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FACULDADE MULTIVIX CARIACICA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANA


CURSO DE PSICOLOGIA

LINDOLFA LITIG TORRES DE OLIVEIRA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO ESPECÍFICO


CLÍNICA COMPORTAMENTAL I e II

CARIACICA – ES
2023
LINDOLFA LITIG TORRES DE OLIVEIRA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO ESPECÍFICO


CLÍNICA COMPORTAMENTAL I

Trabalho apresentado à disciplina Estágio Específico em Clínica


Comportamental I do Curso de Graduação em Psicologia do
Centro Universitário Multivix Cariacica, como requisito para
avaliação. Orientador: Prof. Thiago Folz Oliveira

CARIACICA – ES
2023
RESUMO
Este relatório relata as atividades desenvolvidas no decorrer do Estágio
Específico em Clínica Comportamental I, realizado no Núcleo de Práticas Psicológicas
da Faculdade Multivix Cariacica/ES no ano de 2023. O trabalho tem por objetivo relatar
a experiência ao vivenciar a prática diante do atendimento na clínica, registrar sobre
o aprendizado e conhecimento prático da Ciência Análise do Comportamento, através
dos atendimentos e intervenções realizadas referentes às contingências de
comportamento do cliente. O estágio clínico I é realizado tendo como base os
fundamentos teóricos da filosofia behaviorista radical previamente adquiridos ao longo
do curso de Psicologia. O mesmo proporcionou uma oportunidade de aprimoramento
tanto na formação acadêmica quanto na formação profissional do aluno. O
conhecimento teórico adquirido desempenhou um papel crucial no auxílio ao
atendimento psicoterapêutico, proporcionando uma significativa contribuição para o
diagnóstico de transtornos mentais, emocionais e autoconfiança nas análises
comportamentais. Além disso, esse conhecimento proporcionou um valioso conjunto
de ferramentas e técnicas que visaram aprimorar a qualidade de vida dos pacientes
atendidos na clínica.

Palavras-chave: Clínica Comportamental; filosofia behaviorista radical; análises


comportamentais.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................05
2 DESENVOLVIMENTO .........................................................................................06
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................11
4 REFERÊNCIAS.....................................................................................................13
5 APÊNDICES .........................................................................................................14
1. INTRODUÇÃO
O presente relatório de estágio é elaborado no âmbito da disciplina Estágio
Específico em Clínica Comportamental I na graduação de Psicologia e concedido pela
Faculdade Multivix – Cariacica ministrado pelo professor Thiago Folz Oliveira. O
estágio foi desempenhado no Núcleo de Práticas Psicológicas-NPP da Faculdade
Multivix Cariacica/ES com início em 07 de agosto de 2023 e témino em... Foram
divididos em duas etapas: Supervisão realizada às quintas-feiras no horário das
18:50h às 20:50h com orientação do professor/supervisor Thiago Folz, onde os
estagiários se revezarão para descrever todo processo de atendimento
psicoterapêutico, para esclarecimento de dúvidas e definições de novas estratégicas
para as próximas sessões. Os atendimentos clínicos foram realizados uma vez por
semana às segundas-feiras das 14:30h às 15:30h no NPP (Núcleo de Práticas
Psicológicas), ocorreram no total de ?_ supervisões e _? sessões até o momento de
atendimento na clínica de 00h50min.

O objetivo deste relatório é descrever a experiência de atendimento com o


público para adquirir a prática do atendimento clínico. Este relatório, porém, não se
destina somente a descrever as atividades desenvolvidas ao longo do estágio, mas
também a apresentar as teorias da Análise Comportamental estudadas durante a
graduação em Psicologia. Durante o estágio, além do atendimento clínico individual,
serão aplicadas análises funcionais com o objetivo de conhecer o repertório
comportamental adquirido pelo paciente conforme as demandas citadas e
reconhecida. O estágio permite ao aluno experienciar a rotina da clínica
comportamental, entender as demandas vindas por parte do paciente e desenvolver
estratégias de enfrentamento. As abordagens terapêuticas escolhidas foram a Clínica
Analítica Comportamental e a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC). Sobre
Clínica Analítica Comportamental, Borges, Cassas & Cols (2012, p.15) vai falar que
ela “consiste em um trabalho frequentemente exercido em contexto de gabinete ou
setting clínico e que se baseia nos conhecimentos das ciências do comportamento e
na filosofia behaviorista radical.” A filosofia behaviorista radical é uma abordagem
utilizada pelos psicólogos comportamentais para compreender o comportamento
humano e os métodos utilizados neste processo são a observação e o relato verbal.
O setting terapêutico permite que o terapeuta possa monitorar e avaliar os
comportamentos do cliente com mais precisão, identificando os obstáculos e desafios
que necessitam ser questionados.

