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ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL E PSIQUIATRIA

Saúde Mental
Quadro - Dados gerais da OMS

OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM
Aprender conceitos
Compreender a evolução da psiquiatria
Identificar os momentos históricos da

desinstitucionalização SAÚDE E DOENÇAS MENTAIS

É difícil definir com precisão saúde e doença

mental...DEFINIÇÕES...

Saúde
Saúde Mental ?
- O comportamento de uma pessoa, no geral, pode fornecer pistas de sua saúde
mental.
- Vários componentes, e uma variedade de fatores a influência.
Saúde
A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não consiste apenas
na ausência de doença ou de enfermidade.
A Organização Mundial de Saúde afirma que não existe definição "oficial" de saúde
mental.Diferenças culturais, julgamentos subjetivos, e teorias relacionadas concorrentes
afetam o modo como a "saúde mental" é definida.
Saúde mental é um termo usado para descrever o nível de qualidade de vida cognitiva ou
emocional.
SAÚDE MENTAL
Saúde Mental é estar de bem consigo e com os outros. Aceitar as exigências da vida. Saber
lidar com as boas emoções e também com as desagradáveis: alegria/tristeza;
coragem/medo; amor/ódio; serenidade/raiva; ciúmes; culpa; frustrações.
Reconhecer seus limites e buscar ajuda quando necessário.
Fatores que interagem – Saúde mental dinâmico sempre em mutação
Antigamente, muitas explicações sobrenaturais eram dadas para a doença mental, onde
tratavam-se o doente com métodos mágicos - religiosos, eram exorcizados e queimados.
A história da doença mental, ou loucura, é relatada desde os primórdios da civilização,
onde apessoa considerada anormal era abandonada à sua própria sorte, para morrer de
fome ou porataque de animais
ANÁLISE HISTÓRICO –SOCIAL DA PSIQUIATRIA E DA ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
A necessidade de olhar para a história da psiquiatria como condição fundamental para
sepensar saberes e as práticas no campo da saúde mental.
As visões da loucura durante os tempos:
✓ Antiguidade (período de exprimir a loucura, dado a compreensão mística)

✓ Idade Média (permanecia o fascínio pela loucura e o temor do que parecia


insano)
✓ A Igreja Católica (papel relevante na repressão ao diferente, muitos loucos foram
considerados hereges sujeitos a Santa Inquisição)
IDADE MÉDIA
Problemas para a sociedade: pobres, velhos, inválidos e

loucos Estabelecimentos para os “incapazes”

Trabalho forçado para corrigir o “vício ou

pecado” Controle moral

A Extração da Pedra da Loucura


É uma das obras pictóricas pertencentes à primeira etapa do pintor holandês Hieronymus
Bosch,realizada entre 1475 e 1480, e incluída num conjunto de gravuras satíricas.
Bosch mostra a loucura e a credulidade humanas. O que se representa em A Extracção
da Pedra da Loucura é uma espécie de operação cirúrgica que se realizava durante a
Idade Média, e que segundo os testemunhos escritos sobre ela, consistia na extirpação
de uma pedra que causava a loucura do homem. Acreditava-se que os loucos eram
aqueles que tinham uma pedra na cabeça.
Na obra aparece um falso médico que em vez de um barrete usa um funil na cabeça
(símbolo da estupidez), extrai a pedra da cabeça de um indivíduo que olha em direcção a
quem vê o quadro, ainda que em realidade o que está a extrair é uma flor, uma tulipa. A
sua bolsa de dinheiro é atravessada por um punhal, símbolo do seu delito. É usado como
uma crítica contra os que acreditam estar em posse do saber mas que, afinal, são mais
ignorantes que aqueles a quem pretendem curar da sua «loucura». Um frade e uma
freira estão presentes também na cena; a religiosa tem um livro ferrado em cima da
cabeça: isto pode ser uma espécie de alegoria à superstição e à ignorância, de que se
acusava fortemente o clero. Esta figura feminina pode ser entendida igualmente como
uma bruxa com o livro dos conjuros sobre a cabeça.[1] O frade sustém um cântaro de
vinho. O tema do quadro juntamente com o formato circular em que se realiza poderia
remeter de certo modo a um espelho, e assim parece atirar ao mundo a imagem da sua
própria estupidez ao desejar superá-la deste modo tão errôneo.
RENASCIMENTO – conhecimento científico

Ênfase na ciência

Transferência do poder da igreja e de outros grupos para o governo (rei)


Os serviços passam a ser administrados por especialistas (médicos, farmacêuticos etc.)

