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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE ANGOLA

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS


CURSO DE PSICOLOGIA

SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO

DOCENTE: MARIA DE ENCARNAÇÃO PIMENTA

LUANDA, DEZEMBRO DE 2023


UNIVERSIDADE CATÓLICA DE ANGOLA
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE PSICOLOGIA

SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO
Docente: Maria de Encarnação Pimenta

Discentes:
- Elizabeth Caetano Inácio Pereira
- Gizete Rossana Manuel Francisco
- Iris Teresa Manuel Adão André
- Vicência Constantino Ramos
- Zua Alexandrina da Costa Sukami
Curso: Psicologia

LUANDA, NOVEMBRO DE 2023


RESUMO

No mundo exterior, incontáveis estímulos bombardeiam seu corpo. Num mundo


interior, silencioso e acolchoado, em total escuridão, flutua seu cérebro. Estes factos
levantam uma questão que antecede a psicologia em milhares de anos e ajudou a inspirar
seus primórdios, há um século: Como o mundo exterior consegue entrar?

Para modernizar a pergunta: Como formulamos nossas representações do mundo


exterior?

Para representar o mundo exterior em nossa cabeça, devemos detectar a energia


física do ambiente e codificá-la como sinais nervosos, um processo tradicionalmente
chamado de sensação. E devemos selecionar, organizar e interpretar nossas sensações,
um processo tradicionalmente chamado de percepção (Myers, 1999)

Apesar de a percepção representar claramente um passo mais adiante


relativamente a sensação, na pratica é por vezes difícil distinguir qual a fronteira percisa
entre as duas. A diferença mais importante reside no facto de a sensação poder ser vista
como o primeiro contacto que o nosso organismo tem com estímulos sensoriais do meio
ambiente, enquanto a percepção é o processo através do qual os estímulos são
interpretados (Feldman, 2001)

Palavras - Chave: Sensação, Percepção, Estímulo, Cérebro


ÍNDICE
RESUMO ..................................................................................................................................... 3
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 6
OBJECTIVOS ............................................................................................................................. 7
OBJCTIVO GERAL ............................................................................................................... 7
OBJECTIVO ESPECÍFICO .................................................................................................. 7
CONCEITO DE SENSAÇÃO .................................................................................................... 8
OS SENTIDOS ............................................................................................................................ 8
VISÃO ...................................................................................................................................... 9
AUDIÇÃO ................................................................................................................................ 9
OUTROS SENTIDOS ........................................................................................................... 10
TATO ................................................................................................................................. 10
PALADAR ......................................................................................................................... 11
OLFATO ............................................................................................................................ 12
SENTIDOS DE POSIÇÃO ................................................................................................... 13
POSIÇÃO E MOVIMENTO DO CORPO ..................................................................... 13
SENTIDO CINESTÉSICO............................................................................................... 14
SENTIDO VESTIBULAR ................................................................................................ 14
CONCEITO DE PERCEPÇÃO ............................................................................................... 14
CONTRIBUTO DO MEIO AMBIEMTE ....................................................................... 15
FASES DA PERCEPÇÃO ........................................................................................................ 15
DETECÇÃO ...................................................................................................................... 15
TRANSDUÇÃO E TRANMISSÃO ................................................................................. 16
PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÃO..................................................................... 16
TIPOS DE PERCEPÃO ........................................................................................................... 16
PERCEPÇÃO DE PROFUNDIDADE ............................................................................ 16
PERCEPÇÃO DE PROFUNDIDADE ............................................................................ 17
PERCEPÇÃO DE MOVIMENTO .................................................................................. 17
CONSTÂNCIA PERCEPTIVA ....................................................................................... 18
ILUSÕES PERCEPTIVAS ...................................................................................................... 19
CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 20
BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................... 21
INTRODUÇÃO

O presente trabalho, procura ilucidar que a percepção depende diretamente da


sensação, de tal modo que, para que haja percepção é necessário que a sensação tenha
acontecido, pois afinal, sem estímulo não há o que codificar. Tais estímulos, se
caracterizam pelos sentidos que temos, tais como visão, audição, olfato e diversos outros.

