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FACULDADE ANHANGUERA

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NA EDUCAÇÃO

Curso: Psicologia

Período: 4º semestre – noturno

Discentes: Gustavo de Lima Macêdo, Liz Horrana Gomes Martins e Raquel

Gomes Rodrigues Santos

2023.2

Gustavo de Lima Macêdo – Liz Horrana Gomes Martins – Raquel Gomes

Rodrigues Santos

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NA EDUCAÇÃO

Trabalho orientado pela docente Carolina Biondi e apresentado à faculdade Anhanguera, Itabuna-BA
como requisito parcial na disciplina Medidas e avaliação em Psicologia II.

Coordenadora: Anna Rúbia Pirôpo


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2023.2

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO………………………………………………………..

2. MÉTODOS…………………………………………………………….

3. DEFINIÇÃO DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA……………………

4. DEVERES DO AVALIADOR…………………………………………

5. DIREITOS DO AVALIANDO…………………………………………

6. TIPOS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA…………………………. 7. TIPOS DE


TESTAGEM PSICOLÓGICA…………………………..

7. CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS…………………….

1 INTRODUÇÃO

Quando se fala de testagem psicológica, logo vem à mente, o levantamento de hipóteses, a criação
de laudos e também a coleta de dados que posteriormente pode ser utilizada para determinados
diagnósticos.

Entretanto, ao se tratar da avaliação psicológica no contexto escolar, é necessário um certo cuidado,


pois a má utilização da avaliação psicológica pode levar a segregação de alguns alunos ou até mesmo
ao invés da inclusão escolar, levando a uma exclusão a determinados alunos daquele espaço,.

Dito isso, a prática da avaliação psicológica no ambiente escolar, deve ser voltada à inclusão dos
alunos, levando em consideração a natureza diversa do ambiente escolar e que em suas interações
sociais, o ambiente educacional torna-se diverso. Tendo em vista isso, a avaliação no ambiente
escolar/educacional se faz necessário, na criação de um ambiente adequado a cada aluno inserido,
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levando em consideração suas dificuldades educacionais, para que o mesmo, possa ter um
desenvolvimento adequado para si.

Desta forma, o profissional psicólogo deve ser cauteloso e cuidado em relação a como e quais
instrumentos o mesmo vai utilizar em suas avaliações, tomando as devidas precauções para não
criação de um ambiente excludente.

2 MÉTODOS

Os métodos utilizados para a confecção deste relatório, foram a leituras de periódicos e pesquisas
publicados por profissionais psicólogos e bem como notas técnicas disponibilizadas pelos CRP, neste
caso em específico uma nota técnica publicada pelo Conselho Regional de Psicologia de Santa
Catarina, sobre a qual discutia sobre a prática do profissional psicólogo em sua atuação como
avaliador educacional.

E também a leitura de algumas leis cujas as quais regulamentam a ação do profissional psicólogo na
rede pública de educação sendo neste caso a Lei 13.935 de 2019, lançado pelo Governo Federal cujo
o qual fala sobre as prestações de serviço psicológico e social nas redes básicas de educação, sendo
esta lançada no dia 12/12/2019 no Diário Oficial da União.

Também foram utilizadas resoluções disponibilizadas pelo próprio CRP, sobre o qual regulamenta e
orienta o psicólogo em sua prática como avaliador, desta forma estabelecendo critérios e normas
para uma avaliação adequada.

3 DEFINIÇÃO DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

Conforme a resolução nº 09/2018 a avaliação psicológica é caracterizada como um processo


estruturado de investigação dos fenômenos psicológicos, sua realização envolve métodos, técnicas e
instrumentos, pode correr de forma individual, grupal ou institucional.

Adentrando no âmbito educacional, o psicólogo terá a função de um mediador ou facilitador, por


isso o profissional irá realizar procedimentos no intuito de investigar o processo de ensino-
aprendizagem e se houver necessidade, propor intervenções psicológicas. Sendo assim, essa
avaliação deve ser realizada com bastante cautela, pois, se feita de forma errônea pode contribuir
com a limitação do avaliando. A avaliação é composta por diversas etapas, tais como: entrevista,
observação, testagem e dinâmica de grupos.
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A Lei 13.935/2019 garante o trabalho de profissionais de psicologia e do serviço social na rede


pública de educação básica:

Art. 1º As redes públicas de educação básica contarão com serviços de psicologia e de serviço social
para atender às necessidades e prioridades definidas pelas políticas de educação, por meio de
equipes multiprofissionais.

§ 1º As equipes multiprofissionais deverão desenvolver ações para a melhoria da qualidade do


processo de ensino-aprendizagem, com a participação da comunidade escolar, atuando na mediação
das relações sociais e institucionais.

§ 2º O trabalho da equipe multiprofissional deverá considerar o projeto político-pedagógico das


redes públicas de educação básica e dos seus estabelecimentos de ensino.

Art. 2º Os sistemas de ensino disporão de 1 (um) ano, a partir da data de publicação desta Lei, para
tomar as providências necessárias ao cumprimento de suas disposições.

