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Abordagem quanti-qualitativa

SOUZA, Kellcia Rezende; KERBAUY, Maria Teresa Miceli. Abordagem quanti-qualitativa:


superação da dicotoamia quantitativa-qualitativa na pesquisa em educação. Educação e
Filosofia, [S.L.], v. 31, n. 61, p. 21-44, 30 abr. 2017. EDUFU - Editora da Universidade Federal de
Uberlandia. http://dx.doi.org/10.14393/revedfil.issn.0102-6801.v31n61a2017-p21a44.

As duas abordagens mais utilizadas no meio acadêmico são as abordagens quantitativa e


qualitativa. E com o tempo a utilização simultânea dessas abordagens em uma pesquisa se tornou
extremamente comum, deste modo se faz necessário a compreensão de cada e as críticas
perante elas:
Quantitativa:
• Gamboa (1995), nos apresenta que com o positivismo a abordagem quantitativa
conseguiu seu espaço, pois assegura objetividade e neutralidade, trazendo por meio de
número a comprovação e rigor científico que sustenta a exatidão e objetividade dos
fatos/objetivos. Por meio, desta abordagem o pesquisador consegue se distanciador dos
do objeto de pesquisa, permitindo assim a neutralidade perante os dados coletados.

• Para Brüggemann e Parpinelli (2008, p. 564), a abordagem quantitativa possui uma visão
conservadora da sociedade, que não permite com que os estudos se direcionem para um
conhecimento dinâmico da realidade.

Qualitativa:
• Grandes filósofos sociais faziam críticas ao pensamento positivista, pois compreendiam
que os eventos da sociedade do geral não podiam ser compreendidos apenas por uma
abordagem, que visava apenas dados e estatísticas, dentre esses filósofos recebem
destaques Weber e Husserl. Para weber a ciência social busca informações que permeiam
a interpretação de dados e compreensão de valores, crenças e sentimentos humanos.
Apesar de algumas discordâncias, grandes filósofos partiam do princípio de Weber, que
as relações sociais precisam de interpretações e parâmetros universais para se criassem
a ciência, e assim nasceu a necessidade de uma abordagem que não apenas quantizava,
mas que interpretava.

• Santos Filho (1995), explica que a abordagem quantitativa permite que o homem seja o
sujeito e autor das interpretações, fazendo com o que o produto dessa concepção seja
subjetiva e atrelada as interações sociais, o que gera uma verdade não absoluta, mas
acrescida de relatividades.

Pesquisa quanti-qualitativa/quali-quantitativa:
• Debates sobre métodos quantitativos e qualitativos têm suscitado discussões sobre seus
respectivos usos, com o objetivo de definir claramente suas diferenças. A primeira é o uso
da estatística para interpretar os dados, e a segunda trata da interpretação da realidade
social. Para Bauer, Gaskell e Allum (2008), esses esforços visam enfatizar que a pesquisa
quantitativa e qualitativa são abordagens concorrentes e assíncronas à pesquisa social,
muitas vezes argumentando que a qualitativa é melhor que a quantitativa e vice-versa.
Diante dessas características, identificou-se uma polarização metodológica incompatível.
Ante as discussões das abordagens muitos filósofos chegaram à conclusão de que
“Qualidade está sempre associada à quantidade” (GRA-MSCI, 1995, p. 51). Portanto, os
métodos quantitativos e qualitativos lidam com fenômenos reais e dão significado
concreto aos seus dados.

• Do ponto de vista metodológico, não há contradição, assim como não continuidade entre
as duas formas de investigação, quantitativa e qualitativa. No que tange à
epistemologia, nenhuma das abordagens é mais científica que a outra, mas são de
natureza diferente.

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