A percepção é algo extremamente individual e é caracterizada pelo cognitivo de


cada um, sendo cognição o conjunto de elementos que faz o cérebro funcionar, ou seja,
ao ter determinada sensação é possível que hajam diversas interpretações a seu respeito.
As leis da Gestalt, as ilusões perceptivas, nos ilustram perfeitamente como essas diversas
interpretações ocorrem.

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OBJECTIVOS

OBJCTIVO GERAL

Compreender a importância que o sentido e a percepção desempenham na forma


como interpretamos cada acção que ocorre no exterior ou no interior do nosso corpo,
acções essas que no nosso cérebro processa de forma muito rápida e precisa.

OBJECTIVO ESPECÍFICO
Conhecer:

O que é a sensação e o que é a percepção;

Para que servem a sensação e a percepção;

A implicação dos nossos sentidos na sensação e na percepção;

Porque de algumas ilusões visuais.

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CONCEITO DE SENSAÇÃO

A sensação designa, em geral, um acontecimento psicológico elementar,


determinado pela activação de modalidades sensoriais. Sua manifestação no organismo é
global, imediata e indiferenciada. A principal função da sensação é reagir e informar o
corpo sobre o que se passa tanto no seu interior como no seu exterior. Suas mensagens
são fisiológicas.

O facto de sentir produz uma mudança, um desequilíbrio potencial na estrutura da


consciência da pessoa, que o esforço desenvolvido para saber o que se passa ajudará a
restabelecer (Morin & Aubé, 2006).

Os sistemas sensoriais permitem que os organismos obtenham as informações de


que precisam.

O complexo processo perceptivo depende tanto dos sistemas sensoriais quanto do


cérebro. Nosso corpo e equipado com sistemas especializados de colecta de informações,
denominados sentidos ou sistemas sensoriais, que registram as mudanças de energia ao
nosso redor. (Myers1999)

OS SENTIDOS

A adaptação sensorial não são as únicas coisas comuns aos sentidos. Todos os
sentidos recebem estimulação sensorial, transformam em informação nervosa e
despacham esta informação para o cérebro. O fenómeno da adaptação sensorial focaliza
a nossa atenção na mudança de estimulação, ao diminuir a sensibilidade para odores, sons,
e contactos constantes ou rotineiro. Como os sentidos funcionam? Como vemos?
Ouvimos? Cheiramos? Saboreamos? Sentimos dor? Vamos começar pela visão, o sentido
que as pessoas tendem a prezar mais (Myers 1999)

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VISÃO

O imput do Estímulo: A Energia da Luz As energias que experimentamos como


luz visível são apenas uma faixa mínima do amplo espectro de radiação eletromagnética.
A tonalidade e o brilho percebido da luz, depende do comprimento de onda da
intensidade.

O Olho Depois de entrar no olho através de uma lente que parece uma câmara –
o cristalino -, as ondas de luz atingem a retina. Os bastões sensíveis à luz e os cones
sensíveis a cor, convertem a energia de luz em impulsos neuronais, que são codificados
pela retina antes de seguirem pelo nervo óptico para o cérebro.

Processamento de Informação Visual. No córtex, neurônios individuais,


chamados detectores de aspectos, reagem a aspectos específicos de um estímulo visual, e
suas informações são reunidas para interpretação por células do cérebro de nível superior.
As subdimensões da visão são processadas em separado, mas de forma simultânea,
ilustrando a capacidade do cérebro para o processamento paralelo. (Myers 1999)

Em mamíferos superiores (como as pessoas) os nervos ópticos cruzam-se em um


ponto chamado quiasma óptico (a palavra quiasma deriva da letra grega qui “X”, com o
qual se parece na forma. Os nervos ópticos ramificam-se e transmitem informações
visuais para diversas regiões do cérebro. Há dois centros principais de processamento
desses dados: os lobos occipitais no córtex e o colículo superior. Os neurónios localizados
nessas áreas aparentemente analisam uma mesma informação de diferentes formas. O
colículo superior concentra-se na localização dos objectos e também, parcialmente, nos
movimentos e padrões (Davidoff, 2001)

AUDIÇÃO

Como os outros sentidos, a audição é bastante adaptável. Ouvimos uma ampla


gama de sons em frequências que correspondem ao âmbito da voz humana. Também
somos excepcionalmente sensíveis aos sons fracos, uma dádiva óbvia para a
sobrevivência de nossos ancestrais quando caçando ou serem caçados

