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SAÚDE MENTAL

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Ramo da medicina que estuda, diagnostica e trata doenças mentais

HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA
A psiquiatria ainda está em evolução
Criticas e preconceitos no ramo da psiquiatria (resistência)

Período neolítico (10.000 a.C até cerca de 3.000 a.C)


* Trepanação (tratava meios comportamentais)

Egito (1550 a.C)


Já tinham noção dos males psiquiátricos
(Males mencionados no tratado: depressão e a demência)
*útero e coração

O papiro Ebers, um dos tratados médicos mais antigos de que se tem conhecimento, foi
escrito no antigo egito. O documento, de 20 metros de comprimento, listava formulas má-
gicas e remédios destinados a afastar os demônios causadores de doenças. Entre os ma-
les mencionados, estão a depressão e a demência.

Antiguidade (período da historia, entre os séculos VIII a.C e V d.C)


Na antiguidade pré-clássica, as doenças eram explicadas como resultantes da ação sobre-
natural; a partir de 600 a.C, os filósofos gregos trouxeram a ideia organicista da loucura,
até o começo da Idade Média

Mania (Mavia) ou Manias (Maviai) é a personificação da loucura, da demência, da insani-


dade e do frenesi sagrado, na mitologia grega, geralmente enviada aqueles que não ob-
servam os ritos, para pertubar-lhe o espírito. Compnhaiera de Coalemos, a estupidez, de
Lissa, a fúria e de Anoia a demência.

Deuses (culá/presente)

Hipócrates (460-377 a,C)


Pai da medicina

*Teoria dos Humores (bile amarela, bile negra, sangue, fleuma/flegma)

Sangria (bile exagerada) SANGUE: instável, sentimental


Banho de luz BILE NEGRA: baço—melancólico
(perfeccionista, rancoroso)
Melancolia = depressão BILE AMARELA: fígado—colérico
(enérgico, ‘’guarda raiva’’)
Causas naturais para as doenças mentais*** FLEUMA/flegma: sereno, sensato
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Platão (428-347 a.C)


Teoria das 3 mentes: racional, emotiva, intuitiva (impulso)

Asclepiades (120-40 a.C)


Teoria dos átomos
Tratamento humanizado para os doentes mentais

Contra teoria de Hipócrates

Mudanças compartamentais****

Galeno (129—199)
Reforçou a ideia da ligação da mente e do corpo e a teoria da dos humores

Idade média (sec V— sec XV)


Força do estado
Força da religião (muita punição, castigo)
*retrocesso da ciência em prol da espiritualidade

• Doença mental era vista como responsabilidade do individuo (desagradou/afastou-se a


Deus)
• Para igreja (pecado capital) = preguiça

O que acontecia com pessoas doentes mentais (qualquer coisa diferente do normal)?
 Exílio
 Leprosários
 Castigos físicos
 Navios à deriva
 Desaparecimento
 Inquisição

Paracelso e São Tomas de Aquino foram algns dos pocuos teólogos que atribuíam causas
naturais a doenças mentais

Para Santo Agostinho o que separava o homem do animal era a razão. Aquele que per-
desse a razão seria igual a um animal.

Santas:
• Bibiana
• Dimpna

Os primeiros hospitais mentais (918) foram estabelecidos no mundo árabe, inicial-


mente em Bagdá, atual Iraque, em seguida no Cairo, no Egito, e em Damasco, na Síria.
No entanto, a proliferação de hospícios e a institucionalização em massa só ocorreriam al-
guns séculos mais tarde.
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A primeira instituição mental da Inglaterra, o Bethlem Hospital, é fundado em Lon-


dres (1247). Ficaria conhecida pelo abuso e negligência com que os pacientes eram trata-
dos. Sua reputação era tão ruim que o apelido da instituição, ‘’Bedlam’’ tornou-se sinôni-
mo em inglês de Confusão e Tumulto.
Por um tempo, chegou até a funcionar como zoológico: as pessoas pagavam para visitar o
asilo e zombar dos internos.

* Bethlem Royal Hospital of London (permanece em funcionamento) *hospital psiquiátri-


co mais antigo do mundo

Martelo das Bruxas (1486)


Heinrich Kraemer; James Sprenger

Idade moderna
Iluminismo Renascimento
• organização humana começa a mudar : mercantilismo

A grande internação (1656)


Hospital Geral de Paris (Luis XIV)

PRIMEIRA REVOLUÇÃO PSIQUIÁTRICA (1793)


Alienísta : psiquiatra da época

• grande influencia da Revolução Francesa

Philipe Pinel (1745—1826)


Causas de doenças mentais: tensões sociais e psicoló-
gicas hereditárias; acidentes físicos

‘’Tratamento moral’’

Pinel aboliu tratamentos como sangria, purgações e vesicatórios, em favor de uma terapia
que incluía contato próximo e amigável com o paciente, discussão de dificuldades pessoais
e um programa de atividades dirigidas. Preocupava-se também em que o pessoal auxiliar
recebesse treinamento adequado e que a administração das instituições fosse competen-
te.

Jean-Étienne Dominique Esquirol foi um psiquiatra francês. Entre vários outros notá-
veis trabalhos cunhou o termo ‘’Alucinação’’. Foi Discípulo de Philippe Pinel, sucedendo
seu mestre em 1811 como Chefe do Hospital da Salpetriere em Paris.

‘’no hospício o que cura é o próprio hospício. Por sua estrutura e funcionamento, ele deve
ser um operador de transformações dos indivíduos’’.
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Como Pinel e Esquirol (1772-1840), Guillaume Ferrus foi uma grande força na reforma
dos manicômios no inicio e meados do século XIX na França. Ele fundou La Ferme Sainte-
Anne, que foi um projeto agrícola inovador concebido como terapia de trabalho para paci-
entes mentais.

Johann Christian Reil foi um médico fisiologista, anatomista e psiquiatra alemão.


Ele cunhou o termo PSIQUIATRIA (1808)

É o principal representante da corrente de pensamento filosófica-especulativa. Além des-


ta, havia outras três correntes:
 Ético-religiosa (doença mental como resultado do pecado e da culpa)
 Moralizante (enfermidade mental ligada à vida emocional)
 Romântica (intuição superior a experiencia)

SEGUNDA REVOLUÇÃO PSIQUIATRICA


Emil Kraeplin (1856-1926)
É o grande homem da psiquiatria pesada (psicose e silos)
Grande lição: Há que se aproximar do leito do paciente e observa-lo com um olhar cintifi-
co-natural

Sigmund Freud (1856-1939)


É o grande homem da psiquiatria leve, porem não menos sofrida (neurose e consultórios)
Grande lição: Há que se escutar o paciente e compreende-lo.

———
MÉTODOS QUE UTILIZAVAM PARA ‘’TRATAR’’ doentes mentais:
 Trepanação
 Sangria
 Laxantes
 Vômitos
 Hidroterapia
 Contenção
 Ervas, alcool, cocaína, opio
 Cadeira giratório de Darwin
 Fumegações (histeria)
 Ventosas
 Mesmerismo 1770 (magnestimo animal) * hipnose para o tratamento de cura
 Frenologia 1900 (Franz Gall)
 Vesicatórios
 Extrações (Teoria da inflamação)

SÉC XX
Terapia da malária (1917) Wagner Jauregg
Coma insulínico (1927) Austriaco Manfred Sakel
Eletroconvulsoterapia (1930)
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Anestesia e relaxantes musculares (1950)


Lobotomia—leucotomia pré frontal (1933) Egas Moniz
Lobotomia transorbital—Walter Freeman

TERCEIRA REVOLUÇAÕ PSIQUIATRICA


1950—Clorpromazina
1959—Clomipramina
1960—Benzodiazepínicos
1986—Fluoxetina

Antipsiquiatria—1960
David Cooper é considerado junto com Ronald Laing, Thomas Szasz e Michel Foucault um
dos fundadores do movimento conhecido como Antipsiquiatria.

1960—’’Mito da Doença Mental’’ *Thomas Szasz


O centro das teorias psicossociais posto por Thomas como a ideia de que a concepção de
‘’doença mental’’ originaria da psiquiatria, seria uma concepção falsa e inexistente; algo
que desconsideraria a subjetividade e as experiencias do ser humano.

———-
Doença psiquiátrica hoje:
• Medicação
• Classificação—DSM CID
• Estudo de genoma
• Epigenética
• Mapeamento de circuitos cerebrais
• Identificação de neurotransmissores
• Estimulação transcraniana (ECT)
• Cuidados humanitários
• Psicoterapias

Resumindo:
 Encontramos indícios de tratamento de transtornos mentais desde a pré-história
 Antiguidade clássica foi de grande contribuição para saúde mental, buscando causas
naturais para doenças psiquiátricas
 Na Idade Média prevaleceu o pensamento místico religioso.
 Com a Idade Moderna veio o renascimento da razão e das ciências, retomando a in-
vestigação das causas naturais para as doenças mentais.
 A primeira revolução psiquiátrica veio na época da Revolução Francesa(1789) tendo
como figura principal o francês Philippe Pinel: Libertação das correntes. "Tratamento
moral" . Observação de sintomas.
 Segunda revolução psiquiatrica ( inicio séc XX) com a corrente romântica alemã. Kea-
prelin e Freud. Observação de sinais e sintomas e investigação da história do paciente
,não se restringindo a história da doença.
 Terceira revolução psiquiátrica, neurociências e medicação em meados de 1950.
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Através de todo o PERÍODO COLONIAL, os alienados, os idiotas, os imbecis foram tratados


de acordo com suas posses. Os abastados e relativamente tranquilos, eram tratados em
domicílio e às vezes enviados à Europa

(...). Se agitados punham-nos em algum cômodo separado, soltos ou amarrados, de acor-


do com a intensidade da agitação. Os mentecaptos pobres, tranquilos vagueavam pelas
cidades, aldeias ou pelo campo (...). Os agitados eram recolhidos às cadeias, onde barba-
ramente amarrados e piormente alimentados ,muitos faleceram mais ou menos rapida-
mente (Moreira, 1905, p. 54)

1808—CHEGADA DA FAMILIA REAL AO BRASIL

Primeiro reinado e regências -> Santas Casas de Misericórdia (porto seguro)

1830—Sociedade de Medicina do RJ
Criticas aos maus-tratos a doentes mentais J.M da Cruz Jobim
J.F Sigaud
L.V.De Simoni
1852—Hospício de Dom Pedro II Antônio Luiz da Silva Peixoto
‘’Palácio dos Loucos’’ (1937,primeiro tratado de psiquiatria do Brasil)
Hoje: Palácio Universitário (UFRJ)

Juliano Moreira foi um médico psiquiatra brasileiro, frequentemente considerado como o


fundador da disciplina psiquiátrica e da psicanalise no brasil pelos avanços por ele promo-
vidos. Moreira foi o Primeiro Professor Universitário Brasileiro a citar e incorporar a teoria
psicanalítica no Ensino da Medicina.

Também atuou em outras áreas da medicina, como na dermatologia. Como diretor NO


Hospício Nacional dos Alienados (1903—1930), no RJ mudou a estrutura física do hospital
e estabeleceu novos modelos assistenciais no interior dos hospícios. Criou laboratórios
dentro dos hospitais e introduziu a técnica de punção lombar e do exame cefalorraquidia-
no como diagnostico neurológico (1906). Criou o Manicômio Judiciário em 1911.

Defendeu a ideia de que a origem das doenças mentais se devia a fatores físicos e situaci-
onais, como a falta de higiene e falta de acesso a educação, contrariando um pensamento
racista em voga no meio acadêmico, que atribuía os problemas psicológicos da população
brasileira a miscigenação (eugenia)

*Quando assumiu a direção do Hospício Nacional dos Alienados, no RJ, aboliu o uso de ca-
misas de força, retirou as grades das janelas e separou pacientes adultos de crianças.

REFORMA PSIQUIÁTRICA
Lei n° 10216

* hospital colônia de Barbacena (MG) ‘’Cidade dos Loucos’’


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Logo eu se tornou um centro de tratamento de ‘’loucos’’, foi considerado referencial nacio-


nal no tratamento a transtornos psiquiátrico, ainda na República Velha. Isso fez com que
a instituição fosse amplamente procurada por aqueles que queriam abandonar seus rene-
gados e o local, que tinha capacidade de 200 leitos, ficou superlotado, com amis de 5 mil
pacientes.

‘’ TREM DE DOIDO’’ - um trem que faia viagens sem volta.

LUTA ANTIMANICOMIAL

O médico e psiquiatra Franco Basaglia foi o precursor do movimento de reforma psiquiá-


trica italiano conhecido como Psiquiatra Democrática. No ano de 1961, quando assumiu a
direção do hospital, iniciou diversas mudanças com objetivo de transforma-lo em uma co-
munidade terapêutica. Sua primeira atitude foi melhorar o cuidado técnico aos internos
em Gorizia, além de melhorar também suas condições de hospedaria.

Michel Foucault (1926-1984)

Nise Magalhães da Silveira


Ajudou a escrever e revolucionar a historia da psiquiatria no brasil e no mundo. Ficou co-
nhecida por humanizar o tratamento psiquiátrico e era contrárias as formas agressivas
usadas em sua época como o eletrochoque.
Também foi pioneira na pesquisa das relações emocionais entre pacientes e animais.

No brasil, tal movimento inicia-se no final da década de 70 com a mobilização dos


profissionais de saúde mental e dos familiares de pacientes com transtornos mentais Esse
movimento se inscreve no contexto de redemocratização do pais e na mobilização políti-
co-social que ocorre na época.

Data instaurada em 1987 na cidade de Bauru, durante o


congresso de trabalhadores de serviços de saúde mental

O movimento da reforma psiquiátrica se iniciou no final da década de 70, em pleno pro-


cesso de redemocratização do pais, e em 1987 teve dois amrcos importantes para a esco-
lha do dia que simboliza essa luta, com o Encontro dos trabalhadores da Saúde Mental em
bauru e a I Conferência Nacional de Saúde Mental, em Brasília.

A reforma psiquiátrica brasileira é movimento histórico de caráter político, social e


econômico influenciado pela ideologia de grupos dominantes e tem como proposta central
a desinstitucionalização com consequente descontrução do manicômio e dos paradigmas
que o sustentam.
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Em 1990, o Brasil torna-se signatário da Declaração de Caracas a qual propõe a rees-


truturação da assistência psiquiátrica, e em 2001, é aprovada a Lei Federal 10.216 que
dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e re-
direciona o modelo assistencial em saúde mental

A lei 10.216 foi um projeto do então deputado federal pelo estado de MG em 2001, Pau-
lo Delgado, a respeito dos direitos das pessoas com transtornos mentais, que acabaria
ficando conhecida popularmente como lei da reforma psiquiátrica ou lei antimanico-
mial. A lei foi sancionada pelo Presidente na época, FHC.

A lei antimanicomial marcou o fechamento gradual de manicômios e hospícios no


pais, tornando-se o símbolo maior da reforma psiquiátrica brasileira. Em substitui-
ção aos hospitais psiquiátricos foi criada a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), centrali-
zando a assistência de transtornor mentais graves nos Centros de Atenção Psicossocial
(CAPS)

DESOSPITALIZAÇÃO***
REINSERÇÃO A SOCIEDADE***

INSTRUMENTOS DE ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL SUBSTITIVOS À


HOSPITALIZAÇÃO PSIQUIÁTRICA

 Programa de volta para casa


Reintegração social de pessoas acometidas por transtornos mentais e
com historia de longa internação psiquiátrica. Seus objetivos princi-
pais são assegurar o bem-estar global e estimular o exercício pleno
da cidadania.

 Residências terapêuticas
São casas, locais de moradia, destinadas a pessoas com transtornos mentais que perma-
neceram em longas internações psiquiátricas e impossibilitadas de retornas as suas famí-
lias de origem
8 moradores (ideial); 1 cuidador; auxilio financeiro;
Quem pode se beneficiar?
Portadores de transtornos mentais, egressos de internação psiquiátrica em hospitais ca-
dastrar no SUS, que permanecem no hospital por falta de alternativas que viabilizem sua
reinserção no espaço comunitário.
Egressos de internação em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, em conformi-
dade com decisão judicial (Juízo de Execução Penal.
Pessoas em acompanhamento no CAPS, para as quais o problema da moradia é identifica-
do, por sua equipe de referencia, como especialmente estratégico no seu projeto terapêu-
tico. Aqui se encontram aquelas localidades que, a despeito de não possuírem hospitais
psiquiátricos, frequentemente se defrontam com questões ligadas a falta de espaços resi-
denciais para alguns usuários de serviços de saúde mental.
Moradores de rua com transtornos mentais severos, quando inseridos em projetos tera-
pêuticos especiais acompanhados nos CAPS
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 Caps (Centros de Atenção Psicossocial)


É um espaço de referencia e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos men-
tais, psicoses, neuroses graves e demais quadros, cuja severidade e/ou persistência justi-
fiquem sua permanência num dispositivo de cuidado intensivo, comunitário e promotor da
vida.
Qual o papel dos CAPS na rede de atenção psicossocial? Eles agem como organizadores e
reguladores da assistência como um todo, possibilitando a atuação conjunta e articulada
entre os serviços.
Quando foi formalizado o funcionamento dos CAPS? Teve inicio entre as décadas de 1980
e 1990, mas foi somente em 2002, através da portaria n° 336 do MS, que ele foi formali-
zado, tendo sido seu funcionamento direcionado para áreas físicas especificas de maneira
independente de qualquer estrutura hospitalar.
*Acolhimento universal e diário
*Atendimento individual, em grupos, à família e em oficinas terapêuticas
*Elaboração de um diagnóstico situacional e clínico de cada usuário que acessa o serviço
*Formulação de estratégias de cuidado e/ou do projeto terapêutico, adequados à necessi-
dade de cada usuário
*Agenciamento e encaminhamento dos casos que não sejam compatíveis com o trabalho
de CAPS, mas que requeiram outra modalidade de cuidado
*Visitas domiciliares e atividades comunitárias
*Supervisionar e capacitar as equipes de atenção básica, serviços e programas de saúde
mental no âmbito do seu território e/ou do módulo assistencial, entre outras funções.

*CAPS I; CAPS II (CAPS i II—crianças e adolescentes) (CAPS ad II— pacientes com trans-
tornos decorrentes do uso e dependência de substancias psicoativas); CAPS III

 Centros de convivência
São espaços que promovem atividades em grupos com crianças, adolescentes, adultos e
idosos. São administrados pelo poder público municipal e estão vinculados aos CRAS. En-
tidades sociais também podem administrar estes espaços.
Oficinas de artesanato, música, pintura, reciclagem, letras e comunicação; Palestras; Gru-
pos de teatro; Centro de socialização

 Cersam (Centro de Referencia da Saúde Mental)


Equipes de Saúde Mental em centros de saúde (um em cada regional)
Urgência, crise, acompanhamento multiprofissional *um por regional*
Assim como os CAPS, foram concebido para o atendimento de urgências e crises, privile-
giando os casos mais graves, antes atendidos apenas pelo hospital psiquiátrico

 Consultório de Rua
Modalidade de serviço da atenção primária à saúde, no âmbito da EF, oferecida pelo SUS
para as populações em situação de rua.

 Hospital-dia
É um serviço de internação parcial para pessoas acometidas por transtornos mentais, on-
de passam o dia no Hospital e voltam para casa no final da tarde.
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Assim, podem contar com uma equipe técnica, desenvolvendo diversas atividades tera-
pêuticas, contando com o tratamento medicamentoso e auxilio na sua ressocialização

Hospital Psiquiátrico: Uma instituição necessária


*Ficou fora da rede de saúde mental*

Pacientes clínicos e pacientes psiquiátricos tem comportamento diferente perante agrava-


mento da situação clinica

Leito em hospital geral


X
Leito em hospital psiquiátrico

***falta de leitos psiquiátricos no pais


A consequência direta da politica de redução de leitos foi a desassistência e o abandono
de pacientes e a falta de resolutividade no atendimento psiquiátrico

A FEHOESP acredita na proposta de humanizar e tornar o atendimento à saúde mental in-


tegral, havendo necessidade de internação em casos que o histórico medico assim o exigir
como dependentes químicos, casos de tentativas de suicídio e algumas modalidades de
doenças mentais

**despesas do leito psiquiátrico


O conselho afirma que o valor da diária de manutenção dos leitos é insuficiente para pa-
gar todas as despesas relacionadas ao tratamento.
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Cenário atual:
Interrupção da redução de leitos psiquiátricos do SUS
Reinserção do hospital psiquiátrico na rede de atenção a saúde mental
Aumento do valor da diária inclusive para internações longas (maiores que 90 dias)
Incentivo a comunidades terapêuticas (dependências químicas)
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Hipócrates (460 a.c)


Considerado pai da medicina por ter considerado as doenças como naturais.
Em Corpus Hippocraticum, reuniu suas observações, como o poder curativo da natureza,
os conceitos de homeostase e de síndrome, a importância de os médicos publicarem seu
insucessos e o principio geral de nunca agravar o estado de saúde do paciente.

Elaborou a primeira classificação das doenças mentais:


EPILEPSIA, MANIA, MELANCOLIA (depressão) E PARANÓIA;

Dividiu as personalidades em:


COLÉRICAS, FLEUMÁTICAS, SANGUÍNEAS E MELANCÓLICAS;

Além de verificar as condições materiais de sobrevivência do enfermo, buscava uma histo-


ria detalhada da vida dos pacientes e estudava a relação entre o médico e o paciente.

NEUROSE
Termo proposto em 1769 (alguns afirmam que foi em 1777), pelo médico escocês William
Cullen para definir as doenças nervosas que acarretavam distúrbios da personalidade. Foi
popularizado na França por Philippe Pinel em 1785.
Retomado como conceito por Sigmund Freud a partir de 1893, o termo é empregado para
designar uma doença nervosa cujos sintomas simbolizam um conflito psíquico recalcado,
de origem infantil.

Bénédict Augustin Morel foi um psiquiatra franco-austríaco. Morel foi o primeiro a utili-
zar o termo DÉMENCE PRECOCE que se referia ao que hoje é conhecido como esquizofre-
nia. (perda da cognição)

Amigo do fisiologista Claude Bernard e admirador do trabalho de Charles Darwin sobre a


evolução, Morel buscou explicações para a doença mental na hereditariedade, embora
mais tarde passasse a acreditar que agentes externos como álcool e drogas também po-
deriam afetar o curso da deterioração mental. (Doença genética ou adquirida)

A degeneração (doença) daria lugar a distintas enfermidades mentais: epilepsia, debilida-


de, loucura e, inclusive, comportamento delitivo.
Loucura, crime e degeneração estariam significativamente associados.

Pinel -> observação e registro de sinais e sintomas

Esquirol -> alucinação

Kraepelin -> ‘’psiquiatria classificatória’’ Demência precoce (morel) -> psicose maníaco-
depressiva / demência senial -> paralisia geral * melhorar o prognóstico do paciente
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Paul Eugen Bleuler foi um psiquiatra suíço notável pelas suas contribuições para o en-
tendimento da esquizofrenia, psicoses e autismo

Bleuler, criou o termo ‘’esquizofrenia’’ -> divisão, mente.


Substituindo o termo demência precoce na literatura. Bleuler conceitualizou o termo para
indicar a presença de um cisma entre pensamento, emoção e comportamento nos pacien-
tes afetados.

Karl Theodor Jaspers foi um filósofo e psiquiatra alemão. Estudou medicina e, depois de
trabalhar no hospital psiquiátrico da Universidade de Heidelberg, tornou-se professor de
psicologia da Faculdade de letras.

‘’Qualquer objetificação, seja a formação de escolas, seja a de seitas, é a ruina da filosofi-


a’’. A forte defesa da filosofia e da liberdade foi uma das marcas do pensamento de Karl
jaspers—um dos fundadores do existencialismo.

Uma das principais contribuições de Karl Jaspers para a psiquiatria foi o MÉTODO BIO-
GRÁFICO. Ele consiste basicamente em pedir ao paciente que relate por escrito a sua for-
ma pessoal de perceber seus sintomas. Em outras palavras, o que estava acontecendo
para ele. Isso era novidade e trazia elementos valiosos para compreender o que estava
acontecendo na mente do paciente.

Também postulou a existência de dois tipos de delírio: o primário e o secundário

Kurt Schneider, é juntamente com karl Jaspers, o principal representante da Escola Hei-
delberg, um antecedente importante da fenomenologia e da psicopatologia de natureza
biológica

1. Sintomas de primeiro grau de esquizofrenia


Schneider delimitou a conceitualização da esquizofrenia a partir de uma serie de manifes-
tações denominadas ‘’sintomas de primeira ordem’ e que ajudariam a distinguir esse dis-
túrbio de outros tipos de psicose. É importante ter em mente que, na época, o termo
‘’psicose’’ também se referia a fenômenos como mania.

2. Depressão endógena e reativa


Outra das contribuições mais relevantes de Schneider é a distinção entre dois tipos de de-
pressão: a endógena (que tem origem biológica) e a reativa (associada em maior medida
às alterações psicológicas, principalmente devido a eventos negativos da vida)
Atualmente, a utilidade dessa distinção é altamente questionada, em grande parte por
que se sabe que nas supostas ‘’depressões reativas’’ o funcionamento dos neurotransmis-
sores é alterado, além da ideia de Schneider subjacente a uma concepção dualista de psi-
cologia. No entanto, o termo ‘’depressão endógena’’ permanece popular.

3. Os 10 tipos de psicopatia
Hoje entendemos a psicopatia de maneira semelhante ao transtorno de personalidade an-
ti-social descrito pelos principais manuais de diagnostico.
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Essas ideias devem muito a outra das contribuições de Schneider: sua descrição da psico-
patia com um desvio ambíguo em relação ao comportamento normativo e dos 10 tipos de
psicopatia.

Assim, esse autor criou uma tipologia não sistemática, baseada puramente em suas pró-
prias ideias, diferenciando assim a psicopatia caracterizada por anormalidades no humor e
na atividade, aquelas do tipo inseguro-sensível e inseguro-ananástico, fanático, auto-
assertivo, emocionalmente instável, explosivo, insensível, fraco e astênico.

O registro de admissões no Westo State Hospital, nos EUA no período de 1864-1889, se-
gundo Moul apresentava os seguintes diagnósticos:
 Insanidade moral—preguiça—asma—masturbação crônica—crises epilépticas
 Vícios corruptos—descontrole uterino—varíola—irritação na espinha—luto
 Insolação—vida imoral—loucura—fraqueza intelectual—sedução e desapontamento

Classificações:

CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados a Saú-


de)
Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde (OMS)

É uma das principais ferramentas epidemiológicas do cotidiano médico. Desenvolvida pela


OMS, tem como principal função: monitorar a incidência e prevalência de doenças, atra-
vés de uma padronização universal das doenças, problemas de saúde publica, sinais e sin-
tomas, queixas, causas externas para ferimentos e circunstâncias sociais, apresentando
um panorama amplo da situação em saúde dos países e suas populações.

É utilizado por médicos e outros profissionais de saúde, pesquisadores e gestores em saú-


de, empresas, seguros de saúde e organizações de pacientes, para classificar doenças e
problemas em saúde nos registros em saúde em todo o mundo. Através dessa padroniza-
ção universal, é possível monitorar a incidência e prevalência de doenças e ter um pano-
rama da situação em saúde global.

CID-10
* em 2023 será lançado o CID-11 no BR.
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Classificações:

CID
Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde (OMS)

É uma das principais ferramentas epidemiológicas do cotidiano médico. Desenvolvida pela


OMS, tem como principal função: monitorar a incidência e prevalência de doenças, atra-
vés de uma padronização universal das doenças, problemas de saúde publica, sinais e sin-
tomas, queixas, causas externas para ferimentos e circunstâncias sociais, apresentando
um panorama amplo da situação em saúde dos países e suas populações.

É utilizado por médicos e outros profissionais de saúde, pesquisadores e gestores em saú-


de, empresas, seguros de saúde e organizações de pacientes, para classificar doenças e
problemas em saúde nos registros em saúde em todo o mundo. Através dessa padroniza-
ção universal, é possível monitorar a incidência e prevalência de doenças e ter um pano-
rama da situação em saúde global.

A versão atual é CID-10, lançado em maior de 1990; (14,4 mil códigos)


 em 2023 será lançado o CID-11 no BR. (55 mil códigos)
Necessidade de criar uma nova versão: compreender as afecções comuns na população,
junto a todas as suas especificações, sinais e sintomas, refletindo a realidade da área de
saúde.

Comparada com as versões anteriores, a CID-11 é totalmente digital, tem um novo for-
mato e recursos multilíngues que reduzem a chance de erro.

Compilada com informações de mais de 90 países e envolvimento sem precedentes de


prestadores de serviços de saúde, permitindo a evolução de um sistema imposto aos mé-
dicos para um banco de dados de classificação clinica e terminologia verdadeiramente ca-
pacitador, que atende a uma ampla gama de usos para registrar e relatar estatísticas na
saúde.

Dentre as principais novidades, está a inclusão dos distúrbios associados a games e capí-
tulos inéditos sobre saúde sexual. Outro ponto positivo é a maior quantidade de detalhes
nos códigos relacionados a resistência antimicrobiana.

Gaming disorder: no inicio dos anos 90, quando foi elaborada a primeira CID, o universo
dos jogos virtuais ainda era muito incipiente, sobretudo se compararmos com o momento
atual, quando boa parte dos adolescentes conta com computadores pessoais, tablets,
smartphones e outros gadgets modernos.

Síndrome de burnout: outra doença que está enquadrada na CID 11 e tem forte relação
com o estilo de vida moderno. Ela faz parte de um capitulo muito especifico na classifica-
ção internacional, que é aquele que diz respeito aos problemas gerados e associados ao
emprego ou desemprego.
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V A N E S S A L U D W I G

Essa enfermidade está propositalmente fora do capítulo que trata dos transtornos menti-
as, comportamentais ou do neurodesenvolviemnto, uma vez que, para a OS, trata-se de
uma síndrome conceituada como resultado do estresse crônico no local de trabalho, que
não foi gerenciado de forma adequada.

Caracteriza essa patologia o sentimento de falta de energia, o aumento da distancia men-


tal do serviço, o negativismo relacionado com o trabalho de alguém e a redução da efici-
ência profissional. Vale lembrar que o burnout refere-se apenas aos fenômenos no contex-
to ocupacional e não deve ser aplicado em outras áreas da vida.

Problemas relacionados com


a organização de seu modo
de vida

7 sinais de burnout

Transexualidade: outra mudança muito significativa em relação a CID 10 diz respeito a


transexualidade, que deixou de figurar na lista de doenças mentais e foi reclassificada co-
mo uma ‘’incongruência de gênero’’, em vez de ‘’distúrbios de identidade de gênero’’. Com
isso, ela foi transferida para a categoria de saúde sexual.

De acordo com a OMS, isso aconteceu por que, atualmente, os cientistas e médicos pos-
suem provas suficientes que sugerem que a transexualidade não é um distúrbio mental, e
que essa classificação poderia gerar estigmatização para os indivíduos que se identificam
como transgêneros.

Estresse pós-traumático: outra mudança importante é na quantidade de termos diagnósti-


cos para transtorno do estresse pós-traumático; eles foram reduzidos e simplificados para
permitir um diagnóstico mais fácil.
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Alienação parental: a psicóloga forense Tamara, membro da PASG, criada com objetivo de
incluir o termo Alienação Parental no CID-11 e no DS-5—Manual de Diagnóstico e Estatís-
tico de Transtornos Mentais, explica que é o reconhecimento oficial, internacional da exis-
tência da alienação parental.

*****A CID 6 foi a primeira versão a incluir um capítulo sobre saúde mental (1948)

DSM
Manual diagnostico e estatístico de transtornos mentais
(APA—associação psiquiátrica americana) *exclusivo para a psiquiatria
Criado para definir como é feito o diagnostico de transtornos mentais. Usado por psicoló-
gicos, fonoaudiólogos, médicos e terapeutas ocupacionais -> Usado por todos os profissi-
onais de saúde.,

A edição mais recente foi formulado em 2013, substituindo o DSM 4, que estava em vigor
desde 1994 e havia passado f=por uma pequena adaptação no ano 2000.
Março 2022, o DSM passa por revisão, com poucas alterações, especialmente terminológi-
cas e foi acrescentado o luto prolongado (DSM-5-TR)

As primeiras classificações norte-americanas de transtornos mentais aplicadas em larga


escala tinham objetivo primordialmente estatístico

Em 1840, os EUA fizeram um censo que contava com a categoria ‘’idiotia/loucura’’, procu-
rando registrar a frequência de doenças mentais. Já no censode 1880, elas eram dividas
em sete categorias: mania, melancolia, monomania, paresia, demência, dipsomania
(alcoolismo) e epilepsia.

No inicio do século 20, o exército norte-americano e a Associação de veteranos desenvol-


veram uma das mais completas categorizações para aplicação nos ambulatórios que pres-
tava atendimento aos ex-combatentes.

Em 1948, sob influencia desse instrumento, a OMS inclui pela primeira vez uma sessão
destinada aos transtornos mentais na 6° edição de sua CID

Versões
DSM 1 - foi publicada pela APA em 1953, sendo o primeiro manual de transtornos men-
tais focado na aplicação clinica.
Consistia basicamente, em uma lista de diagnostico categorizados com um glossário que
trazia a descrição clinica e cada categoria diagnostica. Apesar de rudimentar, serviu para
motivas uma serie de revisões sobre questões relacionadas as doenças mentais,

DSM 2— desenvolvido paralelamente à 8° edição da CID, foi publicado em 1968, apre-


sentando discretas alterações na terminologia em relação à versão anterior.

O experimento Rosenham David Rosenham *VAZIO, BAQUE, OCO*


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DSM—3 foi publicada em 1980, trazendo importantes modificação metodológicas e estru-


turais que em parte se mantiveram ate a recente edição. Foi um importante avanço em
termos do diagnostico de transtornos mentais, além de facilitar pesquisas empíricas

Isso porque apresentou um enfoque mais descritivo, com critérios explícitos de diagnosti-
co organizados em um sistema multiaxial, com o objetivo de oferecer ferramentas para
clínicos e pesquisadores, além de facilitar a coleta de dados estatísticos.

Na sequencia, revisões e correções foram promovidas levando a publicação do DSM-3-R,


em 1987.

A proliferação de pesquisas, revisões bibliográficas e testes de campo possibilitaram que,


em 1994, a APA lançasse o DSM-4. Tal evolução do manual representava um aumento
significativo de dados, com a inclusão de diversos novos diagnósticos descritos como cri-
térios mais claros e precisos.

Uma revisão dessa edição foi publicada em 2000 como DSM-4-TR e foi formalmente utili-
zada ate o inicio de 2013.

O DSM-5, oficialmente publicado em 18 de maio de 2013, é a mais recente edição do ma-


nual da APA. Seu objetivo e garantir que a nova classificação com a inclusão reformula-
ção e exclusão de diagnósticos, forneça uma fonte segura e cientificamente embasada pa-
ra aplicação em pesquisa e na pratica clinica.

Foi produzido ao longo de 12 anos por 1.500 experts, entre médicos, psicólogos, assisten-
tes sociais, enfermeiros, consultores, epidemiologistas, estatísticos e neurocientistas.

A versão considerada novos modos de organização dos transtornos e os avanços na neu-


rociência, na genética e nos estudos de imagem do cérebro, O resultado dessas discus-
sões reflete-se na reorganização das 19 principais classes diagnosticas

Essa classificação fornece uma tentativa de separar as doenças mentais em categorias di-
agnosticas com base na descrição dos sintomas—o que dizem e fazem as pessoas como
reflexo do que pensam e sentem—e no curso da doença.
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Por sua vez, a 10° revisão da CID, que foi publicada em 1992, utiliza categorias diagnosti-
cas semelhantes as dos DSM-5. Tal semelhança indica que o diagnostico das doenças
mentais específicas está sendo feito de forma mais consistente e padronizada em todo o
mundo.

Diagnóstico multiaxial
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ENTREVISTA: IDENTIFICAÇÃO, ANAMNESE, EXAME PSÍQUICO, SÚMULA PSICOPATOLÓ-


GICA E HIPÓTESE DIAGNÓSTICA.

