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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO-UFMA

CURSO DE LICENCIATUA EM PEDAGOGIA

EMANUELLE RAYLES ALVES BATISTA

SINTESE: Temas e pesquisas educacionais destacando a importância da


Pesquisa ação-crítico colaborativa

URBANO SANTOS-MA
2022
EMANUELLE RAYLES ALVES BATISTA

SINTESE: Temas e pesquisas educacionais destacando a importância da


Pesquisa ação-crítico colaborativa

Trabalho apresentado a Universidade Federal do


Maranhão, do curso de licenciatura em pedagogia,
como requisito para obtenção de nota na disciplina de
Pesquisa Educacional. Sob orientação da profª. Livia
da Conceição Costa Zaqueu.

URBANO SANTOS-MA
2022
Os textos estudados mostram a importância no processo de
investigação, como toda ação humana, traz subentendidos múltiplos
pressupostos – sentidos que, tomados como pontos de partida, tendem a
permanecer inquestionados. Por um lado, estes pressupostos se apresentam
como a própria condição de possibilidade da ação, prática ou teórica; por outro,
todavia, toda reflexão permanece superficial se não se estabelece, igualmente,
como crítica de suas próprias bases de sustentação. No caso específico do
trabalho de pesquisa em educação, no entanto, é bastante corrente a ideia de
que, não podendo ser exaustiva e radicalmente criticados, esses pressupostos
que permitem a atividade de compreensão do real não devem estar sujeitos a
questionamentos, ou não necessitam de explicitação.

A inquietação com a explicação científica do fenômeno educativo tem


dado origem a diferentes projetos investigativos que nascem no seio de
perspectivas epistemológicas distintas. Buscando, então, alguns elementos do
contexto epistemológico, elementos capazes de indicar, ainda que de forma
muito geral, o significado epistemológico do conhecimento científico, é preciso
tratar de um tema recorrente: a Modernidade.

Nesse contexto de valorização do humano, de afirmação da razão no


processo de conhecimento do mundo, discussão que ficou centrada no homem
em si, como uma categoria independente, absoluta, universal, o Marxismo
introduziu, de forma definitiva, a categoria da historicidade. Considerando,
particularmente, a prática da investigação científica em educação como está
sendo realizada atualmente reacendeu, ainda que não explícita ou
intencionalmente, o debate entre empirismo e racionalismo no campo do
conhecimento em educação.

A epistemologia marxista foi apresentada, em linhas gerais e não como


uma preocupação central, por Karl Marx, na parte 3 do manuscrito conhecido
como Introdução de 1857. Pela quase ausência de textos propriamente
metodológicos, a Introdução de 1857 tornou-se um texto crucial para a
compreensão da metodologia marxiana: a frequente alusão ao texto justifica-
se, principalmente, por nela estar contida “a mais extensa e a única exposição
sistemática sobre a questão do método, na imensa literatura marxiana”
(Gorender, 1982: XI).

O primeiro método apresentado por Marx é aquele que tem como


pressuposto – e como garantia de objetividade – começar pelo real. Como o
objeto da Economia e a produção, este método supõe que Marx aponta, em
primeiro lugar, para o erro desta concepção metodológica. Para Marx, se o real
tem uma ordem, ela não está dada; por outro lado, a busca do conhecimento
desta ordem, portanto, o conhecimento científico do real começa com a
produção crítica das suas determinações, produção que se processa ao nível
do teórico, ao nível das categorias.

Ao continuar a trajetória de interrogação sobre os pressupostos do


processo de produção do conhecimento em educação, foi apresentada uma
alternativa epistemológica que se apresenta como um instrumento capaz de
contribuir no trajeto de construção de uma nova perspectiva teórica na
pesquisa em educação.

