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Em: Journal of Russian and East European Psychology, vol. 42, no. 4, July–August 2004, pp. 71–88.
Ao longo deste período, todas as atitudes prévias da criança para com o mundo e para si
mesma vão se quebrar e serão reformados na primeira fase da adolescência (de 12 a 15 anos),
e desenvolver os processos de autoconsciência e autodeterminação Isso permite, em última
instância, que o aluno inicie sua vida independente (segunda fase da adolescência - quinze a
dezessete anos, a chamada de juventude). Todo este período envolve a reestruturação
significativa das estruturas psicológicas que se formaram anteriormente, bem como a
aparição de novas que, neste momento, estão apenas iniciando o seu desenvolvimento. No
entanto, os principais fatores neste período pós-adolescência não são princípios de
desenvolvimento vinculados à idade, mas princípios associados a características de
desenvolvimento psicológico específico para cada indivíduo.
Deve-se notar, sobretudo, que o processo de formação da personalidade não está concluído
durante o período da adolescência. Durante esse período ocorre uma reorganização
significativa das estruturas psicológicas (sistemas de neoformações) que se formaram
anteriormente, bem como o aparecimento de outras novas, que neste momento estão no início
de seu desenvolvimento.
Neste artigo, abordaremos os processos de desenvolvimento dos primeiros anos escolares que
abrem o caminho para a crise adolescente, a análise dessa crise e a aparição da neoformação
central da personalidade que encerra a crise adolescente e, ao mesmo tempo, todo o período
de desenvolvimento da criança.
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muito mais aguda e, devido à falta de desenvolvimento social, físico e mental proporcional no
adolescente, esta crise é muito mais difícil de se superar.
A crise dos adolescentes também é diferente das outras crises anteriores em outro sentido
muito importante. O fato é que, nos períodos anteriores, o fracasso das necessidades
recentemente desenvolvidas está associado, principalmente, a impedimentos externos
(proibições parentais que tornam o modo de vida de uma criança imutável e restringem sua
atividade, etc.). Na crise adolescente, um papel igualmente significativo é desempenhado por
impedimentos internos: proibições que o adolescente impõe sobre si mesmo, estruturas
psicológicas previamente formadas, isto é, hábitos, traços de caráter, etc.
Da mesma forma, o fator de maturação biológica não é em si mesmo decisivo, embora, até
hoje, muitos psicólogos atribuam uma importância exagerada a ele. Não se pode negar, é
claro, que a reestruturação fisiológica, incluindo mudanças na forma do corpo, produzem
consequências importantes na adolescência. Pesquisas têm demonstrado que os processos
fisiológicos que ocorrem neste período aumentam a excitabilidade emocional do adolescente,
sua impulsividade, provocam instabilidade, e assim por diante, e que sua rápida maturação
física aumenta seu senso de "adulto", com todas as suas consequências. Além disso, durante
este período, uma nova e muito poderosa necessidade biológica - o impulso sexual -
desenvolve-se e preenche a consciência do adolescente com novos pensamentos e
sentimentos. Sem dúvida, a insatisfação destes desejos pode frustrar o adolescente e, assim,
explicar certas características de seus sentimentos e comportamentos. Ao mesmo tempo,
deve-se lembrar que o desejo sexual, como todos as outras motivações biológicas humanas,
adquire uma natureza mediada, qualitativamente diferente, durante o processo de
desenvolvimento2. Da mesma forma que, por exemplo, a estimulação necessária para o
desenvolvimento dos sistemas cerebrais torna-se, primeiramente, um impulso para
impressões externas e, assim, um impulso para a atividade cognitiva ativa, o desejo sexual no
curso de seu desenvolvimento, assume a forma de amor por outro ser humano. Surgida
durante a puberdade, este impulso é assimilado às estruturas psicológicas já adquiridas pelo
adolescente (interesses diversos, sentimentos morais e estéticos, opiniões e julgamentos de
valor) e se combina com elas para formar uma atitude em relação ao sexo oposto em que o
desejo sexual, geralmente, não ocupa a posição dominante. Por esta razão, o fracasso da
satisfação deste desejo (como resultado da imaturidade social do adolescente) não é um fator
frustrante e não desempenha o papel decisivo na crise adolescente. Então, as tentativas de
explicar esta complexa crise de desenvolvimento com referência à maturação sexual não nos
parecem justificadas. Consideramos também infundadas todas as teorias da adolescência que
tentam explicar a psicologia adolescente com referência apenas a fatores externos ao
desenvolvimento psicológico. Afinal, fatores biológicos e sociais não determinam
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diretamente o desenvolvimento. Pelo contrário, eles estão incluídos no processo de
desenvolvimento e se tornam componentes internos das estruturas psicológicas que crescem
em virtude deste desenvolvimento. A. Leontiev estava correto quando afirmou que nenhum
desenvolvimento pode ser derivado diretamente de fatores precedentes. Em sua visão, o
desenvolvimento deve ser estudado como um processo "auto-impulsionado" no qual "seus
precursores atuam para transformar seus próprios componentes intrínsecos" .1 Assim, as
estruturas já adquiridas no desenvolvimento, atuam como os fatores internos de
desenvolvimento. Eles refratam as influências das experiências do indivíduo, integram sua
consciência e, assim, determinam seu posicionamento interno, seu comportamento e o curso
subsequente do desenvolvimento da sua personalidade.