IDENTIFICAÇÃO
Nome, idade, estado civil, nome do cônjuge, religião, profissão, telefone/contato, endere-
ço, numero de documento..

ANAMNESE
O termo vem do grego ANA (remontar/construir) e mnesis (memória). Na psiquiatria
anamnese é a evocação voluntária do passado feita pelo paciente, soba orientação do
medico ou do terapeuta.

O roteiro para execução da anamnese psiquiátrica pode sofrer variações, porem na estru-
tura básica constam: a identificação do paciente, o motivo da consulta ou queixa que o
traz ao médico ou terapeuta, a historia da doença atual, a historia pessoal, a historia fa-
miliar, a historia patológica pregressa.

*Perguntas abertas/fechadas.
*Empatia

ESCALA DE AVALIAÇÃO DE HAMILTON


Instrumento avaliativo composto de perguntas direcionadas e em escala para avaliação
diagnostica e evolutiva.
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ENTREVISTA TERAPÊUTICA
De modo geral, o tempo utilizado para entrevista costuma variar muito. Local da entrevis-
ta, dificuldades em estabelecer as hipótese diagnosticas e o plano terapêutico, particulari-
dades do entrevistador, do paciente e da situação.

Setting da entrevista:
Ambiente físico e emocional onde é realizada a avaliação. A privacidade do local permite
ao paciente maior tranquilidade para revelar sentimentos mais íntimos. Sempre que pos-
sível, é importante entrevistar o paciente a sós, mesmo quando acompanhado por familia-
res íntimos, solicitando que estes retornem à sala para acrescentar informações que se
façam necessárias.

É importante ressaltar que muitas vezes não se consegue ter todo o material em uma úni-
ca entrevista.

EXAME DO ESTADO MENTAL / EXAME PSÍQUICO


Ferramenta médica usada para examinar o estado mental do paciente

É feito através da observação no momento da entrevista. (informações realatadas pelo


paciente fazem parte da anamnese)

FUNÇÕES MENTAIS (dalgalarrondo—2000)


Divide as funções psíquicas em consciência, atenção, orientação, vivencias do tempo e do
espaço, sensopercepção, memória, afetividade, vontade e psicomotricidade, pensamento,
juízo de realidade, linguagem.

Descrição física: vestimenta e acessórios, higiene, aspecto físico, par-


ticularidades..
APRESENTAÇÃO Atividade psicomotora e comportamento: atitudes e movimentos ex-
pressivos da fisionomia, gesticulação, postura, capacidade motora e
modo de caminhar..
Atitude para com o entrevistador: cooperativo, submisso, arrogante,
desconfiado, apático, superior, irritado, indiferente, hostil ou bem hu-
morado...
Algumas correntes psiquiátricas dividem a avaliação da consciência
em dois eixos principais:
CONSCIÊNCIA EIXO VERTICAL: diretamente ligado ao status neurológico. O paciente
pode estar vígil, sonolento, em estupor ou em coma.
EIXO HORIZONTAL: relacionado ao campo vivencial. O paciente pode
estar alargado, estreitado ou normal.
Capacidade de autopercepção da doença.
INSIGHT *Preservado
(juízo/crítica) *Parcial
*Perda de insight
Capacidade de compreensão e julgamento dos seus atos.
*Certo/errado
JULGAMENTO *Ético/Não ético
*Moral/Imoral
*Adequado/Inadequado

CURSO: velocidade de pensamento, que pode estar lentificado, normal


ou acelerado.
FORMA: é a maneira como o conteúdo do pensamento é expresso, ou se-
ja, como as frases e ideais se conectam no discurso. Descarrilhamento de
PENSAMENTO ideias, fuga de ideais, tangencial, circunstancial.
CONTEÚDO: avalia a ideia, isto é, o tema do discurso. As perturbações
no conteúdo do pensamento estão associadas a determinadas alterações,
como as obsessões, hipocondrias, fobias e especialmente os delírios.
Capacidade de abstração/pensamento concreto.

Falada, escrita, não verbal.


Sua normalidade e alterações estão intimamente relacionadas ao pensa-
LINGUAGEM mento, pois é pela linguagem que ele passa ao exterior
*Acelerada, pressão de fala, circunstancial, tangencial, prolixa, verborra-
gia, empobrecida, mutismo, mutismo seletivo, ecolalia, dislalia, disastria

AUTOPSÍQUICA: o paciente consegue se identificar (nome, idade, profis-


são, familiares..)
ORIENTAÇÃO ALOPSÍQUICA: o paciente sabe identificar dados fora do eu (temporal—
hora, dia, mês, ano, estação do ano/ espacial—lugar em que se encontra,
cidade onde está, como chegou ao consultório)
É o elo temporal da vida psíquica (passado, presente, futuro)
PERCEPÇÃO: forma como o sujeito percebe os fatos e atitudes em seu
cotidiano e os reconhece psiquicamente
FIXAÇÃO: capacidade de gravar imagens/dados na memória
CONSERVAÇÃO: refere-se ao que é guardado para o resto da vida
MEMÓRIA EVOCAÇÃO: evocar dados fixados
RECONHECIEMNTO: onde e quando determinado fato aconteceu no tem-
po e no espaço
*Muito curto prazo/imediata (ex: pediar a senha do wifi)
*Curto prazo/recente (ex: pedir um suco ao garçom)
*Longo prazo/remota (ex: um jantar com amigos)
*Amnésia retrógrada/ anterógrada/seletiva

Processo psíquico que concentra a atividade mental sobre determinado


ponto. Esforço mental.
ATENÇÃO E VIGILANCIA: consciencia sem foco, difusa e com atenção em tudo ao re-
CONCENTRAÇÃO dor.
TENACIDADE: capacidade de se concentrar num foco
Essas duas funções não pode estar concomitantemente exaltadas
AFETO: é avaliado a partir da analise das emoções do individuo em rela-
ção a sua fala e aos estímulos externos
CONGRUENCIA: avalia se a emoção expressão está congruente com o
conteúdo da fala do paciente
MODULAÇÃO: corresponde a capacidade que o individuo tem de osci-
AFETO E lar/modular suas emoções
HUMOR RESSONÂNCIA: é a capacidade que o individuo tem de reagir de acordo
com o estímulo externo
HUMOR: é o mais superficial e variável do que a afetividade. Mais facil-
mente observável. Alegre, irritável, entristecido, angustiado, neutro...
*Normal (eutímico)
*Exaltado
*Rebaixado
*Lábil (alteração súbita conforme estímulo)
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Percepção do mundo através dos sentidos


Alucinações visuais, auditivas, olfativas, gustativas e/ou táteis
SENSOPERCEPÇÃO *Pseudoalucinação
*Ilusão
*Desrealização
*Despersonalização
Hipocinesia, lentificação psicomotora, catatonia, hipercinesia,
PSICOMOTRICIDADE agitação psicomotora, frangofilia (impulso violento contra obje-
tos), tiques, estereotipias, maneirismos.
É o conjunto de habilidades cognitivas, resultante dos diferen-
tes processos intelectivos, como: raciocínio, planejamento, re-
solução de problemas, pensamento abstrato, compreensão de
ideias complexas, aprendizagem rápida e aprendizagem a partir
INTELIGÊNCIA da experiencia.
Na entrevista psiquiátrica busca-se o padrão de normalida-
de/suficiência. Interessa por exemplo, a autonomia do paciente,
capacidade laborativa, capacidade de compreender e seguir um
tratamento,
Vontade de viver, realizar suas ambições e concluir seus proje-
VOLIÇÃO, IMPULSO E tos. Também diz respeito a realizar atos simples cotidianos por
PRAGMATISMO iniciativa própria.
(capacidade de planejar *Hiperbulia
e realizar atos que le- *Hipobulia
vem a seus objetivos) *Abulia

SÚMULA PSICOPATOLÓGICA
Resumo do exame do estado mental
Mesmos conteúdos em termos técnicos, organizado por itens, paragrafo único.

*Vigil, orientado alo e autopsiquicamente,atento, abordável, cooperativo, apresentação


adequada, comunicativo, discurso fluido e coerente, sem alterações de psicomotricidade,
eutimico, afeto coerente, cognição adequada, julgamento preservado sem alterações de
senso percepção.
*Ou... Exame do estado mental sem alterações dignas de nota...
*Ou... Exame psíquico sem anormalidades...

HIPÓTESE DIAGNÓSTICA
Sindrômico nosológico (CID, DSM)
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DEPRESSÃO MAIOR
Diagnóstico:
DSM-5
• Critérios A - sintomas principais (Cinco ou mais dos seguintes sintomas presentes du-
rante o mesmo período, por pelo menos duas semanas e representam uma mudança
em relação ao funcionamento anterior):
1. Humor deprimido na maior parte do dia , quase todos os dias (tristeza)
2. Acentuada diminuição do interesse ou prazer em quase todas as atividades na maior
parte do dia, quase todos os dias
3. Perda ou ganho de peso significativo sem estar fazendo dieta
4. Insônia (+ comum) ou hipersonia quase todos os dias
5. Agitação (+ comum) ou retardo psicomotor
6. Fadiga ou perda de energia
7. Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (muito comum)
8. Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar , ou indecisão
9. Pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida, tentativa ou planejamento suicida

Características: Irritabilidade, especialmente em crianças e jovens. Raiva, Choro, Prejuízo


da libido (+ comum perda do libido), Angústia, Isolamento dores ou acentuação de sinto-
mas físicos, sensação de vazio, Insegurança, Indecisão, Pessimismo, prejuízo cognitivo.

Especificadores
Episódio único ou recorrente
Leve/ moderada/ grave (incapacidade) com características psicóticas em
remissão parcial/ remissão completa

Outros especificadores; com sintomas ansiosos com características:


Melancólicas
Atípicas
Psicóticas congruentes com o humor (delírio vem de algo negativo e ruim—tristeza)
psicóticas incongruentes com o humor
Com catatonia
Peri parto
Sazonal

• Critérios B - sofrimento significativo ou prejuízo na vida do paciente


• Critérios C- não atribuível à efeitos fisiológicos de uma substância ou outra condição
médica
• Critérios D - a ocorrência do episódio depressivo não é melhor explicada por outra
condição psiquiátrica
• Critérios E - nunca houve episódio maníaco ou hipomaníaco
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DEPRESSÃO PÓS-PARTO
E uma doença que aparece após a gestação e pode surgir até o primeiro ano de vida do
bebe. E caracterizada como um quadro depressivo que envolve o sentimento de tristeza,
pessimismo, diminuição da disposição, tendencia a olhar para as coisas de uma forma ne-
gativa, sem saída, além da falta de vontade de cuidar do bebe ou excesso de proteção,
entre outros. Raramente, a situação pode se complicar e evoluir para uma forma mais
grave, conhecida como psicose pós-parto.

Qual diferença entre uma depressão comum?


Os sintomas são semelhantes, mas a diferença é que a depressão pós-parto, como o no-
me diz, ocorre logo após a gestação, e envolve também o vinculo da mãe com o bebe. Por
vezes, a mulher pode ter dificuldade em cuidar do recém-nascido ou apresentar uma pro-
teção excessiva com ele.

Qual a diferença entre depressão pós-parto e baby blues?


Durante o puerpério, fase pós-parto que dura 40 dias, a mulher experimenta algumas mo-
dificações no corpo, principalmente pela variação hormonal, que apresenta uma queda de-
pois do parto. Neste período, pode surgir o baby blues, que é um momento temporário de
maior sensibilidade, fragilidade, cansaço e que desaparece em algumas semanas.

A grande diferença da depressão pós-parto para o baby blues é o tempo e a intensidade,


tende a desaparecer após umas duas semanas depois do parto. Se passar uns 15 dias e a
mulher ainda apresentar um choro frequente, desanimo, fadiga, tristeza, ausência de pra-
zer e ainda um aumento de intensidade desses sintomas, já é um sinal de alerta.

Quais os níveis de depressão pós-parto?


Pode ser leve, moderada e grave. Nos mais leves e moderados a mulher fica mais sensível
e não há grande comprometimento das atividades dela. Com a medicação e terapia, ela já
apresenta melhora. Nos casos graves, mais raros, podem vir com sintomas psicóticos e
em algumas situações é necessária a internação da mulher. Os principais sintomas de
quadros graves são:
 Delírios
 Alteração do pensamento e julgamento
 Alucinações que podem ser visuais, olfativas ou auditivas (ouvir vozes, por exemplo)
 Vontade extrema de fazer mal ao bebe, a si mesma ou a qualquer pessoa
 Sono perturbado, mesmo quando o bebe está dormindo
 Desconexão com o bebe e pessoas ao redor

DEPRESSÃO SAZONAL
Acontece principalmente durante o período de inverso é conhecida cientificamente como
transtorno afetivo sazonal e causa sintomas como tristeza, sono em excesso, aumento do
apetite e dificuldade de concentração.
Esse transtorno acontece mais em pessoas que vivem em lugar em que o inverno dura
muito tempo, sendo que os sintomas melhorar à medida que a estação muda e a quanti-
dade de luz solar aumenta.
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Possíveis causas
-> Diminuição de substancia do corpo ligadas ao humor e ao sono, como a serotonina e a
melatonina. Essas substancias tendem a reduzir nos períodos em que os dias são mais
curtos e consequentemente há menos exposição à luz solar.
-> Níveis de vitamina D no corpo diminuem, provocando mais sono e sensação de cansa-
ço excessivo.
-> Fatores de risco: pessoas que vivem em locais mais escuros e frios, que trabalham em
lugares mais fechados e escuros e que tem historia pessoal ou familiar de depressão

‘’Transtorno disfórico pré-menstrual’’ TPM

O que causa os distúrbios pré-menstruais?


Os níveis dos hormônios femininos (estrogênio e progesterona) oscilam durante o ciclo
menstrual. Essas variações podem afetar os neurotransmissores—regulam o humor—
serotonina.

Mulheres que sofrem de Síndrome Pré-Menstrual (afeta de 75-80% das mulheres) ou TPM
(afeta de 3-8% das mulheres) são mais sensíveis aos efeitos desses hormônios. Ainda não
está claro o que causa essa sensibilidade. Alguns estudos sugerem que a predisposição
genética contribui.

Sintomas da SPM/TPM: + de 150 sintomas, o que significa que variam muito para cada
mulher. Entre os mais comuns:
Sintomas emocionais ou comportamentais: irritabilidade, depressão, ansiedade, re-
traimento social, dificuldade de concentração, distúrbios do sono, aumento do apetite e
desejo voraz por determinados alimentos.
Sintomas físicos: seios doloridos, inchaço abdominal, dor de cabeça, fadiga, ganho de
peso, dor nos músculos ou articulações
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Instabilidade emocional: alteração de humor extremas ou crises de choro repentinas


Mau-humor extremo: sentir-se muito irritada ou ter mais conflitos com as pessoas ao
redor
Humor deprimido: inclui tristeza, falta de esperança ou pensamentos autodepreciativos
Ansiedade acentuada: também pode vir na forma de tensão ou sensação de estar ‘’à
flor da pele’’.

Inimigos da TPM: Cerca de 45% das mulheres apresentam maior compulsão por do-
ces—principalmente chocolate—na TPM. O chocolate contem substancias de efeito estimu-
lante e antidepressivo, como triptofano, magnésio, cálcio e ferro. Porém, o açúcar e a gor-
dura em excesso pode acabar agravando alguns sintomas da TPM—além de engordarem e
fazerem mal pra saúde como um todo. *sal/café

Aliados da TPM: Dieta equilibrada, exercícios físicos regulares, controle do stress, chás,
massagem relaxante, Yoga, meditação, drenagem linfática, medicações sintomáticas
quando necessário etc, para TPM. Tudo isso, mais antidepressivos, especialmente ISRS, e
possibilidade de tratamento hormonal para TDPM.

INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
 Fobia escolar
 Apego aos pais
 Queda de desempenho escolar
 Isolamento
 Abuso de drogas
 Promiscuidade sexual
 Fuga de casa

Conforme a OMS a depressão é a segunda causa de morte entre jovens na faixa etária
entre 15 e 29 anos, com casos recorrentes de suicídio e automutilação.

IDOSOS
Condição social, perda de cônjuges e pessoas queridas, doença física, abandono,desvalia.
Queixas somáticas variadas e agravamento de questões clínicas. "Pseudodemência"

LUTO X DEPRESSÃO:
Tristeza dirigida
Ondas de tristeza
Capacidade de sentir prazer preservada
Autoestima preservada
Culpa dirigida

Apesar de associada aos jovens, são os idosos que lideram o ranking dos mais afetados
pela depressão. A última pesquisa pelo IBGE (2019), a doença atinge cerca de 13% da
população entre os 60-64 anos de idade
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DISTIMIA—TRANSTORNO DEPRESSIVO PERSISTENTE

Humor deprimido a maior parte do dia, não preenche critérios para episódio depressivo
maior. Mínimo de dois anos de duração
Início geralmente precoce e insidioso. Subtipo com início tardio.
Afeta de 5 a 6% de todas as pessoas. Pode coexistir com o transtorno depressivo maior
Comorbidades como ansiedade e dependência química são comuns

TRANSTORNO BIPOLAR
Diagnóstico:
DSM-5
• Episódio maníaco
A. Humor elevado ,expansível ou irritado. Aumento anormal da atividade e energia com
duração de no mínimo uma semana (ou qualquer duração se necessidade de hospitali-
zação)
B. Sintomas ( 3 ou mais )
• Auto-estima inflada ou grandiosidade
• Redução da necessidade do sono
• Mias loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando
• Fuga de ideias ou experiencia subjetiva de que os pensamentos estão acelerados
• Distraibilidade
• Aumento da atividade dirigida a objetivos ou agitação psicomotora
• Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para consequências dolo-
rosas

Hipersexualidade, hiperreligiosidade, impulso para compras, perda de insight, prejuízo de


julgamento, irritabilidade, arrogância, risco de suicídio, fala acelerada, delírios de grandio-
sidade

C. Prejuízo de funcionamento, necessidade de hospitalização para prevenção de danos ou


características psicóticas
D. Não atribuível à efeitos fisiológicos de uma substância ou outra condição médica

Episódio Hipomaníaco
Mínimo 4 dias de duração, mudança clara no funcionamento que não é característica do
indivíduo assintomático. A mudança do funcionamento é observada por outras pessoas. O
episódio não é suficientemente grave para causar prejuízo acentuado. Não atribuível à
efeitos fisiológicos de uma substância.

Transtorno bipolar tipo I (mania-depressão)


Transtorno bipolar tipo II (hipomania-depressão)

Episódio Misto
Ciclagem rápida—quatro ou mais episódios maníacos no período de um ano.
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Ciclotimia
Vários períodos de sintomas hipomaníacos e sintomas depressivos que não atendem aos
critérios para episódio maníaco ou episódio depressivo maior, por pelo menos dois anos (
ou um ano em crianças e adolescentes)

Incidência e prevalência:
O transtorno depressivo é a doença mental de maior prevalência, correspondendo a cerca
de 20% dos casos, e uma das principais causas de incapacidade laboral e de comprometi-
mento mental, sendo portanto, de grande impacto para a saúde pública devido as suas
implicações sociais, ocupacionais e cognitivas.

*janeiro branco: brasil está entre os países com maior número de casos de depressão e
ansiedade. Dados da OMS relatam que o Brasil é o segundo páis da saméricas com amior
numero de pessoas depressivas, equivalentes a 5,8% da população, atrás dos EUA, com
5,9%.

A pandemia de Covid-19 provocou o aumento global em distúrbios como a depressão e a


ansiedade. É o que revela um estudo publicado no periódico científico The Lancet . Segun-
do a pesquisa, foram 53 milhões de novos casos de depressão e 76 milhões de ansiedade
em 2020. Os números representam altas de 28% e de 26%, respectivamente, no período
analisado. Entre os grupos mais afetados estão as mulheres e os jovens. Países mais atin-
gidos pela pandemia também tiveram os maiores aumentos nos registros desses distúr-
bios.

Cerca de 4% da população adulta mundial sofre de transtorno bipolar e segundo a associ-


ação brasileira de transtorno bipolar (ABTB) essa prevalência vale também para o brasil, o
que representa 6 milhões de pessoas no pais.

Sexo: Transtorno depressivo duas vezes maior em mulheres do que homens . Transtorno
bipolar I tem prevalência igual entre homens e mulheres. Episódios maníacos são mais
comuns em homens e episódios depressivos, em mulheres. Mulheres tem taxa mais alta
de ciclagem rápida. Transtornos de humor não diferem entre as raças

Idade: Início do transtorno bipolar I é mais precoce do que do depressivo maior. Bipolar,
média de 30 anos Depressão , média de 40 anos Dados recentes mostram que a depres-
são está aumentando na faixa etária de 20 anos

Estado civil: Depressão é mais comum em indivíduos sem relacionamentos interpessoais


íntimos, separados ou divorciados. Transtorno bipolar em separados e solteiros (talvez re-
flexo da idade de início e conflitos conjugais)

Fatores socioeconômicos e culturais: Não há relação entre condição sócio econômica


e depressão. Incidência maior de bipolaridade em grupos socioeconômicos mais altos, po-
rém é mais comum nas pessoas que não têm curso superior (idade de início?)

Depressão: áreas rurais (+ depressão) x urbana (+ ansiedade)


SAÚDE MENTAL
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Etiologia
Fatores biológicos, genéticos, psicossociais

TEORIAS BIOLÓGICAS
A teoria que marcou a era moderna da psicofarmacologia na psiquiatria foi a teoria conhe-
cida como ‘’monoaminas da depressão’’, que caracteriza a depressão como uma diminui-
ção dos níveis de monoaminas disponíveis no SNC, como: dopamina, noradrenalina e a
serotonina (principal) . *DEPRESSÃO: serotonina e adrenalina.
-> a aceltilcolina melhora a memoria e está envolvida no aprendizado e no recall
-> a serotonina ajuda a regular o sono, o apetite e o humor e inibe a dor. A pesquisa
apoia a ideia de que algumas pessoas deprimidas reduziram a transmissão de serotonina.
-> a norepinefrina contrai os vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial. Pode de-
sencadear ansiedade e estar envolvido em alguns tipos de depressão. Também parece
ajudar a determinar a motivação e a recompensa.
-> A dopamina é essencial ao movimento, Também influencia a motivação e desempenha
um papel na maneira como uma pessoa percebe a realidade.

GLUTAMATO é o aminoácido mais abundante no sistema nervoso central (SNC) agindo


como neurotransmissor excitatório. Além disso, atua no desenvolvimento neural, na plas-
ticidade sináptica, no aprendizado, na memória e possui papel fundamental no mecanismo
de algumas doenças neurodegenerativas. Envolvido no Transtorno Bipolar e esquizofrenia.

O carbonato de lítio, um conhecido estabilizar de humor usado no tratamento do transtor-


no bipolar, ajuda a prevenir danos aos neurônios no cérebro de ratos expostos a altos ní-
veis de glutamato.

O GABA é o principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central, o que signi-


fica que ele reduz a atividade dos neurônios de várias regiões do cérebro, produzindo sen-
sação de calma e relaxamento, modulando contrações musculares e induzindo o sono.
Serotonina, noradrenalina, GABA e dopamina são os principais neurotransmissor envolvi-
dos no Transtorno Bipolar.

Os especialistas se perguntam há muito tempo por que, se a depressão era principalmen-


te o resultado de baixos níveis de neurotransmissores, as pessoas não se sentiam melhor
assim que os níveis aumentassem. A resposta pode ser que o humor só melhore a medida
que os nervos crescem e formam novas conexões, um processo que leva semanas.

Sobre os medicamentos:
Um fato interessante sobre antidepressivos apoia essa teoria. Esses medicamentos au-
mentam a concentração de mensageiros químicos no cérebro (neurotransmissores)
No entanto, as pessoas normalmente não começam a se sentir melhor por várias semanas
ou mais.

Novos estudos acreditam que as conexões das células nervosas e o funcionamento dos
circuitos nervosos tem um grande impacto na depressão (mais importando que os níveis
de substancias químicas cerebrais especificas)
SAÚDE MENTAL
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SISTEMA LÍMBICO
grupo de estruturas profundas no cérebro que está associado a emoções—raiva, prazer,
tristeza, medo e excitação sexual.

A amigdala faz parte do sistema e é ativada quando uma pessoa


recorda memórias carregadas de emoção, como uma situação as-
sustadora.

A atividade na amígdala é maior quando uma pessoa está triste


ou clinicamente deprimida. Esse aumento de atividade continua
mesmo após a recuperação da depressão.

O tálamo recebe a maioria das informações sensoriais e as


transmite à parte apropriada do córtex cerebral, que dirige
funções de alto nível, como fala, reações comportamentais,
movimento, pensamento e aprendizado.

Algumas pesquisas sugerem que o transtorno bipolar pode


resultar de problemas no tálamo, o que ajuda a vincular a
entrada sensorial a sentimentos agradáveis e desagradáveis.

O hipocampo é uma estrutura do cérebro encaixada profundamente no


lóbulo temporal de cada córtice cerebral. Tem um papel central no pro-
cessamento de memória e lembrança de longo prazo. Regula motiva-
ção, emoção, aprendizado e memória.

Em média, o hipocampo era 9-13% menor em mulheres deprimidas


em comparação com aquelas que não estavam deprimidas. Quanto
mais crises de depressão uma mulher teve, menor o hipocampo.

Em humanos, níveis elevados de cortisol durante a vida predi-


zem atrofia hipocampal e tem sido relacionados à diminuição
hipocampal e aos déficits cognitivos observados em pacientes
deprimidos. Drogas antidepressivas poderiam prevenir a atro-
fia hipocampal nesses indivíduos.

O tratamento crônico com essas drogas aumenta a neurogêne-


se e a expressão do fator neutrófico derivado do cérebro
(BDNF) no hipocampo de ratos. Esta fator neuroprotetor é di-
minuído por exposição ao estresse e sua administração, tanto
periférica como intra-hipocampal, promove efeitos antidepres-
sivos em modelos animais de depressão.
SAÚDE MENTAL
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O estresse e a tristeza profunda desempenham seu papel na causa da depressão, pode


ser um fator-chave aqui, já que os especialistas acreditam que o estresse pode suprimir a
produção de novos neurônios no hipocampo.

Os pesquisadores estão explorando possíveis ligações entre a produção lenta de novos


neurônios no hipocampo e o baixo humor.

Um estudo global investigou o cérebro de 28,3 mil voluntários e descobriu alterações na


espessura da região do córtex cerebral comuns a seis tipos de transtorno psiquiátrico: au-
tismo, depressão, esquizofrenia, transtorno bipolar, TOC e TDAH.

Em geral, o estudo de tecidos biológicos é feito a partir de amostrar do cérebro de doado-


res mortos. Dessa vez, os cientistas conseguiram analisar imagens ao vivo por meio de
exames de ressonância magnética.

Teoria inflamatória
SAÚDE MENTAL
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V A N E S S A L U D W I G

EFEITOS DOS GENES NO HUMOR E NA DEPRESSÃO


Cada parte do corpo é controlada por genes

Os genes produzem proteínas envolvidas em processos biológicos. Ao longo da vida, dife-


rentes genes são ligados e desligados, de modo que—no melhor dos casos– eles produ-
zem as proteínas certas no momento certo.

Metade das pessoas com transtorno bipolar tem um parente com um padrão semelhante
de flutuações de humor.

Estudos de gemes idênticos, compartilham um plano genético, mostram que, se um gê-


meo tem transtorno bipolar o outro tem 60-80% de chance de desenvolver também;

Gêmeos idênticos de pessoas com depressão tem uma chance de 50 a 70% de terem de-
pressão também, em algum momento da vida.

Entre gêmeos fraternos—irmãos biológicos—compartilham apenas metade de seus genes


(20% de chance de desenvolver)

A epigenética é a ciência que busca compreender as mudanças reversíveis na expressão


genica, ou seja, os componentes que podem modificar como os genes são lidos sem alte-
rar a sequencia de nucleotídeos do DNA

Estressores psicossociais**
Como o estresse afeta o corpo
O estresse pode ser definido como uma resposta física automática a qualquer estimulo
que exija que você ajuste a mudança.
SAÚDE MENTAL
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V A N E S S A L U D W I G

Toda ameaça real ou percebida ao seu corpo desencadeia uma casacata de hormônios do
estresse que produz alterações fisiológicas.

A resposta ao estresse começa com um sinal da parte do cérebro conhecida como hipotá-
lamo.

O hipotálamo une a glândula pituitária e as glândulas suprarrenais para formar um trio


conhecido como eixo-hipotálamo-hipófise-adrenal, que governa uma infinidade de ativida-
des hormonais no corpo e também pode desempenhar um papel na depressão

EXAMES COMPLEMENTARES

Há diversas pesquisas no mundo para a criação de testes sanguíneos e de urina que


detectam transtornos mentais

Como funcionam? Identificam no sangue ou urina substancias associadas as doenças.

Transtorno bipolar e esquizofrenia: O teste criado pela Unicamp/Unifesp usa a ressonância


magnética nuclear para identificar marcadores presentes no sangue e associados às duas
doenças

Depressão: uma cadeia de aminoácidos (BCAAs) foi relacionada ao surgimento da doença


em estudo recém-publicado por pesquisadores austríacos. Os cientistas acreditam que po-
derá ser um indicador da enfermidade.

Outro trabalho levantou marcadores em amostras de urina. A medição das substancias


ajudou na diferenciação entre depressão e transtorno bipolar.

TRATAMENTO

• Medicação
• Psicoterapias
• ECT
• Estimulação transcraniana
• Estímulo a bons hábitos de vida
• Acupuntura—homeopatia

CVV: centro de valorização da vida (número 188) -> deve-se ligar quanto estiver com in-
tenção suicida.
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MEDO E ANSIEDADE ADAPTATIVOS; principais transtornos de ansiedade:

TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA (TAG)


TRANSTORNO DE PÂNICO
AGORAFOBIA
FOBIA SIMPLES
FOBIA SOCIAL

TOC (transtorno obsessivo compulsivo), TEPT (transtorno de estresse pós-traumático) e


transtornos ligados a impulsos, embora gerem muita ansiedade, são classificados em ca-
pítulos específicos.

Transtornos de ansiedade são os transtornos mentais mais comumente diagnosticados no


mundo.

O tipo mais comum de transtornos de ansiedade são as Fobias Específicas. Isto é, até
20% da população pode ser diagnosticada com este transtorno ao longo da vida. Também
são comuns os Transtornos de Ansiedade Social (cerca de 7%) e o Transtorno de Ansieda-
de Generalizada (cerca de 10%).

De acordo com a OMS, cera de 18,6 milhões de brasileiros possuem algum transtorno de
ansiedade, o que significa que 9,3% da população encontra-se nessa condição.

Cabe salientar que, atualmente, o brasil lidera o ranking de acometidos pela doença.

*PANDEMIA DE COVID (desencadeou aumento de 25% na prevalência de ansiedade e de-


pressão em todo o mundo); Incertezas, medo, a doença, isolamento social, solidão, insta-
bilidade profissional, problemas financeiros, dificuldade de acesso a serviços de saúde,
inequalidade social, síndrome pós UTI.

Hipóteses: inflamatório, hipóxia, alterações vasculares, hipótese de lesão direta


(descartada pelo comportamento e outros coronavírus e autópsias)

Hipótese mais plausível: desregulação imunológica sistêmica refletindo em inflamação do


SNC (lesão indireta)

ETIOLOGIA:
Processos inflamatórios;
Neurotransmissores;
Fatores genéticos;
Fatores psicossociais;
Teorias psicológicas (psicanalítica, comportamental existencial).
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PROCESSOS INFLAMATÓRIOS
Envolvendo várias citocinas.
Estudos não mostram dados tão consistentes quanto na depressão.

Citocinas são substâncias necessárias para a resposta inflamatória.


É um termo genérico empregado para designar um extenso grupo de moléculas envolvi-
das na emissão de sinais entre as células durante o desencadeamento das respostas imu-
nes. Constituem um grupo de fatores extra-celulares que podem ser produzidos por diver-
sas células, como: monócitos, macrófagos, linfócitos e outras que não sejam linfoides.
No entanto, a produção exagerada de citocinas pró-inflamatórias a partir da lesão pode
manifestar-se sistemicamente com instabilidade hemodinâmica ou distúrbios metabólicos.

As principais citocinas pró-inflamatórias são IL-1, IL-2, IL-12, IL-18, IFN-y e TNF-α

NOREPINEFRINA
Desregulação com aumento da atividade
Agonistas adrenérgicos podem provocar crise de pânico em humanos.
Metabólitos da noradrenalina são encontrados em níveis elevados no liquido
cérebro-espinhal e urina de portadores de pânico

GLUTAMATO
O aumento da atividade glutamatérgica, é um potente mecanismo de
toxicidade neuronal, e também pode interferir na função de outros neu-
rotransmissores envolvidos com os transtornos de ansiedade e TOC.

ÁCIDO GAMA-AMINOBUTÍRICO—GABA
Evidencias através dos benzodiazepínicos, que aumentam atividade no
receptor GABA A (funcionamento dos receptores GABA na ansiedade
não foi ainda diretamente demonstrado)

SEROTONINA
Agonistas de serotonina podem controlar a ansiedade.
Estimulantes e alucinógenos com efeito serotonérgico podem gerar crises
de ansiedade aguda e crônica. Níveis mais baixos de 5HT em transtornos
de pânico.

DOPAMINA
Um grupo de pesquisadores do centro RIKEN de ciências do cérebro,
no japão, descobriu que a dopamina é responsável por garantir que os
ratos parem de ter medo quando não há mais nada a temer. A desco-
berta poderá ajudar no tratamento de alguns distúrbios psiquiátricos,
como o transtorno de ansiedade.
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APLYSIA—Eric Kandel (modelo de estudo de neurotransmissores com o caramujo mari-


nho aplysia californica)

NEUROPEPTÍDEO Y—efeito regulatório sobre sistemas de CRH e norepinefrina. Estudos


com soldados de operações especiais.

GALANINA—neuropeptídeo, funções fisiológicas e comportamentais, coo aprendiza-


gem/memória, controle da dor, ingestão de alimento, controle neuroendócrino, regulação
cardiovascular e ansiedade.

ESTUDO DE IMAGENS CEREBRAIS


TC, RM, PET, ,SPECT, EEG

Aumento de ventrículos cerebrais, alteração em lobo temporal direito no transtorno de pâ-


nico, achados anormais no hemisfério direito cerebral (assimetria), anormalidades no cór-
tex frontal occipital e temporal. Atividade aumentada da amígdala.

ESTUDOS GENÉTICOS
O transtorno de ansiedade está relacionado a pelo menos seis variantes genéticas do
DNA, segunda uma pesquisa publicada no periódico científico American Journal of Psychia-
try. O estudo realizado nos EUA analisou dados de 200.000 norte-americanos e apontou
genes que interferem no desenvolvimento da doença.

**ansiedade pode passar de pai para filho e não só por causa dos genes**
• atitudes dos pais ansioso e superprotetores afetam de forma significativa o comporta-
mento dos filhos.

FATORES PSICOSSOCIAIS

HORMÔNIO LIBERADOR DE CORTICOTROFINA (CRH)


Importante mediador da resposta de estresse.
Aumento do CRH no stress, ativando eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal com liberação
de CORTISOL e desidroepiandrosterona. Inibição de funções neurovegetativas, como ali-
mentação, atividade sexual, programas endócrinos para crescimento e reprodução.

EIXO HIPOTÁLAMO—HIPÓFISE-SUPRA-RENAL (cortisol)

ESTRESSE: aumento de síntese e liberação de cortisol. Energia, aumento


de alerta, vigilância atenção focada e formação de memória.

Inibe crescimento, sistema reprodutivo e resposta imune.