De acordo com o behaviorismo radical, o comportamento é descrito como uma


interação entre o indivíduo e o ambiente em que ocorre. A ênfase está na análise das
relações funcionais entre estímulos antecedentes, respostas comportamentais e
consequências que seguem o comportamento. Além desses conceitos mencionados,
existem outros tipos de interação relevantes na análise do comportamento como a
punição, o condicionamento respondente, condicionamento operante, contingências
de reforçamento e esquemas de reforçamento, em qual circunstância, entre outras
variedades de interação. O comportamento é determinado por fatos imprevisíveis que
possam vir a acontecer em um determinado local, ou seja, as relações entre estímulos
e respostas que ocorrem no ambiente (MOREIRA; MEDEIROS, 2019, p.288).

Moreira e Medeiros (2019), ainda ressaltam que no Behaviorismo, o conceito


de ambiente, vai muito além do significado de lugar e exemplificam o fato de que duas
pessoas podem estar em um mesmo lugar e interagirem se percebendo em diferentes
ambientes. Um mesmo ambiente pode afetar de forma distinta o comportamento dos
organismos e nessa interação resultarão em grandes diferenças em termos de
comportamentos futuros.

O estágio na Clínica Analítica Comportamental nos permite desenvolver a


prática e as habilidades necessárias para a conclusão do curso de Psicologia.
Vivenciamos as demandas trazidas pelos pacientes ao consultório e buscamos prever
e identificar como os indivíduos interagem com seus ambientes, quais condições o
comportamento tem maior probabilidade de ocorrer e por meio do desenvolvimento
de técnicas, procedimentos e intervenções procuramos controlar esses
comportamentos alterando as condições e, consequentemente, alterando a
probabilidade de sua ocorrência (MOREIRA; MEDEIROS, 2019, p.288).

A Terapia Cognitivo-Comportamental se baseia na combinação de conceitos


do Behaviorismo radical com teorias cognitivas. A TCC compreende o aspecto como
o indivíduo interpreta os acontecimentos como aquilo que nos afeta, e não os
acontecimentos em si. O modelo cognitivo da TCC entende que as emoções,
comportamentos e fisiologia são influenciados rigorosamente pela forma como
avaliamos e interpretamos os acontecimentos. Ou seja, a maneira como interpretamos
os eventos a nossa volta irá impactar o nosso comportamento e os nossos
sentimentos.

Desenvolvida por Aaron Beck nas décadas de 1960 e 1970 foi denominada
originalmente de “terapia cognitiva”. Segundo Judite Beck (2022), o tratamento
baseia-se em uma formulação cognitiva: as crenças mal adaptativas, as estratégias
comportamentais e a manutenção dos fatores que caracterizam um transtorno
específico. O modelo cognitivo vai dizer que o pensamento disfuncional irá influenciar
o humor e consequentemente o comportamento. Beck (2020, p. 4) ressalta que
“quando as pessoas aprendem a avaliar seu pensamento de forma mais realista e
adaptativa, elas experimentam um decréscimo na emoção negativa e no
comportamento mal adaptativo.” Essa abordagem se dedica a identificar e modificar
os pensamentos disfuncionais ou irracionais que ajudam para a aflição psicológica. A
terapia cognitivo-comportamental envolve a identificação de pensamentos
automáticos e subconscientes que ocorrem em resposta a situações específicas.
Esses pensamentos podem ser distorcidos, negativos ou irracionais, contribuindo para
o desencadeamento de sentimentos ansiosos, depressão e de sofrimentos psíquicos
e emocionais. (incompleto)

2. DESENVOLVIMENTO

A disciplina de Estágio Específico em Clínica Comportamental l, foi realizado


presencialmente e individualmente pela acadêmica de Psicologia, em uma sala no
Núcleo de práticas Psicológicas-NPP da Faculdade Multivix-Cariacica, no período
vespertino, no primeiro e segundo semestre de 2023. As supervisões foram realizadas
pelo professor Thiago Folz Oliveira todas as quintas-feiras no horário das 18:50h às
20:50h com a finalidade de sanar as dúvidas e desenvolver estratégias de
atendimento conforme a demanda.