Dessa forma, no âmbito educacional a avaliação deverá ser realizada de modo a analisar o
desenvolvimento dos estudantes desviando-se da busca por diagnóstico de forma isolada. Nesse
sentido, a avaliação psicológica no âmbito educacional permite caso seja necessário a
implementação de intervenção que objetive a melhoria do ensino e aprendizagem de modo geral, no
intuito de auxiliar na construção do projeto político-pedagógico e nos processos de ensino-
aprendizagem e contribuindo com a melhora das relações entre a comunidade escolar, família,
alunos e docentes.

Entretanto, apesar de estar implementada, esta referida legislação não se aplica a todo o território
nacional para tanto é preciso que cada unidade federativa regulamenta e estabelece os
procedimentos para os recursos da FUNDEB visto que uma parcela de 30% desse fundo é destinado à
manutenção e desenvolvimento do ensino, sendo assim assegura a presença do serviço social e
psicológico na rede pública de educação.

DEVERES DO AVALIADOR

O Conselho Federal de Psicologia junto aos conselhos regionais, orientam e regulamentam a atuação
do psicólogo, não somente sua atuação como avaliador, mas também, sua atuação de forma geral.
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Desta maneira, como dito no vigente Código de Ética do Profissional Psicólogo (Resolução 010/2005),
onde o mesmo afirma sobre as práticas fundamentais e vedadas ao psicólogo, sobre as quais proibi o
psicólogo de ser conveniente de quaisquer práticas discriminatórias, como também estabelece que o
profissional de toda e qualquer forma pode sob nenhuma hipótese interferir de qualquer maneira,
na coleta ou fidedignidade dos resultados obtidos, seja para seu próprio benefício ou benefício de
seu cliente.

A Resolução CFP (010/2005) também veda ao psicólogo, que o mesmo induza a qualquer e ou até
mesmo organizações a recorrerem aos seus serviços, inclusive ainda consolida que não lhe é
permitido a utilização de matérias, técnicas ou instrumentos que não estejam devidamente
regulamentados, podendo desta forma efetuar uma prática inadequada, assim sendo prejudicial ao
seu cliente sob o qual o mesmo preste seus serviços.

Ainda sobre a Resolução CFP (010/2005), essa proibi o prolongamento desnecessário de seus
atendimentos, como também ser avaliador, perito ou parecerista em qualquer tipo de situação sob
os quais seus vínculos particulares possam vir a interferir de forma negativa nos objetivos do serviço
ques está sendo prestado, não somente isso ao psicólogo é vedado a emissão de documentos sem
sua devida fundamentação ou qualidade técnico-teórico.

Apesar desta resolução ter um caráter simples, ainda é comum que alguns profissionais atuem de
forma inadequada a sua profissão, desta forma prejudicando não só a si mesmo, como também o
cliente que está sendo atendido.

DIREITOS DO AVALIANDO

É necessário salientar não somente as obrigações do profissional psicólogo, mas também os direitos
que o avaliado tem. Segundo a Resolução CFP (010/2005) o avaliando tem por direito receber as
orientações necessárias em relação ao trabalho que está sendo realizado, como também o objetivo
daquele procedimento, além do mais, este tem como direito, obter o resultados adquiridos através
da avaliação psicológica.

A Resolução CFP (010/2005) ademais fala sobre o sigilo psicológico, cujo o qual o psicólogo tem por
dever guardar de forma adequada os documentos produzidos através da avaliação, não somente
isso, o cliente deve ser orientado de forma adequada a qual serviço o paciente deve recorrer após o
resultados da avaliação psicológica.

Ainda há também a Resolução CFP n° (06/2019) sobre a qual regulamenta que a guarda dos
documentos produzidos deve ser feita pelo profissional ou organização que prestou o serviço por 5
anos.
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Estas resoluções formuladas pelo Conselho Federal de Psicologia, resguardam o cliente de quaisquer
exposições desnecessárias que possam vir a ser feitas pelo profissional psicólogo.

TIPOS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

Faz-se importante salientar que cabe ao psicólogo a escolha do critério avaliativo, para tanto o
profissional deverá seguir a instrução contida na cartilha de avaliação psicológica elaborada pelo
Conselho Federal de Psicologia:

a) Contexto no qual a avaliação psicológica se insere;

b) Propósitos da avaliação psicológica;

c) Construtos psicológicos a serem investigados;

d) Adequação das características dos instrumentos/técnicas aos indivíduos avaliados;

e) Condições técnicas, metodológicas e operacionais do instrumento de avaliação.

Na área da educação, alguns tipos de avaliação psicológica são:

• Avaliação cognitiva: Busca analisar a função cognitiva, ou seja, sentimentos, pensamentos,


recordações relacionadas a outras funções como a memória, atenção, noção de tempo, escrita,
leitura, linguagem e raciocínio.

• Avaliação socioemocional: Avalia as habilidades sociais e emocionais do aluno, como


autoestima, empatia, habilidades de comunicação, controle emocional, o entendimento de sua
capacidade e limitações.

