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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

LICENCIATURA EM PSICOLOGIA CLINICA 2º ANO, 1º SEMESTRE, PÓS-


LABORAL

Cadeira: Psicofisiologia

TEMA

Emoções Pré Cognitivo e Estabilização colectivo

Discentes:

 Augusto Luís Raisse


 Florindo Julião
 Zeca Antonino
 Augusto Fernando Madjaia
 Jaco Calecana
 Rabeca Pedro

Chimoio, Março de 2023


INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

LICENCIATURA EM PSICOLOGIA CLINICA 2º ANO, 1º SEMESTRE, PÓS-


LABORAL

Cadeira: Psicofisiologia

TEMA

Emoções Pré Cognitivo e Estabilização colectivo

DOCENTE:

dr. Ferreira Juliasse

Chimoio, Março de 2023


Índice
CAPITULO I:.............................................................................................................................3

1. Introdução...............................................................................................................................3

1.1.Objetivos...............................................................................................................................4

1.2. Objectivo Geral....................................................................................................................4

1.3. Objectivos Específicos.........................................................................................................4

1.4.Metodologias de trabalho......................................................................................................4

CAPITULO II:............................................................................................................................5

2.Avaliação psicométrica............................................................................................................5

2.1.Utilização de avaliação psicométricos..................................................................................5

2.3.Os diferentes tipos de avaliações psicométricas...................................................................6

2.4.Objectivos de avaliação psicométricos.................................................................................7

2.4.Importância da Avaliação psicométrica................................................................................8

2.7.Instrumentos utilizada Avaliação psicométrica....................................................................8

2.8.Avaliação Psicométrica na formação de líderes...................................................................9

2.9.Qualidade das medidas do atendimento dos dados………...………………………………9

CAPITULO III:.........................................................................................................................10

3.Conclusão...............................................................................................................................10

4.Referências.............................................................................................................................11

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CAPITULO I:

1. Introdução

O presente trabalho vai abordar sobre Avaliação psicométrica que geralmente são utilizados
no processo selectivo de uma organização. Eles têm como base a psicometria que é um ramo
da psicologia que tem como objectivo criar e implementar instrumentos de constructos
(pensamentos formados pela associação de impressões do passado e presente) e aspectos
psicológicos. A psicometria é uma especialidade da psicologia dedicada à elaboração de
testes e avaliações por meio de procedimentos altamente avançados. Ela se dedica ao estudo e
desenvolvimento de conhecimentos estatísticos que possam, de alguma forma, traduzir os
processos psicológicos

Esses testes analisam habilidades específicas do candidato de acordo com que o cargo exige e
também a personalidade do mesmo. Dessa forma é possível avaliar se o indivíduo é capaz de
realizar as tarefas do cargo para o qual está se candidatando e se seu modo de pensar e agir se
aplica ao ambiente empresarial.

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1.1.Objetivos

1.2. Objectivo Geral

 Compreender os estudo sobre emoções pré cognitiva e estabilização colectiva.

1.3. Objectivos Específicos

 Dar conceitos de emoções e cognitivo.


 Descrever
 as estimulações do desenvolvimento do cognitivo emocional
 Conhecer os métodos da utilização da avaliação Psicométrica
 Conhecer o objectivo da avaliação Psicometrica

1.4.Metodologias de trabalho

Para a realização e efectivação do presente trabalho, só foi possível inerente as consultas em


diversos manuais e material didáctico da respectiva cadeira em estudo e também á diversas
plataformas como é o caso do Google académico.

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CAPITULO II:

2.0.Emoção

As emoções podem ser consideradas como “complexos psicofisiológicos que se caracterizam


por súbitas rupturas no equilíbrio afectivo de curta duração, com repercussões consecutivas
sobre a integridade da consciência e sobre a actividade funcional de vários órgãos.” (Ballone,
2002)
Assim como ocorre com a cognição, a emoção também não é algo único, ou seja, é algo
classificado em três grupos distintos, a saber:

 Emoções primárias (relacionadas à sobrevivência e ao instinto – e subdivididas em


emoção de choque, emoção colérica e emoção afectuosa);
 Emoções secundárias (relacionados às emoções mais complexas em detrimento das
relações primárias);
 Emoções mistas (relacionadas aos estados afectivos que caracterizam o conflito
emocional).

