do telefone que se encontra no Serviço de Psicologia Aplicada (SPA), da Veiga.
Foi sugerido que acontecesse no dia seguinte, e o, agora, cliente prontamente aceitou.
Em seu primeiro atendimento (11/05/2023), Caio, após meus questionamento
sobre como estava chegando, relatou estar bem, apesar de cansado, pois andou bastante
para chegar. Disse que optou pelo serviço de orientação profissional, por estar perdido.
Além disso, afirma esperar que consiga ter uma ideia de quais profissões poderia escolher.
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Dentre tantas, alguma que utilize a fala para palestrar, que é o que gosta de fazer. Trabalha
com questões relacionadas ao meio ambiente e por este não tomar muito do seu tempo –
apenas alguns finais de semana -, trabalha de jovem aprendiz no supermercado Extra.
Mora com o pai, irmão e madrasta. Sua mãe faleceu em 2018. Ele diz ser mais quieto em
casa, não fala muito. Isso, então, faz com que eu tenha uma fala, acerca de sua vontade
de querer exercer uma profissão ligada à fala, mas não se comunicar muito em casa. Ele
me interrompe e confirma. Afirma não precisar sair do seu quarto, pois tem tudo que
precisa nele e que só sai quando precisa olhar o seu irmão, que é portador de deficiência.
Questiono como tem sido olhar esse irmão. Disse ser tranquilo. Porém, de vez em quando,
precisa se sentir livre. Por isso, apesar de preferir ficar em casam quer sair às vezes.
Sobrou tempo, e fizemos o exercício dos quadrantes. Através dele, foi possível conhecer
os hobbies do paciente: jogar basquete, que não tem feito muito, pois está desmotivado;
ouvir música; jogar no computador; ver anime; e, lutar que, assim como no basquete, não
tem feito, pela desmotivação.
No segundo atendimento (18/05/2023), falei sobre o texto do Rubem Alves que
seria utilizado na sessão e perguntei a maneira que gostaria de seguir. Preferiu que eu
lesse em voz alta. Após a leitura, perguntei se havia alguma parte que o tinha chamado
atenção. Disse que não. Por isso, sugeri uma. A que fala sobre a possibilidade de reiniciar
a caminhada foi a selecionada e, em seguida, ele mencionou a parte final, em que é dito
que “A coisa não está nem na partida e nem na chegada, mas na travessia...". Ele coloca
que seria tranquilo mudar de caminho, se precisasse. Além disso, diz que durante a
juventude, há muitos caminhos que pode seguir e que, mais ao final da vida, apenas um:
a morte. Então, escolher outra profissão que o agrade mais não seria uma tarefa difícil.
Além disso, foi realizado o exercício das inteligências múltiplas. Para ele, a inteligência
social é a mais fácil de ser desenvolvida, uma vez que consegue entender com mais
facilidade o que as pessoas pensam. A mais difícil seria a motora. Para ele, é complicado
realizar alguns movimentos em esportes.
No terceiro atendimento (26/05/2023), expliquei que, hoje, seria realizado o
QUATI e o instruí antes de começar. Durante a realização, ele comentou que, na correção,
eu poderia notar uma incoerência. Perguntei qual seria, e ele diz que, na parte “Festa”, é
por ter escolhido ficar em casa como resposta a uma das questões e, para outra, escolher
conversar com quem estava à sua volta. Perguntei por que isso seria uma incoerência pra
ele. Disse que prefere estar sozinho em seu quarto, mas, se estiver na festa, aproveitaria
da melhor maneira. Ao terminar, perguntei se houve alguma opção que o chamou mais
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atenção. Falou que a que está relacionada a si. Foi a que mais ficou em dúvida. Como um
segundo exercício, ele realizou o das frases incompletas. Logo antes de dar início, afirmou
que este seria mais interessante, pois poderia escrever. Assim que terminou, questionei
como havia sido fazer e se houve alguma preferência entre os dois. O paciente diz que
preferiu o Quati, porque o das frases foi mais difícil. Houve momentos em que sabia o
que gostaria de dizer, mas lhe faltou vocabulário, para colocar em palavras.