Asilos foram reservados apenas aos loucos

RENASCIMENTO – conhecimento científico - Loucos passam a ser objetoda medicina

Internamento passou a ser medida de caráter médico Médico – agente de controle moral

Condutas “terapêuticas” voltadas para a correção de delírios

PRIMEIRAS HIPÓTESES PARA LOUCURA


Hereditariedade
Influência de uma educação corrompida Desregramento no modo de viver

Mau hábito (estilo de vida) Sobrecarga afetiva ou passional

❖ Não eram aceitas causas orgânicas


PRIMEIRAS “TERAPIAS”
Reestruturação de hábitos e estilo de vida

Enquadramento nos padrões éticos

Repressão de desejos
No século XVII houve o reconhecimento da influência psicológica das emoções sobre o
corpo.
Na era do Iluminismo a doença passou a ser explicada mais pela razão, e os aspectos
sobrenaturais perderam a força na influência da explicação da doença;
Os doentes ainda eram excluídos da sociedade e eram aplicados como forma de
tratamento, purgativos e sangrias, eram tratados a chicote e morriam por falta de
cuidados.
No século XVIII, Pinel (1745 – 1826) trouxe um entendimento novo sobre o adoecimento
mental que passou a ser considerado como um distúrbio do sistema nervoso, e então,
recebeua denominação de doença que precisava ser estudada.
Manteve-se a estratégia de exclusão e isolamento do doente e acreditava-se que esse era
um tratamento necessário ao doente mental, porque tinha-se a concepção de que a
família e a sociedade eram estímulos negativos.

O ATO DE PINEL
Libertação dos loucos das correntes Reconhecimento da dignidade humana Introdução

da idéia de curabilidade da loucura Identificação de um mínimo de razão no alienado

INSTITUCIONALIZAÇÃO
Instituição que “cura” – substituição ao modelo científico Médicos encarregados da

assistência
Construção de hospitais e clínicas

SÉCULO XIX - Industrial Urbanização e industrialização Controle sanitário da cidade


Proteção da sociedade – isolamento dos indivíduos que perturbam o sistema social
Retorna a idéia da instituição como espaço de isolamento, não mais de investigação da
medicina
Historicamente é no século XIX que a loucura recebeu seu status de doença mental.
Até esse momento, os loucos eram confundidos com outras vítimas da segregação.

FREUD (1856 – 1939)


A loucura se expressa em linguagem a ser ouvida A loucura possui um sentido a ser

interpretado Ampliou o conceito de cura de Pinel


❖ Não mudou a relação de poder do médico sobre o paciente

Freud, fez uma crítica ao asilo e colocou o homem no centro da atenção psiquiátrica
fazendo a história dos sintomas e do homem, o que resultou na psicanálise.
No século XX, foram significativas as contribuições trazidas pela neuropsiquiatria.

SÉCULO XX – pós-industrial
Maior tolerância aos comportamentos psicopatológicos

Crítica à exclusão psiquiátrica

Em relação à família do doente, nos primórdios da psiquiatria não o acompanhava,


permanecia totalmente alheia e sem participar ou interessar-se pelo “tratamento” que
era oferecido ao seu familiar.

ANÁLISE HISTÓRICO –SOCIAL DA PSIQUIATRIA E DA ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA


• A Psiquiatria no Brasil.
✓ A colonização portuguesa e seus atores.

✓ A loucura espaço livre de estar no Brasil colônia.

