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Resumo
A adolescência é um período importante no desenvolvimento do indivíduo devido
às significativas mudanças no desenvolvimento psíquico, como a formação de con-
ceitos, a formação da consciência e da autoconsciência, permitindo ao indivíduo a
compreensão da realidade em suas múltiplas determinações. A psicologia, tradicional-
mente, tem apresentado uma concepção de adolescência que se tornou hegemônica,
caracterizando-a como um período turbulento, cheio de conflitos e crises, em que
o relacionamento com os adultos é dificultado em função da rebeldia e oposição
demonstradas pelo adolescente. Essa perspectiva tem sido disseminada e apropriada
tanto por adolescentes como por adultos, influenciando as relações entre eles. Dessa
forma, torna-se fundamental compreender a adolescência para além dessa visão
hegemônica, naturalizante e biologizante. Assim, este artigo fornece elementos da
Psicologia Histórico-Cultural para a compreensão da adolescência naquilo que ela
traz de novo e de significativo para o desenvolvimento do indivíduo.
Palavras-chave: Adolescência; Psicologia Histórico-Cultural.
Abstract
Adolescence is an important period in the individual’s development due to the sig-
nificant changes in the psychic development, such as the formation of concepts, the
formation of the conscience and of the self-awareness, allowing the individual the
understanding of the reality in its multiple determinations. Psychology, traditionally,
has been presenting a conception of adolescence that became hegemonic, charac-
terizing it as a turbulent period, full of conflicts and crises, in that the relationship
with the adults is hindered due to the rebelliousness and opposition shown by the
adolescent. This perspective has been disseminated and appropriated by adolescents
as well as by adults, influencing the relationships among them. Thus, it becomes
O adolescente não é tão somente um ser biológico, natural, mas também his-
tórico, social. Ao lado da maturação social e do enraizamento do adolescente
na vida social, seus interesses não se vertem mecanicamente, como um líquido
em um recipiente vazio, nas formas biológicas de suas atrações, senão que
por si mesmos, no processo de desenvolvimento interno e da reestruturação
da personalidade, reconstroem as próprias formas de atrações, elevando-as
a um degrau superior e transformando-as em interesses humanos, por si
mesmos se convertem em momentos internos integrantes da personalidade.
(VYGOTSKY, 1996, p. 36)
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Vygotsky não cita as referências desse autor em seu texto.
Referências