O presente relatório aborda, em primeiro lugar, o caso do paciente D.D, um


adolescente do sexo masculino com 15 anos de idade, que compareceu a apenas
uma sessão de atendimento no dia 08 de maio de 2023 às 14h com duração de 50min.
Houve desistência por parte da mãe responsável, que alegou ter iniciado em um novo
emprego e, por esse motivo, não poderia mais acompanhar o paciente e não haveria
ninguém pra levá-lo. Durante essa sessão, foi conduzida uma anamnese com a
responsável, a fim de investigar os marcos e o desenvolvimento do adolescente, além
disso, foi empregado um recurso terapêutico, especificamente o "baralho do
autoconhecimento", com a finalidade de viabilizar a comunicação e obter informações
relevantes sobre o paciente, a fim de compreender suas principais queixas e
estabelecer o vínculo terapêutico. A demanda por atendimento separado para cada
indivíduo foi levada em consideração. Apesar da limitada disponibilidade de
informações, já nesta primeira sessão foi possível identificar evidências de traços de
introspecção e retraimento social nos comportamentos observados.

As orientações fornecidas pelo supervisor enfatizaram a importância do


cuidado e da necessidade de estabelecer um vínculo terapêutico sólido com o
paciente adolescente.

A partir deste ponto, procederemos à abordagem do caso de E.M, uma


adolescente do sexo feminino, com 15 anos de idade. A paciente compareceu a todas
as três sessões ofertadas até o momento pela NPP, demonstrando pontualidade e
participação ativa em cada encontro semanal. Todas as sessões ocorreram no horário
das 14h às 15h.

A primeira sessão foi realizada em 15 de maio de 2023, durante a qual foi


conduzida uma anamnese com a responsável, a mãe a fim de investigar os marcos e
o desenvolvimento da adolescente. Para a paciente, foi realizada uma escuta
terapêutica, uma vez que ela mesma expressou o desejo de receber tratamento
psicológico. Através da escuta terapêutica inicial, foi identificada como queixa principal
a falta de confiança da paciente em relação à mãe e o trauma decorrente de
experiências de traição em relacionamentos amorosos. A decisão de empregar a
escuta terapêutica foi fundamentada na necessidade de conhecer e compreender a
paciente, bem como obter uma quantidade máxima de informações para embasar o
desenvolvimento de uma intervenção apropriada. Além disso, visava estabelecer um
vínculo terapêutico com a paciente, tendo em vista sua receptividade ao tratamento.

No dia 22 de maio, estava programada a realização da segunda sessão, porém,


devido à ausência de atividades agendadas no NPP, foi necessário reagendar a
sessão para o dia 29 de maio de 2023.

Com base no conflito entre a adolescente e a mãe, e considerando a principal


queixa de E.M, relacionada à quebra de confiança neste relacionamento, na segunda
sessão foi utilizado um método de questionário semiestruturado sobre
autoconhecimento, crise de relacionamentos e sentimentos, com ênfase na
investigação de possíveis traumas. Os questionamentos foram direcionados para
compreender melhor os sentimentos da adolescente. É importante salientar que além
da decepção com a mãe, a adolescente experimentou traição em ambos os dois
relacionamentos amorosos que estabeleceu.

As orientações fornecidas pelo supervisor destacaram a importância de


estabelecer um acompanhamento conjunto com a mãe durante as sessões,
reconhecendo que o conflito se estende a ela também. A fim de manter o vínculo
terapêutico com a adolescente, foi comunicado a ela que a terapia seria ampliada para
incluir a participação da mãe, respeitando os princípios éticos de confidencialidade. A
adolescente concordou com essa abordagem. Ficou estabelecido que o terceiro
encontro seria exclusivamente com a mãe.

