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Grupo nº 5
Sala: 1.1
Classe: 10ª
Turma: A
Período: Manhã
Docente
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António Chicomba
CAXITO- JANEIRO-2022
INTEGRANTES DO GRUPO
1-INTRODUÇÃO.......................................................................................................................3
2-ENQUADRAMENTO TEÓRICO..........................................................................................4
4- CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE.....................................................................................9
3. CONCLUSÃO...................................................................................................................13
4. BIBLIOGRAFIA...............................................................................................................14
1-INTRODUÇÃO
A adolescência tem sido vista na Psicologia como uma fase do desenvolvimento que
apresenta características muito especiais, tais como rebeldia, crise de identidade, conflito
geracional, tendência grupal, necessidade de fantasiar, evolução sexual manifesta e outras
mais. Apesar de admitirmos que estas características são visíveis na maior parte de nossos
jovens, entendemos que a Psicologia, ao desenvolver sua concepção sobre a adolescência, tem
naturalizado este fenômeno, ou seja, a Psicologia não tem apresentado a adolescência como
tendo sido produzida socialmente, no decorrer da história das sociedades ocidentais.
Sem dúvida, nenhum psicólogo negará que há fortes influências sociais sobre a
adolescência. Mas “o social” sempre aparece como uma moldura que dá forma e expressão ao
fenômeno inevitável da adolescência. Ou seja, entendemos que é bastante diferente
aceitarmos que a sociedade e a cultura influenciam a adolescência e concebermos que a
adolescência é constituída socialmente. Na primeira visão, há uma naturalização do
desenvolvimento humano e a adolescência é vista como uma fase inevitável, pela qual todos
os jovens deverão passar. O que muda são apenas as suas formas de expressão.
Temos buscado uma saída teórica que supere esta visão naturalizante da adolescência,
presente na Psicologia em geral; uma saída que supere a visão que temos denominado de
visão liberal de homem.
2-ENQUADRAMENTO TEÓRICO
Na adolescência, uma das questões mais cruciais com que o jovem se defronta é a
definição de um sentido de identidade, uma perspectiva sobre sua própria experiência de vida,
pela qual busca integração das vivências anteriores, desenvolvimento da individualidade e
consciência cada vez maior da necessidade de um projeto de vida (NEWCOMBE, 1999).
Esta fase representa um grande desafio a este jovem, principalmente pelas mudanças
que institui tanto físicas, sexuais, psicológicas e cognitivas, quanto de demandas sociais. Este
desafio está associado também às necessidades de independência, mudanças nos
relacionamentos com outros adolescentes e com os adultos, ajustamento sexual e escolhas do
ponto de vista vocacional e profissional, além do empenho na conquista de uma identidade
própria. É um período de vida desafiador e às vezes difícil, mas por isso mesmo rico em
descobertas e mudanças.
Para Palácios (1995, p.265), citado por Coll et al. (1995), a “adolescência é um
período psicossociológico que se prolonga por vários anos, caracterizado pela transição entre
a infância e a adultez”. Este mesmo autor afirma ser uma etapa de transição, em que não se é
mais criança, mas ainda não se tem o status de adulto.
Conforme assinala Erikson (1976), o indivíduo evolui à medida que passa por etapas
de crises características, cujas soluções eficazes provocam movimentos ascendentes na escala
de maturidade.
Hidi e Ainley (2002) relatam que, segundo outros autores, decisões quanto a “sexo
antes do casamento, planos de vida e papéis sexuais” também fazem parte da crise de
identidade.
Não se deve pensar que a chamada crise de identidade representa para todos o mesmo
nível de perturbação. De acordo com Powell (1986), os indivíduos situam-se num continuum
de crise, que varia desde uma transição suave e sem nenhuma perturbação, passando por fases
intermediárias de conflito, até um modo de revelar-se que é altamente conflitivo, perturbador,
tempestuoso, sendo caracterizada por uma crise aguda e prolongada. Esse mesmo autor
observa que os psicólogos clínicos tendem a generalizar a última forma como a mais comum,
ou seja, que todos os adolescentes vivem uma crise intensa de definição de identidade.