A cognição emocional e o processo de aprendizagem

Pesquisas realizadas no campo da neurociência afirmam que a cognição e a emoção estão


directamente ligadas ao processo de aprendizagem. As emoções são responsáveis por gerar
sentimentos e, como consequência, (esses mesmos sentimentos) possibilitam os actos
racionais, favorecendo o caminho para o início do aprendizado.
Por outro lado, é preciso considerar o que os levantamentos a respeito do assunto dizem: as
emoções não são actos racionais, mas apenas despertam os sentimentos.

Estimulação do desenvolvimento da cognição emocional

 Em artigos anteriores já abordamos sobre o desenvolvimento cognitivo de uma


criança. Na ocasião, falamos o que é preciso para auxiliar a maturação desses
aspectos. Vamos relembrar:

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 O desenvolvimento cognitivo depende do envolvimento de várias outras funções e a
boa desenvoltura de outras que o alicerçam, tais como a linguagem, a coordenação
motora e suporte afectivo emocional.
 Viver em um ambiente saudável tanto do ponto de vista biológico quanto afectivo é
muito importante.
 Disponibilizar materiais e espaços para fazer com que a criança se aproprie de
estímulos que proporcionem avanços cognitivos, é primordial.
Observar como a criança reage e como ela vem adquirindo ou não habilidades ao ser
estimulada, permite avaliar como estão suas competências e, ao mesmo tempo, se pode ter ou
não algum transtorno que vem impedindo seu pleno desenvolvimento.

Emoções contam para a aprendizagem

A emoção dirige, conduz e guia a cognição, não se pode compreender a aprendizagem sem
reconhecer o papel dela em tão importante função adaptativa humana. A interdependência da
emoção e da cognição no cérebro é demonstrada pelas novas tecnologias de imagiologia do
nosso órgão de aprendizagem e de interacção sócia. Ao longo da evolução humana e ao longo
da educação da criança, ambas com evoluíram e com evoluem, elas são neurofuncionalmente
inseparáveis.

A emoção e a cognição incorporam-se na aprendizagem

A emoção envolve, portanto, processos de atenção, sensação, apreensão, excitação,


propensão, inclinação, predilecção, gosto, sensibilidade, focagem, intuição, preferência,
impressão, receio, suspeição, susceptibilidade, pressentimento, ideação, premunição,
consciencialização, etc., etc., porque joga com ganhos e perdas, desafios ou ameaças, logo
desencadeia respostas somáticas, corporais e motoras de antecipação muito importantes para o
processo de aprendizagem.

A vida emocional e ou afectiva humana, dita automática, não-verbal e não simbólica é,


evolutivamente, um fato psíquico primordial, ela decorre em primeiro lugar em comparação
com a vida cognitiva, voluntária, racional e lógica, dita verbal e simbólica, tendo em
consideração a hierarquia dos substratos neurológicos do cérebro.

A emoção e a afectividade ocorrem em primeiro lugar na espécie humana e no


desenvolvimento da criança, a emoção é uma premissa psicofisiológica e psicomotora da vida
afectiva da criança.

Ao longo da evolução, a espécie humana desenvolveu no seu cérebro um pensamento


emocional (“emotional thought”), ou seja, um sistema operacional emocional e social
(SOEC), que gerou posteriormente um pensamento racional, daí a importância do sistema
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límbico que, ao emergir do tronco cerebral, que trata das funções automáticas de bem estar e
de sobrevivência, prepara e aciona o neocórtex para o desempenho de funções cognitivas
superiores necessárias às aprendizagens mais complexas e simbólicas.

A sobreposição da cognição sobre a emoção foi, portanto, uma das chaves do nosso triunfo
adaptativo como espécie, a resolução de problemas e acumulação de inovações tecnológicas,
só foi possível por tal interdependência neurofuncional.