O Estímulo: Ondas Sonoras. As ondas de pressão que experimentamos como


som variam em frequência e amplitude, e assim também em tom e volume percebidos.
(Myers D. 1999)

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O som é um movimento de moléculas do ar produzidas pela vibração de um
objecto. Os sons propagam-se através do ar em ondas com um movimento semelhante às
das produzidas por uma pedra quando cai num lago de águas tranquilas

O Ouvido. Por meio de uma sequência de eventos mecânicos, as ondas sonoras


atravessam o canal auditivo e causam vibrações mínima no tímpano. Transmitidas através
dos ossículos do ouvido médio para a cóclea cheia de fluido, essas vibrações criam
movimento nas pequenas células capilares, transmitindo mensagens neuronais para o
cérebro.

Perda da Audição e Cultura dos Surdos. Perdas de ligados a distúrbios de


condução e nervo (surdez nervosa) podem ser causados por exposição prolongada a
barulho alto, a doenças e problemas relacionados com a idade. Os que experimentam
perda de audição enfrentam desafios sociais. Implantes cocleares podem permitir alguma
audição em crianças surdas. Mas os defensores da cultura dos surdos, ressaltando que
linguagem de sinais é completa questionam essa posição. (Myers 1999)

OUTROS SENTIDOS

Para os humanos a visão e a audição são os principais sentidos. Dependemos


deles, em particular para a comunicação. O cérebro concede prioridades a esses dois
sentidos na distribuição do tecido cortical. Par os outros animais, a prioridade difere. Os
tubarões e os cachorros se apoiam num olfato extraordinário, ajudados pelo enorme
segmento cortical dedicado a este sentido. Não obstante, sem o tato, o paladar, e o olfato,
além do sentido de movimento e posição do corpo, os humanos ficariam em desvantagem
e nossa capacidade de apreciar o mundo seria bastante reduzida.

TATO
Nosso sentido de do tato é na verdade uma mistura de pelo menos quatro sentidos
distintos da pele: pressão, calor, frio e dor. Dentro da pele há diferentes terminações
nervosas especializadas. (Myers, 1999)

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De facto, os nossos sentidos da pele – tato, pressão, temperatura e dor-
desempenham um papel essencial na sobrevivência protegendo-nos de potenciais
ameaças ao nosso corpo. A grande maioria destes sentidos funciona através de recptores
nervosos situados em várias camadas da nossa pele. Estas células não estão distribuídas
homogeneamente (Feldman, 2001).

Provavelmente o sentido da pele mais investigado é a dor, e por uma boa razão:
as pessoas consulta médicos e tomam medicamentos para parar as dores, mais do que
para qualquer outro sintoma ou situação (Feldman, 2001).

Tal como os nossos outros sentidos, a percepção da dor não é apenas uma questão
de resposta directa a determinados tipos de estímulos. Alguns tipos de dores, tais como,
a experenciadas no parto são atenuadas pela alegria própria do momento Feldman, 2001).

Algumas das contradições envolvidas nas respostas aos estímulos aptos a licitar a
dor são explicadas pela teoria do portão. A teoria do portão indica que determinados
recptores nervosos conduzem a áreas especificas do cérebro relacionadas com a dor.
Quando esses receptores são ativados devido a alguma lesão ou problema numa parte do
corpo, abre-se um “portão” no cérebro, permitindo-nos experienciar uma sensação de dor.
O portão pode fechar-se de duas formas diferentes, de facto a impulsos que podem oprimir
os trajetos dos nervos relacionados com a dor, os quais se encontram distribuídos ao longo
de cérebro (Feldman, 2001).

PALADAR

O paladar, um sentido químico, também é um composto de quatro sensações


básicas – doce, azedo, salgada e amarga- e dos aromas que interagem com informações
das papilas gustativas. A influência do olfato em nosso sentido do paladar é um exemplo
de interação sensorial (Myers, 1999).

Ao contrário do olfato, que utiliza mais de mil diferentes células recptoras, o


sentido do paladar parece funcionar apenas com uma mão-cheia de receptores
fundamentais. A maior dos investigadores defende que existem apenas quatro células
recptoras básicas, especializadas nos sabores doce, azedo, salgado e amargo. Qualquer
outro paladar resulta da simples combinação destas quatros qualidades básicas da mesma
forma que as cores primárias se misturam numa diversidade de tom e sombras (Feldman,
2001).