Durante a terceira sessão, que ocorreu na data 05 de junho, foi realizada uma
escuta terapêutica com a mãe, com o propósito de obter sua perspectiva sobre a
situação em questão e realizar um levantamento dos comportamentos funcionais e
disfuncionais no relacionamento com a filha adolescente. Até o presente momento,
constam nestes relatos todos os encontros terapêuticos realizados no estágio da
clínica comportamental.

Até o momento, foram utilizados os seguintes métodos terapêuticos de análise


de dados nas sessões da E.M: anamnese, entrevista semiestruturada com temas
específicos para investigar a queixa apresentada pela paciente e escuta terapêutica,
com o objetivo de coletar informações abrangentes sobre os indivíduos envolvidos
sendo possível assim, desenvolver intervenções.

Conforme Bleguer (2003, p.5), a anamnese tem como objetivo principal a


compilação de dados por meio da coleta de informações do paciente. É iniciado por
meio dela, o primeiro contato durante a prática clínica e a construção dessa ferramenta
é fundamental para a compreensão do psicólogo quanto ao paciente. Na Clínica
Comportamental, a anamnese desempenha um papel fundamental na estruturação
da análise funcional, que consiste na avaliação da história de vida do cliente. Segundo
Leonardi, Borges e Cassas (2012, p.107),

trata-se da coleta de dados (mesmo que breve) acerca da história de vida do


cliente, o que inclui seu desenvolvimento infantil, adolescência, relações
familiares, relações sociais e culturais, estudo, trabalho, hobbies, etc. A
identificação dos recursos existentes na vida do cliente pode ser útil para o
planejamento da intervenção.
Este procedimento tem como objetivo coletar informações sobre a história de vida,
desenvolvimento, sintomas, funcionamento psicológico e eventos significativos na
vida do paciente desde a sua concepção. Quando o paciente não fornece
voluntariamente essas informações, cabe ao profissional "extrair" esses dados por
meio de questionamentos e investigações adicionais (BLEGUER, 2003, p.5).

As entrevistas estruturadas têm como objetivo a obtenção de informações


específicas e direcionadas, com base na queixa do paciente relatada anteriormente,
nas observações do terapeuta durante a escuta terapêutica e nas respostas obtidas
por meio da anamnese. Além disso, essas entrevistas também buscam analisar as
evidências de comportamentos funcionais e disfuncionais, investigar as contingências
e despertar o terapeuta a compreender os antecedentes aversivos, ou seja, os
eventos que precedem os comportamentos problemáticos, bem como as respostas
aversivas, que são as consequências desagradáveis associadas a esses
comportamentos. De acordo com Lima et al. (2016, p.27), “através da entrevista é
possível construir histórias de vida, captar experiências, valores, opiniões, aspirações
e motivações dos entrevistados, escolhidos segundo os critérios e interesses do tema
investigado.”

De acordo com Lima et al. (2016, p.27), durante a entrevista, o entrevistado se


representa através de suas próprias palavras, o que pode resultar em uma
autodescrição e apresentação de si mesmo. Nesse contexto, é possível que os
entrevistados busquem estabelecer empatia com o entrevistador ou fornecer
respostas que considerem adequadas às expectativas percebidas, o que pode criar
um obstáculo a ser superado. É de suma importância garantir que as respostas sejam
autênticas e fiéis aos fatos. Para lidar com essa questão, existem diferentes formatos
de entrevistas disponíveis.

Em geral, as entrevistas podem ser classificadas em três formatos:


estruturadas, semiestruturadas e abertas. Na entrevista estruturada, é utilizado um
roteiro pré-determinado, com perguntas específicas. Já na entrevista semiestruturada,
existe um roteiro inicial que orienta o entrevistador, mas também há espaço para a
flexibilidade e adaptação durante a entrevista e por fim, a entrevista aberta não segue
um roteiro pré-determinado. Nesse formato, o entrevistador tem total liberdade para
conduzir a entrevista e as perguntas são formuladas de acordo com o
desenvolvimento da conversa. (LIMA et al. 2016, p.27) A escuta terapêutica do clínico
promove o envolvimento do cliente no processo terapêutico, contribuindo para o
estabelecimento de uma relação terapêutica sólida, nesse sentido, Santos et al. (2012,
p. 139) vai dizer que:

Nos encontros iniciais, é comum o clínico limitar-se a fazer perguntas


e indicar compreensão do que é dito, intervindo poucas vezes com
feedbacks ou conselhos. Nessas primeiras sessões, o analista pratica
a maior parte do tempo o que pode ser chamado de escuta ou
audiência não punitiva.