Desse ponto de vista, nenhuma teoria da adolescência (e não há falta delas, como todos
sabem) pode ser construída com base em um único fator. A adolescência, nas palavras de
L.S. Vygotsky, não podem ser capturadas com uma única fórmula. Para entender isso,
devemos estudar as forças motrizes internas e contradições inerentes a essa fase de
desenvolvimento psicológico e analisar o sistema de neoformações centrais, que
desempenham a função integradora, o que possibilita compreender a síndrome do
adolescente, ou seja, a natureza e fenomenologia da crise que ocorre durante este período.
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Vamos tentar rastrear as mudanças na psique de escolares mais jovens que dão origem,
durante o período de transição, ao desenvolvimento dos sistema de neoformações descrita
acima.
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O desenvolvimento do pensamento, que ocorre no curso da aquisição de conhecimento
científico, desempenha o papel principal aqui. A neoformação que se desenvolve é essencial
para compreender as mudanças que ocorrem na consciência e na personalidade dos
adolescentes. [acho que falta aqui alguns fatores afetivos e morais, que motivam e dão forma
a estes, intelectuais. Tais fatores são decisivos. A família é responsável por impulsionar estes
fatores. Não tanto quanto a escola, mas o são também]
A formação de conceitos exige que a atividade do aluno seja dirigida, orientada para resolver
o problema educacional que lhe é proposto. Em outras palavras, até certo ponto, esse
processo é criativo. Assim, a aprendizagem do conhecimento escolar promove a formação de
conceitos e o desenvolvimento do pensamento teórico, que exige que a criança analise as
causas de certos fenômenos, compreenda os princípios que os ligam e também esteja
consciente das técnicas de pensamento que o conduzirão às conclusões corretas. À medida
que isso ocorre, a criança começa a tomar consciência do sistema de argumentos fornecidos a
ele e, em seguida, de seu próprio processo de pensamento.
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mudanças na psicologia do aluno. Tais mudanças são as mais marcantes durante o período
adolescente. Esse desenvolvimento permite ao adolescente dominar novos temas, formar um
novo tipo de interesse intelectual (um interesse não só em fatos, mas também em princípios),
e gera uma visão mais ampla do mundo. Talvez o fator mais importante para se compreender
as mudanças na personalidade adolescente seja o desenvolvimento da capacidade de "focar
seu pensamento no próprio pensamento" e, também, na consideração de seus próprios
processos psicológicos e de todas as características de sua personalidade.
***
5 Isto é, para a criança, a importâ ncia emocional do modelo social (pais, educadores) importa mais do
que as condutas em si do modelo a ser amado e respeitado. Já com o adolescente, esta relaçã o se inverte.
Embora o apelo emocional seja importante, o que mais o adolescente busca, como modelo de conduta, sã o
pessoas com as quais se identifiquem, ou seja, que já possuam características morais e comportamentais
(um esportista, um artista, um político... ou o líder do grupo do qual participa) já valorizadas por ele.