Se o SOEC funcionasse mal, o trajeto evolutivo da espécie seria certamente outro46,48,49,62,


paralelamente, quando uma criança na escola tem o seu SOEC comprometido, a sua
aprendizagem vai ter problemas.

Classificação das emoções

A emoção é uma experiência subjetiva acompanhada de manifestações fisiológicas e


comportamentais que são perceptíveis, permitindo assim que essa experiência emocional seja
analisada. É possível realizar o registro da atividade cerebral, durante as emoções, por meio
de imagem ou de traçados eletro ou magnetofisiológicos. No caso dos seres humanos, ainda
há a possibilidade de se fazer descrições subjetivas dessas emoções. Em relação ao tipo de
comportamento estimulado, as emoções podem ser divididas em positivas, ao provocar
comportamentos passíveis de repetição, ou negativas, quando vinculados a elas estão os
comportamentos com o intuito de eliminar o estímulo desencadeador (HARRIS, 1996).
Damasio (2004) separa as emoções em três grupos: emoções primárias, secundárias e
emoções de fundo. Essa classificação se relaciona ao fato de serem inatas ou não.

Emoções positivas e negativas

Harris (1996) afirma que as emoções podem ser simples quando projetam expressões faciais
facilmente reconhecíveis, como na raiva, medo, alegria e tristeza. Ou podem ser complexas
quando não teriam uma figura facial muito óbvia, como culpa, orgulho e vergonha. E tanto as
emoções simples como as complexas podem ser do tipo positiva ou negativa. As emoções
positivas são aquelas que possuem em comum um estímulo positivo e prazeroso, o qual
resulta na motivação por prolongar a experiência emocional. O reforço positivo, associado a
essas emoções, é conhecido como recompensa. Fazem parte desse tipo de emoções a alegria,
o amor, o encantamento, a amizade, o alívio. Em contrapartida, as emoções negativas são

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deflagradas por um estímulo negativo e desagradável que provoca um comportamento
aversivo, a fim de eliminar esse estímulo. Fazem parte do repertório dessas emoções a raiva, o
medo, a ansiedade e a tristeza. No campo da neurobiologia, atualmente, existem mais estudos
e conhecimento acerca das emoções negativas se comparado às emoções positivas, pois as
manifestações fisiológicas são mais evidentes nas emoções negativas, uma vez que são mais
decisivas para a sobrevivência dos animais.

Emoções primárias, secundárias e de fundo

As emoções primárias são inatas e presentes em todos os indivíduos da nossa espécie, não
estando sujeitas à factores sociais e culturais. Tais emoções possuem um valor adaptativo e
evolutivo muito importante, pois as reações emocionais as quais provocam podem atingir
objetivos úteis, como por exemplo esconder-se rapidamente de um predador ou demonstrar
raiva diante de um competidor (DAMÁSIO, 1996). Foram descritas por Charles Darwin
(1809-1882) em seu livro “A expressão das emoções nos homens e nos animais”. Darwin
observou que determinados padrões de expressões emocionais, como as expressões faciais,
eram semelhantes entre diversas culturas. Essa semelhança seria, então, um indício de que
essas emoções possuíam uma natureza hereditária e não-aprendida. Embora não seja um
consenso entre os estudiosos do assunto, há pelo menos seis tipos de emoções consideradas
primárias: alegria, tristeza, medo, nojo, raiva e surpresa.

Cognitivo

O processo cognitivo é um dos factores que diferenciam o ser humano de outros animais.
Responsável pela linguagem, pensamento, memória, raciocínio, entre outras esferas, ele
também afecta diretamente a percepção das emoções e, portanto, o comportamento humano.

Com o desenvolvimento dos estudos na área da psicologia, a terapia cognitivo-


comportamental surgiu com o objectivo de tratar os transtornos psicológicos, trabalhando as
distorções cognitivas. Esse tipo de psicoterapia é um dos mais estudados e tem a eficácia
comprovada em diversos casos.

Você quer entender mais sobre o assunto? Neste artigo, vamos discutir sobre o que
exactamente significa o termo cognitivo, como a terapia cognitivo-comportamental pode ser
uma solução para as dores — cada vez maiores — do século XXI e a importância de se
especializar em uma instituição qualificada.