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CORTISOL
Secreção excessiva e contínua: hipertensão, osteoporose, imunossupressão, resistência à
insulina, dislipidemia, distúrbios de coagulação, aterosclerose, doença cardiovascular.
(Alterações demonstrada em TEPT)

TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA (TAG)

Critérios diagnósticos—DSM 5
A. Ansiedade e preocupação excessiva, na maior parte do dias por pelo menos seis me-
ses, com diversos eventos ou atividades.
B. O individuo considera difícil controlar a preocupação
C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com três ou mais dos seguintes sinto-
mas, na maioria dos dias nos últimos 6 meses (ou um, para crianças)
1. Inquietação ou sensação de nervos à flor da pele
2. Faticabilidade
3. Dificuldade em concentração ou sensação de brancos
4. Irritabilidade
5. Tensão muscular
6. Perturbação do sono
D. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos, causam prejuízo significativo no
funcionamento social, profissional ou outras áreas importantes da vida do indivíduo.
E. Perturbação não se deve a efeito fisiológico no funcionamento social, profissional ou ou-
tras áreas importantes da vida do indivíduo. Perturbação não se deve a efeito fisiológico
de uma substância ou outra condição médica.
F. A perturbação não é mais bem explicado por outro transtorno mental.

Manifestações periféricas de ansiedade:


Diarreia, vertigem, hiperidrose, rubor facial, reflexos aumentados, palpitação, dilatação da
pupila, blefarospasmo, inquietação física, síncope, taquicardia, formigamento das extremi-
dades, tremores, perturbação estomacal, hesitação ou urgência urinária....

PREVALÊNCIA
Mais comum em mulheres do que em homens. Aproximadamente 9% da população. Mias
comum em indivíduos de descendência europeia do que não europeus e mais comum em
países desenvolvidos.

Quando se analisa os fatores de risco, observa=se aior prevalência do TAG em determina-


dos grupos, como mulheres, pessoas com mais idade, indivíduos com menor quantidade
de anos de estudo, pessoas de baixa renda, fumantes, etilistas e aqueles que apresentam
comorbidades crônicas.

3,6% dos homens apresentam o problema, no caso das mulheres o número dobra, che-
gando a 7,7%.
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A maior incidência no sexo feminino se deve a vários motivos. Para a mulher existe a rea-
lidade da dupla jornada de trabalho, a maternidade, a vulnerabilidade social, as mudanças
hormonais e também as particularidades do sistema neurológico. (Homens: subdiagnosti-
cados?)
TRANSTORNO DE PÂNICO

Critérios diagnósticos—DSM 5
A. Ataques de pânico recorrentes e inesperados. Surto abrupto de medo intenso ou des-
conforto intenso que alcança um pico em minutos e inclui quatro ou mais dos seguin-
tes sintomas:
1. Palpitações, coração acelerado, taquicardia
2. Sudorese
3. Tremores ou abalos
4. Sensação de falta de ar ou sufocamento
5. Sensação de asfixia
6. Dor ou desconforto torácico
7. Náusea ou desconforto abdominal
8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio
9. Calafrios ou ondas de calor
10. Parestesia(anestesia ou formigamento)
11. Desrealização ou despersonalização
12. Medo de perder o controle ou enlouquecer
13. Medo de morrer
B. Pelo menos um dos ataques foi seguido de um mês ou mais de uma ou ambas as ca-
racterísticas:
1. Apreensão ou preocupação persistente sobre novos ataques de pânico ou suas
consequências
2. Mudança desadaptativa no comportamento relacionada aos ataques
C. A condição não é consequência dos efeitos psicológicos de uma substância ou outra
condição médica
D. A perturbação não é mais bem explicado por outro transtorno mental

As crises podem ocorrer em qualquer lugar, contexto ou momento, inclusive durante o so-
no. Duração variável, em média de 15 a 30 minutos. Perfeccionismo é uma característica
pessoal relacionada a maior risco de síndrome de pânico.

Epidemiologia
1 a 4% da população Mulheres três vezes mais do que homens, mas em homens pode ser
subdiagnosticado. Sem diferença significativa entre raças. Um fator social identificado é o
histórico recente de separação conjugal. Idade média de início 25 anos, mas pode se de-
senvolver em qualquer idade, inclusive crianças e adolescentes

AGORAFOBIA
Medo ou ansiedade em relação a lugares dos quais a fuga ou ajuda possa ser difícil. Ter-
mo criado em 1871, derivado das palavras gregas agora e fobhos.
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Critérios diagnósticos—DSM 5
A. Medo ou ansiedade marcantes acerca de duas oumais das cinco situações:
1. Transporte público
2. Espaço aberto
3. Espaço fechado
4. Filas ou multidão
5. Sair de casa sozinho
B. O medo se deve à pensamentos de que pode ser difícil escapar ou não haverá auxílio
no caso de sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes ou constrangedo-
res.
C. As situações agorafóbicas quase sempre provocam medo ou ansiedade.
D. São ativamente evitadas, requerem companhia ou são suportadas com intenso medo
ou ansiedade.
E .O sentimento é desproporcional ao perigo real e ao contexto sóciocultural
F. Persistente, geralmente durando mais de 6 meses
G. Causa sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento
H. Se há outra condição médica, o medo, ansiedade ou esquiva é claramente excessivo
I. Não é mais bem explicado por sintomas de outro transtorno mental

Epidemiologia
Prevalência controversa, variando entre 2 e 6% entre os estudos. Controvérsia principal-
mente devido à conceituação de agorafobia e transtorno do pânico. Estudos mostram que
três quartos dos pacientes com agorafobia cursam também com transtorno de pânico,
mas esse dado é questionado. Em muitos casos, o início da agorafobia seguese a um
acontecimento traumático.

FOBIA ESPECÍFICA
• Cinofobia
• Deimos
• Phobos

FOBIAS:
Tipo animal: Sapo: batracofobia / Barata: catsaridafobia / Aranha: aracnofobia
Tipo ambiente natural (mar): talassofobia
Tipo sangue/injeção/ferimento: aiquimofobia
Tipo situacional: aerofobia
Dinheiro: crematofobia
Hexakosioihexekontahexafobia
Medo de palavras grandes: hipopotomonstrosequipedaliofobia

Critérios diagnósticos—DSM 5
A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de um objeto ou situação. Em crianças pode ser
expresso por choro, raiva, imobilidade ou comportamento de agarrar-se.
B. O objeto ou situação fóbica quase invariavelmente provoca uma resposta imediata de
medo ou ansiedade
C. É ativamente evitado ou suportado com intensa ansiedade ou sofrimento
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D . Medo ou ansiedade desproporcional em relação ao perigo real e ao contexto sociocul-


tural.
E. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente com duração mínima de 6 meses
F. Causa sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento
G. Não é mas bem explicado por sintomas de outro transtorno mental

Epidemiologia
20% da população. Mais prevalente em mulheres, a não ser para o tipo san-
gue/injeção/ferimento. Este subtipo juntamente com o ambiental iniciam mais cedo , en-
tre 5 a 9 anos de idade.
Idade de início bimodal, pico na infância para fobias de animais, ambiente natural e san-
gue injeção ferimento. Pico no início da idade adulta para outras fobias, como a situacio-
nal. Pesquisas de curso prejudicadas pela baixa procura a tratamento. Acreditase que as
fobias da infância permaneçam na vida adulta e o curso seja estável e não flutuante

FOBIA SOCIAL
Critérios diagnósticos—DSM—5
A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em que o in-
divíduo é exposto a possível avaliação por outras pessoas:
1. Interações sociais conversar com pessoas, encontrar pessoas não familiares
2. Ser observado
3. Situações de desempenho perante os outros
4. Em crianças, a ansiedade deve ocorrer em contextos que envolvam seus pares,
não apenas adultos.
B. O indivíduo teme agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade que serão avalia-
dos negativamente (será humilhante ou constrangedor ou desagradará aos outros)
C. As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade. Em crianças pode ser
expresso com choro ,ataques de raiva, imobilidade, comportamento de agarrarse, enco-
lher-se ou fracassando em falar em situações sociais.
D. As situações sociais são evitadas ou suportadas com intenso medo ou ansiedade.
E. Desproporcional a ameaça real e ao contexto sociocultural.
F. Medo, ansiedade ou esquiva persistente, mais de 6 meses
G. Causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento
H. Não são efeitos fisiológicos de uma substância ou outra situação médica
I. Não é mais bem explicado por outro transtorno mental
J. Se existe outra condição médica (doença de Parkinson, obesidade, desfiguração por
queimaduras ou ferimentos), o medo, ansiedade ou esquiva é claramente não relacionado
ou é excessivo.

ESPECIFICADOR ‘’somente desempenho’’


Se o medo está restrito a fala ou desempenho em público

Epidemiologia
3 A 13%. (7%) Em estudos epidemiológicos as mulheres são mais afetadas, em amostras
clínicas é o contrário. A idade de pico para o transtorno de ansiedade social é a adolescên-
cia, com grande variação ( 5 a 35 anos ).
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Traz grande prejuízo social e acadêmico por iniciar geralmente no início da adolescência.
Tendência à cronicidade, porém para os indivíduos em remissão a tendência é permanecer
bem.

RESUMINDO:

 TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA também conhecido como TAG, ca-


racterizado pela presença de preocupações gerais e tensão física e mental ; preocupa-
ções variadas e crônicas, efeitos físicos de curto e longo prazo

 TRANSTORNO DE PÂNICO caracterizado por crises de medos intensos de morrer,


adoecer ou enlouquecer, com sintomas físicos agudos; crises paroxísticas de medo,
incluindo sintomas físicos e mentais. Pode acontecer com ou sem evento estressante
prévio, inclusive no meio da noite.

 AGORAFOBIA, caracterizada por desconforto intenso em lugares específicos, onde o


indivíduo julgue que não há rotas de fuga, socorro ou ajuda seria difícil.

 TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL, também conhecido como fobia social, ca-


racterizado por desconforto em ser o centro das atenções de outros; Medo intenso
acerca de situações de exposição social (pode ser específico para apresentações públi-
cas)

 FOBIAS ESPECÍFICAS, também conhecidas como fobias simples, caracterizado por


medos específicos (animais, altura, avião, sangue, dentre outros). Constante ao longo
do tempo.

Tratamento
MEDICAÇÃO:
 Anti-depressivos (especialmente tricíclicos e inibidores seletivos de recaptação de
serotonina)
 Benzodiazepínicos para fase aguda e crises antipsicóticos de segunda geração
(como respiridona e quetiapina)
 Estabilizadores (como valproato)
 Psicoterapias (pânico, fobia específica e social - TCC Tag - diversas)
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TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO (TOC)


Está relacionado a problemas de comunicação entre as partes do cérebro que traduzem
informações em pensamentos e ações, incluindo o córtex orbitofrontal, núcleo caudado,
giro cingulado e os gânglios basais.

Estudos com SPECT demonstram maior perfusão (atividade) nos


lobos frontais, núcleo caudado, gânglios da base e giro do cíngulo.

Estudos com TC e RM encontraram núcleos caudados bilateralmen-


te menores em pacientes com TOC
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 Desregulação de SEROTONINA é comprovada em vários estudos sobre TOC, embora


não bem esclarecida.
 Anti-depressivos com função serotoninérgica atuam melhor em TOC do que antide-
pressivos que implicam em outros sistemas de neurotransmissores
 O papel da NORADRENALINA não é bem estabelecido.

GENÉTICA
Familiares de portadores de TOC apresentam um risco três a cinco vezes maior de expres-
sar a doença, embora fatores culturais e comportamentais também possam estar envolvi-
dos. Há mais histórico familiares de tiques e transtornos motores.
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CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS

DSM-5
A. presença de obsessões, compulsões ou ambas
Obsessão
1. Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que são vivenciados co-
mo intrusivos e indesejados e que causam acentuada ansiedade ou sofrimento
2. O individuo tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos impulsos ou imagens ou neu-
tralizá-los com algum outro pensamento ou ação
Compulsão
1. Comportamentos repetitivos ou atos mentais que o individuo se sente compelido a
executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser rigida-
mente aplicadas
2. Os comportamentos ou os atos mentais visam prevenir ou reduzir a ansiedade ou so-
frimento ou evitar algum evento ou situação temida, entretanto, esses comportamen-
tos ou atos mentais não tem uma conexão realista com o que visam neutralizar ou evi-
tar ou são claramente excessivos
B. As obsessões ou compulsões tomam tempo (mais de uma hora por dia) ou causam so-
frimento clinicamente significativo, ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou
em áreas importantes na vida do individuo.
C. Os sintomas obsessivo-compulsivos não se devem aos efeitos fisiológicos de uma subs-
tância, medicamento ou condição médica.
D. A perturbação não é mais bem explicado por sintomas de outro transtorno mental

Especificadores:
Com insight bom ou razoável
Com insight pobre
Com insight ausente/crenças delirantes
*Relacionados a tiques

Padrões de sintomas: heterogêneo; podem se sobrepor e mudar com o tempo

Contaminação: o padrão mais comum é a obsessão de contaminação, seguida de lava-


gem ou evitação compulsiva do objeto que se presume contaminado.

O objeto de medo costuma ser difícil de evitar (fezes, urina, pó, germes). O indivduo pode
chegar a machucar as mãos de tanto lavar ou não conseguir sair de casa por temer os
germes. Além da ansiedade, vergonha e nojo podem estar presentes. Costuma haver a
crença de que a contaminação se espalha de objeto para objeto ou de pessoa para pessoa
com mínimo contato.

Dúvida patológica: o segundo padrão mais comum é uma obsessão de dúvida, seguida
por uma compulsão de verificação. A obsessão implica riscos de violência, como ser rou-
bado por não ter trancado a porta. A verificação envolve múltiplas viagens para conferen-
cia. Culpa geralmente está presente.
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Pensamentos intrusivos: terceiro padrão amis comum, pensamentos obsessivos intrusi-


vos sem uma compulsão.

O conteúdo costuma ser algo repreensível para o paciente, como agressão ou conteúdo
sexual. Pode haver busca da polícia ou de um padre para confissão. Ideias de suicídio
também podem acontecer e precisam ser diferenciadas de ideação real.

Comorbidades ao longo da vida: depressão, fobia social, tiques, abuso de alcool, ansi-
edade generalizada, fobia especifica, pânico, transtornos alimentares e transtorno de per-
sonalidade obsessivo-compulsiva.

Epidemiologia: 2-3% da população. Prevalência se mantém nas diferentes culturas. Mais


brancos diagnosticados que negros, mais solteiros do que casados. Quarto diagnóstico
mais comum (fobias, dependência química, depressão)

Entre adultos, não há diferença entre os sexos. Em adolescentes, os meninos são mais
afetados e apresentam sintomas mais cedo (média 19 anos e as meninas 22 anos). Para
grande maioria dos casos os sintomas começam antes dos 25 anos, podendo acontecer
inclusive na infância.

50% inicio súbito. Pode ser após evento estressante, como gestação ou luto. Pode demo-
rar entre 5 a 10 nãos para busca de ajuda médica. 20-30% apresentam grande melhora,
40-50% melhora moderada e 20-40% continuam doentes ou pioram. Conteúdo das ob-
sessões não relacionado ao prognóstico.

Quando não é tratado, tende a ocorrer um agravamento progressivo dos sintomas, provo-
cando até a incapacitação do paciente. A OMS afirma que o TOC é um dos transtornos psi-
quiátricos mais incapacitantes.
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TRATAMENTO
MEDICAÇÃO + PSICOTERAPIA

Medicação: antidepressivos especialmente clomipramina (tricíclico) e ISRS


Psicoterapia: especialmente terapia cognitivo comportamental

TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL


Preocupação com um ou mais defeitos inexistentes ou sutis da aparência causa forte an-
gustia ou prejudica a capacidade funcional.

Foco obsessivo em um defeito que a pessoa considera ter na própria aparência. O defeito
pode ser pequeno ou imaginado. Mas a pessoa pode passar horas por dia tentando corri-
gi-lo. A pessoa pode experimentar muitos procedimentos estéticos ou se exercitar em ex-
cesso.

O rosto ou a cabeça costuma ser os principais motivos de preocupação, mas ele pode es-
tar relacionado a qualquer outra parte ou varias partes do corpo, pode mudar de uma par-
te do corpo para outra.

É possível que a pessoa esteja preocupada com supostos defeitos, como queda de cabelo,
acne, rugas, cicatrizes, cor da pele ou excesso de pelo facial ou corporal. Uma pessoa
também pode concentrar-se na forma ou no tamanho de uma parte do corpo, como o na-
riz, os olhos, as orelhas, a boca, os seios, as pernas ou as nádegas.

Alguns homens com constituição física normal, ou até mesmo atlética, sentem-se franzi-
nos e tentam obsessivamente aumentar o peso e os músculos.

É possível que a pessoa descreva as partes do corpo de que não gosta como feias, pouco
atraentes, deformadas, medonhas ou monstruosas.

Indivíduos com esse transtorno costumam examinar sua aparência no espelho com fre-
quência, compará-la constantemente com a dos outros e evitar situações sociais ou fotos.

Epidemiologia: O transtorno começa durante a adolescência e possivelmente ocorre com


um pouco mais de frequência em mulheres Aproximadamente 2-3% das pessoas apresen-
tam o transtorno.

Sintomas: podem surgir de maneira gradativa ou súbita, variar de intensidade e costu-


mam persistir se não forem adequadamente tratados.

Tratamento: antidepressivos (inibidores seletivos de recaptação da serotonina ou clomi-


pramina) e terapia cognitivo comportamental
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TRANSTORNO DE ACUMULAÇÃO
A pessoa tem muita dificuldade me descartar ou se desfazer de posses, fazendo com que
os objetos se acumulem, desorganizando áreas de convívio, impossibilitando seu uso.

Acumuladores geralmente dão inicio a esse habito para suprir uma necessidade emocio-
nal. Começam coletando pequenos objetos como alguém que inicia uma coleção. Com o
tempo, a coleção se transforma em acumulação e eles não conseguem amis parar ou não
desejam faze-lo.

Um colecionador tende a organizar os objetos racionalmente, respeita sensatamente o es-


paço, os valores e as possibilidades praticas de aquisição.

Os acumuladores compulsivos, por sua vez, são incapazes de organizar o seu espaço de
convivência, perdem o autocontrole sobre adquirir ou se desfazer das coisas.

Risco de acidentes, incêndio, doenças (fungos, ratos, baratas, pulgas, acros, parasitas em
geral)

Tratamento: antidepressivos especialmente ISRS e terapia cognitivo-comportamental


adaptada ao tratamento dos sintomas de acumulações específicos também pode ser útil.
Por exemplo, essa terapia se concentra em ajudar os pacientes a descartar tens, se abster
de adquirir coisas novas (se a aquisição excessiva é um problema) e melhorar sua capaci-
dade de tomar decisões

TRICOTILOMANIA
Arrancar fios de cabelo normalmente começa um pouco antes ou depois da puberdade.

Epidemiologia: Em um determinado ponto no tempo, cerca de 1-2% das pessoas tem o


transtorno. Cerca de 90% dos adultos com tricotilomania são mulheres

A doença normalmente é causada por acumulo de estresse ou atividades sedentárias, du-


rante as quais as mãos estão livres. Porem essas são apenas associações e ainda não se
sabe qual é a causa real da tricotilomania. Pesquisas ainda estão sendo efetuadas com
fins de descobrir mais sobre esse distúrbio.

Uma variedade dos comportamentos (rituais) pode acompanhar o arrancar de cabelo. Os


pacientes podem procurar meticulosamente um determinado tipo de cabelo para arrancar;
eles podem tentar assegurar que os fios de cabelo sejam arrancados de uma forma espe-
cifica. Eles podem enrolar o cabelo entre os dedos, puxar os fios entre os dentes, ou mor-
der o cabelo depois de arrancado. Muitos pacientes engolem os fios de cabelo
(tricobezoares—acúmulos de fios de cabelo engolidos que ficam presos no estomago) que
raramente levam a complicações clinicas ou cirúrgicas (obstrução ou perfuração gástrica)
e que podem exigir intervenção.
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Para alguns pacientes, essa atividade é relativamente automática (sem plena consciência)
outros estão mais conscientes da atividade. Arrancar cabelo não é desencadeado por ob-
sessões ou preocupações com a aparência, mas pode ser precedido por uma sensação de
tensão ou ansiedade que é aliviada ao arrancar fios de cabelo, o que é muitas vezes se-
guido por uma sensação de gratificação.

Pacientes repetidamente puxam ou arrancam cabelos por razoes não cosméticas. Mais co-
mumente, eles arrancam fios de cabelo do couro cabeludo, sobrancelhas e/ou pálpebras,
mas qualquer pelo do corpo pode ser arrancado. Os locais em que os fios de cabelo são
arrancados podem mudar ao longo do tempo.

Diagnostico: clinico
1. retirada de fios de cabelo ou pelos
2. Tentativa de parar o comportamento sem sucesso
3. Angustia, ansiedade e sensações negativas como culpa e vergonha

Tratamento: Medicação (n-acetilcisteína); antidepressivos estabilizadores, psicoterapia


(terapia cognitivo-comportamental para reversão de hábitos)

TRANSTORNO DE ESCORIAÇÃO
Escoriar a pele geralmente começa na adolescência, embora possa iniciar em varias ida-
des.

Epidemiologia: em um determinado ponto no tempo, cerca de 1-2% das pessoas tem o


transtorno. Cerca de 75% delas são mulheres.

Pacientes com dermatotilexomania causam escoriações ou arranham a pele por razoes


não cosméticas (não para remover uma lesão que eles acham pouco atraente ou possivel-
mente carcinógena) Alguns pacientes causam escoriações na pele saudável; outros em
lesões menores como calos, espinhas ou crostas.

Alguns pacientes causam escoriações na pele quase que automaticamente (sem plena
consciência) outros estão mais conscientes da atividade. A escoriação não é desencadeada
por obsessões ou preocupação com a aparência, mas pode ser precedida por uma sensa-
ção de tensão ou ansiedade que é aliviada ao escoriar a pele, o que muitas vezes também
é acompanhado por uma sensação de gratificação.

DERMATOTILEXOMANIA
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Diagnóstico: critérios clínicos


Para correspondem aos critérios diagnósticos da dermatilomania, os pacientes precisam:
1. causar lesões cutâneas visíveis (embora alguns pacientes tentem camuflar as lesões
com roupas ou maquiagens)
2. Fazer tentativas repetidas de parar de cutucar a pele
3. Experimentar sofrimento significativo ou prejuízo da atividade
O sofrimento pode conter sentimentos de constrangimento ou vergonha (ex: por causa da
perda do autocontrole ou das consequências estéticas das lesões cutâneas)

Tratamento: Medicação (n-acetilcisteína); antidepressivos estabilizadores, psicoterapia


(terapia cognitivo-comportamental em geral, focada em reversão de hábitos)

TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO

Epidemiologia: 8% da população em geral, até 15% se considerarmos formas subclíni-


cas. 10% em mulheres, 4% em homens. Vietnã (30% dos homens desenvolveram TEPT
completo e 22,5% parcial—guerras)

Inicio em qualquer idade, mas especialmente adultos jovens. Historicamente, em homens


o trauma principal é de combate. Em mulheres, agressão e estupro. Qualquer um pode
ser afetado, mas especialmente pessoas solitárias.

Etiologia: por definição, um estressor é o fator causal principal no desenvolvimento do


TEPT; Mas não é causa suficiente. Fatores biológicos, pessoais e psicossociais preexisten-
tes devem ser considerados, assim como eventos antes e depois do trauma.

Considera-se que 60% dos homens e 50% das mulheres possam experimentar algum
trauma significativo ao longo da vida, enquanto a prevalência geral do TEPT é de 8%.

Por outro lado, eventos menos traumáticos podem gerar TEPT em algumas pessoas

SISTEMA NORADRENÉRGICO
Alterações agudas: aumento de pressão, sudorese, rubor, tremores, palpitação, flashback,
sintomas crônicos
Estudos: metabólitos aumentados na urina de indivíduos com TEPT

Hiperestimulação do sistema opioide e do eixo hipotálamo-hipófise-supra-renal são apon-


tados por estudos (cortisol)

Estudos com animais demonstram redução do hipocampo e anormalidades na amigdala


cerebral

Amigdala (estrutura envolvida no conteúdo emocional das nossas memorias) apresenta


uma hiperexcitação. É ela quem aviso o nosso cérebro sobre um perigo. Desse modo, o
fato de ter vivenciado uma situação traumática faz com que considere qualquer evento
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como um risco. Dai a sensação de medo constante.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS—DSM-5

A. Exposição a episodio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violência sexual em


uma ou mais das seguintes formas.
1. Vivenciar diretamente o evento traumático
2. Testemunhar pessoalmente o evento traumático ocorrido com outras pessoas
3. Saber que um evento muito violento ou acidental ocorreu com familiar ou amigo próxi-
mo
4. Ser exposto de forma repetida ou extrema a detalhes aversivo do evento traumático
(socorristas, policiais)

B. Presença de um ou mais dos seguintes sintomas intrusivos associados ao evento trau-


mático, começando depois de sua ocorrência.
1. Lembrança intrusiva, angustiante, recorrente e involuntária do evento traumático
2. Sonhos angustiantes e recorrentes relacionadas ao evento traumático.
3. Reações dissociativas, como flashbacks
4. Sofrimento intenso ou prolongado ante a exposição a sinais internos ou externos que
simbolizam ou se assemelham a algum aspecto do evento traumático
5. Reações fisiológicas a sinais internos ou externos que simbolizem ou se assemelham a
algum aspecto do evento traumático

C. Evitação persistente de estímulos associados ao evento traumático


1. Evitação ou esforços para evitar recordações, pensamentos ou sentimentos relaciona-
dos ao evento
2. Evitação ou esforços para evitar lembranças externas que despertem recordações rela-
cionadas ao evento

D. Alterações negativas na cognição e no humor associadas ao evento (duas ou mais)


1. Incapacidade de recordar algum aspecto importante do evento traumático (por amnésia
dissociativa, e não TCE, álcool ou drogas)
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2. Crenças ou expectativas negativas, persistentes e exageradas a respeito de si mesmo,


dos outros e do mundo.
3. Cognições distorcidas persistentes a respeito da causa ou das consequências do evento
levando o individuo a culpar a si mesmo ou aos outros.
4. Estado emocional negativo persistente (medo, pavor, raiva, culpa, vergonha)
5. Redução de interesse ou participação em atividades significativas
6. Sentimento de distanciamento e alienação em relação aos outros
7. Incapacidade persistente de sentir emoções positivas

E. Alterações marcantes na excitação e reatividade associada ao evento traumático (2 ou


mais):
1. Comportamento irritadiço e surtos de raiva
2. Comportamento imprudente ou auto destrutivo
3. Hipervigilância
4. Resposta ao sobressalto exagerada
5. Problemas de concentração
6. Perturbação do sono

F. A perturbação dura mais de um mês (critérios B,C,D,E)


G. A perturbação causa sofrimento clinicamente significativo e prejuízo social profissional
ou em outras áreas importantes da vida do individuo.
H. Não se deve a efeitos fisiológicos de uma substancia ou condição médica

Subtipos: Com sintomas dissociativos


1. Despersonalização
2. Desrealização

Especificador: Com expressão tardia—preenche critérios seis meses depois do evento,


embora possam ocorrer manifestações iniciais imediatas.

Tratamento: medicação (ISRS), psicoterapia (TCC), EMDR, tratar comorbidades

TRANSTORNO DO ESTRESSE AGUDO OU REAÇÃO AGUDA AO ESTRESSE

Os sintomas do TEA e TEPT são semelhantes e geralmente envolvem uma combinação de


sintomas intrusivos (ex: reviver o evento), sintomas de esquiva, efeitos negativos sobre a
cognição e/ou humor (ex: entorpecimento emocional), excitação e/ou reatividade alterada
e sintomas dissociativos.

TEA costuma começar logo após o trauma e dura 3 dias a 1 mês


TEPT dura >1 mês e pode ser uma continuação do TEA ou pode se manifestar até 6 me-
ses após o trauma

Tratar com ISRSs e as vezes com antiadrenérgicos e psicoterapia de suporte e/ou terapia
de exposição.
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TRANSTORNO DE ADAPTAÇÃO

Epidemiologia: 2-8% da população em geral, mais prevalente em mulheres, especial-


mente solteiras. Em crianças e adolescentes não há distinção entre sexo. Pode ocorrer em
qualquer idade, mas é mais frequente em adolescentes.

Desencadeantes comuns entre os adolescentes são problemas escolares, rejeição, divórcio


parental e abuso de substancias.

Em adultos, problemas conjugais/divórcio, problemas financeiros e mudança para um no-


vo ambiente

Bastante comum em pacientes hospitalizados por problemas clínicos ou cirúrgicos (5%)

Etiologia: precipitado por um ou mais estressores. A reação envolve uma complexidade


de fatores, incluindo idade, contexto pessoal, duração, reversibilidade, ambiente, fatores
culturais, crenças pessoais, associação de mais um de estressor.

O estressor pode ser único ou múltiplo. Algumas vezes pode acontecer no contexto de um
grupo ou comunidade, como um desastre (natural ou não), ou em perseguição racial, so-
cial ou religiosa.

Doença física do individuo ou entes queridos, perda/mudança de emprego, mudança de


local de moradia, luto, casamento/divórcio, não atingir objetivos, saída de casa do ultimo
filho, aposentadoria, mudança de escola, sair de casa.

Pode ser um estressor recorrente, como dificuldade sazonal no trabalho ou continuo, co-
mo doença crônica.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS—DSM-5

A. Desenvolvimento de sintomas emocionais ou comportamentais em resposta a um es-


tressor ou estressores identificáveis ocorrendo dentro de 3 meses do inicio do estres-
sor ou estressores.

B. Sintomas ou comportamentos clinicamente significativos:


1. Sofrimento intenso desproporcional a gravidade do estressor considerando-se o con-
texto cultural e os fatores que poderiam influenciar a gravidade e apresentação de sin-
tomas
2. Prejuízo significativo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas impor-
tantes da vida do individuo.

C. Não satisfaz os critérios de outro transtorno mental e não é meramente uma exacerba-
ção de um transtorno mental pré-existente.

D. Sintomas não representam luto normal.


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E. Uma vez que o estressor ou suas consequências tenham cedido, os sintomas não per-
sistem por mais de 6 meses.

Subtipos:
Com humor deprimido
Com ansiedade
Com misto de ansiedade e depressão
Com perturbação da conduta
Com perturbação mista das emoções e de conduta
Não especificado

Tratamento: medicação, psicoterapia (TCC, intervenção em crise), tratamento de comor-


bidades

Prognostico geralmente favorável. Com tratamento a maioria dos pacientes retornam ao


nível de funcionamento anterior em 3 meses. Adolescentes costumam demorar mais tem-
po, especialmente se houver comorbidades.
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ANTIPSICÓTICOS
1952—clorpormazina

TÍPICOS
PRIMEIRA GERAÇÃO (antagonistas de receptor de dopamina)

-> os antipsicóticos típicos (‘’convencionais’’) controlam efetivamente os sintomas


‘’positivos’’, como: alucinações, delírios e confusão da esquizofrenia. Exemplos:

Clorpromazina (Thorazine) Haloperidol (Haldol) Mesoridazina (Serentil) Perfenazina


(Trilafon) Flufenazina (Proxlixina) Tioridazina (Melleril) Thiothixene (Navane) Trifluoperazi-
na (Stelazine) Sulpirida( Equilid) Amissulprida (socian)

• Haloperidol.(Haldol) 1 mg, 5mg, gotas, injetável, decanoato (5-15mg)


• Clorpromazina (Amplictil) - 25mg, 100mg,gotas, injetável (25-600mg)
• Levomepromazina (Neozine) - 25mg-100mg, gotas,injetável (25-600mg)
• Tioridazina (Melleril)-10mg, 25mg, 50mg, 100mg, 200mg retard, gotas (25_600mg)

ATÍPICOS
SEGUNDA GERAÇÃO (agonistas de serotonina e dopamina)
TERCEIRA GERAÇÃO (multimodais)

-> os antipsicóticos atípicos (‘’’ de nova geração’’) tratam os sintomas positivos e negati-
vos da esquizofrenia, frequentemente com menos efeitos colaterais. Exemplos:

Aripiprazol (Abilify, Aristada) Asenapina (Saphris) Brexpiprazol (Rexulti) Cariprazina


(Vraylar) Clozapina (Clozaril, FazaClo) loperidona (Fanapt) Lurasidona (Latuda) Olanzapi-
na (Zyprexa) Paliperidona (Invega) Quetiapina (Seroquel) Risperidona (Risperdal) Ziprasi-
dona (Geodon)

• Risperidona (Risperdal)- 1mg, 2mg, 3mg, solução oral (1-8mg)


• Olanzapina(Zyprexa)- 2,5mg 5mg 10mg, injetável (5-10mg)
• Quetiapina( Seroquel)-25mg 50mg (LP), 100mg, 200mg(LP300mg(LP) (25-800mg)
• Aripiprazol(Abilify)-10mg, 15mg,20mg,30mg, solução oral,gotas. (2-30mg)
• Brexpiprazol (Rexulti) - 0,5mg,1mg, 2mg (0,5-2mg)
• Zuclopentixol(Clopixol) 10mg, 25mg injetável accuphase (50mg/ml) e Depot
(200mg/ml)
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CLOZAPINA
Primeiro medicamento antipsicótico de segunda geração. Eficaz em até cinquenta por cen-
to das pessoas que não respondem a outros medicamentos antipsicóticos. Contudo, a clo-
zapina pode ter efeitos colaterais sérios, como convulsões ou a supressão potencialmente
fatal da atividade da medula óssea (que inclui a produção das células do sangue).

Pacientes que tomam clozapina, devem realizar contagem semanal dos leucócitos, pelo
menos durante os primeiros seis meses, para que se possa interromper a administração
da clozapina na primeira indicação de que o número de leucócitos está diminuindo.

EFEITOS COLATERAIS DE ANTIPSICOTICOS


Acatisia, síndrome neuroléptica maligna (SNM), delirium, hipotermia, hiperprolactinemia,
discinesia tardia (DT), alterações endócrinas (amenorréia, aumento de peso, disfunção se-
xual), sialorréia, hipotensão postural , blefarospasmo, e outros.

Antipsicóticos típicos apresentam maior incidência de efeitos extrapiramidais, e


os atípicos ,maior incidência de efeitos anticolinergicos.

EFEITOS COLATERAIS EXTRAPIRAMIDAIS:


 ACATISIA
 PARKINSONISMO
 DISTONIA
 DISCINESIA TARDIA

Redução de dose
BIPERIDENO 2MG, - 8MG, INJETÁVEL, AMANTADINA (MANTIDAN) 100mg propranol, ate-
nolol, DIAZEPAM 10Mg, clonazepam0,5- 2mg, mirtazapina (7,5mgsubdose)

Mais opções:
Asenapina - adesivo
Risperidona subcutânea
Paliperidona IM semestral
Olanzapina+semidorphan

Em pesquisa: Ulotaront, Xanomelina, Cariprasina, Primavanserina, Roluperidona,


BI425809, Luvadaxistat.

ANTIDEPRESSIVOS
Os antidepressivos funcionam aumentando as concentrações de serotonina, noradrenalina
e/ou dopamina entre os neurônios (sinapses). Deste modo aumentam a excitação nas vi-
as cerebrais cujos neurônios utilizam estes neurotransmissores em atividades relaciona-
das com o bem-estar emocional.

 liberação medicamentosa ocorre na FENDA SINÁPTICA


 (então não adianta dosar no sangue)
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AGOMELATINA
Agonista potente dos receptores da melatonina e antagonista dos receptores da serotoni-
na-2C. Valdoxan 25mg

A vortioxetina é uma medicação antidepressiva multimodal, que age em sete neurotrans-


missores cerebrais, sendo um deles a dopamina. Devido a isso, apresenta efeito diferenci-
ado em relação aos demais fármacos da mesma classe. Brintellix 5mg 10mg 15mg
20mg.

A trazodona existe em nova versão, com maior potencial antidepressivo e menor predis-
posição a sonolência/letargia. Inseris XR 150mg e 300mg

Cuidados com IMAOs: Alimentos ricos em tiramida não devem ser consumidos em ex-
cesso por pessoas que usam medicamentos inibidores da MAO, também conhecidos como
IMAOs ou inibidores da mono-amino oxidase, pois pode ocorrer enxaqueca ou aumento da
pressão arterial.

A tiramina é um derivado do aminoácido tirosina, e participa da produção de catecolami-


nas, neurotransmissores que atuam no controle da pressão arterial. Altos níveis de tirosi-
na no organismo fazem com que a pressão sanguínea aumente, sendo perigoso especial-
mente para pessoas que têm hipertensão.