As pesquisas educacionais e os pesquisadores que investigam as


relações sociais em instituições de ensino, formais e informais, balizam seus
objetivos de pesquisa visando compreender a realidade estudada, neste
contexto, a metodologia é o coração da pesquisa, uma vez que propicia a
aquisição destes objetivos, entre 1960-1970, o campo da pesquisa em
educação convergia para estudos de natureza quantitativa, visando a
compreensão da realidade educativa de forma generalista; entre 1980-1990, o
campo é tomado pela abordagem de natureza qualitativa, visando o
entrelaçamento com as realidades a serem estudadas, a partir das relações
sociais e da análise micro da realidade. Constata-se, atualmente, que os
métodos e técnicas que pretendem uma interação entre as abordagens
qualitativa e quantitativa têm sido cada vez mais utilizados, essa conexão
possibilita uma visão mais fidedigna dos microcosmos a serem estudados
(GATTI, 2012).

Sabemos que atualmente os pesquisadores se apropriam cada vez mais


da multiplicidade de abordagens possíveis, visando uma aquisição mais rica e
fidedigna da realidade que corrobore para a aquisição de seus objetivos de
pesquisa. Para que isto ocorra, a formação acadêmica necessita convergir à
esta multiplicidade, o que de não condiz com a realidade, visto que nossa
formação é permeada por estruturas positivistas (DAL-FARRA; LOPES, 2013;
GATTI, 2012). Desta forma, reconhecer as possibilidades interdisciplinares de
métodos e técnicas de pesquisa, a possibilidade de múltiplas abordagens, o
diálogo entre o micro e o macro, e as contribuições cientificas advindas destas
interações se tornam processos complexos aos pesquisadores.
Um dos métodos muito usados por pesquisadores em educação nos
dias atuais é a utilização do Diagnóstico Rápido Participativo (DRP) como
método misto para a pesquisa em educação. Este, advêm do campo da
pesquisa rural, visando a utilização de métodos para a apreensão da realidade
local, a partir da participação ativa dos indivíduos em um processo de reflexivo.
O objetivo principal deste estudo é o de compreender como o DRP pode ser
utilizado para o diagnóstico na pesquisa em educação. Especificamente temos
como objetivos descrever as etapas de construção e as possíveis ferramentas
utilizadas no DRP em educação e discutir como o DRP pode corresponder aos
limites e possibilidades da pesquisa educacional.
O DRP constitui-se, como estrutura de pesquisa de natureza mista, por
diversas fases. As fases de início e contato são primordiais para a efetivação
da pesquisa de campo, uma vez que as práticas participativas para o
delineamento da pesquisa, escolha de métodos e ferramentas, devem ser
pautadas na participação ativa dos indivíduos da comunidade. O DRP é uma
metodologia que buscar escutar a todos, para que isso ocorra de forma efetiva,
os mediadores devem utilizar diversas ferramentas e metodologias, conhecidas
como caixa de ferramentas.
Outros métodos têm vantagens similares as apresentadas pelo DRP, a
exemplo do Estudo de Caso. A escolha do DRP se dá pela participação da
comunidade no processo de pesquisa, onde estes são movidos a refletir sobre
o contexto e as possibilidades de resolução dos problemas, além disso, todo
DRP só é finalizado quando os pesquisadores apresentam e revisão, junto à
comunidade, um relatório propositivo com todo o conteúdo sistematizado. Não
é só o processo de pesquisa, mas o resultado da pesquisa, que contribui
socialmente para uma possível mudança de rumo ante a reflexão mediada com
uso da metodologia.
As questões acerca dos limites e possibilidades dos métodos,
abordagens e naturezas da pesquisa em educação compreendem um conjunto
de mudanças no campo epistemológico, político e da difusão da ciência e
tecnologia no Brasil, reforçado pela ampliação do ensino superior no nível de
graduação e pós-graduação. A condição histórica da pesquisa em educação
dialoga com a história da Universidade e da Democracia em nosso país.
Com a criação do Instituto de Pesquisas Educacionais (IPE), anos 30,