• Avaliação do desenvolvimento psicomotor: Objetiva a avaliação do desenvolvimento motor e


da coordenação motora do aluno, ou seja, busca avaliar como é o equilíbrio dinâmico e estático do
indivíduo.
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• Avaliação das dificuldades de aprendizagem: Avalia as dificuldades específicas que o aluno


pode estar enfrentando na aprendizagem, como dislexia, discalculia, entre outras.

Cada tipo de avaliação funciona por meio da aplicação de testes psicológicos, observação do
comportamento do aluno, entrevistas com o aluno e/ou seus responsáveis, análise de documentos
escolares e histórico de desenvolvimento. Os resultados obtidos são utilizados para compreender as
necessidades do aluno e fornecer intervenções adequadas para seu desenvolvimento educacional e
emocional.

Conforme o artigo 13 da Resolução CFP nº 06/2019 os documentos produzidos por intermédio da


avaliação psicológica são: ATESTADO PSICOLÓGICO e LAUDO PSICOLÓGICO.

7 TIPOS DE TESTAGEM PSICOLÓGICA

No âmbito educacional existem alguns testes que podem ser utilizados durante uma avaliação pelo
profissional de psicologia para verificar se os estudantes estão absorvendo o conhecimento passado
por seus docentes. O registro da primeira utilização de teste psicológico data da Idade Média quando
fundou-se as primeiras universidades europeias por volta do século XIII.

Os testes descritos abaixo constam na lista de “favoráveis” no site “SATEPSI”, e podem ser utilizados
psicólogos no contexto de avaliação psicopedagógica, são eles:

• Desenho da Figura Humana (DFH): pode ser realizado de modo individual ou coletivo, o seu
público alvo são crianças de 5 a 12 anos e objetiva avaliar o desenvolvimento.

• Escala de avaliação da motivação para aprender de alunos do ensino fundamental (EMA-EF):


busca investigar o interesse, motivação, necessidades e expectativas de alunos de 7 a 16 anos de
forma coletiva ou individual.

• Escala de motivação para a aprendizagem (EMAPRE): tem como público alvo indivíduos de 7
a 16 anos e pode ser aplicado de forma individual ou coletiva.

• Matrizes Progressivas Coloridas de Raven (COM): público alvo de 5 a 11 anos, pode ser
aplicado de forma individual ou coletiva e busca investigar a inteligência.
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• Teste de criatividade figural infantil: Visa atingir o público do 1º ao 8º ano do ensino


fundamental para medir a criatividade figural, pode ser realizado de forma individual ou coletiva.

• Teste rápido de inteligência (TRI): Objetiva investigar a inteligência , os processos


neuropsicólogos e os processos perceptivos/cognitivos de estudantes a partir de 15 anos de idade,
com nível escolar a partir do ensino fundamental.

8 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

É indubitável que a avaliação no contexto educacional


cumpre um papel fundamental na investigação do processo de ensino-aprendizagem.

Visto que a educação é um direito comum a todos os cidadãos, ela deve ser assegurada. Obstante,
deverá também ter a qualidade necessária para todos e com equidade, buscando depositar
efetivamente o conhecimento em todos os estudantes independente de suas dificuldades e
limitações. Daí nasce a necessidade do trabalho psicológico, já que a função do avaliador é investigar
a qualidade do ensino-aprendizagem, e caso seja identificado algum déficit, o profissional entrará
com as medidas cabíveis intervindo na problemática encontrada.

Por meio do presente trabalho tornou-se possível a compreensão mais precisa da temática
abordada, percebendo a importância da presença de um profissional psicólogo como avaliador visto
pois que o mesmo torna-se um facilitador nesse âmbito, o seu trabalho contribui com a melhoria no
espaço escolar, ofertando modificações no intuito de trazer melhorias tanto a equipe pedagógica,
quanto as famílias dos estudantes e aos próprios discentes.

REFERÊNCIAS

Código de Ética Profissional do Psicólogo. Conselho Federal de Psicologia, Brasília, agosto de 2005.

Conselho Federal de Psicologia. Cartilha de Avaliação Psicológica. 3ª

Edição. Brasília.Agosto de 2022. Disponível em

https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2022/08/cartilha_avaliacao_psic ologica1.pdf Acessado


em 05 de novembro de 2023.
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BRASIL, Lei nº 13.935, de 11 de dezembro de 2019. Dispõe sobre a prestação de serviços de


psicologia e de serviço social nas redes públicas de educação básica

MENDES, L. S. et al.. Conceitos de avaliação psicológica: conhecimento de estudantes e profissionais.


Psicologia: Ciência e Profissão, v. 33, n. 2, p.

428–445, 2013.

Resolução CFP n° 006/2019 comentada, de 11 de setembro de 2019. (2019b). Orientações sobre


elaboração de documentos escritos produzidos pela(o) psicóloga(o) no exercício profissional.
Conselho Federal de Psicologia.

SANTA CATARINA (Estado). Conselho Regional de Psicologia de Santa

Catarina. 12ª Região. Nota técnica. Avaliação Psicológica no Contexto Escolar.

Maio de 2023. Disponível em:

https://crpsc.org.br/ckfinder/userfiles/files/Avalia%C3%A7%C3%A3o%20Psico l%C3%B3gica.pdf
Acessado em 03 de novembro de 2023.

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