6 Alguns preferem a traduçã o “autoapreciaçã o”.
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falta de estabilidade, o temperamento irritável, as mudanças frequentes no humor, a
depressão ocasional e similares, foram apontadas como particularidades da adolescência.
As tentativas ainda muito imaturas do adolescente de analisar suas próprias capacidades são
acompanhadas, por sua vez, por uma autoconfiança crescente, mas também, por dúvidas e
vacilações. Quando, no entanto, há falta de autoconfiança isto muitas vezes leva o
adolescente a um tipo negativo de autoafirmação - bravata, dissipação ou quebra de leis ou
regras unicamente para afirmar sua independência.
Às vezes, expressa-se a opinião de que essas e outras características (por exemplo, a luta pela
autoafirmação, o sentimento de isolamento, a retirada), tão frequentemente descritas em
detalhes na psicologia tradicional, são características somente dos adolescentes que se
desenvolvem nas sociedades burguesas, ou seja, têm uma fonte histórica específica.
Não há dúvida de que o modo de vida e educação têm um efeito real sobre as características
da personalidade humana. Deve-se notar também que, quanto mais velha a criança, mais
acentuados são os resultados de suas experiências individuais particulares. Não há e não
poderia ser um único adolescente que não difere de todos os outros. Cada um deles tem uma
personalidade única. No entanto, seria um erro usar este fato como uma justificativa para
negar que existem certas características psicológicas características de cada fase no
desenvolvimento da criança, incluindo a adolescência. No entanto, esta opinião pode ser
encontrada na literatura, soviética e estrangeira. Esta opinião baseia-se no fato de que muitos
estudos, especialmente os contemporâneos, encontraram grandes diferenças na psicologia das
crianças e adolescentes em função das condições de sua socialização.
Não há dúvida de que tais diferenças culturais, sociais, econômicas, históricas específicas,
gerais e biológicas têm um efeito sobre o conteúdo, a natureza e o curso da crise adolescente.
No entanto, isso não significa que não existam características psicológicas comuns a todos os
adolescentes e determinadas pelas novas estruturas7 psicológicas típicas desta idade, que
surgiram de acordo com a lógica do desenvolvimento psicológico. Afinal, toda estrutura
psicológica característica de cada estágio de desenvolvimento qualitativamente diferente é
construída sobre a base de estruturas8 precedentes e é um pré-requisito necessário para o
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desenvolvimento de estruturas9 subsequentes. Negar isso seria negar o desenvolvimento
psicológico como um processo auto-propelido sujeito às suas próprias leis.
Em conexão à esta afirmação e também para fornecer uma imagem mais clara dos traços de
personalidade típicos da adolescência em geral, vamos falar brevemente sobre dois projetos
de pesquisa específicos, um dos quais foi realizado na década de 1890, e outro, na década de
1960.
L.S. Sedov organizou e comparou dados que ele e outros estudiosos russos e estrangeiros
coletaram, mostrando que os traços de adolescentes de L.N. Tolstoi, encarnado no caráter de
Nikolenka Irteniev, coincide essencialmente com aqueles que foram identificados em várias
obras por psicólogos, embora seus sujeitos fossem adolescentes cujos desenvolvimentos
ocorreram sob diferentes condições sociais.6
Ela, T.V. Dragunova, foi capaz de estabelecer que a maioria das características específicas de
adolescentes mostradas por Nikolenka coincidem com as características de nossos alunos,
outras não são típicas, e outras ainda, embora tenham algo em comum com as de nossos
adolescentes, diferem em relação a um conteúdo específico e meios de expressão. Por
exemplo, nossos adolescentes não entenderam o sentimento de isolamento de Nikolenka
como uma característica permanente de sua vida. No entanto, muitos referiram que muitas
vezes sentiram o desejo de estar "sozinhos" ou "deixados a si mesmos", além de querer estar
"com os outros" e "onde há ação". Esse fato sugere que a reflexão solitária ocorre como um
tipo de atividade independente especial, como parte da lógica do desenvolvimento
psicológico em adolescentes. No entanto, sob condições de educação, cujo princípio central é
a educação coletiva, essa atividade não leva os adolescentes a se retirarem para si mesmos, à
"introspecção excessiva" ou a um sentimento de isolamento.
9 Idem.
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viragem10 do desenvolvimento ocorrido durante este período.