temos a primeira sistematização de estudos no campo da educação, estes, até
os anos 50, se situavam em temas ligados a psicopedagogia, pós 56 os
centros de pesquisa se vinculam ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (INEP) e apresentam uma abordagem sociológica da educação,
essa abordagem é interrompida no golpe militar de 64, onde as pesquisas
tomam um caráter economicista, visando auferir custos e gastos do sistema
educacional (GATTI, 2001).
A pesquisa em educação é de suma importância para várias questões
nos dias atuais, utilizamos a pesquisa em educação para quase tudo, pois ela
vai em busca de soluções que precisamos no decorrer de estudos. As
pesquisas em educação se ampliam e intensificam na década de 80, com a
propagação de metodologias como a pesquisa-ação, que é realizada em
associação com uma ação coletiva no qual os pesquisadores e os participantes
estão envolvidos de modo cooperativo. Nos anos 60-70 o interesse estava na
experimentação, no olhar do pesquisador-observador do experimento, nos
anos 80-90 recebem espaço as pesquisas acerca de situações reais, tendo o
pesquisador papel de participante, assim, os “estudos que nas décadas de 60-
70 se centravam na análise das variáveis de contexto e no seu impacto sobre o
produto, nos anos 80 vão sendo substituídos pelos que investigam sobretudo o
processo”. (ANDRÉ, 2007, p. 121)
Estes diálogos dicotômicos da ciência se apresentam como tentativas de
afiliar-se a um paradigma posto que, supostamente, concede ao pesquisador a
credibilidade e acreditação necessária para galgar caminho entre os pares. Os
critérios dentro do paradigma escolhido pelo pesquisador não são a realidade,
não bastam por si só, eles se apresentam como lentes para enxergarmos o
fenômeno social, que em sua complexidade pode ser analisado sobre diversos
ângulos complementares. A pesquisa em educação, não sendo fim em si
mesma, aporta-se como um conjunto de reflexões nascidas da experiência, das
análises teóricas e da experimentação em que buscamos concatenar ideias e
realidade que pretendemos interpretar.
Historicamente postas, as amarras paradigmáticas dos princípios firmes,
irrefutáveis e obrigatórios devem ser repensadas. É necessário violar esse
dogmatismo para que a ciência possa vir a contribuir qualitativa e
quantitativamente frente aos problemas complexos que desejamos explorar,
fugir de soluções obvias é uma necessidade para a mudança da realidade
social (FEYERABEND, 1977, p. 29).
A partir das mudanças históricas do campo da pesquisa em educação
observamos que a pesquisa qualitativa, de forma crítica e participativa, ganha
espaço no campo de estudos, sendo esta “de particular relevância ao estudo
das relações sociais devido a pluralização das esferas da vida” (FLICK, 2009,
p. 20). Ambas as naturezas de pesquisa, na perspectiva contemporânea da
pesquisa em educação, devem dialogar, o que exige do pesquisador uma
maior preparação e a abertura interdisciplinar para outros campos de pesquisa.
Para pesquisa em educação uma série de formas de obtenção e análise
de dados podem compor a caixa de ferramentas, auxiliando os pesquisadores
na obtenção dos dados necessários. Podem ser usados várias formas de
mapas afetivos utilizados para reconhecimento.
A pesquisa em educação tem percorrido um longo caminho na direção
de métodos e técnicas que possibilitem aos pesquisadores uma
multidimensionalidade de abordagens de pesquisa, com isto, a aproximação
entre pesquisador e objeto/sujeito de pesquisa, com a utilização de métodos
mistos, formulam o paradigma contemporâneo do campo da pesquisa. Faz-se
necessário superar a dicotomia quanto à natureza da pesquisa, se qualitativa
ou quantitativa, entendendo suas possibilidades e limitações, considerando o
contexto micro e/ou macro no qual a investigação se insere, refletindo sobre
este leque de possibilidades nascidos das interações metodológicas.
Nesse interim, ele se apresenta como alternativa metodológica para a