✓ A vinda da Família Real Portuguesa.

✓ Os asilos de mendigos e órfãos (Santas Casas de Misericórdia).

✓ Criação do primeiro hospital psiquiátrico como proposta o tratamento

moral (Hospício Pedro II- 1841).


✓ Criação de colônias agrícolas a partir de 1890.

ANÁLISE HISTÓRICO –SOCIAL DA PSIQUIATRIA E DA ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA


✓ Assistência hétero – familiar, experiência ocorrida em Geel na Bélgica com a
tentativade reproduzir no Brasil nos anos 10 e 20.
✓ Conceito de higiene mental era o discurso psiquiátrico nos anos 10, 20 e 30.
✓ As terapias biológicas (eletroconvulsoterapia, lobotomias, e insulinoterapia
constituíram a terapêutica dos anos 40 e 50.

✓ Os medicamentos foram os recursos disponíveis a partir dos anos 50.

ANÁLISE HISTÓRICO –SOCIAL DA PSIQUIATRIA E DA ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA

Histórico da prática de Enfermagem

1- Informalidade

2- Religiosidade

3- Feminilidade

Florence

Nightingale

1- Profissionalismo

2- Modelo de Cuidado

3- Formação de Escolas

ANÁLISE HISTÓRICO –SOCIAL DA PSIQUIATRIA E DA ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA


Ligada historicamente ao discurso hegemônico médico-psiquiátrico.

Modelo Francês Alienista.


Tríade Trágica:
Vigilância, Controle e Punição
Agente perpetuador do espaço manicomial. Pouca ou nenhuma função terapêutica.

REFORMA PSIQUIÁTRICA E INSERÇÃO DO ENFERMEIRO NOS NOVOS SERVIÇOS DE


SAUDEMENTAL
Reforma Psiquiátrica Brasileira.
✓ Movimentos que influenciaram o processo: Psiquiatria Democrática Italiana

Reforma Sanitária Brasileira


✓ Movimentos de trabalhadores em saúde mental – 1978.

✓ Primeira Conferência Nacional de Saúde Mental- 1987

✓ Segunda Conferência Nacional de Saúde Mental –1992

✓ Terceira Conferência Nacional de Saúde Mental - 2001

DESINSTITUCIONALIZAÇÃO

Questão “o social” vem à tona


Estado como responsável pela igualdade para todo
Movimentos contra instituição asilar
Propostas em prol da devolução da dignidade ao enfermo mental Pioneiros: Itália, França,

Inglaterra e EUA.

DESINSTITUCIONALIZAÇÃO
❖ Propostas:

Desospitalização – reduzir a entrada e permanência de pacientes em hospital

psiquiátrico Despsiquiatrização – retirar do médico a exclusividade de assistência

DESINSTITUCIONALIZAÇÃO

❖ Propostas:

Inserir o doente na comunidade Inclusão de serviços alternativos

Inclusão de outros elementos na equipe de saúde Participação da comunidade na

assistência

NO BRASIL...
Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental
Participação da comunidade acadêmica e dos meios de comunicação

Conceitos de tratamento e cura foram novamente discutidos

Profissionais envolvidos: médico, enfermeiro, terapeuta ocupacional e assistente social

NO BRASIL...

Falta de preparo dos profissionais para lidar com a nova realidade de

desinstitucionalização Altas de pacientes seguidas de reinternações

Exclusão do paciente por falta de opção

BRASIL...
“Herança italiana” – a psiquiatria democrática de Baságlia
Conferências em 1979 – críticas de Baságlia ao papel social do psiquiatra

Inserção do doente mental na sociedade

A estigmatização da loucura faz com que o doente perca a sua cidadania, sofra
preconceitos e seja segregado da sociedade.
REFORMA PSIQUIÁTRICA
Início na década de 1970
Teve como marco o projeto de lei do deputado Paulo Delgado (1990)
Participação intensa da mídia