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As células recptoras do paladar estão situadas nas papilas gustativas ao longo da
língua. No entanto, esta distribuição é irregular, e certas zonas da língua são mais
sensíveis a determinados sabores do que as outras (Feldman, 2001).

As diferentes zonas de paladar da língua correspondem a diferentes localizações


no cérebro. Os neurónios correspondentes ao paladar azedo e amargo estão situados numa
extremidade da área do córtex correspondente a paladares, ao passo que os sabores
adocicados estimulam neurónios na extremidade oposta do córtex. Em contraste, os
sabores salgados estimulam neurónios que se encontram distribuídos ao longo de toda a
zona cerebral do paladar (Feldman, 2001).

OLFATO

Como o paladar, o olfato é um sentido. Mas não há sensações básicas para o olfato,
como acontece com o tato e o paladar. Ao contrário das células receptoras da retina, cerca
de 5 milhões de células receptoras olfativas reconhecem moléculas de odor individuais,
como alguns odores acionado a combinação de receptores, com outros estímulos (Myers
D. 1999).

Embora muitos animais tenham maior perspicácia para identificar cheiro, uma vez
que uma grande percentagem do seu cérebro está orientada para o sentido olfato, nós
somos capazes de detetar mais de dez mil cheiros diferentes. Também somos capazes de
recordar cheiros, e muitas vezes acontecimentos e memórias associadas a um simples
odor (Feldman, 2001).

Os resultados dos testes de olfato demonstram que geralmente as mulheres têm


um sentido do olfato mais apurado do que o dos homens. A nossa compreensão sobre os
mecanismos subjacentes ao sentido do olfato só agora começa a emergir. Sabendo que o
sentido do olfato é ativado quando as moléculas de uma substância penetram nas narinas
e encontram as células olfativas sendo depois transmitidas ao cérebro, onde se combinam
para reconhecer um determinado cheiro (Feldman, 2001).

É cada vez mais evidente que o olfato pode atuar como um meio involuntário de
comunicação entre os seres humanos. Já desde a muito que é sabido que os animais
segregam uma substância química denominada feromona que produz uma reação em
outros membros da mesma espécie, permitindo-lhes enviar mensagens tais como
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receptividade sexual. Por exemplo, determinadas substâncias existentes nas secreções
vaginais das macacas contêm feromonas que estimulam o interesse sexual dos macacos.

Embora pareça razoável que os seres humanos comunicam também através de


segregação de feromonas, esta constatação é ainda insuficiente. As secreções vaginais das
mulheres contêm substancias químicas idênticas as que se podem encontrar nos macacos
embora nos seres humanos os cheiros não pareçam estar relacionados com a actividade
sexual. Por outro lado, é talvez a presença destas substancias que explica a razão pela
qual duas mulheres que vivam juntas por um longo período de tempo desenvolvam
sincronia mestrual. É ainda importante referir que as mulheres são capazes de identificar
os seus bebes poucas horas após o parto apenas pelo olfato. finalmente, os estudos, sobre
as reações das mulheres a androesterona, uma componente da transpiração masculina,
demonstram que a grande maioria delas reage negativamente – com excepção dos
períodos relacionados com o ciclo mestrual mensal quando a probabilidade de engravidar
é maior. Nestas alturas o cheiro não as parece incomodar. Aparentemente, a androesterona
atua como se fosse uma feromona, ajudando a aumentar as hipóteses de que a fêmea
pronta para conceber esteja receptiva a actividade sexual (Feldman, 2001).

SENTIDOS DE POSIÇÃO

POSIÇÃO E MOVIMENTO DO CORPO

O funcionamento eficaz do corpo exige um sentido cinestésico, que comunica ao


cérebro a posição e movimento de partes do corpo assim como um sentido de equilíbrio,
que monitora a posição e o movimento de todo o corpo (Myers, 1999).

Os humanos estão equipados com milhões de sensores de posição e movimento.


Encontram-se por todo o corpo – nos músculos, tendões e articulações – e transmitem
incessantemente informações par o cérebro (Myers, 1999).