área da educação, possibilitando o avanço da fronteira do conhecimento,
através de ferramentas fundamentadas na participação e com abordagem de
natureza mista, viabilizando a construção de diagnóstico condizentes com as
reais necessidades das comunidades educativas investigadas.
A primeira parte de uma pesquisa se dá por um problema, problema
esse que dará ênfase a uma pesquisa, onde os pesquisadores vão em busca
de soluções, questões e principalmente mostrar em sua pesquisa algo que foi
pesquisado. O principal problema que o pesquisador enfrenta é em relação ao
assunto que será abordado em sua pesquisa, esses problemas estão mais
relacionados aos pesquisadores iniciantes, pois na maioria das vezes os
mesmos não escolhem um tema que se familiarizem, querem algo impactante
que vai além de seus conhecimentos, outro problema está relacionado ao tipo
de pesquisa, onde na maioria das vezes o pesquisador escolhe a pesquisa
bibliográfica, por achar que é algo mais fácil, e isso é totalmente fora dos
padrões, pois se sabe que na pesquisa bibliográfica se exige um certo grau de
experiência, pois se a pesquisa é baseada em autores e dados ela precisa ser
interpretada da forma correta.
Pesquisa-ação crítico-colaborativa: Construindo seu significado a partir
de experiências com a formação docente.
O processo de reconfiguração do sentido e do significado da pesquisa-
ação como pesquisa crítico-colaborativa, a partir de duas experiências. A
pesquisa colaborativa, por sua vez, tem por objetivo criar nas escolas uma
cultura de análise das práticas que são realizadas, a fim de possibilitar que os
seus professores, auxiliados pelos docentes da universidade, transformem
suas ações e as práticas institucionais (Zeichner, 1993, P. 45-49).
A pesquisa-ação tem por pressuposto que os sujeitos que nela se
envolvem compõem um grupo com objetivos e metas comuns, interessados em
um problema que emerge num dado contexto no qual atuam desempenhando
papéis diversos.
A importância da pesquisa na formação de professores acontece no
movimento que compreende os docentes como sujeitos que podem construir
conhecimento sobre o ensinar na reflexão crítica sobre sua atividade, na
dimensão coletiva e contextualizada institucional e historicamente.
A pesquisa Qualificação do ensino público e formação de professores foi
desenvolvida no período de 1996 a 2000. Teve por objetivos analisar as
mudanças nas práticas e nas teorizações pedagógicas da equipe escolar
(professores e coordenadores) num processo de intervenção pedagógica que
enfatizava a construção coletiva de saberes no local de trabalho (uma escola
pública estadual). Insere-se na tendência de investigação que valoriza a
formação contínua como desenvolvimento profissional e institucional, conforme
perspectiva teórica desenvolvida por Fusari (1988) e recentemente por Nóvoa
(1992), considerando o professor como um profissional crítico-reflexivo
(Contreras, 2002).
Essa perspectiva tem se configurado como fertilizadora para as
pesquisas cujo enfoque é o de colaborar com os processos de construção
identitária de professores. Por isso, é importante mobilizar os saberes da
experiência, os saberes pedagógicos e os saberes científicos, como
constitutivos da docência nos processos de construção da identidade de
professores.
Nesse sentido, configura uma política de valorização e desenvolvimento
pessoal-profissional dos professores e das instituições escolares, uma vez que
supõe condições de trabalho propiciadoras da formação contínua dos
professores. Um dos principais desafios da pesquisa colaborativa é o
estabelecimento dos vínculos entre os pesquisadores da universidade e os
professores da escola.
A condição para ser pesquisa-ação crítica é o mergulho na práxis do
grupo social em estudo, de onde se extraem as perspectivas latentes, o oculto,
o não familiar que sustentam as práticas, e as mudanças serão negociadas e
geridas no coletivo. Nesta direção, as pesquisas-ação colaborativas, na maioria
das vezes, assumem também o caráter de criticidade. A pesquisa-ação crítica