A tiramina está presente em alimentos como carnes, frango, peixes, queijos e frutas, sen-
do encontrada em maiores quantidades em alimentos fermentados e envelhecidos.

Os principais alimentos ricos em tiramina são: Bebidas: cerveja, vinho tinto, xerez e ver-
mute; Pães: feitos com extratos de fermento ou com queijos e carnes envelhecidos, e
pães caseiros ou ricos em fermento; Queijos envelhecidos e processados: cheddar, queijo
azul, pastas de queijo, suíço, gouda, gorgonzola, parmesão, romano, feta e brie; Frutas:
casca de banana, frutas secas e frutas muito maduras; Vegetais: feijão-verde, fava, repo-
lho fermentado, lentilha, chucrute; Carnes: carnes envelhecidas, carne seca ou curada,
peixe seco, curado ou em molho de pickles, fígado, extratos de carne, salame, bacon,
peperoni, presunto, defumados; Outros: levedura de cerveja, caldos com fermento, mo-
lhos industrializados, bolachas com queijo, pastas de fermento, molho de soja, extratos
de fermento.

Alimentos que possuem quantidades moderadas de tiramida são: Bebidas: caldos, licor
destilado, vinho tinto leve, vinho branco e vinho do Porto; Pães comerciais sem fermento
ou com baixo teor de fermento; Iogurte e produtos lácteos não pasteurizados; Frutas:
abacate, framboesa, ameixa vermelha; Vegetais: vagem chinesa, espinafre, amendoim;
Carnes: ovas de peixe e patês de carne. Além desses, alimentos como café, chás, refrige-
rantes à base de cola e chocolates também possuem níveis moderados de tiramida.

Doses: Amitriptilina 25-150mg (75); Clomipramina 25-150mg (75); Sertralina 25-200mg


(100); Fluoxetina 10-80mg (20); Citalopram 20-60 (20); Escitalopram 10-30mg (10)
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Venlafaxina 37,5-150mg (75)


Duloxetina 30-120mg (60)
Fesvenlafaxina 50-100mg (50)
Bupropiona 150-300mg (150)
Trazodona 50-300mg (150-300)

Otimizando.. Seltorexant Dextrometrorfan+bupropiona Brexanolone - injetável(depressão


pós parto) Esmethadone Psilocibina-ayuasca (iniciando estudos no Canadá)

Algumas indicações: são utilizados para várias condições, dentro e fora da psiquiatria
Depressão -qualquer um !

 Transtorno bipolar-bupropiona, trazodona ( e ISRS ) são mais seguros.(guidelines não


indicam antidepressivos)
 Transtornos de ansiedade-ISRS, inibidores de dupla recaptação, tricíclicos.
 TOC- Clomipramina, ISRS, inibidores de dupla recaptação

Tempo de tratamento: depende da quantidade de episódios.

BENZODIAZEPÍNICOS
Os benzodiazepínicos constituem o grupo de psicotrópicos mais comumente utilizados na
prática clínica devido as suas quatro atividades principais: ansiolítica, hipnótica, anticon-
vulsivante, relaxante muscular

Os principais efeitos desses medicamentos são a redução da ansiedade e da agressão, se-


dação e indução do sono, redução da tensão muscular e coordenação da ação anticonvul-
sivantes. Seus efeitos colaterais podem ser problemas de memória, tontura, a diminuição
de atividade psicomotora e dificuldade de concentração

O mecanismo de ação se dá pelo aumento de transmissão do ácido gama amino butírico


(GABA), que é o principal neurotransmissor inibitório cerebral. Pode provocar alterações
cognitivas ao longo do tempo.

Os BZDs ligam-se á proteínas plasmáticas, como a albumina, favorecendo seu depósito no


tecido adiposo. E por serem altamente lipossolúveis, esses medicamentos conseguem pe-
netrar facilmente no SNC, comparando-se com drogas ilícitas, como a maconha, cocaína e
heroína. O que explica o seu abuso e consequentemente sua dependência (GONÇALVES,
2012)

Duração ultra-curta (menos de 6 horas) (hipnóticos)


 Triazolam: Pode causar ataques de mau humor e fúria violenta em alguns doentes de-
vido aos sintomas de privação rápidos. Retirado do mercado em alguns países por essa
razão.
 Estazolam: comercialmente conhecido como Noctal.
 Midazolam: medicamento referência no Brasil é o Dormonid.
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Duração curta (6-10h) (hipnóticos, ansiolíticos)


 Bromazepam: o nome comercial no Brasil e em Portugal é Lexotan.
 Flunitrazepam: comercialmente conhecido como Rohypnol.
 Flurazepam: nome comercial no Brasil e em Portugal é Dalmadorm.

Duração intermédia (10-20h) (ansiolíticos, hipnóticos)


 Lorazepam : Lorax Clordiazepóxido: Psicossedin,Limbitrol
 Alprazolam: início da ação em 1 ou 2 horas e duração de 10-20 horas. Frontal, Apraz e
Xanax.

Duração longa (ansiolíticos)


 Diazepam (Valium).
 Clonazepam: é um ansiolítico que pode ter duração de 18 a 50 horas. (Rivotril).
 Diazepam 5mg 10mg, Injetável
 Clonazepam 0,25mg 0,5 mg. 2mg , gotas
 Alprazolam 0,25mg. , 0,5mg. 1mg. 2mg (Opção XR, Frontal)
 Bromazepam 3mg. 6mg, gotas
 Lorazepam 1mg 2mg Injetável
 Midazolam 7,5mg. 15mg Injetável

Antagonista
O Flumazenil é um antagonista no receptor das benzodiazepinas, anulando seus efeitos.

SEDATIVOS HIPNÓTICOS (Z-DRUGS)


‘’feitos para dormir’’

O Hemitartarato de Zolpidem é um agonista preferencial da subclasse de receptores ôme-


ga 1 (GABAA)

A zopiclona difere do zolpidem por ter uma meia vida maior (5,3 horas) e por ser menos
seletiva, atuando em receptores que contêm subunidades tanto ômega quanto ômega.

O mecanismo de ação da Eszopiclona como um hipnótico não é completamente esclareci-


do. Seu efeito hipnótico resulta da interação com os receptores gamaaminobutírico
(GABA)

Ramelteona é um fármaco agonista potente dos receptores de melatonina.

 Zolpidem - Stilnox 6,25 mg CR


 Stilnox 10mg Stilnox 12,5 mg CR Várias apresentações com 5 e 10 mg.
 Zopiclona - Imovane 7,5mg
 Eszopiclona- Prysma hezo 2mg 3mg
 Ramelteona - Rozerem Rahime 8mg
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ESTABILIZADORES
Estabilizadores de humor são medicamentos usados para manter estável o humor de paci-
entes , especialmente no Transtorno Bipolar.

O lítio, o ácido valpróico e a carbamazepina são consideradas drogas de primeira linha.


Alguns anticonvulsivantes e antipsicóticos são usados como estabilizadores de humor.

Estabilizadores de humor são usados tanto na fase aguda (episódios depressivos ou de


mania). como na fase de manutenção do tratamento do transtorno bipolar ( evitar recaí-
das)

Nome Químico Alguns nomes comerciais


Carbamazepina Tegretol, Tegretard
Oxcarbazepina Trileptal, Oleptal
Carbonato de Lítio Carbolitium, Carlit
Ácido Valpróico Depakene, Valpakine
Divalproato de Sódio Depakote, Divalcon
Lamotrigina Lamictal, Neural, Lamitor .

Divalproato de sódio. 250mg - 2g


Ácido valproico. 250mg. - 2g
Carbamazepina. 200mg - 800mg
Oxcarbazepina. 300mg. - 900mg
Lamotrigina. 25mg - 600mg (Aumentar dose a cada duas semanas)
Lítio 300mg - 1.200mg (dosar Lítio , valor terapêutico. = 0,5 a 1,2 mEq/l)

LÍTIO
Além de ser usado para tratamento de mania e de depressão no transtorno bipolar, sendo
eficaz na manutenção e prevenção de recaídas; é também o único tratamento aprovado
na prevenção de suicídio.

UMA CURIOSIDADE: O elemento lítio foi descoberto no começo do século XIX pelo Patri-
arca da Independência do Brasil, José Bonifácio de Andrada e Silva.

Antipsicóticos de segunda geração também são usados como estabilizadores no transtor-


no bipolar: Olanzapina Quetiapina Lurasidona Aripiprazol;
Brexpiprazol- em avaliação no episódio depressivo bipolar

PSICOESTIMULANTES
Os psicoestimulantes são drogas que tem por objetivo aumentar o estado de alerta e con-
centração e são usados para o tratamento de Transtorno do Déficit de Atenção com Hipe-
ratividade (TDAH), narcolepsia e síndrome da fadiga crônica, inclusive no idoso.
SAÚDE MENTAL
PR1

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São agonistas das catecolaminas, aumentando a disponibilidade de noradrenalina e dopa-


mina nos receptores.

Efeitos colaterais mais comuns e conhecidos são: perda de apetite , insônia, dores
de cabeça, sensação de opressão no peito, taquicardia, tremores e mãos úmidas, boca se-
ca, aumento da ansiedade, entre outros. Todos estes efeitos são derivados do efeito psi-
coestimulante

Metilfenidato
Ritalina 10mg Obs: modafinila, stavigille,
Medato10mg receituário B1
Attenze10mg
Ritalina LA 20mg. 30mg
Concerta 18mg. 36mg 54mg
Lisdexanfetamina: Venvanse 30mg. 50mg. 70mg; Juneve 30mg. 50mg. 70mg
Modafinila: Stavigille 100mg 200mg

A centanafadina é um inibidor da recaptação de seretonina, norepinefrina e dopamina(em


estudo). Adderal - mistura de sais de anfetamina e dextroanfetamina Atomoxetina - fár-
maco originalmente feito como antidepressivo, mas que serve para tratar o TDAH. ( indis-
poníveis no Brasil)

CANABIDIOL

Como tem sido usado na psiquiatria:


Dor Crônica, Ansiedade, Insônia, Fibromialgia, Alzhaimer,
Autismo
Fumar maconha NÃO é medicinal

——

COMO ESCOLHER A MELHOR MEDICAÇÃO PARA O MEU PACIENTE?


Atentar-se a fatores: custo, distribuição pelo SUS, efeito colateral, hábitos, personalidade,
historia prévia, genética

E, se for necessário uma internação?


A Lei 10.216, de 2001 define três modalidades de internação psiquiátrica: a) internação
voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário; b) internação involuntária:
aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a pedido de terceiro; c) internação
compulsória: aquela determinada pela Justiça. E se for necessário uma internação?

§ 1º A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta e duas horas, ser


comunicada ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no
qual tenha ocorrido, devendo esse mesmo procedimento ser adotado quando da respecti-
va alta.
SAÚDE MENTAL
PR1

V A N E S S A L U D W I G

Risco a si mesmo ou aos outros


Exposição social
Estratégia e motivação

Considerações ...
Efeitos colaterais
Expectativas não realistas
Visão do paciente
Visão da família

Aderência = ao menos 75 % das doses tomadas.


Não aderência: Esquizofrenia - 50% Bipolar - 35% Depressão Crônica - 50%

(Dois terços dos indivíduos não respondem bem ao 1º anti depressivo prescrito)

Remédios ajudam muito, mas não melhoram tudo...

O que mais pode fazer parte do tratamento?


Psicoterapia.
Alimentação saudável (triptofano) , sol (sem excesso), água , sono , atividade física, vida
social saudável ,lazer, espiritualidade...
E tudo mais que o indivíduo perceber que lhe faz bem - tratamentos alternativos (com
ressalvas), massagem, meditação, hobbies, etc.

Grandes fontes de triptofano são o peixe (principalmente atum e salmão), pão e arroz in-
tegral, queijo, ovo, amendoim, castanhas, banana e leite.

Meditação (mindfulness)
Autoconhecimento (terapia)
Treino de otimismo saudável
SA Ú D E M E N TA L
R E L AT Ó R I O P R Á T I C O

FACULDADE IDOMED/ESTÁCIO DE JARAGUÁ DO SUL


Disciplina: Saúde Mental
Professora: Andréa Cristina Galastri

Acadêmicos:
Annibal Nakamura
Daniele Fraccanabbia
Lucas Rodrigo Hermes
Luis Gustavo Barzotto
Thiago Chiodini Fachini
Vanessa Ludwig.

DINÂMICA: Compreender sobre o funcionamento do CAPS e acompanhar um período


de serviço.
SA Ú D E M E N TA L
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ROTEIRO:
A) LOCAL E DATA DA VISITA
Centro de Atenção Psicossocial II (CAPS II - 02 de setembro de 2022)

B) QUAL A POPULAÇÃO ALVO DE ATENDIMENTO DO CAPS?


Pessoas com transtornos mentais como: depressão, ansiedade, crise de pânico e
tentativa de suicídio, em casos graves e persistentes. Atualmente a depressão e a crise
de pânico está mais frequente, sendo variável semanalmente.

C) COMO É FEITO O ENCAMINHAMENTO?


O principal encaminhamento é pela unidade básica de saúde. Em casos de tentativa
de suicídio, abuso ou surto há "porta aberta".

D) COMO É COMPOSTA A EQUIPE DE ATENDIMENTO NOS SERVIÇOS PRESTADOS


À COMUNIDADE?
No CAPS II: ao todo são 12 profissionais
4 Psicólogos
2 Assistentes sociais
1 Enfermeira
2 Técnicas de Enfermagem
2 Psiquiatras

E) COMO É REALIZADO O PROCESSO DE ATENDIMENTO EM SUAS INSTÂNCIAS:


a. RECEPÇÃO
A pessoa é recepcionada por um menor aprendiz ou qualquer outro membro da equipe
multidisciplinar. O paciente explica o motivo de estar ali e acaba encaminhando para o
acolhimento

b. ACOLHIMENTO
É realizado por toda equipe multidisciplinar, havendo a avaliação da demanda do pacien-
te por 3 à 5 vindas até o CAPS, para analisar se é necessário manter o paciente no servi-
ço ou não. Caso o paciente não possua necessidade de ficar no sistema do CAPS o paci-
ente é encaminhado a policlínica, sendo liberado do CAPS, assim como, se o paciente
necessitar voltar ao CAPS, também será encaminhado pelo especialista.
SA Ú D E M E N TA L
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c. TRIAGEM
Realizado apenas quando houver atendimento médico, há a visualização de sinais vitais
(pressão, altura, peso....)

d. FORMULAÇÃO DE PLANO TERAPÊUTICO


O plano terapêutico é realizado de maneira individualizada para cada pessoa. As reuni-
ões nas terças durante a manhã, com o objetivo de traçar um plano aos pacientes mais
críticos.

e. GRUPOS TERAPÊUTICOS – EQUIPES MULTIDISCIPLINARES


Atualmente há duas oficinas sendo realizadas, sendo elas:1° roda de conversa coordena-
da por uma psicóloga; Já a 2ª é um grupo de artesanato (pintura, bordado), sendo
administrado pela assistente social. Antes da pandemia havia grupos todos os dias da
semana em todos os turnos, atualmente só durante 2x na semana. Outras atividades
antes da pandemia eram: bijuteria, música, corte e costura e culinária. Alguns pacientes,
atualmente, aproximadamente 5 pacientes possuem refeições dentro do CAPS, como 2
lanches e 1 almoço diário. Um deles é morador de rua, portanto faz sua higiene pessoal
na casa e os outros quatro vem apenas alguns dias da semana.

f. ATENDIMENTO MÉDICO
Não são todos os pacientes que passam pelos psiquiatras, apenas aqueles que já são
pacientes do CAPS. Pacientes que fazem uso de medicação de uso contínuo, também
possuem um acompanhamento maior e mais específico.

F) AGENDA SEMANAL.
Horário de atendimento: Segunda - Sexta (07:30-17:00 sem horário de almoço)
Todos os dias há acolhimentos e tratamento individuais;
Quartas e quintas há os grupos terapêuticos;
O médico está quase todos os dias da semana na casa, porém não é o turno todo;
Durante as terças de manhã a equipe de agentes e psicólogos se reúnem para discutir
casos mais específicos e realizam visitas domiciliares caso seja necessário;
Durante as terças a tarde há a reunião multidisciplinar;
Eles realizam três ações anuais: 18 de maio, mês de setembro e 10 de outubro.
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REGISTROS DA VISITA:
Sala de recepção
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Sala da enfermeira

Sala para atendimentos emergenciais e para administração medicamentosa


SA Ú D E M E N TA L
R E L AT Ó R I O P R Á T I C O

Sala de reuniões

Com alguns recados e organizações postas


SA Ú D E M E N TA L
R E L AT Ó R I O P R Á T I C O

Ambiente de lazer (que também funciona como Hospital-dia)

Alguns dos consultórios


(portas ao lado)
Onde atuam psicólogos e
psiquiatras.
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R E L AT Ó R I O P R Á T I C O

Atividades de lazer
Sala de costura
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Esquizofrenia; Espectro (DSM). Síndrome

Transtorno de etiologia heterogênea, a apresentação clínica,


curso da doença e resposta ao tratamento são variáveis. Ao
longo do tempo o efeito da doença é grave e prolongado.

História
Há descrição de sintomas esquizofrênicos ao longo da histó-
ria. Os gregos descreviam delírios de grandeza, paranoia
(perseguição) e deterioração nas funções cognitivas e na
personalidade. Sec XIX - Benedict Morel.(1809-1873) De-
mência Precoce (démence precoce—para de fazer as ativi-
dades diárias)

O nome de Emil Kraepelin (1856-1926) é um dos mais importantes da historia da medi-


cina. Basicamente, ele é considerado o pai da psiquiatria mdoerna, bem como da genética
psiquiátrica e da psicofarmacologia. Inclusive, foi o principal impulsor da chamada psiqui-
atria biológica, que vê as doenças mentais como um tema basicamente ORGÂNICO.

Apesar de Emil Kraepelin ter formulado suas teorias no inicio do século XX, todos esses
postulados continuam vigentes para um numero significativo de psiquiatras hoje em dia. É
preciso ressaltar que ele também foi severamente questionado por seu cientificismo ex-
cessivo. No entanto, ninguém se atreve a ignorar suas contribuições.

Emil Kraepelin se opôs decididamente aos conceitos de Aigmund Freud e da psicanálise.


Essa corrente estava na moda na mesma época em que ele realizou suas pesquisas. Ainda
assim, ele também se interessou por temas tipicamente psicanalíticos, como a interpreta-
ção dos sonhos. (visão: PROBLEMA É NO CÉREBRO E ELE TEM QUE SER TRATADO)

Traduziu deménce precoce de Morel, enfatizando alteração cognitiva e o inicio precoce—


dementia precox.

Diferenciou dementia precox de psicose maníaco-depressiva e paranóia.

Eugen Bleuler (1857-1939) criou o termo Esquizofrenia. Grande admirador de Freud.


Baseado nos conceitos de Freud e Kraeplin. Redefiniu a nomenclatura pela observação de
que o curso nem sempre é deteriorante e nem precoce. O termo enfatiza a CISÃO entre
pensamento, emoção e comportamento.

Bleuler priorizou especialmente os sintomas NEGATIVOS da doença, descreveu como sin-


tomas iniciais ou primários:
- Distúrbios de ASSOCIAÇÃO do pensamento (frouxidão)
- Distúrbios AFETIVOS (embotamento)
- Autismo
SAÚDE MENTAL
PR2

V A N E S S A L U D W I G

- Ambivalência (QUATRO As DE BLEULER,)


e como sintomas acessórios ou secundários: alucinações e delírios

Outros teóricos...
 Ernst Kretschmer (1888-1926)- descreveu tipo corporal para esquizofrenia e transtor-
no bipolar.
 Kurt Schneider (1887-1967)- descreveu sintomas de primeira ordem (sensopercepção
e pensamento), que dizia não fundamentais ao diagnóstico
 Karl Jaspers(1883-1969)- psicanálise existencial. Caminho para compreensão psicoló-
gica dos sintomas de esquizofrenia.
 Adolf Meyer(1866-1950)- psicobiologia, sintomas como reação a estressores da vida.

Kurt Schneider
Sintomas de primeira ordem:
1. Distúrbios da percepção e sensações: sonorização do pensamento, vozes que dialogam
entre si, vozes que acompanham a própria ação com comentários, vivencias de influ-
encia corporal.
2. Distúrbios do pensamento: subtração ou roubo do pensamento, imposição do pensa-
mento, difusão do pensamento, percepção delirante;

Epidemiologia: 1 a 2% Igualmente prevalente em homens e mulheres, porém o início é


mais precoce em homens. Início entre 10 a 25 anos para os homens e 25 a 35 anos para
as mulheres, E mais um pico para as mulheres após os 40.

Após os 45 anos é considerado como início tardio. Os homens costumam ter pior evolução
e mais sintomas negativos que as mulheres. Parentes biológicos em primeiro grau tem
risco dez vezes maior de desenvolver a doença. ,

Pacientes com esquizofrenia tem taxa de mortalidade mais alta em decorrência de aciden-
tes e causas naturais. Provavelmente subdiagnosticados e subtratados quanto a doenças
clínicas e cirúrgicas.

Uso de álcool em torno de 40%, piorando o curso e aumentando a necessidade de hospi-


talização

Uso de drogas em torno de 50%. Uso de cannabis associado a um risco seis vezes maior
de desenvolver esquizofrenia comparado a não usuários. Uso de anfetaminas ,cocaína e
alucinógenos podem aumentar os sintomas psicóticos.

NICOTINA
Até 90% dos pacientes.
Comorbidades relacionadas ao tabagismo . Nicotina reduz concentração de alguns antipsi-
cóticos. Provável anormalidade nos receptores nicotínicos cerebrais. Polimorfismo de um
receptor nicotínico parece estar ligado a maior risco genético de esquizofrenia.
"automedicação"
SAÚDE MENTAL
PR2

Etiologia: Demonstrado ligação com complicações gestacionais e do parto, inanição ma-


terna durante a gravidez, incompatibilidades de fator RH, Nascimento no inverno e início
da primavera, exposição a influenza.

Fatores bioquímicos; hipótese dopaminérgica (DOPAMINA E SEROTONINA)


Constatações:
1. Eficácia dos antipsicoticos antagonistas de receptores D2.
2. Agentes que aumentam dopamina, como anfetamina, são psicomimeticos.

Excesso de liberação dopaminérgica? aumento de receptores? aumento da sensibilidade


dos receptores?

 Serotonina: Excesso de serotonina causando tanto sintomas positivos quanto negati-


vos . Eficácia de antipsicóticos antagonistas de serotonina reforçam esta hipótese.
(antipsicóticos de segunda geração.)
 Norepinefrina: sistema de recompensa, anedonia. Inconclusivo.
 GABA: regulador de dopamina, perda de neurônios gabaérgicos no hipocampo.
 Neuropeptídeos: neuropeptídeo P, neurotensina. Alteram padrão de disparos neuro-
nais.
 Glutamato: fenilciclidina, antagonista de glutamato, síndrome aguda semelhança es-
quizofrenia. Neurotoxicidade, hiper ou hipoatividade.
 Acetilcolina e nicotina: envolvimento na cognição. Aumento de receptores muscari-
nicos e nicotinicos no núcleo caudado ,putâmen, hipocampo e regiões de córtex pré-
frontal

NEUROPATOLOGIA (sec XX)


Redução de neurônios e sinapses

Ventrículos cerebrais: redução de substância cinzenta cortical e alargamento de ventrícu-


los. Lesão estática ou progressiva?

Simetria reduzida: em várias áreas cerebrais, incluindo lobos temporal , frontal e occipital
. Acredita-se em interrupção na lateralização cerebral no neurodesenvolvimento fetal.

Sistema límbico: diminuição de amígdala, hipocampo e giro para-hipocampal. Desorgani-


zação de neurônios no hipocampo em tecido cerebral de pacientes esquizofrênicos.

Córtex pré-frontal: anormalidades anatômicas. Semelhança com síndrome do lobo fron-


tal*

Tálamo: redução de volume ou perda neuronal em núcleos, como o dorsomedial.

*Síndrome do Lobo Frontal (ou Síndrome Disexecutiva) caracteriza-se por alterações de


personalidade, prejuízo do comportamento social, distúrbios cognitivos e outras alterações
neurológicas.
SAÚDE MENTAL
PR2

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Gânglios da base e cerebelo: Movimentos anômalos, como marcha desajeitada , caretas e


estereotipias.

Doenças do movimento ligadas aos gânglios da base como Huntington e Parkinson são
mais comumente associados a psicose.

Perda celular e redução de volume no Globo pálido e substância negra.


Aumento de receptores D2 núcleo caudado, putamen e núcleo accumbens.

O CÉREBRO NA ESQUIZOFRENIA
SAÚDE MENTAL
PR2

Este mapa revela o perfil tridimensional da perda de massa cinzenta no cérebro de ado-
lescentes com esquizofrenia de inicio precoce. A imagem ordena a gravidade de acordo
com a cor, vermelho, amarelo, verde e azul. Em vermelho, com uma reglão de malor per-
da nas regiões cerebrais temporais e frontais que controlam a memória, a audição, as
funções motoras e a atenção, Pacientes com a pior perda de tecido cerebral também apre-
sentavam os piores sintomas, que incluiam alucinações, delírios, pensamentos confusos e
psicóticos, ouviam vozes e apresentavam depressão. A esquizofrenia afeta cerca de 1%
da população. Suas causas são desconhecidas e a doença geralmente surge sem aviso no
final da adolescência ou na casa dos 20 anos

Segundo o Dr. Paul Thompson, professor assistente de neurologia na Escola de Medicina


da UCLA "Os cientistas estão perplexos com a forma como a esquizofrenia progride e so-
bre as mudanças físicas no cérebro. Ficamos surpresos ao ver uma onda de perda de teci-
do se espalhando que começou em uma pequena região do cérebro. Ela se moveu pelo
cérebro como um incêndio florestal, destruindo mais tecido conforme a doença progrede.
Usando a análise de imagem que detecta mudanças muito sutis no cérebro, os cientistas
detectaram perda de massa cinzenta de mais de 10 por cento primeiro nas regiões parie-
tais ou externas do cérebro; essa perda se espalhou para o resto do cérebro ao longo de
cinco anos.

A revista cientifica Brain mostrou uma análise de varreduras cerebrais de 307 pacientes
com esquizofrenia e sugere dois subtipos neuroanatômicos distintos da doença. O primei-
ro subtipo mostrou menores volumes generalizados de massa cinzenta em comparação
com 1364 cérebros controles saudáveis, um padrão historicamente ligado à esquizofrenia.
No entanto, 40% dos pacientes com esquizofrenia tinham um padrão diferente: volumes
de matéria cinzenta muito semelhantes aos de cérebros saudáveis, exceto por aumentos
no volume do cérebro no corpo estriado, uma área do cérebro envolvida no movimento
voluntário. Na figura mostramos o subtipo 1 com as áreas avermelhadas e amareladas
mostrando a perda da

Fatores genéticos
Vulnerabilidade genética constatada em estudos de gêmeos, adotados, famílias e estudos
de ligação.
Transmissão genética desconhecida, aparentemente, complexa , com vários sítios de liga-
ção e alterações cromossômicas em estudo, incluindo receptor nicotínico e mutações as-
sociadas a sintomas negativos.
Em gêmeos, concordância de 50%. Parentes de primeiro grau com risco maior. Filhos de
pais com mais de 60 anos tem maior vulnerabilidade genética. Fatores ambientais, bioló-
gicos e psicossociais envolvidos.

Teorias psicossociais e psicanalíticas


Teorias psicanalíticas: fixação em fase de desenvolvimento oral, fragilidade do ego, que
afeta a interpretação de realidade e o controle de impulsos internos. Grande importância
da figura materna Sintomas e conteúdo dos delírios teriam significados simbólicos para os
pacientes.
Teoria de aprendizagem: pais com problemas emocionais significativas
SAÚDE MENTAL
PR2

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Dinâmicas familiares

Critérios diagnósticos (DSM-5)


A. Dois ou mais dos seguintes itens ocorrendo por 1 mês (ou menos se tratados com su-
cesso):
1. Delírios (PENSAMENTO)
2. Alucinações (SENSOPERCEPÇÃO—ouve’’)
3. Discurso desorganizado
4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico
5. Sintomas negativos (expressão emocional diminuída ou avolia).

Sintomas positivos ‘’acrescentam’’:


Trata-se de comportamentos psicóticos geralmente não observados em pessoas saudá-
veis. Pessoas com sintomas positivos podem ‘’perder contato’’ com alguns aspectos da re-
alidade. Os sintomas incluem: Alucinações, delírios, pensamentos desordenados (modos
de pensar incomuns ou disfuncionais), distúrbios do movimento (movimentos do corpo
agitado)

Delírio: Alteração do CONTEÚDO de pensamento.


Crença inabalável, que não se justifica pelas evidências. Resistente à argumentação lógica
ou provas em contrário.
Perseguição, grandeza, ciúmes, referência, bizarros

Sintomas negativos ‘’roubam’’:


Estão associados a interrupções nas emoções e comportamentos normais. Os sintomas
incluem: Redução do afeto (expressão reduzida de emoções através da expressão facial
ou tom de voz); Reduzir o sentimentos de prazer na vida cotidiana; Dificuldade em iniciar
e manter atividades; Redução de fala

B. Por período significativo de tempo desde o aparecimento da perturbação o nível de fun-


cionamento em uma ou mais áreas importantes, como trabalho, relações interpessoais ou
autocuidado, está acentuadamente abaixo do nível alcançado antes do início (ou, quando
o início se dá na infância ou adolescência, incapacidade de atingir o nível esperado de fun-
cionamento).

C. Sinais contínuos de perturbação persistem durante pelo menos seis meses, pelo menos
um mês com sintomas que preenchem o critério A, e pode incluir períodos prodrômicos ou
residuais, que podem se manifestar como sintomas negativos ou por dois ou mais sinto-
mas do critério A de forma atenuada.

D. Transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar com caracte-


rísticas psicóticas são descartados porque:
1. Não ocorreram episódios depressivos maiores ou maníacos concomitantemente com os
sintomas da fase ativa. Ou
2. Se episódios de humor ocorreram durante sintomas da fase ativa, o período foi breve
em relação aos períodos ativo e residual da doença.
SAÚDE MENTAL
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V A N E S S A L U D W I G

E . A perturbação não pode ser atribuída aos efeitos fisiológicos de uma substância ou ou-
tra condição médica.

F. Se há história de transtorno Autista ou Da comunicação iniciado na infância, o diagnós-


tico adicional de esquizofrenia só é realizado se delírios ou alucinações proeminentes es-
tão presentes, além de outros sintomas esquizofrênicos, por pelo menos um mês.

Especificadores de curso:
Primeiro episódio: atualmente em episódio agudo atualmente em remissão parcial atual-
mente em remissão completa
Episódios múltiplos: atualmente um episódio agudo atualmente em remissão parcial atual-
mente em remissão completa
Contínuo
Não especificado
Especificador: com catatonia
Especificadores de gravidade com escala de 0 a 5

Subtipos (DSM-5)
Paranoide, Desorganizado, Catatônico, Indiferenciado, Residual, Bouffée délirante (psicose
delirante aguda), Latente, Oniroide, Parafrenia, Esquizofrenia pseudo neurótica, Transtor-
no deteriorante simples (Esquizofrenia simples), Depressão pós esquizofrênica, Esquizo-
frenia de início precoce, Esquizofrenia de início tardio, Esquizofrenia deficitária.

CID—11
Ao invés de subtipos, usa ESPECIFICADORES
(de episodio, de remissão, de sintomas, de
gravidade)

Porque os subtipos se mostraram pouco úteis:


se sobrepõe e se modificam. Com especificado-
res se propõe um acompanhamento mais espe-
cífico e efetivo, voltado para a otimização de
funcionamento do paciente.

ESQUIZOFRENIA PARANOIDE
Os principais sintomas desse tipo de esquizofrenia são as alucinações, delírios, sensação
de perseguição e pensamento sobre conspirações. Normalmente, as alucinações e os delí-
rios giram em torno do mesmo tema e se mantem consistentes ao longo do tempo.

O esquizofrênico paranoide também pode apresentar fala e escritas confusas, alterações


no humor, mudanças na personalidade e desinteresse com a vida social, o que pode resul-
tar em isolamento social.

Os pacientes, no entanto, nem sempre tem dificuldades em manter as suas atividades de


rotina e relacionamentos estáveis com outras pessoas. As razoes para isso ainda não são
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claras, mas é possível que uma das causas seja o fato de que os sintomas desse tipo cos-
tumam se manifestar mais tarde, quando a pessoa já conseguiu se estabelecer pessoal e
profissionalmente.

ESQUIZOFRENIA CATATÔNICA
Os sintomas predominantes nesse tipo da doença são os distúrbios do movimento. Os es-
quizofrênicos catatônicos podem apresentar considerável redução na execução de movi-
mentos corporais, a ponto de a movimentação voluntaria cessar completamente. Em ou-
tros casos, pode acontecer o contrario, quando os movimentos aumentam drasticamente,

Os pacientes também podem apresentar resistência para mudar a sua própria aparência,
fazer movimentos repetitivos, deixar de participar de atividades produtivas na sua rotina e
passar horas parados na mesma posição. Outros sintomas associados à esquizofrenia ca-
tatônica são o habito de repetir as falas de outras pessoas ou imitar seus movimentos.

ESQUIZOFRENIA HEBEFRÊNICA
Também chamada de desorganizada, é caracterizada por um comportamento mais infan-
til, com respostas emocionais inadequadas e pensamentos incoerentes. Nesse tipo, as alu-
cinações e os delírios são menos comuns, apesar de não serem sintomas excluídos dessa
classificação.

Os esquizofrênicos hebefrênicos tem dificuldade em seguir processos e organizar pensa-


mentos. Isso pode prejudicar a execução de tarefas simples de torina, como escovar os
dentes, tomar banho ou vestir-se. Esses pacientes tambem tem dificuldade em expressar
sentimentos e comunicar-se, podem parecer emocionalmente instáveis e ter reações ina-
propriadas em diversas situações.

ESQUIZOFRNIA RESIDUAL
Esse tipo de esquizofrenia é diagnosticado quando o paciente já não apresenta nenhum
sintoma proeminente ou quando eles aparecem em baixa intensidade. Algumas alucina-
ções e delírios ainda podem estar presentes, mas as suas manifestações costumam ser
menos frequentes do que em fases anteriores da doença.

ESQUIZOFRENIA INDIFERENCIADA
Quando um paciente tem sintomas que ainda não estão completamente formados ou não
são suficientemente específicos para serem classificados como nenhum dos outros tipos
da doença, ele é classificado como esquizofrênico indiferenciado. Nesses casos, os sinto-
mas podem variar em intensidade e frequência, causando incerteza na classificação exata
da doença.

Entretanto, é preciso lembrar que os tipos de esquizofrenia podem variar ao longo da vida
de um paciente. Por isso, quem é diagnosticado com esquizofrenia indiferenciada pode,
com a evolução do quadro, ter o seu caso encaixado em outra categoria depois de algum
tempo.
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SINAIS E SINTOMAS PRÉMÓRBIDOS


(aparecem antes da fase prodrômica da doença)

 Personalidade esquizoide ou esquizotípica (quietos, passivos, introvertidos, poucos


amigos)
 Evitação de grupos, envolvimento romântico e esportes coletivos
 Sintomas físicos, especialmente álgicos
 Comportamento excêntrico, ideias bizarras ,experiências perceptuais estranhas

SINTOMAS PRODRÔMICOS
Ouvir ou ver algo que não esta lá
Uma sensação constate de estar sendo observado
Modo peculiar ou sem sentido de falar ou escrever
Posicionamento corporal estranho
Sentir-se indiferente a situações muito importantes
Deteriorização do desempenho acadêmico ou profissional
Uma mudança na higiene pessoal e aparência
Uma mudança na personalidade
Aumento da retirada de situações sociais e isolamento
Resposta irracional, zangada ou com medo aos entes queridos
Incapacidade de dormir ou se concentrar
Comportamento inadequado ou bizarro
Preocupação extrema com a religião ou ocultismo.