Durante os primeiros encontros terapêuticos, a escuta do clínico pode por si só


gerar efeitos benéficos para o cliente. Ao formular perguntas e ouvi-las com cuidado,
o clínico auxilia o cliente a obter uma visão mais clara das situações e dos seus
próprios sentimentos. A audiência não punitiva envolve uma forma de escuta
diferenciada, que consiste em ouvir atentamente o que o cliente tem a dizer,
expressando respeito e compreensão em relação às suas palavras. De forma simples
e essencial, a escuta atenta do clínico facilita o engajamento do cliente no processo
terapêutico (SANTOS, et al. 2012, p. 139)

Considerando a construção do vínculo entre o cliente e o terapeuta, a escuta


desempenha um papel crucial, uma vez que o paciente se sente ouvido e acolhido,
livre de julgamentos e acusações. Além disso, a expressão livre do paciente também
fornece ao clínico mais informações sobre as contingências, estímulos e respostas
envolvidas nas situações, o que é essencial para a construção da análise.

Por meio do processo terapêutico, foi possível oferecer à cliente uma leve
diminuição de seu sofrimento por meio da fala, ou seja, da escuta terapêutica que
proporcionou alívio contribuindo para esse processo. Com a experiência vivenciada
no decorrer destes três atendimentos, conta-se muito pouco tempo para mudanças
de comportamentos significativas no paciente. No contexto do Estágio Específico I -
Clínica Comportamental, houve um aumento significativo do conhecimento prático em
relação à teoria da análise do comportamento. Com a experiência do estágio, foi
possível associar os conteúdos estudados na teoria com a prática, proporcionando
acolhimento e intervenção às demandas de sofrimento e, assim, vivenciando as
formas de atuação e possibilidades de trabalho no âmbito da clínica psicológica.

Para os próximos atendimentos, o objetivo terapêutico será abordar as


seguintes demandas: a quebra de confiança e possíveis traumas, a mediação de
conflitos com a mãe e a ampliação do repertório de autoconhecimento da cliente E.M.
Isso será feito com o intuito de que ela desenvolva habilidades para nomear e
discriminar emoções e sentimentos, além de ser capaz de identificar as variáveis que
têm influenciado seu comportamento rebelde. Serão estabelecidas contingências que
visam obter reforçadores positivos, reconhecendo os estímulos reforçadores
presentes em sua vida cotidiana. Isso proporcionará mudanças comportamentais,
permitindo que a cliente responda a estímulos apetitivos, em vez de ficar sob o
controle de estímulos aversivos e reforços negativos. Além disso, será fornecido
suporte para lidar com sentimentos e pensamentos aversivos.

Em geral foram realizadas um total de 7 sessões com E.M tendo como início
dos atendimentos a data 15 de maio de 2023 e seu término em 03 de julho com
desistência da paciente ao tratamento. O relato a partir deste ponto, refere-se aos
outros quatro encontros. A maioria das sessões foram estruturadas com base na
escuta terapêutica pois, além de viabilizar a coleta de dados semanal, visto que a
paciente se expressava muito pela fala livre proporcionando assim uma maior
investigação dos fatos, percebeu-se o quão era importante para ela ser ouvida. Por
entender que:

Configura-se a escuta terapêutica, portanto, como uma estratégia


tecnológica que favorece a comunicação efetiva, elemento
imprescindível para a compreensão do outro, haja vista que implica
uma atitude positiva de interesse e respeito pelo ser ouvido, sendo,
desse modo, terapêutica. (Nascimento et al, 2020, p.2)

A utilização dessa ferramenta no contexto das sessões tornou-se importante e


eficiente como forma de compreensão das necessidades da paciente pelo ser ouvida,
mostrando o interesse do terapeuta e fortalecendo o vínculo terapêutico. A aplicação
de ferramentas terapêuticas como o “baralho do autoconhecimento”, escrita
terapêutica e escalas de ansiedade de Hamilton (HAM-A) e TDAH (ETDAH – CriAd e
SNAP- IV) também foram utilizados com o propósito de trabalhar a autoconfiança, o
autoconhecimento, determinar o nível de ansiedade e um possível déficit de atenção,
visto que a adolescente reclamou de dificuldades de concentração principalmente na
escola.