Antes dos onze anos, os alunos geralmente ignoram os pontos da novela de Tolstoi, onde a
atitude de Nikolenka é descrita. Na maioria das vezes, eles nem sequer as notaram.
Demonstrou-se impossível ter uma conversa sobre este assunto com eles, pois, ficaram
entediados e mudaram o assunto para os eventos na vida de Nikolenka.
Mas, quando as crianças têm doze anos, a imagem começa a mudar. Os alunos observam,
com crescente frequência, os lugares onde se descrevem os traços de personalidade e as
qualidades e sentimentos morais de Nikolenka. Sem perguntas importantes, eles começam a
comparar-se a Nikolenka ("Comecei a pensar sobre mim mesmo também") e simpatizar com
seus sentimentos e as ações associadas a eles ("Ele estava certo em se ofender! Sentem da
mesma maneira "," É insultante quando as pessoas não confiam em você ","Foi bom que ele
protestou ", e assim por diante).
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No entanto, nem todas as características da crise da adolescência estão associadas às
frustrações internas do jovem, que se manifestam externamente. A discrepância entre suas
novas motivações e as condições de sua vida, que limitam as oportunidades para realizá-las,
discrepância que é característica de todas as crises de desenvolvimento, também desempenha
um papel significativo aqui.
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No início do período adolescente, como resultado do que o aluno aprendeu, sua maturação e
acumulação da experiência da vida real e, portanto, o progresso geral no desenvolvimento
psicológico, o sujeito desenvolve novos e mais amplos interesses, novas motivações, e o
desejo de ocupar um novo papel, mais independente e "adulto", um papel apropriado ao
comportamento e traços de personalidade que ele pensa não poder se manifestar em sua vida
escolar "cotidiana". Não há um único adolescente que concorde que o cumprimento regular
de todas as regras da escola seja uma demonstração de caráter, enquanto o reconhecimento
aberto de suas insuficiências demostre independência e coragem. Eles acreditam que o
exercício e o desenvolvimento das características de personalidade que eles valorizam
exigem condições especiais e extremas.
A impossibilidade de mudar realmente o seu modo de vida gera fantasias, que os psicólogos
sempre consideraram e continuam a considerar características da adolescência. É claro que as
fantasias do adolescente contemporâneo e as de, por exemplo, Nikolenka Irteniev, diferem
em conteúdo e expressão específica. Mas eles sempre contêm algum tipo de modelagem do
futuro do indivíduo e de si mesmo nesse futuro, ou, como os psicólogos ocidentais
expressam, da atuação de futuros papéis na imaginação. Assim, a fantasia, que é um
componente típico da adolescência, cumpre a mesma função que o jogo (a brincadeira de
papéis) para os pré-escolares. Ambos são um meio de realizar aqueles movimentos
emocionais que não podem ser implementados na vida real.
Mas este é apenas um método de "autoexpressão" usado pelos adolescentes, o que é mais
desejável. Às vezes, os adolescentes que vivenciam vivamente o conflito entre seus próprios
desejos e as oportunidades para satisfazê-los, começam a procurar outras situações, não
imaginárias, mas reais. Estas, no entanto, os desviam do caminho desejável e perturbam o
desenvolvimento normal dos adolescentes. Nesses casos, eles abandonam a escola e
começam a viver a vida da rua, o que frequentemente os leva a comportamentos antissociais.
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O curso da crise adolescente é significativamente menos grave se, nesta idade, o adolescente
já possui interesses relativamente permanentes ou qualquer tipo de padrões comportamentais
estáveis.
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um objeto que os satisfaça. Isso impele o adolescente a definir, continuamente, novos
objetivos, que muitas vezes vão muito além do presente.
A importância desse fato não pode ser exagerada. Pesquisas psicológicas recentes mostram,
claramente, o papel importante desempenhado pela orientação de um indivíduo para metas
remotas no desenvolvimento de uma personalidade estável e autorregulação. 9
Kurt Levin também se concentrou no significado decisivo dos objetivos de longo prazo para a
estrutura psicológica e o comportamento do indivíduo. Em sua teoria topológica da
personalidade, ele argumentou que os objetivos que uma pessoa estabelece e suas intenções
formam um tipo único de motivação ("quasi-motivos") que não se diferem em força ou outras
propriedades dinâmicas das motivações verdadeiras. E, quanto mais amplo o "espaço de
vida" no qual o indivíduo é incluído, maior será a importância dos objetivos remotos. A
orientação de valor do indivíduo, em relação a esses objetivos futuros, domina os objetivos
intermediários e, portanto, determina o comportamento, emoções e estado moral do
indivíduo.