MÍDIA E REFORMA PSIQUIÁTRICA

“Cerca de 850 médicos traçaram uma mudança radical no tratamento dos


doentes mentais, através das chamadas comunidades terapêuticas, que visam substituir
as enfermarias e hospitais psiquiátricos convencionais”
O Estado de S. Paulo (dezembro de 1970)

MÍDIA E A REFORMA PSIQUIÁTRICA


Burocratas na mira
“Ganha força no Brasil um movimento de profissionais de saúde mental pelo fechamento
dos hospícios”
Jornal do Brasil, 1989
MÍDIA E A REFORMA PSIQUIÁTRICA
“Câmara aprova projeto de lei que extingue os hospitais psiquiátricos”.
Folha de S. Paulo (18 de dezembro de 1990)

MÍDIA E A REFORMA PSIQUIÁTRICA

Extinção de manicômios divide psicoterapeutas


“Internar ou não internar, eis a questão. Ela foi trazida às rodas de psiquiatras e
psicanalistas, após a provação, na semana passada, do projeto de lei do deputado Paulo
Delgado, que propõe a extinção progressiva dos manicômios, a proibição da construção
de novos hospitais psiquiátricos públicos e a contratação pelo governo de mais leitos na
rede privada. A ordem é fazer o menor número possível de internações e de reduzir ao
mínimo o tempo de permanência do paciente com crises agudas nos hospitais”
O Estado de S. Paulo,
23 de dezembro de 1990.
MÍDIA E A REFORMA PSIQUIÁTRICA
“Polêmica, a luta antimanicomial encontra opositores entre muitos profissionais e está
desde 1989 sendo discutida no Congresso. Foi nesse ano que o deputado Paulo Delgado
apresentou um projeto de lei prevendo a substituição dos hospitais psiquiátricos por
outro modelo de atendimento”
O Estado de S. Paulo (18 de maio de 1997)

RESUMO

• Descreva brevemente quais as principais características da evolução da


assistência psiquiátrica.
• Como surgiu a desinstitucionalização?
• Que fatores impulsionaram a Reforma Psiquiátrica no Brasil?
● Quais as principais figuras históricas da Reforma Psiquiátrica no Brasil e no
mundo?
Descreva suas contribuições.

INDICAÇÃO DE VÍDEOS

• Profissão Repórter – Saúde Mental – 2016

• Profissão Repórter - Saúde Mental Na Pandemia - 27/04/2021 HD


https://www.youtube.com/watch?v=kJTEZDZobLg

• https://www.youtube.com/watch?v=p9y8q4tvQgw
NBR ENTREVISTA - 26.08.16: Programa convida o Ingrid Quintão, do Conselho Regional
de Psicologia do Distrito Federal, para falar sobre a reforma psiquiátrica no Brasil.

INDICAÇÃO DE FILMES...

A reforma psiquiátrica brasileira foi um movimento social, político e institucional pela


extinção da maneira como pessoas com sofrimento mental eram tratadas nos manicômios.
O sofrimento e morte de milhares de pessoas nos manicômios infelizmente faz parte da
história da saúde mental brasileira.

Os manicômios e as práticas desumanas exercidos dentro deles foram substituídos por


políticas de saúde mental inclusivas, em que o objetivo é promover saúde, cidadania e
inclusão às pessoas com sofrimento mental. No entanto, ainda faz-se necessário resgatar
este pedaço da história manicomial brasileira, para acabarmos não somente com os
prédios, mas com as concepções e práticas que ainda excluem pessoas no contexto da
saúde mental, bem como, evitar retrocessos.

“Desconstruir o manicômio não é só implodir o edifício, é desconstruir as práticas teóricas,


os conceitos, as teorias que fundam o manicômio, que fundam a ideia de doente mental,
a ideia de diferença, de inferioridade e de tudo o mais.”