No quarto atendimento (01/06/2023), apresentei o resultado do Quati, e lemos
sobre. Dessa vez, ele preferiu ler sozinho. Perguntei se algo chamou mais atenção. Ele
diz que concorda com o fato de que, assim como no seu resultado diz, trabalha melhor
quando se interessa pelo assunto e deu um exemplo de quando estava na escola e tirava
notas boas na matéria de história. Também em concordância com o resultado, citou gostar
de escrever e que já havia dado início à escrita de um livro de romance. Perguntei como
foi escrever, e ele coloca que foi bom e interessante, mas que ainda não terminou. Falou
sobre o excesso de culpa e de carga que colocava sobre si em algumas questões de sua
vida, mas que aprendeu que nem tudo depende dele. Como no resultado, falou sobre
aprender novas línguas, como o francês e o alemão. Mencionou que a língua inglesa é
essencial, e o perguntei o porquê. Falou que é importante no mercado de trabalho. Das
três, ele diz que a alemã é a mais difícil. Entretanto, em discordância com o resultado, ele
diz que não seria professor, nem pedagogo, pois não gostaria de lidar com pessoas. Eu,
então, trago o questionamento sobre as possíveis escolhas citadas por ele nas últimas
sessões, como no caso da própria psicologia, que afirma poder ser um caminho a ser
seguido, bem como das missões e perguntou como acha que seria. Ele diz que na escola,
as pessoas não querem ser ajudadas, não querem estar ali, já nas missões e nas sessões de
terapia, sim. E acha que dessa forma é mais fácil de lidar. Pergunto se nas missões as
pessoas não quiserem ajuda, como seria pra ele. Diz que tudo bem, que há outras que vão
querer. Após isso, deu-se início ao exercício de critérios profissionais, mas não deu tempo
de o terminar.
No quinto atendimento (15/06/2023), deu-se continuidade à realização do
exercícios de Critérios profissionais. Enquanto fazia, relatou que eu poderia encontrar
uma divergência. Pergunto o porquê, diz que ter escolhido o “trabalhar intensamente” e
também o “trabalhar em meio período”. Pergunto por que seria uma contradição pra ele,
e responde que até daria pra fazer, mas não consegue dizer exatamente como. Também
apontou outros durante o processo.
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6. DISCUSSÃO
O cliente chegou ao primeiro atendimento dizendo que estava chegando bem,
apesar de ter andado bastante para chegar até o local do atendimento. Após meu
questionamento sobre como havia sido para ele andar tudo isso, Caio diz estar
acostumado e que já havia andado 8km, em outra ocasião, da sua casa até a unidade da
Universidade Veiga de Almeida. Além disso, disse gostar de andar, enquanto ouve
música em seus fones de ouvido.
Dando continuidade, perguntei o que o fez optar pelo serviço de Orientação
Profissional e o que pensa sobre. O cliente disse estar perdido, quanto à escolha do que
seguir em sua carreira. Por isso, escolheu o serviço em questão. Afirmou que gostaria de
ter uma ideia de quais profissões que estão relacionadas à fala poderia escolher, pois gosta
de palestrar e é uma pessoa falante. A fim de entender um pouco mais sobre o caso,
consoante ao que diz Feijoo (2011) que afirma que, no ato fenomenológico, o terapeuta
solicita e incentiva o cliente a descrever o que está acontecendo consigo mesmo. Essa
abordagem é adotada para permitir que a questão emerja, no final das contas, para o
próprio cliente que a traz. O terapeuta busca criar um espaço seguro e acolhedor para que
o cliente possa explorar e expressar suas experiências, pensamentos e sentimentos sem
julgamento ou influências externas. Ao estimular a narrativa do cliente, o terapeuta
facilita o processo de autoconhecimento e autoconsciência, permitindo que o cliente se
aproprie de sua própria jornada terapêutica e encontre respostas significativas para suas
questões. Nesse sentido, peço exemplos do que gostaria de palestrar sobre. Ele diz que
poderia ser sobre algo que goste, como o meio ambiente, que é um tema que já tem contato
por trabalhar na área, como também história, visto que gostava da matéria quando ainda
estava estudando. Caio disse que, em um dos projetos que participou, palestrou na própria
Veiga, no projeto Albatroz. Pergunto como foi para ele experienciar isso, já que é algo
que afirma gostar de fazer. Ele diz: “foi bom! Eu gostei, porque estava seguro e senti que
falei bem.” E eu pergunto: “Então, você está em dizendo que, para se sentir bem nessas
situações, você precisa estar seguro do que vai falar?”, e ele responde: “Sim. Quando
não vou totalmente seguro, me cobro bastante depois, porque sei que poderia falar
melhor.” Além de trabalhar no projeto de questões ambientais, trabalha no Supermercado
Extra, como jovem aprendiz.
Sobre o que pensa do serviço, Caio disse: “pode ser um meio para me ajudar a
clarear minhas escolhas”. No tocante ao processo de orientação profissional, Pereira e
Bardagi (2014) informam que através da orientação profissional, os indivíduos têm a
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Agora, quando está em casa com seus familiares, diz ser mais na dele. Sendo assim, falo:
“Você me diz que é uma pessoa falante e que gostaria de seguir numa profissão que
utilizasse da fala para realizar palestras, mas em casa não fala muito;”. Ele diz, já me
interrompendo: “Sim, não preciso de muita coisa, o que preciso está no meu quarto.”