Dois sentidos humanos pouco conhecidos, o cinestésicos e o vestibular, fornecem


informações sobre as acções do corpo em si (Davidoff, 2001).

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SENTIDO CINESTÉSICO
O sentido cinestésico informa-nos do posicionamento relativo das partes do corpo
durante os movimentos. Se você fechar os olhos e encolher os dedos, o sentido cinestésico
o torna consciente do movimento. Este sentido capacita-nos não só a monitorar
continuamente o que as partes do corpo estão fazendo, mas também a equilibrar a tensão
muscular pelo corpo inteiro para que possamos nos movimentar com eficiência. O sentido
cinestésico depende de vários tipos diferentes de recptores na junta, nos músculos e nos
tendões. Suas mensagens eletroquímicas trafegam até ao córtex somantossensorial nos
lobos parietais do cérebro (Davidoff, 2001).

SENTIDO VESTIBULAR

O sentido vestibular é ás vezes chamado de sentido de orientação ou equilíbrio.


Ele fornece informações sobre o movimento e a orientação da cabeça e do corpo em
relação a terra conforme as pessoas movimentam-se sozinhas ou em veículos como
carros, aviões, barcos e outros. Estas informações que não adentram a consciência,
ajudam as pessoas a manter uma postura ereta e a ajustar a postura durante o movimento.

O sistema vestibular ajuda também na visão. A cabeça move-se continuamente


conforme inspecionamos o meio ambiente. Os olhos movem-se automaticamente para
compensar os movimentos da cabeça, um reflexo iniciado pelo sentido vestibular.

O sentido vestibular depende dos órgãos vestibulares, os quais são compostos de


três duqtos semicirculares e dois órgãos ótolitos, localizado nas partes ósseas do crânio
em ambos os ouvidos internos. As mensagens do órgão vestibular trafegam até variadas
partes do cérebro. O cérebro combina estas informações com aquelas fornecidas pelos
sentidos visual e cinestésico para orientar o corpo no espaço (Davidoff, 2001).

CONCEITO DE PERCEPÇÃO

A percepção é um processo cognitivo, uma forma de conhecer o mundo, é um


ponto em que a cognição e realidade encontram-se e, talvez, a atividade cognitiva mais
básica da qual surgem todas as outras. É um processo complexo que depende tanto do

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meio ambiente como da pessoa que o recebe. Precisamos levar informações para a mente
antes que possamos fazer alguma coisa (Davidoff, 2001).

CONTRIBUTO DO MEIO AMBIEMTE

Como sujeito da percepção conseguimos recuperar, apartir das informações


sensoriais as propriedades válidas do mundo que rodeia. Sem nos darmos conta,
analisamos os padrões que vão mudando a medida que nos movimentamos. Parece que
“estudamos” o que ocorre com formas, textura, cores e iluminação sobre todos os tipos
de condições. Alem disso, “estudamos” os padrões fixos. Se você observar um rectângulo,
de qualquer ângulo, verá quatro cantos, os quatro cantos, portanto podem ser
considerados um indício identificador confiável de “rectângulo”. Tais estudos pessoais
constroem o nosso conhecimento das propriedades reais do mundo. (Davidoff, 2001).

FASES DA PERCEPÇÃO

Os sentidos desempenham quatro papeis na percepção: detecção, transdução,


transmissão e processamento de informações (Myers1999)

DETECÇÃO

O elemento denominado detecção existente em cada sentido é conhecido como


receptor. Receptor é uma única célula ou um grupo de células particularmente responsivas
a um tipo específico de energia.

Certas células do ouvido respondem a vibrações de ar, como a forma de energia


mecânica que experienciamos como sons. Certas células dos olhos são sensíveis a uma
forma de energia eletromagnética, que experienciamos como visões. (Davidoff, 2001).

Os receptores podem ser responsivos a mais de uma forma de energia. As células


dos olhos por exemplo, respondem a pressão ou a vibrações e também a energia
eletrmagnética (Davidoff, 2001).