considera a voz do sujeito, sua perspectiva, seu sentido, mas não apenas para
registro e posterior interpretação do pesquisador, a voz do sujeito fará parte da
tessitura da metodologia da investigação.
A pesquisa-ação crítica considera a voz do sujeito, sua perspectiva, seu
sentido, mas não apenas para registro e posterior interpretação do
pesquisador, a voz do sujeito fará parte da tessitura da metodologia da
investigação. Neste caso a metodologia não se faz através das etapas de um
método, mas se organiza pelas situações relevantes que emergem do
processo. Daí a ênfase no caráter formativo desta modalidade de pesquisa,
pois o sujeito deve tomar consciência das transformações que vão ocorrendo
em si próprio e no processo.
Analisando os resultados das duas experiências de pesquisa-ação
crítico-colaborativa apreciadas neste texto, é possível se acrescentar algumas
características que permitem melhor configurar o sentido e o significado dessa
abordagem metodológica do ponto de vista teórico-metodológico e do ponto de
vista político-institucional. Quanto ao primeiro:
a) confirma-se a importância da realização de pesquisas-ação crítico-
colaborativas entre a universidade e as escolas como condição fundamental no
processo de desenvolvimento profissional de professores (investimento no
estudo, na análise das práticas pedagógicas e institucionais);
b) nesse processo, é requisito essencial partir das necessidades dos
professores envolvidos e delas evoluir, consensualmente, para objetivos de
pesquisa;
c) a pesquisa-ação crítico-colaborativa apresenta resultados de
alterações das práticas ao longo do processo. Este, no entanto, requer tempo
para se implantar e amadurecer;
d) à medida que os professores se percebem como capazes de analisar,
refletir e alterar suas práticas, eles se fortalecem como pessoas e como
profissionais. No entanto, as dificuldades vivenciadas na Escola Alípio 9 , para
a implantação de um projeto pedagógico coletivo envolvendo os cursos ensino
fundamental e CEFAM, revelam a fragilidade do estatuto de profissionalidade
dos professores da rede pública: estão nas mãos das ‘autoridades de plantão’.
Foi impossível fazer frente às idas e vindas da administração da escola e dos
órgãos centrais;
e) os pesquisadores da universidade não podem (não lhes compete)
alterar o sistema de ensino, a hierarquia, o autoritarismo vigente. Cabe-lhes
fortalecer a profissionalidade dos professores, por meio de explicitação,
registro, reflexão compartilhada, proposição, realização, acompanhamento e
análise de projetos participativos a partir das necessidades dos professores e
da percepção destes pelos pesquisadores. Com isso, possibilitam o
alargamento dos espaços de decisão e de autonomia dos professores frente às
imposições que lhes são impingidas.
Na década de 90 do século XX, a literatura sobre a formação de
professor reflexivo se deslocou de uma perspectiva excessivamente centrada
nos aspectos metodológicos e curriculares para uma perspectiva que leva em
consideração os contextos escolares. As organizações escolares produzem
uma cultura interna que lhes é própria e que exprime os valores e as crenças
que os membros da organização partilham.
Quando nos debruçamos sobre o campo educacional, observamos a
multiplicidade de aspectos que o constituem, exigindo dos estudiosos que dele
se ocupam uma amplitude de horizontes de análise sempre surpreendente.
Com a universalização do ensino prosseguida em grande parte do mundo
ocidental, a partir do final da II Guerra Mundial, e a sua inserção nos
mecanismos de reprodução social, tanto na sua vertente econômica quanto
social e política, novas questões passam a integrar o campo de estudos e de
pesquisas educacionais. Não apenas as políticas de Estado voltadas para
garantir a implementação e o funcionamento dos sistemas nacionais de
Educação se transformam em objeto de estudo, estabelecendo-se, então,
articulações profícuas com o campo da ciência política e da economia, mas se