Exame do Estado mental


Descrição geral
Humor e afeto (embotamento ou exagero)
Senso percepção (alucinações, ilusões)
Pensamento (conteúdo, forma, processo)
impulsividade ( violência, suicídio, homicídio )
Cognição (orientação, memória, comprometimento cognitivo, julgamento insight, confiabi-
lidade)

Comorbidades: Achados neurológicos, Obesidade, Diabetes melito, Doenças cardiovas-


culares, HIV, Doença pulmonar obstrutiva crônica, Artrite reumatóide

Diagnóstico diferencial: Transtornos psicóticos secundários, transtornos de humor,


transtornos da personalidade, Outros transtornos psicóticos, simulação e transtorno fictí-
cio

Curso: Pródromo geralmente reconhecido retrospectivamente.


O mais comum é o início na adolescência e exacerbação durante gatilhos. Padrão de exa-
cerbações e remissões. Pode haver melhora no primeiro ano.
Os primeiros cinco anos são importantes. Sintomas positivos costumam melhorar ao longo
do tempo, mas os negativos tendem a se agravar. Perda de objetivo, inatividade hospitali-
zações frequentes. No contexto urbano, falta de moradia e pobreza
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Aspectos de BOM prognóstico:


Início tardio
Início agudo
Fatores precipitantes óbvios
História pré-morbida social, sexual e profissional boas
Sintomas de transtorno do humor (especialmente depressivos)
Casado
História familiar de transtorno de humor
Bom sistema de apoio
Sintomas positivos

Aspectos de MAU prognóstico:


Início precoce
Início insidioso
Sem eventos precipitantes
História pré-morbida social ,sexual e profissional ruins
Comportamento retraído, autistico
Solteiro, divorciado, viúvo
História familiar de esquizofrenia
Sistema de apoio insatisfatório
Sintomas negativos
Sinais e sintomas neurológicos
História de trauma perinatal
Sem remissão em 3 anos
Muitas recaídas
História de agressividade

10 a 20%, tem desfecho positivo mais de 50% desfecho insatisfatório. estimativa de re-
missão: 20 a 30% apresentam sintomas residuais 40 a 60% comprometimento significati-
vo. (transtornos de humor, 20 a 25% de comprometimento grave a longo prazo)

Tratamento: Medicação - antipsicóticos e estratégias psicossociais


Hospitalização: Diagnóstico, estabilização da medicação, segurança (auto e/ou hetero
agressão), perda de autogestão, oportunidade para ordenação de vínculos. (4 - 6 sema-
nas)

Tratamento farmacológico
Clorpromazina- 1952 Remissão - aproximadamente 70%, com qualquer antipsicótico
Primeira geração - antagonistas de receptor de dopamina (Sintomas positivos)
Segunda geração - antagonistas de serotonina e dopamina (Sintomas positivos e negati-
vos)

Fase aguda - controle dos sintomas psicóticos mais grave (Agitação, delírios, alucinações,
persecutoriedade) Entre quatro a oito semanas.

Medicação injetável, antipsicóticos e benzodiazepínicos. Pode requerer hospitalização


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Para contenção aguda medicação injetável IM—Haloperidol, Zuclopentixol, Lorazepam


(diazepam, prometazina)

Tratamento de manutenção
Antipsicótico via oral (Acessibilidade, efeitos colaterais) ou injetável de depósito—haldol
decanoato,(4 semanas) invega (paliperidona)(1 x mês) clopixol depot(2-3 semanas) +
Psicoeducação
Quanto tempo?

Efeitos colaterais: neurotoxicidade, acatisia, síndrome neuroléptica maglina, delirium,


hipotermia, hiperprolactinemia, discinesia tardia, alterações endócrinas (amenorréia, au-
mento de peso, disfunção sexual), sialorreia, hipotensão postural e blefatospasmo.

Efeitos colaterais extrapiramidais:


Acatisia - parkinsonismo
Distonia- discinesia tardia

biperideno 2mg, - 8mg, injetável, propranolol, atenolol, mirtazapina em sub-


dose, amantadina (mantidan) 100mg, diazepam 10mg

**ADESÃO AO TRATAMENTO

PSICOTERAPIAS E ABORDAGENS PSICOSSOCIAIS


A psicoterapia pode ser individual ou de grupo.

A psicoterapia individual deve priorizar o apoio, por se tratar o portador de esquizofre-


nia de pessoa com dificuldades específicas que necessitam de suporte que o capacite a
obter melhora em sua quálidade de vida. Não se recomendam psicoterapias baseadas em
interpretações, com várias sessões por semana e por longos anos.
Na psicoterapia de grupo, o terapeuta deve ser ativo e monitorar o ambiente do grupo.
Deve buscar temas, estimular e organizar a conversação, oferecer suporte e proteção, fa-
vorecendo a coesão grupal.

Terapia ocupacional: É uma terapia centrada em atividades. A atividade não deve ser en-
carada como tendo funcão meramente recreativa. Sua finalidade é recuperar a capacidade
de voltar a fazer algo e combater a falta de vontade. É indicada para aquelas pessoas que
estão em estado de desorganização, isoladas e com a vontade comprometida. A atividade
faz com que a pessoa se organize e possa desenvolver sua criatividade. Não se trata me-
ramente de fazer uma tapeçaria, uma peça de cerâmica ou um desenho. Trata-se de con-
cluir uma tarefa objetiva, propiciando à pessoa a constatação concreta de que ela tem ca-
pacidade para executá-la

Abordagem psicossocial em instituições: A evolução dos medicamentos antipsicóticos


transformou o tratamento da esquizofrenia de hospitalar em ambulatorial.
No entanto, em determinados momentos de crise a internação ainda pode ser útil. Caso
seja necessária, a internação deve ser em curto prazo.
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Em geral, de 15 a 30 dias são suficientes para controlar os sintomas mais evidentes. Nes-
se período, é importante que a família fique em contato com o doente, leve-o para casa
nas licenças de fim de semana e assim que receba alta. Em alguns casos, nos momentos
críticos, o hospital-dia pode ser uma alternativa à internação hospitalar

Os centros de atenção psicossocial (CAPS) ou os núcleos de atenção psicossocial (NAPS),


centros de convivência e algumas associações de portadores e familiares estão organiza-
dos para atividades de reabilitação social do portador

Orientação familiar: Toda doença crónica dificulta a vida do portador e sua relação com
a família. Se de um lado é importante a conscientização do portador da doença para que
tenha os meios para combatê-la, por outro, se a família não for igualmente conscientiza-
da, os choques serão inevitáveis. Estudos internacionais mostram que as recaídas são
mais frequentes quando o ambiente familiar é estressante Assim, as intervenções defini-
das como programas de tratamento psicopedagógico das famílias têm a finalidade de di-
minuir as tensões presentes no ambiente familiar e de melhorar o funcionamento social
do portador. Há programas familiares que são realizados com a presença conjunta dos
portadores e dos demais membros da família, enquanto outras metodologias propõem a
realização de programas de orientação aos familiares sem a presença conjunta dos porta-
dores. Em ambos os casos, esses programas são orientados para os seguintes objetivos
principais:
1. reduzir o custo da doença (por exemplo, uma família bem orientada contribui para re-
duzir as possibilidades de recaídas e reinternacões):
2. orientar a família sobre o programa medicamentoso e de atividades da vida diária;
3. ajudar o portador a colaborar com o tratamento e a assumir responsabilidades, dentro
do possível
4, verificar se está havendo resposta ao tratamento e comunicar as mudanças que surgi-
rem
5. estar informado sobre os sinais e os sintomas precoces de recaídas
6. encorajar o portador a tornar-se independente, para suprir suas necessidades básicas
como casa, comida e dinheiro;
7. familiares muito exigentes devem ser orientados a serem menos exigentes;
8. familiares ausentes devem ser orientados para serem mais participantes.

Acompanhante terapêutico: Nessa abordagem, o acompanhante terapêutico (às vezes


designado como "amigo qualificado") é um profissional de saúde mental que vai ajudar o
portador a recuperar habilidades perdidas, acompanhando-o em seu dia-a-dia. O acompa-
nhante vai à casa da pessoa, sai com ela, vai ao shopping, ajuda-o a voltar a dirigir etc.
É uma atividade corpo a corpo", em que as inadequações são denunciadas até mesmo vi-
venciando, em conjunto, situações de constrangimento e de vergonha. Tem a finalidade
de ajudar o portador a locomover-se pela cidade, estar inteirado dos preços, buscar o la-
zer.
O acompanhante terapêutico ajuda a pavimentar o caminho para a volta à realidade. Em
circunstâncias especiais, a atuação do acompanhante terapêutico pode prestar-se, em fa-
ses críticas, como uma alternativa viável a eventuais internações.
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Outros transtornos psicóticos:

Transtorno esquizoafetivo (Entre 0,5 -0,8% Tipo bipolar, Tipo depressivo)


O transtorno esquizoafetivo é uma combinação de sintomas de esquizofrenia e transtorno
de humor (depressão ou transtorno bipolar) . Os sintomas podem ocorrer ao mesmo tem-
po ou em momentos diferentes

Transtorno esquizofreniforme (0,11%)


Preenche critérios A (DSM 5) da esquizofrenia, por pelo menos um mês, porém menos de
6 meses, voltando ao funcionamento normal. Não apresenta a mesma perda de funciona-
lidade.

Transtorno psicótico breve (dura menos de 1 mês)


Sintomas psicóticos positivos (delírios, alucinações, comportamento desorganizado), por
pelo menos um dia, e por menos de um mês, voltando em seguida para o funcionamento
pré mórbido

Transtornos psicótico compartilhado (Patologia rara)


A característica essencial do Transtorno Psicótico Compartilhado (folie à deux) é um delírio
que se desenvolve em um indivíduo envolvido em um estreito relacionamento com outra
pessoa (às vezes chamada de "indutor" ou "caso primário") que já tem um Transtorno Psi-
cótico com delírios proeminentes (Critério A). (Folie simultaneé, folie à trois, quatre, cinq,
folie à famille)

Transtorno delirante (0,2 a 0,3%)


DELÍRIO persistente, geralmente bem organizado, SEM outros sintomas que fechem um
diagnóstico para esquizofrenia (alucinação , comportamento desorganizado, prejuízo fun-
cional).
Fatores de risco: Idade avançada (geralmente acima de 40 anos), isolamento, imigração
recente, história familiar, personalidade frágil (sensível, introspectiva).
Resposta variável ao tratamento, aproximadamente 50% apresentam remissão, 20%,
melhora, e 30% não exibem mudanças.

Exame do Estado mental


Conteúdo do pensamento e insight prejudicados.
Atenção a risco de suicídio, homicídio ou violência conforme conteúdo delirante.

Tipos: Persecutório, ciúmes (otelo), erotomaníaco (S. De Clérembault), somático (ex, Ek-
bom), grandioso (megalomania), Misto, não especificado (síndrome de Capgras, Síndrome
de Frégoli, duplos subjetivos, intermetamorfose, cotard)

Transtorno psicótico devido a uma condição médica geral e transtorno psicótico


induzido por substância ou medicamento
Deve ser diferenciado de delirium orgânico e Quadros demenciais, que são entidades bem
estabelecidas. Na categoria induzida por substâncias, além dos sintomas psicóticos, o tes-
te de realidade deve estar alterado (insight).
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O tratamento inclui identificar e tratar a condição clínica básica, além do uso de antipsicó-
ticos e benzodiazepínicos para controle sintomatológico.

Transtorno catatônico
Pode estar inserido em uma variedade de transtornos mentais e condições clínicas, mas
especialmente em transtornos psicóticos e em transtornos de humor graves (mais co-
mum).

Anormalidades comportamentais: imobilidade cérea estupor. Caretas. excitação moto-


ra(furor catatônico) negativismo intenso. Catalepsia . Ecolalia. Ecopraxia. Estereotipia.

Avaliação de condições clínicas: tumor cerebral, traumatismo crânio-encefálico, ence-


falites. Pode ser secundário a parkinsonismo neuroléptico e síndrome neuroléptica malig-
na. Catatonia letal é um estágio avançado raro, com febre e instabilidade autonômica ,que
pode ser fatal.

TRATAMENTO
Tratamento da condição clínica e/ ou transtorno mental subjacente.
Benzodiazepínicos (Lorazepam)
Antipsicóticos
ECT Suporte paliativo até melhora, hospitalização pode ser necessária.
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Reconhecida como uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a dependência
química consiste nas consequências físicas e mentais devido ao abuso de substâncias no-
civas ao organismo.

Elas podem ser tanto lícitas, como o álcool e a nicotina , quanto ilícitas como a maconha,
cocaína e o crack, por exemplo.

Patologia Crônica, complexa, recidivante, e que provoca alterações cerebrais.

DROGA: Qualquer substância que, quando introduzida no organismo, altera uma ou mais
de suas funções.

No cérebro, existe um “circuito” de recompensa que funciona interligado aos estímulos in-
ternos e externos. SOBREVIVÊNCIA

A busca por gratificação e prazer é algo natural e faz parte do comportamento humano.
No entanto, nos comportamentos dependentes, isso se torna patológico

O sistema de recompensa é ativado quando o ser humano tem uma experiência prazero-
sa. Isso faz com que haja a produção de dopamina, neurotransmissor de prazer.

Sistema de recompensa (gratificação/prazer)


 Área tegmental ventral
 Nucleus accumbens
 Córtex pré-frontal

Via mesolimbica Via mesocortical

De: Área tegmental ventral De: Área tegmental ventral


(mesencéfalo) (mesencéfalo)

Para: Núcleo acumbens Para: Cortex pré-frontal


(sistema límbico)
Controle e planejamento
Condicionamento ao uso da Compulsão
substância Fissura Memoria Perda do controle para o
Emoções ligadas ao uso consumo de drogas
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DOPAMINA - Principal circuito envolvido

Múltiplos circuitos além da dopamina: Serotonina, Opióide, Canabinoide, Nicotinico, GABA,


Noradrenalina.

Cada substância atua de uma forma no sistema de recompensa

• Cocaína, anfetamina, nicotina: liberação de Dopamina no Núcleo accumbes


• Opioide: ativação de receptores opióides no Núcleo accumbes e Área Tegmental Ven-
tral. Álcool: ativação GABA no Núcleo accumbes e amígdala.

ADIÇÃO
A DEPENDÊNCIA é a necessidade psicológica ou física de continuar consumindo a substân-
cia.
A dependência FÍSICA é caracterizada pela tolerância e síndrome de abstinência

O organismo tende ao equilíbrio.

Sistemas constantemente estimulados pela presença da droga geram


neuro adaptações

Adaptação de prejuízo

Mecanismos que dificultam ação


da droga na célula, reduzindo seus
efeitos e aumentando a eliminação

• Redução do número de receptores


• Redução da sensibilidade de receptores
• Aumento da metabolização
• Aumento da eliminação
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Adaptação de oposição
Mecanismo para derrotar os efeitos da presença da droga através da instituição de uma
força oponente dentro da célula.

• Droga sedativa - força estimulante


• Droga estimulante-força sedativa

Retirando a droga, permanece a força opositora

SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA ALCÓOLICA (SAA)

 Uso social - eventual, contextualizado


 Uso nocivo - existem consequências, mas o individo não interrompe o uso
 Dependência física- tolerância e síndrome de abstinência
 Adição - comportamento compulsivo para busca e uso, a despeito das consequências.

FACILITADORES E CODEPENDÊNCIA
Critérios diagnósticos (CID10) - Capítulo V corresponde aos transtornos mentais e
comportamentais.
Subdivisão de quatro caracteres que devem ser usadas com as categorias F10-F19:
A- (F 1x.0) intoxicação aguda
B- (F 1x.1) uso nocivo para a saúde
C- (F 1x.2) síndrome de dependência
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D- (F 1x.3) Síndrome de abstinência


E- (F 1x.4) Síndrome de abstinência com delirium
F- (F 1x.5) Transtorno psicótico
G- (F 1x.6) Síndrome amnésica
H- (F 1x.7) Transtorno psicótico residual ou de instalação tardia
I- (F 1x.8) Outros transtornos mentais ou comportamentais
J- (F 1x.9) Transtorno mental ou comportamental não especificado

F10: transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool


F11: transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de opiáceos
F12: transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de canabinóides
F13: transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de sedativos e hipnóticos
F14: transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de cocaína
F15: transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de outros estimulantes,
inclusive a cafeína
F16: transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de alucinógenos
F17: transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de fumo
F18: transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de solventes voláteis
F19: transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de múltiplas drogas e ao uso
de múltiplas substâncias psicoativas

F1 x.0- Intoxicação aguda


Uma condição transitória seguindo-se a administração de álcool ou outra substância psico-
ativa, resultando em perturbações no nível de consciência, cognição, percepção, afeto ou
comportamento ou outras funções ou respostas psicofisiológicas. Esse deve ser um diag-
nóstico principal somente em casos onde a intoxicação ocorre sem que problemas mais
persistentes relacionados ao uso de álcool ou drogas estejam concomitantemente presen-
tes. Onde existem tais problemas. a preferência deve ser dada aos diagnósticos de uso
nocivo (F Ix l). síndrome de dependência (Flx.2) ou transtorno psicótico (FIX5).

F1x. 00 não complicada: Sintomas de gravidade variável. usualmente dose-


dependentes, particularmente em altos níveis de dose.
F1x.01 com traumatismo ou outra lesão corporal
F1x.02 com outras complicações médicas: condições tais como hematêmese, aspira-
ção de vomito
F1x.03 com delirium
F1x.04 com distorções perceptivas
F1x.05 com coma
F1x.06 com convulsões
F1x.07 intoxicação patológica

F1x.1- Uso nocivo


Um padrão de uso de substância psicoativa que está causando dano à saúde. O dano po-
de. ser físico (como nos casos de hepatite decorrente de autoadministração de drogas in-
jetáveis) ou mental (p. ex., episódios de transtorno depressivo secundários a um grande
consumo de álcool).
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Diretrizes diagnosticas
O diagnóstico requer que um dano real deva ter sido causado à saúde física e mental do
usuário. Padrões nocivos de uso são frequentemente criticados por outras pessoas e estão
com frequência associados a consequências sociais diversas de vários tipos. O fato de que
um padrão de uso ou uma substância em particular não seja aprovado por outra pessoa,
pela cultura ou possa ter levado a consequências socialmente negativas, tais como prisão
ou brigas conjugais, não é por si mesmo evidência de uso nocivo.

DEPENDÊNCIA QUÍMICA
Diretrizes diagnósticas
Um diagnóstico definitivo de dependência química pela CID10 deve usualmente ser feito
somente se três ou mais dos seguintes requisitos tenham sido experienciados ou exibidos
em algum momento durante o ano anterior:
(a) um forte desejo ou senso de compulsão para consumir a substância;
(b) dificuldades em controlar o comportamento de consumir a substância em termos de
sou início, término ou níveis de consumo;
(c) um estado de abstinência fisiológico (ver F12.3 e F1x.4) quando o uso da substância
cessou ou foi reduzido, como evidenciado por: a síndrome de abstinência característica
para a substância ou o uso da mesma substância (ou de uma intimamente relacionada)
com a intenção de aliviar ou evitar sintomas de abstinência;
(d) evidência de tolerância, de tal forma que doses crescentes da substância psicoativa
são requeridas para alcançar efeitos originalmente produzidos por doses mais baixas
(exemplos claros disto são encontrados em indivíduos dependentes de álcool e opiáceos,
que podem tomar doses diárias suficientes para incapacitar ou matar usuários não tole-
rantes);
(e) abandono progressivo de prazeres ou interesses alternativos em. favor do uso da
substância psicoativa, aumento da quantidade de tempo necessária para obter ou tomar a
substância ou para se recuperar de seus efeitos;
(f) persistência no uso da substância, a despeito de evidência clara de consequências ma-
nifestamente nocivas, tais como dano ao fígado por consumo excessivo de bebidas alcoóli-
cas, estados de humor depressivos consequentes a períodos de consumo excessivo da
substância ou comprometimento do funcionamento cognitivo relacionado à droga; deve-se
fazer esforços para determinar se o usuário estava realmente (ou se poderia esperar que
estivesse) consciente da natureza e extensão do dano.

ÁLCOOL
Como o organismo reage ao álcool:
(o corpo processa mais ou menos uma lata de cerveja por hora. Acima disso começa a in-
toxicação (embriaguez)
1. CORRENTE SANGUÍNEA (quando você toma um gole de cerveja, ou qualquer outra be-
bida, uma parte das moléculas de etanol começa a entrar na corrente sanguínea pela
mucosa da boca.
2. COMO CHEA AO ESTÔMAGO (ela chega pelo esôfago) quando isso ocorre, esse órgão
tem 25% do etanol no sangue o resto só vai para a corrente sanguínea quando a bebi-
da chega ao intestino delgado.
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3. MOLÉCULAS ALCOÓLICAS (são necessários de 15 a 20 minutos para todas as moléculas


entrarem na circulação e se espalharem pelo corpo. Esse tempo depende da presença de
comida do estomago e a velocidade que você bebeu
4. QUANDO CAI NO SANGUE (quando as moelculas caem, são transportadas para todos
os tecidos que tem células com alta concentração de agua. Ex: cérebro, fígado, coração e
rins.
5. METABOLIZAÇÃO (as molécula são quebradas em partes menores para facilitar sua eli-
minação. O metabolismo processa por hora o equivalente a uma lata de cerveja, desse
modo passa a intoxicar o organismo)

O uso constante, descontrolado e progressivo de bebidas alcoólicas pode comprometer


seriamente o bom funcionamento do organismo.

O consumo de álcool também acaba afetando a família, amigos ,colegas de trabalho e a


sociedade como um todo.

O diagnóstico de alcoolismo NÃO tem relação com o tipo e a quantidade da substância,


mas sim à capacidade em controlar o consumo de bebida

Além da já reconhecida predisposição genética para a dependência, outros fatores podem


estar associados: ansiedade, angústia, insegurança, fácil acesso ao álcool e condições cul-
turais. Por ser muito relacionado à socialização – os primeiros efeitos do álcool são euforia
e desinibição - é comum que o hábito se inicie na adolescência, período em que começam
a ser frequentes reuniões com oferta de bebidas alcoólicas.

Existe também o critério de quantidade de álcool para identifi-


car os bebedores excessivos. Segundo a OMS, o consumo MÁ-
XIMO de álcool por semana é de 21 unidades para homens e
14 unidades para mulheres, cada unidade equivalendo a 10g
de álcool.

O número de unidades em diferentes bebidas é apresentado na


tabela
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QUESTIONÁRIO CAGE

O questionário CAGE não é um instrumento para


definição de diagnóstico, mas sim um orientador
para início de avaliação e para o uso do clínico

Danos hepáticos, anemia, desnutrição, neuropatia


periférica, pancreatite, câncer, transtornos psiqui-
átricos, osteoporose, danos neurológicos, proble-
mas cardiovasculares, prejuízo imunológico
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Tratamento
Desintoxicação aguda, longo prazo, complicações, comorbidades

Desintoxicação
Domiciliar ou em hospitalização.
- Diazepam ou lorazepam( em hepatopatia), em redução gradual
- Hidratação
- Tiamina (IM, EV lento, VO)
- Tratamento sintomático de manifestações gastrointestinais (omeprazol ,pantoprazol ,
esomeprazol, Plasil, dramin , ondansetron)

No guideline publicado pelo American Journal of Psychiatry em janeiro de 2018


são listadas opções medicamentosas com boa evidência, que podem ser utiliza-
das em caso de falha de tratamento não farmacológico.

- A primeira opção é o naltrexona, cuja contra indicação é insuficiência hepática ou hepa-


tite.
A naltrexona, ou cloridrato de naltrexona, é indicado para parar de beber pois age inibindo
estruturas no cérebro responsáveis pela sensação de prazer ao se consumir bebidas al-
coólicas e, desta forma, a pessoa deixa de sentir os efeitos agradáveis do álcool, fazendo
que diminua a vontade de beber.

Como usar: a dose recomendada é de 1 comprimido de 50 mg ao dia, por até 12 semanas


de tratamento, conforme orientação médica.

Quem não deve usar: a naltrexona não deve ser usada por mulheres grávidas ou em
amamentação, ou por pessoas que tenham alergia à naltrexona, doenças no figado como
hepatite ou insuficiência hepática ou que estejam em tratamento com remédios opióides
como morfina ou codeina, por exemplo.
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- A segunda opção é o dissulfiram, que se consumido com bebida alcoólica causa muito
mal estar. O objetivo é que uma vez ingerido o medicamento, o paciente terá medo de
ingerir bebida alcoólica e não beba.

O dissulfiram é remédio indicado para o tratamento do alcoolismo crônico e age inibindo


as enzimas que decompõem o álcool e que transformam o acetaldeído, um produto inter-
médio do seu metabolismo, em acetato, que é uma molécula que o organismo consegue
eliminar. Este processo leva ao acúmulo de acetaldeído no organismo, responsável pelos
sintomas da ressaca, fazendo com que a pessoa tenha sintomas como vômitos, dor de ca-
beça, pressão baixa ou dificuldade para respirar, sempre que ingere bebidas alcoólicas,
fazendo com que deixe de beber. (Dissulfiram não está mais disponível no Brasil)

- Outras opções menos comuns, porém com alguma evidência são gabapentina e topira-
mato.

- Carbamazepina mais uma vez não é citada como droga com eficácia para tratamento do
alcoolismo, embora alguns médicos ainda a prescrevam.

- Benzodiazepínicos também não devem ser usados, exceto nos casos de abstinência agu-
da e antidepressivos só devem ser prescritos quando existe outra doença psiquiátrica que
indique seu uso.

Complicações:
Convulsão (benzodiazepínicos), Delirium tremens, Síndrome de wernicke-korsakoff

Delirium tremens
O delirium tremens é caracterizado por sintomas clássicos do delirium (rebaixamento do
nível de consciência, confusão mental, desorientação temporoespacial, etc.) juntamente
com uma hiperatividade autonômica (hipertensão arterial, taquicardia, taquipneia, hiper-
termia, etc.), além de ilusões e alucinações. O delirium começa geralmente dois a cinco
dias após a interrupção ou redução da ingesta de bebida alcoólica e pode ser fatal.

Tratamento: suportivo e benzodiazepínicos


É de curto prazo: resolve-se em dias ou semanas.
Porém, ctico: necessita de atendimento de emergência

Síndrome de wernicke-korsakoff
A síndrome de Wernicke-Korsakoff é uma forma incomum de amnésia que combina duas
doenças: encefalopatia de Wernicke (confusão aguda, nistagmo, marcha ataxica) e um
tipo de amnésia de longo prazo denominada síndrome de Korsakoff (confabulações)

Desnutrição, Alcoolismo. (carência de tiamina)

A TIAMINA é obrigatória antes ou concomitantemente com a administração intravenosa


de glicose (usada na intoxicação aguda, junto com hidratação) em situações em que a en-
cefalopatia de Wernicke pode ocorrer: usuário crônico de álcool ou desnutrição.
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A glicose pode precipitar a desordem em indivíduos com deficiência de tiamina, já que au-
menta a demanda metabólica por tiamina.

 internação para desintoxicação em Hospital Geral


 clínicas de reabilitação
 Hospital psiquiátrico
 CAPSad
 comunidade terapêutica
 Psicoterapia
 Grupos ( AA )
 Orientação familiar

Benefícios do consumo moderado de álcool: Redução de risco de doenças cardiovas-


culares, neurodegenerativas, artrite e asma, melhora do quadro de diabetes , aumento do
nível de HDL

A ingestão de álcool ,mesmo moderada , é CONTRA INDICADA nas seguintes situações


 Gestantes
 Pessoas com histórico de alcoolismo
 Antecedentes de AVC hemorrágico
 Pessoas com doenças do fígado.
 Pessoas com doenças do pâncreas.

Também devem evitar o consumo regular de álcool pessoas com doenças do estômago e
esôfago e aquelas com história familiar importante de câncer de mama ou de alcoolismo.

NICOTINA
Estima-se que aproximadamente um terço da população brasileira adulta fume, sendo
aproximadamente 11 milhões de mulheres e 16 milhões de homens. O maior número de
fumantes está concentrado na faixa etária dos 20 aos 49 anos

A severidade da dependência ao tabaco é evidenciada por estimativas que revelam que,


nos Estados Unidos, 80% dos fumantes regulares manifestam o desejo de parar de fumar,
desses apenas 35% tentam de fato e menos de 5% são bem sucedidos e abandonam o
tabaco sem ajuda especializada.

Outra observação relevante é o fato de que enquanto existem muitos usuários ocasionais
de álcool e cocaína, isso não é observado entre os usuários de tabaco que, de modo geral,
desenvolvem dependência.

A fumaça do cigarro contém mais de quatro mil substâncias químicas, muitas das quais
podem contribuir para os efeitos reforçadores do tabaco. Contudo, a maioria dos estudos
pré-clínicos e clínicos demonstra que a NICOTINA é o principal agente responsável pelo
desenvolvimento da dependência ao tabaco.
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A NICOTINA exerce sua ação farmacológica ligando-se a receptores colinérgicos nicotíni-


cos (nAchR). -> A estimulação desses receptores resulta no aumento da liberação de vá-
rios neurotransmissores

A nicotina aumenta as concentrações de DOPAMINA, preferencialmente no núcleo acum-


bens

Cigarro comum: é o modelo convencional. Ao ser acendido, o fogo queima as substâncias


perigosas à saúde, como nicotina, alcatrão e monóxido de carbono. O mesmo vale para
charuto e cachimbo. Todos levam à dependência.

Eletrônico: no lugar da combustão do cigarro comum, o princípio aqui é a vaporização. A


dosagem de nicotina varia de acordo com o fabricante. A mais baixa equivale a seis cigar-
ros comuns. A mais alta a 18. Há versões aromatizadas

" ...enquanto um cigarro comum tem entre 1 mg e 2 mg de nicotina, o cigarro eletrônico


costuma ter de 3 mg até 5 mg. ... Em 10 minutos, são 30 mg de nicotina, ou seja, o equi-
valente a um maço e meio de cigarro comum, em um cálculo conservador. "

TABACO AQUECIDO
Produtos de “tabaco aquecido” ou “tabaco sem fumo” são dispositivos eletrónicos que, ao
contrário dos cigarros eletrónicos, contêm tabaco. O tabaco é aquecido até uma tempera-
tura elevada, sem que se acenda, criando assim “fumo” que o utilizador pode sugar.

Tabaco aquecido: também funciona por vaporização. Mas, em vez de aquecer nicotina lí-
quida, esquenta lâminas de tabaco. Quarenta e oito países, entre eles Canadá, Japão e
Alemanha, já comercializam o IQOS, o produto da Philip Morris.

IQOS significa I Quit Original Smoking (eu deixei de fumar o cigarro original). A estratégia
de marketing da empresa parece levar a crer que se abandonou o consumo de tabaco,
mas apenas se alterou o produto, a nicotina e outros componentes prejudiciais estão lá.

ARTESANAL: tem vários tipos, boa parte deles compostos de 70% de tabaco e 30% de
cravo — um dos apelidos é cigarro de bali. O popular cigarro de palha, por sua vez, tem
de cinco a sete vezes mais nicotina e alcatrão que os convencionais.

INALÁVEL E MASCÁVEL : rapé (tabaco inalável), snus e fumo para mascar são exemplos
de produtos de tabaco sem fumaça. Em vez de fumar, o usuário aspira, masca ou suga o
tabaco. Todos podem propiciar lesões na boca ou na garganta.

NARGUILÉ : de berço oriental e hoje popular no Brasil, o aparato também se vale da va-
porização. De uso coletivo, o “cachimbo d’água” não deixa de oferecer riscos. Uma sessão
de 20 a 80 minutos corresponde a fumar 100 cigarros.
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Tem relação com aproximadamente 50 enfermidades, dentre elas vários tipos de


câncer (pulmão, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de
útero, leucemia), doenças do aparelho respiratório (enfisema pulmonar, bronquite crônica,
asma, infecções respiratórias) e doenças cardiovasculares (angina, infarto agudo do mio-
cárdio, hipertensão arterial, aneurismas, acidente vascular cerebral, tromboses). Há ainda
outras doenças relacionadas ao tabagismo: úlcera do aparelho digestivo; osteoporose; ca-
tarata; impotência sexual no homem; infertilidade na mulher; menopausa precoce e com-
plicações na gravidez. Estima-se que, no Brasil, a cada ano, cerca de 157 mil pessoas mor-
ram precocemente devido às doenças causadas pelo tabagismo. Os fumantes adoecem com
uma frequência duas vezes maior que os não fumantes. Têm menor resistência física, me-
nos fôlego e pior desempenho nos esportes e na vida sexual do que os não fumantes. Além
disso, envelhecem mais rapidamente e ficam com os dentes amarelados, cabelos opacos,
pele enrugada e impregnada pelo odor do fumo.

Além disso, no momento do consumo, a nicotina também causa no sistema nervoso central
uma ação estimulante e, como consequências, há o aumento da pressão arterial, da fre-
quência dos batimentos cardíacos, da frequência respiratória e da atividade motora, além
da redução do apetite.

Sabe-se que cada cigarro carrega mais de 4.700 substâncias das quais 60 AGENTES CAN-
CERÍGENOS CONHECIDOS.

SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA
Fissura pelo tabaco, bradicardia, tontura, desconforto gastrintestinal, aumento do apetite,
ganho de peso, dificuldade de concentração, ansiedade, irritabilidade, disforia, depressão
,insônia

Após 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal.


Após 2 horas, não há mais nicotina circulando no sangue.
Após 8 horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza.
Após 12 a 24 horas, os pulmões já funcionam melhor.
Após 2 dias, o olfato já percebe melhor os cheiros e o paladar já degusta melhor a comida.
Após 3 semanas, a respiração se torna mais fácil e a circulação melhora.
Após 1 ano, o risco de morte por infarto do miocárdio é reduzido à metade.
Após 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao das pessoas que nunca fumaram.
Quanto mais cedo você parar de fumar menor o risco de adoecer.

Tratamento
Adesivos de nicotina, Chicletes de nicotina,
Medicação: bupropiona, 150mg na primeira semana, 300 mg a partir da segunda semana
(4-6 meses). Opções: topiramato, quetiapina nortriptilina em doses altas
Psicoterapia, Tratar comorbidades

Benefícios da nicotina (em estudo)


•Esquizofrenia • Parkinson • Alzheimer • TDAH, • anorexigeno, • melhora de performance
física • melhora da performance cognitiva
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CANNABIS
Conceitualmente, maconha é o nome atribuído à planta do gênero Cannabis. Porém, há
três espécies diferentes dessa planta: a mais popular é a sativa, mas a indica e ruderalis
também são utilizadas tanto para recreação como para função terapêutica.

O principal componente da maconha é o THC, quimicamente chamado de tetra-


hidrocanabinol. Essa substância tem efeito psicoativo, e é a responsável pela sensação de
leveza e de relaxamentos resultantes do consumo da droga.

Ainda que a maconha tenha outros elementos alucinógenos em sua composição, o THC é
considerado o MAIS POTENTE . Por isso, todos os efeitos da maconha estão associados à
ação do THC. Além dos sintomas físicos, esse elemento modifica as atividades cerebrais e
gera bastante prejuízo às funções cognitivas.

HAXIXE é o exsudato resinoso seco, extraído do tricoma, das flores e das inflorescências
da Cannabis sativa ou Cannabis indica, utilizado como entorpecente, que pode ser fumado
ou ingerido. Este termo antigamente era utilizado como equivalente para Cannabis no Me-
diterrâneo oriental.

A maconha tem 4% de THC (tetrahidrocanabinol), o Haxixe concentra até 14%.

O Haxixe se classifica em três tipos: a erva que se obtém das folhas, caules e sementes
secas da planta; a resina que é feita do liquido que sai da planta; e o óleo, que é a parte
mais forte do Haxixe.

SKANK (também conhecida como supermaconha e skunk) é uma droga mais potente que
a maconha, ambas são retiradas da espécie Cannabis sativa e, por esse motivo, possuem
em suas composições o mesmo princípio ativo - THC (Tetra-hidrocanabinol).

Proveniente do cultivo da planta em laboratório. O preparo da Cannabis sativa para obten-


ção do Skank é feito em estufas com tecnologia hidropônica (plantação em água). Segun-
do estudos, no skank há um índice de THC sete vezes maior que na maconha.