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TRANSDUÇÃO E TRANMISSÃO

Os receptores “transduzem” ou convertem energia de uma forma para a outra. Um


transdutor que você provavelmente conhece é o braço de um toca-discos. O braço
converte (“transduz”) as vibrações mecânicas da agulha passando (pelos sulcos do disco)
em sinais elétricos. Depois que os sinais são amplificados, o alto-falante (outro
transdutor) transforma a energia elétrica de volta em vibrações mecânicas as quais
ouvimos. Os receptores em nossos sentidos convertem a energia que entra em sinais
eletroqúmicos que o sistema nervoso usa para a comunicação. Se a energia que entra for
suficientemente intensa, ela aciona impulsos nervosos que transmitem informações
codificadas sobre as varias características dos estímulos. Os impulsos trafegam por fibras
nervosas especificas até determinadas regiões do cérebro (Davidoff, 2001).

PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÃO

Receptores e cérebro processam informações sensoriais. Em organismos


relativamente simples – rãs, por exemplo-, os recptores são encarregados de grande
parcela de trabalho. Em animais complexos, como o ser humano, o cérebro carrega uma
parte muito maior da carga (Davidoff, 2001).

TIPOS DE PERCEPÃO

PERCEPÇÃO DE FORMA

Imagine que você queira projetar um sistema de vídeo/ computador que pudesse,
como o sistema olho/cérebro, ler endereços escritos a mão ou reconhecer rostos à
primeira vista. Para começar, o sistema precisaria reconhecer os endereços e rostos
como distintos do fundo (Myers, 1999).

Nas figuras a seguir podemos ver a organização de estímulos em grupos. Há


muitas maneiras pelas quais podemos perceber os estímulos mostrados aqui, mas as
pessoas por toda a parte os vêem da mesma maneira. Os psicólogos da Gestalt pensavam
que isso comprovava que o cérebro emprega “regras” para organizar as informações
sensoriais em todos os conjuntos (Myers, 1999).
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Algumas leis de Gestalt como a da figura fundo, da continuidade e simplicidade,
espelham muito bem o que acima foi descrito.

Figura fundo Continuidade Simplicidade

PERCEPÇÃO DE PROFUNDIDADE

Das imagens bidimensionais que alcançam a retina, conseguimos organizar


percepções tridimensionais. Ver obejetos em três dimensões, o que se chama de
percepção de profundidade, permite-nos avaliar a distância a que estão de nós. A um olhar
calculamos a distância de um carro se aproximando ou a altura de um penhasco. Essa
habilidade é em parte inata. Eleanor Gibson e Richard Walk descobriram isso ao usarem
um penhasco em miniatura, com o precipício coberto por um vidro resistente. A
inspiração para essas experiências ocorreu a Gibson quando fazia um piquenique a beira
do Grand Canyon. Ela especulou: um menino começando a andar espiaria pela borda
perceberia o perigo e trataria de recuar? (Myers, 1999).

De volta ao laboratório da Conell University, Gibson e Walk posaram bebes de


seis a onze meses na borda de um cânion seguro.

- Um penhasco visual depois as mães tentaram persuadi-los a engatiarem sobre o


vidro. A maioria recusou, indicando que podia perceber a profundidade, talvez já tinham
aprendido na idade de engatinhar a perceber a profundidade. (Myers, 1999).

PERCEPÇÃO DE MOVIMENTO

Imagine que você pode perceber o mundo como tendo cor, forma e profundidade,
mais não é capaz de ver movimento. Não apenas você não poderia jogar ténis ou guiar
um carro mas também teria dificuldade para escrever, comer e andar.

Mas você pode perceber movimento e profundidade; e se é um hábil jogador de


beisebol ou críquete pode fazer isso com rapidez e precisão espantosas. Enquanto a bola
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deixa a mão do lançador, o cérebro do batedor detecta sua velocidade, giro e direção,
calcula tudo num literal piscar de olho, determinando para onde vai a bola em 4/10 de um
segundo depois, e antes de 0,15 segundo orienta os braços para receber a bola com o
bastão. Enquanto a bola rebatida dispara no ar, o cérebro do interceptador
inconscientemente calcula sua trajectória permitindo que o jogador corra para o ponto
exacto da queda (Myers, 1999).

O cérebro calcula o movimento baseado em parte na suposição de que objectos


que se encolhem estão se afastando. Enquanto objecto que aumentam estão se
aproximando (Myers, 1999).