Os interesses pessoais estáveis de um adolescente fazem com que ele seja orientado a
objetivos e, portanto, internamente mais focado e organizado, como se tivesse adquirido força
de vontade adicional. Vygotsky era muito correto ao refutar a opinião tradicional em
psicologia, ele disse que o adolescente não sofria de uma fraqueza de vontade, mas uma
fraqueza de metas.
É claro que a orientação para o objetivo e as outras características mencionadas acima podem
se desenvolver não apenas com base em interesses insatisfeitos. Elas também surgem em
relação a outras motivações estáveis que exigem uma organização orientada para o objetivo
do comportamento, por exemplo, uma motivação para realizar um trabalho socialmente
significativo ou a necessidade de ajudar a família ou de apoiar alguém próximo. Em outras
palavras, quaisquer motivações conscientes e estáveis (motivações secundárias) podem
mudar todo o padrão interno do adolescente. Elas se tornam os fatores dominantes em sua
estrutura motivacional e, portanto, todas as demais motivações e desejos se tornam
subordinados a elas. Isso elimina o conflito constante entre tendências motivacionais opostas,
que caracteriza a crise nesta idade e torna o adolescente mais harmonioso internamente.
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do posicionamento interno de graduados e alunos do primeiro e segundo ano de universidade,
conduzido por uma equipe do Departamento de Educação Universidade de Voronezh, sob a
direção de S. M. Godnik.
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No entanto, no segundo ano de vida a situação muda substancialmente. Durante esse período,
desenvolve-se a primeira neoformação da personalidade - uma representação mental que tem
uma força motivacional, manifestada na capacidade da criança de agir de acordo com seus
impulsos internos. As representações mentais motivadoras, resultado da primeira síntese de
componentes intelectuais e afetivos, permitem que a criança "rompa" com sua situação de
estímulo imediato. Isso dá origem a um impulso para agir de acordo com suas motivações
internas e levá-lo a "rebelar-se", se essa atividade é frustrada pelo ambiente. É claro que essa
"rebelião" é espontânea e não planejada, mas comprova que a criança começou a progredir na
formação da sua personalidade e se tornou capaz de comportamentos ativos e reativos.
Durante a fase seguinte (a crise aos três anos), a criança cresce capaz de se identificar como
ator num mundo de objetos sobre os quais ele pode agir e o que pode ser mudado. Nesta fase,
a criança já está consciente do seu "eu" e exige oportunidades para agir por conta própria
("por eu mesmo/a"). Isso não só representa um novo passo na superação do comportamento
determinado situacionalmente, mas, também, dá origem ao desejo da criança de ter um efeito
ativo sobre o seu ambiente social, transformá-lo para satisfazer suas próprias necessidades e
desejos.
Durante a terceira etapa (a crise aos sete anos), a criança desenvolve a consciência de si
mesmo como um ser social e de seu lugar no sistema de relações sociais que ele é capaz de
compreender. Esse período pode ser chamado de período de nascimento do "eu- social”. É
nesse período que a criança desenvolve um "posicionamento interno", que dá origem à
motivação para realizar tarefas significativas (reais). E aqui, também, como em todos os
outros casos, a criança protesta se as circunstâncias de sua vida permanecerem inalteradas e
assim interferir com a implementação de sua nova atividade.
NOTAS
2. L.I. Bozhovich, “Etapy fomirovaniia lichnosti v ontogeneze (II)” [Devel- opmental Phases
of Personality Formation in Childhood (II)], Voprosy psikhologii, 1979, no. 2 [translated in
this issue of Journal of Russian and East European Psychology, pp. 55–70].
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3. F. Engel’s [Engels], “Dialektika prirody” [The Dialectics of Nature], in K. Marks [Marx]
and F. Engel’s [Engels], Sochineniia [Works], vol. 20, p. 634.
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