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Cognição é uma palavra associada ao processo de aprendizado e elaboração do conhecimento.
É a partir do processo cognitivo que o ser humano consegue desenvolver suas capacidades
intelectuais e emocionais, isto é, linguagem, pensamento, memória, raciocínio, capacidade de
compreensão, percepção etc.

Portanto, o desenvolvimento cognitivo de cada pessoa afecta directamente a forma como ela
se comporta, aprende, recebe e elabora as informações ao seu redor. Trazendo o termo ainda
mais para o contexto psicológico, a cognição é responsável pela regulação emocional,
controle de impulsos e tomada de decisão — fundamentais para a saúde mental, qualidade de
vida e relações interpessoais

A emoção e a cognição na aprendizagem

A emoção envolve, portanto, processos de atenção, sensação, apreensão, excitação,


propensão, inclinação, predilecção, gosto, sensibilidade, focagem, intuição, preferência,
impressão, receio, suspeição, susceptibilidade, pressentimento, ideação, premunição,
consciencialização, etc., etc., porque joga com ganhos e perdas, desafios ou ameaças, logo
desencadeia respostas somáticas, corporais e motoras de antecipação muito importantes para o
processo de aprendizagem.

A vida emocional e ou afectiva humana, dita automática, não-verbal e não simbólica é,


evolutivamente, um fato psíquico primordial, ela decorre em primeiro lugar em comparação
com a vida cognitiva, voluntária, racional e lógica, dita verbal e simbólica, tendo em
consideração a hierarquia dos substratos neurológicos do cérebro30,47,48.

A emoção e a afectividade ocorrem em primeiro lugar na espécie humana e no


desenvolvimento da criança, a emoção é uma premissa psicofisiológica e psicomotora da vida
afectiva da criança.

Este autor identifica a emoção como um fato psíquico inicial, onde se dá uma fusão ou
simbiose primordial e uma integração sistêmica entre o biológico e o social.

Ao longo da infância é a emoção que abre o caminho à cognição, a lenta emergência da


conscientização de si ou o sentimento de si (em termos psicomotores, é sinônimo de noção do
corpo ou de somatognosia na criança faz emergir a sua cognição, ou seja, as funções
cognitivas superiores das aprendizagens humanas mais complexas, que se vão construindo e

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reconstruindo face à dinâmica das suas reacções comportamentais emocionais e afectivas,
evoluem a partir da integridade antecipatória das funções emocionais.

A dial ética da ontogênese74 põe em desafio, portanto, a emoção e a cognição, uma é


inseparável da outra, nenhuma delas se pode conceber isoladamente, daí a importância das
emoções na aprendizagem, sem emoção a aprendizagem é debilitada e comprometida.

A maturação do cérebro humano e, consequentemente, todo o neurodesenvolvimento da


criança que suporta as suas aprendizagens prospectivas, reforçam o papel da afectividade e da
harmonia das interacções emocionais precoces.

SEM EMOÇÃO A APRENDIZAGEM É MAIS DIFÍCIL

A emoção, na sua essência semântica, é sinônimo de esquemas de ação ou estado de


preparação do organismo para certas respostas corpóreas a tarefas, situações ou eventos e
concomitantes comportamentos, particularmente as que têm valor de sobrevivência (exemplo:
ameaça, perigo, ansiedade, insegurança, desconforto, etc.).

Como definição mais pedagógica, podemos acrescentar que a emoção é um impulso


neurobiológico que impele o organismo para a ação.

Para todos os efeitos, a emoção é uma informação que se acumula no cérebro do indivíduo a
partir da sua experiência, e usa essa informação para agir com vantagem adaptativa e
estratégica em situações futuras.

Neste sentido, a emoção guia e acompanha a aprendizagem como processo neurológico


básico, estabiliza a gestão e executa a pilotagem dos processos cognitivos, conativos e
executivos que entram em jogo na aprendizagem e no comportamento de longo termo17.

Ao longo da evolução, a espécie humana desenvolveu no seu cérebro um pensamento


emocional ("emotional thought"), ou seja, um sistema operacional emocional e social
(SOEC), que gerou posteriormente um pensamento racional, daí a importância do sistema
límbico que, ao emergir do tronco cerebral, que trata das funções automáticas de bem estar e
de sobrevivência, prepara e aciona o neocórtex para o desempenho de funções cognitivas
superiores necessárias às aprendizagens mais complexas e simbólicas.

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A sobreposição da cognição sobre a emoção foi, portanto, uma das chaves do nosso triunfo
adaptativo como espécie, a resolução de problemas e acumulação de inovações tecnológicas,
só foi possível por tal interdependência neurofuncional.

Se o SOEC funcionasse mal, o trajeto evolutivo da espécie seria certamente outro 46,48,49,62,
paralelamente, quando uma criança na escola tem o seu SOEC comprometido, a sua
aprendizagem vai ter problemas.

A aprendizagem com sucesso implica três componentes em interação sistêemica: a regulação


emocional, o conhecimento consciente e as estratégias cognitivas.

Se os três componentes não estiverem alinhados e integrados 38,64, aprender como corolário da
experiência vai ser complicado, exatamente porque o indivíduo, ou o aluno, perde a
capacidade de utilização do que conscientemente aprendeu, é algo que se observa, com
veemência, em casos patológicos que apresentam lesões no córtex pré-frontal ventromedial,
sugerindo que o cérebro humano dispõe de várias áreas que conectam o conhecimento, isto é,
as cognições com as emoções15.

O conhecimento factual em si é inútil, é preciso que se estabeleça uma interação entre a


emoção e a cognição, sem a intuição emocional, a relevância intrapessoal e o regozijo
prazeroso inerente, a significação do conhecimento tem tendência a esvanecer-se na memória
de longo prazo e a não registar-se no âmago do Eu ("self") do sujeito.

Muitos alunos em plena sala de aula não aprendem, exatamente pelas mesmas razões, eles não
sentem a conexão íntima entre a emoção e a cognição, por isso, por mais que estudem ou
memorizem, os conteúdos escolares ou acadêmicos deixam de ser emocionalmente
significativos para eles.

Regurgitar conhecimento não basta, lamentavelmente é apenas isto que se reforça em muitas
escolas pelo mundo fora, é preciso que a cognição ou o conhecimento a ser processado e
analisado desencadeie reações emocionais positivas e influencie decisões e condutas de
estudo, que por empatia neurofuncional produzam funções executivas como a: iniciativa,
perseverança, esforço, focagem sustentada, determinação, persistência intencional; inibição,
flexibilidade, organização, planificação, priorização, metacognição, antecipação, controle,
regulação, realização, gestão temporal, monitorização, verificação, etc 40.

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Em suma, as emoções precisam fazer parte das experiências de aprendizagem de qualquer
aluno ou estudante, pois a sua integração efetiva e eficiente só se opera neurofuncionalmente
quando a emoção e a cognição estão em perfeita sintonia.

O pensamento emocional encontra-se assim no âmago dos processos relacionados com a


sensibilidade somático-tônica do nosso corpo e com os processos superiores do pensamento
racional, ambos são inseparáveis em termos neurofuncionais, quer numa ótica filo e
sociogenética (aprendizagem da espécie), quer numa visão ontogenética e disontogenética
(aprendizagem da criança).

A aprendizagem, a atenção, a percepção, o processamento de informação, a memória, a


planificação, a tomada de decisão e a própria criatividade decorrem da sinergia entre o
pensamento emocional e o racional.

De um lado, a sensibilidade corporal e a atitude tônico-postural de bem estar e o sentimento


de disponibilidade atencional e de pré-disposição emocional e motivacional, dita também
conativa, para a aprendizagem, que pode influenciar sistemicamente o processo do
pensamento racional surgido no neocórtex.

Do outro, a propensibilidade dos processos transcendentes e abstractos de cariz social, ético,


filosófico e moral que podem interferir com o processo do pensamento emocional do sistema
límbico.

Emoção e cognição estão juntas para produzirem o processo do pensamento e para


mobilizarem as funções executivas que lhe dão suporte em termos comportamentais, ou seja,
da produção, execução e monitorização de respostas motoras adaptativas84.

Efetivamente a emoção contribui para a aprendizagem segundo duas dimensões: a consciente


e a inconsciente ou não consciente. Toda a aprendizagem tem consequências previsíveis e
imprevisíveis, como jogo que é na sua essência mais cristalina, pode ter ganhos ou êxitos, mas
similarmente, perdas ou inêxitos.

Podemos experimentar emoções de excitação e de desapontamento, de prazer e desprazer, de


paixão ou de rejeição em todas as nossas aprendizagens desenvolvimentais. As reações
emocionais perante situações de aprendizagem podem mudar rapidamente o comportamento
do indivíduo, depende frequentemente das suas consequências e como elas são, ou não,
cultural e pedagogicamente reforçadas e valorizadas.

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O êxito ou inêxito na aprendizagem são eventos isolados? Podemos aprender com o inêxito
ou com o erro, e ajustar os nossos comportamentos futuros de acordo com tais consequências?
Qual é o preço a pagar em termos de aprendizagem prospectiva?

Porque como seres humanos somos inicialmente imperitos nos processos de aprendizagem, é
necessário que a mesma não seja encarada apenas subjetivamente ou individualmente,
separando o indivíduo do seu contexto social e cultural.

Porque não nascemos ensinados como espécie, ao contrário de outras, o paradigma emocional
e social da aprendizagem envolve uma intersubjetividade, entre um ser maturo e um ser
imaturo em interação afetiva e pedagógica prolongada e não esporádica.

Este cenário emocional e social da aprendizagem que é simultaneamente, evolucionista e


educacional, não podemos esquecê-lo, coloca o SOES no centro da natureza humana.

A sobrevivência complexa do bebe humano e, consequentemente, das crias humanas, é devida


a uma socialização adequada, isto é, a uma aprendizagem e internalização de atitudes,
competências ("skills") e comportamentos sociais de enorme importância que sustentam
mesmo a existência de um cérebro emocional e social.

É no cérebro emocional e social, onde cabem as teorias da mente, as teorias da vinculação e


da afiliação, a singularidade do funcionamento dos neurônios espelho na imitação, que são as
verdadeiras funções pedestal da personalidade do indivíduo sem as quais as aprendizagens
intrinsecamente humanas não se verificam como nos casos das crianças selvagens ou crianças
lobo, ou mesmo até, nas formas mais severas de autismo19,21,24,69,82.

Da interação social, logo emocional, entre um ser experiente e um ser inexperiente, por
exemplo, na relação primordial e vinculativa mãe-filho, que pode estender-se à relação
professor-aluno ou à de treinador-atleta, resulta o processo de aprendizagem onde as emoções
de uns se mesclam com as cognições de outros, entre os que ensinam e os que aprendem.

O bebe e a criança, por tentativas e erros, pela virtude da sua imperícia inicial 2-4, adaptam-se e
aprendem porque beneficiam-se da transferência cultural intergeracional 60, intencionalmente e
emocionalmente proporcionada e propiciada pela sua mãe, pela sua cuidadora ou professora.

Esta transferência de competências e de processos de aprendizagem emana do tal SOES, que é


exclusivo da espécie humana, pois nenhum primata se aproxima da sua complexidade e
reciprocidade emocional e social.

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A atenção visual sustentada, o alerta sensorial, a interação intencional, a imitação empática, o
raciocínio social e as ecognosias e ecocinésias compartilhadas entre ambos, que se podem
considerar pré-aptidões sociais básicas, trazem para o jogo do processo ensino-aprendizagem,
quer no contexto da família quer no contexto da escola, a importância das emoções na
modelação futura de novos comportamentos gerados pelas aprendizagens18,41,59.

Processar informação emocional e social torna-se, assim, fundamental para criar um clima
propício para que a aprendizagem ocorra com sucesso.

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Referência Bibliográfica

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Press, 2007.

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ciência da mente em William James. 2010. Dissertação (Mestrado em Filosofia) – Pontifícia
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15
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