(Paulo Amarante)

1) Epidemia de Cores (2016)

Dirigido por Mário Eugênio Saretta Poglia, este filme conta histórias de integrantes das
oficinas de arte que acontecem no Hospital Psiquiátrico São Pedro, em Porto Alegre —
importante instituição no cenário manicomial brasileiro. As histórias e experiências nos
emocionam, impactam e fazem rir. Estas oficinas e a maneira de cuidar de pessoas com
sofrimento mental, exemplificam as mudanças que a Reforma Psiquiátrica trouxe. É um
filme sobre promoção de vida, arte e artistas, cuidado e cidadania.

Para assistir: Google Play.

2) Holocausto Brasileiro (2016)

Originado do livro homônimo, este documentário foi produzido pela HBO e dirigido por
Daniela Arbex (autora do livro) e Armando Mendz. O documentário traz relatos de
sobreviventes, funcionários e ex-funcionários do Hospital Colônia, em Barbacena, no
interior de Minas Gerais (MG). Documentário e livro denunciam uma história que não
pode ser esquecida, em que tudo que não deveria acontecer, aconteceu. Em entrevista,
Daniela Arbex disse que “ o livro complementa o filme e o filme complementa o livro, um
não esgota o outro, porque o livro tem personagens que o filme não tem e o filme traz
personagens muito poderosos”.

Curiosidade: As fotos do livro, que também aparecem no documentário, foram feitas por
Luiz Alfredo, quando era jornalista do jornal O Cruzeiro.

Para assistir: Youtube. Ou, na HBO, com transmissões semanais.

2) Olhar de Nise: A psiquiatra das imagens do inconsciente (2015)

Este documentário, dirigido por Jorge Oliveira, traz depoimentos de Nise da Silveira e de
pessoas que trabalharam nos ateliês organizados por ela e protagonizados pelos artistas
residentes no hospital. Há quem prefira este documentário ao filme Nise: Coração da
loucura, pois nesta obra fatos políticos e sociais que determinaram a vida e atuação de
Nise têm mais atenção, dentre eles, uma acusação criminal (na época) de comunista, que
a levou para a prisão.

Curiosidade: As produções destes ateliês, deram origem ao Museu de Imagens do


Inconsciente, no Rio de Janeiro.

4) A loucura entre nós (2015)

Este documentário foi dirigido por Fernanda Vareille, e também foi inspirado em um livro,
homônimo, de Marcelo Veras. Tem como pano de fundo o Hospital Psiquiátrico Juliano
Moreira, em Salvador. Os relatos são de pacientes, ex-pacientes, familiares e profissionais
do hospital. Esta obra me prendeu a atenção pela forma como aborda e problematiza a
linha tênue que existe entre normalidade e loucura, afinal: “Quais os limites da nossa
sanidade? O que nos define como normais?”.

Página oficial: A loucura entre nós

Para assistir: Google Play.

5) Nise: O coração da loucura (2016)

Dirigido por Roberto Berliner, conta sobre o trabalho de Nise da Silveira no Manicômio
Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro. Entendo que o filme caiu na apreciação popular
brasileira em decorrência linguagem usada (mas, não só), tornando-o acessível e,
consequentemente, popular. O filme conta apenas uma parte da história de Nise, que pode
ser complementada com o filme supracitado: Olhar de Nise. Independente de qual dos dois
filmes se tornar o seu preferido, ambos são geniais, nos deixam desconfortáveis e
emocionados.
Curiosidade: Em 2017, o ator Flávio Bauraqui, que interpretou Otávio Ignácio (paciente do
hospital), ganhou o prêmio de melhor ator coadjuvante, no Grande Prêmio do Cinema
Brasileiro.

Para assistir: Netflix ou Google Play.

6) Em nome da razão (1979)

Filme documentário dirigido, ainda na década de 70, por Helvécio Ratton. Em nome da
razão foi gravado dentro do Hospital Colônia, de Barbacena (MG). São pouco mais de 20
minutos de angústia, tristeza e revolta em frente a tela. Não é possível ficar apático diante
da condição de desumanidade dos pacientes. O filme, que impactou e impacta todos que
assistem, é considerado um importante dispositivo para o início das discussões sobre o
contexto de Barbacena e o Movimento da Luta Antimanicomial no Brasil.

Curiosidades: 1) “Porões da loucura” é uma menção ao período ditatorial que o país vivia
naquele momento, em que pessoas era levadas e morriam nos porões dos departamentos
militares. 2) Ratton foi diretor do filme Batismo de sangue, que conta um pedaço da
história da ditadura militar, a partir das experiências dos frades Tito, Frei Betto, Oswaldo,
Fernando e Ivo.

Para assistir: Vimeo.

7) Bicho de sete cabeças (2001)

Filme dirigido por Laís Bodanzky, baseado na autobiografia de Austregésilo Bueno, Canto
dos Malditos, conta a história de um adolescente, com conflitos com pai, pego com um
cigarro de maconha, interpretado como dependente químico e internado em um hospital
psiquiátrico para tratamento. Bicho de sete cabeças denuncia as condições sofridas por
pessoas com dependência química ou sofrimento mental internadas em hospitais
psiquiátricos. Mais que isso, o filme permite analisar como estas instituições que tinham a
proposta de “cura” acabavam agravando o estado de saúde dos pacientes, matando, ou,
ainda, criando doenças que sequer existam antes da internação.

Curiosidade: Bicho de sete cabeça está entre os filmes brasileiros que mais receberam
prêmios.

Para assistir: Youtube.

8) Um estranho no ninho

Baseado em fatos reais, Randle McMurphy, personagem de Jack Nickolson, finge estar
louco para não ter de ir ao trabalho. McMurphy é mandado para um manicômio e lá
conhece os mais terríveis costumes da instituição e as melhores pessoas de sua vida. Não
obstante, faz com que os internos se revoltem às estritas normas da enfermeira-chefe, mas
sofre com as consequências de seu comportamento, sendo mais uma das vítimas do
hospital psiquiátrico.

Uma Mente Brilhante

Baseado em fatos reais, o longa trata da história de John Nash, interpretado por Russell
Crowe, considerado um dos grandes gênios da matemática após ter formulado um
complexo teorema com apenas 21 anos de idade. Conhecido por suas habilidades fora do
comum, começa a trabalhar para o Departamento de Defesa dos Estados Unidos – o início
de seu fim. Representando o sofrimento dos esquizofrênicos, o filme ajuda a entender um
pouco mais sobre a doença e fazer com que repensemos o tratamento dos acometidos por
essa doença.

Estamira
Um olhar problematizador sobre o sofrimento da mulher negra, pobre e periférica, a partir
do caso de Estamira. Para pensar a exploração da mulher no sistema capitalista e as
diferentes violências de gênero contra ela, a loucura e a sanidade, a sociabilidade da
mulher em situação de vulnerabilidade social, é que se pergunta: quem foi Estamira?
Documentário - Saúde Mental e Dignidade Humana

'Saúde Mental e Dignidade Humana', produzido pelo Centro de Memória da OAB, resgata
a história do tratamento dispensado aos doentes mentais pelo sistema judiciário no Brasil.
Traça um panorama histórico da loucura, tanto no exterior quanto no Brasil e apresenta
os projetos de lei que tratam do assunto. Os especialistas também debatem a questão da
inimputabilidade e o problema da prisão perpétua a que alguns doentes são submetidos
por não haver uma ressocialização eficiente dos pacientes.

Dos loucos e das rosas

Produzido pela TV NBR, o documentário que trata sobre transtornos mentais "Dos loucos
e das rosas" é narrado por um artista plástico que mostra o cotidiano de pacientes no
hospital psiquiátrico em Barbacena (MG).

A Casa dos Esquecidos

Em 2012, o programa do SBT Conexão Repórter apresentou o documentário"A Casa dos


Esquecidos". O programa mostra os bastidores de um dos maiores hospícios no País,
localizado em Sorocaba (SP). O programa revela um registro de abandono e violência.
Pessoas eram vítimas de maus-tratos.

PROFª CAROLINA CARVALHO

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