BHC ou WAX BHO (óleo de haxixe de butano),


conhecido como crumble, sugar, honeycomb ou budder

Efeito rápido e intenso. Pode ser misturado no cigarro da maconha e fumado, uso de ca-
chimbos, vaporizadores e dabbing

O processo para a obtenção do BHO (ou wax, como é conhecido nos EUA) é relativamente
simples: a extração do THC ocorre pela dissolução das folhas, galhos e buds de maconha
em gás butano. Ao entrar em contato com a matéria orgânica, o gás produz uma espécie
de óleo com textura parecida com mel.

A substância contém uma concentração de THC bem maior do que encontrada nos buds
pois o butano “retira” o THC encontrado nos tricomas da planta, depositando-o no óleo.
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SHATTER
Shatter vem do inglés "estilhaçar" e ganhou esse nome por causa de sua textura e consis-
tência muito similar ao vidro. É uma forma altamente refinada do óleo de butano, normal-
mente feita em pressão e vácuo e submetida à diversos passos para eliminar quaisquer
traços da planta e solventes no produto final. Essa forma de extração é uma das mais po-
tentes conhecidas atualmente, podendo criar concentrações de até 90% de THC.

Principais efeitos causados pela uso crônico da maconha


Gerais: fadiga crônica e letargia, náusea crônica, dor de cabeça, irritabilidade.
Neurológicos: diminuição da coordenação motora, alterações de memória e da concentra-
ção, alteração da capacidade visual, alteração do pensamento abstrato.
Psíquicos: depressão e ansiedade, mudanças rápidas de humor, irritabilidade, ataques de
pânico, tentativas de suicídio, mudanças de personalidade.
Respiratórios: tosse seca, dor de garganta crônica, congestão nasal, piora da asma. Infec-
ções frequentes dos pulmões, bronquite crônica.
Reprodutivos: infertilidade, problemas menstruais, impotência, diminuição da libido e da
satisfação sexual.
Sociais: isolamento social, afastamento do lazer e de outras atividades sociais.

Conforme a frequência e a quantidade de uso, e o teor de THC, aumentam as chances de


efeitos adversos. 7 estudos, feitos na Austrália, Inglaterra, Alemanha e Nova Zelândia,
alertam para até 11 x mais chance de desenvolver esquizofrenia após o consumo da ma-
conha

SÍNDROME AMOTIVACIONAL
É uma consequência do uso crônico e pesado da maconha. Este quadro é caracterizado
pela diminuição da energia e da vontade, assim como prejuízo social e ocupacional signifi-
cativos. Na síndrome amotivacional nota-se diminuição da capacidade de atenção e julga-
mento, além de introversão, com diminuição da comunicação e das habilidades sociais.

Para o Dr. David E. Smith, fundador da Haight Ashbury Free Medical Clinic in San Francis-
co e usuário de maconha de 1960 a 1988, "a maconha é uma droga perigosa e debilitan-
te” , sendo que “a natureza da droga promove um grau de negação que é sutil e insidioso.
Indivíduos que usaram maconha cronicamente podem estar anos em abstinência e recu-
peração de seu uso antes de se tornarem plenamente conscientes da extensão em que
suas vidas foram danificadas por esse uso. "

Dados da Fiocruz 2019 (consumo no último mês): álcool - 30% tabaco - 14% medica-
ções controladas - 3% maconha - 2,5% cocaína - 0,9% crack - 0,1% ecstasy ,/heroína
/solventes - menos de 0,2% (Viés-não foram entrevistados presidiários e moradores de
rua)

Taxa de dependência: cannabis, calcula-se 10% 16,5% se início do uso durante a ado-
lescência. nicotina,32%, heroína, 23%, cocaína, 17% álcool, 15%. Ao contrário de muitas
dessas drogas, a cannabis não produz overdose fatal.
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Legalização da cannabis

Abstinência
A síndrome de abstinência de maconha tem sido descrita por sintomas que desaparecem
com a retomada do consumo da substância como: desconforto generalizado, “fissura” ,
diminuição do apetite, perda de peso, insônia, agressividade, irritabilidade, angústia, can-
saço e sonhos estranhos.

Tratamento
Na atualidade, não existem remédios específicos para o tratamento . Tratamento sintoma-
tológico e de comorbidades. Quetiapina, topiramato, n-acetilcisteína. Psicoterapia, especi-
almente cognitiva comportamental(TCC) Grupos , como NA

Benefícios do canabidiol
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COCAÍNA / CRACK
A cocaína é uma substância química ilícita que tem seu princípio ativo extraído da planta
Erythroxylon coca. Há, nessa espécie, uma substância alcaloide chamada benzoilmeti-
lecgonina, que é usada na preparação do pó.

A cocaína é um estimulante do sistema nervoso central. Amenta e prolonga o tempo de


atuação dos neurotransmissores dopamina noradrenalina e serotonina.

O CRACK é obtido a partir da uma mistura de cloridrato de cocaína (pó refinado) com um
componente básico (bicarbonato de sódio, amônia,…) e um solvente (éter, acetona,…).
Em seguida o solvente é evaporado, deixando apenas cristais. O crack é incolor, inodoro,
cristalino e estala quando aquecido (cracking), particularidade que lhe deu o nome. Pode
ser fumado em cachimbos improvisados ou misturado ao tabaco ou à maconha
(freebase). Seus efeitos euforizantes rápidos, intensos e de curta duração induzem à de-
pendência ou a comportamentos de uso continuado com mais facilidade.

 Efeitos da cocaína no sistema nervoso: dores de cabeça, perdas temporárias de consci-


ência, convulsões e pode levar à morte.
 Efeitos da cocaína na pele: infecções, machucados e alergias.
 Efeitos da cocaína no nariz: O nariz do usuário de cocaína pode ser severamente com-
prometido, provocando diversos problemas, como a perfuração do septo nasal e infec-
ções difíceis de serem tratadas.
 Efeitos da cocaína nos dentes: Quando entra em contato com a gengiva e com os den-
tes, a cocaína pode virar um ácido e provocar a erosão do esmalte dental. Ou seja, o
tecido que protege os dentes é prejudicado, o que pode causar dor e sensibilidade,
além de comprometer a aparência dentária.
 Efeitos da cocaína no sistema cardiovascular: taquicardia, aumento da pressão arterial,
arritmias e até ataques cardíacos
 Efeitos da cocaína no pulmão: tosse, sibilos (chiados) pulmonares e dificuldades respi-
ratórias.
 Efeitos da cocaína no intestino,: As consequências do uso de cocaína no intestino são
raras, mas quando ocorrem podem ser sérias, como: úlceras gastroduodenais, infarto
mesentérico e isquemia intestinal.
 Efeitos da cocaína nas relações sexuais: Muitos associam a cocaína ao prazer sexual.
Porém, seu uso crônico pode provocar nos usuários a dificuldade em manter a ereção e
problemas na ejaculação, podendo ser precoce ou tardia.
 Efeitos psicológicos da cocaína: São os mais comuns, podendo ser: euforia, sensação
de poder, ausência de medo, ansiedade, agressividade, excitação física, mental e se-
xual, anorexia (perda do apetite), insônias, delírios e alucinações.

Tratamento
Não há tratamento específico
-> topiramato, n-acetilcisteína, quetiapina, Clorpromazina, risperidona. Lurasidona. Anfe-
taminas (Modafinila, dexanfetamina)
Grupos, psicoterapia
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Heroína / Opióides
DEPENDÊNCIA FÍSICA E PSICOLÓGICA

Os opioides são prescritos para tratar a dor. Com o uso prolongado, os efeitos de alívio
diminuem, e a dor pode ficar ainda pior. Overdose pode levar à morte.

ÓBITO: DEPRESSÃO RESPIRATÓRIA, HIPÓXIA, COMPLICAÇÕES


/INFECÇÕES

Ex: Tramadol. Hidromorfona. Metadona. Morfina. Oxicodona.


Hidrocodona. Oximorfona. Fentanil. Tapentadol.

A heroína nasceu na tentativa de melhorar o perfil de segurança


da morfina, um alcaloide do ópio, embora inicialmente não tenha
sido desenvolvida como um analgésico. A diacetilmorfina, nome
técnico da heroína, foi sintetizada em 1874 pelo químico Alder
Wright, no hospital universitário St. Mary's, em Londres.

Os receptores opioides mais importantes são mu, fundamental na gênese da dependência;


kappa, responsável por efeitos de analgesia, sedação, miose, desrealização e despersona-
lização; delta, responsável por efeitos de analgesia; épsilon, envolvido com efeitos sedati-
vos; e sigma, ação antitussígena e alucinógena

Ligação a receptores opióides e aumento de dopamina no sistema mesolímbico

ABSTINÊNCIA DE OPIÁCEOS
Os sintomas iniciais de abstinência incluem agitação, ansiedade, insônia, sudorese, lacri-
mejamento e rinorreia. Hipersensibilidade a dor. Sintomas tardios : cólicas abdominais,
dilatação pupilar, diarreia, náuseas e vômitos.
Em alguns casos ocorrem convulsões. Os sintomas normalmente começam 12 horas após
o último uso de heroína e após 30 horas da última exposição a metadona.
Embora acarrete muito sofrimento e desconforto a abstinência de heroína/opiaceos não
tem desfecho fatal.
Pode durar de uma semana a um mês. Entretanto, alguns sintomas , como sensação de
baixa energia, ansiedade e insônia, podem durar por alguns meses após a interrupção de
altas doses de opiáceos

Tratamento
Naloxona: para intoxicação e depressão respiratória, Metadona.
Retirada gradual da substância.

Deve-se fazer uma retirada gradual dos opioides e/ou uso de agonistas. Recomendado
acompanhamento psicológico para evitar recidivas e uso irregular de algum opioide.
A metadona alivia os sintomas de abstinência da heroína, podendo ser utilizada como me-
dicamento de manutenção no tratamento da dependência.
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Além disso, a buprenorfina trata a abstinência, também podendo ser utilizada na manu-
tenção. A naltrexona pode auxiliar na prevenção de recaídas.

A clonidina ajuda na redução da agitação, sudorese, rinorreia e cólicas, mas não reduz o
desejo de utilizar o opióide.

Alucinógenos

LSD ou dietilamida do ácido lisérgico (derivado de um fungo)


Metilenodioximetanfetamina (MDMA, ecstasy)
Psilocibina (derivada de vários tipos de cogumelos)
Mescalina (derivada do cacto peiote)
Dimetiltriptamina (DMT)

Modificações das percepções ocorrendo em um estado de ple-


na vigília e alerta, como por ex., alucinações, delírios, ilusões,
intensificação subjetiva de percepções sensoriais, despersona-
lização, desrealização, sinestesias. riscos comportamentais

Sudorese profusa, dilatação das pupilas, taquicardia, visão turva, palpitações, tremores de
extremidades, falta de concentração intelectual, reações de agressividade descabida, con-
vulsões.

ECSTASY: é uma droga sintética , recreativa , que tem a metilenodioximetanfetamina


(MDMA) como princípio ativo. Essa substância é responsável pelo estado de euforia e a
sensação de prazer do usuário. Efeito estimulante e alucinógeno. Os efeitos têm início
após 30 a 45 minutos e podem durar entre 4 e 8 horas.

Náuseas, Desidratação, Hipertermia, Hiponatremia, Hipertensão, Perda de memória, tanto


verbal como visual, Dificuldade de tomar decisões, Ataques de pânico, Paranoias, Alucina-
ções, Despersonalização. ("Bala" , " droga do amor")

Bastante utilizado em festas , frequentemente associado a dança (atividade física), po-


dendo causar o aumento da temperatura corporal e provocar sintomas como desorienta-
ção, vertigens, dores de cabeça, fadiga, cãibras e desmaio.

O ECSTASY ainda pode causar surtos psicóticos em algumas pessoas, principalmente na-
quelas que têm histórico familiar de doença mental. Quando ingerido com bebidas alcoóli-
cas, pode resultar em choque cardiorrespiratório e levar à morte.

LSD: A dietilamida do ácido lisérgico é uma das mais fortes substâncias alucinógenas co-
nhecidas.

Produzida em laboratórios a partir da substância ergotina, obtida do fungo Claviceps pur-


purea (ergot), que se desenvolve no centeio e outros grãos.
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Dilatação de pupilas, oscilação da temperatura corporal, pressão arterial


e frequência cardíaca. Outros efeitos comuns são a sudorese ou calafrios.
Usuários de LSD frequentemente têm perda de apetite, insônia, lábios
secos e tremores. Efeitos em 30 a 90 minutos e podem durar até 12h.

LSD é a droga mais conhecida por causar flashbacks, mas isso também pode acontecer
com cogumelos, DMT e ocasionalmente MDMA

Tolerância rápida
Uso religioso
uso medicinal em pesquisa

Só para saber... As drogas mais utilizadas no golpe conhecido como “Boa Noite Cindere-
la” , também conhecidas como drogas do estupro ou rape drugs, são geralmente o GHB
(ácido gamahidroxibutírico), a Ketamina (Special K) e o Rohypnol (Flunitrazepam).

Considerações gerais no tratamento das dependências


Individualidade
Recursos
Idade
Nível cognitivo
Comorbidades
Objetivos
Hábitos
Ambiente
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TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)

Transtorno de neurodesenvolvimento, de início na infância, podendo persistir na vida


adulta. prevalência na infância estimada em 5 a 8%, e idade adulta em torno de 2,5% da
população.

É mais frequente em meninos, numa proporção variável conforme o estudo seja feito na
comunidade ou em amostra clínica, entre 3:1 e 9:1. e adultos e, em torno de 2:1 a 1:1.

Com frequência os sintomas são perceptíveis aos 3 anos de idade, porém, se não forem
graves, o diagnóstico acaba sendo feito mais tarde, no Jardim de infância ou escola ele-
mentar , quando a interação social e exigências acadêmicas tornam o transtorno mais evi-
dente.

Etiologia:
Basicamente genético, com hereditariedade em torno de 75%. há estudos de vários genes
de suscetibilidade ligados ao sistema dopaminérgico.

Fatores ambientais podem elevar o risco:


 Sobrepeso e obesidade materna antes da gestação,
 Condições gestacionais, como hipertensão arterial, pré-eclâmpsia, exposição a aceto-
minofeno, tabagismo, nível sérico materno baixo de vitamina D.
 Prematuridade
 Histórico de eczema e asma na infância

Prejuízo em diferentes domínios:


 Memória de trabalho, verbal e visoespacial
 Controle inibitório
 Atenção espontânea e sustentada
 Processamento de informações e velocidade de processamento,
 Controle do tempo
 Funções executivas (organização e planejamento)

Critérios diagnósticos (DSM-5)


A. Um padrão persistente de desatenção e hiperatividade-impulsividade, que interfere no
funcionamento e no desenvolvimento , conforme caracterizado por 1 e/ou 2

1. DESATENÇÃO: 6 ou mais dos seguintes sintomas persistem por pelo menos 6 meses,
inconsistente com o nível de desenvolvimento e tem impacto negativo diretamente nas
atividades sociais e acadêmicas ou profissionais:
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a) Frequentemente não presta atenção em detalhes ou comete erros por descuido em ta-
refas escolares, no trabalho ou durante outras atividades (ex: negligência, deixar pas-
sar detalhes, trabalho impreciso)
b) Frequentemente tem dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas
(foco nas aulas, conversas, leitura prolongada)
c) Frequentemente parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra diretamente
("cabeça longe" , mesmo na ausência de distração óbvia)
d) Frequentemente não segue instruções até o fim e não consegue terminar trabalhos es-
colares, tarefas ou deveres no local de trabalho (começa tarefas, mas perde o foco)
e) Frequentemente tem dificuldade para organizar tarefas e atividades (tarefas sequen-
ciais, manter materiais e objetos pessoais em ordem, trabalho desorganizado e deslei-
xado, mal gerenciamento do tempo, dificuldade em cumprir prazos)
f) Frequentemente evita, não gosta ou reluta em se envolver em tarefas que exijam es-
forço mental prolongado (trabalhos escolares ou lições de casa para adolescentes mais
velhos e adultos, preparo de relatórios, preenchimento de formulários e, revisão de
trabalhos longos)
g) Frequentemente perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (material escolar,
lápis, livros, carteiras, chaves documentos , óculos, celular)
h) Com frequência é facilmente distraído por estímulos externos (para adolescentes e
adultos pode incluir pensamentos não relacionados)
i) Com frequência é esquecido em relação a atividades cotidianas (realizar tarefas. obri-
gações para adolescentes e adultos: retornar ligações, pagar contas, cumprir horários
agendados)

2. HIPERATIVIDADE E IMPULSIVIDADE: 6 ou mais dos seguintes sintomas persistem por


pelo menos seis meses em algum grau que é inconsistente com o nível do desenvolvimen-
to e tem impacto negativo diretamente nas atividades sociais e acadêmicas ou profissio-
nais

NOTA: sintomas não são apenas manifestação de comportamento opositor desafiador,


hostilidade ou dificuldade para compreender tarefas ou instruções. Para adolescentes e
adultos, cinco sintomas são necessários

a) Frequentemente se remexe ou bate com as mãos ou os pés ou se contorce na cadeira


b) Frequentemente levanta da cadeira em situações em que se espera que permaneça
sentado (sala de aula, escritório)
c) Frequentemente corre ou sobe nas coisas em situações inapropriadas (em adolescen-
tes ou adultos, pode se limitar a sensação de inquietude)
d) Com frequência é incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamen-
te
e) Com frequência "não para" agindo como se estivesse "com motor ligado" (fica descon-
fortável em ficar parado muito tempo, como em restaurantes e reuniões. outros indiví-
duos podem considerá-lo inquieto ou difícil de acompanhar)
f) Frequentemente fala demais
g) Frequentemente deixe escapar uma resposta antes que a pergunta tenha sido concluí-
da (completa a frase dos outros, não espera a vez de falar)
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h) Frequentemente tem dificuldade para esperar sua vez (ex., Fila)


i) Frequentemente interrompe ou se intromete (conversas, jogos, usar coisas de outras
pessoas sem pedir permissão, adolescentes e adultos podem assumir o controle de
coisas que outros estão fazendo)

B. Vários sintomas de desatenção ou hiperatividade/ impulsividade estavam presentes an-


tes dos 12 anos de idade.
C. Vários sintomas de desatenção ou hiperatividade-impulsividade estão presentes em
dois ou mais ambientes (casa, escola, trabalho , amigos)
D. Há evidências Claras de que os sintomas interferem no funcionamento social, acadêmi-
co ou profissional ou de que reduzem sua qualidade
E. Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o curso de esquizofrenia ou outro
transtorno psicótico e não são mais bem explicado por outro transtorno mental (humor,
ansiedade, dissociativo, personalidade, intoxicação ou abstinência de substância)

Subtipos:
 Apresentação combinada
 Predominantemente desatento
 Predominantemente hiperativo/impulsivo

Especificadores:
 Em remissão parcial
 Leve, moderado ou grave: (Conforme nível de prejuízo no funcionamento social ou
profissional)

O diagnóstico é clínico.
Colher informações de histórico médico ,gestacional e Informações da família e da escola.
No caso de adultos, histórico de comportamento na infância. Não há exames patognomô-
nicos. até 1960 era chamado de "disfunção cerebral mínima" , porque podem aparecer al-
terações leves e inespecíficas em eletroencefalograma. testagem neuropsicológica e ques-
tionários estruturados ajudam no diagnóstico e a avaliar o nível de comprometimento.

Curso variável. sintomas persistem na adolescência em 60 a 85% dos casos, e na vida


adulta em aproximadamente 60%. via de regra, hiperatividade é o primeiro sintoma re-
metido, e a distração, o último. quando a remissão ocorre, geralmente é entre 12 e 20
anos de idade. Histórico familiar, eventos negativos durante a vida e comorbidades influ-
enciam o prognóstico

Impacto em vários aspectos da vida familiar, acadêmica, social e profissional. Prejuízos


cumulativos. Aumento de riscos de acidentes por desatenção (queimaduras, quedas , di-
reção de veículos)

Comorbidades mais comuns: transtorno opositor desafiador ; Distúrbios de espectro


autista; transtorno de conduta; Dependência química; transtornos de humor; Transtornos
de ansiedade; transtornos do sono; transtornos alimentares
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Tratamento:
Medicação: tratamento de comorbidades, Estimulantes (metilfenidato, lisdexanfetamina,
modafinila), imipramina (triciclico)
Abordagem psicossocial, terapia de neurofeedback, Terapia cognitivo-comportamental,
Estratégias de psicoeducação para os pais.

TOD E TRANSTORNO DE CONDUTA


DSM-5 CID-10
Transtornos disruptivos, do controle de im- Transtorno de conduta:
pulsos e da conduta
Socializado;
Inclui: Não socializado;
Transtorno de oposição desafiante
Transtorno explosivo intermitente Transtorno opositor desafiador.
Transtorno de conduta

Transtorno opositor desafiador (TOD)

Transtorno infantil caracterizado por comportamento desafiador e desobediente a figuras


de autoridade. diagnóstico diferencial de TDAH.

A causa do transtorno desafiador de oposição é desconhecida, mas provavelmente envol-


ve uma combinação de fatores genéticos e ambientais.

Os sintomas geralmente começam antes da criança completar oito anos de idade,. E in-
cluem: humor irritável, postura argumentativa e desafiadora, agressividade verbal e índo-
le vingativa que duram mais de seis meses e causam problemas significativos em casa ou
na escola.

As crianças com transtorno desafiador opositivo são teimosas, difíceis, desobedientes e


irritáveis, sem ser fisicamente agressivas e sem de fato violar os direitos alheios. O trans-
torno desafiador opositivo é, às vezes, considerado uma apresentação mais branda do
transtorno de conduta. Contudo, os dois transtornos têm diferenças.

As crianças com transtorno de conduta parecem não ter consciência (moral) e, diferente-
mente das crianças com tod, elas violam os direitos de terceiros repetidamente, às vezes
sem nenhum sinal de irritação.

Características de comportamento:
Discutir com adultos; Perder a calma fácil e frequentemente; Desafiar ativamente regras e
instruções; Importunar outras pessoas deliberadamente; Culpar terceiros por seus pró-
prios erros; Ficar com raiva, ressentido e ser facilmente perturbado; Ser cruel e vingativo;
Essas crianças sabem a diferença entre o certo e o errado e sentem-se culpadas quando
fazem algo de gravemente censurável. Muitas delas não têm habilidades sociais.
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Tratamento
Técnicas de controle do comportamento
Possivelmente terapia em grupo
Tratamento de problemas que podem estar contribuindo para os sintomas (por exemplo,
disfunção familiar ou TDAH).

O melhor tratamento para o transtorno desafiador opositivo é por meio de técnicas de


controle do comportamento, que incluem uma abordagem disciplinar consistente e reforço
adequado do comportamento desejado (com recompensas).
Pais e professores podem ser instruídos nessas técnicas pelo conselheiro ou terapeuta da
criança. As crianças podem se beneficiar de terapia em grupo, que as ajuda a melhorar
suas habilidades sociais.

Medicamentos: anti-depressivos , antipsicóticos como rispiridona, e estabilizadores podem


ajudar.
Mesmo sem tratamento, a maioria das crianças melhora aos poucos com o passar do tem-
po.

TRANSTORNO DE CONDUTA
Padrão repetitivo de comportamento que viola os direitos básicos de terceiros. Crianças
com transtorno de conduta são egoístas e insensíveis aos sentimentos dos outros e po-
dem assediar outras crianças, danificar propriedade, mentir ou furtar sem culpa.

O transtorno de conduta em geral tem início no final da infância ou no começo da adoles-


cência e é mais comum em meninos do que em meninas.

O DSM-5 especifica subtipo com início na infância (antes dos 10 anos), início na adoles-
cência (sem sintomas até os 10 anos de idade) ou com início não especificado

Hereditariedade e o ambiente provavelmente influenciam o desenvolvimento de um


Transtorno de Conduta.

A criança geralmente tem pais com um distúrbio da saúde mental, como abuso de subs-
tâncias, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, transtorno do humor, esqui-
zofrenia ou transtorno de personalidade antissocial. No entanto, as crianças afetadas po-
dem vir de famílias saudáveis , que funcionam bem.

O diagnóstico é feito até os 18 anos de idade. Após este período, persistindo os sinto-
mas, deve-se considerar Transtorno de Personalidade Antissocial. Antigamente conhecido
como ‘’Delinquência juvenil’’

A literatura internacional aborda o tema do comportamento anti-social sob diferentes pon-


tos de vista, levando em conta os aspectos legais (criminologia) e psiquiátricos. Do ponto
de vista legal, a delinqüência implica em comportamentos que transgridem as leis. No en-
tanto, como nem todas as crianças ou jovens com transtorno de conduta transgridem as
leis, o termo "delinqüente' ficou restrito aos menores infratores (definição legal).
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Os atos anti-sociais relacionados aos transtornos psiquiátricos são mais abrangentes e se


referem a comportamentos condenados pela sociedade, com ou sem transgressão das leis
do Estado.

Apresenta 3 das 15 seguintes características:


1. Frequentemente provoca, ameaça ou intimida os outros
2. Frequentemente se envolve em brigas físicas
3. Usou alguma arma que pode causar danos físicos graves a outros (ex. Bastão, tijolo,
garrafa quebrada, faca, arma de fogo)
4. Foi fisicamente cruel com pessoas * agressão a pessoas e animais
5. Foi fisicamente cruel com animais
6. Roubou durante confronto com uma vítima (assalto, extorsão, roubo de bolsa, roubo a
mão armada) 7
7. Forçou alguém a atividade sexual
8. Envolveu-se deliberadamente na provocação de incêndios com a intenção de causar
danos graves.
9. Destruiu deliberadamente propriedade de outras pessoas (excluindo incêndio).
10. Invadiu a casa, o edifício ou o carro de outra pessoa
11. Frequentemente mente para obter bens materiais ou favores ou para evitar obriga-
ções (trapaça)
12. Furtou itens de valores consideráveis sem confrontação de vítima (ex, furto em lojas,
sem invadir ou forçar a entrada; falsificação)
13. Frequentemente fica fora de casa à noite, apesar da proibição dos pais, com início an-
tes dos 13 anos de idade
14. Fugiu de casa, passando a noite fora, pelo menos duas vezes enquanto morando com
os pais ou em um lar substituto, ou uma vez sem retornar por um longo período.
15. Com frequência falta as aulas com início antes dos 15 anos de idade.

Transtorno de conduta restrito ao ambiente familiar (CID 10)


Transtorno de conduta caracterizado pela presença de um comportamento dissocial e
agressivo, manifestando-se exclusiva ou quase exclusivamente em casa e nas relações
com os membros da família nuclear ou as pessoas que habitam sob o mesmo teto.

Para que um diagnóstico positivo possa ser feito, o transtorno deve responder, além dis-
so, aos critérios gerais citados no CID 10; a presença de uma perturbação, mesmo grave,
das relações pais-filhos não é por isso só suficiente para este diagnóstico.

Transtorno de conduta não socializado (Cid 10)


Transtorno de conduta caracterizado pela presença de um comportamento dissocial ou
agressivo persistente (que responde aos critérios gerais do CID 10 e não limitado a um
comportamento de oposição, provocador ou perturbador), associado a uma alteração sig-
nificativa e global das relações com as outras crianças.

Distúrbio (de): · agressivo, não-socializado · conduta, tipo solitário-agressivo


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Transtorno de conduta caracterizado pela presença de um comportamento dissocial ou


agressivo (que responde aos critérios gerais citados no CID 10 e não limitado a um com-
portamento de oposição, provocador ou perturbador) manifestando-se em indivíduos ha-
bitualmente bem integrados com seus companheiros.

Cabular aulas, Delinqüência "de grupo", Delitos cometidos num contexto de grupo, Rou-
bos em grupo, Transtorno de condutas tipo "em grupo" .

Prognóstico
A maioria dos jovens com distúrbio de conduta cessa seu comportamento desagregador
no início da vida adulta, mas cerca de 1/3 dos casos persiste. Muitos desses casos se en-
caixam nos critérios do Transtorno da Personalidade Antissocial.

Tratamento
Frequentemente, remover as crianças do ambiente problemático e movê-las para um con-
texto rigidamente estruturado. Psicoterapia. Suporte e orientação à família. Medicação
sintomática. Antipsicóticos podem ajudar a conter a agressividade.

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)


O TEA é um transtorno do desenvolvimento neurológico que se caracteriza, principalmen-
te, pelo comprometimento da habilidade de comunicação e interação social, assim como
por comportamentos estereotipados e interesses repetitivos e/ou restritos.

A causa específica, na maioria das vezes, não detectada. Entretanto, alguns casos ocor-
rem com a síndrome da rubéola congênita, doença de inclusão citomegálica, fenilcetonú-
ria, complexo da esclerose tuberosa ou síndrome do X frágil.

Fortes evidências levam a componentes genéticos. Pais de uma criança com transtornos
do espectro autista têm risco 50 a 100 vezes maior de ter outro filho com transtorno do
espectro do autismo. A taxa de concordância em gêmeos monozigóticos do autismo é ele-
vada. Pesquisas sobre famílias sugeriram várias potenciais áreas de genes alvo, incluindo
aquelas relacionadas aos receptores de neurotransmissores (serotonina e ácido gama-
aminobutírico [GABA]) e controle estrutural do sistema nervoso central (genes HOX).
Houve suspeitas de causas ambientais, mas elas não foram provadas (vacinas, medica-
ções)

Na década de 70, a prevalência de TEA era de 4,5 a cada 10.000. Em 2006, 1 a cada
1.000. Em maio de 2020, o estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, nos
EUA, já indicou que uma em cada 54 crianças é diagnosticada com o TEA. Portanto, hoje,
com 211 milhões de habitantes, estima-se que 3,9 milhões de brasileiros sejam TEA

As estimativas apontam para uma maior prevalência de casos em pessoas do sexo mascu-
lino do que feminino, sendo 1 menina para cada 4 meninos. As meninas apresentam me-
nos os estereótipos do espectro. Aprendem a disfarçar o seu déficit de comportamento so-
cial, por apresentarem a capacidade de imitar comportamentos de outras meninas da
mesma idade. Elas têm menos atitudes repetitivas e restritas que os meninos no TEA.
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Os aspectos hormonais podem estar ligados às diferenças entre meninas e meninos com
TEA.

No autismo, não há prevalência de raça, etnia, condições socioeconômicas, culturais ou


educacionais.

Autismo na CID-10
F84 – Transtornos globais do desenvolvimento (TGD) F84.0 – Autismo infantil; F84.1 –
Autismo atípico; F84.2 – Síndrome de Rett; F84.3 – Outro transtorno desintegrativo da
infância; F84.4 – Transtorno com hipercinesia associada a retardo mental e a movimentos
estereotipados; F84.5 – Síndrome de Asperger; F84.8 – Outros transtornos globais do de-
senvolvimento; F84.9 – Transtornos globais não especificados do desenvolvimento.

Autismo na CID-11
6A02 – Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) 6A02.0 – Transtorno do Espectro do Au-
tismo sem deficiência intelectual (DI) e com comprometimento leve ou ausente da lingua-
gem funcional; 6A02.1 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual
(DI) e com comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional; 6A02.2 – Transtor-
no do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e com linguagem funcional
prejudicada; 6A02.3 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual(DI)
e com comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional 602.4 – Transtorno do
Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e com ausência de linguagem funcio-
nal; 6A02.5 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com
ausência de linguagem funcional; 6A02.Y – Outro Transtorno do Espectro do Autismo es-
pecificado; 6A02.Z – Transtorno do Espectro do Autismo, não especificado

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS—DSM-5
A .Déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contex-
tos, conforme manifestado pelo que segue, atualmente ou por história prévia (os exem-
plos são apenas ilustrativos):
1.Déficits na reciprocidade socioemocional, variando, por exemplo, de abordagem social
anormal e dificuldade para estabelecer uma conversa normal a compartilhamento reduzi-
do de interesses, emoções ou afeto, e dificuldade para iniciar ou responder a interações
sociais.
2.Déficits nos comportamentos comunicativos não verbais usados para interação social,
variando, por exemplo, de comunicação verbal e não verbal pouco integrada a anormali-
dade no contato visual e linguagem corporal, ou déficits na compreensão e uso gestos a
ausência total de expressões faciais e comunicação não verbal.
3.Déficits para desenvolver, manter e compreender relacionamentos, variando, por exem-
plo, de dificuldade em ajustar o comportamento para se adequar a contextos sociais di-
versos a dificuldade em compartilhar brincadeiras imaginativas, ou em fazer amigos ,ou
ausência de interesse por pares.

B. Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, conforme


manifestado por pelo menos dois dos seguintes, atualmente ou por história prévia (os
exemplos são apenas ilustrativos):
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1.Movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipados ou repetitivos (por exemplo,


estereotipias motoras simples, alinhar brinquedos ou girar objetos, ecolalia, frases idios-
sincráticas).
2.Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas ou padrões ritualizados de
comportamento verbal ou não verbal (como sofrimento extremo em relação a pequenas
mudanças, dificuldades com transições, padrões rígidos de pensamento, rituais de sauda-
ção, necessidade de fazer o mesmo caminho ou ingerir os mesmos alimentos diariamen-
te).
3. Interesses fixos e altamente restritos que são anormais em intensidade ou foco (por
exemplo, forte apego a ou preocupação com objetos incomuns, interesses excessivamente
circunscritos ou perseverativos).
4. Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesse incomum por aspectos
sensoriais do ambiente (como indiferença aparente a dor/temperatura, reação contrária a
sons ou texturas específicas, cheirar ou tocar objetos de forma excessiva, fascinação visu-
al por luzes ou movimento).

C .Os sintomas devem estar presentes precocemente no período do desenvolvimento,


mas podem não se tornar plenamente manifestos até que as demandas sociais excedam
as capacidades limitadas ou podem ser mascarados por estratégias aprendidas mais tarde
na vida.

D .Esses sinais causam prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, profis-


sional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo no presente

E. Não são melhor explicados por prejuízos da inteligência ou por atraso global do desen-
volvimento.

Nível de gravidade, Interação/comunicação social:


Nível 1 (necessita suporte): Prejuízo notado sem suporte; dificuldade em iniciar interações
sociais, respostas atípicas ou mal sucedidas para abertura social; interesse diminuído nas
interações sociais; falência na conversação; tentativas de fazer amigos de forma estranha
e mal-sucedida.
Nível 2 (necessita de suporte substancial): Déficits marcados na conversação; prejuízos
aparentes mesmo com suporte; iniciação limitadas nas interações sociais; resposta anor-
mal/reduzida a aberturas sociais. Nível 3 (necessita de suporte muito substancial): Prejuí-
zos graves no funcionamento; iniciação de interações sociais muito limitadas; resposta
mínima a aberturas sociais.

Comportamento restritivo / repetitivo:


Nível 1 (necessita suporte): Comportamento interfere significantemente com a função;
dificuldade para trocar de atividades; independência limitada por problemas com organi-
zação e planejamento
Nível 2 (necessita de suporte substancial): Comportamentos suficientemente frequentes,
sendo óbvios para observadores casuais; comportamento interfere com função numa
grande variedade de ambientes; aflição e/ou dificuldade para mudar o foco ou ação.
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Nível 3 (necessita de suporte muito substancial): Comportamento interfere marcadamente


com função em todas as esferas; dificuldade extrema de lidar com mudanças; grande afli-
ção/dificuldade de mudar o foco ou ação.

Outros especificadores:
Prejuízo intelectual; Prejuízo de linguagem; Condição médica ou genética conhecida; Ou-
tras desordens do neurodesenvolvimento mental ou comportamental; Catatonia.

O diagnóstico de autismo é clínico e deve ser feito através da observação da criança e


conversa com pais e familiares. Já no primeiro ano de vida é possível detectar alguns si-
nais, como contato visual pobre, ausência de balbucio ou gestos sociais, não responder
pelo nome quando chamado.

Os pais observam pouco interesse em compartilhar objetos e dificuldade em desviar o fo-


co em atividades que interessa à criança. Problema para dormir também é uma caracte-
rística muito presente no autismo, assim como seletividade para alimentos, medos exces-
sivos e hipersensibilidade a determinados barulhos ou estímulos.