Questiono o que há em seu quarto. Caio diz que o computador, onde joga e vê animes,
cama, lixeira. Por isso, só sai dele às vezes, quando precisa olhar seu irmão, que é uma
pessoa com deficiência. Pergunto como tem sido olhar o irmão. Ele diz que é tranquilo,
mas que, de vez em quando, precisa se sentir livre. “Ah, eu nem gosto muito de sair,
prefiro ficar em casa, mas às vezes quero sair um pouco, para me sentir livre, fazer o que
eu gosto.”
Ainda no primeiro atendimento, foi realizado o exercício dos quadrantes. Nele,
Caio escreve no quadrante “gosto e faço”, que gosta de ver anime, jogar no computado e
ouvir música; no quadrante “gosto, mas não faço”, diz que gosta de lutar, jogar basquete
e ir à academia, mas não os faz pois está desmotivado. O que me leva a perguntar de que
maneira surge essa desmotivação. Ele responde que, quando pensa em fazê-los, desiste,
porque não tem companhia. Assim, pergunto: “então, o que você está me dizendo é que,
se tiver uma companhia para fazer essas atividades, você faria?” Caio responde que sim:
“Prefiro ter gente para me chamar para ir. Por exemplo, se tiver de ir a uma festa, não
irei. Mas, se a minha amiga me chamar e insistir, eu iria.” Nazar et al (2018) colocam
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fazer, mas que não sabia dizer como. Assim que terminou, pedi para que excluísse
algumas de suas escolhas.
O exercício dos critérios para novas escolhas profissionais coloca em xeque
alguns pontos que o indivíduo poderia encontrar pela frente. Sua aplicação,
primeiramente, é para que ele possa escolher com o que gostaria de trabalhar, o período,
a intensidade como desempenhará, sua rotina, o ambiente e quais atividades gostaria de
realizar. Ele objetiva conseguir destrinchar quais os principais valores que o paciente tem,
em relação ao que espera de sua carreira e comparar com as profissões que tem em mente,
a fim de que entenda se o que tem de opção de carreira se encaixaria com o que se espera
de um emprego.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio do que foi executado nas supervisões, bem como do que foi exercido
nos atendimentos no SPA, em união à toda pesquisa bibliográfica, obteve-se um maior
entendimento acerca do que se trata a orientação profissional, os seus benefícios, os
exercícios utilizados e suas possíveis consequências para a escolha profissional do cliente,
baseado na abordagem Fenomenológica-Existencial.
A partir do estudo da psicologia vocacional, compreendeu-se que a escolha
ocupacional está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento humano. A identidade
profissional é uma parte inerente aos aspectos internos e externos que envolvem o
indivíduo, e a orientação profissional tornou-se relevante no contexto do sistema
capitalista, em que a carreira passou a desempenhar um papel central na vida das pessoas.
No Brasil, a origem da orientação profissional remonta a 1924, com a criação do
Serviço de Seleção e Orientação Profissional para estudantes do Liceu de Artes e Ofícios
de São Paulo. Inicialmente, o processo de orientação profissional tinha um caráter
diretivo, com o profissional diagnosticando e direcionando a escolha do indivíduo.
Porém, Ao longo do tempo, houve mudanças nesse enfoque, destacando-se a abordagem
da escolha profissional e o desenvolvimento integral dos indivíduos.
Atualmente, a orientação profissional no Brasil busca ampliar sua abordagem,
através de não apenas a escolha profissional, mas também aspectos como o
desenvolvimento pessoal, a promoção da autonomia e uma vida plena. A escolha
profissional é um processo complexo influenciado por fatores ambientais, familiares e
pessoais. Nesse sentido, a personalidade, interesses e habilidades são alguns dos fatores
pessoais que desempenham um papel significativo na escolha profissional. Dessa
maneira, a família exerce uma influência importante nesse processo, com expectativas e
projetos de vida que podem tanto reproduzir tradições familiares quanto encorajar a busca
por caminhos próprios.
Sobre a abordagem utilizada, é factível dizer que enfatiza a compreensão da
experiência humana a partir da perspectiva subjetiva e da vivência pessoal. A
Fenomenologia-Existencial reconhece a importância da compreensão da existência
humana em sua totalidade, incluindo aspectos como a liberdade, a responsabilidade, a
busca por significado e a vivência dos aspectos existenciais, como a finitude, a angústia,
a solidão e a busca por sentido.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANEXOS
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Critérios de Avaliação
Obs:________________________________________________________________________ Nota: