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CRISTIAN AZEVEDO DE CAMARGO

JOYCE APARECIDA DA COSTA CRUZ


LAYSSA AYUMI OTINO DE SOUSA
LETÍCIA VITÓRIA MOURA BORGES
THAMIRES GABRIELLE MACENA FERREIRA

ADOLESCÊNCIA É COISA DO CÉREBRO. E DAÍ?

TRÊS LAGOAS – MS
2023
CRISTIAN AZEVEDO DE CAMARGO
JOYCE APARECIDA DA COSTA CRUZ
LAYSSA AYUMI OTINO DE SOUSA
LETÍCIA VITÓRIA MOURA BORGES
THAMIRES GABRIELLE MACENA FERREIRA

ADOLESCÊNCIA É COISA DO CÉREBRO. E DAÍ?

Trabalho desenvolvido pelos discentes do


segundo período para a disciplina “Psicologia
E Desenvolvimento Humano II: Processos
Psicológicos”, na graduação de Psicologia, em
AEMS – Associação de Ensino e Cultura de
Mato Grosso do Sul – Faculdade Integradas.

Docente: Janaína Soares Sicuto.

TRÊS LAGOAS – MS
2023
INTRODUÇÃO

Quando falamos de “adolescência” é comum apenas ressaltar as mudanças corporais e


comportamentais, porém essa fase do desenvolvimento humano também é marcada por
expressivas transformações no cérebro.
É um período de transição fundamental para o amadurecimento e o desenvolvimento
das habilidades cognitivas e emocionais. No entanto, mudanças no cérebro também podem
criar desafios e vulnerabilidades.
Esse trabalho busca esclarecer a importância de entender que certos comportamentos
em adolescentes têm suas raízes nessa remodelação do cérebro, o que levará a abordagens
mais responsivas e eficazes para compreender e apoiar os adolescentes nessa fase da vida.
ADOLESCÊNCIA É COISA DO CÉREBRO. E DAÍ?

Para iniciarmos, devemos reconhecer que a transição na adolescência é inevitável e


não indesejável. No entanto, qualquer dano ou alteração genética que impeça ou atrase o
amadurecimento adequado da região do córtex pré-frontal pode trazer sérias consequências. O
resultado é que o corpo se desenvolve com os hormônios adultos, mas o cérebro fica
estagnado no início da adolescência, incapaz de aprender com os erros, ter empatia com os
outros ou antecipar necessidades. Um cérebro que não completa a adolescência enfrenta
limitações ao cuidar de si e dos outros.
As transformações físicas e cerebrais na adolescência trazem consigo novas
habilidades adquiridas desenvolvidas nessa fase da vida. No entanto, as mesmas mudanças
cerebrais que ocorrem durante a adolescência também expõem os adolescentes a novos
problemas. Essas alterações podem levar a transtornos como depressão, transtorno bipolar e
transtorno obsessivo-compulsivo, pois o sistema de recompensa do cérebro é reorganizado,
afetando a motivação e o bem-estar. Em suma, a maioria dos adolescentes enfrenta essa fase
sem problemas sérios de saúde ou de comportamento, logo qualquer mudança significativa de
humor ou comportamento deve ser informada a um médico. Distúrbios como depressão,
transtorno do pânico, esquizofrenia e ansiedade geralmente aparecem pela primeira vez
durante a adolescência, sendo tratadas e diagnosticadas por profissionais qualificados.
Os adolescentes e suas famílias podem se confortar ao saber que as mudanças
comportamentais durante a puberdade se devem à reestruturação normal do cérebro. Isso
oferece uma perspectiva mais tranquilizadora do que as explicações psicanalíticas tradicionais
que atribuem o comportamento a problemas como luto, fracasso dos pais e busca de atenção.
Além disso, a visão emergente de que a puberdade é um período de reestruturação normal e
necessária do cérebro pode ajudar os adolescentes que estão cansados ​de ouvir que seu
comportamento é causado por "hormônios".
A puberdade não é apenas um estágio de sobrevivência. Com isso em mente,
inferimos aos adolescentes que se eles pudessem resistir aos hormônios, tudo seria melhor ou
normal. Em vez disso, a adolescência é um período precioso e essencial de intenso
aprendizado. Compreender que as mudanças comportamentais são o resultado de mudanças
necessárias no cérebro ajuda os pais a reconhecer e desempenhar o papel mais importante
nessa fase da adolescência: apoiar e orientar o desenvolvimento do córtex pré-frontal.
Com as novas descobertas da neurociência sobre o cérebro adolescente, pais e jovens
não precisam mais depender de explicações psicanalíticas íntimas, acessíveis apenas aos
terapeutas, para entender o comportamento nessa fase. Por exemplo:

1. A depressão não é uma fase essencial da adolescência, mas sim uma


vulnerabilidade do cérebro devido a alterações nos sistemas de recompensa e
endócrino.
2. Embora os jovens ainda não estejam pensando nas implicações futuras, perfurar
e tatuar o corpo é uma prática de aprendizado por meio do adorno e da
imitação.
3. O interesse em filmes sobre invasão alienígena não reflete a perda de controle,
mas fornece um novo estímulo e diversão para o cérebro.
4. A descoberta do desejo sexual não está necessariamente associada ao medo da
castração, mas sim à busca de novos tipos de prazer.
5. A atividade física vigorosa na adolescência visa não mascarar as mudanças
físicas, mas compensar a perda da sensibilidade do sistema de recompensa.
6. O comportamento impulsivo é resultado da busca intensa de estímulos e da
imaturidade do córtex pré-frontal, que ainda não é capaz de controlar impulsos
ou prever resultados.
7. A separação dos pais na adolescência faz parte do desenvolvimento da
independência e das alterações cerebrais, incluindo correr riscos, aproximar-se
dos pares e aprender socialmente com os erros.
CONCLUSÃO

Em síntese, a adolescência é um período de intensa mudança física e mental, no qual


novas habilidades são adquiridas, tal qual desafios e transtornos mentais. As novas
características conquistadas são resultado da remodelação normal do cérebro, ter esse
entendimento pode ser reconfortante para os adolescentes e suas famílias.
É importante reconhecer que a maturação adequada do córtex pré-frontal
desempenha um papel de suma importância no desenvolvimento emocional e comportamental
do adolescente, evitando atribuí-los a problemas psicológicos ou hormonais que fazem com
que o adolescente se sinta culpado.
Ao procurar referências neurocientíficas, pais e adolescentes podem entender melhor
o comportamento do adolescente e buscar apoio e orientação adequados para garantir um
desenvolvimento saudável. É importante estar ciente de que a doença mental pode ocorrer
nesta fase e procurar ajuda profissional qualificada caso ocorra é essencial.
REFERÊNCIAS

HERCULANO-HOUZEL, Suzana. Adolescência É Coisa Do Cérebro. E Daí?. In: O


CÉREBRO adolescente: A neurociência da transformação da criança em adulto. [S. l.: s. n.],
2015. p. 137-139. Disponível em:
http://lotuspsicanalise.com.br/biblioteca/Suzane_Herculano_Housel_O_Cerebro_Adolescente.
pdf. Acesso em: 5 jun. 2023.

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