Outros sinais relevantes para o diagnóstico de TEA é a excessiva preferência por determi-
nados objetos, texturas, cores ou jogos. Pode haver uma demora para engatinhar, andar,
falar e até mesmo regressão da fala entre 1 e 2 anos.

Avaliação Neuropsicológica: utiliza a observação da criança, testes específicos, questi-


onários estruturados, escalas e entrevistas com cuidadores para avaliar funções executi-
vas, atenção, concentração, aprendizado e memória, habilidades motoras, velocidade de
processamento, habilidades matemáticas, e linguagem.

Os exames genéticos podem identificar qual o tipo de síndrome de quem tem o TEA e se
há comorbidades adicionais. Tendo uma resposta mais objetiva, é possível oferecer trata-
mento e suporte corretos para cada caso.
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O tratamento dos transtornos do espectro do autismo é geralmente multidisciplinar. Há


benefícios em abordagens baseadas no comportamento que encorajam a interação e a
compreensão da comunicação.

Psicólogos e educadores dão ênfase a uma análise do comportamento e a seguir cruzam


as estratégias de orientação comportamental com os problemas específicos de comporta-
mento da pessoa em casa ou na escola.

Medicação (sintomática) ; Individualizado, Controle de sintomas, Antipsicóticos, especial-


mente risperidona e aripiprazol. Inibidores seletivos de recaptação de serotonina podem
ajudar em comportamento repetitivo. Estabilizadores de humor
Psicoterapia (especialmente comportamental); Terapia ocupacional; Fonoaudiologia;
Equoterapia; Musicoterapia; Fisioterapia; Alimentação adequada Treinamento dos
pais/cuidadores

Várias tentativas terapêuticas tem sido propostas, mas sem resultados científicos suficien-
tes para recomendação: Intervenções dietéticas, incluindo alguns suplementos vitamínicos
e uma dieta livre de glúten e sem caseína, não são úteis o suficiente para que possam ser
recomendadas; mas muitas famílias optam por usá-las, levando à necessidade de monito-
rar insuficiências e excessos alimentares.

Outras abordagens de complementação e investigação (p. ex., facilitação na comunicabili-


dade, terapia com quelação, treinamento de integração auditiva, terapia com oxigênio hi-
perbárico) não mostraram ser eficazes.
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A PERSONALIDADE diz respeito aos comportamentos e fatores relativos à vivência interna


(pensamentos , sentimentos, autoimagem) e externa (capacidade de adaptação de uma
pessoa aos outros, ao seu mundo e às situações que experimenta.)

Eventualmente algumas características podem ser observadas já na infância, mas é na


adolescência ou no início da fase adulta que costuma estar constituída, apresentando es-
tabilidade ao longo da vida.

Quando os traços de uma personalidade se desviam daquilo que é culturalmente espera-


do, são mal adaptativos, rígidos, inflexíveis e causam sofrimento ou prejuízo, podemos
dizer que estamos diante de um Transtorno de Personalidade.

Epidemiologia: 10% da população em geral. Aproximadamente 50% em pacientes psi-


quiátricos, podendo ser um fator predisponente para outros transtornos. *egossintônicos

Via de regra, os transtornos de personalidade são inatos e vitalícios e não há tratamento


específico. A busca por tratamento geralmente se deve a comorbidade ou pela busca de
terceiros

Classificação pelo DSM-5

TIPO A TIPO B TIPO C


‘’estranhas’’ ou de afasta- Dramáticas, impulsivas ou Ansiedade e medo
mento erráticas
Obsessivo-compulsivo
Esquizotípico Narcisista Dependente
Esquizoide Boderline evitativo
Paranoide Antissocial
Histriônico

Classificação pelo CID 10


F60 Transtornos específicos da personalidade
F60.0 Personalidade paranóica
F60.1 Personalidade esquizóide
F60.2 Personalidade dissocial
F60.3 Transtorno de personalidade com instabilidade emocional
F60.4 Personalidade histriônica
F60.5 Personalidade anancástica
F60.6 Personalidade ansiosa (esquiva)
F60.7 Personalidade dependente
F60.8 Outros transtornos específicos da personalidade
F60.9 Transtorno não especificado da personalidade
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CID-11
Se basearmos na CID-10, entenderemos que esse transtorno é permanente, mas a CID-
11 muda esse entendimento, afirmando que ele é de "longa duração", de dois anos ou
mais.

CID-11 classifica os TPs de forma DIMENSIONAL nos graus leve, moderado e grave, na
dependência da abrangência dos sintomas na vida do paciente ou da intensidade da mani-
festação patológica. O profissional descreve os traços proeminentes do transtorno, mas
não há a obrigatoriedade de se ter um número mínimo de critérios como ocorre na classi-
ficação CATEGORIAL da CID-10.

TRANSTORNOR DE PERSONALIDADE TIPO A


Paranoide, esquizoide, esquizotípica
PARANOIDE
2 a 4% da população
Mais comum em parentes de portadores de esquizofrenia e transtorno delirante tipo per-
secutório. Mais comum em homens.
Possivelmente mais comum em imigrantes e população surda.

* Desconfiança, rigorosidade, persecutoriedade; Escrupolosidade.

Durante o atendimento:
modos formais, tensão muscular, avaliação do ambiente, seriedade, não reage a bom hu-
mor. Discurso objetivo e lógico. Conteúdo de pensamento demonstrando projeção, pre-
conceitos e possivelmente ideias de referência.

Exteriorizam emoções e usam projeção como mecanismo de defesa.


Ideias de referência e ilusões são defendidas com argumentos lógicos.

Afeto restrito, parecem "frios". Orgulham-se de sua racionalidade e objetividade, não sen-
do esta uma característica realmente louvável nesta condição.

Impressionam-se com nível hierárquico e demonstram desdém a indivíduos que percebem


como fracos ,doentios, debilitados ou deficientes.

Transmitem ideia de profissionalismo e eficiência, mas geram medo e conflito em outras


pessoas.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS—DSM-5
Desconfiança e suspeita difusa dos outros, interpretando motivações e intenções como
malévolas, observado no início da vida adulta e presente em vários contextos, conforme
indicado por quatro ou mais dos seguintes:
1. Suspeita sem embasamento suficiente de estar sendo explorado, maltratado ou enga-
nado por outros.
2. Preocupa-se com dúvidas injustificadas acerca da lealdade ou confiabilidade de amigos
e sócios.
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3. Reluta em confiar devido ao medo infundado de que as informações serão usadas mal-
dosamente contra si.
4. Percebe significados ocultos humilhantes ou ameaçadores em comentários ou eventos
benignos.
5. Guarda rancores de forma persistente (não perdoa insultos, injúrias, desprezo).
6. Percebe ataques a seu caráter ou reputação que não são percebidos por outros e pode
reagir com raiva ou contra-atacar rapidamente.
7. Suspeitas recorrentes e injustificadas acerca da fidelidade do cônjuge/companheiro.

B. Não ocorre exclusivamente durante o curso da esquizofrenia ,transtorno bipolar ou de-


pressivo com sintomas psicóticos,outro transtorno psicótico ou transtorno do espectro au-
tista e não é atribuído aos efeitos psicológicos de outra condição médica.

TRANSTORNO DE PERSONALIDADE—ESQUIZÓIDE

Prevalência não estabelecida, 5% da população em geral.


Alguns estudos indicam maior prevalência em homens.

Preferência por atividade laborativa solitária e turnos noturnos, evitando contato com pes-
soas.

Excêntricos. Isolados. Solitários.

Reconhecidos como calados, insociáveis. Pouca atenção a moda.


Homens, geralmente solteiros. Mulheres podem se casar por resignação, geralmente com
maridos dominantes.

Podem investir tempo e energia em interesses não-humanos, como matemática, física e


astronomia e podem ser muito ligados a animais.

Podem ter interesse por modismos de saúde, alimentação e correntes filosóficas.

Podem ser capazes de conceber, desenvolver e proporcionar ao mundo ideias genuina-


mente originais e criativas.

Podem usar fantasia como mecanismo de defesa. (Fantasias de onipotência e amigos ima-
ginários.)

Não conseguem compreender ferramentas de linguagem, como o eufemismo, ironia e in-


diretas. Assim, muitas vezes, não conseguem desvendar as intenções ocultas de outras
pessoas.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS—DSM-5
A. Padrão difuso de distanciamento das relações sociais e faixa restrita de expressão de
emoções em contextos interpessoais, que surge no início da vida adulta e estão presentes
em vários contextos conforme indicado por 4 ou mais dos seguintes:
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1. Não deseja, nem desfruta, de relações íntimas, inclusive ser parte de uma família.
2. Quase sempre opta por atividades solitárias.
3. Manifesta pouco ou nenhum interesse em experiências sexuais.
4. Tem prazer em poucas atividades e, por vezes, em nenhuma.
5. Não tem amigos próximos ou confidentes que não sejam familiares de primeiro grau.
6. Mostra-se indiferente ao elogio ou crítica .
7. Demonstra frieza emocional, distanciamento ou embotamento afetivo.

B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, transtorno bipolar ou de-


pressivo com sintomas psicóticos, outro transtorno psicótico ou transtorno de espectro au-
tista e não é atribuível aos efeitos psicológicos de outra condição médica.

TRANSTORNO DE PERSONALIDADE—ESQUIZÓTÍPICA

Características estranhas ou excêntricas. (excêntrico, bizarro)


Pensamento mágico, ideias de referência ilusões e desrealização.

Epidemiologia: 3% da população Proporção entre gêneros desconhecida, mais provável


em mulheres com síndrome do X frágil. Maior incidência em parentes de esquizofrênicos.

Perturbação do pensamento e comunicação. Discurso às vezes difícil de entender. Dificul-


dade em reconhecer seus sentimentos, mas sensíveis a sentimentos dos outros, especial-
mente os negativos, como raiva.

Impressões estranhas do mundo, com fantasias e ilusões que distorcem a forma de ver o
mundo e as pessoas, às vezes de forma bizarra.

Poucos ou nenhum amigo.


Por vezes traços de personalidade borderline.
Podem apresentar sintomas psicóticos breves, especialmente sob stress.
Podem apresentar anedonia ou depressão grave.

Os portadores deste transtorno muitas vezes creem ter habilidades extrassensoriais ou


que eventos mundiais estão relacionados a eles de alguma forma importante.
Suas conversas geralmente são excessivamente elaboradas e difíceis de acompanhar.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS—DSM-5
A. Padrão difuso de déficits sociais e interpessoais marcados por desconforto agudo e ca-
pacidade reduzida para relacionamentos íntimos, além de distorções cognitivas ou pers-
pectivas e comportamento excêntrico que surge no início da vida adulta e está presente
em vários contextos, conforme indicados por cinco ou mais:
1. Ideias de referência (excluindo delírios de referência)
2. Crenças estranhas ou pensamento mágico que influenciam o comportamento e são in-
consistentes com as normas subculturais (superstições, clarividência, telepatia ou sexto
sentido. Em crianças e adolescentes, fantasias ou preocupações bizarras)
3. Experiências perceptiva incomuns incluindo ilusões corporais.
SAÚDE MENTAL
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4. Pensamento e discurso estranhos (vago, circunstancial , excessivamente elaborado ou


estereotipado)
5. Desconfiança ou ideação paranoide
6. Afeto inadequado ou constrito
7. Comportamento ou aparência estranha, excêntrica ou peculiar
8. Ausência de amigos próximos ou confidentes que não sejam parentes em primeiro
grau.
9. Ansiedade social excessiva que não diminui com o convívio e que tende a estar associa-
da mais a temores paranoides do que a julgamento negativo sobre si mesmo.

B. Não ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, transtorno bipolar ou de-


pressivo com sintomas psicóticos, outro transtorno psicótico ou transtorno do espectro au-
tista.

Tipo A—curso/prognóstico/tratamento
Paranoide e Esquizotípico podem estar relacionados esquizofrenia.
Esquizoide pode ter surtos psicóticos breves.

Transtornos vitalícios, mas pode haver melhora de alguns sintomas e comportamentos.


Tratamento de comorbidades. Psicoterapia é essencial.

TRANSTORNO DE PERSONALIDADE TIPO B


Antissocial, boderline, narcisista, histriônica

Transtorno de personalidade antissocial—


Incapacidade de se adequar a regras sociais (não é sinônimo de criminalidade)

O 'psicopata" não está preso a nenhum tipo específico de TP, embora durante muito tem-
po foi associado ao TP antissocial. Hoje se considera que pessoas narcísicas, por exemplo,
podem adotar um comportamento psicopático bastante preocupante. Essa população re-
presenta um verdadeiro desafio para a Psiquiatria, tanto clínica quanto forense.

CID-10
Caracterizado por um desprezo das obrigações sociais e falta de empatia para com os ou-
tros.
Há um desvio considerável entre o comportamento e as normas sociais estabelecidas.
O comportamento não é facilmente modificado pelas experiências adversas, inclusive pe-
las punições.
Existe uma baixa tolerância à frustração e um baixo limiar de descarga da agressividade,
inclusive da violência.
Existe uma tendência a culpar os outros ou a fornecer racionalizações plausíveis para ex-
plicar um comportamento que leva o sujeito a entrar em conflito com a sociedade.

Personalidade (transtorno da): · amoral · anti-social · associal · psicopática · sociopática


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Epidemiologia: 0,2 a 3% da população geral; Mais comum em homens do que mulheres


Mais comum em homens usuários de álcool - 70% e em população carcerária- 75%
5 x mais comum entre parentes em primeiro grau de homens com o transtorno.
Sintomas precoces

Transtorno de conduta (infância e adolescência)


Transtorno de conduta envolve um padrão repetitivo de comportamento que viola os direi-
tos básicos de terceiros. Crianças com transtorno de conduta são egoístas e insensíveis
aos sentimentos dos outros e podem assediar outras crianças, danificar propriedade,
mentir ou furtar sem culpa.
1. Agressão a pessoas e animais
2. Destruição de propriedade
3. Engano ou roubo
4. Violações graves das regras

Psicopata x sociopata
Termos leigos, no meio científico são sinônimos.
Psicopatas e sociopatas compartilham de várias características em comum. Entre elas es-
tão:
 Ambos sofrem de Transtorno de Personalidade Antissocial;
 Demonstram desprezo por regras sociais e comportamento padrão;
 Não sentem remorso ou culpa

Origem: relações sociais, Impulsividade, empatia e culpa, comportamento criminal

Basicamente, os psicopatas têm menos conexões entre o córtex pré-frontal ventromedial


(ou vmPFC, uma parte do cérebro responsável por sentimentos como empatia e culpa) e a
amígdala, relacionada ao medo e ansiedade.

Ao exame: Podem se mostrar calmos e confiáveis. Habilmente manipuladores.

Podem corroborar para o diagnóstico, podem apresentar resultados anormais de eletroen-


cefalograma e sinais neurológicos que sugerem dano cerebral mínimo na infância. Testes
neuropsicológicos podem ser úteis.
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CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS—DSM-5
A. Um padrão difuso de desconsideração e violação dos direitos das outras pessoas que
ocorrem desde os 15 anos de idade conforme indicado por três ou mais dos seguintes:
1. Fracasso em ajustar-se às normas sociais relativas a comportamentos legais, conforme
indicado pela repetição dos atos que constituem motivos de detenção.
2. Tendência à falsidade conforme indicado por mentiras repetidas, uso de nomes falsos
ou de trapaça para ganho ou prazer pessoal.
3. Impossibilidade ou fracasso em fazer planos para o futuro.
4. Irritabilidade e agressividade, conforme indicado por repetidas lutas corporais ou agres-
sões físicas.
5. Descaso pela segurança de si mesmo ou de outros.
6. Irresponsabilidade reiterada, conforme indicado por falha repetida em manter uma con-
duta consistente no trabalho ou honrar obrigações financeiras.
7. Ausência de remorso, conforme indicado pela indiferença ou racionalização em relação
a ter ferido, maltratado ou roubado outras pessoas.

B. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade

C. Há evidências de transtorno de conduta com surgimento anterior aos 15 anos de idade

D. A ocorrência de comportamento antissocial não se dá exclusivamente durante o curso


de esquizofrenia ou transtorno bipolar.

TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE

1 a 2% da população. 2 x mais comum em mulheres. Personalidade


Parentes em primeiro grau: depressão e dependência química (transtorno da):
· agressiva ·
Instabilidade, Hipersensibilidade, neurose x psicose "borderline" · explosiva
CID-10
Transtorno de personalidade caracterizado por tendência nítida a agir de modo imprevisí-
vel sem consideração pelas consequências; humor imprevisível e caprichoso; tendência a
acessos de cólera e uma incapacidade de controlar os comportamentos impulsivos; ten-
dência a adotar um comportamento briguento e a entrar em conflito com os outros, parti-
cularmente quando os atos impulsivos são contrariados ou censurados.

Dois tipos podem ser distintos:


 O tipo impulsivo, caracterizado principalmente por uma instabilidade emocional e falta
de controle dos impulsos;
 e o tipo "borderline", caracterizado além disso por perturbações da auto-imagem, no
estabelecimento de projetos e nas preferências pessoais, por uma sensação crônica de
vacuidade, por relações interpessoais intensas e instáveis e por uma tendência a ado-
tar um comportamento autodestrutivo, compreendendo tentativas de suicídio e gestos
suicidas.
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Estressores durante a primeira infância podem contribuir para o desenvolvimento do


transtorno de personalidade borderline. História infantil de abuso físico e sexual, negligên-
cia, separação dos cuidadores e/ou perda de um pai é comum entre pacientes com trans-
torno de personalidade borderline.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS– DSM-5


A . Padrão difuso de instabilidade de relações interpessoais, da auto imagem e dos afetos
e de impulsividade acentuada que surge no início da vida adulta, está presente em vários
contextos, conforme indicado por 5 mais dos seguintes:
1. Esforços desesperados para evitar abandono real ou imaginário (excluir comportamento
suicida ou de automutilação, critério 5)
2. Padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos, caracterizado pela alter-
nância entre extremos de idealização e desvalorização.
3. Perturbação da identidade, instabilidade acentuada e persistente da autoimagem ou de
percepção de si mesmo.
4. Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente auto destrutivas (gastos, se-
xo , abuso de substância , direção irresponsável, compulsão alimentar)
5. Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento au-
tomutilante.
6. Instabilidade afetiva devida a uma acentuada reatividade de humor (disforia episódica,
irritabilidade ou ansiedade intensa)
7. Sentimentos crônicos de vazio.
8. Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la.
9. Ideação paranoide transitória associada a estress ou sintomas dissociativos intensos.

TRANSTORNO DE PERSONALIDADE HISTRIÔNICA

1 a 3% população geral; 1 a 10% na população ambulatório de saúde mental


Mais comum em mulheres
 Dramaticidade, sedução Personalidade (transtorno da): · histérica · psicoinfantil
CID-10
Transtorno da personalidade caracterizado por uma afetividade superficial e lábil, dramati-
zação, teatralidade, expressão exagerada das emoções, sugestibilidade, egocentrismo,
autocomplacência, falta de consideração para com o outro, desejo permanentes de ser
apreciado e de constituir-se no objeto de atenção e tendência a se sentir facilmente feri-
do.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICO—DSM-5
A . Padrão difuso de emocionalidade e busca de atenção em excesso, que surge no início
da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por cinco ou mais
dos seguintes:
1. Desconforto em situações em que não é o centro das atenções.
2. A interação com os outros é frequentemente caracterizada por comportamentos sexual-
mente sedutor, inadequado ou provocativo.
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3. Exibe mudança rápida e expressão superficial de emoções.


4. Uso reiterado da aparência física para atrair a atenção para si.
5.Tem um estilo de discurso que é excessivamente impressionista e carentes de detalhes.
6. Mostra autodramatização, teatralidade e expressão exagerada das emoções.
7. É sugestionável.
8. Considera as relações pessoais mais íntimas do que na realidade são.

TRANSTORNO DE PERSONALIDADE NARCISISTA

Arrogância, altivez

Normalmente, narcisistas são arrogantes e não se constrangem em cometer atitudes es-


nobes e abusivas com pessoas que julgam não estar à altura de seu “altíssimo” padrão de
inteligência, competência, valores, moral etc. Criticar, diminuir e acreditar que os outros
são inferiores ajuda-os a reforçar e fortalecer a convicção que têm da própria superiorida-
de. Não raro, são atitudes racistas, homofóbicas e preconceituosas de todo tipo — sim-
plesmente porque se enxergam superiores.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS—DSM-5
A. Padrão difuso de grandiosidade (em fantasia ou comportamento) , necessidade de ad-
miração e falta de empatia que surge no início da vida adulta e está presente em vários
contextos , conforme indicado por cinco ou mais dos seguintes:
1. Sensação grandiosa da própria importância (exgera conquistas e talentos , espera ser
reconhecido como superior sem que tenha as conquistas correspondentes)
2. Preocupado com fantasias de sucesso ilimitado, poder, brilho, beleza ou amor ideal
3. Acredita ser especial e único e que pode ser somente compreendido por, ou associado a
, pessoas ou instituições especiais ou com condição elevada.
4. Demanda admiração excessiva
5. Apresenta um sentimento de possuir direitos (expectativa irracional de tratamento es-
pecialmente favorável ou que esteja automaticamente de acordo com suas expectativas)
6. Explorador em relações interpessoais (tira vantagem de outros para atingir os próprios
fins)
7. Carece de empatia, reluta em reconhecer ou identificar-se com os sentimentos e neces-
sidades dos outros.
8. Frequentemente invejoso em relação aos outros ou acredita que os outros o invejam.
9. Demonstra comportamentos ou atitudes arrogantes e insolentes.

Tipo B—curso/prognóstico/tratamento
Personalidade narcisista e antissocial raramente procuram tratamento médico, a não ser
através da família ou devido a comorbidades como dependência química.

Personalidade histriônica e borderline procuram serviços médicos com frequência devido a


várias comorbidades (dependência química, ansiedade ,depressão, sintomas conversivos e
dissociativos), mas não pelas suas características de personalidade.

Tratamento de comorbidades, psicoterapia é fundamental


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TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE—TIPO C
Evitativa, dependente, anancástica

EVITATIVA
2 A 3% da população. Não há informações sobre sexo ou padrão familiar.
Evitação social. Medo de rejeição insegurança. Esquiva (ansiosa)

CID-10
Transtorno da personalidade caracterizado por sentimento de tensão e de apreensão, in-
segurança e inferioridade.
Existe um desejo permanente de ser amado e aceito, hipersensibilidade à crítica e a rejei-
ção, reticência a se relacionar pessoalmente, e tendência a evitar certas atividades que
saem da rotina com um exagero dos perigos ou dos riscos potenciais em situações banais.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS—DSM-5
A. Padrão difuso de inibição social, sentimentos de inadequação, hipersensibilidade a ava-
liação negativa , que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos,
conforme indicado por 4 ou mais dos seguintes:
1. Evita atividades profissionais que envolvam contato interpessoal significativo por medo
de crítica, desaprovação ou rejeição
2. Não se dispõe a envolver-se com pessoas, a menos que tenha certeza de que será re-
cebido de forma positiva.
3. Mostra-se reservado em
relacionamentos íntimos devido ao medo de passar vergonha ou ser ridicularizado.
4. Preocupa-se com críticas ou rejeição em situações sociais.
5. Inibe-se em situações interpessoais novas em razão de sentimentos de inadequação.
6. Vê a si mesmo como socialmente incapaz, sem atrativos pessoais ou inferior aos ou-
tros.
7. Reluta de forma incomum em assumir riscos pessoais ou se envolver em quaisquer no-
vas atividades, pois estas podem ser constrangedoras.

DEPENDENTE
0,6%; Mais comum em mulheres.
Pessoas com doenças físicas crônicas na infância podem ser mais suscetíveis
- apego, insegurança, submissão

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS—DSM-5
A. Necessidade difusa e excessiva de ser cuidado, que leva a comportamento de submis-
são e apego, que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, con-
forme indicado por cinco ou mais dos seguintes:
1. Tem dificuldade em tomar decisões cotidianas sem uma quantidade excessiva de con-
selhos e reasseguramento de outros
2. Precisa que outros assumam responsabilidade pela maior parte das principais áreas da
sua vida.
3. Dificuldade em manifestar desacordo com outros devido a medo de perder apoio ou
aprovação (excetuando medos reais).
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4. Apresenta dificuldade em iniciar projetos ou fazer coisas por conta própria, devido à fal-
ta de autoconfiança ou julgamento, e não devido a motivação ou energia.
5. Vai a extremos para obter carinho e apoio de outros, a ponto de voluntariar-se para fa-
zer coisas desagradáveis.
6. Sente-se desconfortável ou desamparado quando sozinho devido a temores exagerados
de ser incapaz de cuidar de si mesmo.
7. Busca com urgência outro relacionamento como fonte de cuidado e amparo logo após o
término de um relacionamento íntimo.
8. Tem preocupação irreal com medo de ser abandonado à própria sorte.

TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANANCÁSTICA OU OBSESSIVO-COMPULSIVA

CID 10
Transtorno da personalidade caracterizado por um sentimento de dúvida, perfeccionismo,
escrupulosidade, verificações, preocupação com pormenores, obstinação, prudência e rigi-
dez excessivas.
O transtorno pode se acompanhar de pensamentos ou de impulsos repetitivos e intrusivos
não atingindo a gravidade de um transtorno obsessivo-compulsivo.

Personalidade (transtorno da): · compulsiva · obsessiva · obsessiva-compulsiva

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS—DSM-5
A. Padrão difuso de preocupação com a ordem, perfeccionismo e controle mental e inter-
pessoal à custa de flexibilidade e eficiência ,que surge no início da vida adulta e está pre-
sente em vários contextos conforme indicado por 4 ou mais dos seguintes:
1. Preocupado com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou horários a ponto de
objeto principal da atividade ser perdido.
2. Demonstra perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas, já que seus padrões
não são atingidos.
3. Excessivamente dedicado ao trabalho e a produtividade em detrimento de atividades de
lazer e amizades (não relacionado à óbvia necessidade financeira).
4. Excessivamente consciencioso, escrupuloso e inflexível quanto a assuntos de moralida-
de ética ou valores, não relacionado a identidade cultural ou religiosa.
5. Incapaz de descartar objetos usados ou sem valor mesmo quando não tem valor senti-
mental.
6. Reluta em delegar tarefas ou trabalhar com outras pessoas a menos que elas se sub-
metam a sua forma exata de fazer as coisas.
7. Adota um estilo miserável de gastos em relação a si e a outros, o dinheiro é visto como
algo a ser acumulado para futuras catástrofes.
8. Exibe rigidez e teimosia -rigorosidade, perfeccionismo

Tipo C—curso/prognóstico/tratamento
Personalidades evitativas, dependentes e obsessivo-compulsivas acabam apresentando
grande sofrimento e comorbidades ao longo da vida, especialmente transtornos de humor.
Geralmente precisa de incentivo para buscar ajuda; Tratamento de comorbidades e psico-
terapia é essencial.
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Emergências psiquiátricas são situações em que existe um risco significativo de morte ou


injúria grave para o paciente ou para terceiros e que necessita de uma intervenção tera-
pêutica imediata

 Risco de homicídio;
 Risco evidente de agressão;
 Risco de suicídio;
 Auto negligência grave
 "Emergências Subjetivas"
 Emergências clínicas por intoxicação
 Complicações de abstinência de substâncias

Intoxicação por lítio

Na intoxicação aguda:
O carvão ativado e as técnicas de êmese forçada e lavagem gástrica tem pouca eficácia
na eliminação da substância.
Irrigação intestinal com polietilenoglicol (PEG) pode ser benéfico em casos de intoxicações
maciças com medicamentos de liberação prolongada.
Não há antídotos específicos.

SUPORTE CLÍNICO: As medidas inicias incluem reposição volêmica com solução salina,
objetivando diurese de 2 a 3 mL/Kg/h, monitorização hemodinâmica, suporte ventilatório,
correção de distúrbios hidroeletrolíticos e controle da agitação psicomotora e hipertermia,
que pode ser feito com benzodiazepínicos. Hemodiálise pode ser necessária.

Recomenda-se o tratamento com hemodiálise nas seguintes situações:


litemia sérica >4,0mEq/L na presença de IR (creatinina >2,0mg/dL);
litemia sérica >5mEq/L, independentemente dos sintomas;
coma, convulsões ou manifestações com risco de vida, independentemente da litemia sé-
rica;
litemia sérica >2,5mEq/L e sintomas significativos de toxicidade por lítio.
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Síndrome neuroléptica maligna


Consiste em reação a neurolépticos, provavelmente relacionada a bloqueio dos receptores
dopaminérgicos nos gânglios da base, sendo por isso também conhecida como síndrome
da deficiência aguda de dopamina.

Emergência neurológica com risco de vida, caracterizada pela tétrade clínica:


1. alteração do estado mental
2. rigidez
3. febre
4. disautonomia

A mortalidade resulta diretamente das manifestações disautonômicas da doença e de


complicações sistêmicas.

DISAUTONOMIA, ou DISFUNÇÃO AUTONÔMICA, é um termo usado para descrever uma


condição que provoca alterações no sistema nervoso autônomo, responsável por movi-
mentos involuntários como batimentos cardíacos, controle da respiração, controle da tem-
peratura e pressão arterial, alterando, assim, várias funções do corpo.

Lipotimia; Síncope; Falta de ar repentina; Fraqueza muscular; Incapacidade de ficar em


pé; Náuseas e vômitos; Alterações visuais; Perda/ lapsos de memória; Alterações repenti-
nas de humor; Sensibilidade à luz; Palpitações; Dificuldade de realizar exercícios físicos;
Tremores excessivos.

As causas da disautonomia não são bem definidas, mas pode surgir como consequência
de várias doenças como: diabetes, amiloidose, fibromialgia, mieloma múltiplo, porfiria,
trauma e lesões no sistema nervoso central, uso excessivo de álcool e de determinados
remédios, como antidepressivos, antihipertensivos, antipsicóticos , medicamentos antine-
oplásicos, medicamentos anti-eméticos (como metoclopramida e prometazina ).

A SNM é frequentemente observada com agentes antipsicóticos de primeira geração de


alta potência (por exemplo, haloperidol), no entanto, todas as classes de medicamentos
antipsicóticos foram implicadas, incluindo os antipsicóticos de baixa potência (por exem-
plo, clorpromazina) e antipsicóticos de segunda geração (por exemplo, clozapina , risperi-
dona , olanzapina).

Embora os sintomas geralmente apareçam durante as duas primeiras semanas de terapia


com antipsicóticos, também pode ocorrer após uma dose única ou após o tratamento com
o mesmo agente na mesma dose por muitos anos. Não é um fenômeno dependente da
dose, mas doses mais altas são um fator de risco. Os estudos de caso controle relatam
que ajustes de dose, troca de um agente para outro e a administração parenteral são fa-
tores de risco.

Sintomas da síndrome neuroléptica maligna:


1. Confusão, agitação ou coma.
2. Rigidez muscular.
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3. Temperatura alta, muitas vezes acima de 40 °C (104 °F)


4. Frequência cardíaca rápida; frequência respiratória rápida; pressão arterial alta ou vari-
ável (lábil)

*Investigar intoxicação por drogas, infecção, questionar uso, troca ou retirada de medica-
ções.

Tratamento
 Suspensão do medicamento que deu origem à síndrome;
 Uso de carvão ativado: ajuda a reduzir a absorção do medicamento, caso a ingestão
tenha ocorrido há pouco tempo;
 Soro : mantém a hidratação adequada e regula o nível de nutrientes no organismo;
 Relaxantes musculares, como Dantrolene: aliviam a rigidez muscular provocada pela
excitação do sistema nervoso;
 Antipiréticos, como paracetamol ou dipirona: diminuem a temperatura corporal .
 Benzodiazepínicos: mais recomendado lorazepam EV
 Eletroconvulsoterapia
A efetividade do tratamento farmacoterápico é observada precocemente e improvável de
ocorrer após os primeiros dias de tratamento, sendo assim, a eletroconvulsoterapia (ECT)
pode ser efetiva se os sintomas forem refratários aos cuidados de suporte e à farmacote-
rapia mesmo tarde no curso da SNM, ou se catatonia maligna idiopática enquanto uma
desordem psicótica subjacente não puder ser excluída, ou se o paciente tem catatonia
persistente residual e parkinsonismo após a resolução dos sintomas agudos metabólicos
agudos da SNM.

Síndrome serotoninérgica
causada pelo uso de medicamentos que atuam nos receptores de serotonina
Alguns dos principais medicamentos que aumentam a serotonina no organismo são:
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 Antidepressivos, como imipramina, clomipramina, amitriptilina, nortriptilina, fluoxetina,


paroxetina, citalopram, sertralina, fluvoxamina,venlafaxina, duloxetina, nefazodona,
trazodona, bupropiona, mirtazapina,tranilcipromina e moclobemida, por exemplo;
 Remédios para a enxaqueca do grupo dos triptanos, como zolmitriptana, naratriptana
ou sumatriptana, por exemplo;
 Remédios para a tosse que contêm dextrometorfano, que é uma substância que atua
no sistema nervoso central para inibir a tosse;
 Opioides usados para o tratamento da dor, como codeína, morfina, fentanila, meperidi-
na e tramadol, por exemplo;
 Remédios para as náuseas e vômitos, como a metoclopramida e o ondansetrona;
 Anticonvulsivantes, como valproato sódico e carbamazepina;
 Antibióticos, antifúngicos e antivirais, como eritromicina, ciprofloxacino, fluconazol e
ritonavir;
 Drogas ilícitas, como cocaína, anfetaminas, LSD e ecstasy.
 Alguns suplementos naturais, como o triptofano, a erva de são joão (hipericum) e o
ginseng, quando combinados com antidepressivos, podem também induzir a síndrome
serotoninérgica.

Os sintomas mais comuns da síndrome serotoninérgica surgem nas primeiras 24 horas e


normalmente incluem: Ansiedade; Irritabilidade; Espasmos musculares; Confusão e aluci-
nações; Tremores; Arrepios; Náuseas e diarreia; Aumento da pressão arterial e batimen-
tos cardíacos; Dilatação das pupilas

Em casos mais graves e se não for tratada urgentemente, a síndrome serotoninérgica po-
de dar origem a sintomas mais severos, como arritmias, perda da consciência, convul-
sões, coma e morte.

Tratamento
1. Retirada da medicação suspeita de provocar a crise
2. Suporte: fluidos, correção de sinais vitais
3. Benzodiazepínicos para agitação
4. Antagonista serotoninérgico (ciproeptadina)
Seus diversos mecanismos de ação estão relacionados com o antagonismo competitivo
com os mediadores químicos – histamina, serotonina e acetilcolina – pelos respectivos re-
ceptores.
5. Controle da hipertermia e instabilidade autonômica

- Pacientes com SS devem ser admitidos no hospital até que os sintomas tenham sido
completamente resolvidos. Pode ser necessário internação em uma UTI.
- Sedação, bloqueio neuromuscular com agente não despolarizante (antagonista competi-
tivo de acetilcolina), colocação de tubo endotraqueal, início de ventilação mecânica e in-
ternação em UTI.

Ideação/tentativa de suicídio
Suporte clínico de acordo com a condição. Apoio psicológico de emergência. Medicação de
emergência. Conforme situação pode ser necessário internação
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Psicoses; alcoolismo; perda recente; uso de drogas; histórico familiar; transtornos de an-
siedade; crise existencial ou afetiva; problemas financeiros graves; constantes crises de-
pressivas; tentativas anteriores frustradas; abandono da família ou do cônjuge; encarce-
ramento e pena muito longa; falta de terapia psiquiátrica ativa e contínua; preocupações
excessivas com os problemas; jovens e adolescentes, na ausência de apoio social; moti-
vos que indiquem situações de vergonha, como traição de cônjuge. idade avançada,
quando em associação com doenças graves ou incuráveis.

Genebra, 17 de junho de 2021 (OMS) – O suicídio continua sendo uma das principais
causas de morte em todo o mundo, de acordo com as últimas estimativas da Organização
Mundial da Saúde (OMS) publicadas nesta quinta-feira (17) no relatório “Suicide worldwi-
de in 2019” . Todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que
HIV, malária ou câncer de mama - ou guerras e homicídios. Em 2019, mais de 700 mil
pessoas morreram por suicídio: uma em cada 100 mortes, o que levou a OMS a produzir
novas orientações para ajudar os países a melhorarem a prevenção do suicídio e atendi-
mento.

Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a quarta causa de morte depois de aciden-
tes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal.

Mais homens morrem devido ao suicídio do que mulheres (12,6 por cada 100 mil homens
em comparação com 5,4 por cada 100 mil mulheres). As taxas de suicídio entre homens
são geralmente mais altas em países de alta renda (16,5 por 100 mil). Para mulheres, as
taxas de suicídio mais altas são encontradas em países de baixamédia renda (7,1 por 100
mil).

As quatro estratégias sugeridas pela OMS ( LIVE LIFE ) ;


1. Limitar o acesso aos métodos de suicídio, como pesticidas e armas de fogo;
2. Educar a mídia sobre a cobertura responsável do suicídio;
3. Promover habilidades socioemocionais para a vida,para adolescentes;
4. Identificação precoce, avaliação, gestão e acompanhamento de qualquer pessoa afeta-
da por pensamentos e comportamentos suicidas

Risco de agressão:
• Psicose aguda • Esquizofrenia • Episódio maníaco de transtorno bipolar •Intoxicação por
substâncias • Estado confusional • Transtorno delirante

Contenção de emergência
1. Física
2. Medicamentosa -Benzodiazepínicos -Antipsicótico injetável (haldol)

Cuidados com a contenção física:


A contenção mecânica deve ser realizada por uma equipe de ao me-
nos 3 pessoas: Realizada a contenção, identificar para o paciente e
seus familiares os comportamentos que tornaram necessária a inter-
venção;
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Explicar o procedimento, a finalidade e o período de tempo da intervenção para o paciente


e seus familiares, em termos compreensíveis; Explicar ao paciente e seus familiares os
comportamentos necessários para o termino da intervenção; Monitorar a resposta do pa-
ciente ao procedimento; Manter as contenções fora do alcance do paciente; Oferecer con-
forto psicológico ao paciente; Monitorar a condição da pele nos locais de contenção; Moni-
torar cor, temperatura e sensação frequentemente nas extremidades contidas; Posicionar
o paciente de modo a facilitar o conforto e evitar aspiração orotraqueal e ruptura da pele;
Avaliar em intervalos regulares (30 minutos) a necessidade do paciente da continuidade
da intervenção restritiva; Retirar contenções gradualmente, à medida que o paciente dei-
xa de forçá-las; Documentar a razão para a intervenção, condição física do paciente, me-
dicações e seu horário, e cuidados de enfermagem oferecidos durante toda intervenção e
o motivo para o termino da intervenção.

Autonegligência
Psicoses, deficiência intelectual, Transtorno bipolar, Estados confusionais, Dependência
química, Estados catatônicos
PREJUÍZOS: Alimentação Higiene Cuidado com doenças clínicas Moradia Integridade física
Bens materiais Exposição social

Tratamento: Estabilização de condição clínica, Recolhimento a um local protetivo, Trata-


mento da condição básica, Enfoque social, recrutamento da família

Outras condições emergenciais:


Crise de pânico
Principais sintomas: Falta de ar, agitação, sudorese intensa, tontura, formigamento, es-
pasmos musculares, tremores, sensação de frio ou calor, batimentos cardíacos acelerados
e medo de morrer ou de perder o controle.

Crise conversiva
Consiste em sintomas ou deficits neurológicos que se desenvolvem inconscientemente e
não volitivamente, geralmente envolvendo função motora ou sensorial. As manifestações
são incompatíveis com mecanismos fisiopatológicos ou vias anatômicas conhecidas. *Belle
indiferènce*

Crise dissociativa
Os sintomas podem variar conforme o transtorno, sendo os mais comuns: 1.Perda da con-
tinuidade da experiência; 2.Perda de memórias de determinados acontecimentos, pesso-
as, períodos de tempo, entre outros; 3.Sensação de desprendimento de si mesmo ou das
suas emoções (despersonalização);

Conduta:
Descartar causas orgânicas, especialmente neurológicas e cardiológicas.
Conferir dados vitais SEMPRE. (Ansiedade é diagnóstico de EXCLUSÃO)
Questionar tratamentos atuais ou prévios (condições clínicas e psiquiátricas)
Identificação de fator de stress pode ajudar no diagnóstico diferencial
Benzodiazepínicos (VO, IM ou EV) ou antipsicótico injetável para crise aguda
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ANOREXIA NERVOSA
1. Comportamento: inanição auto-induzida
2. Psicopatologia: medo mórbido de engordar
3. Sintomatologia fisiológica: consequências físicas

Epidemiologia
Tem apresentado aumento de incidência nas últimas décadas.
idade mais comum de início é entre 14 e 18 anos.
10 a 20 vezes mais frequente em mulheres do que em homens;
Atinge 0,5 a 1% das meninas adolescentes.
Em Mulheres jovens com sintomas ,que não preenchem totalmente diagnóstico, estimado
em 5%.
Comumente em classes mais altas , mas tem-se percebido mudança deste padrão.
Mais frequente em países desenvolvidos.
Maior risco em profissões que requerem magreza, como modelo ou bailarina.

O jejum auto-imposto não significa, necessariamente, um transtorno alimentar e tem uma


longa história na vida da humanidade.

Sabe-se que vários povos da Antigüidade incentivavam o jejum voluntário como uma prá-
tica religiosa e viam na abstinência alimentar uma forma de purificação.

Entre os gregos era uma prática curativa e tinha recomendação médica.


Hipócrates, por exemplo, costumava receitar jejuns, vômitos e enemas para o tratamento
de quase todas as doenças

A abstinência alimentar entendida como sacrifício e expressão de autodisciplina, associada


à abstinência sexual, privação de sono e autoflagelação, tomou sua forma mais rigorosa
no século IV, no Egito, com os “pais do deserto”.
Essa tradição ascética, iniciada por homens que abandonavam o mundo civilizado para se
dedicar à meditação, prolongou-se por quase todo o período medieval, com as santas je-
juadoras.

Rudolph Bell, historiador americano, interpreta a reclusão das jovens no convento como
um importante recurso, na baixa Idade Média, para escapar aos desígnios da sociedade
patriarcal que as obrigava a casar-se, ainda muito jovens, com homens que não conheci-
am.

O jejum auto-imposto teve seu apogeu na época de Santa Catarina de Siena (1347-
1380). O hábito chegou a tal extremo que os registros feitos pelos confessores surpreen-
dem por constituírem verdadeiras histórias clínicas. A tal ponto se estendeu essa prática
que a própria Igreja Católica começou a se preocupar com a exagerada abstinência ali-
mentar praticada nos mosteiros, restringindo a canonização de santas jejuadoras.
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Santa Catarina de Siena iniciou a prática de jejuns na adolescência, comendo somente um


pouco de pão e ervas cruas, muitas vezes deixando mesmo de fazê-lo e recorrendo aos
vômitos quando forçada a comer. Sua dieta era tão preocupante que seu confessor foi
obrigado a ordenar-lhe que comesse pelo menos uma vez ao dia. Ao mesmo tempo ati-
rou-se a uma febril atividade, cuidando de pobres, enfermos e dedicando-se totalmente à
ação político-religiosa que fez sua reputação: a reforma da Igreja. O exagero de suas pri-
vações fez suspeitar da “presença do diabo”, pois apesar de não tomar nenhum alimento
ou bebida, Catarina continuava muito ativa.

Estudiosos da doença concordam em definir o comportamento de Catarina de Siena, ca-


racterizado pelo jejum prolongado, hiperatividade, despotismo e mortificação do corpo,
como típico das anoréxicas atuais.

A partir do século XVII, o jejum auto-imposto foi anexado às ciências médicas emergentes
como um sintoma patológico: de virgens santificadas, as mulheres passaram a ser consi-
deradas pacientes histéricas.

Richard Morton, em 1691, foi o primeiro médico a descrever quadros que se assemelham
à anorexia nervosa contemporânea, caracterizados pela PERDA DO APETITE, AMENOR-
RÉIA e EMAGRECIMENTO IMPORTANTE, COM PERDA DE TECIDOS CORPORAIS.

Com William Gull (1816–1890), a recusa em alimentar-se passou a ser vista como uma
patologia, inicialmente chamada por ele de APEPSIA HISTÉRICA e posteriormente ANORE-
XIA NERVOSA, quando se convenceu de que a “anorexia” (falta de apetite), era um termo
melhor do que “apepsia” (indigestão).

Fatores de risco:
• Fatores biológicos, sociais e psicológicos estão envolvidos
• Norepinefrina e opióides endógenos podem estar envolvidos
• Evidências genéticas em estudos de gêmeos
• Fatores genéticos e ambientais (sociais) desempenham um papel importante no surgi-
mento da anorexia nervosa. O desejo de ser magro prevalece na sociedade ocidental e
muitas pessoas consideram a obesidade pouco atraente. Já na infância, crianças estão
conscientes dessa realidade e mais da metade de todas as mulheres adolescentes se-
gue uma dieta ou adota outras medidas para controlar o peso.
• O padrão de beleza muda muito conforme lugar e época, sendo afetado por aspectos
biológicos e culturais do ambiente.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS—DSM-5
A. Restrição da ingesta calórica em relação às necessidades, levando a um peso corporal
significativamente baixo no contexto de idade, gênero , trajetória do desenvolvimento
e saúde física.
B. Medo intenso de ganhar peso ou de engordar, ou comportamento persistente que in-
terfere no ganho de peso, mesmo estando com peso significativamente baixo.
SAÚDE MENTAL
PR2

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C. Perturbação no modo como o próprio peso ou a forma corporal são vivenciados, in-
fluência indevida do peso ou da forma corporal na autoavaliação, uma ausência persisten-
te de reconhecimento da gravidade do baixo peso corporal atual.

Tipo restritivo: a perda de peso é conseguida essencialmente por meio de dieta, jejum
e/ou exercício excessivo

Tipo compulsão alimentar purgativa: Nos últimos três meses, houve episódios recor-
rentes de compulsão alimentar purgativa (vômito auto-induzido ou uso indevido de laxan-
tes, diuréticos ou enemas)

Especificadores
Em remissão parcial/ Em remissão completa

 leve: IMC -mínimo 17 kg /m2


 Moderada: 16-16,99 kg/m2 (OBS, IMC normal = 18,5 a 24,9)
 Grave: 15-15,99kg /m2
 Extrema: menor que 15kg/m2

Características de comportamento:
Reclama que é gorda, embora seja muito magra;
Nega que é magra;
Pensa em comida o tempo todo;
Estuda as calorias de cada alimento;
Pesa os alimentos consumidos;
Acumula, esconde ou descarta alimentos;
Prepara refeições rebuscadas para outras pessoas;
Pula refeições
Finge que come ou mente sobre o quanto comeu
Mexe na comida no prato, corta em vários pequenos pedaços, mas não come
Pratica exercícios compulsivamente
Veste-se com roupas folgadas ou com várias camadas
Pesa-se várias vezes por dia
Avalia sua autoestima com base no seu nível de magreza

Perdas de peso rápidas ou acentuadas causam problemas que podem ser fatais.
Os problemas de coração, hidratação e eletrólitos (por exemplo, sódio, potássio e cloro)
são os mais perigosos:
 O coração torna-se debilitado e bombeia menos sangue pelo corpo:
 O ritmo cardíaco fica alterado.
 Desidratação e tendência a desmaio
 É possível que ocorra uma redução nos níveis de potássio e de sódio no sangue.
 Vomitar e tomar laxantes e diuréticos pode agravar a situação. É possível que ocorra
morte súbita, provavelmente causada pela presença de arritmias cardíacas .
SAÚDE MENTAL
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Prognóstico: óbito em aproximadamente 10% dos casos não tratados

Amenorreia e prejuízo da fertilidade: prejuízo na produção de hormô-


nios, pela desnutrição (lipídios)

Funcionamento do coração: O emagrecimento aumenta o risco cardíaco


e gera bradicardia.

Osteoporose: Os riscos de osteoporose são mais precoces entre mulhe-


res com anorexia ou que sofreram com a doença em algum momento
da vida.

Efeitos do vômito:
Modificação do esmalte dos dentes, tornando-o mais frágil e facilitando o desenvolvimento
de cáries.
Aparecimento de problemas periodontais - inflamação e infecção dos ligamentos e ossos
que dão suporte aos dentes.
Esofagite e em casos mais graves atelectasia de esôfago
Alterações metabólicas, tais como baixo nível de potássio que pode levar a uma insufici-
ência renal e/ou parada cardíaca.

Outras consequências físicas da anorexia:


A desnutrição causada pela anorexia provoca diminuição da pressão e aumento da sensa-
ção permanente de frio, fadiga, mal-estar, pele seca, lanugo, obstipação.

Aproximadamente metade das pessoas recupera a maior parte ou todo o peso perdi-
do, revertendo os problemas hormonais e outros problemas físicos resultantes do trans-
torno . Aproximadamente 25% das pessoas apresentam alguma melhora e recuperam um
pouco de peso, mas é possível que elas voltem periodicamente a praticar seus hábitos ali-
mentares antigos (recaída). Os outros 25% das pessoas têm recaídas frequentes e conti-
nuam a apresentar problemas físicos e mentais devido ao transtorno.

 Crianças e adolescentes tratados devido à anorexia nervosa apresentam melhores re-


sultados do que adultos.

Tratamento
Medidas para garantir que a pessoa consuma uma quantidade suficiente de calorias e nu-
trientes; Psicoterapia; Para crianças/adolescentes, terapia familiar; Avaliações regulares ;
Tratamento multidisciplinar: psiquiatra , endocrinologista, psicólogo, nutricionista
Internação pode ser necessária

Normalizar rapidamente o peso corporal é essencial quando algum dos eventos a seguir
tenha ocorrido:
1.A perda de peso foi rápida ou significativa;
2. O peso caiu abaixo de aproximadamente 75% do peso corporal recomendado.
SAÚDE MENTAL
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Uma dificuldade no tratamento é a falta de consciência e de desejo do indivíduo em ser


tratado
Sabotagem ao tratamento é esperado.
Combate aos sites de incentivo ao transtorno.
Cooperação da família é fundamental. Vigilância.
Além da mudança do padrão alimentar , a mudança de percepção de autoimagem e auto-
estima é fundamental para evitar recaídas.
Antidepressivos (Inibidor seletivo de recaptação de serotonina , triciclos) e antipsicóticos
podem ser úteis.

BULIMIA NERVOSA
Transtorno alimentar grave marcado por compulsão, seguido de métodos
para evitar o ganho de peso.

Epidemiologia:
1 a 4% das mulheres jovens.
cerca de 8 vezes mais em mulheres que homens.
Costuma iniciar mais ao final da adolescência ou início da idade adulta ,geralmente mais
tarde do que a anorexia.
Cerca de 20% das estudantes universitárias experimentam sintomas bulimicos transitórios
em algum momento durante a época da universidade.
Mais comum em países desenvolvidos.

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS—DSM-5
A. Episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio de compulsão alimentar é
caracterizado pelos seguintes aspectos:
1. Ingestão em um período de até 2 horas de uma quantidade de alimentos definitiva-
mente maior do que a maioria dos indivíduos consumiria no mesmo período sob cir-
cunstâncias semelhantes.
2. Sensação de falta de controle sobre a ingestão alimentar durante o episódio.
B. comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes a fim de impedir o ganho
de peso, como vômitos auto-induzidos, uso de laxantes, diuréticos ou outros medicamen-
tos, períodos de jejum ou exercício em excesso.
C. A compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios inapropriados ocorrem
em média, no mínimo uma vez por semana durante três meses
D. A auto avaliação é indevidamente influenciada pela forma e pelo peso corporais.
E. A perturbação não ocorre exclusivamente durante episódios de anorexia nervosa

Especificadores
Em remissão parcial/ Em remissão completa

 Leve: 1 a 3 episódios por semana


 moderada: 4 a 7 episódios por semana (Episódio: compulsão+purgação)
 grave: 8 a 13 episódios por semana
 extrema: 14 ou mais episódios por semana
SAÚDE MENTAL
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Métodos de perda de peso:


Autoindução de vômito;
Jejuns prolongados;
Uso de laxantes, diuréticos; enemas;
Exercícios excessivos;
Dietas ineficientes e não saudáveis;
Lipoaspiração e outros procedimentos cirúrgicos para reduzir o peso.

Alguns aspectos psicológicos frequentes em pessoas com bulimia:


Baixa autoestima;
Pensamento do tipo “tudo ou nada” (extremistas);
Ansiedade elevada;
Perfeccionismo;
Dificuldade de encontrar formas saudáveis de obter prazer e satisfação;
Excessivamente críticos;
Excessivamente exigentes;
Insatisfação constante.

Essas pessoas podem tentar passar um dia ou mais sem comer na tentativa de perder pe-
so, muitas vezes entrando em um repetitivo ciclo de intensa restrição alimentar alterna-
das com farras culposas que o levam de novo ao sistema compensatório. A própria restri-
ção alimentar excessiva aumenta muito as chances de desencadear novos episódios com-
pulsivos. Quanto mais tempo sem comer, mais o organismo se mobiliza para procurar e
consumir calorias. reagindo a falta de alimentos, o organismo absorve uma maior quanti-
dade de gordura para compensar a perda de peso anterior.

O bulímico geralmente se encontra com peso normal, levemente aumentado ou diminuído


(mas não chegando à magreza da anorexia). Essa aparência de normalidade muitas vezes
dificulta que se identifique o problema, o que muitas vezes leva a uma demora em procu-
rar ajuda.

Consequências negativas para a saúde:


Problemas nos dentes e gengivas;
Desidratação;
Fadiga;
Ressecamento da pele;
Arritmia cardíaca;
Irregularidade ou perda da menstruação;
Obstipação;
Humor depressivo e variável;

Embora o prognóstico da bulimia seja geralmente melhor do que o da anorexia, o risco de


morte entre pessoas afetadas continua a ser maior do que o da população em geral.
10 anos depois de receberem tratamento, cerca de 50% das pessoas terão se recuperado
totalmente.
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Tratamento
A terapia cognitivo-comportamental consiste no principal tratamento para a bulimia.
Terapias de grupo também são indicadas
Antidepressivos, como os inibidores seletivos de recaptação de serotonina , tricíclicos e
dopaminérgicos podem trazer alguns benefícios.
Antipsicóticos e topiramato também podem colaborar no tratamento
Psiquiatra
Endocrinologista
Psicólogo
Nutricionista

Transtorno de compulsão alimentar (TCA)


Binge eating desorder

A grande ingestão de comida não se deve a fome física, mas sim a uma vontade incontro-
lável e inexplicável de comer , a qual tendem a seguir sentimentos de culpa e vergonha, o
que leva a que muitos destes episódios aconteçam quando a pessoa está sozinha

Se caracteriza por Episódios de compulsão alimentar ,sem comportamentos compensató-


rios regulares para prevenir o ganho de peso.

Epidemiologia:
2 A 5% da população adulta em geral.
mais comum em mulheres(3,5 a 4%) do que em homens (2%) e em indivíduos obesos (5
a 30%), especialmente aqueles que são gravemente obesos e os que procuram tratamen-
to para obesidade

 Ocorre em indivíduos de peso normal ou com sobrepeso e obesos


 A maioria dos indivíduos obesos não se envolve em computsão alimentar recorrente.
 Comparados a indivíduos obesos ,de peso equivalente mas sem transtorno de compul-
são alimentar, aqueles com TCA consomem mais calorias e tem mais prejuizo funcio-
nal, qualidade de vida inferior, mais sofrimento subjetivo e maior possibilidade de co-
morbidade psiquiátrica.

Normalmente surge no início da idade adulta, Mas pode aparecer na infância e adolescên-
cia e persistir muito além da meia idade. Mais comum em países industrializados

Estimativa em crianças e adolescentes de 1 a 3%, sendo duas vezes mais comum em me-
ninas. Maior índice de sintomas depressivos, risco de desenvolver outros transtornos ali-
mentares e atitudes alimentares desordenadas

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS-DSM-5
A. Episódios recorrentes de compulsão alimentar, caracterizado por:
1. Ingestão em 2 horas ou menos de uma quantidade de alimento definitivamente maior
do que a maioria das pessoas consumiria no mesmo período sob circunstâncias semelhan-
tes.
SAÚDE MENTAL
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2. Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio (como não conseguir
parar ou não controlar o que está comendo)
B. Os episódios de compulsão alimentar estão associados a três ou mais dos seguintes as-
pectos:
1. Comer mais rapidamente do que o normal
2. Comer até se sentir desconfortavelmente cheio
3. Comer grandes quantidades de alimento na ausência de sensação física de fome
4. Comer sozinho por vergonha do quanto está comendo.
5. Sentir-se desgostoso de si mesmo, deprimido ou muito culpado em seguida.
C. Sofrimento marcante em virtude da compulsão alimentar.
D. Episódios de compulsão alimentar ocorrem, em média, ao menos uma vez por semana
durante três meses.
E. A compulsão alimentar não está associada ao uso recorrente de comportamento com-
pensatório inapropriado como na bulimia nervosa e não ocorre exclusivamente durante o
curso de bulimia nervosa ou anorexia nervosa.

Especificadores
Em remissão parcial/ Em remissão completa

 leve: 1 a 3 episódios de compulsão alimentar por semana


 moderado: 4 a 7 episódios de compulsão alimentar por semana
 grave: 8 a 13 episódios de compulsão alimentar por semana
 extrema: 14 ou mais episódios de compulsão alimentar por semana

• Lanches contínuos em pequenas quantidades de alimento ao longo do dia não são con-
siderados compulsão alimentar.
• O tipo de alimento consumido varia tanto entre as pessoas quanto em um mesmo indi-
viduo.
• O TCA é caracterizado mais por uma anormalidade na quantidade de alimento consu-
mida do que pela fissura por um nutriente especifico.
• O indicador da perda de controle é a incapacidade de evitar comer ou de parar de co-
mer ao começar.
• O episódio de compulsão alimentar também pode ser planejado em alguns casos.
• Individuos com TCA, geralmente, sentem vergonha de seus distúrbios alimentares e
tentam esconder os sintomas.
• A compulsão ocorre em segredo ou o mais discretamente possivel.
• Gatilhos incluem estressores interpessoais; restrições dietéticas; sentimentos negati-
vos relacionados ao peso corporal, à forma do corpo e ao alimento; e tédio
• A autoavaliação negativa e a disforia frequentemente são consequências tardias.

Tratamento
Psicoterapia individual familiar e de grupo.
Medicações sugeridas: antidepressivos e estabilizadores, do tipo topiramato.
uso de anorexígenos tem resultado temporário. combinação de bupropiona e naltrexona;
lisdexanfetamina.
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Tratamento medicamentoso associado a terapia cognitivo-comportamental apresentam


resultado melhor do que medicação isolada.

Síndrome do comer noturno (SCN)


É atribuída a um retardo no ritmo circadiano da alimentação, caracterizado pela supressão
do apetite durante a manhã e aumento do apetite durante à noite, sendo que, dessa for-
ma, o comportamento alimentar do indivíduo fica descontrolado no período noturno.

Segundo o DSM-5, a síndrome tem os seguinte características:


Episódios recorrentes de comer à noite, manifestados por :
• fome após despertares noturnos
• exagerado consumo de comida após o jantar.
Falta de apetite pela manhã;
Um forte desejo de comer entre o jantar e o sono;
Insônia quatro ou cinco noites por semana;
Acreditar que comer é necessário para pegar no sono ou para voltar a dormir;
Humor deprimido que piora durante a noite.

VIGOREXIA
preocupação constante em não ser suficientemente musculoso.

também chamado de Dismorfia Muscular e Anorexia Nervosa Reversa.


• Insatisfação e visão distorcida sobre as suas próprias formas.

A vigorexia pode ser observada em mulheres, mas acomete, principalmente, homens com
idade entre 18 e 35 anos.

Sinais/sintomas:
distorção da imagem corporal;
preocupação excessiva com a dieta e ingestão de proteínas;
prática de exercícios físicos até sentir dor ou ter lesões musculares;
críticas constantes ao próprio corpo;
consumo excessivo de suplementos alimentares;
uso de esteroides anabolizantes;
alterações de humor;
perda de compromissos ou obrigações sociais para não perder o treino
ou não sair da dieta;
insônia;
aumento da frequência cardíaca mesmo quando em repouso;
menor desempenho sexual;
sentimento de inferioridade.

TRANSTORNO ALIMENTAR RESTRITIVO EVITATIVO (TARE)


Quadro típico de crianças que se recusam a comer um grupo alimentar específico por mo-
tivos que vão de aparência e cor a odor, textura, temperatura e paladar.
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Por exemplo: não aceitar comidas pastosas, como purês ou papas, não comer nada da cor
amarela, ou exclusivamente desta cor. Recusar qualquer tipo de fruta ou verdura.

É comum ter manias e preferências nos primeiros anos de vida, mas deve-se ficar atento
quando essa restrição impede o consumo de nutrientes essenciais, que impactam o de-
senvolvimento infantil e podem levar a déficits importantes.

Pode persistir na vida adulta.

RUMINAÇÃO
O indivíduo regurgita um pouco do que comeu na última refeição e mastiga novamente.
Parte dos portadores cospe o conteúdo, enquanto outra parcela engole uma segunda vez.
Esse processo se repete praticamente todos os dias e não está relacionado a nenhuma ou-
tra condição médica, como o refluxo gastroesofágico.

Se comparado com o vômito provocado na bulimia, o volume de alimentos que volta à bo-
ca é pequeno, o que permite disfarçar a ruminação por meio de tosses e outras táticas.
Esse quadro foi descrito em bebês, crianças, adolescentes e até adultos de 20 a 30 anos.
Mais comum na infância e indivíduos com deficiência intelectual. Transtorno raro.

Além da saúde mental, o transtorno traz outras consequências ao organismo: a presença


constante de ácidos estomacais no esôfago, garganta e cavidade bucal provoca úlceras,
mau hálito e cáries. Muitos sofrem uma perda de peso rápida e desenvolvem outros incô-
modos, como náuseas, constipação ou diarreia.

PICA
Em latim, pica é o nome de um pássaro muito comum em parte da Europa. Ele come pra-
ticamente qualquer coisa. Portadores desse transtorno apresentam um comportamento
parecido: eles ingerem itens que não são considerados alimentos de verdade, como moe-
das, terra, argila, carvão, tecidos…
Além disso, entram na descrição os casos de quem engole ingredientes sem nenhum pre-
paro, como farinhas e batatas cruas.

É normal que crianças pequenas levem à boca muitos objetos, pois estão explorando o
mundo à sua volta.
A situação fica séria quando passam a engolir, vira um hábito e perdura por três meses ou
mais.
Mais comum na infância.

** Alotriofagia ou alotriogeusia.

Nota: Distinguir de costumes locais: alguns povos originários da África e das Américas ex-
perimentavam terra e outros elementos estranhos ao paladar em rituais e cerimônias reli-
giosas.
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ORTOREXIA

Ainda não é um transtorno alimentar reconhecido por toda a comunidade científica.


junção dos termos gregos “orexis” (apetite) e “orthos” (correto).

É a obsessão por alimentos saudáveis, puros e naturais, de forma radical, sem margem
para desvios.

O quadro, descrito pelo médico americano Steven Bratman, costuma aparecer em mulhe-
res de classes sociais mais abastadas, bem como em pessoas com traços de perfeccionis-
mo . A questão não está nas calorias de cada prato, mas, sim, na pureza dos produtos.

O quadro pode gerar grande sofrimento emocional, pois o indivíduo geralmente se recusa
a comer algo que não foi preparado por ele mesmo, e também leva a um isolamento soci-
al, já que muitos evitam refeições ou confraternizações e festas.

DIABULIMIA

Diabulimia é um transtorno alimentar descrito no DSM-5 como a prática da omissão


(deixar de tomar e/ou pular doses) ou diminuição intencional da dose de Insulina, com o
objetivo de perder peso. Acomete portadores de diabetes tipo 1 (dependente de insulina)

O diabetes pode causar a perda de peso porque, quando o organismo não tem energia,
ele necessita recorrer à outras fontes, como as reservas de gordura, propiciando a perda
de peso não intencional.

DRUNKOREXIA

Esse transtorno, divulgado pela primeira vez num artigo em 2008, já foi declarado um
problema de saúde pública na Austrália, especialmente em mulheres universitárias jo-
vens.
Em inglês, “drunk” significa bêbado.
A drunkorexia seria, então, o hábito de substituir a comida por bebidas como uma manei-
ra de inibir o apetite e, assim, emagrecer.
O consumo de doses é alto: 5- 6 drinques em menos de duas horas.

A bebida alcoólica também é usada para aliviar ansiedade.

Quem é acometido por essa condição desenvolve outros comportamentos típicos da ano-
rexia ou da bulimia, como a indução de vômitos e o uso compulsivo de medicamentos.

FATOREXIA

“O sujeito não se enxerga gordo, mesmo com todas as mudanças no tamanho de roupas e
medidas corporais”, observa Fátima Vasconcellos. Para piorar, ele persiste em hábitos no-
civos à saúde e não vê motivos para procurar apoio profissional.
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PREGOREXIA

“preg’ vem da palavra ‘pregnancy’, ou gravidez.

O conceito é recente e abrange qualquer transtorno alimentar que ocorra ao longo dos no-
ve meses de gestação.
Pode ser anorexia, bulimia, compulsão alimentar, ortorexia
ou outro.
Muitas das mulheres ficam extremamente preocupadas com a questão do peso e da ali-
mentação durante esse período e acabam caindo em armadilhas, como dietas restritivas,
indução de vômitos ou atividades esportivas intensas.
Risco de prejuízo no desenvolvimento do bebê e aborto espontâneo.

Atualmente convivemos com diversas teorias nutricionais, inúmeras dietas , mo-


dismos alimentares e formas de enxergar a beleza e a saúde.
bom senso é fundamental.

Anorexia Nervosa é um dos principais transtornos alimentares atualmente. Con-


siderando esta patologia, é correto afirmar que:
a) Tem apresentado aumento de incidência nas últimas décadas.
b) A incidência nas mulheres é o dobro do que em homens.
c) Fatores genéticos são comprovados e mais importantes no desenvolvimento da doença
do que fatores sociais.
d) Indivíduos com índice de massa corporal de 17,2 provavelmente vão necessitar de in-
ternação emergencial para sustentação da vida
e)O indivíduo com anorexia orgulha-se quando perde peso e demonstra essa satisfação
usando trajes que exibem a forma de seu corpo.
S A Ú D E M E N TA L
R E L AT Ó R I O P R Á T I C O

FACULDADE IDOMED/ESTÁCIO DE JARAGUÁ DO SUL


Disciplina: Saúde Mental
Professora: Andréa Cristina Galastri

Acadêmicos:
Annibal Nakamura, Daniele Fraccanabbia, Daniela Morgado, Ewerson Barbosa, Fernando
Ferreira, Giovanna Demore, Hebert Horst, Karine Freire, Kelly Daghetti, Klaus Kaefer, Lais
Scartezini, Lucas Rodrigo Hermes, Luis Gustavo Barzotto, Luiza Emerim, Mariana Siqueira,
Maycon Lima, Paula Santana, Rafaella Chiodini, Roberto Caumo, Sorrayla Gomes, Thiago
Chiodini Fachini, Vanessa Ludwig, Vinicius Noronha, Vitória Janssen.

Visita a Comunidade Terapêutica Novo Amanhã


S A Ú D E M E N TA L
R E L AT Ó R I O P R Á T I C O

Comunidade Terapêutica Novo Amanhã

A comunidade foi fundada há 24 anos atrás com a iniciativa da classe médica e da comunidade.
É gratuita para todos os acolhidos sendo de organização não governamental.

O objetivo central da comunidade é atender a população dependente química e acolher de


forma que se sintam em casa e tornem-se livre do vício, auxiliando na melhora da qualidade de
vida e auxiliando na sua reinserção na sociedade. Vale ressaltar que na comunidade, não são
chamados de pacientes, mas sim de acolhidos.

Enquanto público, são homens dependentes químicos, com maior prevalência em uso de álcool,
cocaína e crack. Em sua grande maioria, alcoólatras com idade superior a 40 anos e usuários
de drogas ilícitas menores de 40 anos. Também já tiveram acolhidos viciados em video-game,
durou 2 semanas (Free Fire). O encaminhamento é feito pelo SUS. Trabalham com PAS - Plano
terapêutico singular.

O espaço da comunidade, disponibiliza vaga para 24 pessoas, atualmente atendendo 16 devido


ao pouco auxílio financeiro. Dificilmente há vaga disponível e a rotatividade também é pouca.
Dessas 16 vagas do plano governamental, 10 são do plano REVIVER – 12 meses.

O limite legal de permanência é de um ano. Ficando a critério do acolhido, a decisão do seu


tempo de tratamento. O tempo e a forma de tratamento são individualizados. É importante
mencionar, que o mesmo precisa querer participar da comunidade para ser aceito e precisa ter
capacidade de autonomia e cuidado. É necessário seguir um protocolo, mas poucos são os
profissionais de saúde que o conhecem. Como benefício ao acolhido, é permitido trazer animais
de estimação, pois é notável que auxilia a retomar o vínculo social. Como visto, há um projeto
de implanação de canil para 10 animais, com todas as necessidades de cuidado.

Também em vista há um projeto para atendimento feminino (mas em outro ambiente,


principalmente pela necessidade familiar) há um terreno proveniente da prefeitura para a sua
cosntrução.

A comunidade se beneficia de algumas áreas , sendo administrativa, dormitórios, área social,


uma capela e uma quadra de esportes. A capela tem base católica, mas não prega religião.

Quem entrega medicamentos é a família. As visitas muitas vezes também são complicadas,
pois remetem a saudade de casa e a dificuldade da vivencia.
S A Ú D E M E N TA L
R E L AT Ó R I O P R Á T I C O

Tivemos dois acolhidos de imensa boa vontade, que vieram relatar um pouco sobre o caso
deles e deixar mais entendivel como funciona essa luta diária;

“F. 42 anos, baiano, alcoolismo, iniciou aos 12 anos por influência do avô. Tentou internar por
influência dos patrões, mas não tomava os remédios. Escondia garrafa de álcool na capa de
chuva, e chegou a ponto de ser internado por indicação deles. 11 meses na comunidade e a 3a
vez já aqui. Ajuda na cozinha e faz pão, revezando o grupo a cada 15 dias. Arruma o quintal,
piscicultura, reuniões com pessoas, estão bem livres, assistem vídeos sobre cada dependência
específica, uso de Fluoxetina, Buperidona, Queriapina. Consegue ficar 2 semana no trabalho, e
retorna. Tentou uma vez parar por conta os remédios, e deu problema, ao retornar com a
psiquiatra, voltou a tomar. Sempre é indicado procurar uma religião para não ficar no vácuo,
perdido! ‘’

Acordam 6:30 - 7h tomam café, 7:50 momento religioso, cuidam dos ambientes - almoçam e
dormem, até 13:30h - 14h momento com psicólogo(Luís Carlos)/assistente social

“G. Dependente álcool e codeína. Bebida para se soltar aos 18 anos, iniciou a codeína após
acidente de moto e após 1 ano de tratamento, começou a usar por dor mas o efeito “bom” do
remédio foi viciando, e posterior foi manipulando os médicos para conseguir dizendo ser pela
dor. Está a 3 semanas, após ”

Mais depoimentos dos trabalhadores da comunidade: ‘’Diazepam é apenas para apagar fogo!
Visita familiar acorre no 1o e 3o final de semana! Usuário cocaína consome muito chocolate,
fumante e alcoólico chupam muita bala. Cigarro é o mais difícil de separar. Usuário de cocaína
são mais parceiros, não caguetam. A família tem uma influência muito negativa por não querer
aceitar a pessoa em casa e preferir que fiquem na comunidade. As recaídas ocorrem com maior
tempo de casa, quando voltam a velhos hábitos, velhos amizades’’.

Em suma, é necessário compreender que o paciente vai ter recaídas, picos de mania e de
depressão. Além de alertar o paciente a importância de tomar a medicação correta, nos
horários certos, sem possibilidade de esquecimentos.
S A Ú D E M E N TA L
R E L AT Ó R I O P R Á T I C O

Registros da visita:
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R E L AT Ó R I O P R Á T I C O
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