O desenvolvimento do senso de identidade não tem seu início e nem seu término na
adolescência, pois é formada ao longo da vida deste indivíduo.
Neste amadurecimento associado à formação da identidade, a família e os colegas
tanto podem ajudar como podem atrapalhar. Os relacionamentos ajudam o adolescente a
estabelecer uma percepção de si mesmo, que pode ser de autoconfiança ou de insegurança,
dependendo da forma como se dão estas influências e da leitura que este faz das informações
que recebe a respeito dele (MUSSEN et al., 2001).
No que se refere à escolha vocacional e a influência que esta pode sofrer das
exigências sociais, muitas vezes o adolescente escolhe uma carreira já esperando a aprovação
do meio e isto pode ser a causa de posteriores conflitos. A terceira categoria de fatores que
respondem pela crise de identidade tem relação com o desenvolvimento cognitivo.
Assim, de acordo com Nurmi (1993), entre outros, na busca de suas realizações
pessoais, os planos que os adolescentes constroem sofrem influência dos vários ambientes dos
quais fazem parte, como escola, amigos, relacionamentos entre pares, trabalho e outros
contextos da sociedade. Yoder (2000), por sua vez, conclui que a formação da identidade do
ego deve ser vista como uma junção dinâmica da personalidade com as realidades do mundo
social.
Ainda para Yoder (2000), a consideração das limitações sócio- culturais oferece uma
descrição mais realista e compreensiva das experiências de formação da identidade. Em sua
pesquisa sobre as barreiras na formação da identidade do ego, propõe que se devam
considerar os aspectos ambientais, sócio- econômicos e sócio-culturais que podem constituir
barreiras que os indivíduos experimentam ao longo de seu processo de desenvolvimento e que
podem comprometer esta formação da identidade.
Foi salientado pelos autores que, para jovens de baixo nível sócio- econômico são
mais limitadas as oportunidades de trabalho, juntamente com uma escolaridade mais reduzida.
Portanto, é particularmente mais difícil para jovens nesta condição a definição de sua
identidade ocupacional.
4- CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE
A crise de identidade surge muitas vezes por diversos factores como a permanência em
casa dos pais, a dependência económica e as restrições comportamentais, são entraves com
que o jovem se debate quando pretende autonomizar-se, construir a sua identidade pessoal,
situando-se assim num fluxo de forças contrárias que contribuem para que o jovem tenha que
passar. Nesta fase pode adquirir identidades diversas:
A evolução da psicossexualidade é explicada por Sigmund Freud e diz que desde que
nasce, o ser humano procura obter prazer através de diferentes formas e de diferentes fases
que vão variando ao longo do desenvolvimento. A adolescência, segundo Freud, inicia-se no
estádio genital e compreende alguns fenómenos que ocorrem depois da puberdade.
A construção dessa autonomia passa por uma organização social participada do grupo
em que as regras, elaboradas e negociadas entre todos, são compreendidas pelas crianças, e
em que cada uma se compromete a aceitá-las, conduzindo a uma autorregulação do
comportamento. Esta autonomia passa igualmente pela decisão coletiva sobre as tarefas
necessárias ao bom funcionamento do grupo e a sua distribuição equitativa. Esta participação
da vida no grupo permite às crianças tomarem iniciativas e assumirem responsabilidades, de
modo a promover valores democráticos, tais como a participação a justiça e a cooperação.
5- CONCLUSÃO
Concluindo, podemos afirmar que a adolescência varia conforme cada infância, cada
fase de maturação, cada família, cada época, cada cultura e cada classe social. De uma forma
genérica, esta etapa existencial, na nossa cultura actual, abrange um período entre os 12-13
anos e os 18 anos.
6- BIBLIOGRAFIA