A estratégia de utilizar os recursos terapêuticos lúdicos, nesse caso o baralho


do autoconhecimento, foi a forma de auxiliar a inclusão da adolescente na terapia,
tornando o processo mais divertido e dinâmico, facilitando a obtenção de dados
importantes no que dizia respeito ao seu self entre outros benefícios. de acordo com...
(REFERENCIAR???)... existem muitos baralhos voltados para as sessões em que o
terapeuta decide trabalhar de uma forma lúdica com crianças e adolescentes com o
objetivo de psicoeducar e extrair informações por vezes menos acessíveis.

Alguns planos de ação foram traçados para ser feitos fora da terapia como o
Planner de Novas Habilidades com o intuito de estimular novas atividades no dia a dia
de E.M e diminuir o tempo gasto com o celular e tv, desenvolvendo assim mais saúde
emocional e mental. Recursos de escrita para autoconhecimento também fizeram
parte do repertório. A paciente concordava em fazer, mas não cumpria. No dia 26 de
junho, a adolescente relatou estar voltando com o ex-namorado e planejava contar
pra mãe que já havia se mostrado totalmente contra pois, ele havia traído ela antes.
Estava muito ansiosa porque faria isso naquela semana ainda. Pedi que em casa
refletisse sobre a volta com o ex namorado. Perguntei se ela realmente estava
disposta a tentar novamente. Ela concordou em pensar.

No dia 03 de julho a paciente chegou muito frustrada pois, a mãe não havida
permitido o namoro. Já nesta sessão, foi possível perceber um retraimento. Olhava o
celular toda hora e não havia cumprido com plano de ação daquela semana. Dia 10
de julho não houve sessão, a estagiária passou mal. A faculdade entrou em recesso
e retornamos no dia 07 de agosto, mas a adolescente não compareceu e sua mãe
informou por telefone da desistência dela. No mesmo dia a estagiária do NPP
contactou outro paciente e ficou agendada a primeira sessão para a semana seguinte.

A partir deste ponto, procederemos à abordagem do caso de S.G, uma


adolescente do sexo feminino, com 14 anos de idade, cursando o 9º ano em uma
escola de regime militar. Iniciou a terapia no dia 14 de agosto e até o presente
momento realizamos cinco encontros de 00:50m cada sessão, ofertada assim pela
NPP. Tem demonstrado pontualidade e participação ativa em cada encontro semanal.
Todas as sessões ocorreram no horário das 14:30h às 15:30h.

Na primeira sessão foi realizada uma anamnese com a mãe, responsável legal
pela adolescente visando coletar informações sobre a paciente desde o seu
nascimento até o presente momento. A mãe apresentou um relatório pedagógico da
escola e uma cópia foi anexado ao prontuário. Para a paciente restaram menos de 20
minutos que foram importantes para conhecer a adolescente, seu jeito, suas
expectativas quanto a terapia. Foi apresentado a ela a abordagem da Teoria Cognitiva
Comportamental (TCC) e uma breve psicoeducação sobre o modelo cognitivo:
pensamento — sentimento — comportamento. A queixa principal sobre S.G é
ansiedade e as crises de pânico no ambiente escolar. No relatório da escola, a
paciente relata ver bichos, ouvir vozes, barulhos noturnos. Quanto a escola e a sala
de aula, ela se sente incomodada com o barulho e desconfortável pois, segundo ela
a turma é muito bagunceira. (CONCEITUALIZAR)......... (ESTRUTURAÇÃO DA
SESSÃO - ver anotação) foi decidido juntamente com a paciente como seriam as
sessões...