introduzem novos temas como as diferentes modalidades de Educação, a
questão de gênero, da inclusão social e política de etnias e segmentos sociais
subordinados, a formação de professores que passa a ser abordada de forma
sistemática numa multiplicidade de perspectivas teóricas, inaudita até então.
Procuramos contemplar alguns dos novos problemas que têm sido
objeto de estudo e pesquisa nos últimos anos a apresenta, os princípios da
educação libertária cuja origem remonta ao século XIX, quando começam a se
estruturar de forma mais sistemática as primeiras associações de
trabalhadores lutando por seus direitos, inclusive o de criar instituições
educacionais condizentes com suas aspirações políticas e filosóficas, nas quais
a Educação para a liberdade assume um lugar central.
Embora apresentem uma significativa diversidade de temas e
abordagens, relacionam-se mais diretamente ao campo da formação docente.
O primeiro deles, intitulado Como se posicionam os professores perante a
existência e utilização de jardins zoológicos e parques afins? Resultados de
uma investigação é resultado de uma investigação realizada pelo pesquisador
português António Almeida. O artigo aborda temática de grande interesse para
aqueles que trabalham com a formação docente voltada à Educação
Ambiental. Expõe as contribuições de um estudo que, inserido em investigação
mais ampla, feita em Portugal, pretendeu verificar a incidência de concepções
ambientalistas de teor antropocêntrico, biocêntrico e ecocêntrico em docentes
dos diferentes ciclos de escolaridade e que se envolvem em projetos de
Educação Ambiental. Para tal, foram entrevistados 60 docentes sobre vários
assuntos relacionados com a temática ambiental, entre os quais o dos jardins
zoológicos e parques afins.
Conclui-se que as pesquisas educacionais com ênfase na pesquisa
ação-critica colaborativa é de suma importância para que o pesquisador
cientifico assuma processo de mudança desencadeado anteriormente pelos
sujeitos do grupo. A transformação é solicitada pelo grupo de referência à
equipe de pesquisadores. Pois a pesquisa-ação é uma forma de investigação-
ação que utiliza técnicas de pesquisa consagradas para informar a ação que se
decide tomar para melhorar a prática.
REFERÊNCIAS
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educação. Revista Eletrônica de Educação, São Paulo, v. 1, n. 1, set. 2007.
Disponível em: . Acesso em: 12 abr. 2017.
CONTRERAS, J. Autonomia de professores. S Autonomia de professores ão
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DAL-FARRA, Rossano André; LOPES, Paulo Tadeu Campos. Métodos mistos
de pesquisa em educação: pressupostos teóricos. Nuances: estudos sobre
Educação, Presidente Prudente, v. 24, n. 3, set./dez. 2013. Disponível em: .
Acesso em: 12 abr. 2017.
FEYERABEND, Paul. Contra o método. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1977
FUSARI, J. C. A educação do educador em ser o do educador em ser o do
educador em ser o do educador em serviço. 1988. Disserta o ção
(Mestrado). Pontífice Universidade Católica, São Paulo, 1988.
FLICK, Uwe. Introdução a pesquisa qualitativa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed,
2009.
GATTI, Bernardete Angelina. A construção metodológica da pesquisa em
educação: desafios. RBPAE, Goiânia, v. 28, n. 1, jan./abr. 2012. Disponível
em: . Acesso em: 12 abr. 2017.
GATTI, Bernardete Angelina. Implicações e perspectivas da pesquisa
educacional no Brasil contemporâneo. Cadernos de pesquisa, São Paulo, n.
113, v. 2, jul. 2001. Disponível em: . Acesso em: 12 abr. 2017.
Gorender, J. (1982). Materialismo histórico e método da economia política.
In Marx, K. Para a Crítica da Economia Política. Introdução. São Paulo:
Coleção Os Economistas, Abril Cultural.
NÓVOA, A. Os professores e sua.Os professores e sua formação. Lisboa:
Dom Quixote, 1992
ZEICHNER, K. El maestro como profesional reflexivo. Cuadernos de
pedagogía, v. 220, p. 44-49. 1993.

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