CONSTÂNCIA PERCEPTIVA

Notamos até agora que o nosso sistema de vídeo/computador deve primeiro


perceber os objetos como nós – tendo uma forma distinta, uma localização certa e talvez
movimento. A tarefa seguinte é ainda mais difícil: reconhecer o obejeto sem se deixar
enganar pelas mudanças de tamanho, forma, brilho ou cor. A constância perceptiva nos
permite perceber um objeto como inalterado, embora mudem os estímulos que dele
recebemos. Assim podemos identificar as coisas independente do ângulo de visão,
distância e iluminação (Myers, 1999).

Você olha alguém na calçada a sua frente e no mesmo instante reconhece um


colega de classe. Em menos de tempo do que é preciso para respirar, a informação que
alcança seus olhos foi enviada para o cérebro, onde grupos de trabalho compreendendo
milhões de neurônios extraíram os aspectos essenciais, comparam com imagens
arquivadas e identificaram a pessoa. Reproduzir esse feito perceptivo humano, que há
dezenas de anos intriga pesquisadores da percepção, constitui um monumental desafio
para o nosso computador visual (Myers, 1999).

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ILUSÕES PERCEPTIVAS

A ênfase da psicologia nas ilusões visuais reflete a preeminência da visão sobre


os demais sentidos. Quando há conflito entre a visão e outras sensações, a visão geral
domina – um fenómeno chamado de captura visual. As pessoas usando prismas que
deslocam o mundo visual para um lado percebem sua mão como estando no lugar em que
a vêm, e não onde de encontra fisicamente.

As ilusões são interpretações falsas da realidade e podem ser visuais, auditivas,


tateis, gustativas, olfativas, etc. ilusões e alucinações são fenómenos diferentes.
Alucinação é uma experiência sensorial sem a existência de um objecto.

Um grande número de ilusões nunca foi suficientemente explicado, porem,


algumas delas se devem a incapacidade do observador isolar as variáveis particulares a
serem consideradas.

Algumas ilusões são causadas pelas motivações, expectativas, emoções, etc., do


percebedor. Assim, em condição de medo, uma peça de roupa do varal pode ser
interpretada como um fantasma, ou o roído de uma porta rangendo pode ser “a indicação”
da presença de um ladrão.

Acredita-se, hoje que a ilusão seja um produto de, talvez, todos estes factores em
interação. A respeito das ilusões percetuais ressaltamos as palavras de Telford e Sawrey
1973:

“Se as ilusões consistem em experimentar o mundo como coisa diferente do que

“realmente é”, messe caso todas as experiencias perceptivas são parcialmente ilusórias.

Dissemos reiteradas vezes que a percepção envolve sempre a transformação da entrada

sensorial pelas lembranças internamente armazenadas de experiencias anteriores como

figurações semelhantes a estimulação” (Braghirolli et al, 1995).

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CONCLUSÃO

As sensações e percepções fazem parte do mesmo processo, através do qual nosso


cérebro é capaz de transformar um estímulo interno em uma interpretação do que está
acontecendo no mundo exterior ou em nosso próprio corpo.

Sem o cérebro, seriamos incapazes de interpretar nossas sensações e, portanto,


não seriamos capazes de elaborar uma resposta ao que acontece conosco.

Para transformar a informação sensorial em percepções significativas, devemos


organiza-la: devemos perceber objetos como distintos de seu ambiente, vê-los como tendo
uma forma definida e constante e discernir sua distância e movimento. As regras do
cérebro para formular percepções explicativas algumas ilusões desconcertantes.

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BIBLIOGRAFIA

Braghirolli, M. E. et al. (1995). Psicologia Geral (26ª ed.). Rio de Janeiro: Editora
vozes Ltda.

Davidoff, L.L. (2001). Itrodução à Psicologia (3ª ed.). São Paulo: Pearson
Education do Brasil Ltda.

Feldman, R. S. (2001). Compreender a Psicologia (5ª ed.). Lisboa: Editora


McGraw-Hill de Portugal, Ltda

Myers, G. D. (1999). Introdução à Psicologia Geral. (5ª ed.). Rio de Janeiro:


LTC- Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.

Weiten, W. (2002). Itrodução à Psicoligia Temas e Variações (4ª ed.). São Paulo:
Pioneira Thomson Ltda.

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