21/08 psicoeducação ansiedade/ técnica ACALME-SE/registro de


pensamentos disfuncionais RPD (questionário semiestruturado)

28/08 não houve

04/09 feedbacks sobre acalme-se/ questionário semiestruturado sanar dúvidas/


plano de ação inventário RPD. (Perceber pensamentos, analisar sentimentos,
perceber comportamentos. Estratégia para uma autoanalise dos pensamentos
disfuncionais.)

11/09 plano de ação desenvolver estudos (a pedido da paciente)


psicoeducação sobre métodos de estudo. Memórias de curto prazo e a importância
de rever o que aprendeu em até 24h.

18/09 não houve

25/11 aplicação de duas escalas ETDAH – CriAd/ SNAP - IV

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A formação adequada de profissionais é dependente de uma vivência prática


de qualidade, portanto é imprescindível proporcionar ao discente um contato precoce
com o futuro ambiente de trabalho, recursos e o público-alvo. De acordo com o
exposto, é possível perceber a importância dos estágios observacionais para os
discentes desde o início do curso.

Com base na experiência vivenciada no Estágio Específico I em Clínica


Comportamental, oferecido pelo Núcleo de Práticas Psicológicas (NPP) da Faculdade
Multivix-Cariacica, durante os três atendimentos realizados, deve-se considerar que o
tempo disponível para promover mudanças significativas no comportamento do
paciente é limitado. Portanto, os objetivos terapêuticos ainda estão em processo de
conclusão e serão finalizados no próximo semestre. Em decorrência da desistência
do primeiro paciente e à suspensão das atividades do Núcleo de Práticas Psicológicas
(NPP) devido a um feriado, ocorreu a perda de duas sessões terapêuticas.

Houve um enriquecimento no que diz respeito à formação acadêmica e


pessoal, com o compartilhamento de saberes e trocas de experiências entre
profissionais, discentes e a integração com os usuários dos serviços. Portanto, essa
prática deve ser cada vez mais incentivada e aprimorada no NPP da faculdade,
observando-se a relevância que este tipo de atividade traz aos discentes, gerando
uma maior confiança em sua escolha profissional, além de suprir os anseios dos
iniciantes e incentivar a escolha de uma futura abordagem.

4. REFERÊNCIAS (fora das normas – concertar)


BLEGER, J. Temas de psicologia: entrevista e grupos. 2 ed. São Paulo: Martins
Fontes, 1998. BORGES, N. B., & CASSAS, F. Clínica analítico-comportamental:
Aspectos teóricos e práticos. Porto alegre: Artmed, 2012. 312p. E-book. ISBN
9788536326672. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788536326672/pageid/3 .
Acesso em: 05 jun. 2023.

LEONARDI, J. L.; BORGES, N.B.; CASSAS, F. A. Avaliação funcional como


ferramenta norteadora da prática clínica. In.: BORGES, N.B.; CASSAS, F. A. Clínica
analítico-comportamental: aspectos teóricos e práticos. Porto Alegre: Artmed, 2012.
p. 107

LIMA, M. et al. O uso da entrevista na pesquisa empírica. Métodos de pesquisa em


ciências sociais: bloco qualitativo, p. 24-41, 2016. Disponível em:
https://centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br/uploads/BibliotecaTable/9c715452
8b820891e2a3c20a3a49bca9/322/1507668143662883762.pdf#page=24. Aceso em:
07 jun. 2023.

MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A de. Princípios básicos de análise do


comportamento. 2 ed. Porto Alegre: Artimed, 2019. E-book. ISBN 9788582715161.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582715161/ .
Acesso em: 05 jun. 2023

Escuta terapêutica: uma tecnologia do cuidado em saúde mental /


Therapeutic listening: a technology of mental health care

Nascimento, João Matheus Ferreira do; Carvalho Neto, Francisco João de; Vieira Júnior,
Denival Nascimento; Braz, Zeila Ribeiro; Costa Júnior, Ivanildo Gonçalves; Ferreira, Ana
Clara da Costa; Santos, Luís Eduardo Soares dos; Oliveira, Ana Karla Sousa de.

Rev. enferm. UFPE on line ; 14: [1-10], 2020. ilus, graf, tab

Artigo em Português | BDENF - Enfermagem | ID: biblio-1096985

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5. ANEXOS

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